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PORTADORA
DE PROPOSTA PEDAGÓGICA OU APENAS ASSISTENCIALISTA: ESTUDO COMPARATIVO
DE DUAS CRECHES DE CAMPINAS
Adriana Nascimento da Silva - Universidade Estadual
de Campinas – UNICAMP
Orly Zucatto Mantovani de Assis
Muitas propostas de atendimento em creche são baseadas
em concepção filantrópica, assistencial e não
pedagógica. Tendo em vista este fato, o objetivo da pesquisa realizada
foi o de comparar o atendimento oferecido às crianças por
duas creches de Campinas, com o intuito de saber se tais instituições
propiciam realmente o desenvolvimento infantil ou têm apenas uma
finalidade assistencial. Os dados coletados por meio de observação
direta e entrevistas forneceram informações sobre os objetivos
das instituições, a prática pedagógica que
utilizam e também acerca da formação dos profissionais
que nelas atuam. Os resultados obtidos demonstram existir uma distinção
na proposta pedagógica de ambas as creches. Sendo que as educadoras
da instituição B possuem formação específica
para trabalhar em creche, concluiu-se que a qualidade do atendimento de
ambas instituições está diretamente relacionada à
formação dos profissionais.
1. FORMULAÇÃO TEÓRICA
Considerada e reconhecida pelos órgãos responsáveis
pela definição de políticas públicas do Brasil
como a primeira etapa da educação básica, indispensável
à construção da cidadania, a Educação
Infantil de zero a seis anos constitui prioridade do Estado brasileiro
e responsabilidade do poder público municipal.
A instituição educativa em suas diferentes modalidades cumpre
um papel central na sociedade. Papel, este, de mediadora no processo de
inserção da criança e do adolescente na cultura.
Para isso, é necessário que ela se estruture e se instrumentalize
de forma a responder às exigências propostas por esse objetivo,
tão amplo e complexo. (Referencial Curricular Nacional para a Educ.
Infantil, 1998)
Entende-se que a creche deve ser oferecida à população
como uma alternativa e não como uma substituta da família.
Resguarda-se o direito da mulher e da família optarem ou não
por ela, porém ao mesmo tempo reforça-se a concepção
de que a responsabilidade pela educação da criança
pequena não é só da família, mas também
da sociedade. Neste sentido, deve o Estado interferir neste processo de
educação e guarda da criança de zero a seis anos.
A Lei de Diretrizes de Bases da Educação Nacional, Lei n°
9394, promulgada em dezembro de 1996, estabelece de forma incisiva o vínculo
entre o atendimento às crianças de zero a seis anos e a
educação.
Educar significa propiciar situações de
cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e
que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis
de relação interpessoal, de ser e estar com os outros numa
atitude básica de aceitação, respeito e confiança,
e o acesso, pelas crianças, aos conhecimentos mais amplos da realidade
social e cultural. Neste processo a educação poderá
auxiliar o desenvolvimento das capacidades de apropriação
e conhecimento das potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas
e éticas, na perspectiva de contribuir para a formação
de crianças felizes e saudáveis ( Referencial Curricular
Nacional para a Educ. Infantil, 1998:23)
O documento ainda afirma que uma criança saudável
não é apenas aquela que tem o corpo nutrido e limpo, mas
aquela que pode utilizar e desenvolver os aspectos biológico, emocional
e cognitivo, próprios da espécie humana, em um dado momento
histórico e em uma dada cultura. É importante, portanto,
a promoção do crescimento e do desenvolvimento de todas
as atitudes e procedimentos que atendem às necessidades de afeto,
alimentação, segurança e integridade corporal e psíquica
durante o período do dia em que as crianças permanecem na
instituição.
De acordo com Assis (2003), todas as crianças têm necessidades
semelhantes, quaisquer que sejam as suas origens. Essas necessidades podem
ser descritas como: necessidade de sentir-se aceita, de ter confiança,
de ter segurança e competência; necessidade de reconhecer,
raciocinar e de resolver problemas; necessidade de ser criativa; necessidade
para desenvolver a coordenação motora e necessidade de compartilhar
experiências com outras crianças e adultos.
A atuação da instituição de educação
infantil se daria através da alimentação, do cuidado
físico e dos contatos que estabelecem com outros adultos e com
outras crianças na creche, contatos estes que favorecem seu desenvolvimento
lingüístico, cognitivo e sócio-emocional. De acordo
com as características do Referencial Curricular Nacional para
a Educação Infantil (1998) e considerando-se as especificidades
afetivas, sociais e cognitivas das crianças de zero a seis anos,
a qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para
o exercício da cidadania devem estar embasadas nos seguintes princípios:
o respeito à dignidade e aos direitos das crianças; o direito
das crianças de brincar; o acesso das crianças aos bens
socioculturais disponíveis; a socialização das crianças
por meio de sua participação e inserção nas
mais diversificadas práticas sociais e o atendimento aos cuidados
essenciais associados à sobrevivência e ao desenvolvimento
de sua identidade.
