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LITERATURA
INFANTIL PONTE PARA A INCLUSÃO: LIMITES E POSSIBILIDADES
Beatriz Sales da Silva - Pontifícia Universidade
Católica de Minas Gerais - Campus de Poços de Caldas –
PUC MG
INTRODUÇÃO:
“A rua de acesso à inclusão não tem um fim
porque ela é, em sua essência, mais um processo do que um
destino. A inclusão representa, de fato, uma mudança na
mente e nos valores para as escolas e sociedade como um todo, porque subjacente
à sua filosofia, está aquele aluno ao qual se oferece o
que é necessário, e assim celebra-se a diversidade”.
(p.36). Mitler (2003)
“A inclusão somente sobrevive como um assunto enquanto alguém
é excluído”.
(Giangreco, 1997, p.194).
O presente trabalho teve como objetivo a proposição
da Literatura infantil como instrumento para a inclusão analisando
seus limites, possibilidades e os caminhos possíveis nessa área,
onde a preocupação foi mostrar sua utilização,
no trabalho com crianças com dificuldades no processo ensino aprendizagem.
A tematização dirigiu-se para o cotidiano escolar, tendo
como enfoque central à discussão da Literatura Infantil
como instrumento de inclusão. O interesse pelo presente trabalho
nasceu do cotidiano escolar das minhas necessidades na função
de auxiliar de biblioteca em uma escola da Rede Municipal de Poços
de Caldas, em 1998. Observamos casos de crianças com baixo rendimento
escolar, considerados pela escola como portadores de dificuldades de aprendizagem
que durante as aulas na biblioteca em contato com as histórias,
mostravam-se mais participativas e interessadas. Procurei leituras e interpretações
que me oferecessem maior segurança e entendimento para o desenvolvimento
do planejamento das aulas de histórias e que muito contribuíram
para ampliar o olhar para o tema em questão. Durante os cinco anos
atuando nesta função registrei através de vídeo
e fotografias um pouco do trabalho desenvolvido com os alunos.
Hoje, atuando como Pedagoga no Serviço de Apoio a Inclusão
na Superintendência Regional de Ensino de Poços de Caldas,
percebemos que assumir tal responsabilidade implicava em dedicar esforços
em estudos para compreender uma proposta de trabalho que fosse o encontro
das demandas apontadas pelo grupo. Entretanto vi nessa situação
desafiadora uma grande possibilidade e uma rica oportunidade para estar
desenvolvendo esta pesquisa. “Ou seja, nada pode ser intelectualmente
um problema, se não tiver sido, em primeiro lugar, um problema
da vida prática. É a pesquisa que alimenta a atividade de
ensino e a atualiza frente à realidade do mundo”.Minayo (1994
p.17).
Trabalho
apresentado a Banca Examinadora do Curso em Educação Especial
de Pós-Graduação da Pontifícia Universidade
Católica, como requisito para obtenção do Título
de Especialista em Educação Especial. Poços de Caldas,
dezembro de 2004.
A problematização dessa pesquisa foi se configurando após
meu ingresso em 2003, na Pós-graduação Lato Sensu
em Educação Especial na Pontifícia Universidade Católica
- Campus Poços de Caldas e participando como aluna ouvinte nas
aulas da Professora Maria Teresa Mantoan, na “Disciplina Escolas
Abertas a Diversidade”, na Universidade Estadual de Campinas.
Pensei ser o momento de testar cientificamente as minhas hipóteses
sabendo que: “a cientificidade, portanto, tem que ser pensada como
uma idéia reguladora de alta abstração e não
como sinônimo de modelos e normas a serem seguidos”. (Minayo,
1994, p.12.) Nossa intenção é contribuir com um projeto
de mudança, nas formas de encaminhamento da Literatura Infantil
em nossas escolas.
