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O
ENSINO DA LEITURA NO ESPÍRITO SANTO DE 1890 A 1910
Cleonara Maria Schwartz - Universidade Federal
do Espírito Santo (UFES)
Elis Beatriz de Lima Falcão - Universidade Federal do Espírito
Santo (UFES)
Trata-se dos primeiros resultados de uma pesquisa sobre
a política de ensino da leitura no Espírito Santo no período
de 1890 a 1910, que, fazendo uso de fontes documentais (Relatórios
de Presidente da Província e de Inspetores da Instrução
Pública, legislação, correspondências oficiais,
leis, regulamentos, decretos) e se apoiando nos princípios teórico-metodológicos
da História Cultural, resgatou representações sobre
o ensino da leitura que foram institucionalizadas no/pelo processo de
escolarização introduzido pelo modelo de educação
republicano.
Introdução
Segundo Mortatti (2000), observa-se, na atualidade, um
esforço de convencimento da necessidade de mudanças no ensino
considerado como tradicional, respaldado por concepções
herdadas do passado e reconhecidas como responsável pelo fracasso
escolar no que tange ao ensino da leitura e da escrita, principalmente,
nos anos iniciais do ensino fundamental. Fazemos nossas as preocupações
dessa autora ao ressaltar:
Mudar em relação a quê? O que é esse ensino
Tradicional? Quando e por que se engendra um tipo de ensino inicial de
leitura e escrita que hoje é acusado de antigo e tradicional? O
que representa para o momento em que ocorre seu engendramento? Qual a
relação com a tradição que lhe é anterior?
Como e por que ocorre a sua disseminação no tempo? Como
se pode explicar a sua persistente permanência? Quais sujeitos que
se empenham(ram) na produção do novo e revolucionário?
Por que razão e de que maneiras? Qual a relação entre
tematizações, normatizações e concretizações
produzidas ao longo da história desse ensino? Que tradição
é essa da qual parece ser preciso sempre se desvencilhar para se
produzirem novas, modernas e legítimas utopias? Quem tematiza,
quem normatiza, quem concretiza projetos de mudança? Quando? Onde?
Por quê? Para quê? Para quem? Como? O que são esses
projetos? Quando, por que, por quem e como se engendra, no Brasil, a tendência
à definição de certos modelos de escolarização
da leitura e escrita assim como de objetos e métodos de investigação
relacionados a esse ensino?
Levando em conta esses aspectos, consideramos pertinente
o desenvolvimento de estudos que contribuam para a produção
de uma história do ensino da leitura, bem como das práticas
de leitura que foram institucionalizadas em diferentes épocas da
história da educação capixaba, a fim de compreender
rupturas e continuidades de problemas afetos ao ensino da leitura e de
práticas de leituras legitimadas ao longo da história da
educação. Estudos nessa linha investigativa podem, ainda,
permitir a compreensão de problemas atuais, levando-se em consideração
a diversidade e historicidade do ensino da leitura, “sem confundir
a crítica do presente seja com a nostalgia, seja com a exorcização
do passado”. Além disso, investigações dessa
natureza servem para mostrar o movimento de construção da
metodização do ensino ao longo da história da educação
brasileira.
É com essa preocupação que estamos realizando uma
pesquisa no âmbito da linha de pesquisa Educação e
Linguagens do Programa de Pós-Graduação em Educação
da Universidade Federal do Espírito Santo, que tem por objetivo
resgatar, por meio de fontes diversas (jornais, livros, relatórios
de governo, legislação, imprensa pedagógica, fotografias),
representações sobre o ensino da leitura e de suas práticas
que predominaram no discurso de diversos agentes educacionais, no Espírito
Santo, no decorrer do processo de escolarização, para configurar,
a partir dessas representações, modelos de ensino e de práticas
de leitura que permearam o cenário educacional capixaba, levando
em consideração ações de diferentes sujeitos
envolvidos no início da educação republicana.
Contextualizando a temática
No Brasil, essa temática tem sido abordada por
diversos estudos que tentam recuperar ora processos de produção
e circulação do livro escolar, ora práticas de leituras
desenvolvidas na e pela escola e, ainda, ora algumas imagens e representações
de leitor identificadas por pesquisas que investigam a história
da leitura e do livro. No que se refere especificamente a história
da leitura em relação com a escola, estudos tem priorizado
o período do final do século XIX por ser esse um momento
em que ocorreu mais sistematicamente o processo de escolarização
e a propagação do modelo de educação republicano
(LACERDA, 1999).
Sobre esse período, Faria Filho (2000) destaca que, ao final do
século XIX, assiste-se, no Brasil, a introdução,
na escola, de farto material didático-pedagógico inovador
juntamente com a introdução dos Grupos Escolares reconhecidos
como “templos do saber” por encarnarem um conjunto de projetos
político-educativos e colocarem em circulação o modelo
de educação das escolas seriadas. Vale destacar que as escolas
seriadas se colocavam como prática e representação
do modelo de educação republicano que se opunha ao modelo
de educação imperial.
É nesse período, com a organização republicana
da instrução pública, que se observa, segundo Mortatti
(2000), a movimentação em torno da escolarização
das práticas de leitura e escrita. O ensino da leitura torna-se
índice para medir a eficácia da escola em relação
ao papel primordial de possibilitar acesso ao mundo da cultura letrada.
