Voltar    
  O PAPEL DA LITERATURA JUVENIL NA FORMAÇÃO PSÍQUICA DO JOVEM LEITOR

Silvana Ferreira de Souza - Faculdade Ciências e Tecnologia - Unesp

Ao observar durante meses os nomes dos livros e coleções acima nas listas dos mais vendidos na revista Veja, de circulação nacional, entre os meses de Setembro e Dezembro de 2003, algo me incomodava e não me deixava parar de pensar: Porquê eles são tão queridos? Por quê vendem tanto? O que eles têm que os fazem tão especiais?
Então a solução foi buscar a resposta pessoalmente. E destes questionamentos surgiu o presente trabalho, que fará parte de minha monografia.
As coleções lidas para análise desse trabalho são as coleções do Harry Potter, de J.K. Rolling da Editora Rocco; e a série Artemis Fowl de Eoin Colfer da Editora Record.
Para tentar responder as indagações acima, fiz a leitura de todas as obras citadas, fui analisando se essas possuíam semelhanças e diferenças e após esse trabalho, fui buscar a base teórica que poderia elucidar as questões levantadas.
Após a leitura, escolhi a Psicanálise como instrumento teórico para me auxiliar a refletir sobre as semelhanças encontradas, que foram as seguintes:

- A personagem principal é adolescente
- Grupo de Amigo
- Luto pelos Pais
- O Universo Mágico

OS SEMELHANTES SE ATRAEM!

Para entender o sucesso das obras selecionadas, realizei uma leitura das mesmas e relacionei o que elas tinham de semelhante para fazer a analise dentro do recorte psicanalítico e pude perceber que essas obras falam diretamente ao adolescente de forma inconsciente sobre a realidade na qual vivem e pelas situações e problemas que estão vivendo.

• A PERSONAGEM PRINCIPAL É ADOLESCENTE.

“Vivo com os Dursley havia quase dez anos, dez infelizes anos, desde que era bebê e seus pais tinham morrido naquele acidente de carro.”
Harry Potter e a Pedra Filosofal, p. 30, 2000.

“Agora Nguyen estava totalmente em pânico. Em geral Artemis causava esse efeito nas pessoas. Um adolescente pálido falando com a autoridade e o vocabulário de um adulto poderoso: Nguyen já ouvira o nome Fowl __ quem não ouvira, no submundo internacional? __ mas supôs que lidaria com o Artemis pai, e não com um garoto. Mas a palavra “garoto” não fazia justiça àquele indivíduo macilento.”
Artemis Fowl, o menino prodígio do crime, p.14, 2003.

O termo adolescente caracteriza uma fase da vida humana marcada pela transição da infância para a idade adulta. Neste momento, o indivíduo passa por uma revolução biológica, social e psíquica. Não importa o tipo de sociedade a qual o adolescente pertença, porque, em todas as culturas, a adolescência é marcada por algum tipo de transição. Afirma Levisky que:

“Qualquer que seja o contexto sociocultural, a adolescência será sempre um período de crise e de desequilíbrio. Estas características são devidas tanto as mudanças fisiológicas que se realizam quanto às repercussões psicológicas de inserção do jovem na comunidade adulta”. (1988, p. 26)

Na atual conjuntura cultural, social e econômica esse período de crise tende a se estender, pois o adolescente permanece um maior período na escola, encontrando-se financeiramente dependente dos pais, acarretando uma inserção mais tardia no mercado de trabalho.
No Brasil, a adolescência começa a ser reconhecida como faixa etária possuidora de valores, comportamentos, atitudes e sentimentos por volta de 1950:

“Não foi muito antes dos anos cinqüenta que chegou ao Brasil a idéia de que a juventude (adolescência) constitui faixa etária determinada, com comportamentos, hábitos, sentimentos e problemas específicos, distintos dos problemas, hábitos, sentimentos e comportamento de criança e de adulto”. (Lajolo, 1993, p. 27)

