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CONTEÚDOS
E FORMA NO ENSINO DA LÍNGUA MATERNA: A VISÃO DE PROFESSORES
ALFABETIZADORES
Claudia Raimundo Reyes (Or.) – Universidade
Federal de São Carlos UFSCar/DME/PPGE
Alessandra Marques da Cunha – Universidade Federal de São
Carlos – UFSCar/PPGE
Danitza Dianderas da Silva – Universidade Federal de São
Carlos – UFSCar/ (IC) FAPESP
O século XXI trouxe a necessidade de redefinir
muitos aspectos até então considerados inquestionáveis
como a mudança na concepção de conhecimento atrelada
à sociedade. A instituição escolar, cada vez mais
complexa, não pode mais ser vista como reduzida ao domínio
dos conteúdos das disciplinas e à técnica para transmiti-los.
É exigido do professor que lide com um conhecimento em construção
– e não mais imutável – e que analise a educação
como um compromisso político, carregado de valores éticos
e morais, que considere o desenvolvimento da pessoa e a colaboração
entre iguais e que seja capaz de conviver com a mudança e com a
incerteza. Do mesmo modo, a formação do professor passa
a ser vista como um processo continuum, uma vez que este elabora o seu
conhecimento profissional não apenas na formação
básica (ainda que esta ocupe um lugar muito importante), mas durante
todo seu percurso profissional (MIZUKAMI et all, 2002).
Segundo TORRES (1998), nos projetos de melhoria da qualidade de ensino,
financiados pelo Banco Mundial, a formação docente continua
ocupando espaços e financiamentos cada vez menores. A formação
continuada tem sido realizada por meio de cursos de curta duração,
meramente instrumental e em serviço e desconectada da formação
inicial.
De acordo com CANDAU (1996), repensar a questão da formação
continuada é estar consciente da necessidade de articular dialeticamente
as diferentes dimensões da profissão docente: os aspectos
psicopedagógicos, técnicos, científicos, político-sociais,
ideológicos, éticos e culturais .
O desafio deveria ser o de pensar em uma formação integral,
não limitada à mera transferência de conteúdos,
métodos e técnicas, mas sim para àquilo que se pede
que os docentes alcancem com seus alunos: aprender a pensar, a refletir
criticamente, a identificar e resolver problemas, a investigar, a aprender,
a ensinar.
SHULMAN (1986), ao analisar as pesquisas sobre pensamento do professor,
indica a necessidade de que as mesmas contemplem os conteúdos das
áreas específicas, de forma a se conhecer melhor os processos
de construção dos diferentes tipos de conhecimentos dos
professores e de seu raciocínio pedagógico.
REYES e MELLO et all (2000a-b) ao investigarem a base de conhecimento
sobre o ensino da língua materna, obtiveram dados sobre as dinâmicas
de aula utilizadas por professoras do ensino fundamental e suas concepções
ligadas ao conhecimento e ao ensino neste componente curricular. Os resultados
mostraram que as professoras dividiam o ensino da língua em duas
fases diferentes: a) a alfabetização, entendida como aquisição
crescente dos elementos constitutivos da língua, visando a fixação
de partes da escrita e o estabelecimento de relação entre
a grafia das partes e o som correspondente - e b) produção
de texto como processo de reprodução de modelos, mas que
permitia certa dose de criatividade, senão ensinada, esperada como
algo que os alunos já deviam possuir.
As autoras apontaram que tais concepções pareciam ter referências
históricas reconhecíveis em políticas públicas,
materiais de ensino e cursos de formação de professores,
podendo concluir que o entendimento das professoras sobre alfabetização
era visto como um processo predominantemente técnico. Em outro
momento, o foco da pesquisa e da intervenção foi o confronto
entre o proposto pelas políticas públicas (PCNs e SAEB sobre
o ensino da língua) e as concepções e práticas
das professoras, na construção de uma base de conhecimento
para o ensino de Português naquele grupo, tal como proposto por
SHULMAN (1986). Ao buscarem a união da elaboração
pessoal das professoras com o proposto pela política pública,
em metodologia e avaliação, as professoras reafirmaram a
sua base pautada na experiência (e em políticas anteriores)
como a referência de sua prática. Foi com base nesta investigação
que outras duas pesquisas foram desenvolvidas com professores alfabetizadores
da rede pública municipal de São Carlos-SP, em 2003 e 2004.
Participaram da pesquisa 39 professores alfabetizadores (de 1ª e
2ª séries), de uma amostra total de 41 professores.
