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UM
RETRATO DA PESQUISA ACADÊMICA EM EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
DA UNICAMP
Mestranda:
Marisol Vieira Melo - FE/UNICAMP - marisolm@unicamp.br
Orientador: Prof. Dr. Dario Fiorentini
Resumo: Procuramos descrever, através de uma abordagem exploratória
e histórico-bibliográfica, o estado da arte da pesquisa
acadêmica em Educação Matemática da Unicamp,
produzida entre 1976 a julho de 2003, focalizando, sobretudo, os estudos
sobre Formação de Professores de Matemática. Buscamos,
num primeiro momento, as tendências temáticas das (165) pesquisas,
e, em seguida, as tendências teórico-metodológicas,
as contribuições e avanços dos (41) estudos sobre
formação de professores que ensinam Matemática. Observamos
que nos anos 70-80 as experiências baseavam-se nos cursos de treinamento
de professores, e a partir dos anos 90, o foco para os saberes docentes
e trabalho colaborativo na formação de professores.
A Educação
Matemática na Unicamp: um olhar para a pesquisa acadêmica
Este estudo tem a
intenção de retratar a pesquisa acadêmica em Educação
Matemática da Unicamp, particularmente, pesquisas sobre Formação
de Professores de Matemática. Trata-se de uma investigação
histórico-bibliográfica, na qual apresenta um panorama das
produções acadêmicas, desde o surgimento dos primeiros
trabalhos em Educação Matemática da instituição,
percorrendo os anos de 1976 a julho de 2003. Desse modo, procuramos identificar
as principais tendências temáticas e teórico-metodológicas,
além de analisar e descrever o estado da arte da pesquisa acadêmica
produzida na Unicamp sobre formação de professores que ensinam
matemática destacando os problemas investigados, os processos de
investigação e suas principais contribuições
à formação inicial e continuada de professores de
matemática.
Hoje verificamos que há uma preocupação em compreender
melhor a Educação Matemática como campo de científico
de investigação e a sua diversidade de linhas de pesquisa.
Dessa maneira, já podemos observar o avanço para outros
estudos semelhantes, ou que se aproximam aos estudos do tipo estado da
arte: D’Ambrosio (1993), MEC/SEDIAE/INEP (1995), Fiorentini; Sader
(2000), Fiorentini (2002), Fiorentini et al. (2002), Knijnik (2002), Miguel;
Miorim (2002), Junho (2003), Oliveira (2003), Pereira (2003) Andrade (2004),
Pinto (2004) e Conrado (2005).
Apesar da ampliação de estudos referentes à Educação
Matemática e suas particularidades, percebemos que os estudos do
tipo estado da arte ainda estão em pleno amadurecimento, apontando
como um recurso para o desenvolvimento deste campo de pesquisa. No entanto,
continuamos afirmando que ainda são escassos os que tratam da pesquisa
em Educação Matemática, se observarmos que em mais
de 30 anos foram defendidas mais de mil teses e dissertações
no país, conforme levantamento da Revista Zetetiké ; e principalmente
mais reduzidos, aqueles relacionados à Formação de
Professores de Matemática, pois constatamos apenas o artigo de
Fiorentini et al. (2002). Podemos considerar nossa investigação
como uma contribuição para minimizar esta realidade, no
que se refere, especialmente a formação de professores de
matemática.
A
CONSTITUIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO
A constituição
do estado da arte da pesquisa sobre formação de professores
de Matemática da Unicamp é um processo de caracterização
de um período histórico que permite fazer correlações
entre os estudos produzidos. Ao percorrer a trajetória da produção
acadêmica da instituição, nos concentramos nos seguintes
questionamentos: Que tendências temáticas apresentam historicamente
as pesquisas em Educação Matemática produzidas e
defendidas na Unicamp entre 1976 à julho de 2003, e, particularmente,
que tendências e contribuições os estudos sobre formação
de professores que ensinam Matemática trazem em relação
aos processos de formação inicial e/ou continuada e aos
processos de investigação?
