Claudia Luiza Caimi – Universidade de Ijuí
– UNIJUI
El papel del profesor, me parece, es hacer que la pluralidad
sea posible. Y eso es dar un sentido de la contingencia, de la relatividad
y, en definitiva, de la libertad. Jorge Larrosa.
Uma das características do ensino atual é
tomar o conhecimento da perspectiva da ciência e da tecnologia,
como algo objetivo, universal e impessoal. A ciência moderna leva
para o conhecimento a proposição do método, transformando-o
em experimento, séries reguláveis a partir das quais podemos
conhecer a verdade das coisas e dominá-las. Nessa perspectiva,
o conhecimento é algo de que podemos nos apropriar e pragmaticamente
utilizá-lo.
São indiscutíveis os benefícios individuais e sociais
que o desenvolvimento desta possibilidade de conhecer nos legou, mas também
é inegável o resultado de uma formação técnica,
que tomou da ciência seu aspecto mais instrumental e transformou
a maior parte do conhecimento que circula na escola em métodos,
informações e regras a serem decorados. Mesmo nas disciplinas
que fazem parte das ciências humanas, o conhecimento é, geralmente,
trabalhado como informações e regras a serem repetidas,
basta lembrar o “famoso” esquema da redação
(introdução, desenvolvimento e conclusão), muito
divulgado pelos cursos pré-vestibulares, que nos indicava, inclusive,
o número de argumentos que deveríamos utilizar para defender
uma idéia ou tese. Ou seja, o próprio ato de expressão
escrita tinha um modelo único. O que a escola gerou, quando da
incorporação desse lado instrumental da ciência, é,
como nos mostra Larrosa (1996, p. 24 ), um saber que não mais “configura
una personalidad, un carácter, una sensibilidad o, en definitiva,
una forma humana singular que es a la vez una ética (un modo de
conducirse) y una estética (un estilo). Pois o conhecimento é
apropriação e domínio do mundo a partir da acumulação
de verdades objetivas que devem permanecer externas ao homem, não
interferindo no seu modo de ser e de agir.
É sempre freqüente na fala de professores a queixa de que
os educandos são incapazes de se mostrar reflexivos, críticos
e criativos. A “culpa” desta “deficiência”
é atribuída à cultura midiática, mercadológica,
neutralizadora de conflitos e alienante, na qual os alunos estão
mergulhados e configuram sua percepção. Acontece que os
professores desconhecem muitas vezes que reproduzem um conhecimento que
é meramente informativo, focado em fenômenos pontuais e desconectados
da realidade e da vida humana, distribuídos em horários
fixos e grade horária fragmentada, proporcionando uma formação
em que os educandos não encontram nenhum vínculo significativo.
Ou seja, o que é oferecido pela escola é da mesma natureza
do produto cultural produzido pela mídia, não é seu
oposto, a mídia só tem mais força de sedução
porque pode se utilizar livremente da imaginação e do lúdico,
associados ao consumo e ao espetáculo.
Neste contexto de formação o lúdico e o imaginário
foram colocados ao lado do subjetivo e associados com irrealidade, ficção,
fantasia, sonho, perdendo todo valor cognoscitivo que os antigos lhes
atribuíam, e agregando-os ao âmbito do informe psicológico.
A imaginação e o lúdico só são valorizados
no âmbito escolar, nos primeiros anos de escolarização,
quando ainda não temos “o conhecimento” em forma de
conteúdo e disciplinas. Percebe-se que não é a ludicidade
e o caráter imaginativo inerente a formas de conhecimento, mas
a presente na criança, ou seja, é uma questão de
desenvolvimento psicológico, como se, posteriormente, essas capacidades
fossem perdidas, não mais fizessem parte da capacidade cognitiva
do homem. E, também, como se o conhecimento fosse algo que se estabelecesse
somente no âmbito do abstrato, do lógico, do formal, da série,
da enumeração, ou seja, na perspectiva dessas categorias
que sustentam uma dimensão mais metódica do saber, aqui
pensando na herança de Descartes.
É certo que há um sem número de propostas lúdicas
ou que se utilizam de materiais (obras artísticas literárias
ou visuais) criativos ou de atividades criativas do tipo “invente
um personagem”, “desenhe o que mais gostou na história”
ou “jogos matemáticos” na escola. Esses recursos e
atividades são utilizados/desenvolvidas nos primeiros anos de escolarização
até, pelo menos, a quarta série do ensino fundamental. O
que se tematiza é a opção por uma forma de conhecimento
e um método na formação escolar, o científico.
