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CONCEPÇÃO
DA ESCRITA ARGUMENTATIVA POR CRIANÇAS DE 2ª. E 5ª. SÉRIES
DO ENSINO FUNDAMENTAL
Regina Pinheiro de Oliveira e Silva - Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE) - reginapinheiro27@hotmail.com
Selma Leitão Santos - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) -
selma_leitao2001@yahoo.com
Argumentação, Contra-Argumentos, Escrita
Argumentativa
INTRODUÇÃO
A argumentação vem sendo objeto de interesse crescente na
era contemporânea. Entre as contribuições teóricas
que dão suporte as pesquisas nessa área, os aspectos envolvidos
no ato de argumentar nas formas escrita e oral aparecem como um tema intrigante.
Considera-se que no processo de aquisição e domínio
destas formas, haja a presença de elementos que são comuns
e outros que são específicos a cada uma das modalidades.
É no âmbito da argumentação escrita que o presente
estudo se insere. Ele focaliza a relação entre o conhecimento
da estrutura prototípica do discurso argumentativo e a presença
desta estrutura nos textos que os indivíduos produzem. Partindo
do pressuposto de que o objetivo comunicativo básico do ato de
argumentar se reflete na representação que o indivíduo
faz a respeito do que é uma escrita argumentativa, o estudo em
questão busca explorar a concepção do esquema argumentativo
disponível à criança e ao estudante universitário
ao se engajar na tarefa de produzir na modalidade escrita essa forma de
discurso.
Ao propor a argumentação como o tema central a ser explorado,
faz-se necessário explicitar a idéia de argumentação
tomada como parâmetro para o desenvolvimento deste trabalho. A definição
assinalada por Eemeren, Grootendorst e Kruiger (1987) atende aos propósitos
previstos pelo estudo em questão. Segundo esses autores a argumentação
é uma atividade social e de natureza discursiva na qual indivíduos
que expressam pontos de vista divergentes sobre um tema defendem suas
posições com vistas ao convencimento de seus interlocutores.
Entre as implicações importantes nessa forma de definir
a argumentação, merece destaque a exploração
de alguns aspectos contidos nessa concepção.
Se partirmos da simples observação de que todas as pessoas
estão regularmente criando argumentos em defesa de algum ponto
de vista ou alguma ação, assim como todas elas estão
também constantemente sendo confrontadas a partir de argumentos
das outras pessoas com as quais convivem, pode-se concluir que a argumentação
além de tratar-se, como anteriormente referido, de uma atividade
intrinsecamente social, é caracterizada por uma relação
dialógica. É, necessário, entretanto, lembrar que
colocar no diálogo a forma típica de realização
da argumentação, implica, na concepção que
se deseja tomar, superar aquela que restringe o diálogo a um processo
somente de interação verbal face a face. Na perspectiva
aqui adotada, o diálogo é visto como o modelo que define
a estrutura e o funcionamento da argumentação quer em situações
que possam ser produzidas em presença de um outro, quer em situação
monológica (na escrita, por exemplo) ou como forma privada de pensamento.
Vista sob este ângulo, a argumentação remete também
a idéia de que os elementos envolvidos no ato de argumentar são
altamente dependentes do conteúdo e da situação específica
em que foram produzidos. Em outras palavras, isso significa dizer que
a argumentação enquanto atividade eminentemente dialógica
(envolve multiplicidade de perspectivas) é caracterizada por um
processo cujas premissas sofrem transformações em seu curso
de desenvolvimento.
A referência à natureza dialética encontrada no discurso
argumentativo é outro aspecto marcadamente enfatizado (Golder e
Coirier, 1996; Eemeren e Grootendorst, 1994). As operações
de justificação e contraposição surgem como
elementos estruturantes que se impõem à situação
aqui considerada. Ou seja, é no uso de tais operações
que se estabelece, no diálogo, a presença da divergência
como elemento que imprime à argumentação o caráter
dialético próprio das situações discussivas.
Embora os elementos considerados constituintes da estrutura argumentativa
variem de autor para autor, a grande maioria concorda que o invariante
nessa estrutura é a natureza dialética. Ou seja, o que diferencia
o discurso argumentativo de outros tipos de discurso é a entrada
da posição oposta, do contrário estabelecido. É
pela oposição que se estabelece a natureza dialética
desta forma de discurso e, ao mesmo tempo, o define como característica
marcante.
A proposta filosófica apresentada por Bakhtin (1992), ao mesmo
tempo que traduz o caráter da atividade argumentativa em suas dimensões
(dialógica e dialética) acima consideradas, transmite a
essência do sentido dado à argumentação enquanto
atividade social e interativa humana que permite através do exercício
do confronto, a emergência do novo na forma de tratar com as mais
diversas representações.
