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ANÁLISE
DE UMA EXPERIÊNCIA DE ENSINO E APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL:
UTILIZAÇÃO DE HISTÓRIA INFANTIL COM CONTEÚDO
MATEMÁTICO
Raquel
Duarte Souza - PPGE-UFSCar
Rosa Maria Moraes Anunciato Oliveira - DME/PPGE-UFSCar
A partir da elaboração de livros infantis com conteúdo
matemático foi planejada a aplicação do livro: “Felino
em: as tentações da padaria” na quinta série
de uma escola da rede pública. Esse livro aborda as operações
matemáticas em situações de compra e venda de produtos
numa padaria. Os objetivos desse trabalho foram aproximar a Matemática
do cotidiano e analisar as estratégias dos alunos para a resolução
dos problemas. Observa-se que a curiosidade e interesse dos alunos foram
despertados pela história e pelo manuseio do livro impresso. Foram
evidenciadas etapas do processo de construção do conceito
de divisão na utilização de adições
sucessivas. O livro pode, ainda, colaborar no ensino e aprendizagem desse
conteúdo em avaliações diagnósticas e em outras
situações.
Importância da conexão entre a Literatura
Infantil e a Matemática
A Matemática e a Língua Materna estão
presentes nos programas curriculares desde o início da escolaridade,
porém, freqüentemente, são apresentadas de uma forma
fragmentada. Isso ocorre tanto internamente a estas disciplinas como entre
elas.
Várias situações podem exemplificar a fragmentação
interna e externa das disciplinas em qualquer nível de ensino.
Um exemplo no campo da Matemática relaciona-se ao trabalho com
a geometria que, muitas vezes, é ensinada desligada de outras áreas
da Matemática como a álgebra ou a aritmética.
Em nosso cotidiano ao utilizarmos a linguagem não separamos a Língua
Materna, a Matemática e as outras áreas do conhecimento.
Machado (1991) destaca alguns objetos que utilizamos em nosso cotidiano
e que representam esta conexão como, por exemplo, o relógio,
o calendário, as medidas ou a moeda corrente. Este autor indica
também algumas frases que utilizamos freqüentemente e que
também podem representar esta conexão, tais como: “Veja
por outro ângulo”, “Vou sair pela tangente”, “Estas
são perdas incalculáveis”. Para ele a relação
de troca entre a Língua Materna e a Matemática é
freqüente no cotidiano e, às vezes, passa despercebida. Neste
contexto, ele enfatiza a situação escolar na qual essa separação
está presente:
“É como se as duas disciplinas, apesar da longa convivência
sob o mesmo teto – a escola – permanecem estranhas uma a outra,
cada uma tentando realizar sua tarefa isoladamente ou restringindo ao
mínimo as possibilidades de interações intencionais”.
(MACHADO, 1991, p. 15).
Para Smole et al. (1995, p. 13) parece ser a escola que
“se encarrega de estabelecer um distanciamento entre estas duas
formas de linguagem de tal modo que cria uma barreira quase que intransponível
entre elas”.
Esta fragmentação do conhecimento de alguma forma pode servir
para facilitar o trabalho dos professores e deles com seus alunos. Porém,
em alguns momentos ela pode prejudicar o ensino e a aprendizagem tendo
em vista que em nossa vida cotidiana os conhecimentos e conceitos aparecem
de uma forma misturada, conectada.
Para enfrentar esta situação Smole et al (1995, p. 4) indicaram
que “a literatura infantil pode ser um dos recursos a ser utilizado
pelo professor para diminuir tal distanciamento”. Estas autoras
indicam que a utilização da literatura no ensino coloca
a criança em uma posição ativa na relação
com a língua escrita e a língua falada, modificando o ensino
tradicional em dois aspectos. O primeiro deles é que o aluno não
aprenderá Matemática isoladamente para depois aplicar em
algum contexto, ele aprenderá Matemática contextualizada
na história do livro. Além disso, esse ensino diversifica
os instrumentos utilizados em aulas tradicionais (giz, lousa e livro didático)
inserindo um novo elemento, o livro de literatura infantil.
Smole et al. (1995, p. 2) destacam as importantes contribuições
da aproximação entre o ensino da Matemática ao ensino
da Língua Materna para o ensino e aprendizagem de ambas. Elas acreditam
que “... a literatura poderia ser um modo desafiante e lúdico,
para as crianças pensarem sobre algumas noções matemáticas...”.
Isso possibilita o desenvolvimento das habilidades matemáticas
e da linguagem conjuntamente pois, o leitor é interrogado pelo
texto e
“volta a ele muitas vezes para acrescentar outras expectativas,
percepções e experiências, desta forma, a história
contribui para que os alunos aprendam e façam Matemática,
assim como exploram lugares, características e acontecimentos na
história, o que permite que habilidades matemáticas e de
linguagem desenvolvam-se juntas, enquanto os alunos lêem, escrevem
e conversam sobre as idéias matemáticas que vão aparecendo
ao longo da leitura” (SMOLE et al.,1995, p. 2-3).
