Dulcéria Tartuci – Campus de Catalão
– Universidade Federal de Goiás CAC/UFG
Maria Aparecida L. Rossi – Campus de Catalão –Universidade
Federal de Goiás CAC/UFG
A preocupação em discutir aspectos teóricos
e práticos do processo ensino-aprendizagem com professores da educação
infantil e séries iniciais do ensino fundamental foi que motivou
a elaboração desse projeto. O objetivo é contribuir
para que os professores, ao refletirem sobre suas ações
educativas, construam novos conhecimentos e implementem práticas
que visem a formação global do aluno. O projeto foi encaminhado
a partir de solicitação da escola feita à coordenação
do Curso de pedagogia do CAC/UFG, com o objetivo de promover a formação
continuada dos professores e desenvolver projetos de ensino voltados para
as necessidades dos alunos.
O projeto está sendo desenvolvido em uma escola no município
de Catalão-Go, desde o ano de 2004, e está tendo continuidade
neste ano.Trata-se de uma instituição de ensino de caráter
filantrópico, que oferece ensino gratuito. Os funcionários
e professores são remunerados pela prefeitura e programas sociais.
A escola atende 170 alunos de jardim I à quinta série do
ensino fundamental.
Para as professoras coordenadoras do projeto, o momento de discussão
com professoras da escola-campo, surgiu como oportunidade para um estreitamento
das relações com a comunidade e aprofundamento dos estudos
efetuados no decorrer do curso. Além disso, por a escola estar
situada em um bairro que atende famílias de baixa renda que apresentam
um quadro de problemas sociais e econômicos, o projeto está
contribuindo para a implementação de programas educacionais
voltados para o acesso da sociedade aos recursos culturais relevantes
para a intervenção e participação na vida
social.
Paralelamente às atividades de encontro com os professores, foi
pensada também uma atividade a ser realizada por uma aluna do curso
de pedagogia com os alunos de uma sala de alfabetização
da mesma escola visando trabalhar com as crianças atividades voltadas
para as práticas sociais de leitura e escrita. E, ao mesmo tempo,
promover a atuação da aluna professora, contribuindo para
sua formação. Assim, surgiu a opção de utilizar
o jornal na sala de aula, como possibilidade de tornar acessível
aos alunos os gêneros jornalísticos, diferentes dos textos
que geralmente circulam no âmbito escolar.
Nosso objetivo é levar os alunos a usufruírem momentos e
condições para o desenvolvimento da leitura e da escrita.
Para isso, iniciamos em 2004 um programa de atividades utilizando jornal
como instrumento de aprendizagem numa turma constituída de 25 crianças,
em processo de alfabetização. O jornal oferece muitas possibilidades
didáticas, contendo uma diversidade de textos com diferentes conteúdos,
amplo repertório de informações e notícias
com questões da atualidade. Portanto, é um rico material
para ser explorado em sala de aula, podendo contribuir para que esses
alunos sejam leitores e também produtores de textos variados. Queremos
com esta proposta levar essa turma a conhecer os vários gêneros
textuais que constituem o jornal e com isso inseri-los em práticas
de leitura observadas fora do ambiente escolar.
Acreditamos que ao desenvolver esse trabalho estamos contribuindo para
que os alunos nele envolvidos tenham experiências significativas
com o manuseio do jornal, despertando-os para o prazer de ler e de se
informar, bem como para os textos que circulam fora da escola, não
apenas decodificando, mas entendendo o sentido dos textos e o seu valor
para a comunicação. Preocupação esta presente
nas discussões e nas propostas desenvolvidas com as professoras
da escola.
Dessa maneira, trabalhamos com o texto de jornal buscando todos os aspectos
deste dentro do contexto. Levando o aluno a perceber o gênero em
que o texto se manifesta, a função, a estrutura, a intertextualidade,
a intencionalidade do autor etc. O jornal oferece essas e outras tantas
possibilidades, o seu uso favorece o aprendizado não só
das aulas de Português, mas também das outras disciplinas,
pois traz informações que viabilizam a produção
de conhecimento nas diversas áreas. Optamos pela utilização
do jornal como material didático porque sabemos que o mesmo, bem
como outros meios de comunicação, são instrumentos
valiosos que ao serem utilizados como recursos didáticos, facilitam
e enriquecem a prática da sala de aula. Nesse sentido, o material
utilizado contribui de forma eficaz para o desenvolvimento da leitura
e da escrita.