Bakhtin (1992) parte do princípio de que os homens falam e agem
pressupondo uma expectativa de ação “responsiva”,
mesmo que ela não seja respondida de forma falada. Neste sentido,
a argumentação é vista como a expressão da
multiplicidade de vozes (polifonia) que convivendo internamente com opostos
(o sim/não, o contra/a favor) entram em sintonia e transformam-se
em algo novo, único. A capacidade ou a necessidade humana de conciliar
as diferenças individuais leva o ser humano a encontrar meios de
transformar os opostos, em algo novo. Esse momento de transformação
o faz crescer e o faz diferenciar-se de outras espécies.
Na literatura que trata sobre argumentação, é possível
ainda direcionar o tema para outras questões que são levantadas
pelos estudiosos da área. Observa-se, por exemplo, que embora os
modelos coexistentes na teoria contemporânea da argumentação
variem quanto à ênfase que colocam sobre as condições
que possibilitam a produção do discurso argumentativo e
quanto à definição dos seus constituintes básicos,
alguns elementos aparecem como pontos de partida quase consensuais nas
reflexões sobre o tema. Tais elementos se distribuem em dois domínios:
o das condições pragmáticas que definem as situações
em que argumentar é pertinente e o das operações
lógico-discursivas que identificam os componentes mínimos
e prototípicos de uma seqüência argumentativa.
No primeiro domínio, admite-se que o indivíduo ao produzir
um discurso argumentativo, seja em sua modalidade oral ou na escrita,
reconheça para si, a natureza polêmica do tópico discutido,
já que não se argumenta sobre idéias ou temas que
não sejam controversos; perceba a existência de uma diferença
de opinião entre ele e um interlocutor/leitor (real ou virtual
– ou seja, estando o interlocutor/leitor fisicamente presente ou
não) a respeito do mesmo tópico; acredite na possibilidade
de resolução da diferença percebida (só se
argumenta em situações em que o convencimento do outro é
visto como meta alcançável); reconheça ser, o discurso,
o método exclusivo pelo qual esta deve ser alcançada (o
que exclui, por exemplo, o uso de estratégias coercitivas) e sinta-se
comprometido e capaz de defender seu ponto de vista assim como pressuponha
o mesmo para seu interlocutor/leitor. (Eemeren e Grootendorst, 1992).
Além dos pré-requisitos pragmáticos, a produção
do discurso argumentativo propriamente dito, exige do argumentador a realização
de duas operações básicas: a justificação
de um ponto de vista e a consideração de possíveis
objeções e/ou restrições à sua posição.
Adotando como referência a definição dada por Santos
(1996), tais elementos configuram-se conforme a resumida descrição
que segue. É importante, no entanto, ressaltar que embora tais
elementos sejam considerados os invariantes mínimos da atividade
argumentativa, a ordem e o grau de explicitação com que
tais elementos aparecem no texto podem variar.
Ponto de vista: define-se como uma idéia defendida
por um indivíduo em uma discussão. “Constitui-se por
uma proposição, direta ou indiretamente, expressa através
de variados tipos de atos de fala. Ao enunciá-lo, o falante explicita,
em forma negativa ou positiva, seu comprometimento com um ponto de vista,
recorrendo, ou não, para tal, à ajuda de uma ampla gama
de marcadores (acho, penso, em minha opinião, etc.).” (Santos,
1996, p.57).
Justificativas: são proposições que servem de sustentação
à posição defendida. A definição destas
proposições “demanda do falante não somente
a seleção de conteúdos apropriados, mas também
o uso de formas de raciocínio que lhe permitam construir elos entre
estes e a idéia que pretende justificar.” (Santos, 1996,
p. 59)
Contra-argumento: define-se como “qualquer idéia
mencionada no curso da argumentação, que direta ou indiretamente
enfraqueça o ponto de vista defendido pelo proponente de um argumento.”
(Santos, 1996, p.60). Os contra-argumentos são geralmente introduzidos
no discurso por concessivas e conectivos de oposição tais
como: embora, ainda que, mas. Nota-se, no entanto, que a presença
destes operadores argumentativos (Koch, 1984) por si só, quase
nunca pode ser tomada como um indicador inequívoco da presença
de contra-argumentos. A multiplicidade de usos possíveis para palavras
e expressões como as acima é uma das razões que impedem
que da presença destes operadores se infira de modo direto a presença
de contra-argumentos. Os diferentes níveis de habilidade lingüística
dos indivíduos são muitas vezes responsáveis pelo
surgimento de usos idiossincráticos destes operadores. Esta observação
se torna particularmente importante em estudos que investigam a produção
de textos por escritores cujas habilidades lingüísticas estão
ainda em desenvolvimento. Finalmente, é sabido que a apresentação
de elementos de oposição sem qualquer marcador lingüístico
é ocorrência freqüente e legítima na fala e na
escrita cotidiana (Schiffrin,1992).”