Na primeira investigação o foco era comparar as relações
entre as expectativas que os professores tinham quanto aos conteúdos
da língua materna, com a forma pelas quais eles eram ensinados.
Para o levantamento das expectativas dos professores alfabetizadores,
quanto ao ensino da língua, as pesquisadoras elaboraram um questionário,
a partir das propostas de políticas públicas (PCN, SAEB
e Planejamento Escolar do Município de São Carlos), tendo
como eixo norteador o conhecimento de conteúdo específico
(SHULMAN, 1986), previstos para o ensino da língua materna nas
séries iniciais, considerando a oralidade, leitura e escrita. O
questionário continha 12 questões, totalizando-se 292 conteúdos,
sendo 9 sobre Oralidade, 111 sobre Leitura e 172 sobre a Escrita.
Para cada conteúdo os professores deveriam optar por uma das cinco
possibilidades de respostas, sendo essas: 1- Não faz parte da minha
metodologia; 2- espera que 25% dos alunos adquiram tal conhecimento; 3-
espera que 50% dos alunos adquiram tal conhecimento; 4- espera que 75%
dos alunos adquiram tal conhecimento; e 5- espera que 100% dos alunos
adquiram tal conhecimento. Ao pé da página, o professor
tinha a opção de anotar suas observações sobre
cada questão.
Para verificar quais conteúdos haviam sido efetivamente trabalhados
foram consideradas seis regiões da cidade, onde se localizavam
as escolas do ensino fundamental, sendo esta a quantidade de professoras
entrevistadas, que contaram o percurso do trabalho desenvolvido sobre
o ensino da língua, durante o ano de 2003. Tal entrevista foi feita
com o intuito de relacionar as expectativas das professoras com o conteúdo
que diziam ter ensinado ao longo do referido ano letivo e identificar
os que foram mais trabalhados por elas e a forma de seu desenvolvimento,
que foram analisados também com ajuda dos cadernos dos alunos.
Foi durante a análise dos dados do questionário que pudemos
perceber que as respostas pareciam estar incoerentes, podendo revelar
desconhecimento sobre vários termos e conceitos, tal como já
haviam verificado REYES e MELLO et all (2000a-b), necessitando de uma
análise mais apurada; apesar do investimento em formação
de professores no município, com a implantação de
cursos tais como: PROFA em 2002 e PCN em Ação. Assim, para
a segunda investigação foram utilizados os dados coletados
no questionário, cujos objetivos foram:
a) verificar as incoerências de respostas dadas por cada professor,
de acordo com os temas: oralidade, leitura e escrita;
b) fazer um levantamento sobre os aspectos que se mostrassem mais incoerentes
entre os temas oralidade, leitura e escrita, para saber quais eram os
de maior dificuldade para os professores;
c) cruzar os dados tabulados com os conteúdos tratados nos cursos
implementados no município de São Carlos; contribuir para
a definição de novas metas para a formação
de professores no município, sobre os conteúdos do ensino
da língua.
Para selecionarmos as incoerências, primeiramente investigamos quais
conteúdos eram dependentes de um conteúdo prévio.
Assim, consideramos incoerência quando o professor assinalou um
conteúdo de maior complexidade, com uma porcentagem superior a
um conteúdo de menor complexidade com porcentagem inferior àquela.
Para dar um exemplo, consideramos a resposta do professor incoerente quando
este assinalou que espera que 100% de seus alunos leiam: Todas as letras
de seu nome e sobrenome (8) e uma porcentagem inferior As letras de seu
primeiro nome (7).
Numeramos os questionários dos professores de 1 a 39, sendo que
esta numeração foi utilizada para seqüenciar os sujeitos,
agrupando-os de acordo com escolas onde lecionavam. Sendo assim, criamos
um banco de dados que nos permitiu verificar, por categorias – Oralidade,
Leitura e Escrita – se as combinações de respostas
demonstrariam incoerências ou não, quanto aos conteúdos
esperados que os alunos soubessem ao final do ano. Nele continha o nome
da categoria, as combinações de possíveis incoerências
e os números dos sujeitos, além de um espaço para
serem colocadas as porcentagens dadas pelos professores.
Analisamos apenas as incoerências mais relevantes. Desta forma,
desconsideramos a categoria Oralidade e Leitura, pela baixa quantidade
de professores que as apresentaram. Em relação à
categoria Escrita notamos, ao tabular os dados que havia 24 combinações
com possibilidades de incoerências, sendo que estas ocorreram em
21 combinações. Por este motivo aprofundamos nossa análise
nesta categoria. As análises destes dados nos permitiram atingir
o segundo objetivo do projeto, que consistia em fazer um levantamento
sobre os aspectos que se mostrassem mais incoerentes entre as categorias
que foram propostas.