Para nortear nosso trabalho buscamos a discussão realizada por
Faria (1992). Segundo esta autora, com o pressuposto de que a leitura
prepara os alunos para a escrita, o professor deve desenvolver atividades
de língua portuguesa que associem a leitura e a escrita numa relação
dialética. A partir da leitura de jornal em sala de aula pode-se
chegar à produção de textos jornalísticos,
numa atividade prática de língua, pragmática, sem
interferência direta de treinamento gramatical ou da sistematização
da língua. (Faria, 1992, p.12) Utilizaremos jornal como instrumento
de aprendizagem, por ser o mesmo portador de gêneros textuais diversificados
que serão utilizados para a prática de produção
textual.
Segundo Marcuschi (2002, p. 35), o trabalho com a diversidade de gêneros
textuais é uma extraordinária oportunidade de se lidar com
a língua em seus mais diversos usos autênticos no dia-a-dia.
Na escola o livro didático é comumente o único portador
de textos utilizados para o ensino de língua portuguesa, embora
tal material atualmente, traga uma relativa variedade de gêneros
textuais, estudos mais aprofundados revelam que os fragmentos de narrativas
literárias ainda constituem o gênero de texto mais presente
nestes livros, o que faz com que a atividade de leitura em sala de aula,
se resuma na maioria das vezes a um mapeamento das informações
contidas no texto, numa concepção escolar de leitura (Kleiman,1998),que
se resume à superfície do texto. Desta forma o trabalho
com jornal surge como uma possibilidade de levar os alunos a conhecerem
e produzirem gêneros textuais diferentes dos que circulam apenas
no universo escolar.
Todos os textos sejam eles orais ou escritos, manifestam-se num ou noutro
gênero textual. Para Douglas Biber (apud Marcuschi, 2002, p.34),
os gêneros são geralmente determinados com base nos objetivos
dos falantes e na natureza do tópico tratado, sendo assim uma questão
de uso e não de forma. Os gêneros textuais fundamentam-se,
portanto, em critérios sócio-comunicativos e discursivos,
não em critérios lingüísticos e formais como
é o caso dos tipos textuais.
Para os PCNs (Parâmetros Curriculares da Língua Portuguesa)
é importante o aluno ter contato com uma grande variedade de material
impresso para que leiam textos do mundo e não apenas do livro didático.(PCN,
1997, p.55).Assim o documento coloca que a escola tem que garantir ais
alunos o acesso aos diversos saberes lingüísticos com os quais
se defrontam, possibilitando aos educandos um domínio de língua
ativo e crítico.
Estas discussões mostram que o trabalho de leitura e escrita na
escola não deve ficar restrito ao livro didático, é
necessário propiciar às crianças o acesso aos diversos
portadores de texto que circulam socialmente. Assim as atividades com
o jornal se inserem nesta perspectiva, visto ser este, portador de textos
diversificados, repleto de informações e de modelos que
podem ajudar o aluno a criar textos de aplicação prática
como os que circulam na sociedade.
Pretendemos valorizar neste trabalho, assim como nas discussões
com os professores, o caráter interativo, dialógico e social
da linguagem, bem como seus usos e funções. Para isso, buscamos
a contribuição na teoria de aprendizagem de Vygotsky e na
enunciativa de Bakhtin.
Os objetivos do trabalho são auxiliar no desenvolvimento da leitura
e da escrita das crianças a partir dos gêneros textuais que
constituem o jornal, proporcionar momentos de leitura e escrita significativas,
além de letrar o aluno, levando-o a perceber os textos que circulam
socialmente
.Com os professores o trabalho visa a realização de discussões
teóricas sobre o trabalho docente, e a partir daí abrir
caminhos para a construção de práticas educativas
voltadas para um ensino mais significativo, além de elaboração
de projetos que promovam a formação global do aluno.
