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CONTOS
INFANTIS: UMA PROPOSTA PARA O ENSINO DO ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA
NOS CICLOS DE FORMAÇÃO HUMANA
Marilda Pinheiro Costa - Secretaria Municipal
de Educação de Goiânia- SME-GO
No hay destino más triste que un libro que esté
todo el tiempo cerrado, bien paradito, formadito, con buena conducta -porque
no se mueve-, absolutamente quieto sin que nadie los hojee. Es lo peor
que le puede pasar a un libro. No hagan ustedes que los libros estén
tristes, háganlos que canten. Los libros cantan si cuando ustedes
los leen imaginan cosas nuevas.
Heraclio Cepeda
APRESENTAÇÃO
Os ciclos de formação humana têm por
princípio a organização da escola a partir dos tempos
da vida e constituem a proposta político-pedagógica para
a Educação Fundamental da Infância e da Adolescência
na Rede Municipal de Ensino de Goiânia (RME). Esta proposta, em
desenvolvimento desde 1998, tem implicado em alterações
nos tempos e espaços escolares, na organização do
trabalho pedagógico, do currículo e da avaliação
no ensino fundamental. As escolas organizadas em ciclos têm como
preceitos básicos:
• A prática educativa voltada para a formação
integral do ser humano e sua inclusão social;
• O educando como centro do processo educativo;
• O respeito pelas diferentes fases de desenvolvimento humano;
• A organização de atividades escolares que levem
em conta essas diferentes fases;
• A garantia e o respeito ao ritmo do aluno e a redução
da exclusão social;
• A formação do sujeito de forma global, buscando
o desenvolvimento do educando em suas várias dimensões:
física, psíquica,cognitiva, afetiva, social e emocional,
entre outras;
• O agrupamento dos alunos por idade respeitando os ritmos de desenvolvimento
físico, social e emocional.
Organização das turmas em Ciclos
• Ciclo da Infância- dos 6 aos 8 anos (CICLO
I)
• Ciclo da Pré-Adolescência – dos 09 aos 11 anos
(CICLO II)
• Ciclo da Adolescência- dos 12 aos 14 anos (CICLO III)
Acredita-se que os alunos que integram cada um destes
ciclos partilham momentos semelhantes de suas vidas, como interesses por
certos tipos de brincadeiras, jogos, curiosidades, além de interesses
e possibilidades para participarem de determinadas atividades físicas,
esportivas, culturais, etc.
A convivência diária com os colegas, com os professores e
com o ambiente escolar contribui para a formação do aluno,
estudos recentes ressaltam que o “saber conviver” é
algo imprescindível na formação dos indivíduos;
logo, este aspecto é algo extremamente importante a ser considerado.
Assim deve-se procurar descobrir formas de garantir que todos os alunos
tenham a oportunidade de aprender conteúdos que sejam importantes
em sua vida como cidadão e como incorporar o que o aluno já
sabe na construção de novos conhecimentos; superar a visão
competitiva que destaca o “melhor”, melhor em quê? Geralmente
o destaque vai para o melhor em conteúdos. se o aluno é
o melhor em esporte, em teatro, em criatividade artística, em expressão
corporal, em música, em mímica, em respeito, em solidariedade,
em participação na vida política e cultural do bairro
, para uma concepção tradicional e competitiva pouco importa,
o conteúdo é importante, mas ele não compõe,
sozinho, a formação dos seres humanos.
A Língua Espanhola no Ciclo
A aprendizagem de uma língua estrangeira proporciona
ao indivíduo a oportunidade de vivência de novas situações,
favorecendo um aprofundamento das relações em situações
de comunicação, o que é importante para a formação
integral do aluno.
Quando o educando passa a descobrir e valorizar o outro e a si mesmo em
suas relações como ser social isso possibilita a compreensão
das diferenças entre os povos e aquisição de uma
consciência crítica com vistas a ressaltar sua própria
cultura.