Tendo em vista essas questões, nosso estudo tem por objetivos:
» Mapear e descrever historicamente a pesquisa acadêmica em
Educação Matemática produzida na Unicamp desde 1976
a julho de 2003, identificando suas tendências temáticas
e teórico-metodológicas;
» Analisar e descrever o estado da arte da pesquisa acadêmica
produzida na Unicamp sobre formação de professores que ensinam
matemática destacando os problemas investigados, os processos de
investigação e suas principais contribuições
à formação inicial e continuada de professores de
matemática.
Desse modo, desenvolvemos nossa investigação mediante duas
etapas: (1ª) Buscamos, de maneira mais geral, abranger o conjunto
de pesquisas acadêmicas relativas à Educação
Matemática produzidas na Unicamp, e; (2ª) focaliza, com maior
profundidade, os estudos relativos à formação de
professores que ensinam Matemática — o denominamos por subconjunto.
No primeiro momento, junto ao levantamento inicial conseguimos reunir,
no período de 1976 a julho de 2003, o total de 165 pesquisas acadêmicas,
entre teses e dissertações na Unicamp. Destas, 137 foram
desenvolvidas na FE (81 dissertações e 56 teses) e 28 dissertações
no IMECC . Realizamos o fichamento dos 165 trabalhos, utilizando basicamente
seus resumos, e, se fosse o caso, consultando na íntegra o trabalho
se o resumo não apresentasse todas as informações
desejadas. O estudo exploratório e histórico-bibliográfico
relativo ao conjunto de 165 pesquisas acadêmicas em Educação
Matemática produzidas e defendidas na Unicamp permitiu-nos identificar
e descrever algumas tendências temáticas e teórico-metodológicas
desenvolvidas nestes estudos. Nesse fichamento destacamos, inicialmente,
o tema central, os objetivos, problema ou questão investigativa,
referencial teórico, procedimentos metodológicos e os principais
resultados obtidos e contribuições.
Tomando por base esse fichamento geral, delimitamos o conjunto dos 165
estudos em Educação Matemática, que, tendo o foco
de investigação a formação de professores
que ensinam Matemática, compôs o subconjunto de 41 pesquisas.
Este novo fichamento, mais completo e cuidadoso, está sendo realizado
a partir da leitura completa das dissertações e teses sobre
formação de professores que ensinam matemática.
A análise relativa aos estudos sobre formação de
professores que ensinam matemática procedeu-se mediante comparação
e contraste das pesquisas, procurando identificar subfocos temáticos,
metodológicos ou relacionados segundo a natureza do problema investigado
ou, ainda, segundo os resultados obtidos. Esta análise realizou-se
mediante diálogo com a literatura e com outros estudos.
UM
RETRATO DA PESQUISA UNICAMP
Ao delinearmos as
tendências temáticas partimos de alguns aspectos que emergiram
durante a leitura das teses e dissertações. Não podemos
deixar de considerar que a constituição das mesmas vem ocorrendo
num processo subjetivo, já que o estado da arte possibilita que
outros leitores explorem com outros olhares o mesmo objeto de estudo.
Nesse sentido, buscamos Ferreira (2002) quando afirma que o estado da
arte revela-se de maneira personificada, cada leitor compõe o seu
traçado, num dado momento histórico e num certo contexto
no qual ele se encontra e, essa dinâmica é diferenciada pelo
fato que cada leitor se aproprie de modo diferente do produzido pelo pesquisador.
Procuramos situar nosso estudo no desenvolvimento da Educação
Matemática, observando sua trajetória no Brasil. O seu desenvolvimento
enquanto área de investigação, segundo Fiorentini
(1994), percorreu algumas fases que vai da gestação, passando
pelo nascimento e surgimento de uma comunidade de educadores matemáticos,
e chegando, nos anos 90, à emergência de uma comunidade científica
de educadores matemáticos.
As primeiras pesquisas em Educação Matemática no
Brasil, de acordo com o estudo de Fiorentini (1994), apareceram na primeira
metade do século XX e estas se restringiam ao ensino e aprendizagem
da matemática da escola primária. Esses pesquisadores, entretanto,
não eram, em sua maioria, professores de Matemática; predominavam
os pedagogos e psicólogos educacionais interessados no ensino e
na aprendizagem dessa disciplina.
