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HOJE
NÃO FAZ A LIÇÃO, AMANHÃ COMPRA NA NET: ENSAIO
PARA UMA ANÁLISE DO DISCURSO
Kátia
Pupo - Faculdade de Educação da Universidade de São
Paulo – FEUSP
“Portanto,
como os sentidos serão sempre mais ou menos dissimulados, só
a insistência de um olhar obliquo poderá perceber a efetividade
discursiva dos limites representados pelas arestas entrevistas nas ações
de outros sujeitos sobre o texto, na forma de seu portador e no movimento
que este impõe ao leitor.”
Valdir Barzotto
Impossível
resistir a tal epígrafe, ainda que, o risco assumido por essa escolha
seja enorme, especialmente após as inquietações provocadas
por algumas leituras e discussões e suas inevitáveis ressonâncias
no momento da produção de um texto. No entanto, foi a partir
desse “incitamento à insistência”, que me senti
instigada a aceitar o desafio de cumprir a tarefa de fazer uma análise
de discurso.
Optei neste estudo por analisar o texto produzido pela “psicóloga,
consultora em educação e colunista” Rosely Sayão.
O artigo analisado foi publicado em 17 de agosto de 2000, no caderno Equilíbrio
do jornal Folha de São Paulo. Posteriormente foi compilado com
demais textos da autora e editado no livro “Como educar meu filho?
Princípios e desafios da educação de crianças
e adolescentes hoje”.
Sendo quase uma unanimidade entre educadores e pais, sempre dispostos
a aconselhar-se (ou penitenciar-se) através da leitura de seus
artigos semanais, tomei o texto de Sayão como objeto de estudo,
disposta a entender, em parte, a razão dessa adesão às
teses defendidas pela autora.
De início, impõe-se uma questão que permeará
nossa análise, a autora arregimentaria o consenso em torno das
perspectivas que sustenta nos temas que discute por que seus leitores
reconhecem seu direito ao “discurso verdadeiro” lhe atribuindo
um lugar discursivo pronunciado por “quem de direito”, nos
moldes dos gregos do século VI como nos relata Foucault?
“o discurso verdadeiro pelo qual se tinha respeito e terror, ao
qual era necessário submeter-se, porque reinava, era o discurso
pronunciado por quem de direito e segundo o ritual requerido; era o discurso
que dizia a justiça e atribuía a cada um a sua parte; era
o discurso que, profetizando o futuro, não apenas anunciava o que
haveria de passar-se, mas contribuía para a sua realização,
obtinha a adesão dos homens e deste modo se entretecia como destino”.
Se assim
for, entrevemos a razão dos “pés de páginas”
com a lista de qualificações da autora presentes em cada
um dos artigos publicados como um legitimador das teses neles defendidas.
Por outro lado, deveremos investigar a hipótese da adesão
aos argumentos da autora serem, de fato, conseqüência de um
discurso que trabalha com o que é consenso, reitera o senso comum
e, desta maneira, está em conformidade com as idéias dos
destinatários.
Quaisquer que sejam as razões desta aprovação e,
embora não esteja muito certa disso, submissão dos leitores
às prescrições feitas pela autora nos seus textos,
esta investigação pode ser reveladora.
Ainda que fosse uma proposta instigante, por motivos óbvios, neste
trabalho não será possível fazer uma análise
detalhada da produção da autora. Se tivermos sucesso em
nossa tarefa, somente faremos uma leitura minuciosa de um momento de seu
pensamento.
Necessário dizer que, como trabalhadora em Educação,
sinto-me muitas vezes incomodada por algumas posturas assumidas pela colunista
que, direta ou sutilmente, faz duras críticas à atuação
de pais e educadores. Por esta razão, ao perscrutar o discurso
escolhido, procurei estar alerta para que minha predisposição
não criasse, como disse tão bem Vani Kenski, “uma
‘camisa-de-força’, matriz sobre a qual a realidade
pudesse ser subjugada” .
Por outro lado, reconheço como pertinente e uso, como uma atenuante
prévia dos riscos que se pode correr na análise de um discurso,
as palavras de Haquira Osakabe:
“De
fato, o direito de colocar em foco uma ou outra tônica das condições
em que se produz um texto existe e deve ser levado em consideração.