Resposta ou réplica: corresponde “a tentativas,
por parte dos indivíduos de avaliar contra-argumentos e, se possível,
refutá-los. É também um aspecto crucial à
atividade argumentativa pois ela reflete a possibilidade do argumentador
pesar elementos favoráveis e desfavoráveis às suas
posições e examinar a força e a fragilidade dos próprios
argumentos.” (Santos, 1996, p.69).
Sem perder de vista que é no âmbito da escrita
argumentativa que o estudo em evidência focaliza o interesse, importantes
questões relacionadas a essa forma de organização
discursiva deverão ser consideradas.
É praticamente unânime entre os autores a idéia de
que a competência para lidar com os processos envolvidos na tarefa
de elaborar na forma escrita um discurso argumentativo é adquirida
ao longo de um progressivo processo de desenvolvimento (De Bernardi &
Antolini, 1996; Golder, 1992; Golder & Coirier, 1994; Miller, 1987;
Santos, 1997). Isto implica em dizer que a competência para construir
um texto sob essa forma de organização discursiva sofre
transformações entre a idade que inicia o domínio
escrito e a idade adulta, quando se supõe que a competência
escrita já esteja plenamente adquirida.
As pesquisas demonstram que o processo de elaboração de
textos escritos impõe ao indivíduo o conhecimento e o controle
intencional de numerosos aspectos da linguagem. Entre tais aspectos podem
ser destacados aqueles que situam-se na esfera do domínio textual
(integração e segmentação de sentenças,
escolha de elementos coesivos, busca de vocabulário, entre outras),
aqueles que situam-se na esfera do domínio semântico (relacionados
ao monitoramento da clareza, consistência e coerência informacional
do texto) e ainda aqueles relativos ao domínio pragmático
(relacionados aos significados e as intenções manifestadas
pelo escritor no momento em que se propõe a produzir um texto).
Quando a competência escrita diz respeito ao discurso argumentativo,
além das habilidades anteriormente referidas, outras específicas
a esse gênero de texto são também exigidas. Em outras
palavras, isto significa dizer que a dificuldade de transpor a linguagem
oral para a escrita é um obstáculo que o escritor precisa
superar não só quando a forma de organização
discursiva é a argumentativa, mas também em qualquer outro
gênero textual. No entanto, há demandas específicas
à argumentação escrita que fazem desta uma tarefa
particularmente difícil para o usuário que nela se inicia.
Considerando que, na situação da escrita argumentativa,
a ausência de um opositor real (no sentido de presença/ausência
física) faz recair sobre o escritor todas as demandas da contra-argumentação,
é importante considerar que, para lidar com esta especificidade,
o escritor tenha que ter o conhecimento do esquema prototípico
desse gênero de texto. Logo, além das habilidades metatextuais
requeridas para um eficiente manejo do conhecimento lingüístico,
exige-se de seu produtor o conhecimento do esquema prototípico
dessa forma de organização discursiva a fim de que ele possa
operar um modo de diálogo enquadrado nos moldes de uma atividade
monológica uma vez que seu opositor se apresentará a ele,
apenas virtualmente. Isto implica, naturalmente, que, para lidar com esse
tipo de processo, faz-se necessário o escritor estar apto a atribuir
um valor argumentativo às proposições, a identificar
elementos a favor ou contra a um dado ponto de vista, a reconhecer a dimensão
contra-argumentativa das proposições dentro de um texto
e a fazer uso simultâneo dos processos de justificação
e contraposição. O que é importante aqui destacar
é que tais operações constituem-se parte específica
do processo de produção escrita argumentativa. Um esforço
cognitivo diferenciado é exigido por aquele que o produz pois requer
uma mudança na organização e no manejo do tipo de
discurso.
Na busca por uma explicação que responda pelas dificuldades
encontradas pelos indivíduos, em produzir na forma escrita, o discurso
argumentativo, várias hipóteses têm sido levantadas.
No contexto pragmático, fatores como: a natureza dos temas, a situação
em que a argumentação é produzida, a forma como a
instrução é interpretada, entre outros, respondem,
segundo os autores, por parte das dificuldades encontradas pelas crianças.