Acreditamos que a Literatura Infantil possa ser instrumento de catarse
e sublimação para os nossos anseios, angústias e
conflitos, mas segundo (Cavalcanti, 2002),
Não
podemos reduzi-la a conceitos por demais limitados. Por meio da literatura
somos capazes de nos reconduzir para realidades esquecidas talvez nunca
reveladas na memória. Ela é um caminho de liberdade e justiça
social, no qual toda criança possa viver com dignidade e plenitude
sua condição existencial de ser possibilidade de futuro
e transformação.(p.23)
Encontramos
dificuldades para escolher entre tantas vozes, uma epistemologia que pudesse
embasar as nossas hipóteses. Concordamos, com Minayo (1994, p.18)
que diz que toda investigação inicia-se por um problema
com uma questão, com uma dúvida ou com uma pergunta, articuladas
a conhecimentos anteriores, mas que também podem demandar a criação
de novos referenciais e também iluminam a análise dos dados
organizados, embora não possam direcionar totalmente essa atividade,
sob pena de anulação da originalidade inicial.
Enfocada pela Antropologia, Psicanálise, Sociologia, Literatura,
Semiologia, cada vez mais a Estória Infantil se impõe como
assunto de grande relevância.
Com o objetivo de situar a perspectiva de crianças, consideradas
pela escola, como portadoras de dificuldades de aprendizagem, pretendia-se
apreender as formas de reagir de alunos frente aos rótulos e estigmas
a eles atribuídos e a possível relação com
os personagens das histórias infantis selecionados para a pesquisa.
Para tanto o trabalho se encontra subdividido em três capítulos,
com as seguintes temáticas:
• Revisão da Literatura para definição conceitual
de Literatura Infantil, Dificuldades de aprendizagem e Inclusão;
• Relato e reflexões sobre as particularidades da coleta
de dados na escola pesquisada; opção metodológica
e exposição da pesquisa;
• Conclusão com apresentação dos resultados
finais
RELATO E
REFLEXÕES SOBRE AS PARTICULARIDADES DA COLETA DE DADOS NA ESCOLA
PESQUISADA; OPÇÃO METODOLÓGICA E EXPOSIÇÃO
DA PESQUISA
AMOSTRAGEM
A pesquisa foi realizada durante o mês de agosto de 2004 em uma
escola da rede pública da cidade de Poços de Caldas, sendo
selecionado quatro alunos (as) diagnosticados pela escola como portadores
de dificuldades de aprendizagem. Tivemos acesso à apenas a três
diagnósticos.
Optou-se pelo anonimato tanto da escola quanto dos sujeitos por acreditarmos
que em nenhum momento tivemos a intenção de avaliar / criticar
o trabalho dos (as) profissionais, mas contribuir com subsídios
para a ação / reflexão / ação docente.
O critério escolhido foi, assim, o da disponibilidade das professoras
e direção da escola, que merece de nossa parte um apreço
especial. Através da relação estabelecida entre escola,
pesquisadora e tema estudado foi possível entender um pouco dos
conceitos, concepções e das formas com as quais a escola
tem reagido diante das dificuldades de aprendizagem.
Segundo Griffo (1996), torna-se imprescindível que o pesquisador
faça o relato das facilidades / dificuldades encontradas no desenrolar
da pesquisa no sentido de refazer o percurso, sobretudo na tentativa de
ler nas entrelinhas e estabelecer as possíveis relações
existentes entre os dados que se pôde aprender e os que não
apareceram de forma direta.
Nunes (1978), citado por Griffo (1996) diz que: “O estudo das práticas
dos pesquisadores em seu cotidiano de investigação pode,
entretanto, oferecer estimulantes subsídios ao estudante voltado
para o aprendizado do corpo normativo da metodologia de pesquisa”.
METODOLOGIA
A pergunta que se fez nesse momento foi: qual o melhor método para
dar conta de tal empreendimento? Como unir tal intenção,
múltipla, complexa, com o método cientifico?
A pesquisa, a partir de uma abordagem qualitativa (Ludke e André,
1986), não teve como finalidade a coleta quantitativa de dados
e não buscou comprovação/ refutação
de hipóteses previamente definidas,mas constituir uma relação
dialógica entre pesquisador e participantes, considerando-se ambas
as partes como sujeitos ativos, sendo o material de estudo (literatura)
simultaneamente mediador e produto dessa relação.
Acreditamos assim que a metodologia escolhida para pesquisa foi fator
decisivo no desenvolvimento da mesma.