Para o terceiro objetivo que se referia a cruzar os dados tabulados com
os conteúdos tratados nos cursos implementados, no município
de São Carlos, realizamos primeiramente um levantamento dos professores
que os haviam cursado nos últimos anos. Tendo como dado que apenas
12,8% cursou o PROFA e 5% cursou o PCN em ação, analisamos
os dados através de outras informações, tais como:
a série em que o professor lecionava; a situação
contratual com a Rede Municipal Ensino de São Carlos – se
eram profissionais efetivos ou eventuais; onde estava localizada a escola;
a formação do professor e se eram professores iniciantes
(com até 5 anos de experiência) ou experientes (acima de
5 anos de docência) de acordo com HUBERMAN (apud CANDAU, 1996).
No Quadro 1 estão sistematizados os dados arrolados acima.
Quadro 1: Dados profissionais e quantidade de incoerência
por sujeito na categoria Escrita
Sujeito |
Série |
Professor
Iniciante |
Professor
Experiente |
Efetivo |
Eventual |
Escola |
Magistério |
Pedagogia |
Quantidade
de Incoerência |
2 |
2 |
X |
- |
X |
- |
A |
X |
|
5 |
3 |
2 |
X |
- |
X |
- |
A |
X |
|
7 |
5 |
1 |
X |
- |
X |
- |
A |
X |
X |
3 |
8 |
1 |
X |
- |
X |
- |
A |
X |
|
3 |
9 |
1 |
X |
- |
X |
- |
A |
|
X |
3 |
11 |
1 |
X |
- |
X |
- |
A |
X |
|
3 |
22 |
1 |
X |
- |
X |
- |
D |
X |
|
7 |
23 |
1 |
|
X |
- |
X |
D |
|
X |
5 |
29 |
2 |
X |
- |
X |
- |
E |
X |
|
5 |
39 |
1 |
X |
- |
X |
- |
H |
X |
|
4 |
Discussão
dos resultados
Os dados
obtidos através do questionário e da entrevista propostos
na primeira investigação revelaram que o ensino da leitura
e da escrita, em sua grande maioria era concebido como aquisição
crescente dos elementos constitutivos da língua – da menor
unidade para unidades maiores (letras, sílabas, palavras e frases)
conforme outras pesquisas já havia indicado. O texto era trabalhado
como pretexto para localização dessas unidades menores.
Entretanto, ressaltamos que das seis professoras, duas assinalaram atuações
de ensino-aprendizagem diversificadas, em todos os aspectos referentes
a língua materna. Tal atuação parece ultrapassar
os limites de codificação e decodificação,
indo ao encontro de uma compreensão, entendimento e significado
que dá autonomia ao indivíduo para enfrentar as diferentes
situações de leitura e escrita, indicando uma prática
mais próxima da concepção de letramento (SOARES,
2003).
Em relação à leitura, foi possível constatar
que as vivências ficaram centradas nas professoras e as oportunidades
individuais de leitura e de escolha de gêneros textuais pelos alunos,
era prática de apenas algumas delas. Outro ponto a ser enfatizado
é que de trinta e nove gêneros textuais listados no questionário,
apenas duas professoras apontaram ter conseguido contemplar 50% do que
esperavam que os alunos lessem. As ocasiões de leitura ainda centravam-se
em poucos gêneros. Tais dados revelaram que as oportunidades de
leitura na escola ainda não contemplavam a variedade do material
literário disponível.
Sobre os aspectos relacionados à escrita, os dados apontaram que
a gramática e em especial a ortografia foram trabalhadas de forma
assistemática. Na perspectiva do ensino das normas ortográficas,
as professoras demonstraram consciência da importância do
ensino das mesmas na alfabetização. No entanto, a forma
como desenvolviam as atividades valorizavam a repetição
e a memorização, em detrimento da reflexão sobre
as mesmas, revelando o desconhecimento sobre as regularidades e as irregularidades
da língua, visto que utilizavam as mesmas estratégias para
tratar aspectos ortográficos que tinham origens diferentes (MORAIS,
2002).