Neste sentido, como professora de Língua Espanhola do Ciclo II
(Ciclo da Pré-Adolescência) da Rede Municipal de ensino desde
janeiro de 2000, pretendo demonstrar a participação principal
que o trabalho com textos literários, neste caso, contos infantis,
pode ter no desenvolvimento do processo de ensino/aprendizagem do Espanhol
como Língua Estrangeira, o que pode ser verificado neste relato
de experiência realizada com um grupo de alunos do Ciclo II, da
Escola Municipal Professor Percival Xavier Rebelo.
JUSTIFICATIVA
Partindo-se do princípio que estudar uma língua
estrangeira vai mais além de conhecer seu sistema gramatical e
lexical, a escolha de se trabalhar com contos infantis nas aulas de espanhol
como língua estrangeira (doravante E/LE) se deu ao perceber que
o texto, seja ele qual for, é o material por excelência a
ser utilizado em sala de aula, neste caso os contos infantis, que por
si já possuem seu encanto natural, foram ferramentas de apoio para
o ensino da língua espanhola nas etapas correspondentes ao ciclo
II.
A compreensão leitora na aprendizagem de línguas estrangeiras
é fundamental para o desenvolvimento da autonomia do aprendiz,
tanto na própria aprendizagem, como para sua utilização
da língua. Tratando-se da aprendizagem de uma língua próxima
como é o caso do espanhol para brasileiros, o processo de ensino
aprendizagem se assemelha à situação da aprendizagem
da língua materna, levando-se em conta os fatores que intervêm
em toda situação de aprendizagem.
A semelhança entre o português e o espanhol, juntamente com
o fato de que os que têm um ou o outro como língua materna
compartilham amplos espaços culturais, permite o acesso ao sentido
do texto escrito desde os primeiros níveis de aprendizagem.
Nos níveis iniciais da aprendizagem de LE as atividades didáticas
se dirigem fundamentalmente ao desenvolvimento da compreensão tanto
escrita como oral do aprendiz. Para os falantes da língua portuguesa
o processo de aprendizagem da língua espanhola já começa
com um aspecto positivo, a semelhança entre elas pode permitir
ao aluno compreender sem grandes dificuldades desde os primeiros momentos
da aprendizagem, deixa-se ressaltado aqui que nem todos os aprendizes
se aproximam da mesma forma da nova língua, e o sentimento de proximidade
e distanciamento dependerá de diversos fatores tanto lingüísticos
como extralingüísticos: consciência metalingüística
e meta-cognitiva, relação com a própria língua,
conhecimento de outras línguas e crenças sobre a língua
a ser estudada, experiência de vida e conhecimento de mundo.
Assim, percebeu-se que não é produtivo que o aluno de E/LE
das séries iniciais do ensino fundamental tenha automaticamente
acesso ao desenvolvimento de textos escritos na língua estudada,
pois seria conveniente trabalhar em sala de aula atividades que tenham
como objetivo central o desenvolvimento da compreensão leitora.
Os contos podem servir como um meio direto desta aprendizagem, já
que podem transportar a criança a uma temporalidade fictícia
e a um espaço interior maravilhoso, daí a importância
do papel da linguagem imaginativa dentro da estrutura pedagógica
nas aulas de Espanhol como Língua Estrangeira o que propõe
o projeto relatado.
OBJETIVOS
A linguagem dos contos infantis é a linguagem da
imaginação que leva a mente infantil em direção
a caminhos que conduzem a outros tempos e espaços. É uma
linguagem viva que permite descobrir realidades insuspeitas e mundos novos
em cuja superfície são forjados os contos.
Nas séries iniciais do Ensino Fundamental o trabalho com contos
infantis nas aulas de Espanhol como Língua Estrangeira levaria
os alunos a se aproximarem mais da língua estudada tendo em conta:
• Leitura e interpretação;
• Desenvolvimento do senso crítico;
• Relação texto-contexto e intertexto;
• Enriquecimento do vocabulário;
• Compreensão auditiva;
• Expressão oral;
• Aplicação prática da gramática.