No âmbito cognitivo, a dificuldade de descentração,
ou seja, a impossibilidade de se colocar na posição de um
oponente virtual é um fator que pode estar relacionado ao surgimento
tardio do domínio da escrita argumentativa. O domínio insuficiente
do esquema prototípico da estrutura textual argumentativa é
também tomado pelos teóricos como um fator que dificulta
o processo de produção. E é este o aspecto particularmente
relevante aos propósitos do presente estudo.
A noção de esquema está ligada a representações
abstratas que o indivíduo forma a respeito de um determinado gênero
textual. Essas representações nem sempre estão claramente
explícitas para ele mesmo, mas sua identificação
é guiada por elementos que são por ele considerados essenciais
para a caracterização e diferenciação dos
textos com os quais mantém contato.
Van Dijk analisa o esquema textual vinculando-o a modelos de situação
que, segundo ele, “explicam muitos dos processos envolvidos na compreensão
do discurso.” (Van Dijk, 1992a, p.160).
Assumindo que os usuários da língua constroem uma representação
mental do texto na memória episódica, ele acrescenta que
tal representação deriva da construção cognitiva
de um modelo de situação sobre a qual o discurso versa.
Em outras palavras, ele sugere que “quando as pessoas lêem
um texto, não apenas constroem uma representação
desse texto. Tal representação textual é importante
para dar conta do fato de que os usuários da língua são
capazes de reproduzir parte do que efetivamente foi dito em um texto,
incluindo a sintaxe específica, as expressões lexicais e
os sentidos expressos. Ao mesmo tempo, contudo, os usuários da
língua podem também tentar “imaginar” do que
trata o texto, por exemplo, as coisas, pessoas, atos, eventos ou estados
de coisas a que o texto ou o falante se referem. Um modelo de situação
é a noção cognitiva que dá conta deste tipo
de “imaginação” em que os usuários da
língua se empenham quando compreendem um discurso” (Van Dijk,
1992a, p.161).
A noção do esquema textual não é arbitrária.
Além do caráter abstrato acima referido, uma propriedade
de caráter convencional inclui-se em sua caracterização.
Em outras palavras, isso significa dizer que cada estrutura textual mantém-se
fiel a um conjunto de regras convencionalmente estabelecidas. Tais convenções
são importantes pois é através delas que será
possibilitado ao indivíduo fazer distinções entre
uma estrutura textual e outra.
No processo de distinção e reconhecimento da estrutura na
qual o texto se enquadra, além da consideração da
sintaxe da estrutura do texto, elementos que dizem respeito à natureza
semântica e funcional do conteúdo do texto deverão
também estar incluídos.
Logo, segundo Van Dijk, “no processo de interpretação,
o indivíduo constrói através dos indícios
oferecidos pelo texto, hipóteses particulares sobre a categoria
esquemática a que aquele gênero textual se enquadra. Aquelas
proposições que não contribuem em nada para a organização
da informação semântica são percebidas pelo
indivíduo apenas em um plano secundário e aquelas informações
derivadas do contexto semanticamente significativo são por ele
destacadas e confirmadas no decorrer da leitura. Embora, nesse processo,
a hipótese estrutural possa ser reelaborada e modificada, o indivíduo
estará contando, nesse percurso, com o conhecimento prévio
que possui a respeito dos gêneros de texto e com os sinais de natureza
diversa provindas do texto que capturadas por ele, contribuem para a confirmação
ou não de sua idéia inicial. Ou seja, um título,
um subtítulo, o tipo de meio ou suporte do texto, as intenções
por ele já conhecidas do escritor, o tipo de situação
comunicativa constituem-se todos indícios com os quais o leitor
pode se deparar e dispor para formar uma hipótese de categorização
esquemática.” (Van Dijk,1992a, p.169-171).
Em suma, a suposição de que a noção do esquema
do texto seria fundamental para o usuário da língua escrita,
parte da idéia de que, no processo de familiarização
com o contexto escrito, o reconhecimento dos elementos que definem os
diversos gêneros de texto não estariam completamente estabelecidos
pela criança. Logo, seria o conhecimento de tais elementos que
contribuiria para o processo de formação do esquema, pois
seria através do contato com eles, que o indivíduo seria
capaz de observar e avaliar as diferenças e/ou semelhanças
existentes nos diferentes gêneros textuais.
No esquema básico da estrutura argumentativa, Van Dijk destaca
a presença de uma HIPÓTESE (premissa) e uma CONCLUSÃO.