A Literatura Juvenil encarrega-se de lançar obras que tenham como personagens principais meninos e/ou meninas adolescentes que protagonizam diversas aventuras repletas de problemas, vivências e dificuldades próprias dessa fase, possibilitando aos leitores solucionarem seus conflitos internos, ou seja, eles têm a oportunidade de vivenciar seus problemas psicológicos de modo simbólico.
As personagens vivem conflitos e situações psiquicamente desestabilizadoras, muito semelhantes com as quais passam os leitores, o que resulta numa relação simbólica entre a ficção e a realidade, provocando a identificação do adolescente com o que foi lido, ou seja, os processos internos são externalizados e tornam-se compreensíveis enquanto representados pelas personagens.
O termo identificação utilizado é referente a Psicanálise, e de acordo com Laplanche e Pontalis “é o processo psicológico pelo qual um sujeito assimila um aspecto, uma propriedade, um atributo de outro e se transforma, total ou parcialmente, segundo o modelo desse outro”. (2001, p. 226)
Os livros remetem os jovens a situações fantásticas, com conteúdos latentes que se tornam importantes pelo significado simbólico que assumem e encontram neles maneiras do leitor dominar seus processos mentais internos e utilizá-los para compreender e solucionar situações reais em um nível psicológico.
Quando Harry Potter e Artemis Fowl sofrem suas dúvidas, brigam com os mais velhos, desobedecem as regras vigentes, conversam com seus amigos e compartilham com eles suas aventuras e desventuras, são os leitores que vivem psiquicamente estas dificuldades e estabelecem vínculos - que segundo Pichon-Riviere “... é uma relação particular com o objeto que estabelece uma conduta mais ou menos fixa com este formando uma pauta de conduta que tende a se repetir automaticamente” (1982, p.37) - que sanam ou pelo menos amenizam o caos psíquico provocado pelas mudanças que ocorrem com os adolescentes.
É extremamente importante o processo de identificação e vínculo descrito acima. Primeiramente, porque os adolescentes buscam formar sua “identidade adulta” e procuram novos modelos para identificar, redefinir e redimensionar sua personalidade enquanto pessoa e encontram nesses personagens tipos modernos e ativos para orientar e influenciar suas escolhas.
Como o processo pelo qual adolescente passa para vir a ser um “eu” completo, causa diversos conflitos internos e mudanças de comportamento que o faz sentir-se diferente, é nesse momento de procura que a leitura das obras de Harry Potter e Artemis Fowl que ele consegue “na procura de si mesmo, sofrendo com sua inferioridade momentânea, desejando ser adulto e, de maneira mais geral, ser outro, não importa como e por que meio, projeta-se com prazer sobre o herói diferente” o herói adolescente como ele.
Sentem-se menos culpados ao notar que os adolescentes dos livros em alguns momentos, assim como eles próprios, sentem raiva dos amigos, ódio dos pais e às vezes, até desejam sua morte. Amenizam a dor através da relação estabelecida entre os conteúdos internos presentes nas obras literárias possibilitando a compreensão e solução dos conflitos internos, e sugerindo que estes conflitos podem ser solucionados e qual o caminho a ser seguido na direção de uma humanidade melhor.
Os livros mais vendidos começam no ser emocional e psicológico permitindo que a juventude sinta-se tranqüila ao lê-los, uma vez que, fala para ela superando os conflitos que ela sente; o próprio Bettelheim afirma que as obras “Falam de suas pressões internas graves de um modo que ela inconscientemente compreende e – sem menosprezar as lutas interiores mais sérias que o crescimento pressupõe – oferecem exemplos tanto de soluções temporárias quanto permanente para dificuldades prementes.” (p. 14, 2000)
Ressalto a importância da Literatura Juvenil na formação afetiva dos leitores jovens. É terapêutica, pois possibilita ao indivíduo encontrar sua própria solução, fazendo uso da contemplação do enredo e das implicações acerca dos conflitos internos nessa fase tão contraditória de sua vida.

• LUTO PELOS PAIS

“__ O que estão dizendo – continuou ela – é que a noite passada Voldemort apareceu em Godric’s Hollow. Foi procurar os Potter. O boato é que Lílian e Tiago Potter estão... estão... que estão... mortos.
Dumbledore fez que sim com a cabeça. A Profa. Minerva perdeu o fôlego.”
Harry Potter e a Pedra Filosofal, p. 16, 2000.

“Artemis se aventurou para dentro. Uma cama antiga, com quatro pilares, lançava espirais sombrias na escuridão, e uma pálida tira de luz espiava através da fresta entre as cortinas de veludo. Angeline Fowl estava sentada na cama, encurvada, com os membros pálidos luzindo brancos no quarto.
__ Artemis, querido, onde você esteve?
Artemis suspirou. Ela o reconheceu. Isso era bom sinal.
__ Num passeio da escola, mamãe. Fomos esquiar na Áustria.
__ Ah, esquiar – cantarolou Angeline. – Como sinto falta disso! Talvez quando seu pai voltar...
Artemis sentiu um nó na garganta. Muito pouco característico.
__ É talvez quando papai voltar.”
Artemis Fowl, o menino prodígio do crime, p.14, 2003.