Isso significa que além de haver um certo privilégio nas
disciplinas desse campo do conhecimento, as outras, que não fazem
parte desse conjunto, como língua portuguesa, história,
literatura, etc, são desenvolvidas a partir do método científico
que privilegia o conhecimento constituído na perspectiva da lógica,
do formal, da série, entre outros.
Para ficar restrito ao campo temático de atuação
do professor de língua portuguesa, responsável pelo trabalho
com literatura e leitura, percebe-se que uma grande parte dos professores
ainda abordam a língua pela gramática e a literatura pelos
períodos. É certo que estes são “conteúdos”
da disciplina, mas também é possível ensinar a língua
pela análise lingüística (gênero, texto, discurso,
aquisição) e a literatura pela leitura de obras literárias.
Porém, quando há leitura de obras literárias, não
raras vezes, a leitura surge como exercício de interpretação.
Mesmo que o exercício hermenêutico seja inerente ao texto,
percebe-se que a condução da atividade é permeada
pelo método científico a partir do qual o aluno primeiramente
observa elementos no texto –seleciona, destaca, enumera-, num segundo
momento relaciona elementos intratextuais e/ou extratextuais e, por fim,
infere conclusões que, em alguns casos, podem ser solicitadas a
partir da opinião do leitor, de preferência fundamentada
pelas questões anteriores.
Quando a opinião é solicitada ao leitor, sem a condução
metodológica acima exposta, tem-se, na maioria das vezes, o silêncio.
Como o soldado que volta da guerra em Benjamin (Benjamin, 1986, p. 195).
Nada tem o aluno a dizer além de “gostei” ou “não
gostei”. A leitura é espetáculo, deu-se fora, é
uma atividade feita, mas não tida, como a maioria da percepção
desse leitor mergulhado na cultura midiática e na formação
científica. Leitor que não “experiencia” a obra,
pois é incapacitado de ter e transmitir experiências, só
lhe sendo possível a banalidade do cotidiano repleto de acontecimentos
– divertidos, tediosos, insólitos, comuns, atrozes - não
significativos, porque desapropriados de autoridade que se fundamenta
num dizer - palavra e relato -, já que nada dispõe nem é
embasado de experiência para sustentar essa autoridade (Benjamin
W., O narrador, 1983). Disso resulta que a realidade só pode ser
concebida como objeto de contemplação.
Quando o mundo real se transforma em simples imagens, as simples imagens
tornam-se seres reais e motivações eficientes de um comportamento
hipnótico. O espetáculo como tendência a fazer ver
(por diferentes mediações especializadas) o mundo que já
não se pode tocar diretamente, serve-se da visão como o
sentido privilegiado da pessoa humana – o que em outras épocas
fora o tato-; o sentido mais abstrato, e mais sujeito à mistificação,
corresponde à abstração generalizada da sociedade
atual. (Debord, 1997, p.18)
Fora da escola a fantasia, a imaginação e o lúdico
alojam-se no lazer, no entretenimento, no espetáculo, naquilo que
é visto (imagem) e, de preferência, que contenha apelo imediato
- sentimentalismo, agressividade, erotismo, medo - todas essas emoções
primárias, de intensidade temporal, que Umberto Eco chama de estruturas
de consolação (Eco, 1970)- , mas são oferecidas como
irreais, sendo, portanto, não verdadeiras. Como irrealidade, falsidade
e sensação não fazem parte do conhecimento.
A fantasia neste contexto tem, em primeiro plano, um caráter alucinatório,
de alienação mental e de fantasma, daquilo que é
e não é ao mesmo tempo, acolhendo a ambigüidade e a
ambivalência, características negativas ao desenvolvimento
do saber seguro, que deve atingir uma verdade indubitável. Num
segundo plano, um caráter de desejo, que se caracteriza pela inapropiação
do objeto de desejo e, portanto, de sua satisfação. A fantasia
escapa à objetivação (distância, isolamento),
eliminando os limites entre o objetivo e o subjetivo, o corpóreo
e o incorpóreo, pois é impossibilitadora da apropriação
do objeto focado.
O lúdico, por sua vez, ou é compreendido como mera diversão,
descanso para as atividades sérias, porque interessa distrair,
provocando emoções vivas e não simbolizadas, ou é
compreendido como pura disputa, em que são provocadas potencialidades
a serem superadas em busca do melhor, do mais eficaz. Raras vezes o lúdico
é compreendido como uma forma plena de estar no mundo, sem determinismo
nem pressuposto, inerente a toda e qualquer cultura em que o fato imprevisível
surge como um momento concentrado em si mesmo. Como movimento de vai e
vem que faz renascer continuamente a possibilidade do novo, sendo, portanto,
abertura para “uma realidade que supera” (Gadamer, 1988, p.