As ações do projeto vêm sendo desenvolvidas através
de encontros semanais com os alunos de uma sala de alfabetização
que conta com 25 crianças, com duração de duas horas.
E encontros quinzenais com as professoras da escola.O trabalho com os
alunos vem sendo desenvolvido pela aluna/bolsista do projeto.Em cada encontro
procuramos explorar um aspecto do jornal com os alunos, como as cartas
do leitor, primeira página do jornal, manchete, reportagens, seção
de brincadeiras e outras. Os jornais utilizados até agora são
os suplementos infantis dos jornais O popular e Folha de São Paulo.
A cada encontro é explorada com os alunos a leitura dos textos
e produção textual dos diferentes gêneros. Com os
professores da escola estão sendo discutidos aspectos teóricos
do processo ensino-aprendizagem que são selecionados a partir das
demandas colocadas pela escola campo e de acordo com as áreas de
formação das professores participantes do projeto.
O que se percebe até agora no que diz respeito ao trabalho com
os alunos é que as atividades vêm chamando a atenção
destes para os diferentes gêneros de textos, e levando-os a uma
leitura mais significativa, que vai além da mera decodificação
da palavra. Nas produções dos alunos também já
se percebe uma tentativa de construir textos com uma função
comunicativa e não apenas palavras ou frases isoladas. Com as professoras
observa-se que estas vêm percebendo uma necessidade maior de planejar
suas atividades de sala de aula, no sentido de destacar não só
metodologias de ensino, mas, principalmente os conhecimentos construídos
com as atividades.
Os estudos efetuados no decorrer do projeto culminaram com o planejamento
e execução de um projeto interdisciplinar que envolveu todos
os alunos da escola. Este projeto, realizado por ocasião do aniversário
da cidade, teve como objetivo levar os alunos a conhecerem o município
onde moram nos seus mais variados aspectos como: geografia, história,
pontos de interesse turístico, folclore, e produção
artística e cultural. O trabalho teve por objetivo levar os alunos
a perceber que o conhecimento não é estático e compartimentado,
e deve ser apreendido a partir do diálogo que se estabelece entre
as várias áreas da ciência. A proposta foi elaborada
dentro da perspectiva apontada por Kleiman e Moraes (1999) tomando por
base as atividades de leitura, que, conforme essas autoras, pode ser caracterizada
como uma atividade de integração contra a fragmentação.
Elas destacam ainda que “um projeto organizado em torno da leitura
integra atividades cuja realização envolve ler para compreender
e aprender aquilo que for relevante para o desenvolvimento de alguma atividade,
conceito, valor, informação, Não envolve o mero ler
para aprender a ler” (KLEIMAN E MORAES, 1999, p.55). A elaboração
do projeto levou os professores a perceber que, para a implementação
de transformações nas suas práticas educativas, faz-se
necessário o estudo teórico e a reflexão sobre as
suas práticas, que muitas vezes ficam esquecidos nos planejamentos
da escola. Nos momentos de discussão, outro fator destacado pelas
professoras foi a necessidade de se definir no planejamento não
apenas as atividades a serem aplicadas, mas que as mesmas se vinculem
ao conteúdo a ser desenvolvido, isto é que o planejamento
não se resuma a estabelecer atividades.
No primeiro ano do projeto as discussões aconteceram em alguns
momentos envolvendo todos as professoras de séries iniciais e educação
infantil, e em outros se subdividia em dois grupos. Atualmente, as reuniões
estão acontecendo em dias diferentes com os dois grupos.
Os professores de educação infantil vêm discutindo
os desafios enfrentados no cotidiano para a construção de
práticas educativas que contemplem e respeitem a criança,
a organização do trabalho, o papel do espaço/tempo
na organização e transformação das atividades
docentes, bem como o projeto da instituição no que se refere
a educação infantil, entre outras. O que tem sido destacado
e problematizado é que a ampliação da instituição
(número de alunos e a implantação da 5ª Série
neste ano) altera o trabalho na Educação Infantil em questões
como a organização do espaço físico, as relações
desta com os diferentes profissionais e até mesmo uma maior ênfase
no papel da Educação Infantil como preparatória do
Ensino Fundamental.