Para Vidal (2000), na virada do século XIX para o século
XX, a escolarização da leitura se colocou num movimento
marcado pela impregnação das práticas escolares pelas
práticas culturais e sociais historicamente construídas.
Nesse contexto, a “forma apropriada de ler também tendeu
a ser normatizada a partir de mudanças nas relações
espaciais, materiais, temporais e sociais estabelecidas no interior da
escola primária”.
Em face às considerações apresentadas, estamos, inicialmente,
nos detendo a investigar ações de diferentes presidentes
de Estado e de diretores da instrução pública, responsáveis
pela condução de uma política de ensino de leitura
no Estado do Espírito Santo, no período entre a última
década do século XIX e a primeira década do século
XX, a fim de resgatar representações e práticas de
ensino da leitura que foram institucionalizadas no/pelo processo de escolarização
introduzido pelo modelo de educação republicano.
Esta comunicação apresenta os primeiros resultados dessa
pesquisa que está envidando esforços para resgatar representações
sociais acerca do ensino da leitura a partir de fontes como Regulamentos
da Instrução Pública, discursos, mensagens, relatórios
de presidentes de província e de inspetores da instrução,
correspondências oficiais e legislação de ensino,
a fim de mapear o discurso oficial e autorizado sobre o ensino da leitura
no contexto da educação no Espírito Santo de 1890
a 1910. Assim, acreditamos, também, que será possível
conhecer as estratégias de produção da centralidade
da preocupação com o ensino da língua materna e da
conformação de métodos pedagógicos para o
ensino da leitura neste Estado.
Princípios teóricos e metodológicos
Entendemos, de acordo com Le Goff (1996), que aquilo que
ocorreu no passado teve um lugar e uma data, da mesma maneira como ocorre
com acontecimentos do presente. Dessa forma, o acontecimento no passado
é entendido como real e não como fato fictício. No
entanto, apesar de um acontecimento passado se constituir fundamentalmente
como algo acabado, é essa qualidade de passado, que o diferencia
de outros acontecimentos, mesmo de acontecimentos semelhantes. Nesse contexto,
consideramos, de acordo com Mortatti (2000), que as relações
entre passado e presente se caracterizam por um complexo movimento marcado
pela simultaneidade entre continuidade e descontinuidade, entre ruptura
e conservação da tradição.
Acreditamos que o passado está perdido nas fimbrias de seu próprio
tempo, por isso, ao nos referir ao passado, buscaremos uma interpretação
baseada em memórias, vivências, expectativas, posições
políticas. Nesse sentido, escrever a história do ensino
da leitura legitimado no/pelo processo de escolarização
não é alinhar fatos e datas, nomes e mais nomes, nem destacar
personagens que se tornaram singulares na construção engendrada
no passado para o futuro, pois levamos em conta que abordar um tema historicamente
significa entender a história como prática e o resultado
dessa prática ou a relação entre essa prática
e o seu resultado é uma operação. Ou seja, de acordo
com Certeau (2000), a história entendida como explicação
que se diz e como a realidade daquilo que se passou ou se passa é
compreendida como sendo uma relação entre um lugar e os
procedimentos de análise. A história, nesse sentido, é
concebida como fazendo parte da realidade de que se ocupa e esta realidade
pode ser apreendida como atividade humana, como prática.
Sendo assim, trabalhar com uma história do ensino da leitura e
de práticas de leitura legitimadas pelo processo de escolarização,
implica fazer o mesmo movimento que se produz para a “escrita da
história”. É conceber a história como um processo,
no qual estão engendradas relações sociais, culturais,
falas e não ditos, silêncios que dizem mais do que qualquer
forma de expressão, e que, na maioria das vezes, não foram
deixados para o futuro. Nessa perspectiva, compete ao historiador perguntar
pelos silêncios, identificar no que não foi dito uma razão
de natureza muitas vezes política.
Partir dessa perspectiva, é trabalhar, no dizer de Chartier (1988,
p. 27), com uma história que “[...] deve ser entendida como
o estudo dos processos com os quais se constrói um sentido [...]”,
é dirigir-se às práticas, plurais, contraditórias,
que dão significado ao mundo. Nesse contexto, assume relevância
as práticas discursivas, compreendidas como “produtoras de
ordenamento, de afirmação, de distâncias, de divisões”,
e as práticas de apropriação cultural, entendidas
como formas diferenciadas de interpretação. Ambas com suas
determinações sociais no contexto das especificidades do
espaço próprio das práticas culturais, “que
não é de forma nenhuma passível de ser sobreposto
ao espaço das hierarquias e divisões sociais”, pois
as estruturas do mundo social não são um dado objetivo,
são historicamente produzidas pelas práticas políticas,
sociais, discursivas.
Tendo em vista esses princípios, o enfoque do estudo privilegia
as representações que os presidentes do Estado e diretores
da Secretaria da Instrução Pública faziam da escola
e do ensino da leitura e as que estão materializadas no texto da
legislação educacional do período pesquisado. As
representações concebidas, segundo Chartier (1988, p. 18),
como verdadeiras instituições sociais, como matrizes de
discursos e de práticas diferenciadas “[...] que têm
por objetivo a construção do mundo social, e como tal a
definição contraditória das identidades [...], demonstram
apropriações dos agentes responsáveis pela condução
da política educacional capixabas das discussões e das práticas
pedagógicas que se produziam no contexto da política educacional
republicana na introdução das escolas seriadas no Espírito
Santo.