153) os envolvidos.
Tanto o lúdico como o imaginário, como expressão
de experiência plena, são excluídos do conhecimento
Esta separação entre a experiência e o conhecimento
dá-se ainda entre os gregos. Num período anterior ao pensamento
filosófico, a imaginação era um médium do
conhecimento, tinha assegurado um papel cognoscitivo. No discurso arcaico
o verdadeiro está vinculado à enunciação –
do poeta, do rei, do adivinho- que instauram o real no dito, ficando o
receptor passivo diante da palavra eficaz que institui em ato, pura potência
que traz em si ação (Detienne, 1980). Detienne defende que
no pensamento religioso-poético, que antecede ao pensamento racional,
a palavra alétheia (verdade) mantém com outras potências:
léthe (esquecimento), Peithó (persuasão) e apaté
(engano) relações que determinam a natureza de sua significação.
Observa o autor que na poesia, como no pensamento religioso, a passagem
de aléthea a lethé traduz-se em termos de semelhança,
pois é estabelecida uma equivalência ou, ao menos, um tipo
de participação entre os dois termos da comparação,
tendendo a uma idéia fundada no jogo de semelhança dos contrários,
de coisa dupla. Através da memória se constitui a verdade
poética, mas memória e esquecimento estão ligados,
já que a verdade do poeta é assertiva, não se opõe
à mentira ou ao falso, mas ao esquecimento. Com lethé dá-se
uma relação de contraste antitético e complementar,
marcando uma ambigüidade pelo jogo do verídico e do enganoso,
já que a verdade se reveste do engano e o verdadeiro não
nega jamais o falso. Como o mundo divino/poético é profundamente
ambíguo, no plano do engano (apaté) está a idéia
de uma presença na ausência e, complementarmente, a de uma
ausência na presença.
Todo o desenvolvimento do pensamento inaugurado pelos pré-socráticos
está ligado à separação da palavra do domínio
da ação. Na palavra laica, a ação é
inscrita no tempo e distinta do discurso. O discurso como realidade autônoma
é submetido as suas próprias leis: conformidade com os princípios
lógicos e com o real, submetendo-se à necessidade de referenciar
sua verdade. Platão define no Teeteto como verdadeiro conhecimento
a ciência: sistema de opiniões verdadeiras travadas pela
razão dialética, que se mostra mais estável porque
encadeia (através da lógica) as opiniões verdadeiras
e possibilita uma ascensão segura do mundo do relativo para o mundo
do absoluto. Tanto a sofística quanto a poesia mimética,
por utilizarem a persuasão e não a demonstração,
são incapazes de alcançar o verdadeiro conhecimento. Só
imitam sem conhecer, enquanto a dialética imita conhecendo.
Um segundo momento decisivo dessa separação dá-se
com o nascimento da ciência moderna. Com Descartes a experiência
é eliminada do conhecimento, que busca “idéias claras
e distintas”, pois apresenta-se incompatível com a certeza.
O pensamento autônomo, seguro e indubitável afasta-se da
tradição, das certezas subjetivas das paixões, dos
desejos, das emoções, das fantasias e toda a variabilidade
e particularidade decorrentes da contingência e da arbitrariedade.
De forma que, para Descartes, entre o res cogitans e res extensa a fantasia
e a imaginação não são necessárias,
não há necessidade de nenhuma mediação para
o ato de inteligência.
La certificación científica de la experiencia efectúa
en el experimento – que permite deducir las impresiones sensibles
con la exactitud de determinaciones cuantitativas y por ende prever impresiones
futuras - responde a esa pérdida de certeza que desplaza la experiencia
lo más afuera posible del hombre: a los instrumentos y a los números.
Pero de este modo la experiencia tradicional perdía en realidad
todo valor. (Agamben, 2004, p.14)
A ciência moderna propõe o experimento no
lugar da autoridade (da tradição e da ação),
neste sentido, propõe um sujeito do conhecimento que reúne
em si as propriedades do intelecto separado do sujeito da experiência,
como uma realidade psíquica substancial e autônoma. Ela desprezou
e desqualificou como conhecimento ou saber verdadeiro o que não
podia ser quantificado e objetivado. E a escola que surge neste cenário
se solidifica confiando na descrição quantitativa do mundo,
na demonstração estatística, nas generalizações,
na reprodutividade experimental e na fé do poder da razão.