SOBRE O PORTADOR
Considerando
a importância defendida por Roger Charter de se atentar para os
veículos portadores de texto como importantes na construção
da significação de um discurso, tomo como ponto de partida
para esta análise o portador em que esteve inserido, num primeiro
momento, o artigo analisado: o caderno Equilíbrio do jornal Folha
de São Paulo.
Sem entrar no mérito da avaliação do veículo
“jornal” como um todo, vale uma reflexão sobre o nome
escolhido para o citado caderno. Na acepção do dicionário
Aurélio, harmonia, boa proporção, estabilidade mental
e emocional, prudência, comedimento, auto-controle estão
entre seus significados. A escolha, portanto, parece revelar o pretendido
conteúdo dos artigos aí publicados, porta-vozes de informações
que tornem a vida cotidiana das pessoas mais saudável. Neste encarte
é freqüente, encontrarmos artigos sobre saúde, comportamento,
beleza, relacionamentos, o que pode ser conferido pela leitura do índice
dos textos de 17 de agosto de 2000, inserido ao final deste trabalho como
anexo.
Encontramos outro importante indício dos propósitos, se
não da autora pessoalmente, do tipo de encarte descrito no parágrafo
anterior no título escolhido para a seção da qual
se retirou o artigo para análise: S.O.S. FAMÍLIA. Impossível
não evocar ao nível do subentendido a idéia de pronto-socorro,
remédios, receitas para quem precisa de cuidados, em resumo, a
idéia de que há uma família doente a qual se pretende
auxiliar.
Do ponto de vista do discurso, vai se construindo, antes mesmo da leitura
do texto, um encadeamento de sentidos fornecido pelo portador.
O DISCURSO
Ao iniciarmos
a leitura do artigo, Hoje ele não faz a lição, amanhã
compra na net, o título parece nos alertar para o fato de que as
duas atitudes descritas estão inevitavelmente ligadas, sendo a
segunda “amanhã compra na net”, uma conseqüência
necessária da primeira “hoje não faz lição
de casa”.No nível do pressuposto, acredito poder afirmar
que aparece a idéia de que se não houver uma ação
firme dos pais agora, as conseqüências serão inevitáveis.
Hoje não faz, amanhã continuará não fazendo.
Curiosamente, o texto inicia retomando uma notícia publicada pelo
mesmo jornal alguns dias antes. Dizia a referida manchete: “Professores
estão vendendo, pela Internet, trabalhos escolares sob encomenda
para alunos”.
Ora, a escolha feita pela autora, iniciar um texto que pretende discutir
o hábito de fazer lição de casa por uma notícia
que traz uma denúncia grave contra a categoria dos professores,
causa no mínimo estranhamento. A manchete coloca em evidência
o (mau) comportamento dos professores. O efeito nos leitores seria certamente
outro se a frase estivesse escrita numa outra ordem: “Alunos estão
comprando trabalhos pela Internet”, Neste caso a ênfase estaria
no ato de compra, ligado aos alunos e não no de venda, ligado ao
comportamento dos professores.
De novo recorro a Foucault:
“A
questão que a análise da língua coloca, a propósito
de um fato de discurso qualquer, é sempre: segundo que regras um
enunciado foi construído, e conseqüentemente, segundo que
regras outros enunciados semelhantes poderiam ser construídos?
A descrição de acontecimentos do discurso coloca outra questão
bem diferente: como apareceu um determinado enunciado, e não outro
em seu lugar ?
É
um dos objetivos deste trabalho tentar esclarecer a escolha deste parágrafo
inicial (e não outro) feita pela autora.
Segue Rosely Sayão lembrando que a venda de trabalhos escolares
é uma prática antiga e um “bom motivo” para
uma conversa sobre um “tema incômodo” para a maioria
dos pais: a lição de casa. Neste momento do artigo, aluno
vira filho e os professores-comerciantes são poupados de qualquer
comentário.