Com relação à gramática, a literatura e os
documentos oficiais têm enfatizado um ensino em que os aspectos
gramaticais sejam trabalhados desde os primeiros anos escolares em situações
de produção de texto, pois é monitorando a própria
escrita que o escritor assegura sua adequação, coerência,
coesão e correção. Entretanto, os dados apresentados
nas entrevistas e nos cadernos dos alunos deram indícios de que
o ensino da gramática não é representativo em comparação
aos demais conteúdos arrolados anteriormente. A investigação
revelou dados de que há professores direcionando a prática
aderindo a uma perspectiva mais complexa de formação do
cidadão, lidando com o conhecimento em construção
e analisando a educação como compromisso político.
Por outro lado, outros permanecem atuando no modelo da racionalidade técnica
(PÉREZ-GOMEZ apud MIZUKAMI, 2002), apenas aplicando os saberes
escolares, sem necessariamente investigarem, refletirem e complementarem
sua formação profissional.
Quanto ao aprofundamento dos dados do questionário podemos afirmar
que dos 10 sujeitos que apresentaram incoerências na categoria Escrita,
70% são professores de 1ª série e 30% de 2ª série;
90% são professores efetivos e iniciantes e 10% eventual e experiente.
Dos dez professores, 70% cursaram magistério do ensino médio
e 20% graduaram-se em Pedagogia, e apenas 10% tinha a dupla formação.
É interessante notar que havia uma alta concentração
de sujeitos que apresentaram respostas incoerentes que lecionavam nas
escolas A e D, 60% e 20%, respectivamente. É interessante observar
que o único professor experiente era eventual. Na ocasião
da pesquisa, a Secretaria Municipal contratava professores para assumirem
temporariamente uma sala de aula, sem necessariamente participarem da
elaboração do planejamento da escola. Em virtude de serem
chamados apressadamente para ministrarem aulas, os mesmos recorriam a
utilização de livros e materiais didáticos, que não
serviam, como nos aponta TORRES (1998), como auxiliadores para o planejamento
das aulas, mas como substitutos da função do professor,
uma vez que se tornaram auto-suficiente em conteúdos, didática
e atividades, não permitindo a intervenção do mesmo
no processo de aprendizagem dos alunos.
Quanto aos demais professores todos eram iniciantes. IMBERNÓN (apud
MIZUKAMI, 2002), afirma que o papel da formação inicial
é fornecer bases para a construção do conhecimento
pedagógico especializado, compreendendo-se também a socialização
profissional e aquisição de princípios e regras práticas.
Entretanto, o que percebemos é que nesta categoria boa parte dos
professores que apresentaram incoerências eram iniciantes com formação
apenas no magistério, o que nos fez refletir que a formação
inicial realizada apenas neste nível, poderia estar deixando de
enfatizar ou, mesmo enfatizando, com pouca intensidade, alguns dos conhecimentos
bases indicados como essenciais.
Outro destaque é a correlação entre o alto índice
de incoerência nas respostas dos professores e a escola em que atuavam.
Tanto a escola A quanto a D estão localizadas em bairros com pouca
infra-estrutura, com população de baixa renda, tratando-se
de escolas que, por serem as mais afastadas do centro da cidade, geralmente
acolhiam os professores iniciantes, havendo uma grande rotatividade de
profissionais nas mesmas, pois os professores com maiores pontuações
preferiam escolher outros locais de trabalho, o que sinaliza que a política
de implementação de novos cursos de formação
de professores deveria focalizar estas escolas.
Algumas perspectivas
de ação
Na ocasião
da investigação percebemos que a política educacional
implementada pela Rede Municipal de Ensino da cidade de São Carlos,
deveria direcionar-se à formação continuada, oferecendo
cursos que considerassem a experiência, saberes, opiniões
e reflexões dos docentes, como pontos positivos para o desenvolvimento
de sua formação e conseqüentemente também para
de seus alunos. Enfatizando que o município deveria estar atento
às ações que estavam sendo implementadas nas escolas
A e D, auxiliando os professores a superarem suas dificuldades quanto
aos conhecimentos específicos sobre o ensino da língua.
Dentro deste contexto, indicamos a importância de se investir efetivamente
na formação de professores por meio de cursos que contemplassem
as necessidades reais dos professores, ou seja, que estes pudessem ser
questionados sobre suas principais dificuldades e a partir de suas inquietações
se estruturassem oficinas, cursos, fóruns que proporcionassem a
troca de experiências, reflexões e busca de novos caminhos
para superar a situação em que se encontravam. Investir
no ensino de conteúdos específicos sobre a língua
materna e não apenas em modelos e técnicas poderia ser uma
alternativa para superar as lacunas deixadas no processo de formação
inicial.