Para ele, essa estrutura é encontrada tanto nas argumentações
formais, como nas argumentações cotidianas. No entanto,
ele enfatiza que, “diferentemente das situações de
argumentação formal, a argumentação cotidiana
não se ocupa necessariamente com a relação entre
hipótese e conclusão e sim, com uma relação
de probabilidade, de credibilidade. Portanto, se analisarmos a estrutura
argumentativa de um texto sob a perspectiva de um diálogo persuasivo,
não podemos tomar como critério, a perspectiva que abrange
somente as categorias de hipótese-conclusão. É necessária
uma base que explique não só a relação existente
entre as premissas e a conclusão, mas também que explique
a relação semântica entre as circunstâncias
em que se baseiam a conclusão. Para tal, ele inclui as categorias
da LEGITIMIDADE e da CIRCUNSTÂNCIA como elementos que deverão
fazer parte da estrutura canônica das argumentações.
A categoria da legitimidade refere-se ao vínculo estabelecido entre
o ponto de vista e a conclusão que permitirá uma pessoa
chegar a uma conclusão determinada, mesmo quando as premissas não
estiverem completamente explícitas. A categoria da circunstância
refere-se ao contexto. Ela pode modificar a estrutura global de uma argumentação,
quando em uma situação de argumentação indireta,
pode ser suficiente nomear a circunstância dada e não a conclusão
em si. Como referência a esta posição, ele exemplifica:
se me perguntam se posso ir esta noite, basta que eu conteste: “estou
doente”. Com base no texto e no contexto, o ouvinte poderá
tirar suas próprias conclusões.” (Van Dijk, 1992a,
p.159-161)
Assim, no esquema prototípico do discurso argumentativo, o leitor
pode contar com alguns indicadores que são comumente encontrados
em sua estrutura. Por exemplo, uma CONCLUSÃO que vem acompanhada
com frases do tipo disto se deduz ou podemos inferir que, etc, revelam-se
como fortes indícios para o leitor concluir estar tratando com
um texto do gênero argumentativo.
Na concepção de Golder e Coirier (1994) os dois mais importantes
processos que estão envolvidos na produção do discurso
argumentativo são: o processo de sustentação (justificativas)
dos argumentos e o processo de negociação (contraposição).
O processo de sustentação é caracterizado pela postura
adotada pelo indivíduo que, através do uso de argumentos,
tenta modificar a representação de seu interlocutor em uma
dada situação controversa. Para isso, seus argumentos deverão
necessariamente ser sustentados por razões ou justificativas. Ou
seja, o processo de sustentação ocorre a partir do momento
em que uma posição específica é escolhida
e defendida por meio de justificativas que podem estar baseadas em um
valor mais geral, em um valor pessoal ou em valores coletivos compartilhados.
O processo de negociação diz respeito à tentativa
do indivíduo em convencer seu interlocutor a aceitar suas justificativas.
O elemento que confirma a ocorrência do processo de negociação
é exatamente a consideração, por parte de quem apresenta
o argumento e o justifica, da presença em potencial de um opositor.
Logo, para que o processo de negociação se efetive, o argumentador
precisa necessariamente incorporar os argumentos opostos presentes no
discurso de seu interlocutor.
Resumindo, os pesquisadores que investigam o esquema da estrutura prototípica
argumentativa se utilizam, em suas análises, de modelos teóricos
que descrevem os elementos característicos da argumentação.
Com base em tais modelos, avaliam se a produção escrita
dos indivíduos guarda ou não a estrutura característica
do discurso argumentativo. No caso do esquema textual argumentativo, os
autores apontam como característica marcante desse gênero
de texto a dialética encontrada em sua estrutura manifestada por
elementos a favor e contrários a um determinado assunto. Entre
os elementos comuns à estrutura argumentativa apontados pelos diferentes
modelos teóricos, pode-se destacar a manifestação
de um dado ponto de vista sustentado por elementos de suporte e uma contra-argumentação.
Baseado, portanto, na noção do esquema básico da
estrutura argumentativa definida por Van Dijk (1992) e nas duas operações
apontadas por Golder e Coirier (1994), como básicas para o estabelecimento
de uma situação dita argumentativa, é que o presente
estudo teve por objetivo explorar a concepção do esquema
argumentativo disponível ao indivíduo ao se engajar na tarefa
de produzir um texto desse gênero. A seguir, serão apresentados
os participantes do estudo e a metodologia adotada.
PARTICIPANTES/ METODOLOGIA
Sessenta alunos participaram deste estudo: 20 crianças
de cada uma das turmas de 2ª e 5ª séries (Ensino Fundamental)
e 20 universitários (grupo de referência). Todos foram submetidos
a tarefas de julgamento e de produção (ordem de apresentação
controlada).