No entanto, muitas propostas para as creches têm sido elaboradas
a partir da concepção filantrópica e assistencial
que elas adotam para o seu atendimento, a qual valoriza apenas a área
nutricional e de higiene em enfoque médico-assistencial. Deste
modo, tem-se enfatizado as atitudes de obediência, colaboração
e auto-suficiência quanto a atividades de cuidados básicos.
Enquanto que as questões pedagógicas ficam, muitas vezes,
ao sabor da improvisação. Modificar essa concepção
de educação assistencialista significa atentar para várias
questões que vão muito além dos aspectos legais.
Envolve, principalmente, assumir as especificidades da educação
infantil e rever concepções sobre a infância, as relações
entre classes sociais, as responsabilidades da sociedade e o papel do
Estado diante das crianças pequenas. Há a necessidade das
creches se transformarem em instituições realmente promotoras
de desenvolvimento infantil. Uma vez que, está lidando com crianças
numa faixa etária precoce e considerada como “período-crítico”
de desenvolvimento. Isso é comprovado pela descoberta de sociólogos,
psicólogos e médicos de que o psiquismo e a inteligência
da criança durante os primeiros seis anos de sua vida permanecem
em um baixo nível e/ou se atrofiam, se a criança não
for oferecida a possibilidade de ter experiências sociais diversificadas
e enriquecedoras. (Assis, 1998)
Os psicólogos da linha cognitiva acreditam que
a inteligência de uma pessoa adulta depende muitíssimo do
que lhes foi oferecido nos primeiros seis anos de vida, pois é
nesse período que o meio exerce sua influência mais poderosa.
O desenvolvimento intelectual poderá ser rápido ou lento,
dependendo do ambiente em que vive a criança. Nesse sentido, crianças
que não recebem estímulos para o desenvolvimento intelectual
jamais chegarão a ser o que poderiam ser, se estimuladas adequadamente.
( Assis, 2002: 35).
Portanto, as creches devem ter como um dos objetivos
principais proporcionar a estimulação cognitiva em ambiente
de aprendizagem agradável e lúdico, procurando favorecer
o desenvolvimento da atenção, da concentração,
da aprendizagem de habilidades específicas com monitoria do adulto
em grupos de crianças reunidas. Para isso, faz-se necessário
um atendimento adequado às características de cada criança.
Este atendimento se faz através da criação de condições
favoráveis como: organização do espaço físico,
planejamento de ambientes e de atividades, e a busca de resolução
das dificuldades de adaptação das crianças ao grupo.
Tais atividades favorecem o desenvolvimento afetivo, a expansão
da criatividade, o acompanhamento da evolução gradativa
da maturação de cada criança. É importante
destacar a interação adulto-criança como elemento
básico para o desenvolvimento infantil, especialmente para as crianças
menores de quatro anos. (Arribas, 2004)
Alguns estudos destacaram que a precária interação
entre adultos e crianças pequenas pode prejudicar o desenvolvimento
psicológico das mesmas (Ainsworth Et Alii & Bronfenbrenner
apud Kontos, S. & Herzog, A.W, 2003) enquanto que outros apontaram
a importância das interações entre crianças.
Dentre estes, Camaioni (apud Kontos, S. & Herzog, A.W, 2003) destaca
que tais interações ajudam-nas a superar o egocentrismo
e a tornarem o próprio comportamento contingente ao seu parceiro.
Para Nadel & Baudonnière (apud Kontos, S. & Herzog, A.W,
2003), as trocas sociais entre as crianças pequenas aumentam consideravelmente
quando se realizam imitações entre elas. Tais imitações
constituiriam a forma preponderante de comunicação entre
os dois e três anos e podem ser favorecidas com a introdução
de vários exemplares idênticos de objetos para as crianças
utilizarem. Mesmo exemplares únicos de objetos constituem elementos
facilitadores nesta faixa etária, utilizados pelas crianças
nas brincadeiras e nos brinquedos associativos que devem ocorrer nas creches.
Brincar, segundo Oliveira (1992) é uma das atividades fundamentais
para o desenvolvimento da identidade e da autonomia. O fato de a criança,
desde muito cedo, poder se comunicar por meio dos gestos, sons e mais
tarde representar determinado papel na brincadeira faz com que ela mesma
desenvolva sua imaginação. Nas brincadeiras as crianças
podem desenvolver algumas capacidades importantes, tais como a atenção,
a imitação, a memória, a imaginação.