Para a coleta de dados foram utilizados os seguintes instrumentos:
Pesquisa Bibliográfica para definição conceitual
de:
• Literatura Infantil
• Inclusão
• Dificuldades de aprendizagem
A técnica de análise de conteúdo, atualmente compreendida
muito mais como um conjunto de técnicas, surgiu nos Estados Unidos
no inicio do século passado.
Seus primeiros experimentos estavam voltados para a comunicação
de massa. Até os anos 50 predominava o aspecto quantitativo da
técnica que se traduzia em geral, pela contagem da freqüência
da aparição de características nos conteúdos
das mensagens veiculadas.
Atualmente podemos destacar duas funções na aplicação
da técnica. Uma se refere à verificação de
hipóteses e ou questões. A outra função diz
respeito à descoberta do que está por trás dos conteúdos
manifestos, indo além das aparências do que está sendo
comunicado.
As duas funções podem, na prática, se complementar
e podem ser aplicadas a partir de princípios da pesquisa quantitativa
ou qualitativa. Minayo (1994 p.76).
Segundo Bardin (1979), a análise de conteúdo vem sofrendo
criticas em nossa atualidade. Entre essas criticas, ressalta-se a que
entende essa análise como uma técnica de interpretação
de textos, com pouca articulação com os contextos das mensagens
veiculadas.
Nesta pesquisa, procuramos estabelecer articulações entre
a análise dos conteúdos e o diagnóstico dos alunos,
reafirmando as colocações de Minayo (1992), “reforçamos
a titulo de conclusão, que o produto final da análise de
uma pesquisa, por mais brilhante que seja, deve ser sempre encarado de
forma provisória e aproximativa”.
Escolhemos os seguintes passos para a operacionalização
da coleta de dados:
• Revisão bibliográfica para análise de conteúdo
do diagnóstico dos sujeitos segundo a escola.
• O diálogo entre pesquisador e sujeitos buscando a análise
dos personagens num contexto de exclusão e inclusão foi
registrado em diário de campo e foi analisado com a teoria subjacente.
• Através da análise do conteúdo do desempenho
dos sujeitos, buscamos identificação dos possíveis
caminhos da utilização da Literatura Infantil como instrumento
de inclusão.
A análise de conteúdos abrangeu as seguintes fases:
• Pré-análise
• Exploração do material e tratamento dos resultados
obtidos e interpretação
A coleta de dados dessa pesquisa deu-se em dias alternados no período
da tarde, haja vista que os alunos portadores de dificuldades de aprendizagem
apresentados pela escola estudavam nesse turno. No primeiro dia tivemos
acesso ao diagnóstico dos alunos apresentados pela supervisora.
Com o objetivo de investigar a perspectiva de crianças, consideradas
pela escola, como portadoras de dificuldades de aprendizagem, pretendia-se
apreender as formas de reagir de alunos frente a personagens de estória
infantis, previamente selecionados, que apresentassem algum tipo de deficiência
e a possível relação frente aos rótulos e
estigmas a eles atribuídos.
ANÁLISE
DO DIAGNÓSTICO
Diagnóstico dos alunos apresentados pela escola
Nome: |
M.
V.M |
Série: |
Ciclo
inicial alfabetização – Fase 1 |
Nascimento: |
05-04-97 |
Pontos
positivos: |
É
assíduo; demonstra interesse, é participativo; comunicativo |
Pontos
negativos: |
Muito
agitado; distraído; dificuldade de concentração; desorganizado
Obs:
É criado pela avó. Os pais não participam da sua criação. |
Nome: |
E. A. L. C |
Série: |
Ciclo inicial alfabetização – Fase 1 |
Nascimento: |
24- 11- 96 |
Pontos positivos: |
Demonstra interesse, controle da higiene pessoal, pronúncia correta. |
Pontos negativos: |
Apresenta agressividade, inquietude; assimilação falha, não apresenta
codificação e decodificação de símbolos (cores, sons, números),
não apresenta prontidão para alfabetização;
Desorganizado, dispersivo, não obedece a regras e desconhece limites,
pede constantemente para ir ao banheiro, provoca barulhos sonoros
imitando animais, gritos, cantos, batuques. |
Em quais
concepções a escola se fundamentou para justificar o fracasso
desses alunos?