Portanto, a noção de apropriação, baseando-se
nesse autor, é fundamental para o delineamento de como determinados
modelos de ensino da leitura foram legitimados por práticas de
diferentes sujeitos, pois “[...] põe em relevo a pluralidade
dos modos de emprego e a diversidade das leituras [...]”, já
que “[...] tem por objetivo uma história social das interpretações,
remetidas para as suas determinações fundamentais (que são
sociais, institucionais, culturais) e inscritas nas práticas específicas
que as produzem [...]” (CHARTIER, 1988, p. 26). Dessa forma, concebemos
que adaptação, crítica e divulgação
de discursos e de práticas pedagógicas foram ações
empreendidas pelos presidentes de Estado, pelos diretores da Secretaria
da Instrução Pública mediante modelos de ensino que
eram instituídos pelas legislações no contexto da
implantação das escolas seriadas. Na legislação
educacional, por sua vez, estão materializadas representações
acerca da educação e dos métodos de ensino da leitura
que foram apropriados pelos sujeitos que eram chamados a elaborar as leis,
os decretos e os regulamentos e também instituídos pelo/no
modelo de educação republicano. Portanto, a legislação,
os relatórios, os discursos foram tomados como portadores de representações
que assinalam apropriações de diferentes agentes educacionais
e, ao mesmo tempo, ilustram estratégias utilizadas por eles na
produção e circulação de uma forma e de uma
cultura escolar que se configurava no movimento de implantação
das escolas seriadas e, portanto, possibilitam reconstruir a política
de ensino da leitura no período pesquisado.
Os primeiros resultados
No Espírito Santo, de 1890 a 1910, o discurso dos
Presidentes de Estado e dos Inspetores da Instrução Pública
salientaram insistentemente o atraso da instrução pública
capixaba e apontaram como causas tanto a precariedade das condições
de ensino das escolas primárias capixabas quanto a falta de prédios
apropriados, de móveis e utensílios e de livros, além
do despreparo dos professores, que, em sua maioria, eram referenciados
pelas autoridades como profissionais que mal sabiam ler e escrever.
Concomitante a esse discurso, constatamos, no plano discursivo dos documentos
produzidos pelas autoridades responsáveis pela instrução
capixaba, representações que revelam o esforço desses
agentes para aproximar a escola primária no Espírito Santo
dos ideais pedagógicos que eram veiculados, no Brasil, no cerne
do projeto republicano de modernização do ensino primário.
Um projeto que se constituiu por meio de reformas da instrução
pública empreendidas em todos os Estados Brasileiros, após
a proclamação da República, cuja ênfase maior
foi dada aos métodos de ensino, como ressalta Souza (1998, p. 33):
A escola unitária permaneceu a base para os projetos de modernização
do ensino primário que paradoxalmente, incorporavam muitas das
idéias de renovação educacional em veiculação
nos países europeus e nos Estados Unidos. A apropriação
das idéias em circulação sobre a organização
pedagógica ocorreu no país de forma peculiar. Ênfase
maior foi dada aos métodos e processos de ensino, isto é,
aos aspectos didáticos que mais se coadunavam com o espírito
de renovação e pouca discussão obteve as transformações
administrativas e pedagógicas implicadas no modelo da escola graduada.
No Espírito Santo, a primeira reforma republicana
da instrução publica foi realizada em 1892, por meio da
Lei n° 1, de 4 de junho, e do Decreto n° 2, também, de
4 de junho. A Lei n°1 dava organização administrativa
do Estado e concebia a instrução como um dos ramos dos serviços
administrativos, bem como criava o cargo de diretor da instrução
publica e o colocava como o responsável, no Estado, pela Direção
do ensino. Além disso, essa lei, em seu artigo 28, ao reproduzir
o art 9° da Constituição da República, reforçava
a representação da escola primária como o nível
de ensino que deveria “preencher os fins da educação
moderna, abrangendo as theorias fundamentaes da existência”.
Dessa forma, é possível visualizar, pelo texto da lei, a
inserção do Espírito Santo no movimento de renovação
da escola primária empreendido nos primeiros anos do governo republicano.
Segundo Souza (1998, p. 34), esse movimento tratava, além da difusão
da escola primária no meio popular e da democratização
do acesso à leitura e escrita, instrumentos que eram altamente
valorizados nas sociedades urbanas e no regime republicano, também,
da “implantação de uma instituição educativa
comprometida com os ideais republicanos e com as perspectivas de modernização
da sociedade brasileira”.
Já o Decreto n° 2, de 4 de junho, que dava regulamento ao serviço
da instrução pública no Espírito Santo, demonstra
que a legislação fora uma estratégia utilizada pelo
Governo Republicano para garantir o acesso do meio popular a leitura e
a escrita, por meio da uniformização de um método
de ensino, pois ela deixa explícito que o serviço da instrução
pública tinha por objetivo único o ensino primário
a cargo do Estado para que se tivesse uma organização uniforme
do ensino. Esse dispositivo legal dispunha, ainda, sobre um aparato administrativo
com rotinas para garantir esse objetivo, visto que previa o cargo de delegado
da instrução para cada distrito cuja função
era inspecionar as aulas, visitando-as em épocas indeterminadas
para “manter o Diretor Geral da Instrução informado,
por meio de mapas, de dados estatísticos e de relatórios,
sobre o desenvolvimento da instrução, bem como sobre a execução
e interpretação dos programas por parte dos professores.”