Logo em seguida, a autora corrige: o tema incômodo não é
a lição de casa, e sim o modo como o filho enfrenta a responsabilidade
pelo dever, aliás, emenda, como não enfrenta. Aqui chama
a atenção a escolha do verbo enfrentar que traz embutida
a idéia de confronto, ataque, luta. Para um enunciado que está
posto, fica um pressuposto que o gerou nos remetendo à idéia
de que o aluno-filho está em oposição à tarefa
que precisa realizar.
Se o texto pretendesse de fato tratar da responsabilidade do aluno diante
de seu trabalho escolar feito em casa, não estaria mais adequado
o uso do verbo assumir (ou não), com o ponto central da discussão
posto no sujeito da ação e toda a carga positiva que esta
palavra evoca? A saber, tomar para si, ficar como responsável pela
tarefa, comprometer-se.
Outro elemento a ser destacado ainda no primeiro parágrafo é
o uso da primeira pessoal do plural que a autora usa ao enunciar: Temos
um bom motivo para conversar. O uso do plural parece cumprir duas funções:
assumir explicitamente a autoria do artigo constituindo a representação
do locutor enquanto responsável pela enunciação e,
simultaneamente, convidando o alocutário a compartilhar sua perspectiva
de análise da situação proposta.
No parágrafo seguinte é possível enxergar um recorte
diferente proposto pelo locutor. Há uma ruptura, o sujeito do qual
fala o artigo desloca-se do filho para a mãe.
“A
mãe chega em casa cansada, após um longo dia de trabalho,
louca para curtir a relação com os filhos, certo? Errado!
Ela chega quase que preparada para a briga que vai ter com o filho por
saber, de antemão, que ele não fez a lição
e que ela vai ter que enfrentar mais uma jornada de trabalho forçado,
sentando ao lado do filho para que ele não vá para a escola
sem o dever cumprido.”
Neste parágrafo,
relembrando Pêcheux, vale destacar a importância da imagem
que o destinador tem de seu destinatário. “Quem é
ele para que eu lhe fale assim”
Parece-me que a imagem é a da mãe que trabalha, mas que
cheia de boas intenções, não se descuida de seu filho.
Chama atenção o diálogo (quase direto) com o leitor
como forma escolhida para estruturar o trecho. Este recurso provoca a
sensação de intimidade e cumplicidade entre locutor e alocutário.
Ainda em relação à imagem de leitor, outras expressões
merecem destaque, a mãe “quase que preparada para a briga
(...)”. Parece-me difícil compreender a colocação
do quase neste enunciado, nenhuma das acepções do dicionário
Aurélio parece justificar seu emprego. Afinal, a mãe chega
preparada ou não para a briga que vai ter com o filho? Ocorre-me
a possibilidade do uso do quase como um recurso para minimizar o desconforto
da situação que opõe a (boa) intenção
da (boa) mãe e a tarefa desagradável que sabe de antemão
precisará enfrentar.
Esta idéia é reforçada pela expressão: “vai
ter que enfrentar mais uma jornada de trabalho forçado (...)”
Neste enunciado um novo elemento vem contribuir para a composição
da imagem do alocutário, não é apenas a mãe
que trabalha, mas aquela que trabalha por obrigação, sem
prazer.
Finalmente, “para que ele não vá para a escola sem
o dever cumprido” evoca uma representação da crença
popular que associa a consciência tranqüila ao dever cumprido.
Aqui novamente parece lícito supor que há um sentido implícito,
ao conseguir fazer o filho ir para a escola com o dever cumprido, a mãe,
com sua dupla cota de sacrifício, cumpre também o dever
que dela se espera.
“E,
por causa, dessa (mal) dita lição de casa, quantas crianças
não ficam de castigo, não levam broncas e ouvem os mais
variados sermões?”
O recurso
dos parêntesis utilizado pela autora no início do terceiro
parágrafo, aponta para um sentido que aos poucos vai se construindo
e que parece revelar sua postura diante da tarefa escolar. A “lição
(mal) dita” seria a lição funesta em si mesma ou lição
mal dita, mal explicada? Qualquer que seja o sentido escolhido para análise
a responsabilidade ou culpa, para engrossar o universo expiatório
da autora, recai sempre sobre o professor.