Bakhtin diz que “a palavra é o fenômeno ideológico
por excelência” e que “toda palavra é absorvida
por sua função de signo (1992)”.Afirma, ainda, que
um signo pode distorcer uma realidade ou ser fiel a ela, sempre sujeito
a critérios ideológicos de avaliação. A palavra,
portanto, está repleta de conteúdo ideológico que
vai constituindo as relações entre as pessoas, vai marcando
as leis, as instituições, os discursos, as verdades, as
mentiras, o conceito de certo e de errado, do que pode ser dito e como
pode ser dito, dependendo do lugar social do enunciador. Em relação
ao nosso objeto de interesse, a dimensão ideológica dos
signos marca as distinções entre o que é normal e
anormal, de quem é ou não é portador de dificuldades
de aprendizagem.
ANÁLISE
DOS PERSONAGENS
Segundo Abramovich
(1993), não se trata de analisar a qualidade dos personagens escolhidos
para a pesquisa mesmo porque são escritores de indiscutível
talento, mas ficar atento aos estereótipos, estreitadores da visão
das pessoas e de sua forma de agir e de ser. E ajudar a criança
leitora a perceber isso.
Afinal preconceitos não se passam apenas através das palavras,
mas também e muito através de imagens. Os personagens escolhidos
apresentam suas deficiências/ diferença atreladas a castigo,
à humilhação a maldade ou ao valor heróico:
- O que lhe
aconteceu? - perguntou ela.
- Fui à escola, na saída dois sujeitos me levaram o dinheiro
a força para trabalhar no teatro, roubaram o dinheiro que ganhei
e me abandonaram aqui. Enquanto Pinóquio falava, seu nariz começou
a crescer...
- Não minta Pinóquio! - disse a fada. - Você não
foi à escola. (p.5)
Um vento
forte derrubou o soldadinho que caiu na calçada.
Como ele era muito valente, agüentou com coragem o grande tombo e
nem chorou. Triste e sofrido, sem perna, apesar de tudo, um herói.(p.4)
E o encanto
se desfez!... Bela não acreditou quando seus olhos viram aquela
fera se transformar num belo rapaz! A fera não existia mais. O
amor venceu ao encantamento. (p.14)
Fazendo o
Capitão Gancho fugir, perseguido pelo mesmo crocodilo que havia
engolido seu braço tempos atrás.(p.11)
Diverte-se
montando em pêlo o animal, agarrando suas crinas esticadas e o conduzindo
em desembaladas corridas pelos campos.(p.7)
Em algumas
estórias o personagem deficiente só consegue ser feliz quando
“vira normal”. É o caso de “A bela e a fera”.
A descrição das crianças valida o objeto de nosso
estudo:
Ele é
diferente. A Bela gostou dele assim. Ele é feliz, é estranho
porque ele nunca se olhou no espelho. Se ele olhasse não gostaria.
Gente feia olha no espelho. Tenho vontade de morrer, vou ter que fazer
um negócio de ficar bonita. Gente feia não gosta de sair
na rua. Quando ele desvira fica normal. A Fera é diferente, não
sabe como a moça agüenta viver com ele.
Tem orelha
grande, feliz porque tem a bela, tem que virar príncipe.
É
o bicho, tem orelha grande, é triste porque ele é bicho
pra arrumar uma namorada ele tinha que mudar.
Tem um aluno
na escola que tem orelha entortada. Não é inteligente.
O rei não podia ficar sem gorro. Ele tem orelhão, as pessoas
iam rir dele.
Há
vezes em que a deficiência está associada a qualidades especialíssimas,
quase sobre naturais, uma compensação pelo fato da deficiência
existir, é o caso do Soldadinho de chumbo.
Como se pode perceber existe uma estreita relação entre
os personagens descritos e a visão que as crianças podem
trazer de si, sendo que a literatura infantil poderá contribuir
para amenizar os conflitos e ou deficiência das mesmas.