O decreto colocava como atribuição do Diretor da Instrução
a “formação de juízos das aptidões morais
e intelectuais dos professores primários.”
Essa primeira reforma republicana da instrução capixaba
organizava o ensino primário, classificando as escolas em entrâncias,
conforme a categoria de sua sede (primeira entrância pertencentes
à área rural, segunda as das vilas, terceira as das cidades
e quarta as da capital), e o tornava obrigatório pelo artigo 21
apenas para crianças de 7 a 12 anos do sexo masculino. No entanto,
não desconsiderava a existência de escolas para o sexo feminino,
visto que, ao detalhar o regime escolar previa, no artigo 27, que o ensino
seria o mesmo para a educação das meninas, “consultadas
apenas as aptidões especiais da mulher e o seu destino social.”
Apesar dessas especificidades, em todas as escolas, independente da localização,
a leitura seria ensinada “desde o estudo gráfico até
a declamação correta de trechos de prosa ou verso”,
“exercícios de memória pela retentiva de poesias de
autores nacionais e estrangeiros”, “exercícios de caligrafia”
(Art. 25, I e II). O decreto previa, também, que o desenvolvimento
da leitura nas escolas seria realizado “através de trabalhos
instrutivos como subsídios ao ensino intuitivo”, sendo as
obras poéticas e literárias instrumentos de cultivo estético.
Ao Estado caberia, à medida que fosse possível, fundar bibliotecas
escolares e instituir um fundo próprio para compra de vestuários
e livros para os alunos pobres. Vale destacar que o livro aparece no corpo
da primeira legislação republicana como prêmio à
medida que é prescrito, no decreto, que aos cinco ou seis alunos
que se destacarem nos exames finais seriam ofertadas pequenas obras literárias.
É possível perceber, por esses aspectos, um movimento de
construção, no campo discursivo, de políticas de
ensino da leitura e, também, as nuances de institucionalização
de um método de ensino da leitura que pretendia se distanciar de
um modelo no qual se iniciava o processo de ensino da leitura das partes
para o todo, que privilegiavam, primeiramente, a memorização
de letras e sílabas e, assim, enfatizavam e davam precedência
a silabação e a soletração sobre a palavra,
que esteve presente nos regulamentos da instrução anteriores
com a prescrição do método mútuo para o ensino
da leitura e da escrita.
Mortatti (2000) mostra que, no Brasil, a partir de 1880, esses métodos
que se fundamentavam no pressuposto de que o aprendizado da leitura devesse
seguir uma ordem de complexidade crescentes da parte para o todo, começou
a ser questionado com a divulgação do Método João
de Deus, ou método da palavração. O método
João de Deus foi amplamente divulgado por Silva Jardim que esteve
no Espírito Santo nos primeiros anos da década de 1880.
É importante destacar que, segundo essa autora, a proposta da Silva
Jardim não obteve aceitação oficial. No entanto,
o movimento que empreendeu para a divulgação do novo método
contribuiu para implementar disputas “pela hegemonia em relação
aos métodos de ensino de leitura” e se constituiu como um
período rico, pelo fato de que muitos professores começaram
a divulgar suas experiências, o que fez crescer o mercado editorial
de livros e cartilhas (MORTATTI, 2000, p, 51). Com as reformas da instrução
operadas, nos Estados, pelos governos Republicanos, passou-se cada vez
mais a adoção dos métodos intuitivo e analítico
para o ensino das matérias escolares. No Espírito Santo,
a defesa por esse novo método foi uma constante nos relatórios
de Presidentes do Estado e de Diretores da Instrução Pública.
No entanto, os discursos dos presidentes de estado e dos diretores da
instrução, ao mesmo tempo que revelam, desde os primeiros
anos da promulgação da república, a defesa de um
novo método de ensino para o ensino da leitura e da “calegrafia”,
também dão a entender em seus relatórios e mensagens
que a aplicação desse método não transcorreu
efetivamente, pois foram constantes os relatos sobre a precariedade das
instalações e de materiais pedagógicos e de várias
medidas para tentar solucionar o insucesso do ensino primário.
Em 1896, Muniz Freire, se reportou ao Congresso Legislativo apontando
como defeitos das duas últimas reformas da instrução
(a de 1873 e a de 1877) o fato de não terem se concentrado para
melhorar a instrução primária e terem se preocupado
apenas em organizar o ensino secundário. O que pode ser comprovado
pelo discurso de seus antecessores que ressaltavam em suas mensagens que
a esperança de se elevar o ensino público no Espírito
Santo se depositava em aumentar a consignação destinada
às Escolas Normais. Havia uma crença generalizada de que
se devesse simplesmente, investir no ensino normal, pois acreditava-se
que a instrução pública só poderia “experimentar
reformas que tornassem mais eficaz e profícua a instrução
popular quando as Escolas Normais estivessem produzindo número
avultado de professores” (VASCONCELLOS, 1898). O que efetivamente
não ocorreu, pois o ensino normal pouco contribuiu para a formação
de um quadro de professores para a escola primária até então,
como explicitou o Presidente do Estado, em 1905, na abertura da segunda
sessão da Quinta Legislatura.