Desenvolvem também algumas capacidades de socialização,
por meio da interação e da utilização e experimentação
de regras e papéis sociais. Por isso, é preciso começar
a brincar com elas o mais cedo possível, mas também é
preciso que nas creches haja espaço e material adequados para as
crianças se utilizarem deles e acima de tudo, pajens ou professoras
criativas, competentes e interessadas no desenvolvimento das crianças.
Portanto, é importante que o momento de atividade livre não
seja vista apenas como forma de ocupar e distrair a criança, mas
como um ato que envolve trabalho, provoca concentração e
cria estimulação intelectual à criança.
É válido também ressaltar que o aprendizado pela
exploração e interação com as pessoas do meio
fornece a base para sistematizações da experiência
pela criança através da linguagem. Assim, a ação
e a interação da criança com seu meio são
essenciais para a aprendizagem. Porém para que a educação
seja realmente estimulante e promotora do desenvolvimento, o profissional
deve conhecer previamente qual é esse processo de desenvolvimento,
suas leis e princípios gerais referentes aos aspectos como afetivo,
cognitivo, lingüístico e social. No entanto, a eficácia
desse tipo de programa depende da qualificação dos funcionários
da creche.
Em relação a qualificação dos educadores -
embora não existam informações abrangentes sobre
os profissionais que atuam diretamente com as crianças nas creches
e pré-escolas do país – a realidade tem nos mostrado
que muitos destes profissionais ainda não têm formação
adequada, recebem remuneração baixa e trabalham sob condições
bastante precárias. Se na pré-escola, constata-se, ainda
hoje, uma pequena parcela de profissionais considerados leigos, nas creches
ainda é significativo o número de profissionais sem formação
escolar mínima cuja dominação é variada: berçarista,
auxiliar de desenvolvimento infantil, babá, pajem, monitora, recreacionista,
etc. Na faixa etária em que as crianças da creche estão,
o adulto tem uma importância muito grande para elas. Por esta razão,
a profissionalização do educador(a) é fundamental.
Sua capacidade em compreender como uma criança se desenvolve para
saber respeitar o ritmo de cada uma, a atitude aberta e receptiva para
aprender e observar, para viver com os pequenos uma forte empatia, etc.
A prática docente quando fundamentada nos conhecimentos da psicologia,
da filosofia e sociologia da educação, pode ser um meio
eficaz de propiciar as condições necessárias para
que o desenvolvimento da criança se realize em ritmo adequado.
É preciso que o meio educacional garanta à criança
as possibilidades de um completo desenvolvimento intelectual, afetivo,
sócio-moral e físico. (Assis, 1993)
Em suma, o trabalho será direcionado no sentido de responder a
seguinte questão: Qual a proposta educativa das creches que serão
observadas? Tais propostas contemplam as necessidades das crianças
em todos os aspectos de seu desenvolvimento?
2. OBJETIVOS
Os objetivos que esta pesquisa se propôs são:
1 Conhecer as propostas pedagógicas das creches
que constituirão a amostra da pesquisa.
2 Analisar as referidas propostas a partir dos princípios pedagógicos
extraídos do construtivismo piagetiano.
3 No caso das propostas analisadas não atenderem as necessidades
de desenvolvimento das crianças, a partir desse referencial piagetiano,
serão apresentadas sugestões de outras propostas às
profissionais das instituições observadas.
4 Ter conhecimento da formação das profissionais que atuam
nas creches observadas.
3. SUJEITOS
Os sujeitos desta pesquisa foram as crianças e
educadoras de duas creches, denominadas A e B. Ambas as instituições
são públicas e situam-se na cidade de Campinas.
4. METODOLOGIA
A coleta de dados desta pesquisa ocorreu mediante observações
diretas do trabalho desenvolvido pelas educadoras de ambas as creches
e entrevista individual às mesmas.
Em relação à entrevista, foi elaborado um Roteiro
com questões relacionadas à função atual da
educadora, tempo de serviço na creche, formação,
questões conceituais sobre educação infantil e questões
situacionais. As questões situacionais constituem a parte da entrevista
que se refere às situações que as educadoras, geralmente,
vivenciam no cotidiano da creche. Questões estas, problematizadoras
com a finalidade de conhecer de que modo as educadoras lidam com as mesmas.
Na formulação do questionário, foram incluídas
perguntas, exigindo diferentes níveis de elaboração
por parte dos sujeitos. Com algumas perguntas, apenas pretendia saber
a informação de que o sujeito dispunha em relação
a sua formação; outras, implicavam respostas narrativas;
e havia aquelas que solicitavam explicações e justificativas
para as informações apresentadas pelas educadoras.