O surgimento do pensamento filosófico entre os gregos e do científico
na modernidade foram marcos da opção por um conhecimento
que se estabelece na confiança em uma razão que se funda
numa lógica causal e opositiva. Essa, porém, apesar de ter
sido acolhida para sustentar a formação escolar, não
gozou de absoluta unanimidade. Desde Platão, mesmo tendo expulsado
os poetas da Polis, a lógica da semelhança atormenta o pensamento.
Essa lógica, presente no pensamento mítico-poético,
acata os contrários como complementares (Detienne, 1980), como
sombra deslocando-se progressivamente ao outro recíproco. Esse
pensamento obedece a uma lógica de contrariedades, no qual a ambivalência
constitui um mecanismo essencial. Desta forma, a lógica da semelhança
acata o jogo, o paradoxo, o instável, a indeterminação,
todos esses conceitos que hoje estão presentes na maioria dos pensadores
contemporâneos, nas várias áreas do conhecimento,
mas que a escola ainda não acolheu no processo de formação.
Trazer a lógica da semelhança para o conhecimento foi o
empreendimento de Vico na Ciência Nova. Para Vico a natureza humana
não é imutável. Daí a razão não
possuir um núcleo central, uma essência que permanece idêntica
a si-mesma. No ato de conhecer os homens transformam-se a si-mesmos e
ao mundo, só podendo conhecer o feito, já que a verdade
e o fato são a mesma coisa. A verdade só pode ser encontrada
no domínio de tudo aquilo que o homem fez ou produz, naquilo que
é expressão da vontade humana. E como dentre as muitas produções
humanas a linguagem é o subsistema simbólico e normativo
que imprime em si as formas de vida e da experiência, é no
mergulho nas formas de linguagem da humanidade que Vico distingue outras
possibilidades de conhecer para além das categorias tradicionais
do dedutivo a priori e do empírico a posteriori.
Vico distingue a linguagem mitopoética da linguagem silogística.
A linguagem mitopoética anima toda a natureza mediante o emprego
da semelhança, que se constitui por analogias, primitivamente através
de antropomorfização e depois por metaforização,
e por ludismo, reprodução das constantes que adquirem possibilidade
e levam ao deleite. Esta linguagem, como a silogística, também
apresenta um princípio classificador. Mas enquanto a linguagem
silogística forma os universais lógicos a partir dos princípios
da identidade, da não contradição e do terceiro excluído,
a linguagem mitopoética forma os gêneros inteligíveis
das coisas em universais poéticos: deuses, heróis, ritos,
entre outros, a partir da analogia e do ludismo, respectivamente, compreendidos
pelo autor como participação e repetição.
Os homens primeiramente sentem sem se aperceberem, a seguir apercebem-se
com o espírito perturbado e comovido, e, finalmente, refletem com
mente pura.
Esse aforismo é o princípio das sentenças poéticas,
que são formadas com sentidos de paixões e de afetos, diferentemente
das sentenças filosóficas, que constituem pela reflexão
e mediante raciocínios. Por isso estas marcham vigorosamente para
a verdade,quanto mais se alçam para os universais; e aquelas, tanto
mais acertadas resultam quanto mais se apropriam dos particulares. (Vico,
1988, p. 152)
Para Vico, o pensamento fantástico - veiculado
pela linguagem mitopoética - que no princípio fingiu os
mitos e depois aloja-se nas imagens, nas formas das coisas que a fantasia
muda, separa, compõe, vincula-se com a experiência social
guardada na memória. Assim, a analogia e a imaginação
reconstrutiva são métodos de conhecimento, já que
a fantasia tem o poder de modelar as imagens das coisas, gerando novas
formas sendo, portanto, criadora. O lúdico, por sua vez, revela
o prazer que o homem sente ao constituir o uniforme, formando constantes.
São as coisas verossímeis que possibilitam e regulam a vida
prática. A retórica, a história, a poesia, a prudência,
para o autor, não se baseiam em verdades do tipo matemático,
constroem-se à margem da razão abstrata.