O Espírito Santo chega a segunda metade da primeira década
do século XX com o ensino primário sendo descrito como se
encontrando em estado indeplorável tal qual já havia sido
relatado, pelo Diretor da Instrução pública, Pessanha
Póvoa, em 1897, o que se confirma, também, pelos relatórios
e correspondências recebidas pelos presidentes de província,
como ilustra o ofício de Ignácio Pessoa em agosto de 1907:
O decreto nº 2 de 4 de junho de 1892, promissor de uma renovação
salutar da Instrucção Publica do Estado, decorridos já
quinse annos de sua promulgação ainda não pode ter
completa e integral applicação, pelo que não se lhe
pode attribuir os males existentes, nem tão pouco justificar a
sua revogação. O aproveitamento das escolas por pessoal
idôneo e bem remunerado, a fiscalização e inspeção
do ensino bem organizado obedecendo unicamente aos interesses da juventude
e do Estado, o mobiliário e material pedagógico são
exemplos que têm reclamado instantemente nosa attenção,
mas que, infelizmente, em virtude de certas cisrcustâncias entre
as quaes avulta o precário estado das finanças, de poucos
valor tem sido as providências que reclamam [...]Material pedagógico
nem uma escola o possui; e quanto o mobiliário existente é
digno de figurar em um museu para assigualar a idade primitiva do ensino,
não obstante figurar no orçamento a dotação
de 20:000,000 para auxilio aos professores primários, móveis
e livro para as escolas. Mobiliário actual das escolas é
até uma postergação de princípios de hygiene
vulgarmente conhecidos e applicados. Mesas da mesma altura onde para escreverem
crianças de diversas estaturas, se curvam ou se esticam, bancos
sem encosto, rudes e ásperos nos quaes as crianças ficam
alcatrusadas, curvas; bancos e mesas dispostos em salas tristes, despidas
de ornamentação necessária para despertar na inteligência
infantil o estimulo da sciencia. Neste ambiente se conservam das 9 até
ás 12 horas as crianças, sem intervallo, sem exercícios
physicos. Considero incoveniente o funcionamento das aulas nas residências
dos respectivos professores; a estes é facultado quando lhes apraz
ou convenha indicarem o local das escolas, pelo que não se tem
podido distribuil-as nesta capital attendendo mais a conveniências
da freguesia escolar. Nestas condições é necessário
o Governo construir edifícios apropriados ou então contratal-os
para esse fim o que acarreta maior despeza.
As providencias que me sugerem o pouco tempo do exercício do cargo
são as seguintes:
a) redução do numero de Delegados Geraes, sendo elles remuneraodos.
b) A creação de grupos escolares, hoje existentes na maioria
dos Estados.
c) Adopção dos exercícios de gymnastica e trabalhos
manuaes nas escolas primárias.
d) A regulamentação do art 29 cap 2º parte 2ª
que institue para cada município um fundo escolar com applicação
à compra de vestuário e livros para os meninos pobres.
e) O aumento do numero de escolas.
“O regimen dos grupos escolares deve ser generalisado, de modo que
a escola isolada seja uma exepção condenada a desaparecer.
“Com o grupo se consegue a divisão do trabalho escolar, a
fiscalização permanente e estimulo dos professores, a excecução
uniforme do programa de exercício, a attração do
alunno para a escola, a freqüência assídua, o habito
das crianças viverem em sociedade, corrigindo-se, modificando-se,
aperfeiçoando-se de modo que o ideal republicano da igualdade pode
ser attingindo naturalmente no trato de poucas gerações.
“Não posso melhor expor as vantagens dos grupos escolares
como deste modo o fez o Dr. Cravalho Brito, digo o Secretario do Estado
dos negócios do interior no Estado de Minas.
Na descrição do quadro caótico da
instrução, é observada a construção
de um discurso em defesa de aspectos que configuravam a nova cultura e
forma escolares trazida pelos ideais republicanos por meio da institucionalização
dos grupos escolares. Essa avaliação se repetiu até
1908 nas falas tanto dos presidentes quanto dos diretores da instrução
salientando a predominância, no imaginário das autoridades
responsáveis pela condução da instrução
pública, de representações acerca dos grupos escolares
como instituição que possibilitaria uma reforma na educação
no contexto do projeto civilizador republicano (Souza, 1998).
Em 1908, o presidente do Estado, Jeronymo de Souza Monteiro, tendo em
vista o atraso da instrução capixaba, convidou o professor
paulista Gomes Cardim para proceder uma nova reforma na instrução
capixaba. Esse professor ficou encarregado da Diretoria da Instrução
e a reforma operada por ele reorganizou a Escola Normal, fundou a escola
modelo, três escolas reunidas, um grupo escolar e escolas isoladas.
É importante destacar que a criação da escola modelo
traduz uma das estratégias utilizadas pelo projeto de educação
republicano de uniformização dos métodos de ensino,
pois elas foram criadas, segundo Carvalho (1989, p. 28), porque a educação
do indivíduo republicano necessitaria de novos métodos e
processos de ensino “e o domínio desses métodos e
processos da experiência de vê-los em execução.
A escola em que se aprende a ensinar [...]. Na Escola Modelo, [...] revelar-se-ia,
‘aos olhos dos futuros professores, o mundo, novo para eles, do
ensino intuitivo.’