Castigos, broncas e sermões são decorrências da lição
ou da falta de responsabilidade do filho com sua tarefa? Aliás,
a escolha da palavra sermões desencadeia uma idéia que nos
remete ao universo discursivo religioso. Sermão é afinal
um discurso longo e enfadonho, geralmente de caráter moralizante,
com que se procura convencer alguém.
Na frase seguinte, a lição de casa desse jeito é
descrita como um martírio. A palavra martírio arremata e
circunscreve a lição ao âmbito da religião
e evoca a idéia de sacrifício e penalização.
Finalmente, no enunciado O que os pais podem fazer para evitar tantas
brigas inúteis?, o adjetivo utilizado para caracterizar as brigas
revela que a autora julga sem serventia ou desnecessárias as brigas
sobre a lição de casa.
No parágrafo seguinte, aparece a receita prometida para o problema
desde o título da seção: S.O.S. FAMÍLIA, o
conselho da psicóloga.
O enunciado inicia com antes de tudo que nos parece de imediato um elemento
anafórico, mas buscando analisar com maior minúcia os parágrafos
anteriores não fomos capazes de localizar o elemento preciso ao
qual se refere. Qual seria o tudo a que se refere a autora? Antes de todas
as brigas começarem? Antes que seu filho desenvolva o não-hábito
de fazer lição de casa sozinho?
Neste trecho, a autora alerta que as crianças não vão
mesmo querer lembrar sozinhas da lição de casa, organizar
seu tempo e assumir a responsabilidade pelo trabalho. Vão precisar
dos pais desde o início de sua vida escolar para aprenderem este
comportamento. Ao utilizar o verbo querer, ela restringe o ato de fazer
a lição pela criança desde muito pequena, à
esfera da consciência. A criança não vai querer fazer,
não o contrário, a criança não tem recursos
ainda para fazer suas tarefas sozinhas e por isso precisa da ajuda dos
adultos que cuidam dela.
Aqui mais uma vez, Rosely Sayão recorre a um termo bastante curioso
para descrever o hábito de fazer a lição, chamando-o
de rito, na acepção do Aurélio, as regras e cerimônias
que se devem observar na prática de uma religião. Os pais
precisam ajudar seus filhos a estabelecer um rito que ajude o filho a
resolver sua tarefa escolar. Retomando, se os pais estabelecem um rito,
evitam os sermões e martírios. Circunscrevendo a lição
de casa novamente num universo discursivo religioso.
A autora, no entanto, não apresenta nenhuma indicação
de “como” os pais podem fazer isto. Inevitável, uma
questão se impõe, talvez com o acompanhamento de algum adulto
descansado, que não encare a tarefa como um trabalho forçado?
E talvez algumas brigas úteis?
No final do parágrafo, a autora deixa implícito que se os
pais têm sucesso na empreitada, o filho descobre que pode fazer,
fazer malfeito, não fazer e até comprar na Internet, terá
liberdade de escolha, mas terá que assumir as conseqüências.
No entanto, fica a dúvida: se os pais não conseguem estabelecer
o rito quais as decorrências? Parece-me que, pela forma como a autora
desenvolve o texto, poderíamos concluir seriam as mesmas, de que
o filho pode escolher qualquer uma das opções, inclusive
a de comprar na Internet. Talvez se possa agora entender porque a autora
define as brigas como inúteis.
Sayão, embora tenha a intenção de orientar os pais
sobre o papel e caminhos que eles podem percorrer na educação
dos filhos na relação com as lições de casa,
deixa-os em suspenso, voltando ao início.
A consultora em educação busca no universo escolar a palavra
que fecha o parágrafo e que daria parâmetros para o sucesso
ou insucesso dos pais na tarefa de estabelecer um rito para os filhos:
avaliada. Somente se a criança for avaliada, poderá ter
liberdade de escolha e se responsabilizar por sua atitude, defende.
Mais uma vez a autora lança mão do recurso do diálogo
direto para colocar a questão que fecha o quarto parágrafo:
avaliada por quem?
