Leda Tessari Castello Pereira/UNIVILLE- Universidade
da Região de Joinville
Introdução
Repensar a formação e realizar práticas
interdisciplinares na implantação da nova grade curricular
do Curso de Pedagogia da Univille, Universidade da Região de Joinville,
foi o que desencadeou a realização da escrita do Memorial,
vivenciada em 2004 e 2005 com o primeiro e segundo ano do Curso.
A história de vida tem sido alvo de pesquisas, já há
alguns anos, principalmente por pesquisadores portugueses, espanhóis
e franceses, como Nóvoa, Zabalza e Josso. A nós interessava
construir um documento que nos possibilitasse conhecer melhor os alunos
de Pedagogia, perceber seus conhecimentos prévios, exercitar a
escrita, bem como realizar um trabalho mais integrado entre as diversas
disciplinas.
O memorial é um gênero que se caracteriza por apresentar
as “memórias” de seu autor, isto é, o registro
dos momentos que considera importante. Estes momentos são selecionados
de acordo com as finalidades e as relações que o autor estabelece
com os objetivos. Além disso, possibilita o registro de opiniões,
inquietações e experiências.
A prática não se baseou num modelo pronto. Partindo de definições,
buscou-se alguns referenciais e através de discussões se
configurou um modelo inicial que tem se modificado à medida que
se percebe necessário.
Para melhor compreensão dessa prática, apresentaremos inicialmente
como o projeto foi construído, discutindo a definição
de memorial e a conotação que demos a esse gênero.
Num segundo momento, discutiremos os avanços que já pudemos
vislumbrar nos alunos, na sua relação com a aprendizagem
e com os professores, na interferência causada em suas vidas; na
forma de trabalho e relacionamento entre professores, bem como na própria
dinâmica do curso.
A construção e reconstrução
do projeto
Iniciamos com a busca de definição e fundamentação
teórica para o gênero que iríamos utilizar, o Memorial.
Segundo Severino (2000, p.175) “o Memorial se constitui numa autobiografia,
histórica e reflexiva. Deve ser composto sob a forma de relato
histórico, analítico e crítico, que dê conta
dos fatos e acontecimentos que constituíram a trajetória
acadêmico-profissional de seu autor”.
No entanto, sentíamos que era possível aproveitar mais o
que esse documento poderia nos oferecer. Não queríamos apenas
uma autobiografia, queríamos poder acompanhar o desenvolvimento
dos alunos, mas também não teríamos “fôlego”
para acompanhar e analisar “diários” e sabíamos
que as alunas também não teriam condições
de escrevê-los. Deparamo-nos com o Guia do Curso (2004) da TV Escola,
disponível na Internet, que tem o Memorial como um instrumento
de comunicação entre tutor e cursista , “um meio para
o estudante expressar sua história no curso” .
Segundo esse documento:
O Memorial é:
? para o(a) cursista, um meio de conscientizar-se do que aprende, de como
o faz, das conseqüências disso para sua prática pedagógica
e da carga emocional que o acompanha nos processos de aprendizagem e sua
aplicação;
? para o(a) tutor(a), uma fonte para compreender o(a) cursista, suas dificuldades,
os problemas que o material de estudo pode conter e uma referência
para o exercício adequado da tutoria, isto é, para melhor
ajudar o(a) cursista.
O Memorial é um motivo de diálogo entre os agentes do processo
educativo. Deve ser entendido como a verbalização de uma
aventura social, entre os que dela participam.
Este conceito foi o que consideramos ser mais condizente com o que queríamos
desenvolver, pois possibilitaria um conhecimento maior dos alunos e possibilitaria
um acompanhamento de sua formação. Segundo Moita (1995,
p.115), “formar supõe troca, experiência, interações
sociais, aprendizagens, um sem fim de relações. Ter acesso
ao modo como cada pessoa se forma é ter em conta a singularidade
de sua história e, sobretudo, o modo singular como age, reage e
interage com os seus contextos”.
Essas trocas e interações, essa singularidade de cada um
dos nossos alunos se fazia fundamental para construir uma nova dinâmica
de formação. Seria, portanto, um documento que tanto possibilitaria
resgatar a história pregressa dos alunos, como constatar seus conhecimentos
prévios, e, acima de tudo, um instrumento de auto-avaliação
e acompanhamento do desenvolvimento dos alunos ao longo de sua formação
universitária.