Esse propósito estava bem claro para o reformador Gomes Cardim
que em seu relatório ressalta:
Os professorandos do Estado tem, para campo de experiência e necessário
preparao technico, aescola modelo, devidamente apparelhada. Ahi os professorandos,
assistindo as aulas dos respectivos professores e leccionando por designação
do lente de pedagogia, habilitando-se convenientemente para o exercício
da nobre funcção de diffundir o ensino por todo o Estado,
obedientes aos methodos e processos hodiernos (CARDIM, 1909, p. 7).
A criação da escola modelo e do Grupo Escolar
foram aspectos referenciados, nas mensagens e nos relatório das
autoridades responsáveis pela instrução, como medidas
necessárias para a melhoria da instrução pública
capixaba e no bojo de um discurso impregnado de idéias modernizadoras
que envolviam mudanças na concepção de espaço
apropriado para funcionamento da escola (prédio escolar apropriado,
segundo padrões de higiene como iluminação adequada,
amplo), na forma de ensinar (materiais pedagógicos como livros,
objetos de estudo) e nos utensílios adequados (mobiliário),
o que nos indica um movimento de configuração de uma nova
cultura escolar que se constituía em virtude dessa nova forma escolar.
A reforma de 1908 foi operacionalizada legalmente mediante também
a promulgação do Decreto 109, de 4 de julho, que deu regulamento
as escolas normais e modelo, e do Decreto 118, de 11 de julho de 1908,
que aprovava o programa de ensino para a Escola Modelo e Grupos escolares.
No corpo desses dispositivos legais, o método prescrito para o
ensino primário continuava a ser o intuitivo e os livros e materiais
pedagógicos para o ensino da leitura eram os que estavam considerados
no imaginário pedagógico da época como adequados
a esse método de ensino. Os programas de ensino eram aprovados
pelo presidente de Estado a fim de que se pudesse observar se continham
os princípios do método de ensino intuitivo.
No decreto n° 118 de 1908, o programa de ensino da escola modelo e
dos grupos escolares é disposto com as seguintes indicações:
Série |
Livros
a serem adotados |
Conteúdos |
1°
ano |
Cartilha
Arnold, Primeiro Livro de João Köpke, segundo livro de Thomaz Galhardo |
Linguagem
Oral: Descripção de objectos communs. Descripção de objectos presentes
e ausentes. Sentenças sobre cousas que as creanças usam. Narrações
de factos iustructivos e Moraes. Recitação de máximas e poesias
apropriadas á classe. Linguagem escripta: Copiar sentenças do quadro
negro ou do livro de leitura. Escrever sentenças com palavras dadas.
Calligraphia: Copias do livro de leitura ou do quadro negro, sentenças
já estudadas em leitura. |
2°
ano |
Primeiro
livro de Puiggari Barreto, Historietas de Pinto e Silva, Segundo
Livro de João Köpke |
Leitura
com expressão e naturalidade. Muita atenção para a pronuncia das
palavras para que não se deixe o alumno nem letra, nem syllaba.
Linguagem Oral: Exercícios com palavras que exprimem qualidades
das cousas. Qualidades oppostas. Graus de qualidades. Palavras de
acção no presente, passado e futuro. Contos suggeridos aos alumnos
por meio de gravuras. Declamação de poesias. Linguagem escripta:
Copiar trechos do livro de leitura. Reproducção de historia ouvida
em casa ou na escola. Reprodução de assumpto estudado no livro de
leitura. Respostas a questão formuladas pelo professor Dictados.
Exercícios de pontuação. |
3°
ano |
Cousas
brasileiras de R. Puiggari, Leituras Moraes de Arnaldo Barreto,
Terceiro livro de Puiggari Barreto, Leituras mansucritas de BPR |
Linguagem
Oral: Ampliação do vocabulário por meio dos synonymos. Formação
de sentenças com objectos da sala da aula, da rua, da casa dos alumnos,
estendendo o exercício á assumptos de outras aulas. Chamar empiricamente
a attenção para as palavras que significam cousas, palavras que
significam qualidades ou limitações de cousas. Declamação de prosa
e verso. Linguagem escripta: Ditar pequenos trechos expressivos
para as creanças. Composição de sentenças com palavras dadas e conhecidas.
Leituras de historietas curtas e interessantes para interpretação.
Descripção de gravuras.
|
4°
ano |
Terceiro
livro de João Köpke, leitura infantis de F. Vianna, História de
nossa terra de Julia Lopes, leituras nacionais de Pinto e Silva,
leitura expressiva, leitura com variedade de expressão, leitura
de versos, de diálogos e de biografias de brasileiros ilustres.Noções
de educação: - uso correcto da voz |
Linguagem
Oral: declamação em prosa e verso. Synonymos, homonynos, antonymos.
Palavras homophonas e homographas. Manejo do dicionário. Noções
geraes sobre syntaxe. Sentenças simples e seus elementos. Sentenças
compostas, complexas e seus elementos. Fyguras de syntaxe, as mais
communs. Exercícios práticos:lexicológicos e morphologicos. Conjugação
completa dos verbos. Linguagem escripta: Ditado. Descripções e narrações.