A defesa de Vico a outras formas de conhecimento, como sabemos, não
teve êxito no século XVIII, século em que a grande
maioria dos pensadores acatou o argumento socrático e racionalista
do imaginário/tradição/lúdico/opinião
como o outro (contrário) da razão.O rompimento desse movimento
dá-se com os “mestres da suspeita” nas palavras de
Foucault (Foucault, s/d): Marx, Freud e Nietzsche, e depois com seus seguidores,
apontando a para a ideologia, o inconsciente e o caráter metafórico
da linguagem e, conseqüentemente, colocando em questão a razão
fundamentada numa metafísica da verdade. O que não impediu
que a racionalidade instrumental e mercantil se estendesse por nosso tempo
e se estabelecesse na formação escolar.Temos ainda, e cada
vez mais, nós, professores de literatura, pedagogia, arte, educação
física, história e até mesmo filosofia de dizer e
de justificar o porquê de estarmos ou termos de estar na escola,
diferente dos professores de matemática, física, ciências
e mesmo de língua portuguesa (claro que instrumental) que se justificam
na própria ciência que praticam.
Walter Benjamin segue os rastros de Vico na busca de evidenciar novas
formas de conhecer. A complexidade na formulação de suas
idéias e o caráter inovador do seu texto frente ao pensamento
iluminista científico, que ele constantemente denomina como o “modo
burguês de pensar”, assustam muitos de seus leitores. Precisamos
estar de acordo com ele em buscar as “ruínas da história”,
o que foi esquecido ou deixado de lado, para compreender a relação
presente em seu pensamento entre um modo mítico e um modo pragmático
de conhecimento. Benjamin toma o conjunto mythos/logos como um projeto
emancipador, denunciando que o projeto iluminista de desvincular radicalmente
a razão do pensamento mítico acaba por tornar-se mitológico
– reificado. Benjamin não se torna um partidário do
mito, mas reconhece a impossibilidade de eliminá-lo do conhecimento,
aceita-o a fim de melhor conhecê-lo, buscando não explicá-lo
através de conceitos, mas revelá-lo através de um
método que acopla o conceito à imagem. Ao assumir a ambigüidade
do mito, característica da própria modernidade, é
de dentro dela que Benjamin forja o caminho que se afasta do mito na busca
da verdade histórica.
Sua compreensão da realidade moderna como multifacetária
e ambivalente é expressada numa dimensão filosófica
que também se nutre da ambigüidade que está na constituição
desse período desigual e de difícil apreensão. Benjamin
nega o pensamento regido pela lógica da identidade e a da não-identidade
no processo dialético e sucessivo da contradição
e recomposição. Substitui este por uma lógica da
semelhança em que nunca há identidade entre sujeito e consciência
e sim uma contigüidade, um “ao mesmo tempo” que possibilita,
em alguns momentos, como relâmpagos, figurações privilegiadas,
imagens, que não negam o outro, pois este está como uma
presença ausente que se manifesta nas correspondências no
tempo e no espaço.
É num universo intermediário e ambíguo do reconhecimento
e produção de semelhanças que busca seu entendimento
na faculdade mimética evidenciada no comportamento do homem em
tempos remotos e em estados de metamorfose na atualidade. A tese defendida
pelo autor nos textos “Teoria das semelhanças” (1992),
e “Sobre a faculdade mimética” (1996), é a de
que a aparente fragilização, e uma conseqüente extinção
da faculdade mimética na modernidade é, na verdade, uma
transformação, pois nem as forças miméticas,
nem os objetos miméticos permaneceram imutáveis no curso
do tempo, de forma que a energia mimética e a apreensão
mimética abandonaram certos espaços e ocuparam outros. Esse
caráter de movimento e transformação das semelhanças,
Benjamin o evidencia evocando antigas tradições como a astrologia,
que proporciona configurações sensíveis dotadas de
um caráter mimético extra-sensível. A semelhança
não-física, que atribui à existência humana
no instante do nascimento as instruções/prescrições
de uma semelhança (pré-existencial) com os processos celestes,
é difícil de ser compreendida na atualidade, pois opomos
o saber mágico ao racional. No entanto, para o autor, as linguagens
oral e escrita são cânones que hoje nos possibilitam vislumbrar
essas semelhanças, apesar de se apresentarem efêmeras e transitórias,
pois só são possíveis de ser recuperadas, nunca fixadas.
Benjamin observa que a lei da semelhança rege o círculo
existencial numa dimensão bem mais ampla do que hoje percebemos
conscientemente. Neste sentido, ele entende que o conhecimento das esferas
do semelhante possibilita compreender os domínios do “saber
oculto”, de uma dimensão mimética que hoje está
velada na linguagem. Isso não impede que também o homem
reaja às semelhanças já existentes no mundo, produzindo
semelhanças com suprema capacidade. Essa capacidade é observada
por Benjamin tanto no brincar infantil quanto na arte. Podemos então
entender que a produção de semelhanças é uma
forma de conhecer o mundo que se evidencia no modo como a criança
apreende o mundo e a linguagem.