Segundo Machado (1991):
“Entre a Matemática e a Língua Materna
existe uma relação de impregnação mútua.
Ao considerarem-se estes dois temas enquanto componentes curriculares,
tal impregnação se revela através de um paralelismo
nas funções que desempenham, uma complementaridade nas metas
que perseguem, uma imbricação nas questões básicas
relativas ao ensino de ambas. É necessário reconhecer a
essencialidade dessa impregnação e tê-la como fundamento
para a proposição de ações que visem à
superação das dificuldades com o ensino de Matemática.”
(MACHADO,19991, p. 10).
Este autor observa que logo no início de nosso
desenvolvimento utilizamos a Língua Materna, em sua forma oral,
como instrumento para representar nossas descobertas em todos os assuntos,
inclusive na área da Matemática. Assim, mesmo que trivialmente,
a Matemática já aparece dependente da Língua Materna.
Partindo da imprecisão da Língua Materna, onde uma palavra
geralmente pode ter vários significados, Machado (1991, p. 16)
afirma que “é comum pretender-se que a Matemática
apresente para a Ciência o papel de uma linguagem precisa, monossêmica,
depurada de ambigüidades”. Neste contexto, a Matemática
poderia complementar a Língua Materna em questões relacionadas
a quantidade e a precisão de um determinado termo. Para este autor
esta visão é um tanto simplificada e apenas “tangencia”
o problema desta relação.
Este autor indica também que este caráter monossêmico
geralmente inferido à linguagem Matemática pode trazer abordagens
inadequadas do assunto. Uma destas abordagens inadequadas pode ser identificada
logo nos primeiros anos de escolaridade onde geralmente é utilizado
um grande número de símbolos nas aulas de Matemática.
Este tipo de abordagem da Matemática pode fazer com que seu ensino
seja apenas uma aplicação de fórmulas e ainda pode
trazer sérios problemas ao aluno que não encontra significado
para estes símbolos, passando a não entender e não
gostar de Matemática. E quando ele consegue entender as “regras
do jogo”, ele pode tornar-se um brilhante aluno na escola, mas dificilmente
consegue aplicar em seu cotidiano todas as regras matemáticas que
aprendeu e também, de uma maneira geral, aplicar os conceitos matemáticos
estudados.
Entretanto, Machado (1991) pontua que dificuldades específicas
são encontradas em todos os assuntos, o que ocorre também
na Matemática. Mas somente essas dificuldades não poderiam
ser as únicas responsáveis pela diferença entre o
aprendizado em Língua Materna, que parece ser tão natural,
e o aprendizado em Matemática tão discriminador. Grandes
dificuldades também podem aparecer no ensino da Língua Materna,
por exemplo, quando se trata do ensino da língua escrita.
A exploração em sala de aula das relações
existentes entre a Matemática e a Língua Materna em uma
relação de complementaridade pode trazer significado para
a simbologia Matemática com indicado nos Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN):
“Falar sobre Matemática, escrever textos
sobre conclusões, comunicar resultados, usando ao mesmo tempo elementos
da Língua Materna e alguns símbolos matemáticos,
são atividades importantes para que a linguagem Matemática
não funcione como um código indecifrável para os
alunos” (PCN de Matemática, 1997, p.
41- 42).
Além disso, esta exploração em sala
de aula da relação entre Matemática e Língua
Materna pode diminuir o excesso da utilização de símbolos
na escola básica e pode, freqüentemente, tornar o ensino prazeroso
e significativo e, ainda, possibilitar o prazer da leitura.
Sobre a prática de leitura os PCNs indicam que :
“A leitura na escola tem sido, fundamentalmente,
um objeto de ensino. Para que possa constituir também objeto de
aprendizagem, é necessário que faça sentido para
o aluno, isto é, a atividade de leitura deve responder, do seu
ponto de vista, a objetivos de realização imediata. Como
se trata de uma prática social complexa, se a escola pretende converter
a leitura em objeto de aprendizagem deve preservar sua natureza e sua
complexidade, sem descaracterizá-la. Isso significa trabalhar com
a diversidade de textos e de combinações entre eles. Significa
trabalhar com a diversidade de objetivos e modalidades ue caracterizam
a leitura, ou seja, os diferentes “para quês” —
resolver um problema prático, informar-se, divertir-se, estudar,
escrever ou revisar o próprio texto — e com as diferentes
formas de leitura em função de diferentes objetivos e gêneros:
ler buscando as informações relevantes, ou o significado
implícito nas entrelinhas, ou dados para a solução
de um problema.” (PCN de Português, 1997, p. 41)
A experiência e prática de compreender os
símbolos presentes nas histórias e a familiaridade com eles
podem auxiliar a os alunos a utilizá-los não só para
resolver problemas matemáticos na escola como também para
resolver problemas do seu cotidiano.