Na tarefa de julgamento buscou-se identificar:
(1) Que critérios os participantes adotavam para, diante de várias
versões sobre um mesmo texto, julgá-las como adequadas ao
cumprimento do objetivo comunicativo básico do discurso argumentativo.
Nesse mesmo contexto, indagou-se ainda se o contra-argumento, em especial,
seria considerado um elemento relevante para tal objetivo.
Através da tarefa de produção, buscou-se
identificar:
(2) Em que medida os participantes tendiam a, no âmbito de um tema
proposto, criar uma estrutura de justificação para o ponto
de vista que defendiam e além disso, antecipar possíveis
argumentos contrários a seu ponto de vista defendido.
O controle na ordem de apresentação das tarefas de julgamento
e produção permitiu ainda a exploração de
uma outra indagação:
(3) A reflexão prévia sobre a estrutura do texto propiciada
pela tarefa de julgamento, nos casos em que os participantes primeiro
fossem expostos à tarefa de julgamento e depois à de produção,
teria um impacto sobre a freqüência com que os vários
elementos (ponto de vista, justificativa, contra-argumento e resposta)
fossem produzidos na tarefa escrita?
Finalmente, cruzando as informações levantadas
sobre cada uma das tarefas dirigidas, buscou-se investigar:
(4) Se a concepção que os participantes faziam a respeito
do esquema prototípico argumentativo relacionava-se com o que havia
sido produzido na escrita.
Tarefa de Julgamento
Para a tarefa de julgamento, solicitou-se aos participantes
que avaliassem, um a um, os enunciados de um texto dado e julgassem se
a presença dos referidos enunciados contribuiriam, ou não,
para que o mesmo atingisse sua finalidade comunicativa. O texto, que era
apresentado aos participantes como uma tentativa de convencer a diretora
de uma escola a aumentar o tempo de recreio, começava com uma pequena
introdução seguida de um ponto de vista pró-aumento
do recreio e de uma justificativa para o mesmo. Em seqüência,
a posição da escola era referida, na forma de um contra-argumento.
O texto concluía com uma refutação do contra-argumento
e a conseqüente restauração da força do seu
ponto de vista central. Todos estes elementos eram apresentados em pequenos
cartões, de cores e tamanhos variados, como num quebra-cabeça.
O jogo de retirada e inserção de diferentes ‘peças’
do quebra-cabeça (os enunciados do texto), feito pela experimentadora,
permitia que se apresentasse aos participantes quatro versões do
texto: (1) introdução e ponto de vista; (2) introdução,
ponto de vista e justificativa; (3) introdução, ponto de
vista, justificativa e contra-argumento e (4) introdução,
ponto de vista, justificativa, contra-argumento e resposta ao contra-argumento
(conclusão). A título de controle, apresentava-se ainda
aos participantes uma versão ‘não argumentativa’,
ou seja, um texto cujo tema era idêntico ao das demais versões,
mas no qual não aparecia nenhum dos elementos da argumentação
indicados acima.
De acordo com a concepção de argumentação
assumida neste trabalho, o convencimento remete à função
e finalidade última do discurso argumentativo. Partindo deste princípio,
é que as versões textuais foram construídas. Elas
evoluíam do que Golder e Coirier (1994) consideram uma estrutura
textual argumentativa menos elaborada para uma mais elaborada. O objetivo
era, por meio delas, analisar até que ponto a concepção
de texto do participante se ligava à função comunicativa
do discurso argumentativo. Durante o processo de julgamento das versões,
aquela, considerada pelo participante como não convincente, era
hipotetizada pelo experimentador como um texto em que a presença
de elementos argumentativos haviam provavelmente sido identificados, mas
não eram suficientes para atingir o objetivo último da argumentação,
isto é, convencer. A versão ausente de elementos argumentativos
representaria o papel de um texto ‘não argumentativo’
uma vez que nenhum dos elementos se encontravam ali, presentes.
O modelo proposto por Golder e Coirier (1994) segue uma seqüência
ordenada de níveis que evoluem de um texto que não apresenta
nenhum elemento argumentativo para um que, de forma completa, estão
presentes todos os elementos constitutivos da estrutura textual argumentativa.
Sem que comprometesse a essência do modelo proposto, a ordem em
que as várias versões do texto foram apresentadas aos participantes
foram modificadas com o objetivo de enquadrá-la ao objetivo da
pesquisa. Elas são descritas logo abaixo adotando como referência
aos elementos constituintes destas versões as seguintes abreviaturas:
Ponto de Vista – PV, Justificativa – J, Contra-argumento –
CA e Resposta – R
1. Versão Textual: PV+J
2. Versão Textual: PV
3. Versão Textual: PV+J+CA+R
4. Versão Textual: PV+J+CA
5. Versão Textual: Ausente de Elementos Argumentativos
Texto que foi reproduzido em tiras de papel rígido e utilizadas
na tarefa de julgamento.