No pensamento de Walter Benjamin, a formação da criança
(Bildung) não se constitui simplesmente no espaço de aprendizado
formal, mas dá-se essencialmente fora desse âmbito. A aprendizagem
paralela, clandestina, efetua-se no lúdico que elabora uma certa
experiência (Erfahrung) intensa, na qual as crianças penetram
nas coisas. Nessa “experiência”, as coisas e a própria
linguagem surgem como desconhecidas, em uma relação de fascínio
e de subversão crítica, em que os fundamentos da alienação
do homem, pela perversão contida na linguagem no mundo moderno,
são revelados.
Para o autor a “lei” que rege o brinquedo é a da repetição
que quer restaurar, reestabelecer uma satisfação primordial.
Essa essência do brincar, que não é um fazer “como
se”, mas um fazer “sempre de novo” - o estado de êxtase
sempre acaba -, está intensamente relacionada com a semelhança
efêmera e transitória, que também só é
possível de ser recuperada, nunca fixada.
A criança brinca, além de “imitar” os adultos
nas suas atividades e modos de ser, ela se faz de moinho de vento, de
trem, ou seja, também imita objetos e coisas. Essa é uma
dimensão criativa e produtiva da semelhança que Benjamin
liga à arte, à produção do conhecimento e
à aprendizagem. No seu livro Infância em Berlim por volta
de 1900 (1987), Benjamin registra as muitas metáforas desse gesto
mimético - mágico - da criança:
Conhecia todos os esconderijos do piso e voltava a eles
como a uma casa na qual se tem a certeza de encontrar tudo sempre do mesmo
jeito. Meu coração disparava, eu retinha a respiração.
Aqui, ficava encerrado num mundo material que ia se tornando fantasticamente
nítido, que se aproximava calado. Só assim é que
deve perceber o que é corda e madeira aquele que vai ser enforcado.
A criança que se posta atrás do reposteiro se transforma
em algo flutuante e branco, num espectro. A mesa sob a qual se acocora
é transformada no ídolo de madeira do templo, cujas colunas
são as quatro pernas talhadas. E atrás de uma porta, a criança
é a própria porta; é como se a tivesse vestido com
um disfarce pesado e, como bruxo, vai enfeitiçar a todos que entrarem
desavisadamente. (1987, p. 91)
Em nosso jardim havia um pavilhão abandonado e carcomido. Gostava
dele por causa de suas janelas coloridas. Quando, em seu interior, passava
a mão de um vidro a outro, ia me transformando. Tingia-me de acordo
com a paisagem na janela, que se apresentava ora chamejante, ora empoeirada,
ora esmaecida, ora suntuosa. Acontecia o mesmo com minhas aquarelas, onde
as coisas me abriam seu regaço tão logo as tocava como uma
nuvem úmida. Coisa semelhante se dava com as bolhas de sabão.
Viajava dentro delas por todo o recinto e misturava-me ao jogo de cores
de suas cúpulas até que se rompessem. Perdia-me nas cores,
fosse nos céus, numa jóia, num livro. (1987, p. 101)
Seja no esconderijo no qual a criança se mimetiza ao objeto, assemelhado
a ele, seja nas cores que a tingem e nas quais se perde, é através
da experiência intensa da semelhança que a criança
penetra nas coisas. Os objetos tornam-se enigmas e transformam-se em jogo,
distanciando-se de seu valor como instrumentos e assumindo um magnetismo
coletivo, uma configuração essencial. Benjamin diz que provavelmente
“antes de penetrarmos pelo arrebatamento do amor, a existência
e o ritmo, freqüentemente hostil e não mais vulnerável
de um ser estranho, é possível que já tenhamos vivenciado
essa experiência desde muito cedo, através dos ritmos primordiais
que se manifestam nesses jogos com objetos inanimados nas formas mais
simples” (1984 b, p. 74). Assim, o jogo de recriar para si o fato
vivido, experienciando com renovada intensidade uma profundidade de repetição
de uma situação primordial, os sentimentos essenciais, reaparece
numa nova e muitas vezes incoerente relação.
Também no aprendizado da escrita e na leitura das crianças
encontra-se o movimento mimético, pois as crianças escrevem
e lêem penetrando na palavra, projetando sua fantasia no jogo, aprendendo
na imagem e estabelecendo uma relação figurativa com o objeto.