Usando uma frase curta, um recurso de elipse para a idéia de avaliação
e um ponto de exclamação no final, conclui quase triunfante
seu discurso. Pela escola! Esta forma provoca um interessante efeito de
sentidos. Expressa desta maneira, a conclusão parece revelar uma
verdade óbvia, que esteve disponível o tempo todo para ser
apreendida e que causa um efeito no destinatário de que só
ele não havia percebido. Ao escolher este enunciado, a autora constitui
seu lugar de poder. Poder e sabedoria para orientar pais e escolas, perdidos
na sua tarefa de educar.
Fecha-se o círculo aberto pelo parágrafo inicial, é
do professor a função de cobrar e avaliar a relação
dos seus alunos com as tarefas escolares. É necessário,
portanto, concluir que é do professor negligente a culpa pela relação
dos alunos com as lições. E “professor” nomeia
tanto aqueles que não assumiram a responsabilidade pela responsabilidade
de seu aluno diante da lição de casa, quanto aquele que
vende amanhã trabalhos pela Internet. Mais uma vez um conteúdo
parece estar ao nível do subentendido: esta atitude do professor
hoje, pode vir a ser um bom negócio amanhã. Estranho que
não use o nome do cidadão que comete os atos criticáveis,
mas a profissão.
Na última frase do texto, outra referência importante para
identificar a imagem de destinatário presente no texto: A escola
que seu filho freqüenta cobra isso de vocês? Hora de avaliar
essa escola, não é, não? Rosely Sayão está
provavelmente falando a pais de classe média, clientes da escola
privada. Parece haver uma crítica implícita que, lembrando
Ducrot, não pode ser contestada, e que se refere ao custo financeiro
da escola. Uma escola que cobra, não poderia cobrar nada das famílias
e sim oferecer. Este parece ser um pressuposto deste enunciado.
No final uma advertência: a escola que não avalia, deve ser
avaliada. Mais uma vez, a autora usa o recurso do diálogo direto
e da forma coloquial do discurso oral o que cria uma atmosfera de intimidade,
talvez de cumplicidade, entre leitor e autor.
Parece ser possível, desvelar-se finalmente o ato perlocucionário
sobre o qual se constrói o texto: fazer tomar consciência,
aconselhar, persuadir buscando um espaço de atuação
profissional.
Ao pé da página, a assinatura funciona como mais um elemento
de persuasão do leitor. Nela a descrição de todos
os campos de atuação profissional da autora corroboram sua
competência discursiva.
Considero relevante a informação de que nos exemplares mais
recentes do dito caderno Equilíbrio, logo após a seção
SOS FAMÍLIA e o artigo semanal da colunista, segue propaganda de
grande e tradicional escola paulistana, como a lembrar-nos que nem todas
as escolas são iguais e que algumas delas são referendadas
pela autora.
Retomando nossa questão inicial sobre a enorme adesão dos
pais e educadores às teses da autora, parece-me que, neste caso
específico, seu discurso está em conformidade com as idéias
e insatisfações dos destinatários e atua no nível
do que é consenso.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BARZOTTO, V. H. A materialidade do texto publicado em revista periódicas.
____________________. Leitura de Revistas Periódicas: forma, texto
e discurso. Um estudo sobre a revista
Realidade (1966-1976). Tese de Doutorado. Instituto de Estudos da Linguagem/UNICAMP,
1998.
_____________________.Olhares oblíquos sobre sentidos não
muito dissimulados. In: GREGOLIN, M.A. e BARONAS, R.-(orgs.) Análise
do discurso: as materialidades do sentido. Ed. Claraluz, São Carlos,
2001.
FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. Ed. Vozes, São Paulo,
1979.
GADET, F. e HAK, T. - (orgs.) Por uma análise automática
do discurso - Uma introdução à obra de Michel Pêcheux.
Campinas: Ed. da UNICAMP, 1990.
KENSKI, V.M. Práticas interdisciplinares de pesquisa. in: Formação
do professor. São Paulo: UNESP.
KOCH, I.G.V. A coesão textual. Contexto, São Paulo, 2002.
MEIRELLES, Cecília. Das Palavras Aéreas. In: Antologia poética:
Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 2001.
OSAKABE, H. Argumentação e discurso político. Martins
Fontes, São Paulo, 2002.
