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GRUPO
DE TERÇA DO GEPEC: OBSERVAÇÕES SOBRE O E OS GRUPOS
QUE SER FORMAM
José Paulo Mendes da Silva O Grupo de Terça como uma das atividades do Grupo
de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada – GEPEC
– da Faculdade de Educação da UNICAMP, possui uma
história de produção científica e ações
conjuntas com professores da rede pública e particular de ensino,
que participam de um espaço para troca de saberes e conhecimentos
constituídos/tecidos ao longo da formação e prática
profissional. A heterogeneidade do grupo, a dinâmica diferenciada
no funcionamento dos encontros e o comprometimento dos sujeitos enriquecem
as discussões e promovem a negociação das tensões
marcando o fortalecimento do mesmo. O grupo, com efeito, define-se não como um ser, mas como um ato. Este último é um ato do grupo sobre si mesmo: o grupo se trabalha incessantemente; uma práxis comum virada para o exterior, só é práxis de um grupo se aqueles que a efetuam juntos estabelecem uns com os outros as relações que constituem o grupo.
Tenho aprendido muita coisa no grupo de terça. Mas o que por ora quero destacar é que aprendi, pela experiência, que um grupo pode ser plural. Muitas vezes ? quase sempre, na verdade ? o coletivo põe embaixo do tapete as singularidades, as individualidades. Pasteuriza. Mascara. Sugere uma unidade que nem sempre existe. O que me parece é que o Grupo de Terça tem se constituído num espaço de aprendizagem exatamente porque não há compromisso com a unidade de pensamento, com o consenso, com o posicionamento coletivo. Não que essas sejam características negativas num grupo. Muito ao contrário. Em geral, essas são as características que marcam e sustentam os grupos. No sindicato, no partido, no movimento social, na militância de todos os matizes é assim que é. A questão é que a heterogeneidade própria do Grupo de Terça e a opção pela pluralidade não parecem comportar um perfil típico dos grupos mais convencionais. Assim, o ponto forte do Grupo de Terça do GEPEC pode também ser a sua fragilidade. Foi instituído, a partir de fevereiro de 2005,
o registro das reuniões do grupo em um “caderno de registros”,
adotando uma sistematização que visa retomar as falas e
contribuições dos componentes do GT do GEPEC, constituindo
um elemento rico para análise e produção científica.
Ao chegar, tensa, afinal tinham se passado 12 anos da última vez que a UNICAMP abrigou minhas buscas de conhecimento, me deparo com um prédio cuja forma é metáfora de minha emoções: “Onde estou indo? Que lugar é esse? Ôps, parece que já estive aqui... É por esse lado?” Finalmente cheguei a uma pequena sala ao final e à direita de um dos corredores e com uma vitrine! Através dela, você enxerga se é ali mesmo que quer ir atrapalhar (muito) tendo que abrir e fechar a porta para enxergar. Lá dentro, a sala apertada tinha uma mesa, em volta da qual todos se sentavam em igualdade de acomodações! Isso me pareceu inusual e interessante! “Bom começo”, pensei.[...] “Peguei os assuntos pelo caminho”, lembro que pensei. Agora sei que esse é um dos grandes fascínios do GT do GEPEC: está sempre a caminho, pelos caminhos, nos caminhos, abrindo caminhos e também nas margens dos caminhos. Analisando a autoria dos textos, levantou-se diversos
questionamentos: Quem pode ser considerado autor do texto (mesmo que individual)?
Afinal, qual a importância da autoria? Este ano (2004) vivenciei como é que se produz um texto coletivo. Tivemos a possibilidade de fazer um texto, no caso, sobre o Mestre Ignorante de Jacques Ranciére. Como já é costume no grupo foi proposto fazer dos textos individuais um texto coletivo. A idéia foi que cada participante do grupo que tinha trabalho escrito decidisse que fragmentos, idéias, conceitos queria que ficassem no texto coletivo. A autoria coletiva se caracteriza por dar voz e autonomia
para a construção de um texto, nesse caso, sobre o pensar
e o fazer pedagógico que apesar das características individuais
apresentam pontos comuns dentro de uma coletividade. Não se configura
como o livro elaborado por um único autor, na qual a sua voz é
conquistada em determinado espaço. |
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