Composições livres. Mudança de redação de um trecho designao. Transformação
de poesia em prosa. Cartas, recibos, facturas, officios e requerimentos. |
Essas orientações
deveriam ser adotadas também nos grupos escolares e nas demais
categorias de escolas públicas responsáveis pelo ensino
primário no Espírito Santo (nas escolas isoladas, nas escolas
mistas e noturnas), conforme disposto no Decreto 137, de 25 de julho de
1908. Por meio delas, pode-se observar que a prescrição
de quais livros de veriam ser adotados e do quê e como deveria ser
ensinado assinala algumas diferenciações entre o ensino
da leitura nos dois primeiros anos e nos dois últimos do ensino
primário.
Quanto a essa diferenciação, é visível que,
nos dois primeiros anos, há predominância de um maior número
de livros do tipo séries graduadas e, nos dois últimos,
de livros de natureza formativa, em que o ensino da leitura aparece articulado
a conteúdos morais e cívicos, característica encontrada,
também, por Klinke (2000) em Minas Gerais. Portanto, uma ênfase
maior na prescrição de textos moralizadores.
Todos os livros do tipo série graduada que estavam sendo prescritos
para adoção seguiam os princípios do método
analítico, o que nos indica que esse foi no período republicano
o método oficialmente adotado nas escolas primárias capixaba
e, dessa forma, reforça a idéia de que a legislação
pode ser compreendida como uma das estratégias republicana de imposição
de um método de ensino. Estudos como os de Mortatti (2000), Klinke
(200), Bittencourt (2004) e Frade (2004) mostram que os autores desses
livros eram defensores do método analítico e em sua maioria
dos ideais republicanos. Bittencourt (2004, p. 484) ressalta que a opção
do método de ensino da leitura “não se explicava apenas
por razões didáticas. Ela expressou conflitos políticos
que começaram nos últimos anos da década de 1870
e se estenderam até o início do século XX.”
A última reforma dessa primeira década do século
XX foi efetivada pela Lei n° 545, de 16 de novembro de 1908, que deu
nova organização a instrução pública
primária e secundária e do decreto 230, de 2 de fevereiro
de 1909, que também regulamentou a instrução pública
primária e secundária do Estado. Nessa última reforma,
o ensino primário se tornava obrigatório para ambos os sexos
(art. 7) e seria ministrado em escolas isoladas, para cada sexo, em escolas
mistas, em escolas noturnas, para crianças maiores de 12 anos,
em escolas reunidas, em grupos escolares e na escola modelo (art. 12).
No entanto, tratava-se de uma reforma que continuou a buscar, também,
a uniformização dos métodos de ensino e que se utilizou
da legislação como uma estratégia para tal intento.
A Lei 545, de 16 de novembro de 1908, reorganizou o ensino primário
e secundário, no entanto, manteve a classificação
das escolas em entrâncias, a distribuição de obras
literárias para os alunos que mais se destacassem mas, diferentemente
da reforma anterior, estabeleceu obrigatoriedade do ensino primário
para todas as crianças independente do sexo. Outra inovação
trazida pela lei foi a institucionalização da leitura como
matéria de ensino, por meio do Artigo 20 que dispõe:
Art. 20. O ensino das escolas primárias comprehenderá as
matérias seguintes: Leitura, Grammatica, Escripta, Calligraphia,
Arithmetica, Geometria, Geografia do Brazil e Cosmographia, Historia do
Brazil, noções de Sciencias Physicas e Naturaes, Musica,
Desenho, Gymnastica, exercícios Militares e trabalhos manuaes.
Dessa forma, possibilitou a unificação da leitura como um
componente curricular. É importante destacar que a nova lei também
instituiu uma organização metódica do tempo escolar,
pois ao professor tornava-se obrigatório “ter o horário
da classe collocado em quadro, em logar saliente na sala da escola, e
executal-o rigorosamente” (art. 26). Além disso, o horário
deveria ser organizado de forma que todos os alunos tivessem ao mesmo
tempo, trabalho e de acordo com as exigências do ensino moderno.
(§ Único do art. 26). Os horários da Escola Modelo,
tanto para a sessão masculina, quanto para a feminina, serviam
de norma para as escolas isoladas, embora era reconhecido pelo próprio
Diretor da Instrução que apenas serviria de guia dos trabalhos
“não se podendo exigir a sua rigorosa execução”,
pois deveria sofrer modificações, de acordo com a escola.
Por meio dos Quadros de Horários da escola modelo e das escolas
isoladas, em anexo ao relatório do Diretor da Instrução,
no ano de 1909, é possível observar que a organização
das aulas em função do tempo escolar diferia entre as escolas,
porém, apesar dessas construções diferenciadas, o
horário da matéria leitura era sempre colocado nas primeiras
horas do início do período letivo.
O método de ensino da leitura apregoado pelo Diretor da Instrução,
Gomes Cardim, continuava a ser o analítico e era sempre apresentado
a partir de um contra-discurso assinalando os vícios que advinham
com o emprego do método sintético contraídos pelo
método da soletração ou pelo da silabação.
Esse método foi arduamente defendido no primeiro Congresso Pedagógico
Espírito Santense que é o documento que estamos analisando.
As primeiras
conclusões
As fontes
analisadas permitiram observar a construção de um discurso
em favor do método analítico para o ensino da leitura no
contexto da implantação das escolas seriadas, no Espírito
Santo, que foram institucionalizadas com a criação dos grupos
escolares. Para isso, os responsáveis pela condução
da política educacional capixaba fizeram uso de estratégias
como prescrição de livros e conteúdos por meio da
legislação que implantou as reformas de ensino no período
de 1890 a 1910. Nesse contexto, pode-se perceber, também, o movimento
de escolarização da leitura como um saber a ser adquirido
nessa nova forma escolar instituída pelo governo republicano, o
que foi coroado com o reconhecimento da leitura como uma disciplina e
a sua implantação no currículo das escolas primárias.