As respostas das entrevistadas foram analisadas qualitativa e quantitativamente
através de categorias e dados estatísticos.
5. CARACTERIZAÇÃO DAS CRECHES
5.1 Creche A
Funciona há 14 anos e é fruto da reivindicação
das mães que trabalham na instituição mantedora.
Atende aproximadamente 240 crianças de 2,5 meses até 4 anos,
filhos ou dependentes legais das servidoras que atuam em esquema de Turno,
Plantão ou Horário Especial.
5.2 Creche B
A Creche B funciona há 24 anos e é administrada
por uma diretoria voluntária. É uma entidade filantrópica
de caráter beneficente, educativo, cultural e de assistência
e promoção social, sem fins lucrativos.
A creche atende até 60 crianças da faixa etária de
4 meses a 4 anos incompletos, que são agrupadas em módulos
de acordo com a faixa etária.
6. APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
6.1 Resultados da Entrevista
Os dados obtidos nas entrevistas foram analisados qualitativamente.
Por isso as respostas aos questionários foram categorizadas com
vistas a estabelecer a comparação entre as creches observadas.
A análise qualitativa das respostas foi realizada a partir dos
princípios pedagógicos extraídos do construtivismo
piagetiano.
6. 2 Resultados da Observação
DeVries (1998) em sua obra a respeito da ética
na educação infantil, define ambiente sócio-moral
como “toda rede de relações interpessoais que forma
a experiência escolar da criança” (p.17). Esta experiência,
por sua vez, inclui o relacionamento da criança com o professor,
com outras crianças, com os estudos e com regras.
Tendo em vista essa definição, a análise dos registros
das observações realizadas na Creche A e B se centralizará
nas características gerais do ambiente sócio-moral de ambas
as instituições. Uma vez que, uma atmosfera sócio-moral
cultivada apóia e promove o desenvolvimento infantil ( DeVries,
1998).
A fim de ilustrarmos a atmosfera sócio-moral das creches serão
explicitadas algumas situações observadas, pela pesquisadora/aluna,
nos ambientes onde educadoras e crianças ocupam nas instituições.
Em relação à Creche A, as crianças do Maternal
I e II passavam a maior parte do tempo no Parque. Portanto, esse ambiente
será focalizado na análise das minhas observações
na referida instituição.
É válido dizer, que a Creche A tem dois Parques porque cada
Módulo, exceto o Berçário, tem a sua área
externa. Ambos os espaços são amplos e cobertos de areia.
Há gira-gira, escorregador, casinha, balanço e brinquedos
próprios para brincar na areia (pazinha, balde, coador, etc).
As crianças, geralmente, brincavam livremente no Parque pois foram,
poucas vezes, que observei as educadoras interagindo na brincadeira ou
propondo atividades dirigidas às crianças. Entretanto, é
fundamental saber que a interação entre colegas e por si
mesma não garante um ambiente sócio-moral que promova o
desenvolvimento infantil. O educador pode influenciar a qualidade das
interações das crianças de várias maneiras,
inclusive oferecendo atividades que gerem a necessidade e o desejo de
interagir nas crianças e o apoio ativo à cooperação
e negociação entre elas (DeVries, 1998).
Contudo, muitos educadores que trabalham com crianças pequenas
reduzem a idéia de ação a uma simples atividade física,
presumindo que, se as crianças estiverem em movimento ou conversando,
estarão aprendendo. Para Piaget, todavia, a ação
não é apenas física, mas mental. Se estivermos satisfeitos
em aceitar, sem nenhum questionamento, a idéia de que qualquer
movimento físico é educativo, qualquer abordagem que permitir
às crianças se mover e se falar poderá ser considerada
‘uma prática educativa com base no desenvolvimento’(DeVries,
2004, p.22).
Piaget (1973, apud DeVries,1998) critica o fato de se dar liberdade completa
às crianças quando afirma que a principal influência,
há anos atrás, causada principalmente pela psicanálise,
era a de cuidadosamente evitar frustar, de qualquer forma, a criança
em desenvolvimento. Isso levou a um excesso de liberdade não-supervisionada
que resultou em um brincar generalizado sem muito benefício educacional.
Além disso, era comum as educadoras da Creche A relatarem que não
realizavam muitas atividades em sala com as crianças sob a justificativa
que “elas (crianças) não conseguem ficar um espaço
de tempo razoável nas salas” (discurso de um sujeito da Creche
A). Em relação a isso, foram, poucas as vezes que presenciei
crianças fazendo atividades na sala, exceto na Hora do Banho. Pois,
é no momento do banho que, enquanto uma educadora banhava algumas
crianças, outra profissional ajudava, na sala, elas a se vestirem.