A estrutura foi discutida pelo conjunto de professores do primeiro ano.
Foram definidas, através de várias reuniões, os principais
tópicos que seriam trabalhados, de forma que pudéssemos
conhecê-los nos mais diversos aspectos. Esses itens foram desenvolvidos
através de reflexões com o título “Quem sou
eu?”
• origens;
• história escolar;
• história de vida;
• história de leitor/escritor/pesquisador;
• aspectos emocionais;
• experiências e conhecimentos sobre educação
ambiental e filosofia;
• visão de escola/de professor;
Os depoimentos das alunas Karine (turma 2004 - Séries
Iniciais), e Priscila (turma 2004 – Educação Infantil)
demonstram o que representou para elas esse primeiro momento:
Foi muito importante iniciar o ano pensando em “quem
sou eu”. Apesar do receio inicial quando parei para pensar em minha
história, nos mais variados aspectos, nas experiências que
vivenciei e nos conceitos que vieram por elas, consegui entender muitas
coisas e agradecer a Deus pelo presente que é minha vida. Parece
besteira, mas quando se olha para trás é que se percebe
como estamos crescendo e como estamos direcionando nossas vidas. Isso
é maravilhoso, aquilo que atualmente chamam de “feedback”,
uma avaliação daquilo que aconteceu.
Karine
A construção deste memorial foi, para mim,
algo de grande valia, possibilitou a reconstrução, na minha
mente, de fatos muito importantes e que, com certeza, refletem na minha
vida hoje.
Achei legal a idéia de recordar tais fatos e registrá-los.
Além disso, acho importante, realmente, que os professores possam
ter uma breve idéia de como foi a minha vida até então,
e, daqui em diante, é primordial que estejam a par das minhas dificuldades
e da maneira como venho acompanhando o curso.
A proposta de um trabalho contínuo é interessante e possibilita
que ao final do curso possamos analisar a trajetória de quatro
anos e ver o quão longe fomos. Priscila
A criatividade foi estimulada, o que se pôde perceber em alguns
títulos:
• Em busca das raízes de meus pensamentos.
• O reflexo do meu conhecimento.
• Reconhecer mudanças.
• O nascimento da princesa.
• O B+A= BA.
• Não finjo, não escondo, é melhor saber que
sou assim.
• A amizade pela sabedoria.
• A luta por uma conquista.
O documento foi, então, sendo trabalhado ao longo
do ano, inicialmente com a participação de quase todos os
professores e, a cada bimestre, nas auto-avaliações e avaliações
das disciplinas, por esta autora, que além de ser professora de
Leitura e Escrita é coordenadora do curso.
Revisitar sua história se mostrou um instrumento valiosíssimo,
mais do que supúnhamos no momento de sua introdução.
Conforme Soligo e Prado (2004), no artigo Memorial de formação
– quando as memórias narram a história de formação...:
ao narrar visitamos o passado, na tentativa de buscar o presente, onde
as histórias se manifestam, trazendo à tona fios, feixes
que ficaram ‘esquecidos’ no tempo. O que buscamos, nesse momento,
não é somente trazer informações sobre nossa
história, mas sim estimular em todos que delas se sentem parte
integrante, personagens, o despertar de outras histórias, para
que se produzam outros sentidos, outras relações, outros
nexos.
No depoimento da aluna Valéria (turma 2004 - Série
Iniciais), percebe-se a mudança ocorrida a partir da sua “visita
ao passado”, produzindo um novo sentido, uma mudança de postura
em relação ao seu filho.
Depois que escrevi o memorial, tentei não repetir
o que eu estava fazendo igual a minha mãe fazia antigamente. Hoje,
por exemplo, sou uma mãe mais dedicada, conto historinhas infantis
para meu filhinho que tem apenas 1 ano e 11 meses, dou mais atenção
a ele, interrompo minhas tarefas domésticas para brincarmos juntos,
me aproximei mais dele, porque lembrei que minha mãe sempre estava
ausente, melhorei 100%.
Valéria
O Memorial também teve a função de promover e praticar
a auto-avaliação e a visão do estudante sobre as
disciplinas. Os critérios foram criados coletivamente pelos professores.
Auto-avaliação:
• Avanços conseguidos;
• competências desenvolvidas (escrita, leitura, apresentação
de trabalhos, ...);
• dificuldades encontradas;
• conteúdos apreendidos;
• atitudes desenvolvidas: em relação aos colegas e
em relação aos professores;
• angústias e expectativas.