Smole, Cândido e Stancanelli (1999) consideram que a literatura
infantil é um material que se utilizado adequadamente nas aulas
de Matemática pode fazer com que a criança se interesse
e se sinta desafiada a buscar soluções para os problemas
propostos. Elas podem também formular problemas e desenvolver diferentes
estratégias para solucioná-los, aprendendo novos conceitos
ou utilizando os já aprendidos.
Para Smole et al. (1995) o desenvolvimento da habilidade de resolver problemas
faz o aluno conectar o conhecimento informal que ele traz para a escola
ao conhecimento formal da Matemática aprendido na escola.
A proposta destas autoras para o trabalho com a resolução
de problemas não considera esta resolução como um
conteúdo isolado e também não se restringe a uma
instrução de como se deve resolver um problema. Sua proposta
considera que a resolução de problemas é uma metodologia
de trabalho em que os alunos fazem Matemática, formulam e resolvem
questões relacionando e aplicando conceitos matemáticos.
Criando assim um espaço para que o aluno exponha seus pensamentos
e idéias, investigue relações e então desenvolva
noções e habilidades matemáticas.
Estas autoras indicaram ainda que a resolução de problemas
não pode se resumir a encontrar um algoritmo, pois ela é
uma atividade complexa que envolve a coordenação do conhecimento,
experiência anterior, intuição, confiança,
análise e comparação.
Neste contexto Smole et al. (1995) afirmaram que é preciso desenvolver
uma situação em que o aluno não tenha garantia da
obtenção da solução apenas através
de um algoritmo. Ele deve combinar algumas informações de
uma maneira nova para chegar a solução sendo, então,
o problema instigante, desafiador e significativo para o aluno, fazendo
com que ele formule hipóteses e conjecturas.
A utilização da literatura infantil em conexão com
o trabalho de resolução de problemas
“permite aos alunos e professores utilizarem e valorizarem,
naturalmente, diferentes recursos na busca por uma solução,
tais como desenho, oralidade, dramatização, tentativa e
erro, que são normalmente esquecidos no trabalho tradicionalmente
realizado nas aulas”. (SMOLE, CÂNDIDO e STANCANELLI, 1999,
p. 6 -7).
A proposta de Smole, Cândido e Stancanelli (1999)
indica alternativas à maneira tradicional em que os problemas geralmente
são propostos, onde o aluno deve transformar algum elemento do
enunciado do problema em uma operação matemática.
Na proposta destas autoras a utilização da literatura infantil
aliada a resolução de problemas possibilita que em uma aula
de Matemática o aluno participe, emita opiniões, levante
hipóteses, interprete, proponha e resolva problemas.
As leituras da literatura infantil “ajudarão os alunos a
esclarecer, refinar e organizar seus pensamentos, melhorar a interpretação,
a abordagem e a solução de problemas matemáticos
e desenvolver uma melhor significação para a linguagem Matemática”.
(SMOLE et al., 1995, p. 4).
Considerando que a literatura infantil pode ser utilizada para que o aluno
aprenda Matemática de uma maneira significativa e prazerosa, este
trabalho procura analisar uma experiência de aplicação
de um livro infantil com conteúdo matemático acompanhado
da resolução de problemas em uma escola pública da
rede de ensino.
A experiência de produção de um livro
infantil
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar)
promove a Atividade Curricular de Integração Ensino, Pesquisa
e Extensão (ACIEPE) com o objetivo de viabilizar e estimular o
relacionamento de seus alunos com diferentes segmentos da sociedade.
O material didático utilizado nesta experiência é
um livro infantil que foi elaborado na ACIEPE: Histórias Infantis
e Matemática nas Séries Iniciais. Desta ACIEPE participaram
alunos do curso de licenciatura em Matemática e licenciatura em
Pedagogia e professoras das séries iniciais da rede pública
de ensino.
Os objetivos desta ACIEPE eram identificar e analisar obras de literatura
infantil que abordam conceitos e noções matemáticas,
produzir livros infantis com conteúdo matemático, utilizar
estas produções em contextos escolares e analisar a pertinência
e adequação das produções nas séries
iniciais do Ensino Fundamental.
A metodologia empregada iniciou-se com um levantamento bibliográfico
de livros infantis com conteúdo matemático. Em seguida,
os livros encontrados foram organizados, categorizados e analisados em
diferentes aspectos. Posteriormente, os alunos escolheram um conceito
ou conteúdo matemático, um contexto para a história
infantil e confeccionaram livros infantis. A aplicação do
livro em sala de aula, analisada nesta comunicação, foi
planejada e discutida com os participantes da ACIEPE. Isso feito foi elaborado
um relatório desta aplicação.