Tema: Recreio
1.1.
Eu estudo aqui há muito tempo. Minha mãe me deixa às
7:30 e vem me buscar às 11:30. Quando ouvimos o toque de uma cigarra
é sinal de que a hora do recreio chegou. Eu acho que o tempo do
recreio devia ser aumentado.
1.2.
Eu estudo aqui há muito tempo. Minha mãe me deixa às
7:30 e vem me buscar às 11:30. Quando ouvimos o toque de uma cigarra
é sinal de que a hora do recreio chegou. Eu acho que o tempo do
recreio devia ser aumentado porque mal dá tempo para lanchar.
1.3.
Eu estudo aqui há muito tempo. Minha mãe me deixa às
7:30 e vem me buscar às 11:30. Quando ouvimos o toque de uma cigarra
é sinal de que a hora do recreio chegou. Eu acho que o tempo do
recreio devia ser aumentado porque mal dá tempo para lanchar. A
escola diz que se aumentar o tempo não vai dar para passar a matéria
toda do ano.
1.4.
Eu estudo aqui há muito tempo. Minha mãe me deixa às
7:30 e vem me buscar às 11:30. Quando ouvimos o toque de uma cigarra
é sinal de que a hora do recreio chegou. Eu acho que o tempo do
recreio devia ser aumentado porque mal dá tempo para lanchar. A
escola diz que se aumentar o tempo não vai dar para passar a matéria
toda do ano mas isso não é verdade porque se a professora
for boa, ela conseguirá passar a matéria toda.
1.5.
Eu estudo aqui há muito tempo. Minha mãe me deixa às
7:30 e vem me buscar às 11:30. Quando ouvimos o toque de uma cigarra
é sinal de que a hora do recreio chegou. Existe uma rádio
na escola que se encarrega de tocar músicas variadas durante todo
o recreio. Temos também a liberdade de escolher a música
que for de nosso gosto e ainda deixar mensagens para nossos amigos, namorados,
professores.
Tarefa de
Produção
A tarefa
de produção consistiu em solicitar aos participantes que
desenvolvessem por escrito, sua opinião a respeito do tempo destinado
ao recreio; se deveria ou não ser aumentado. Para os alunos do
Ensino Fundamental, essa tarefa foi realizada em uma única sessão,
para cada turma diferente. Para os alunos universitários, surgiu
a necessidade de adoção de medidas diferentes. Uma vez que
reunir o grupo em uma única sessão para a realização
da tarefa tornou-se inviável por conta não só dos
compromissos pessoais de cada um, mas também pela incompatibilidade
dos horários entre eles, foi permitido que a tarefa de produção
fosse realizada em casa.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados
levantados foram analisados em função da presença/ausência
dos elementos constitutivos da estrutura argumentativa prototípica
nos textos escritos pelos participantes e da relevância atribuída
pelos mesmos à presença de tais elementos nos textos que
julgaram. A análise dos resultados apontou para as seguintes direções:
(1) ponto de vista e justificativas parecem ser considerados pelos participantes
como elementos indispensáveis à estrutura de um discurso
argumentativo (2) Os contra-argumentos são vistos como elementos
que não ajudam à consecução da finalidade
do discurso argumentativo ou só ajudam se rebatidos. (3) A reflexão
prévia sobre os elementos da estrutura prototípica do discurso
argumentativo (possibilitada pela tarefa de julgamento) não parece
ter favorecido a maior produção destes elementos nos escritos
dos participantes. (4) As provas estatísticas utilizadas sugerem
que existe uma relação de compatibilidade entre aquilo que
os participantes julgam ser importante à consecução
do objetivo comunicativo e aquilo que produzem no contexto escrito.
Os extratos apresentados a seguir ilustram o momento da tarefa de julgamento
e duas das direções (1 e 2) acima apontadas.
ANÁLISE
DE EXTRATOS
Versão
Textual: PV
Participante: T.P.S.M 2a.série
1. P: (lendo) Eu estudo aqui há muito tempo. Minha mãe me
deixa às 7:30 e vem me buscar 2. às 11:30. Quando ouvimos
o toque de uma cigarra é sinal de que a hora do recreio
3. chegou. Eu acho que o tempo do recreio devia ser aumentado
4. E: E agora, você acha que convence a diretora a aum...?
5. P: Não, porque ele só diz que devia aumentar. Não
fala sobr... é... não fala porquê que 6. quer aumentar
7. E: Então você acha que é importante que ele fale
o porquê?