Avaliação das disciplinas:
• Metodologia;
• conteúdos trabalhados (complexidade, interdisciplinaridade,
importância
para a formação;
• avaliação;
• linguagem do professor;
• relação professor/aluno.
Tanto os tópicos trabalhados, como as avaliações
feitas possibilitaram um grande exercício de reflexão sobre
o seu desenvolvimento. Dessa forma, o Memorial se configurou como um instrumento
de aprendizagem, pois tornou possível a cada um ouvir a si mesmo,
ler seu escrito, perceber-se, modificar-se, situando-se em um outro lugar
no mundo. O depoimento da aluna Valéria transcrito acima e das
alunas Flávia (turma 2004 - Séries Iniciais) e Juliana (turma
2004 – Educação Infantil) exemplificam essas mudanças:
Quando comecei a desenvolver meu memorial, confesso que
fiquei perdida, pensando: para que vai servir isso, será que realmente
os professores vão ler? mas ao escrevê-lo notei que não
era só para os professores, mas também serviu para que eu
me conhecesse um pouco mais.
Flávia
Durante esse bimestre fiquei satisfeita com os meus avanços.
Consegui fazer trabalhos dentro da metodologia da ABNT, reforcei meu aprendizado
na área da leitura e da compreensão e notei uma melhora
considerável no meu comportamento em relação ao relacionamento
com as outras pessoas.
Juliana
No Memorial o aluno pôde sugerir, mandar recados, colocar suas insatisfações,
reivindicar. As alunas Michele (turma 2004 – Séries Iniciais)
e Marilene (turma 2004 – Séries Iniciais) assim se expressaram:
Gostaria de expressar minha opinião dizendo que
o Memorial é uma ótima idéia e serve para muitas
coisas. Mas ele está ficando repetitivo e se continuar assim, até
o final do quarto ano, ele vai se tornar desinteressante. Gostaria de
dar uma sugestão a seu respeito. A cada bimestre até poderíamos
fazer uma avaliação, mas não precisaria ser tão
detalhada ou poderia ter outros itens para fazer a avaliação,
poderíamos fazer sim uma avaliação mais complexa
no final de cada ano, já que um dos objetivos é fazer o
acompanhamento do curso. Como um outro objetivo do Memorial é treinarmos
a nossa escrita e praticá-la para melhorá-la , então,
para cada bimestre poderíamos desenvolver algo diferente para anexar
e assim, na minha opinião, ficaria uma atividade mais interessante.
Michele
As dificuldades que venho encontrando são as avaliações
que temos de fazer a cada bimestre das disciplinas e dos professores,
pois alguns professores utilizam sempre os mesmos métodos e a avaliação
acaba se tornando repetitiva. Outro fato que me intriga, é que
não sabemos como o professor poderá reagir a estas críticas.
Marilene
Depoimentos como esses possibilitaram ao grupo de professores refletir
e modificar o projeto inicial. Em muitos casos foi necessário conversar
para demonstrar que suas insatisfações tinham procedência,
no entanto esbarravam em questões sociais ou estruturais do curso
que impossibilitavam mudanças.
As modificações no projeto foram na avaliação
e no acompanhamento do desenvolvimento do aluno ao longo do curso. Inicialmente
o projeto previa avaliações bimestrais, ainda no ano de
2004, passou-se a avaliação semestral. Nesse ano, 2005,
várias reuniões foram realizadas para rediscutir o projeto
tanto com o grupo de professores do primeiro como com o do segundo ano.
Houve alteração na forma e no enfoque da avaliação.
O aluno escreverá dois tópicos: Eu em relação
à aprendizagem e Eu e as disciplinas.
No primeiro tópico permaneceram os mesmos critérios da auto-avaliação,
com exceção do item conteúdos apreendidos, em que
foi orientada a escolha de um tema que tenha sido significativo no semestre.
Este deverá ser analisado e relacionado aos conteúdos trabalhados
nas demais disciplinas, bem como com a prática pedagógica
futura. Com isso, pretendemos provocar uma reflexão maior sobre
os conteúdos trabalhados, possibilitando inclusive que o professor
perceba as dificuldades dos alunos.