Dessa maneira, as outras crianças ficavam na sala sem nenhuma atividade
proposta, direcionada pela educadora, exceto com alguns brinquedos espalhados
pelo chão. Assim, o estado de agitação e de brigas
entre as crianças eram freqüentes.
A autora Oliveira (2002) afirma, que muitas vezes, o espaço busca
impedir a movimentação das crianças e a interação
entre elas. Outras vezes, embora não seja a intenção
das educadoras, a organização do espaço termina por
promover brigas ou outras formas de comportamento considerados indisciplinados.
No entanto, as salas da Creche A não oferecem muitos estímulos
visuais e cinéticos às crianças, uma vez, que há
cartazes pendurados na parede com fotos das crianças e figuras,
porém não estão expostos ao nível dos olhos
das crianças. Todavia, é necessário que a estrutura
física da instituição infantil insira a criança
em um espaço de estímulos, em que as características
(formato, cor, textura) dos objetos sejam interpretados como desencadeadores
de determinados enredo de ação pelas crianças, de
modo que propicie situações de exploração,
falas e interações.
Segundo Piaget (1978, apud DeVries, 1998)), a representação
do espaço para a criança é uma construção
internalizada a partir das ações e das manipulações
sobre o ambiente espacial próximo do qual ela faz parte. Assim,
o meio constitui um fator preponderante para o desenvolvimento dos indivíduos,
fazendo parte constitutiva desse processo.
As crianças ao interagirem com o meio e com os outros parceiros,
aprendem pela própria interação e imitação.
Constata-se, portanto, que a forma como organizamos o espaço interfere,
de forma significativa, nas aprendizagens infantis. Isto é, quanto
mais esse espaço for desafiador e promover atividades conjuntas,
quanto mais permitir que as crianças se descentrem da figura do
adulto, mas fortemente se constituirá como parte integrante da
ação pedagógica (Horn, 2004, p.20).
Nas salas da Creche B há cartazes com fotos das crianças,
figuras, varal com trabalhos realizados por elas, varal do planejamento,
etc. Contudo, ao contrário da Creche A, todos esses materiais ficam
ao alcance e visão das crianças.
As atividades realizadas em salas são organizadas em “cantinhos”.
Estes, por sua vez, proporcionam às crianças uma visão
fácil de todo o campo de ação, incluindo a localização
do adulto e das demais crianças. O espaço, assim organizado,
favorece interações entre crianças, promovendo a
identidade pessoal, o desenvolvimento de competências e habilidades
e, por conseguinte, a construção da autonomia moral e intelectual.
Além disso, os “cantinhos” oferecem oportunidade de
decisões para a criança escolher dentre as opções
existentes aquilo que prefere, desenvolvendo, assim, a autonomia da criança.
“Para conquistar a autonomia é preciso que a criança
tenha, desde pequena, a oportunidade de tomar pequenas decisões
no dia-a-dia” (Vinha, 2000).
É válido dizer, que o planejamento do dia é feito
diariamente com as crianças da Creche B, o qual marca o início
do trabalho. Trata-se de um momento em que as crianças, juntamente
com a professora, decidem o que será realizado naquele dia e qual
a seqüência em que as diferentes atividades acontecerão.
“O planejamento do dia tem como finalidade principal possibilitar
à criança a oportunidade de refletir antes de agir e também
perceber a duração e a ordem de sucessão das atividades
que serão realizadas e, consequentemente, estruturar progressivamente
a noção de tempo” (Mantovani de Assis, 2002, p.208).
Há também na Creche B, o momento de avaliação,
o qual é feito ao final de um período mais longo de trabalho.
Nesse momento, as crianças têm a oportunidade de evocar o
que fizeram, o que sentiram, como se comportaram durante as atividades.
“A evocação das ações, dos acontecimentos,
solicitados pela professora na hora da Avaliação, estimula
a representação, cria oportunidade para que a criança
reflita sobre o que fez, e, consequentemente, julgue seus próprios
atos” (Mantovani de Assis, 2002, p.210)”.
É relevante explicitar que percebi que as crianças da Creche
B são mais comunicativas, se expressam melhor em relação
as da Creche A. Isso pode ser resultado do trabalho de orientação
pedagógica das educadoras da instituição B, as quais
propiciam situações para a realização de atividades
da função semiótica em que são trabalhadas
a linguagem, a imagem mental, a imitação, a criatividade.