Ao discutirem as ações que vêm desenvolvendo, percebem
que, apesar de trabalharem com crianças de diferentes faixas etárias,
as professoras percebem que têm em comum a preocupação
com a alfabetização, “aquisição da escrita”,
isto é, o que se busca é “adiantar o processo de escolarização”.
Nesta perspectiva questões como o brincar, o trabalho com artes,
entre outras, acabam ocupando apenas os espaços que “sobram”,
“as crianças brincam se der”. Diante desse quadro as
professoras apontam a necessidade de que seja realizada uma discussão
sobre o papel da educação infantil e a concepção
de criança que está posta. Enfim que é preciso estabelecer
estudos e discussões que promovam a construção de
uma proposta para a instituição. Neste sentido, os estudos
realizados têm se voltado para a leitura e discussão de textos
que contemplem as questões já citadas, como Cerisara (1993;
2002; 2004); Ana Lúcia Faria G. (1999); entre outros, a fim de
elaborar uma proposta pedagógica para instituição.
Com os professores das séries iniciais as discussões têm
sido centradas nas atividades de leitura e produção de texto,
quando se tem procurado romper com as concepções de leitura
que objetivam basicamente a decodificação e deixam de lado
o processo de compreensão, de construção de significado
por parte do aluno. Assim procurou-se discutir com os professores concepções
de leitura que rompem com a concepção escolar, e mostram
que o processo de leitura implica em produção, tanto do
ponto de vista psicológico quanto sociológico, já
que ao lermos um texto colocamos em ação todo o nosso sistema
de valores, crenças e atitudes, que refletem nossa experiência
de mundo.
Nessa concepção de leitura percebida como produção
de sentidos foi ressaltada a importância de levar o aluno a realizar
inferência durante a leitura, o que permite a percepção
do que não está explicitamente estabelecido no texto. É
a operação, segundo Dell’ Isola (1988) que permite
ao leitor construir, a partir de sua vivência e experiência
acumulada, uma rede de significados a partir de outros já dados.
Com esta discussão vêm sendo repensadas com os professores
as atividades desenvolvidas com os textos levados para a sala de aula.
Eles têm percebido a necessidade de propor atividades que levem
o aluno a perceber o gênero do texto, sua estrutura profunda e os
sentidos propostos pelos autores, numa atividade que vai além da
mera aferição de leitura, além de buscar letrar o
aluno a partir do desenvolvimento de estratégias que possibilitem
a este desvendar o mundo por meio da leitura.
A avaliação feita pelas professoras ao final do primeiro
ano do projeto foi que este contribuiu para mudar a concepção
de planejamento que até então se percebia na rotina da escola:
uma atividade realizada semanalmente em que elas organizavam e preparavam
as atividades para serem trabalhadas, a partir de pesquisas em livros
didáticos e materiais afins. É o que se pode perceber nos
depoimentos dados ao final do primeiro ano do projeto:, “as trocas
de experiências, idéias, sugestões e discussão
dos textos foram muito importantes para mim que atualmente não
estou estudando. Considero os encontros como momentos de reflexão
sobre o que estava fazendo na minha prática e como agir para melhorá-la”;
“[...]as discussões promoveram reflexões sobre o meu
trabalho, ampliando meus conhecimentos e trazendo mais segurança
e confiança naquilo que está sendo repassado”; “[...]planejamento
para nós nunca compreendeu estudos, só agora estamos sentindo
a necessidade de fundamentar nosso trabalho”. Desta forma os encontros
os levaram a perceber esta atividade docente como um momento que compreende
a reflexão e o aprofundamento teórico, num rever constante
de todo o processo educativo.
A avaliação do projeto mostrou ainda que o professor só
consegue uma maior autonomia frente ao uso do material didático
oferecido pelos órgãos oficiais, caso do livro didático,
na medida em que existe um diálogo sistemático sobre as
práticas desenvolvidas. Diálogo este, alimentado pelas leituras
dos estudos e pesquisas realizados na área e na troca de experiências
com seus pares.
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