As décadas de 70 e 80 foram marcadas pelo surgimento de pesquisas
acadêmicas nos cursos de Pós-Graduação em Educação,
Matemática e Psicologia. E, foi nesse período, entre 1975
e 1984, que funcionou temporariamente o Mestrado em Ensino de Ciências
e Matemática realizado no IMECC/UNICAMP, em convênio com
OEA/MEC/PREMEN o qual contribuiu para introduzir no país, pela
primeira vez, o termo “Educação Matemática”
(FIORENTINI, 1994). Este curso atendeu 4 (quatro) turmas, resultando em
28 dissertações relativas à Educação
Matemática. Estas focalizavam, em sua maioria, a formação
inicial e continuada dos professores, sobressaindo-se os cursos de treinamento
de professores e os projetos de melhoria da prática pedagógica
em Matemática.
Entretanto, não foi no IMECC que a Educação Matemática
se consolidou enquanto área de investigação na Unicamp,
foi na Faculdade de Educação onde, anos mais tarde, em 1994,
surgiria, no Programa de Pós-graduação daquela faculdade,
a Área de Concentração específica em Educação
Matemática, constituindo-se em uma das 8 (oito) áreas de
concentração do Programa . Porém, antes mesmo do
surgimento da área, ou seja, até 1994, os estudos em Educação
Matemática já eram freqüentes na Faculdade de Educação,
pois, até esta data, tinham sido produzidos 46 trabalhos relacionados
à Educação Matemática (24 de mestrado e 22
de doutorado). Os trabalhos anteriores foram produzidos em duas áreas
de concentração: Metodologia de Ensino e Psicologia Educacional.
Estas pesquisas caracterizaram-se como estudos que desenvolviam investigações:
analíticas e históricas do ensino da matemática;
psicológicas e/ou cognitivas do aluno em relação
à aprendizagem da Matemática; histórico-filosóficas
e epistemológicas da Matemática e outras relativas a propostas
metodológicas e/ou curriculares (FIORENTINI, 1994).
O crescimento da produção acadêmica em Educação
Matemática na FE/Unicamp aumentaria, significativamente, após
a instituição da área de concentração
em 1994. Assim, considerando as defesas de mestrado, na área de
concentração Educação Matemática a
partir de 1996 e, de doutorado, a partir de 1998, seriam concluídos,
até julho de 2003, mais 91 trabalhos (54 de mestrado e 37 de doutorado).
Concomitante ao surgimento da área de concentração
em Educação Matemática, três grupos de pesquisa
se constituiriam: Prapem (Práticas Pedagógicas em Matemática),
Hifem (História e Filosofia em Educação Matemática)
e Psiem (Psicologia em Educação Matemática).
Neste período de 27 anos e meio, a Educação Matemática
foi se constituindo e ganhando espaço na instituição,
e gradativamente, a diversidade de focos estudados, foram gerando características
comuns de algumas linhas de pesquisa, favorecendo o fortalecimento dos
grupos em Educação Matemática, recém citados.
Podemos visualizar a expressividade da pesquisa acadêmica da Unicamp
em Educação Matemática, que em praticamente três
décadas produziu mais de 160 trabalhos no gráfico a seguir:
Gráfico
1 — Produção Acadêmica em Educação
Matemática na Unicamp (1976-jul.2003)
Fonte: Elaboração própria
Para
compreendermos o processo de desenvolvimento da Educação
Matemática na Unicamp, e tendo presente o nosso objetivo de mapear
e descrever historicamente a pesquisa acadêmica da Unicamp, buscamos
inicialmente identificar as tendências temáticas que permeiam
a totalidade destas produções acadêmicas. Para tanto,
nosso processo de seleção, identificação foi
inicialmente apoiada pela categorização utilizada em Fiorentini
(1994). Este autor apresentou as principais áreas temáticas
da pesquisa acadêmica brasileira em Educação Matemática,
resultando 12 no total . Percebemos que, diante da expansão e diversidade
de temas focalizados, nossa primeira classificação apresentou
certas especificidades além daquelas apresentadas por Fiorentini
(1994), isto porque, devemos recordar que em sua tese, o autor abrangeu
42 trabalhos pertencentes à Unicamp até 1990, ou seja, aproximadamente
25% do nosso rol de pesquisas aqui analisadas.