Um exemplo de uma situação é a Hora de Roda inserida
na rotina da Creche B. É o momento em que as crianças dispõem
em círculo e se sentam-se no chão para conversar, cantar,
ouvir estórias, fazer o calendário, combinar regras, tomar
decisões.
É importante esclarecer quando afirmo que as educadoras da Creche
A, raramente, propõem atividades direcionadas, desafiantes às
crianças ou que não interagem com elas no momento do parque,
não realizam o Planejamento do Dia com as crianças, ou momentos
de avaliação com as mesmas, refiro-me às profissionais
observadas. Uma vez que a instituição A tem 43 educadoras,
não é possível generalizar o trabalho das mesmas
oferecida às crianças. Ainda mais, pelo fato de que um número
significativo de educadoras ingressou na época do 2º semestre
da realização desta pesquisa. O que pretendo explicitar
é que as educadoras podem ter realizado tais momentos de atividades
com as crianças, quando eu não estava presente na instituição.
Entretanto, se foram poucas as vezes que observei atividades em sala,
por exemplo, indica que este tipo de organização de trabalho
não está estabelecida na rotina das crianças. No
entanto, em alguns discursos das profissionais e coordenadoras pedagógicas
dessa instituição - as quais afirmam que tem se exigido
das profissionais propor atividades estimulantes diariamente às
crianças, fazer registro a respeito dos progressos no desenvolvimento
das mesmas, realização de Planejamento do Dia com elas,
etc.- justificam que a Creche A tem passado por um processo de mudanças
no que diz respeito à proposta pedagógica.
Em relação ao cuidado com a saúde das crianças,
é relevante destacar que a Creche A desempenha um ótimo
trabalho, no qual é oferecido orientações nutricionais
para às mães gestantes, programa de saúde às
crianças e aos servidores da Creche. Assim, mensalmente é
feita a coleta de dados antropométricos (peso, altura e perímetro
cefálico) de todas as crianças e anotado no gráfico
de crescimento e desenvolvimento. Este procedimento, por sua vez, norteia
a enfermeira na avaliação do quadro de saúde da criança.
A saúde faz parte do processo educativo e é uma parte importante
do desenvolvimento infantil. O processo educativo e o desenvolvimento
infantil acontecem continuamente. Não cabe somente a família
ou apenas para a instituição infantil os cuidados com a
saúde da criança, porém ambas são as responsáveis.
Caso contrário, o resultado educacional não será
satisfatório.
A seguir tem-se o exemplo do ambiente de uma sala da
Creche B:
As crianças do Maternal III (3 à 4 anos) estavam juntamente
com a educadora sentadas em roda. A educadora propôs às crianças:
-Gostaria de ouvir de cada um de vocês o que é legal e o
que não é legal fazer na creche e na sala do Pooph (nome
da sala do Maternal III). Anotarei as respostas de vocês, neste
cartaz, e pendurarei na parede da sala. Então, as crianças
disseram o seguinte:
O Que
Não É Legal |
O Que
É Legal |
Bater |
Brincar
De Boneca |
Bater
Em Mim |
Brincar
De Carrinho |
Gritar |
A Creche |
Ir Ao
Banheiro Sem Ordem |
Tomar
Banho |
Correr,
Etc |
Etc |
Então,
a educadora disse:
- Quando alguém bater em você , você diga a ele : “Olha
lá (no cartaz) não é legal bater”.
É interessante dizer que todas as crianças dessa sala participaram
da atividade. Atividade esta, que ajudam a se expressar, coordenar idéias,
emitir opiniões, ouvir diferentes gostos.
“O
papel do professor é selecionar temas para a discussão das
crianças, orientar o estabelecimento de regras e a tomada de decisões,
registrar e expor as regras e colocá-las em prática, com
o auxílio das crianças” ( DeVries, 1998, p. 156).
O exemplo mostra como tal atividade proposta pela educadora e realizada
com as crianças possibilita que a heteronomia das crianças
se reduz, ou seja, que se diminua a regulação moral e intelectual
da criança por outros. Pois, segundo DeVries, as crianças,
nas salas construtivistas, têm uma sensação de propriedade,
de necessidade e responsabilidade em relação às regras
da classe, que é resultado de fazerem suas próprias regras.
O estabelecimento de regras e a tomada de decisões são atividades
nas quais as crianças praticam a auto-regulação e
a cooperação.
Assim, quando uma criança batia na outra, a educadora chamava-as
e dizia que bater no colega era uma atitude ruim, pois não se bate
no amigo. Além disso, a educadora relembrava o que a criança
havia dito sobre “o que não é legal fazer”:
bater. A criança, por sua vez, dizia que não iria mais bater.