O levantamento bibliográfico ofereceu uma visão do que era
um livro de literatura infantil e as diversas abordagens do conteúdo
matemático neste tipo de livro. Além disso, as leituras
realizadas na disciplina trouxeram conhecimento sobre a utilização
dos livros infantis na sala de aula e as contribuições que
esta utilização podem trazer ao ensino e aprendizagem de
Matemática bem como da língua escrita.
O livro infantil “Felino em: As tentações da padaria”
foi elaborado por Raquel Duarte de Souza sob orientação
das professoras da ACIEPE: Prof. Dra. Rosa M. M. A. Oliveira e Prof. Dra.
Cármen B. Passos. A elaboração do livro foi a parte
mais difícil e trabalhosa da disciplina. Inicialmente deveríamos
escolher um conteúdo matemático que o livro abordaria. Como
a intenção inicial da autora do livro infantil era escrever
um livro para as séries iniciais a escolha do conteúdo gerou
várias dúvidas. Não havia referências na formação
inicial em Matemática da autora sobre os conteúdos que deveriam
ser trabalhados nas séries iniciais. Foram identificados elementos
em sua formação que auxiliaram na escolha de um conteúdo
para escrever o livro, então a opção foi as quatro
operações: adição, subtração,
multiplicação e divisão partindo do princípio
de que as crianças deveriam utilizar estas operações
em seu cotidiano.
Feita a opção pelo conteúdo matemático a ser
abordado pelo livro infantil nasce outro dilema: como desenvolver o enredo
do livro. Várias situações do cotidiano de uma criança
foram avaliadas e não foi possível escolher uma que fosse
interessante para colocar no livro. Então, autora reportou-se a
sua infância e lembrou das manhãs de domingo em que ela levantava
cedo e caminhava até a padaria com seu pai para comprar pão
para o café da manhã. Ela lembrou-se de que na padaria olhava
as guloseimas e desejava comprá-las. E seu pai geralmente exclamava
com o dinheiro na mão:
- Não! Eu não tenho mais dinheiro.
Hoje a autora compreende que a quantia era insuficiente para muitas aquisições,
mas naquela época, não entendia estas palavras e não
via conexão entre a justificativa dada, pois como seu pai podia
não ter dinheiro se o dinheiro estava na mão dele.
Assim, foram abordadas no livro algumas situações de compra
e venda em uma padaria. E, aos poucos, após um árduo exercício
de criação de Raquel surgiu o livro “Felino em: as
tentações da padaria”.

Os personagens principais do livro são os gatos:
Felino e seu pai o Sr. Felix. A história retrata uma das manhãs
de domingo em que Felino vai a padaria com seu pai para comprar o pão
para o café da manhã. Na padaria, Felino fica maravilhado
com os doces, bolos, bolachas, sonhos e bombons, deseja comer todos e
pede ao seu pai para comprá-los.
E logo começou a pedir:
- Papai, bolo com recheio de morango! Compra um pra mim?

Sr. Felix, pai de Felino, perguntou ao padeiro:
-Quanto custa este pedaço de bolo?
E o padeiro respondeu:
- Apenas R$ 2,00.
- Por favor, quero comprar um, afirmou Sr. Felix.
Felino agradeceu ao pai e comeu o bolo. Mas, logo viu outra gostosura

Sr. Félix comprou para o filho um pedaço
de bolo de morango que custou R$ 2,00. Em seguida, Felino pediu um brigadeiro
ao pai que o comprou por R$ 1,00 e pediu mais cinco pães ao padeiro.
Depois de comer o brigadeiro Felino pediu bolachas de nata ao pai que
custavam R$ 2,00, mas seu pai não comprou as bolachas de nata e
quando estava saindo da padaria o padeiro avisou a senhor Félix
que ele havia gastado naquele dia R$ 4,00 e Felino vai para casa pensando
nas bolachas que não havia comido, mas feliz por ter comido outras
guloseimas.
Terminada a história foram propostos ao leitor três problemas
a serem respondidos de acordo com a história do livro.
Problema
1: O que Sr. Felix e Felino compraram na padaria?
Problema
2: Quanto eles gastaram?
Problema
3: Quanto vocź acha que custaram os cinco pćes? E cada pćo quanto custa?
A aplicação do livro infantil
Quando o livro foi elaborado pensou-se que a faixa etária
mais indicada seria a das séries iniciais, de 7 a 10 anos. Entretanto,
através do contato com professores e com a realidade escolar percebeu-se
que livro também poderia ser aplicado para 5ª ou 6ª série
do Ensino Fundamental.
O livro elaborado na ACIEPE foi aplicado em uma turma de 5ª série
do Ensino Fundamental de uma escola pública do interior de São
Paulo. Os objetivos desta aplicação foram aproximar a Matemática
do cotidiano e analisar as estratégias dos alunos para a resolução
dos problemas propostos.
