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VERBAS
PÚBLICAS E APOIO ÀS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA UNICAMP:
DOIS ANOS DE ATUAÇÃO DO LABORATÓRIO DE ACESSIBILIDADE
– LAB
Deise Tallarico Pupo – Sala de Acesso à
Informação/LAB dtpupo@unicamp.br 1- Introdução A necessidade de adequar o ensino superior à legislação brasileira vigente, (Art. 1º, Art. 3º, Art. 205, Art. 206, Art. 208, V, Art. 209, CF/88; Art. 58 e seguintes,: LDB; portaria do MEC 3284/2003) - que propõem o acesso das pessoas com necessidades especiais a todos os níveis de ensino público e privado não surpreendeu a Unicamp nos seus propósitos de atendimento aos alunos com deficiência, pois, a partir de dois projetos infra-estruturais à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (INFRA IV – FAPESP processo 1998/9212-9; INFRA V – FAPESP – processo 00/13033-4) e posterior apoio da Reitoria, foram criados, uma sala de acesso à informação e um laboratório de apoio didático em um espaço da Biblioteca Central da Unicamp, denominado Laboratório de Acessibilidade (LAB) – inaugurado oficialmente em 09 de dezembro de 2002, passando a funcionar em janeiro de 2003 quando o LAB atendia a 3 usuários regulares e a alguns usuários externos que eventualmente buscavam apoio técnico ou humano. O aumento significativo de usuários com deficiência e as novas demandas de produtos e serviços, além da implantação do projeto PROESP/CAPES, cujo cenário é o LAB, com 15 pesquisadores, estimulam à reestruturação do espaço físico visando comportar as exigências atuais e futuras demandas. Além disso, a pressão oriunda da legislação federal, da portaria nº 3.284, que determina a garantia de equipamentos e TIC’s, para deficientes visuais; eliminação de barreiras arquitetônicas aos deficientes físicos e apoio didático conforme necessidades dos deficientes auditivos – para instruir processos de autorização e reconhecimento de cursos, e de credenciamento institucional – e da portaria nº 55, do MEC, que revela a preocupação com o acesso das pessoas com deficiência nas IES brasileiras, após censo 2000 do IBGE; e, considerando “o baixo percentual de alunos e professores com deficiência nas instituições de ensino superior” criou uma Comissão Especial “com a finalidade de realizar análise, fornecer subsídios e indicativos para garantir o acesso de pessoas com deficiência aos cursos superiores e a permanência delas nas instituições de ensino superior” , competindo-lhes realizar seminários e debates; propor princípios para orientar a elaboração e implementação de políticas públicas; fazer um diagnóstico da presença de pessoas com deficiência nas instituições de ensino superior, identificando limites e desafios; realizar estudos e diagnóstico das propostas de políticas públicas. Portanto, cabe aos diversos profissionais a responsabilidade de dar cumprimento às leis e de buscar soluções, como agentes pró-ativos promovendo inclusão e acessibilidade para todos. 1. OBJETIVOS DO LAB 1.1 GERAL: 1.2 ESPECÍFICOS: 2. METAS DO PROESP O projeto PROESP-CAPES (2003-2008) é intitulado:
“Acesso, permanência e prosseguimento da escolaridade de nível
superior de pessoas com deficiência: ambientes inclusivos”.
Ao longo do qüinqüênio, as metas iniciais, propostas pelos
15 pesquisadores do PROESP, tendo como cenário o LAB, são:
a identificação das estratégias e políticas
formais e informais utilizadas pela Unicamp para prover acesso, permanência
e prosseguimento dos estudos de alunos com deficiência, no ensino
por ela oferecido, e, posteriormente, investigar a diversidade dos usuários
em suas capacidades motoras, sensoriais e/ou cognitivas e do nível
de interatividade dessas pessoas em ambientes educacionais, envolvendo
ou não a Web, bem como avaliar os recursos existentes na Unicamp
com vistas ao conhecimento de sua potencialidade para oferecer atendimento
educacional especializado na perspectiva inclusiva. Para tanto, realizou-se
a I OFICINA PARTICIPATIVA PROESP. A equipe de pesquisadores optou pela
realização de oficinas participativas, com vistas a mobilizar
a comunidade acadêmica a partir da adesão da Reitoria, que
apoiou a iniciativa, incentivando participação de seus servidores.
A coordenação do PROESP priorizou as unidades, faculdades
e institutos que participaram do workshop totalizando 120 convites aos
diversos setores de ensino, pesquisa e administração superior
da Unicamp. 3- RESULTADOS Nesta primeira consulta à comunidade universitária,
compareceram os órgãos acadêmicos: Administração
Superior, Instituto e Faculdades, Centros e Núcleos e Colégios
Técnicos. As inscrições confirmadas totalizaram 103
participantes; ausentaram-se 22 pessoas inscritas. A participação
da comunidade acadêmica foi satisfatória, com adesão
expressiva de professores. Somando-se os docentes em geral (10%), com
os coordenadores de graduação e pós (15%) mais os
pesquisadores (2%), essa parcela teve uma representação
de 27% do total. Os alunos, de graduação e pós, somam
26% do total. Os funcionários da administração superior
totalizaram 33%; bibliotecários, 4%; secretários de departamentos,
4% e outros: 6% - num total de servidores administrativos de nível
superior equivalente a 47%. 3.1 Nossos usuários regulares Duas alunas de pós-graduação, com
cegueira plena 3.2 Deficiências X Tecnologia assistiva disponível no LAB Cegueira e visão comprometida. Virtual Vision,
Jaws, DosVox, Delta Talk: sintetizadores de voz e leitores de tela. 3.3 Produção de textos do LAB em 2005: 33 textos didáticos digitalizados; 5 livros didáticos (graduação e pós); 13 textos impressos em braille; 2 slides para cursos;35 imagens para aluna deficiente física de pós-graduação; empréstimo entre bibliotecas facilitado para pós-graduando tetraplégico; 2 livros didáticos para os alunos do Curso Supletivo; 30 partituras em braille; 7 artigos científicos. 4- CONCLUSÃO Mais do que números, que revelam considerável acréscimo tanto em alunos como em materiais produzidos, os resultados mais surpreendentes atêm-se aos valores humanos que despontaram enriquecendo sobremaneira as trocas de experiências entre as pessoas: usuários, funcionários, alunos e bolsistas de apoio. Em 2003, eram apenas três usuários regulares, e hoje temos vinte e nove ao todo. Deste total, freqüentam assiduamente o LAB dois alunos de pós-graduação e um usuário externo; os demais, exceto os dezessete do CEES, freqüentam em média duas vezes por semana. Os professores dos alunos do Supletivo freqüentam semanalmente em busca de apoio, pois os alunos estudam ou em casa ou durante as aulas. Alguns alunos regulares preferem os textos digitalizados, recebendo-os em casa, via Internet; outros preferem estudar via grafia braille, e nesse caso, os textos são produzidos por bolsista de apoio direto. Mas todos sem exceção manifestam-se positivamente: ou informalmente, ou através de depoimentos documentados. Isso tudo é a inclusão dando certo, na construção de um ambiente adequado e aberto ás diferenças, com todo respeito à diversidade humana.
MANTOAN, M.T.E. Inclusão escolar: o que é?
Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna; 2003. |
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