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  DOBRADURA E CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS

Ana Paula Campanholi - Colégio Uirapuru
Gabriela Fernanda de Araujo Camargo - Colégio Uirapuru

O presente trabalho teve por objetivo trabalhar a dobradura aliada a contação de histórias nas salas de Educação Infantil.
Seguindo a criação do papel veio sua exploração por parte dos chineses. Atentando para a arte de dobrar os tecidos transportaram-na para o papel, surgindo então os primeiros origamis.
Essa arte passada de geração a geração e muito difundida entre as crianças foi observada por Froebel que a levou para a educação.
Froebel, conceitualizado o reformador educacional mais completo do século XIX, considerava o papel com um excelente recurso onde a criança pudesse brincar com as dobras e familiarizar-se com conceitos geométricos.
Para ele, a pedagogia devia considerar a atividade criadora da criança e despertar, mediante estímulos, suas faculdades próprias para a criação produtiva. (apud Aschenbach, 1990)
Seus modelos introduzidos na escola eram chamados de froebelianos e pretendiam manter a força criadora da criança, possibilitando a ela ocupar-se, exercitar-se, fortalecendo-se, sem nenhum limite para a fantasia e a capacidade de criar.
Ao longo dos anos deixou-se de aprimorar esse recurso que acabou perdendo-se no tempo.
Sob um novo olhar Aschenbach, 1990 e Grillo 2003, estabelecem uma nova forma de trabalhar a dobradura na Educação Infantil.
Nos primeiros anos escolares as crianças precisam de atividades que lhes proporcionem o treinamento de habilidades básicas para atingir seu pleno desenvolvimento físico, sócio-afetivo e cognitivo. A construção das dobras explora a imaginação, a criatividade, a concentração, aspectos psicomotores, esquema corporal, estruturação espacial, praxia global, praxia fina, discriminação visual e auditiva, reconhecimento de cores, formas geométricas, além de trabalhar uma linguagem artística. Nesse sentido a dobradura poderá constituir num recurso didático simples, mas eficaz no treinamento dessas habilidades.
Os primeiros contatos da criança com o papel devem ser livres, de modo que em sua manipulação interaja com o seu próprio espaço, familiarizando-se com o material para num segundo momento poder expressar-se através dele.
O grande valor do trabalho junto às crianças está o manuseio do papel, em que elas picam, enrolam, dobram,desdobram, amassam, rasgam, colam, criando suas próprias representações internas e externas.
Na construção de uma dobradura não se deve dar importância as imperfeições, desejando dobras corretas e bonitas, e sim ao processo pelo qual o indivíduo percorreu até chegar ap produto final, a sua criação. É nesse momento, em contato com a figura já pronta, que a criança sente uma grande satisfação imediata pelo que fez, uma vez que ela construiu sua representação.
Ao introduzir uma atividade com dobraduras o professor deve estar atento para não frustrar a criança que tenha alguma dificuldade motora ou até mesmo a que não tenha, exigindo dela esteriótipos perfeitos.
Como parte integrante da arte-educação, a dobradura pode ser classificada como um recurso que concorre para a interdisciplinaridade dentro do currículo escolar, uma vez que através dela outras atividades podem ser estimulados, os desenhos, as pinturas, as colagens, os recortes, as dramatizações, a criação de histórias, associação das personagens com canções e histórias da literatura são exemplos dessa abertura que ela nos dá.
Sendo um meio de expressão que nos permite trabalhar juntamente com outros recursos, a dobradura aliada a contação de histórias dá vida e sentido ao objeto construído.
A leitura é um ato cultural e social que desperta a atenção da criança para as características da linguagem escrita, da oralidade, criatividade, imaginação, dentre outras importantes no período de zero a seis anos.
É um meio que permite ao indivíduo uma grande bagagem comunicativa, onde expressa seus sentimentos, frustrações, anseios e seguranças.
Em conjunto com a dobradura pode fazer parte da inicialização, do desenvolvimento e da finalização de um produto. Pode-se utilizar histórias prontas, inventadas ou até mesmo serem desenvolvidas pelos próprios alunos através de um texto coletivo.

Referências:

Aschenbach, M. H. C. V. (1990) A arte-magia das dobraduras. São Paulo: Scipione.

Grillo, L. M. (2003) Origami: aprender, fazer e ser é só querer! São Paulo: Sttima

 
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