No segundo item, muda o enfoque dado à avaliação,
antes centrado nas disciplinas, agora centrado no próprio autor,
que analisa os diversos tópicos a partir do seu envolvimento, ficando
assim mais coerente com o próprio documento.
Os trabalhos, quando não estão com os alunos para escrita,
ficam no Departamento, à disposição de todos os professores
para leitura e análise. Essa é justamente a maior dificuldade,
pois, em função das condições funcionais,
para muitos se torna difícil ter tempo para leitura.
Avanços conseguidos
Mudanças já ocorreram em função
das escritas, tanto no próprio projeto, como já foi relatado,
quanto no relacionamento entre professores, entre professores e alunos
e na própria dinâmica do curso.
O Memorial permitiu um início de mudança, uma tentativa
de prática interdisciplinar, que está longe de ser a ideal,
mas ampliou a discussão, a reflexão, possibilitou uma maior
integração do corpo docente, um ensaio de planejamento conjunto.
Ivani Fazenda (1997, p.154) nos diz que a interdisciplinaridade é
uma atitude frente ao conhecimento:
Atitude de busca de alternativas para conhecer mais e melhor; atitude
de espera frente aos atos não consumados; atitude de reciprocidade
que impele à troca, que impele ao diálogo, com pares idênticos,
com pares anônimos ou consigo mesmo; atitude de humildade frente
à limitação do próprio saber; atitude de perplexidade
frente a possibilidade de desvendar novos saberes; atitude de desafio
frente ao novo, desafio de redimensionar o velho; atitude de envolvimento
e comprometimento com os projetos e com as pessoas neles envolvidas; atitude,
pois, de compromisso em construir sempre da melhor forma possível;
atitude de responsabilidade, mas sobretudo, de alegria, de revelação,
de encontro, enfim de vida.
Temos consciência de que são os primeiros
passos na busca de alternativas, de diálogo, de compromisso de
construir algo novo da melhor forma possível. Nada está
pronto. É preciso criar, discutir. Para isso, é necessário
reciprocidade, humildade, comprometimento. Não é um exercício
fácil e as dificuldades residem principalmente em envolver todos
os professores, o que certamente ainda não foi possível.
Os relatos dos alunos têm estimulado trocas entre professores e
alunos, o que têm possibilitado conscientização das
limitações frente às interações sociais,
culturais e profissionais vividas, percebendo-se como frutos de uma história
e de um meio social, diminuindo, assim, sentimentos de culpa diante das
dificuldades e fracassos. Passam a entender que é preciso empenho
para mudar, buscando outros referenciais sem negar os vividos. Em função
disso, percebe-se um grupo mais reflexivo, mais empenhado na própria
formação. Gimeno, citado por Garcia (1995, p.54), diz que
“a formação de professores deve proporcionar situações
que possibilitem a reflexão e a tomada de consciência das
limitações sociais, culturais e ideológicas da própria
profissão docente”.
As análises dos alunos sobre a sua relação com os
colegas, com as disciplinas e com o seu próprio desenvolvimento
estão mais maduras, mais conseqüentes, o que decore do exercício
de reflexão. A reflexão possibilita que passemos do estado
de curiosidade ingênua para o estado de curiosidade epistemológica
(Freire, 1996, p. 43-44). É uma atividade constitutiva do processo
intelectual, por isso fundamental no processo pedagógico. Nesse
sentido, estimular que realizem análise de sua própria formação,
permite que passem a se comprometer com o conhecimento e tenham uma compreensão
mais efetiva do ato de aprender e do ato de ensinar, o que certamente
refletirá na sua prática futura.
Todos sabem da grande dificuldade dos alunos em relação
à escrita. O Memorial, embora não exija um grande rigor,
aproxima o aluno da escrita acadêmica, ajudando-o a organizar idéias,
expressar-se de forma coerente, já que “ter um tema central,
pré-determinado, às vezes pode facilitar - cada um terá
de encontrar a melhor forma de dizer o que considera que vale a pena ser
dito.” (PRADO e SOLIGO, 2005).
Além disso, esses alunos certamente verão a escrita como
um instrumento relacionado com a sua prática profissional, como
um instrumento de intervenção na realidade. Isso rompe com
a imagem do professor que não se sente autorizado a produzir ou
socializar seu conhecimento.