Portanto, o sentimento de propriedade das regras traduz-se em uma disposição
para aplicá-las corretamente, podendo, dessa maneira, desenvolver
a capacidade de assumir a responsabilidade pela regulação
do próprio comportamento.
Além disso, quando as crianças se sentem donas da regra,
elas recorrem à mesma quando é necessária ou quando
outros não a obedecem. Frequentemente, encontrava-se uma criança
da Creche B recorrendo a uma regra estabelecida para relembrar aos colegas
que a desobedeciam. Por exemplo, uma criança na Hora do Filme disse
a um grupo de colegas, que estava inquieto, para não fazer bagunça
pois era o momento do filme.
É importante dizer, que “crianças morais” não
significa crianças meramente obedientes, que conhecem as regras
morais de outros, agem de forma socialmente positivos, conformam-se as
convenções sociais da boa educação, têm
um lista de traços de caráter e são religiosas. Ao
invés disso, crianças morais, segundo DeVries, são
crianças que enfrentam questões interpessoais. Contudo,
na Creche B as crianças deparam com tais questões em sua
vivência. Deste modo, nos conflitos entre as crianças dessa
creche, a educadora despende tempo para ajudá-las a superá-los.
É importante dizer, que os conflitos são seriamente considerados
como oportunidade para ajudar as crianças a pensarem sobre o ponto
de vista de outros e a imaginar como negociar com eles. Assim, quando
uma criança, por exemplo, reclamava que o colega havia batido nela,
a educadora, geralmente, dizia-lhe: “O que temos que dizer nesta
hora?” ;“Se você não fala as pessoas não
compreendem”; “ O que você poderia dizer a seu colega?”;
“Diga a ele que você não gostou.”
Durante as observações, pôde-se notar que a Creche
B é típica de experiências as quais a figura da criança
torna-se o centro. Uma vez que, as idéias e participação
das crianças são valorizadas, quando, por exemplo, as crianças
sugerem o que cantar coletivamente, recordam e encenam a história
dos “Três Porquinhos” , participam da escolha de atividades,
etc. Tais oportunidades oferecidas às crianças caracterizam-se
por usos de estratégias persuasivas, tais como encorajar a geração
de idéias, oferecer opções, desenvolver as idéias
das crianças ( DeVries, 1998). Deste modo, as interações
das profissionais com as crianças são respeitosas porque
levam em consideração a perspectiva da criança e
apelam para tendências cooperativas.
Tendo como finalidade comparar a intervenção pedagógica
de uma educadora da Creche A com uma educadora da Creche B, tem-se a seguir
dois fatos ocorridos:
Creche A:
Na Hora do Lanche, uma criança estava brincando com a jarra de
suco e, quando a educadora viu que quase derrubou , chamou a atenção
com um tom de voz alto e disse-lhe que ela ficaria sem andar de motoca
(algo que a criança gostaria muito) devido à desobediência.
Imediatamente, a criança ficou cabisbaixo e pôs-se a chorar
.
Creche B:
No momento da refeição, uma criança estava brincando
querendo alcançar a jarra de suco. De repente, quando alcançou,
a jarra girou e suco foi derrubado na mesa. A educadora, imediatamente,
disse-lhe:
- Não se brinca com a jarra de suco. Agora, você irá
me ajudar a limpar.
Os dois
fatos possibilitam-nos identificar os tipos de sanções utilizados
pelas profissionais e, consequentemente, o tipo de ambiente sócio-moral
que é cultivado.
Piaget distingue dois tipos de sanções: as sanções
expiatórias e as sanções por reciprocidade. As sanções
expiatórias ou punitivas são caracterizadas pela coerção
e por uma relação arbitrária entre a sanção
e o ato sancionado. As sanções por reciprocidade, por outro
lado, são caracterizadas por uma coerção mínima
e têm uma relação “natural” ou “lógica”
com o comportamento desaprovado.
Tendo tais definições, podemos analisar que a educadora
da Creche A utilizou de uma sanção expiatória, pois
privou a criança de andar de motoca por ter brincado com a jarra
de suco. Contudo, não há qualquer relação
“lógica” entre ter brincado com a jarra de suco e ser
privado de andar de motoca. É devido ao fato dessa relação
ser arbitrária que a criança sente a necessidade de mudar
o seu comportamento apenas para evitar a punição, pois castigos
expiatórios impedem a criança de qualquer reflexão
sobre seus atos.Assim, mesmo essa educadora bem intencionada sente que
é de sua responsabilidade ser autoritária e oferecer às
crianças regras e expectativas para o comportamento e discipliná-las
pelo uso de recompensas e punições. “Embora (...)
muitos tentam combinar uma atitude autoritária com afeto e atividades
centradas na criança, as crianças ainda sabem onde está
o poder. Elas sentem os efeitos da coerção” ( DeVries,
1998, p. 35).