Os contos infantis jogam com palavras, idéias e ideais. Linguagem
e realidade se relacionam dinamicamente, a compreensão do texto
a ser alcançada pela leitura crítica deste, implica a percepção
das relações entre o texto e o contexto. A complexidade
e a sutileza dos contos infantis é um meio muito interessante de
se estudar uma língua. Imagem e texto se complementam em busca
do significado.
A linguagem, além da significação gramatical tem
outra que é a que rompe com a norma convencional, e nela as palavras
perdem sua representação estrita para adquirir outra mais
profunda, que deve elevar o leitor do plano habitual e envolvê-lo
numa atmosfera encantada.
A preocupação generalizada na sociedade pela falta do hábito
da leitura em crianças e jovens, nos leva a aguçar a imaginação
com a finalidade de encontrar estratégias cada vez mais variadas
e eficazes para o encontro prazeroso com o livro. Por essa razão
é que, sem abandonar a narração por parte do professor,
intensifica-se a leitura de livros por parte dos alunos. Isto permite
observar a reação dos alunos que requerem de imediato o
livro cuja história o professor acabou de narrar.
Por outro lado, a excepcional produção editorial de literatura
infantil e juvenil na atualidade (tanto em língua portuguesa quanto
em língua espanhola), oferece fascinantes e diversos livros que,
os que amamos a tarefa de ensinar, sentimos a imperiosa necessidade de
compartilhar com os alunos esse maravilhoso feito estético que
une o auditivo e o visual. Esta é uma forma de incorporar o mundo
da imagem que as crianças de hoje manejam como próprio,
em vez de tentar enfrentá-lo ou competir com ele, o que é
inútil com esta realidade instalada a partir dos meios de comunicação.
O objetivo é comprovar concretamente que o trabalho com contos
infantis nas aulas de E/LE das séries iniciais do Ensino Fundamental
pode levar o aluno ao conhecimento das experiências trazidas por
ele, para que possa apreender novos sentidos em outra língua, entender
melhor e ler na entrelinhas, motivar o aluno a desenvolver de forma fluida
e espontânea a aquisição do E/LE.
Pretende-se ainda proporcionar um contato inicial do aluno com textos
literários em espanhol, especificamente contos infantis. Desta
forma serão facilitadas futuras leituras de diversos tipos de textos
na língua estudada.
METODOLOGIA
Para realizar esta pesquisa no campo do E/LE, estabeleceu-se
como teoria aplicável o enfoque comunicativo. Assim foram trabalhadas
as áreas de habilidades que integram a competência comunicativa,
ou seja, a competência lingüística, a competência
discursiva, a competência estratégica, a competência
sociolingüística e a sócio-cultural.
No enfoque comunicativo o desenvolvimento das quatro destrezas lingüísticas
(compreensão leitora, compreensão auditiva, expressão
oral e expressão escrita) adquire uma importância explícita
e integrada.
Passos necessários para a compreensão leitora:
PRÉ-LEITURA:
• Ativar o conhecimento prévio;
• Estabelecer prognósticos a partir de aspectos do texto
e da própria experiência de leitura.
LEITURA:
• Formular hipóteses sobre o que se está
lendo;
• Fazer perguntas aos companheiros sobre o texto: cenário,
personagens, problema, ação, resolução do
problema;
• Esclarecer possíveis dúvidas relativas ao texto:
comprovar a compreensão do texto;
• Resumir as idéias essenciais do texto.
PÓS-LEITURA:
• Comprovar as hipóteses formuladas durante a pré-leitura
e a pós-leitura;
• Recapitular - expor sucintamente o texto lido;
• Identificar o tema e a idéia principal do texto;
• Elaborar um final diferente do original.
Primeiramente foram trabalhados os contos infantis clássicos,
já conhecidos pelas crianças em sua língua materna.
Assim, Chapeuzinho Vermelho, A Cinderela, Branca de Neve e outros tantos
contos passaram a ter novo significado agora em outra língua.
Os contos foram lidos para a turma mostrando-lhes as ilustrações
dos livros, o que facilitou o entendimento e o primeiro contato com as
histórias em espanhol, trabalhando assim a compreensão auditiva.