PÊCHEUX, Michel. Por uma análise automática do discurso.
Campinas : Unicamp, 1990.
POSSENTI, S. Discurso, estilo e subjetividade. Martins Fontes, São
Paulo, 1988.
Anexos:
Anexo
1
folhaequilíbrio
São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2000
S.O.S.FAMÍLIA
Hoje ele
não faz a lição, amanhã compra na net
"Professores estão vendendo, pela Internet, trabalhos escolares
sob encomenda para alunos”.Essa notícia saiu na Folha de
6 de agosto, e a prática de o aluno comprar trabalhos não
é tão recente assim. Temos um bom motivo para conversar
sobre um tema dos mais incômodos para a maioria dos pais: a lição
de casa. Bem, não é o tema em si que incomoda, mas como
o filho enfrenta a responsabilidade de dar conta de seu dever de casa.
Aliás, como o filho NÃO enfrenta.
A mãe chega em casa cansada, após um longo dia de trabalho,
louca para curtir a relação com os filhos, certo? Errado!
Ela chega quase que preparada para a briga que vai ter com o filho por
saber, de antemão, que ele não fez a lição
e que ela vai ter que enfrentar mais uma jornada de trabalho forçado,
sentando ao lado do filho para que ele não vá para a escola
sem o dever cumprido.
E, por causa dessa (mal)dita lição de casa, quantas crianças
não ficam de castigo, não levam broncas e ouvem os mais
variados sermões? E pensar que o objetivo da lição
de casa seria o de apoiar a relação do aluno com o conhecimento!
Desse jeito a lição de casa vira martírio para todos.
O que podem os pais fazer para evitar tantas brigas inúteis provocadas
pela lição de casa?
Antes de tudo, permitir que o filho assuma, a seu modo, essa responsabilidade.
Claro que nenhuma criança vai saber, sozinha, organizar o seu tempo
em casa, tampouco vai querer se lembrar de fazer a lição.
Mas, se desde o início, ela tiver a ajuda dos pais para estabelecer
um rito que a ajude a resolver sua tarefa escolar, ela vai ter condições
de, aos poucos, se responsabilizar pela atitude que tomar. Ela descobre
que pode fazer a lição, fazer malfeito, não fazer;
mais tarde ela vai descobrir outras possibilidades, como comprar. Mas,
para ter liberdade de escolha e se responsabilizar por sua atitude, ela
precisa ser avaliada. Por quem?
Pela escola! Sim, é do professor a função de cobrar
e avaliar a relação de seus alunos com as tarefas escolares,
sejam elas feitas em horário escolar ou fora dele. A escola que
seu filho freqüenta cobra isso de vocês? Hora de avaliar essa
escola, não é, não?
________________________________________
ROSELY SAYÃO é psicóloga, consultora em educação
e autora de "Sexo é Sexo" (ed. Companhia das Letras);
e-mail: roselys@uol.com.br
Anexo
2
folhaequilíbrio
Correio
Modos: O que fazer se o chefe está de mau humor?
Peça rara: Formigas, tartarugas e extraterrestres
Boom de obesos pode ser causado por vírus
Poucas e boas: Estudo alerta usuário de coquetel anti-Aids
Quem diria!
Pergunte aqui
Drible a neura: Quando o corpo dá suas "gafes"
Jovem sofre com esquisitices do corpo
Caspa
Gases em excesso
Mau hálito
Odores desagradáveis
Curiosidades
'A competência está na cabeça, não na falta
de visão'
Leis obrigam a contratação de deficientes
Histórias de vida
Na mesa: Receita light de truta sem treta
Boquiaberto
Foco nele: 'Tratamos as crianças com muita truculência'
Atenção, garotos, é bom dar um tempo no boné
S.O.S. Família - Rosely Sayão: Hoje ele não faz a
lição, amanhã compra na net
Firme/Forte: Cardíacos são alunos vips nas academias
Prevenção é prioridade
Cuidados prévios
Benefícios da malhação
Onde
Narciso: Para cuidar e perfumar a pele masculina
Outros rumos
Outras idéias - Gilberto Felisberto Vasconcellos: A Idade do Placebo
São
Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 2000 |
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