Bettelhein (1980), contudo, nos adverte que mesmo que se adivinhe corretamente
a razão porque a criança ficou envolvida emocionalmente
por um dado conto, é melhor que guarde este conhecimento para si.
As experiências e reações mais importantes da criança
são amplamente subconscientes e devem permanecer assim até
que ela alcance uma idade e compreensão mais madura. É sempre
invasor interpretar os pensamentos inconscientes de uma pessoa, tornar
consciente o que ela deseja manter pré- inconsciente, e isto é
especialmente verdade no caso da criança.
Salienta que para explicar por que um conto de fadas é tão
cativante para ela destrói, acima de tudo o encantamento da estória,
esclarece que:
(...) ao
lado do confisco deste poder de encantar vai também uma perda do
potencial da estória em ajudar a criança a lutar por si
só e dominar exclusivamente por si só o problema que fez
a estória significativa para ela. A interpretação
adulta, por mais correta que sejam, roubam da criança a oportunidade
de sentir que ela, por sua própria conta, através de repetidas
audições e de ruminar acerca da estória, enfrentou
com êxito uma situação difícil. Nós
crescemos, encontramos sentido na vida e segurança em nós
mesmos por termos entendido e resolvido problemas pessoais por nossa conta,
e não por eles terem sido explicado por outros. (p.27)
Rosemberg
(1985), na introdução de sua Tese afirma que:
Talvez nos últimos anos, o estudo das discriminações
contra grupos oprimidos tenha sido um dos temas mais intensamente discutidos
no campo da Literatura Infantil. A bibliografia internacional que tive
acesso apresenta particularidades notáveis, apelando por um trabalho
urgente de centralização e síntese, que poderia enriquecer
em muito os conhecimentos atuais sobre o processo de socialização
da criança e mesmo sobre metodologias empregadas na análise
de comunicação. (p.17).
Nas palavras
do autor Azevedo (2001):
Muitos contos
populares apresentam heróis valentes e invencíveis (...).
Alguns poucos contos, porém trazem heróis tolos, bobos,
burraldos, bocoiós, distraídos, que se confundem, que são
ingênuos, fracassam, fazem mil coisas erradas, mas, no fim, meio
sem querer, sempre ou quase sempre acabam se dando bem. No fundo, acho
que esses heróis atrapalhados são mais humanos e, na sua
fragilidade, muito mais parecidos com todos nós. (p.10)
Held (1980),
nos diz que o papel do fantástico não é, de maneira
alguma, dar à criança receitas de saber e de ação,
por mais exatas que sejam. A literatura fantástica e poética
é antes de tudo e indissocialmente, fonte de maravilhamento e de
reflexão pessoal, fontes de espírito critico, porque toda
descoberta de beleza nos torna exigentes e, mais críticos diante
do mundo. E porque quebra clichês e estereotipo, porque essa recriação
que desbloqueia e fertiliza o imaginário pessoal do leitor, é
indispensável para a construção de uma criança
que, saiba inventar o homem.
Held cita também o depoimento da Sra Erming, médica psiquiatra
do Instituto médico Educativo de Labource, que narra diversas experiências
com crianças com deficiência mental, em que a Literatura
infantil se tornou um instrumento imprescindível no desenvolvimento
do trabalho.”Pelo tesouro dos contos e dos mitos facilitamos as
elaborações mentais (...)”.
É preciso contar estórias e contos de fadas para as crianças,
é um modo de alimentar a alma para que à moda de Fernando
pessoa, nada seja pequeno.
Afirma Bettelheim, (1980):
(...) a cartilha
onde a criança aprende a ler a sua mente na linguagem das imagens,
a única que permite a compreensão antes de conseguirmos
a maturidade intelectual. A criança precisa ser exposta a essa
linguagem. E deve prestar atenção a ela, se deseja chegar
a dominar sua alma.(p.197)
Assim, entendemos
que incluir não é tratar igual, pois as pessoas são
diferentes, incluir é abandonar estereotipo. Silva, nos ajuda a
pensar melhor:
(...) a questão
da identidade, da diferença e do outro é um problema social
ao mesmo tempo em que é um problema pedagógico e curricular.