A narração e leitura dos contos se complementam , se nutrem
uma à outra, enriquecendo o vínculo com as crianças.
Depois os livros foram distribuídos para que fizessem a leitura
individual, desta vez focalizando a compreensão leitora. Momento
em que os alunos faziam perguntas sobre palavras desconhecidas, questionavam
a história e opinavam sobre a facilidade ou dificuldade em se fazer
a leitura em espanhol. Tendo como enfoque a expressão oral. Deste
modo, notou-se as diferenças significativas entre a expressão
das imagens de um e de outro aluno: as cores, a localização
dos objetos, a fisionomia dos personagens costumam ser uma fonte riquíssima
para a conversação e o intercâmbio. Para estimular
a expressão oral, primeiramente deve-se requerer sempre o parecer
dos alunos, respeitando suas opiniões. Além disso, estimular
o respeito mútuo das opiniões entre eles. Uma prática
interessante realizada foi a de debater a respeito da conduta dos personagens
dos contos. É importante que os alunos se acostumem a fundamentar
suas opiniões, dizer porque, “me gustó” ou “no
me gustó”. Isso, além de tudo, desenvolve o sentido
crítico.
Levou-se a gravação das histórias, onde os alunos
mais uma vez escutavam os contos e trabalhavam a compreensão auditiva,
depois foram projetados filmes para que a relação texto/imagem
fosse discutida.
A partir desta introdução à leitura em língua
espanhola, levou-se outros títulos, de histórias não
conhecidas por eles, e algumas traduções de autores conhecidos
como Ruth Rocha e Ziraldo.
Foi realizada, também, a encenação de alguns contos
como Os três porquinhos e Chapeuzinho Vermelho. Os alunos se revezavam
entre os personagens e improvisavam o cenário dos contos. Outra
atividade realizada foi a narração do conto pelo aluno,
indicando sua assimilação e reconstrução da
informação textual. Todas estas estratégias foram
realizadas levando em conta, o uso da expressão oral e o desenvolvimento
crítico da compreensão leitora em espanhol.
Não somente a sala de aula foi utilizada para a realização
do projeto, a biblioteca teve um papel essencial para a leitura. Os livros
eram distribuídos para cada aluno e conforme terminassem a leitura
iam trocando por outro título, assim, em 1 semestre cada aluno
pode ler aproximadamente 10 livros em língua espanhola. Para complementar
os alunos participaram da Bienal do Livro de Goiás, o que os fez
analisar que os livros em língua estrangeira, além de serem
poucos, não têm tanta divulgação. Deixa-se
esclarecido aqui que dos livros utilizados neste projeto, alguns fazem
parte do cantinho da leitura da escola, outros foram comprados pela diretora
com uma verba destinada à compra de livros literários e
outros pertencem ao meu acervo particular. (Anexo 1)
Atualmente as editoras brasileiras estão publicando títulos
em espanhol direcionados ao público infanto-juvenil o que facilita
o trabalho com a leitura em língua estrangeira.
CONCLUSÃO
Percebeu-se, com este projeto, que se deve apresentar
às crianças a possibilidade de passar de meros ouvintes
dependentes e passivos, a ser usuários autônomos da língua
estrangeira estudada: acessar a informação, literária
neste caso, e voltar a ela tantas vezes seja necessário; compartilhá-la
com seus companheiros sem a intermediação do adulto, desfrutando
diretamente da história. Isto se consegue quando entre o adulto
leitor e a criança está o livro. Notou-se que a atividade
interior da criança durante a leitura é intensa e riquíssima
porque a imaginação é levada a lugares e tempos insuspeitos,
possibilitando a abertura de novos caminhos independentes, conquistados
através da prática constante da leitura.
De acordo com Lesley Morrow (1991), desde perspectivas teóricas,
sugere-se que a leitura de contos às crianças lhes ajuda
a aprender características da língua escrita. Aprendem que
a língua escrita é diferente da oral, que a letra impressa
gera significado e que as palavras estampadas em uma página têm
som.