Naquela ocasião ainda, destacamos a importância de um trabalho
efetivo dos diretores e coordenadores pedagógicos junto aos professores,
visto que o modelo de gestão influencia diretamente o trabalho
que se desenvolve em sala de aula. Ressaltamos que todos envolvidos dentro
da instituição escola são responsáveis pelo
sucesso ou fracasso de cada aluno. Além disso, indicamos a necessidade
de ampliação dos acervos das bibliotecas, colocando à
disposição dos profissionais livros que contemplassem o
ensino de conteúdos específicos tais como o da língua
materna; e também, ocupar parte dos Horários de Trabalho
Pedagógico Coletivo (HTPC) nas escolas criando grupos de estudo,
em que todos os professores pudessem ler e discutir coletivamente, os
conhecimentos propostos nos livros, e ao mesmo tempo refletir e planejar
novas atividades, com base nestes estudos e nas experiências adquiridas
na prática de cada um.
Ao final de 2004, no momento em que essas duas investigações
estavam sendo concluídas surgiu a ocasião de atuarmos diretamente
tanto na Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC),
quanto no Conselho Municipal de Educação e nas salas de
aula. Sendo assim uma das investigadoras passou a atuar como Chefe de
Divisão do Ensino Fundamental integrando-se à equipe da
SMEC que está implementando ações na área
de formação de professores abrangendo conteúdos sobre
a língua materna, sendo oferecidas oficinas organizadas por professores
da própria rede, propiciando a troca de experiências, reflexões
e aprendizagens. Além disso outra investigadora que já fazia
parte do Conselho de Educação do Ensino Fundamental, juntamente
com a SMEC, propôs aos membros deste Conselho uma política
de formação de professores especialistas em alfabetização
com uma jornada de 40 horas semanais (25 horas em sala de aula, 6 horas
de apóio escolar, 3 horas de HTPC, 3 horas de HTPL e 3 horas de
formação). Tal proposta será encaminhada para discussão
no Fórum do Ensino Fundamental. A formação do professor
especialista em alfabetização está sendo estudada
pelas investigadoras contando com a parceria da equipe do Ensino Fundamental
da SMEC para ser viabilizada no próximo ano. A outra integrante
desta pesquisa neste mesmo ano passou a fazer parte do corpo docente da
Rede Municipal de Ensino atuando especificamente como professora de apoio
escolar na área da aquisição e aprimoramento da leitura
e escrita de alunos de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental.
Pensamos que as discussões e reflexões em grupos fortalecem
e ajudam a compreender melhor a situação que nos cerca sobre
o ensino da língua materna, podendo propiciar uma dinâmica
de trabalho em equipe na escola que esteja na contramão da acomodação
que nossa rotina muitas vezes impõe.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
CANDAU,
V. M. F. Formação continuada de professores: tendências
atuais. In: REALI, A.M.M.R.; MIZUKAMI, M.G.N. (orgs). Formação
de professores: tendências atuais. São Carlos, EDUFSCar,
1996. (p.139-152).
MIZUKAMI,
M.G.N.; REALI, A.M.M.R.; REYES, C.; MARTUCCI, E.M.; LIMA, E.F.; MELLO,
R.R.; TANCREDI, R.M.S.P. Escola e aprendizagem profissional da docência.
São Carlos, EDUFSCar – COMPED. 2002.
MORAIS, A. G. Ortografia: ensinar e aprender. São Paulo, SP: Ática,
2002.
REYES, C. MELLO, R.R.; MIZUKAMI, M.G.N.; REALI, A.M.M.R.; LIMA, E.F.;
TANCREDI, R.M.S.P. Concepções de professoras das séries
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ANPED. 2000 b.
REYES, C.; MELLO, R.R.; MIZUKAMI, M.G.N.; REALI, A.M.M.R.; LIMA, E.F.;
TANCREDI, R.M.S.P. A base de conhecimento no ensino de Português:
do confronto entre as concepções das professoras e as políticas
públicas. Campinas. 13º COLE. 2000 a.
SAEB- Sistema Nacional de Avaliação de Educação
Básica. Relatório Nacional; Brasília, 2002.
SOARES, M. Letramento e alfabetização: as muitas facetas.
Trabalho apresentado no GT Alfabetização, Leitura e Escrita,
durante a 26ª . Reunião Anual da ANPEd, realizada em Poços
de Caldas, de 5 a 8 de outubro de 2003.
TORRES, R. M . Tendências da formação docente nos
anos 90. II Seminário internacional. Novas políticas educacionais:
críticas e perspectivas. São Paulo: PUC-SP. 1998. p.173-191.
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