Em relação à atitude da profissional da Creche B,
nota-se que ela não puniu a criança, porém, pediu-lhe
para ajudá-la a reparar, a limpar o que havia feito. Essa atitude
da professora implica num relacionamento cooperativo entre adulto e criança.
É válido considerar que quando uma pessoa estraga alguma
coisa, ela já se sente mal com o ocorrido. Assim, a educadora da
Creche B, ao chamar a criança para reparar a conseqüência
de sua atitude errônea, dizendo-lhe: “Agora, você me
ajudará a limpar”, a criança não se sentirá
mais constrangida, mas, talvez, aliviada. Esse tipo de atitude fará
com que ela tome mais cuidado da próxima vez.
Portanto, é significativo dizer que, o tipo de sanção
utilizada pela profissional da Creche A promove a heteronomia da criança,
ou seja, a necessidade de ser regulada, controlada por um adulto. Uma
vez, que as atitudes que tendem a ser justificadas em nome da autoridade
do adulto são muito pouco eficazes para provocar mudanças
estáveis na conduta das crianças . (Delval, 1994). Enquanto,
que a sanção por reciprocidade utilizada pela educadora
da creche B, desenvolve a autonomia da criança. Haja vista que,
“esse modo de sancionar o comportamento infantil garante que a criança
tenha a possibilidade de agir voluntariamente, construindo, por si mesma,
as suas próprias regras gerais” (Assis, 2002, p.187).
7. CONSIDERAÇÕES
FINAIS
É
durante os primeiros anos de vida que se constroem as estruturas básicas
do pensamento, iniciam-se os mecanismos de interação com
o ambiente e a sociedade, e adquire-se a noção da própria
identidade. Por isso, a intervenção e a gestão das
instituições responsáveis pela formação
no âmbito educacional infantil têm a seu cargo uma tarefa
profissional de grande transcendência humana e social (Arribas,
2004, p.15).
Ao medir
a importância que há numa orientação pedagógica
qualificativa na primeira infância para o desenvolvimento pleno
do indivíduo, o presente estudo teve como principal objetivo conhecer
as propostas pedagógicas de duas creches da cidade de Campinas
e analisá-las, a partir dos princípios pedagógicos
do construtivismo piagetiano, com o intuito de compará-las para
saber se tais instituições realmente propiciam o desenvolvimento
infantil ou têm apenas uma finalidade assistencial.
Para alcançar tal objetivo, utilizamos o recurso da observação
direta e da entrevista, os quais permitiram coletar informações
a respeito dos objetivos das instituições, da prática
pedagógica que utilizam e da formação profissional
dos sujeitos que atuam diretamente com as crianças em ambas as
creches.
Na interpretação dos resultados da entrevista, concluímos
que as profissionais da Creche A demonstraram um desempenho melhor no
que diz respeito aos conhecimentos teóricos da área de Educação
Infantil. Entretanto, a prática pedagógica, verificada por
meio da observação, indicou o inverso: as profissionais
da Creche B mostraram desenvolver um trabalho educativo visando ao desenvolvimento
da criança em todos os seus aspectos, enquanto as da Creche A apresentaram
um trabalho que representa uma transição entre a orientação
assistencialista e a pedagógica. Portanto, a análise das
observações ofereceu-nos a oportunidade de constatar a existência
de diferentes concepções de proposta pedagógica.
Em síntese, apesar das profissionais da Creche A terem se sobressaído
melhor na entrevista, constata-se um desencontro entre os fundamentos
teóricos apresentados nas respostas e as orientações
pedagógicas das profissionais observadas. Enquanto, que as profissionais
da Creche B evidenciaram um atendimento que propicia o desenvolvimento
global das crianças.
É válido dizer, que as educadoras da Creche B participaram
de um Projeto de Formação Continuada para Profissionais
de Instituições de Educação Infantil, porém
as da Creche A não possuem formação específica
para trabalhar em creche.
Portanto, os resultados da pesquisa comprovaram que a qualidade do atendimento
de ambas instituições está diretamente relacionada
à formação das profissionais que atuam junto às
crianças.
Entretanto, muitos e importantes passos a instituição A
tem dado na direção de atendimento de excelência,
o qual propicie às crianças o desenvolvimento pleno de suas
capacidades.
Enfim, espera-se que, críticas e propostas apresentadas nesta pesquisa,
tenham a meta de ser objeto de análise e geradoras de novas discussões.
8. REFERÊNCIA
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