É um problema social porque, em um mundo heterogêneo, o encontro
com o outro, com o estranho, com o diferente, é inevitável.
É um problema pedagógico e curricular não apenas
porque as crianças e os jovens, em uma sociedade atravessada pela
diferença, forçosamente interagem com o outro no próprio
espaço da escola, mas também porque a questão do
outro e da diferença não pode deixar de ser matéria
de preocupação pedagógica e curricular. Mesmo quando
explicitamente. (Silva, 2000 p. 8
Gestados,
no mesmo século, Pedagogia, Escola, Infância e Literatura
infantil, levam adiante aquilo que Foucault, citado por Veiga (2003),
havia explicado em sua quinta conferência proferida no Rio de Janeiro,
em 1973: “Pedagogia se formou a partir das próprias adaptações
da criança às tarefas escolares, adaptações
observadas e extraídas do seu comportamento para tornarem-se, em
seguida, leis de funcionamento das instituições e forma
de poder exercido sobre a criança”. Nesse contexto, aparece
a Literatura infantil, já que foi acionada para converter-se em
instrumento desta.
Zilberman (2003), comenta que é por intermédio da leitura,
hábito vivido na solidão, que a subjetividade da criança
é virtualmente invadida. Esse resultado pode ser igualmente obtido
pelo brinquedo (produto cujo aparecimento se deu no século XVIII,
decorrendo da ascensão da infância) ou jogo, mas com uma
diferença: estes últimos são ações
oriundas da inventividade dos próprios participantes, o que nunca
passa com o livro, recebido pronto e acabado. Desse modo, se a obra literária,
por outro lado, pode oferecer um horizonte de criatividade e fantasia
enquanto ficção, solidarizando-se com o mundo infantil,
embora reforce a diferença, por outro, ela reproduz, por seu funcionamento,
os confrontos entre a criança e a realidade adulta.
E pode fazê-lo de maneira mais eficiente, uma intimidade nem sempre
obtida pelos mais velhos; e vem a converter-se em hábito, o de
leitura cuja meta prioritária é estimular intermitentemente
seu próprio consumo.
O resultado derradeiro dessa operação de intercâmbio
entre texto e seu destinatário é a integração
deste a cultura burguesa. Ter nascido contemporaneamente à família
moderna de classe média, assumir um caráter pedagógico,
ao transmitir valores e normas da sociedade, faz da Literatura infantil
um valioso instrumento para a disseminação dos rótulos
e preconceitos.
Platão em (As leis, Livro VII), citado por Savater (1998), parece
- nos oportuno para alojar-se no centro das discussões sobre a
criança:
Assim que
aparece a luz do dia é necessário as crianças irem
à escola. Pois nem as ovelhas, nem qualquer tipo de gado podem
viver sem pastor, tampouco é possível que o façam
as crianças sem pedagogo e os escravos sem dono. Mas, dentre todos
os animais, o mais difícil de manejar é a criança;
devido à própria excelência da fonte de razão
que há nela, e que ainda está por ser disciplinada, ela
é um animal rude, astuto e o mais insolente de todos. Por isso
deve ser amarrada e subjugada com “muitas rédeas”,
por assim dizer; assim que ela sai dos braços de sua nutriz e da
mãe é preciso cercá-la de preceptores que controlem
a ignorância de sua pouca idade; depois é preciso dar-lhe
mestres que a instruam em todo tipo de ciências e disciplinas, conforme
convém a um homem livre (...) (p.224).
Essas reflexões
nos remetem a temática central, “Literatura Infantil Ponte
para a Inclusão : Limites e possibilidades”, quando, descortinado
o mundo da criança e da literatura, e as relações
com esse mundo é que buscamos o apoio de Dias, citada por Veiga
(2003) que usando a metáfora do iceberg, que só revela para
fora d’água uma mínima parte do seu volume, torna-se
necessário tentar descobrir abaixo das águas,olhando de
fora e principalmente de baixo para cima.
Partindo dessa premissa, acreditamos que uma das “rédeas”
que a classe burguesa utilizou para controlar a criança tenha sido
a Literatura Infantil, que disseminou a imagem idealizada do sujeito moderno.