O livro “Felino em: as tentações da padaria”
foi apresentado a professora que demonstrou interesse pelo material e
o analisou. Nesta análise a professora decidiu que o livro poderia
ser aplicado em uma turma de 5ª série. Esta turma tem 34 alunos
e, segundo a professora, é uma turma “boa e fácil
para trabalhar”.
Quando questionada sobre como o livro deveria ser aplicado a professora
indicou que os livros poderiam ser distribuídos pelos alunos e
conforme eles fossem tendo dúvidas ela os auxiliaria. Foram enviadas
aos pais ou responsáveis pelos alunos autorizações
para que fosse possível filmá-los ou fotografá-los.
A aplicação foi realizada na última aula de uma quinta-feira
com duração de 50 minutos. Neste dia estavam presentes 28
alunos que participaram da aplicação do livro. No início
da aula a professora pediu que os alunos formassem duplas e distribuiu
um livro para cada dupla. Após a distribuição dos
livros, os alunos foram avisados que realizariam a leitura da história
e, em seguida, resolveriam alguns problemas relacionados a história
do livro.
Para realizar a leitura a professora solicitava a um aluno a leitura de
um pequeno trecho do livro, em seguida, outro aluno foi solicitado a dar
continuidade a leitura, seguindo assim até o final da história.
Terminada a leitura, a professora explicou aos alunos
que eles receberiam uma folha com problemas relacionados à história
do livro e que deveriam discutir estas perguntas em dupla, mas deveriam
responder individualmente. Então, ela distribuiu uma folha de atividades
para cada aluno e leu os problemas em voz alta, sempre afirmando que a
resposta dos problemas deveria ser procurada no livro.
Os alunos começaram a resolver os problemas procurando as respostas
no livro e, quando tinham dúvidas, chamavam a professora.
Durante a resolução dos problemas os alunos escreviam as
respostas na folha de atividades e alguns foram questionados pela pesquisadora
sobre suas estratégias de solução para o terceiro
problema. A duração da aula, 50 minutos, não contribui
para que todos os alunos fossem questionados sobre suas estratégias.
Foram analisadas as respostas dos alunos na folha de atividades e as justificativas
orais dadas para a solução do terceiro problema.
Os problemas: respostas e justificativas dos alunos
O primeiro problema da folha de atividades fazia a seguinte
pergunta:
O que Sr. Felix e Felino compraram na padaria?
Esse problema solicita que os alunos voltem ao texto e
procurem os itens comprados por Sr. Felix e Felino na padaria. As respostas
dos alunos estão no quadro abaixo:
QUADRO 1 – Tipos de Resposta para o primeiro problema
|
Tipos de Resposta |
Alunos |
% |
|
1) Bolo de morango e
brigadeiro. |
4 |
14,3 |
|
2)
Bolo de morango, brigadeiro, bolacha. |
4 |
14,3 |
|
3)
Bolo de morango, brigadeiro, bolacha e pćes. |
1 |
3,6 |
|
4)
Bolo de morango, brigadeiro e pćes. |
19 |
67,8 |
Total |
28 |
100 |
|
|
|
|
A resposta esperada era: bolo de morango, brigadeiro e
pães e foi indicada pela maioria dos alunos. Observa-se que quatro
alunos responderam bolo de morango e brigadeiro, quatro alunos responderam
bolo de morango, brigadeiro e bolacha e um aluno respondeu bolo de morango,
brigadeiro, bolacha e pães.
Os quatro alunos que responderam bolo de morango e brigadeiro podem ter
considerado somente as compras que os interessavam na padaria. A resposta
bolo de morango, brigadeiro e bolacha pode ter aparecido porque Felino
gostaria de ter comprado a bolacha. Já a resposta Bolo de morango,
brigadeiro, pães e bolacha pode ter aparecido porque os alunos
resolveram considerar todos os itens da padaria citados no texto. Estas
respostas não esperadas podem indicar que estes alunos não
fizeram uma leitura atenta do texto.
O segundo problema fazia a seguinte pergunta:
Quanto eles gastaram?
Esse problema solicita que os alunos voltem ao texto e
procurem o valor total dos gastos na padaria e esta informação
está explicitamente escrita no texto. As respostas dos alunos estão
no quadro abaixo:
QUADRO 2 – Tipos de resposta para o segundo problema.
Tipos de Resposta |
Alunos |
% |
4
reais |
26 |
92,8 |
6
reais |
2 |
7,2 |
Total |
28 |
100 |
A resposta esperada era R$ 4,00 e foi indicada pela maioria
dos alunos (92,8 %). Considerando que na pergunta anterior o aluno já
havia procurado informações no texto e a resposta esperada
estava explícita no texto, este problema pode ser mais fácil
para os alunos.
A hipótese para o erro é a de que o aluno pode ter pensado
que Felino havia comprado as bolachas de nata na padaria, se isto tivesse
acontecido o valor gasto seria seis reais.