Referências
BITTENCOURT,
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de leitura. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 30,
n. 3, p. 475-491, 2004.
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XIX. In: FARIA FILHO, Luciano Mendes de, VEIGA, Cyntia Greive (org.) 500
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2000.
FRADE, Isabel Cristina Alves da Silva. Cartilha Analytica publicada pela
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e editoriais. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO SOBRE LIVRO E HISTORIA EDITORIAL,
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MORTATTI, Maria do Rosário Longo. Cartilha de alfabetização
e cultura escolar: um pacto secular. Caderno Cedes, ano XX, n° 52,
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SOUZA, Rosa Fátima de. Espaço da educação
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In: SOUZA, Rosa Fátima de;
VALDEMARIN, Vera Teresa; ALMEIDA, Jane Soares de (Org.). O legado educacional
do século XIX. São Paulo: UNESP, 1998. p. 19-62.
VIDAL, Diana. Escola Nova e processo educativo. In: FARIA FILHO, Luciano
Mendes de, VEIGA, Cyntia Greive (org.) 500 anos de educação
no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2000.
Fontes
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SANTO. Lei n° 1, de 4 de junho de 1892.
ESPÍRITO SANTO. Decreto n° 2, de 4 de junho de 1892.
ESPÍRITO SANTO. Decreto n° 109, de 4 de julho de 1908.
ESPÍRITO SANTO. Decreto n° 118, de 11 de julho de 1908.
ESPÍRITO SANTO. Lei, n° 545, de 16 de novembro de 1908.
ESPÍRITO SANTO. Decreto n° 230, de 2 de fevereiro de 1909.
ESPÍRITO
SANTO. Discurso pronunciado pelo Exmo. Sr. Dr. José de Mello Carvalho
Moniz Freire. Presidente do Estado do Espírito-Santo. Após
sua promessa constitucional perante o Congresso Constituinte. Victoria.
Typ. Do Estado. 1892.
ESPÍRITO SANTO. Relatório apresentado pelo Exmo. Sr. Dr.
José de Mello Carvalho Moniz Freire. Presidente do Estado do Espírito-Santo
ao passar o governo ao Exmo. Snr. Dr. Graciano dos Santos Neves em 23
de maio de 1896.
ESPÍRITO SANTO. Mensagem lida pelo Exm. Sr. Dr. José Marcelino
P. de Vasconcellos. Presidente do Estado do Espírito Santo na instalação
do Congresso Legislativo em 7 de setembro de 1898.
ESPÍRITO SANTO. Mensagem apresentada ao Congresso Legislativo na
abertura da Primeira Sessão da quinta legislatura pelo Presidente
do Estado Coronel Henrique da Silva Coutinho em 7 de setembro de 1904.
ESPÍRITO SANTO. Mensagem apresentada ao Congresso Legislativo na
abertura da segunda Sessão da quinta legislatura pelo Presidente
do Estado Coronel Henrique da Silva Coutinho em 11 de setembro de 1905.
ESPÍRITO SANTO. Mensagem apresentada ao Congresso Legislativo na
abertura da Terceira Sessão da quinta legislatura pelo Presidente
do Estado Coronel Henrique da Silva Coutinho em 9 de outubro de 1906.
ESPÍRITO SANTO. Mensagem apresentada ao Congresso Legislativo na
abertura da primeira Sessão da sexta legislatura pelo Presidente
do Estado Coronel Henrique da Silva Coutinho em 7 de setembro de 1907.
ESPÍRITO SANTO. Mensagem dirigida pelo Dr. Jeronymo de Souza Monteiro
Presidente do Estado ao Congresso Espírito-Santense na sessão
da 6ª Legislatura. 1908.
ESPÍRITO SANTO. Mensagem dirigida pelo Dr. Jeronymo de Souza Monteiro
Presidente do Estado ao Congresso Legislativo do Espírito Santo
na terceira sessão da 6ª Legislatura. 1909.
ESPÍRITO SANTO. Mensagem dirigida pelo Dr. Jeronymo de Souza Monteiro
Presidente do Estado ao Congresso do Espírito Santo na 1ª
sessão da 7ª Legislatura. 1910.
ESPÍRITO SANTO. Relatorio da Diretoria da Instrução
Publica apresentado ao Exmo. Sr. Dr. José de Mello Carvalho Moniz
Freire, Presidente do Estado, pelo Bacharel José Joaquim Pessanha
Povoa, Director da Instrucção publica. 1897.
ESPÍRITO SANTO. Relatorio apresentado ao Exmo. Sr. Dr. Jeronymo
Monteiro, Presidente do Estado do Espírito Santo, pelo Director
da Instrucção, Dr. Henrique ª Cerqueira Lima em 13
de agosto de 1908.
ESPÍRITO SANTO. Relatorio apresentado ao Exmo. Sr. Dr. Jeronymo
Monteiro, Presidente do Estado do Espírito Santo, pelo Snr. Inspector
Geral do Ensino, Carlos ª Gomes Cardim em 26 de julho de 1909.
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