Para Benjamin, a criança refaz a transição do desenho
ao hieróglifo, a inscrição pela escrita, “descrevendo
as imagens com palavras, as crianças descrevem-nas, de fato, com
rabiscos” (1984 b, p. 56), ou seja, numa relação comum
de configuração entre coisa e escrita. No texto “Visão
do livro infantil” (1987, p. 113), Benjamin relembra um conto de
Andersen em que há um livro no qual tudo está vivo, do qual
as coisas saíam e para o qual voltavam quando se virava a página.
No entanto, diz ele, “não são as coisas que saltam
das páginas em direção à criança que
as contempla, a própria criança penetra-as no momento da
contemplação, como nuvem que se sacia com o esplendor colorido
desse mundo pictórico” (1984 b, p. 53). Essa perspectiva
de leitura da criança, de as palavras, de repente, transformarem-se
em imagens estabelece o jogo das semelhanças. Mesmo quando relata
suas leituras no colégio, Benjamin fala do “folhear extasiado”
em que a “suave atmosfera” dos livros “cativava seu
coração”, pois o distante que estava nos livros conduzia-o
ao seu íntimo, achando-se em sua volta ou dentro dele.
Este movimento à origem não é uma volta ao original,
no sentido de gênese, de um momento cronológico primeiro,
mas antes o fundar de uma temporalidade intensiva em que o passado, esquecido
ou recalcado, surge novamente, sendo retomado e salvo no tempo presente.
Daí não ser possível pensar o jogo mimético
do brinquedo, da produção de semelhanças, desvinculado
da experiência da rememoração do adulto, do reconhecimento
de semelhanças. A importância que o conjunto de textos fragmentários
e diacrônicos da Infância em Berlim por volta de 1900 representa
na reflexão benjaminiana sobre o caráter da semelhança
do jogo infantil não é só a de uma constatação
desse comportamento, mas principalmente a realização do
possível esquecido. Nele é ressaltada a fundamental relação
entre a perspectiva biográfica que se constitui na lembrança
não separada do esquecimento. Na rememoração, o originário,
diz Benjamin, “não se encontra nunca no mundo dos fatos brutos
e manifestos, e seu ritmo só se revela a uma visão dupla,
que reconhece, por um lado, como restauração e reprodução,
e, por outro lado, e por isso mesmo, como incompleto e inacabado”
(1984 a). O retorno é sempre precário, é reconhecimento
de perda de uma totalidade anterior. Assim como no jogo infantil, o momento
de êxtase sempre termina, apesar de a criança estar sempre
repetindo-o, na rememoração da infância a ordem cronológica
é interrompida e desmontada, de modo que a volta à origem
é sempre destruição, mas justamente desses destroços,
como das ruínas na alegoria, uma temporalidade, constituída
na incompletude e na transitoriedade, resgata a historicidade, forja o
novo e possibilita a criação e a crítica.
O jogo infantil e o brinquedo dizem à criança a pura materialidade
das coisas e essa experiência revela ao adulto que rememora, ressalta
Jeanne Marie Gagnebin em uma análise do fragmento “Armários”
, o segredo do inefável, “não de uma verdade escondida,
mas sim a este movimento da mútua transformação e
aniquilação que o gesto de desfazer e refazer a meia-bolso
efetua” (1987, p. 46). A experiência infantil descortina,
portanto, a presença do vazio que é o jogo da significação,
aquilo que poderia ter sido diferente. É na ausência, na
rememoração do passado que nunca é lembrado como
realmente foi e na incapacidade da criança de entender certas palavras
ou manusear certos objetos, que o limite do homem e da linguagem, seu
desajustamento com o mundo, é revelado. Mas é justamente
na experiência do vazio e da ausência que há possibilidade
de eclosão do possível. Esclarece Gagnebin:
É uma imagem dialética [a do passado ressurgido
no presente], como a chama Benjamin. Dialética porque junta o passado
e o presente numa intensidade temporal diferente de ambos; dialética
também porque o passado, neste seu ressurgir, não é
repetição de si mesmo; tampouco pode o presente nesta relação
de interpelação pelo passado, continuar igual a si mesmo.
Ambos continuam passado e presente mas, no entanto, diferentes de si mesmos
na imagem fugitiva que, ao reuni-los, indica a possibilidade de sua redenção.
(1987, p. 47)
Na abordagem de Benjamin da experiência mimética,
lúdica e rememorativa da infância estabelece-se a relação
entre a experiência e a linguagem, permitindo-lhe examinar tanto
o empobrecimento da experiência no mundo moderno quanto os limites
da linguagem.
As crianças são especialmente inclinadas
a buscarem todo o local de trabalho onde a atuação sobre
as coisas se dê de maneira visível. Elas sentem-se irresistivelmente
atraídas pelos destroços que surgem da construção
do trabalho no jardim ou em casa, da atividade do alfaiate ou do marceneiro.