Apesar dos alunos terem sido avisados pela professora que deveriam discutir
as questões em dupla e respondê-las individualmente, parece
que a solicitação de responder questões individualmente
não foi atendida por eles, pois as respostas erradas geralmente
aparecem nas folhas de alunos que estavam sentado em dupla.
O terceiro problema fazia as seguintes perguntas:
Quanto você acha que custaram os cinco pães?
E cada pão quanto custa?
Além de maior número de perguntas, nenhuma
das respostas aparece de maneira explicita no texto. Solicita-se que os
alunos voltem ao texto, combinem as informações disponíveis
e descubram o valor dos cinco pães comprados e, em seguida, descubram
o valor unitário do pão.
As respostas para a primeira pergunta do problema estão no quadro
abaixo.
QUADRO 3 – Tipos de resposta para primeira pergunta
do terceiro problema.
|
Tipos de Resposta |
Alunos |
% |
|
Um
real |
24 |
85,7
|
|
Nćo
respondeu |
4 |
14,2
|
Total |
28 |
100
|
|
|
|
|
A resposta esperada era um real indicada pela maioria
dos alunos (85,7 %). Observou-se que quatro alunos não responderam
esta primeira pergunta, mas responderam a segunda. Eles podem ter resolvido
o primeiro problema e esquecido de colocar a resposta na folha de atividades.
As respostas para a segunda pergunta estão no quadro abaixo.
QUADRO 4 – Tipos de resposta para a segunda pergunta
do terceiro problema.
Tipos de
Resposta |
Alunos |
% |
Vinte centavos |
28 |
100 |
|
|
|
A resposta esperada para esta pergunta era vinte centavos
e ela foi indicada por todos os alunos na folha de atividades.
Embora todos os alunos tenha indicado as respostas esperadas na segunda
pergunta deste problema e apenas não colocaram a resposta para
a primeira pergunta, observou-se através das justificativas orais
que eles utilizaram estratégias diferentes para solucioná-lo.
Abaixo estão descritas estas estratégias que foram agrupadas
segundo as representações escritas dos alunos. Foram identificadas
quatro categorias de respostas: conhecimento matemático do cotidiano,
adições sucessivas, multiplicação e divisão.
A primeira categoria foi chamada de conhecimento matemático do
cotidiano nesta categoria estão incluídas as respostas em
que o aluno utiliza algum elemento do seu cotidiano e não a Matemática
formal para justificar a estratégia utilizada para resolver o problema.
Uma estratégia de resolução incluída nesta
categoria foi a de duas alunas que se reportaram a uma situação
do seu cotidiano em que foram comprar pão para a mãe na
padaria. Quando abordadas pela pesquisadora para identificar sua estratégia
de solução elas disseram:
Aluna A: A gente vai comprar pão na padaria perto
de casa e a mãe dá um real. Lá o pão é
vinte centavos, e vem cinco pães, então cinco pães
é um real.
Pesquisadora: E vocês fizeram alguma conta para saber isso?
Aluna A: Não precisa.
Essas alunas (A e B) não escreveram nenhuma operação
Matemática para representar seu raciocínio e nem justificaram
este raciocínio oralmente utilizando a Matemática formal
elas colocaram na folha de atividades a resposta que encontraram a partir
de elementos de sua vida cotidiana. Nesta dupla uma das alunas (a aluna
B) foi identificada pela professora como uma aluna com dificuldade em
Matemática.
A segunda categoria foi chamada de adições sucessivas, pois
nela estão incluídas as estratégias em que os alunos
buscam informações presentes na história do livro
e utilizam adições sucessivas para solucionar o problema.
Duas alunas (C e D) quando abordadas pela pesquisadora para identificar
sua estratégia disseram:
Aluna C: A gente foi fazendo.
Aluna D: Fez isso (aponta para o caderno).
5
5
5
5
5
25
Aluna D: Depois a gente fez isso (apontando para o caderno).
10
10
10
10
10
50
Aluna D: Aí gente fez isso. (aponta para o caderno novamente)
20
20
20
20
20
1,00
Aluna D: E aí deu certo. Aluna C: É deu
um real.
Estas alunas escolhem um valor possível para cada unidade de pão,
somam este valor cinco vezes e, então, verificam o resultado. Este
procedimento é repetido até que o número escolhido
- quando somado cinco vezes - represente a quantidade que elas necessitam,
neste caso 100 que é transformado em R$ 1,00.
Esta estratégia foi identificada nas respostas de outros alunos
com algumas variações. Nesses casos, as estimativas para
os valores que seriam somados cinco vezes eram diferentes, mas sempre
partiam de um valor abaixo do número 50 e a operação
de adição em algumas duplas foi realizada mentalmente.