8. P: É
9. E: Por que que você acha que é importante?
10. P: Porque aí convence mais a diretora e...ela pensa mais, assim,
no caso
11. E: Sei. Então você acha que ele explicando o porquê
é importante prá poder convencer 12. mais
13. P: É
O foco de atenção tomado pelo participante é a ausência
da justificativa (linha 5). Identifica que sua falta diminui ainda mais
a possibilidade de convencimento (linha 10) quando comparada com a versão
anteriormente apresentada em que a justificativa se encontrava presente.
Em outras palavras, reconhece a justificativa como um elemento importante
para a composição do texto porque “convence mais”.
Embora em seu processo de análise estejam envolvidos aspectos da
estrutura do texto, não há, no entanto, referência
à ausência do contra-argumento como aspecto importante para
a composição de um texto convincente.
Versão
Textual: PV+J+CA
Introdução do CA – (torna texto menos convincente)
Participante: K.F.N 2a série
1. P: (lendo) Eu estudo aqui há muito tempo. Minha mãe me
deixa às 7:30 e vem me 2. buscar às 11:30. Quando ouvimos
o toque de uma cigarra é sinal de que a hora do
3. recreio chegou. Eu acho que o tempo do recreio devia ser aumentado
porque mal dá
4. tempo para lanchar.
5. E: Pronto. Então esse daqui, até aqui, está do
jeito do primeiro texto. Só que agora, ele
6. resolveu colocar mais essa outra frase. Veja o que foi que aconteceu,
leia aí.
7. P: (lendo) A escola diz que se aumentar o tempo não vai dar
para passar a matéria toda
8. do ano
9. E: E agora, você acha que com essa frase aí, o texto dele
vai ajudar a convencer a 10. diretora a aumentar o tempo do recreio?
11. P: (negando com a cabeça)
12. E: Não? Por que que você acha que com essa frase aí,
não ajuda?
13. P: (algum tempo em silêncio) Ele diz que se aumentar o recreio
não vai dar prá passar a 14. matéria do ano. Então?
as diretora vão achar melhor não aumentar prá dar
toda a
15. matéria
16. E: Ah, aí a diretora vai achar que é melhor não
aumentar porque se ele colocar essa 17. frase aqui e ela ler, aí
a diretora vai achar que não deve aumentar, é isso?
18. P: (afirmando com a cabeça)
19. E: Pronto. Então, se for prá escolher, é melhor
manter essa frase ou tirar do texto dele?
20. P: Tirar
21. E: Tirar. Por que, mesmo?
22. P: Porque se a diretora ler, vai ver que ele não quer aumentar
23. E: Ok.
A contradição
provocada pela introdução da frase (linha 7) que se opõe
ao objetivo do autor foi o foco tomado pelo participante para considerar
não convincente a versão textual em questão (linhas
13, 14 e 15). Embora isso, não necessariamente, signifique que
ele identifique na frase introduzida um elemento que não deva fazer
parte da estrutura de um texto argumentativo em geral, o que é
importante notar é que a presença da voz oposta, pelo menos
na situação em evidência, foi percebida como um argumento
que desfavorece e enfraquece a posição defendida pelo autor.
A confirmação disso aparece na linha 22, quando a retirada
do contra-argumento é vista como a alternativa melhor, para o momento.
CONCLUSÕES
A análise
das justificativas dos participantes para os julgamentos feitos sobre
as várias versões textuais mostrou que seqüências
formadas por introdução, ponto de vista e justificativa
ou por introdução, ponto de vista, justificativa, contra-argumentos
e resposta eram considerados ‘suficientemente boas’ para que
o texto alcançasse sua finalidade. O mesmo não ocorria com
seqüências formadas por introdução e ponto de
vista não justificado, com seqüências que continham
introdução, ponto de vista justificado e contra-argumento
não refutado e com seqüências ‘não argumentativas’,
todas vistas como inadequadas em relação ao alcance da finalidade
comunicativa do texto. Julgamentos semelhantes foram feitos por participantes
de diferentes níveis de escolaridade considerados. Estes resultados
foram considerados um indicativo de que, sob certas condições
de produção textual, a contra-argumentação
não é concebida como uma estratégia retoricamente
relevante para o alcance do objetivo do texto (tornar a posição
do argumentador aceitável aos olhos do interlocutor de modo a resolver
uma divergência de opiniões), exceto nos casos em que o escritor
se sente capaz de responder a este contra-argumento, restaurando com isto
a força de seu ponto de vista.
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