Aqueles que desviam desse padrão podem ser considerados pelo que
Scliar (1997), noz diz :
(...) a
partir desse ponto de vista, o louco confirma nossa razão, a criança
nossa maturidade; o selvagem, nossa civilização; o marginalizado
nossa integração; o estrangeiro nosso país, o deficiente,
nossa normalidade, o outro diferente funciona como depositário
de todos os males, como portador de todas as falhas sociais, o outro como
alguém a tolerar (...).
Rosemberg
(1984), no seu livro “Literatura infantil e ideologia” fazem
uma análise dos modelos culturais na Literatura Infanto–juvenil
brasileira, em uma coletânea de trabalhos publicados e inéditos,
realizados entre 1975 e 1980. A título de ilustração
reproduziremos alguns trechos citados pela autora, de estórias
que se caracterizam pela idealização do universo e da humanidade,
quanto assumem a pedagogia do modelo ou do contra modelo:
(...) A pomada
era de fato boa e, passados três dias, a Girafinha estava curada,
só quer ficara com um defeito. Por causa da queimadura ou porque
ela falara demais, estragou-se o aparelhinho de falar e ela ficou muda
para sempre (...) (p.63).
(...) - Nada
pude fazer. Quando cheguei a terra e soube o que se passara, fiquei horrorizada!
Voltei ao reino das fadas e contei tudo à minha rainha. Ela zangou-se
e castigou-me. Pedi-lhe que me perdoasse, mas ficou surda a meus rogos.
Retirou-me todo o poder mágico. Expulsou-me do reino e ordenou
que passasse a viver como simples criatura humana...
- Mas, não era você branca, moça e linda? Por que,
então, ficou preta e velha? (p.87)
(...) Recolhi-os e domestiquei-os eu mesma. Estou aqui para cuidar das
vítimas da serpente. Os índios, que você vê
vieram de diferentes tribos e lugares (...)
(Ana Lúcia no país das fadas, p. 24-25)
(...) - Para
teu castigo, em vez de branco, quando saíres daí serás
um feio e negro bicho. E para teus olhos não mais espiem e invejem
os coelhinhos brancos, só verás à luz da noite. (p.88)
(...) A comissão
julgadora do delito cometido pelo urubu julga o réu culpado e para
ele pede os seguintes castigos:
2º - O réu será pichado e transformado na ave mais
negra do mundo, e pretos serão todos os seus descendentes, até
que o urubu faça o sacrifício de passar um ano inteiro sem
comer carne.
3º - O réu será expulso do galinheiro, com toda sua
família, e nunca mais descendente seu será aceito entre
nós (...)
(As aves e suas histórias p.88)
Segundo Rosemberg (1984), sexismo, estereotipo e preconceitos não
são exclusivos da Literatura infanto-juvenil brasileira. Ao contrário,
parecem ser universais, como tem atestado os estudos que fez em diferentes
países, (Rosemberg (1975)).
Desse modo, acreditamos que o leitor possa ter percebido a estreita relação
entre crianças com dificuldades de aprendizagem e livros de Literatura
infantil que integram e reproduzem o modo usual de discriminação
contra a criança considerada pela escola como desviante do padrão
estabelecido.
Guimarães (1985), conclui que: (...) a escola não foi pensada
para os pobres, mas para uma criança ideal, que não trabalha,
que fala bonito, que pode estudar em casa. A escola não se organiza
de modo a adaptar às necessidades dos pobres e sim pede aos pobres
que se adaptem a uma escola que não foi feita para eles.(...)
Segundo Savater, (1998), os antropólogos chamam de neotonia o processo
que indica que nós humanos nascemos aparentemente cedo demais,
sem estarmos totalmente consumados: somos como aqueles alimentos pré-cozidos
que, para se tornarem plenamente comestíveis, ainda precisam de
dez minutos no microondas ou de um quarto de horas em banho maria para
depois sair do pacote.
Se nascemos com esta incompletude, entendemos que a Literatura Infantil,
possa ajudar nesse processo, a tornamos humanos e principalmente nós
mesmos.