Outra situação incluída nesta categoria foi a estratégia
utilizada por um aluno que trabalha em um mercado. Quando abordado pela
pesquisadora para que identificasse sua estratégia de resolução
ele disse:
Aluno E: Lá na onde eu trabalho o pão é
vinte centavos, então eu fui fazendo. (aponta a soma no caderno)
0,20
0,20
0,20
0,20
0,20
1,00
Aluno E: E deu um real.
Este aluno apesar de utilizar um elemento de sua vida
cotidiana para estimar o valor unitário do pão utiliza a
técnica operatória da adição para solucionar
o problema.
A terceira categoria é a da multiplicação onde estão
incluídas as estratégias que utilizavam a multiplicação
para solucionar o problema.
O aluno F quando abordado para identificar sua estratégia de solução
disse:
Aluno F: É fácil é só fazer
dois vezes cinco que dá dez então vinte dá um real.
(apontando para o caderno)
2
x 5
10
Ele multiplica o número dois pelo número
cinco e obtém como resultado o número dez, então
faz a hipótese de que R$ 0,20 multiplicado pelo número cinco
será R$ 1,00, demonstrando domínio de conhecimentos sobre
a multiplicação no sistema de numeração decimal.
A quarta e última categoria é a da divisão nela estão
incluídas as estratégias que utilizaram a operação
divisão escrita ou mental para solucionar o problema.
O aluno G escreveu na folha de atividades a seguinte operação
e escreveu uma resposta:
100 I 5
-10 20
00
Resposta: Cinco pães um real e cada pão 0,20 centavos.
Ele utilizou um algoritmo para resolver a divisão
e transformou o quociente que era 20 para vinte centavos na resposta,
mas não representa corretamente na escrita o valor vinte centavos.
Outro aluno, H, escreveu na folha de atividades as seguintes operações
e, em seguida, uma resposta:
2,00 4,00 1,00 I 5
+ 1,00 - 3,00 -10 2,0
R$ 3,00 R$ 1,00 00 0
Os cinco pães custam R$1,00, cada pão custa
R$ 0,20 centavos.
Parece que ele volta ao texto, identifica os valores
pagos pelas mercadorias compradas por Félix e Felino na padaria
e realiza algumas operações com estes valores. Ele soma
R$ 2,00 pagos pelo bolo de morango a R$ 1,00 pago pelo brigadeiro obtendo
R$ 3,00.
Então, ele subtrai este valor de quatro reais, que é o valor
total gasto na padaria pelos personagens do livro, obtendo a quantia paga
pelos cinco pães na padaria, ou seja, R$ 1,00. Para encontrar o
valor unitário do pão ele divide um real por cinco e obtém
como quociente 2,0, mas na resposta ele escreve R$ 0,20. Observa-se que
o aluno apresenta uma certa confusão na representação
dos números decimais na operação de divisão.
Esta confusão foi observada em vários alunos muitos deles
não representam os números decimais corretamente, entretanto
nas respostas indicaram que conheciam este valor no cotidiano, ou seja,
R$ 0,20 e R$ 2,00 podem ser confundidos na escrita e não na realidade.
A matemática no cotidiano e as estratégias
de solução para os problemas
As respostas dos alunos foram analisadas observando-se
erros, acertos, tipos de respostas, estratégias utilizadas e justificativas
orais apresentadas pelos alunos.
Os alunos utilizaram as situações de seu cotidiano para
resolverem os problemas propostos o que confirma as indicações
de Machado (1991) e Smole et al. (1995) de que a utilização
da Língua Materna nas aulas de Matemática poderia trazer
a conexão entre a Língua Materna e a Matemática presente
em situações do cotidiano dos alunos para a sala de aula.
O ensino deveria aproveitar estas situações para tornar
o aprendizado do conteúdo e de conceitos matemáticos mais
significativo para os alunos. Isso ocorre no exemplo citado na categoria
de adições sucessivas onde o aluno E para solucionar o problema
utiliza um elemento de sua vida cotidiana para estimar o preço
unitário do pão e, posteriormente, conhecimentos matemáticos.
Esse aluno foi capaz de conjugar seus conhecimentos adquiridos no trabalho
em uma instituição de comércio e o conhecimento matemático
formal ensinado na escola.
A aluna A apresenta um coincidência entre a situação
vivida no cotidiano e os dados da história. No seu relato, tanto
a quantia em dinheiro, quanto o número de pães por ela comprados
diariamente são os mesmos nos dois contextos e, por isso, ela afirma
que não precisava fazer a conta para encontrar a resposta correta.
Esse aspecto embora seja positivo, ao possibilitar que o trabalho escolar
com a matemática seja mais significativo, não garante, por
si só, o avanço na aquisição dos conteúdos
matemáticos. É necessária a intervenção
docente para promover esse desenvolvimento. È interessante a observação
da professora, indicando que a outra aluna dessa dupla, a aluna B, tem
dificuldades com a matéria.