Portanto, com o aumento emblemático de mais de 75% certamente nosso
olhar para as 165 pesquisas não ficaram limitadas às 12
temáticas. Ao destacarmos as questões norteadoras das pesquisas,
encontramos seu foco temático, e assim agrupamo-las, levando em
consideração que muitas das pesquisas encontram-se interseccionadas
em mais de uma temática. Desse modo, identificamos os principais
eixos temáticos que caracterizam a produção acadêmica
da Unicamp no período de mais de 27 anos, ficando assim representado:
(i) Psicologia Cognitiva; (ii) Didática/Ensino; (iii) Prática
Pedagógica/Ensino-aprendizagem; (iv) Formação do
Professor de Matemática, (v) História/Filosofia/Epistemologia;
(vi) Crenças/Concepções/Percepções;
(vii) Materiais/recursos tecnológicos-didáticos; (viii)
Etnomatemática.
Formação
de Professores que Ensinam Matemática: as pesquisas da Unicamp
A análise inicial
sobre o conjunto total de 165 estudos mostra que existem pelo menos 41
trabalhos que tem como foco a formação do professor que
ensina Matemática, mostrando a concentração da produção
acadêmica em Educação Matemática que tem como
objeto de estudo a formação do professor durante o período
de 1976 a julho de 2003.
O estudo realizado por Fiorentini et al. (2002) identificou 34 trabalhos
sobre formação de professores de Matemática. Dessa
forma, complementando à esta relação, identificamos
novos trabalhos produzidos até jul.2003, ficando assim representada:
Tabela 1 — Pesquisas
sobre Formação de Professores de Matemática
produzidas na Unicamp (1976-jul.2003)
Foco |
Autores |
Formação
Inicial
(12) |
Anos 70 — 80
(05 pesquisas) |
Anos 90 — 2003
(07
pesq.) |
Taglieber (1978)
Letelier (1979)
Ferreira (1980)
Melo (1982)
Tavares (1982)
|
Táboas
(1993)
Pohlenz
(1999)
Bonete
(2000)
Gavanski (2000)
Reis (2001)
Castro (2002)
Jaramillo (2003) |
Formação
Continuada
(27) |
Anos 70 — 80
(08 pesquisas) |
Anos 90 — 2003
(19 pesquisas) |
Borges (1988) |
|
|
Formação Inicial e
Continuada
(02) |
Anos 70 — 80
-- |
Anos 90 — 2003
(02 pesquisas) |
|
|
|
Entre as décadas de 70 e 80 predominam as experiências e
inovações, tanto na formação inicial, quanto
na continuada, de professores, prevalecendo em alguns casos os cursos
de treinamento de professores.
A partir dos anos 90, foram produzidas 28 dissertações ou
teses sobre Formação de Professores de Matemática
na Unicamp, tendo, em sua maioria, como foco de estudo: saberes docentes;
trabalho colaborativo na formação continuada de professores;
e o papel da escrita ou da pesquisa na formação de professores.
Ao analisarmos especialmente a última década de 90, dos
7 (sete) estudos produzidos na FE/Unicamp, citados anteriormente, sobre
a formação inicial de professores, 4 (quatro) investigaram
o processo de formação do futuro professor que ocorre durante
a disciplina de Prática de Ensino e Estágio Supervisionado,
e os outros 3 (três) trabalhos relativos à formação
inicial procuraram investigar a formação matemática
do futuro professor.
Em relação à formação continuada foram
desenvolvidos 19 trabalhos na última década. Dentre estes,
8 (oito) pesquisas tinham como foco de estudo grupos e práticas
colaborativas na formação continuada de professores que
ensinam matemática, através de estudos etnográficos
e/ou pesquisa-ação, com a triangulação de
dados e de interpretação. Dentre eles, encontramos: Terezinha
V. O. Gonçalves (2000), Nacarato (2000), Souza Jr. (2000), Guérios
(2002), Jiménez Espinosa (2002), Pinto (2002), Ferreira (2003)
e Lopes (2003). Todos os estudos buscaram historiar o processo de constituição
e desenvolvimento dos grupos, dois deles pré-existentes e os demais,
com suas investigações durante o processo de trabalho colaborativo.