Diante desse contexto esperamos que o leitor perceba assim que a atividade
de contar estórias, além de responder interesses dos alunos
pode tornar-se um instrumento de inclusão, “quando um profissional
que seja absolutamente apaixonado e encantado pelo mundo do faz de conta
(Cavalcanti 2002)”, oportunize a criança um espaço
onde ela possa ruminar, pensar, duvidar, se perguntar, questionar, possa
sentir inquietada, cutucada, querendo saber mais percebendo que se pode
mudar de opinião, que a opinião do autor é uma entre
mil. E isso não pode se feito uma vez por ano, há que se
criar no cotidiano da escola o mundo do faz de conta, respeitando a infância
e os direitos do leitor.
Para ilustrar nosso pensamento pedimos licença poética ao
escritor Daniel Pennac (1993), para acrescentar o 10º item na “Declaração
dos Direitos Imprescritíveis do Leitor”, apresentados no
seu Livro “Como um Romance”, eis:
10 - O direito
de ter um professor comprometido com a infância, na luta contra
qualquer tipo de discriminação imposta nos livros infantis
Declaração
dos Direitos Imprescritíveis do Leitor
 |
1 -
O DIREITO DE NÃO LER
2 - O DIREITO DE PULAR PÁGINAS
3 - O DIREITO DE NÃO TERMINAR O LIVRO
4 - O DIREITO DE RELER
5 - O DIREITO AO BOVARISMO
(SIGNIFICA ARREBATAR PELA LEITURA)
6 - O DIREITO DE LER EM QUALQUER LUGAR
7 - O DIREITO DE LER UMA FRASE AQUI OUTRA ALI
8 - O DIREITO DE LER EM VOZ ALTA
9 - O DIREITO DE CALAR |
CONCLUSÃO
Tivemos o
apoio de muitas vozes para escrever esse texto, que multiplica seus sujeitos,
acolhendo outros textos, num processo de apropriação consciente.
Mário de Andrade (1931), “confessa” ter roubado inúmeros
autores e afirma que “toda escrita se constrói como uma apropriação
sem reservas”.
Segundo Gadotti (1983), o mais importante é ficarmos atentos, prestar
atenção no que fazemos, duvidar, duvidar profundamente.
O educador provavelmente deva viver nessa incerteza, talvez seja essencial
que não durma sobre suas verdades e certezas, na vida as soluções
são provisórias.
Não buscamos respostas, o que se busca é a pergunta à
qual os textos respondem. Por isso o que escrevemos não resolve
a questão, a repõe, reativa, coloca-se como a “pulga”
(personagem do Livro “A casa sonolenta”), acordando quem está
dormindo e não deixando cochilar quem está despertando.
Segundo França (1996),
A educação
protege e cuida de tudo que é velho no mundo e acolhe o que há
de mais novo: as crianças. De seu interior ela oferta o mais longínquo
e o mais próximo: Platão, Sêneca, Epicuro, Spinosa,
Nietzsche, Deleuze, Malarmé, Garcia Lorca, Artauld, Baudelaire,
Proust, Shakespeare, Goethe, Oscar Wilde, Vitor Hugo, Paul Valery, Holderlin,
Ésquilo, Sóflocles, Gide, Rodin, Leonardo da Vince, Matisse,
Ticiano, Monet, Miro, Renoir, Toulouse-Lautrec, Van Gogh, Caravaggio,
Machado de Assis, Guimarães Rosa, Drummond, Villa Lobos, Euclides
da Cunha, Padre Antonio Vieira, Paulo Freire...
Como vêem, nenhum ser humano está só. Se esse legado
secular, dos que testemunharam o que viram, ouviram, fizeram e sentiram,
não está nas salas de aula, precisa estar, porque não
há preconceito que resista a uma avaliação de tamanha
envergadura. (p.213)
Propomos a Literatura Infantil como instrumento “imperecível
que corta os séculos inspirando os homens” a caminho da inclusão.
“Nem tudo que se enfrenta pode ser modificado, mas nada se modifica
até que se enfrente”.
Autor desconhecido
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