Possivelmente essa dificuldade esteja relacionada ao que se costuma chamar
de passagem da matemática experienciada no cotidiano à matemática
escolar. Ocorre que não há uma “passagem” direta
entre um e outro sistema de conhecimentos, há necessidade de ação
docente para favorecer essa nova construção.
Para Onuchic e Botta (1998) no trabalho em sala de aula, geralmente, o
professor identifica que os alunos apresentam grande dificuldade em saber
se um problema deve ser modelado pela multiplicação ou pela
divisão e esta complexidade não se dá apenas pela
decisão do uso de uma determinada operação, ela acontece
também quando o aluno deve realizar um algoritmo para solucionar
a operação escolhida.
A pergunta que solicitava aos alunos o preço unitário do
pão é classificada como um problema de divisão partitiva.
Na divisão partitiva “o dividendo é repartido no número
de partes especificadas pelo divisor e o resultado chamado quociente,
é o tamanho de cada uma das partes” (ONUCHIC e BOTTA, 1998,
p. 23). Nesta divisão o aluno divide uma quantidade em pequenos
grupos, cada um com o mesmo número de elementos, podendo ou não
sobrar resto.
Nas estratégias utilizadas pelos alunos para resolver o terceiro
problema é evidenciado em todas as categorias de resposta que eles
utilizam operações matemáticas diferentes para solucionar
o problema. Na categoria divisão o aluno demonstra identificar
no problema o divisor e o dividendo realizando um algoritmo para encontrar
o quociente da divisão. Nesse caso, ele realiza a operação
esperada ou mais usual para chegar à resposta. As demais demonstram
outras possibilidades. Na categoria adições sucessivas os
alunos fazem uma hipótese de preço unitário do pão
(R$ 0,5, R$ 0,10 ou R$ 0,20) então adicionam sucessivamente esta
quantidade e verificam se sua hipótese estava correta, ou seja,
verificam se esta soma é igual a um real, a quantidade inicial
a ser dividida. Na categoria multiplicação os alunos utilizam
seus conhecimentos sobre fatos multiplicativos “ dois vezes cinco
que dá dez então vinte dá um real”.
Nesta experiência de aplicação do livro e análise
das estratégias dos alunos para solução dos problemas
propostos foi ressaltada a potencialidade da utilização
do livro infantil na aula de matemática. Este tipo de material
possibilita ao aluno utilizar diferentes estratégias para solucionar
um problema como indicado por Smole, Cândido e Stancanelli (1999),
sem se limitar a uma única fórmula. O professor de matemática
poderia utilizar essas diferentes estratégias dos alunos como contribuições
para o ensino e a aprendizagem.
Algumas considerações Finais
Durante a leitura do livro os alunos demonstraram interesse
e pareceram estar motivados a resolver os problemas propostos, verifica-se
que todas as folhas de atividades continham respostas para todos os problemas.
Isso indica que a utilização do livro infantil nas aulas
de matemática pode favorecer a que os alunos se interessem, sintam
prazer e aprendam matemática de uma maneira lúdica trazendo
elementos de sua vida cotidiana para a sala de aula como indica Smole
et al. (1995).
Foi observado que os alunos para solucionar os problemas voltaram ao texto
em vários momentos procurando as soluções dos problemas
ou identificando informações que deveriam ser combinadas.
Embora este comportamento tenha sido enfatizado pela professora, ao dar
instruções para a solução dos problemas, verifica-se
que esse é um procedimento importante para a resolução
de problemas. O contexto do livro de história como fonte para a
proposição de problemas se diferencia de simples enunciados
descontextualizados.
Embora a experiência tenha de resumido à aplicação
de um único livro, verifica-se que o texto nas aulas de matemática
contribui para a formação de alunos leitores, possibilitando
a autonomia de pensamento e também o estabelecimento de relações
e inferências, com as quais o aluno pode fazer conjecturas, expor
e contrapor pontos de vista. Há necessidade de continuar a pesquisa
para aprofundar o estudo sobre as potencialidades da história infantil
com conteúdo matemático para favorecer a melhoria do ensino
nessa área.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Secretaria
de Ensino Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática.
Brasília: MEC/SEF, 1997. (Primeiro e Segundo Ciclos).
MACHADO, Nilson. Matemática e Língua materna: Análise
de uma impregnação mútua. 2. ed. São Paulo:
Editora Cortez, 1991.
ONUCHIC, Lourdes de la Rosa; BOTTA, Luciene S. Reconceitualizando as quatro
operações fundamentais. Educação Matemática
em Revista, São Paulo, Ano 6, n. 4, 1998, p.. 19-26.
SMOLE, Kátia C. S. et al. Era uma vez na matemática: Uma
conexão com a literatura infantil. 2. ed. São Paulo: IME-USP,
1995.
SMOLE, Kátia C. S. ; CÂNDIDO, Patrícia T. ; STANCANELLI,
Renata. Matemática e Literatura Infantil. 4. ed. Belo Horizonte:
Editora LÊ, 1999.
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