Estas pesquisas mostram, de modo geral, que os trabalhos colaborativos
entre formadores e professores contribuem para a produção
conjunta de conhecimentos sobre a prática e para o desenvolvimento
profissional de ambos.
Há 4 (quatro) trabalhos que tomaram como foco de investigação
a formação e a prática docente em contextos sócio-culturais,
aproximando-se de uma abordagem etnomatemática, como é o
caso de Freitas (1997), Chieus Jr. (2002), López Bello (2000) e
Corrêa (2001).
Os trabalhos de Melo (1998) e Sousa (1999) abordaram as percepções
dos professores de matemática. Apesar de ambos terem como elemento
base as influências e mudanças no currículo escolar,
as percepções investigadas incidiam sobre aspectos distintos.
O primeiro autor investigou as transformações vividas e
percebidas por professores de matemática do ensino fundamental,
durante um processo de mudança curricular, Sousa (1999), por sua
vez, investigou qual a percepção que os professores tinham
do Movimento da Matemática Moderna e de sua influência no
currículo vigente naquele período.
Os outros 5 (cinco) trabalhos restantes foram desenvolvidos entre 1997
e 2002 e abordaram questões bem diferenciadas. Caldeira (1998)
investigou o processo de construção do conhecimento da Matemática
e Educação Ambiental, sob uma perspectiva da modelagem matemática,
visando uma mudança na prática do professor em sala de aula.
Silva (1997) analisou os reflexos do computador na prática pedagógica,
tendo verificado que a inserção dessa tecnologia educacional
mobiliza a profissão docente e favorece o desenvolvimento profissional.
Silva (1998) desenvolveu um estudo investigativo procurando compreender
como os cursos de formação contribuem para a construção
de um professor reflexivo na sua prática, e, assim, conhecer, compreender
e refletir sobre as concepções que os professores têm
de prática pedagógica, de educação, de matemática,
de educação matemática, de aluno e como as concepções
são reproduzidas em sala de aula. Carvalho (1999) numa perspectiva
de Educação Matemática e cidadania procurou em sua
pesquisa trabalhar a questão do vídeo como recurso auxiliar
na formação do professor; explorar o papel da reflexão
na formação do professor na construção de
saberes e/ou conhecimentos profissionais, além de propor a formação
continuada através da elaboração de proposta pedagógica
compartilhada. Megid (2002), em sua dissertação de mestrado,
focalizou a produção de saberes e significados em um projeto
de Estatística para duas turmas de 6a série, numa escola
pública e outra particular, analisando como se deu o avanço
da aprendizagem quando professor e alunos negociam significados e o desenvolvimento
da linguagem matemática.
Os 2 (dois) trabalhos seguintes, Passos (1995) e Gonçalves (2000)
estão situados na interface da formação inicial com
a continuada. A tese de Gonçalves (2000) é pioneiro ao tratar
da formação do formador. O autor ancorou seu estudo na formação
e desenvolvimento profissional do professor universitário do Departamento
de Matemática da UFPA que atua na formação de professores
de Matemática, valorizando a sua própria trajetória
profissional de formador de professores daquela instituição.
Passos (1995) analisou as transformações das representações
matemáticas que passam os alunos do curso CEFAM, tendo por base
a identificação e análise de mitos que sustentam
essas representações, buscando resgatar as possíveis
interferências das concepções matemáticas no
processo de ensino-aprendizagem e na ação pedagógica
do futuro professor.
Esse breve estudo permitiu-nos construir um pequeno quadro relativo à
pesquisa acadêmica sobre a formação de professores
de Matemática realizada na Unicamp evidenciando uma expressiva
diversidade de questões, metodologias e abordagens, as quais demandam
aprofundamento e um balanço dos resultados obtidos.
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