Assim, a leitura de contos infantis deve ter um lugar de destaque nas
aulas de E/LE, deve ser prazerosa e a escola pode ser um âmbito
para isso, onde o estético e o ético ocupem um lugar importante.
Estimular a imaginação, expressar os sentimentos e produzir
belas mensagens criativas pode se converter em objetivos primordiais das
aulas.
Para os pragmáticos o homem é a soma total da realidade
que pode chegar a experimentar. Assumem que a realidade não é
exterior ao homem e que o mundo só é significativo para
o sujeito se este exprime nele significado. Assim as aulas de E/LE para
o grupo de alunos do Ciclo II da escola mencionada, passaram a ter sentido,
já que os próprios alunos participaram de seu processo de
ensino-aprendizagem, utilizando a leitura dos contos, com toda a sua simbologia,
como um fenômeno criativo. Ressalta-se que foram percebidos os seguintes
aspectos que serviram também para consolidar a auto-estima e a
segurança necessárias no processo de ensino/aprendizagem
de uma língua estrangeira.
• Desenvolvimento da concentração
e da prática de leitura em língua espanhola;
• Estímulo da comunicação;
• Intensificação da capacidade expressiva e espontânea;
• Desenvolvimento da socialização;
• Motivação para o despertar da curiosidade e da capacidade
de imaginação;
• Diminuição da agressividade;
• Capacidade de discussão e de argumentação;
• Preparação para o desenvolvimento da etapa individual
da leitura em língua estrangeira;
• Intensificação da interação afetiva
mediante a promoção de atitudes comunicativas e valores
sociais.
Para finalizar esta exposição considera-se
necessário esclarecer que todo projeto deve fazer parte de uma
ação pedagógica amparada por uma concepção
teórico-metodológica, por uma pesquisa prévia na
área e, principalmente, pelo ânimo de buscar outras possibilidades
para o processo de ensino-aprendizagem.
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____. Martín y la Princesa Ylady. São Paulo: Scipione, 2003.
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de. Iván, el terrible. São Paulo: Moderna, 2001.
____. Neruda@ Hamlet. São Paulo: Moderna, 2001
____. Mi Buenos Aires Querido. São Paulo: Moderna, 2001.
____. Misterio en el Museo. São Paulo: Moderna, 2001.
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CLIMENT, Paco. Juana Calamidad y la casa encantada. São Paulo:
Scipione, 2003
____. La Gitanilla. São Paulo: Scipione, 1999.
DÍAZ, Gloria Cecilia. Óyeme con los ojos. São Paulo:
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DOMÍNGUEZ, Gerardo. JARA, Fátima de la & LUENGO, Rosa.
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____. Los Gabaratos del Sol. São Paulo: FTD, 2002.
FERNÁNDEZ, Gretel Eres & FLAVIAN, Eugenia. El Pirata Amorix.
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____ Viajar es lindo...a veces. São Paulo: Editora Ática,
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FERNÁNDEZ, Josefina & VILLANUEVA, Clara. De fiesta en Invierno.
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____ De fiesta en Primavera. Madrid: Difusión, 1995.
____ De fiesta en Verano. Madrid: Difusión, 1995
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GARCÍA, María de los Ángeles Jiménez. &
HERNÁNDEZ, Josephine Sánchez. El Banco de Piedra. São
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____. El Tercero A. São Paulo: Editora Ática, 2002.
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COLEÇÃO : CUENTOS EN IMÁGENES. Barcelona:
Peralt Montagut
Alicia en el país de las maravillas
Blancanieves y los Siete Enanitos
Caperucita Roja
Cascanueces
El Flautista de Hamelín
El Gato con Botas
El Hombrecito de Mazapán
El Lobo y las Siete Cabritas
El Ratón de la Ciudad y el Ratón del Campo
El Patito Feo
El Soldadito de Plomo
La Bella Durmiente
La Bella y la Bestia
La Cenicienta
La Gallina Trulla
La Sirenita
Los tres Cabritillos Traviesos
Los Tres Cerditos
Mogli
Pinocho
Ricitos de Oro y lo Tres Osos
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