Nesses restos que sobram elas reconhecem o rosto que o mundo das coisas
volta exatamente para elas, e só para elas. Nesses restos elas
estão menos empenhadas em imitar as obras dos adultos do que em
estabelecer entre os mais diferentes materiais, através daquilo
que criam em suas brincadeiras, uma nova e incoerente relação.
(1984 b, p. 77)
Essa aparente relação incoerente dá-se
a partir de uma relação de semelhança não-sensível,
diferente do imitar que se daria numa relação de identidades.
O seu caráter de novo está em esquecer o aspecto instrumental
desses objetos, dando importância a seu aspecto puramente material
– imagem -, em um movimento de volta, de origem, à condição
material do objeto, o que propicia uma (re)significação
a partir dos restos, dos detritos.
O mundo esvaziado de sentido e transitório apresenta o caráter
de limite da inabilidade e desorientação que marcam a falta
de desenvoltura das crianças com relação à
linguagem. Nas suas lembranças da infância Benjamin diz que
“os mal-entendidos modificavam o mundo para mim. De modo bom, porém.
Mostravam-me o caminho que conduzia ao seu âmago” (1987, p.
98). A criança, nesse sentido, constrói uma possibilidade
de transformação, pois a palavra lhe surge como desconhecida,
em uma relação de fascínio, mas também de
subversão crítica. É pelas frestas dos mal-entendidos
que o culto às semelhanças ressurge, transformado nesse
seu refloramento histórico.
Na proposição benjaminiana do conhecimento, o acaso e a
interpretação detectam o efêmero nas imagens fragmentadas
de fenômenos aparentemente insignificantes, como fatos da vida cotidiana,
costumes, modo de vestir, de alimentar, de habitar, e outros que concentram
em si uma temporalidade intensiva (construção e atualização)
inacabada, descontínua, sujeita a novas origens e a infinitas multifacetações.
Ou seja, os conceitos devem ser lidos nos fenômenos, resgatando
assim a dignidade da imaginação através da valorização
da imagem como fenômeno que concentra a idéia (conceito).
Nem Vico, nem Benjamin colocam a semelhança como o outro da razão,
num movimento de valorização do irracionalismo, em que o
mito surgiria como a única verdade revelada. Vico apresenta a fantasia
rememorativa como um método de conhecimento ao lado do racionalismo
lógico, mais adequado à compreensão do fenômeno
histórico, portanto, humano. Benjamim, como já afirmamos
anteriormente, tem uma postura de acolhimento da semelhança, sempre
em tensão com o fundo semântico/material da linguagem, que
possibilita não eliminar fenômenos inacessíveis ao
racionalismo, acolhendo o conceito na imagem.
Benjamin, como Vico, ao evidenciar as semelhanças e o comportamento
mimético como possibilidades de conhecimento que, inclusive, apresentam
um caráter crítico, possibilitam que pensemos a imaginação
e o ludismo como dimensões de um modo de conhecer que resgata não
só a vida prática, e, portanto, possibilidades de experiência
para a formação escolar, mas que propõem a essa uma
dimensão ética e estética, como diz Larrosa, já
que proporcionam uma formação na qual se dá não
somente um formar, mas principalmente um deformar e um transformar a maneira
como “nomeamos o que vemos e vemos o que nomeamos” (Larossa,
2004, p. 272). Postura essa que certamente tiraria a maioria de nossos
alunos do mudismo em que se encontram.
A possibilidade de se acolher o processo de simbolização
humana na constituição do conhecimento possibilita-nos apreender
uma realidade, que não é homogênea e singular, mas
diversificada, a partir do emaranhado da experiência humana tecida
pela homem na rede simbólica que se interpõe diante das
coisas. A imaginação e o ludismo têm uma estreita
relação reprodutiva e produtora com a realidade dada, pois
a (re) produz, a incrementa e a transforma. Assim, destruir as barreiras
entre o objetivo e o subjetivo, o real e o imaginário, a essência
e a aparência é reafirmar a potência formativa e transformativa,
portanto, produtiva, da imaginação e do lúdico e
proporcionar abertura ao “conhecimento”. Ver, pensando aqui
na metáfora da visão que define o conhecimento, como Riobaldo
que diz: “Mire veja: o mais importante e bonito, do mundo, é
isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não
foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam.”
(Guimarães Rosa, 1983, p. 20) Quem dera possamos ainda, nós,
professores e alunos, afinar e desafinar.
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