Percebem-se mudanças na própria dinâmica do curso,
inclusive nos terceiros e quartos anos, que não estão envolvidos
com o projeto. O grupo de professores dessas séries também
tem se reunido e planejado algumas ações conjuntas. É
importante ressaltar, que o curso continua estruturado em disciplinas,
o regime de trabalho da Universidade é “horista”, isto
é, existe pouco tempo disponível para reuniões e
planejamento coletivo, por isso o envolvimento, o encontro de todos é
muito mais difícil.
Considerações finais
O Memorial é um documento que está se construindo,
e que pode sofrer modificações à medida que encontrar
novos grupos de professores, de alunos e de novos conhecimentos. É
justamente essa característica que possibilita que cada pessoa
envolvida no processo se sinta um agente ativo e importante. Os alunos
se sentem mais comprometidos com a sua própria formação,
com a busca de conhecimentos, sentem-se construtores de sua própria
história. Por sua vez, os professores sentem que é necessário
ter um novo olhar para a aprendizagem do aluno, para as reações
particulares que sua metodologia pode provocar. Essa prática incentiva
o professor a pesquisar novas alternativas de ensino e, muitas vezes,
adequar sua postura para atender as necessidades de cada grupo. Isso demanda
novas responsabilidades ao fazer docente.
Ainda não é possível perceber, de forma sistemática,
as transformações que esse projeto poderá provocar
na Universidade. Pelas discussões nos momentos de socialização
do projeto, percebe-se que ele pode ser subsídio para algumas mudanças,
tanto no encaminhamento de ações dentro de Departamento,
como em mudanças no Projeto Político Pedagógico do
curso. No entanto, seria importante que essa experiência se transformasse
em projeto de pesquisa, pois, através de análises mais consistentes,
teria maior fundamentação e conseqüentemente mais força
de transformação.
Muitos são os desafios que se configuram a partir dessa prática,
além dos já citados, como a busca de unidade do grupo de
professores e as mudanças na prática educativa. Vejo que
manter alunos e professores motivados para a continuidade do projeto é
um desafio que só poderá ser superado se os envolvidos perceberem
as mudanças que poderão advir de sua escrita, principalmente
se estes o encararem como um caminho para a superação da
fragmentação do ensino.
Valorizar esses escritos como fonte de conhecimento, tanto em projetos
de pesquisa, como na publicação de exemplares que tenham
sido significativos, pode contribuir para a educação de
um modo geral e para a formação, que abre as suas portas
para a análise e para a reflexão. Com isso, a voz do aluno,
futuro professor, ganhará força.
E, por último, acreditamos que o verdadeiro valor do trabalho está
no que não temos ainda condições de avaliar, já
que alunos protagonistas de sua formação, com o hábito
do registro, poderão se transformar em professores participantes,
reflexivos, pesquisadores de sua própria ação docente.
Referências:
FAZENDA, Ivani (org.). Metodologia da pesquisa educacional..
4 ed. São Paulo:Cortez, 1997
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à
prática educativa. 18. ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GARCÍA, Carlos Marcelo. A formação de professores:
novas perspectivas baseadas na investigação sobre o pensamento
do professor. In: NÓVOA, Antônio. Os professores e sua formação.
Lisboa: Dom Quixote, 1992.
GUIA DO CURSO TV ESCOLA, disponível em: http://www.unifap.br/tvescola/guia_curso.pdf.
Acessado em: 25/02/2004
JOSSO, Marie-Cristine. História de Vida e projeto: a história
de vida como projeto e “as histórias de vida” a serviço
de projetos. In: Educação e Pesquisa, São Paulo,
v. 25, n. 2, p. 11-23, jul./dez. 1999
MOITA, Maria da Conceição. Percursos de formação
e trans-formação. In: NÓVOA, Antônio (org.).
Vidas de Professores. 2 ed. Portugal: Porto Editora, 1995.
NÓVOA, Antônio (org.). Vidas de Professores. 2 ed. Portugal:
Porto Editora, 1995.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico.
21 ed. São Paulo: Cortez, 2000.
SOLIGO, Rosaura e PRADO, Guilhermo do Val Toledo. Memorial de formação
– quando as memórias narram a história de formação...,
Disponível em: http://www.fe.unicamp.br/ensino /graduacao/downloads/proesf-
memorial GuilhermePrado_RosauraSoligo.pdf. Acesso em março de 2005.
ZABALZA, Ángel Miguel. Diários de aula – contributo
para o estudo dos dilemas práticos dos professores. Portugal: Porto
Editora, 1994.