Nesses livros, as aventuras ocorrem porque as personagens perdem os pais por desaparecimento ou por morte. Nos livros de J. K. Rowling, da série Harry Potter, o jovem protagonista é órfão e isso implica diretamente em todas as tramas vividas por ele durante suas aventuras na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Nos livros Eoin Colfer, da série Artemis Fowl, do menino prodígio do crime, suas aventuras se iniciam quando ele tem que cuidar de sua mãe e dos negócios da família porque seu pai está desaparecido e a mãe está deprimida por causa da suposta morte do pai e não consegue cuidar de si mesma e do pequeno gênio.
O fato das aventuras das personagens dos livros juvenis iniciarem após a morte ou desaparecimento dos pais não é coincidência, nem mero acaso. O que está ocorrendo é uma forma de estabelecer com o leitor uma relação de identificação, pois internamente o adolescente também perdeu os pais da infância e sua relação com os ‘pais atuais’ lhe afligem.
O processo de amadurecimento do adolescente se caracteriza pela busca de um modelo de identificação que lhe ajude a construir sua “identidade adulta”. Na infância esses modelos são ocupados pelos pais detentores das verdades, das regras, do amor e desejo da criança. Durante o processo evolutivo, os modelos da fase anterior se desestruturam resultando no ‘assassinato inconsciente’ dos pais da infância e no sentimento de luto por eles.
O adolescente está reestruturando sua personalidade e, por causa disso começa a questionar, agredir e desprezar os valores e regras dos pais para se auto-afirmar. Carrega consigo sentimento de culpa por não mais concordar com os pais como o fazia quando criança, acarretando aflição intensa, pois apesar das confusões e brigas, continua amando-os e somente os agride, porque conforme afirma Levisky “...é dessa forma que exteriorizam o assassinato inconsciente dos pais da infância que carregam em si”. (p. 54)
Ao brigarem, agredirem, reivindicarem e se rebelarem contra tudo e contra todos, os adolescentes estão exteriorizando a dor pelo luto da morte dos pais da infância que estão destruindo e dos pais externos que eles atacam e não se identificam mais, ou seja, faz parte de um processo psíquico interno.
Se os progenitores das personagens dos livros não ajudam os filhos a realizar suas proezas e não interferem nas decisões dos filhos por estarem ‘mortos’, internamente o leitor sentirá que poderá solucionar seus problemas sem o auxílio dos pais. Isto proporcionará sensação de alívio psíquico e permitirá uma elaboração e aceitação das diferenças entre eles e os pais de forma inconsciente e não acarretará perturbações de natureza interna.
Este fenômeno de agressão aos modelos antigos e busca por novos modelos de identificação também voltará contra a própria sociedade, ou seja, o adolescente irá questionar os valores sociais, econômicos e estruturais que a sociedade propõe.

• GRUPO DE AMIGOS

“Rony mergulhou, Hermione disparou para o alto, a chave desviou-se dos dois e Harry partiu atrás dela; a chave correu para a parede, Harry se curvou para a frente e, com uma pancada feia, prendeu-a contra a pedra com a mão. Os vivas de Rony e Hermione ecoaram pela câmara.”
Harry Potter e a Pedra Filosofal, p. 240.

Os adolescentes estão à procura de modelos que os ajudem a construir uma “identidade adulta” própria, livre e ativa. Durante essa procura por um grupo ou pessoa identificatória, o adolescente busca pessoas com os mesmos conflitos e em situação semelhante que a sua, ou seja, ele se aproxima de outros jovens que, assim como ele, estão à procura de algo ou de alguém para se identificar.
No grupo, todos são parecidos, possuem coisas em comum tais como, o próprio fato de estarem em busca de si mesmos. Procuram reunir-se em grupos de jovens com interesses culturais, sociais e até religiosos semelhantes, cujos integrantes, são parecidos uns com os outros, sendo assim, se torna reconfortante para todos estarem juntos. Segundo Levisky, na pág. 55 “O grupo, nessas circunstâncias, funciona como protetor e reassegurador ante as suas angústias e temores”, ou seja, o grupo neste momento, torna-se um local “mágico” e ilhado que recebe os anseios, temores e angústias individuais e coletivas semelhantes de cada um.
No grupo, o jovem pode dar vazão aos seus impulsos de morte e vida mais bem guardados, pode expor-se intelectualmente e socialmente, pois será entendido e aceito por todos. Também poderá externalizar seus anseios mais profundos e compara-los com o que pensam os demais adolescentes que servem de parâmetro para suas idéias e conflitos.
Harry Potter possui amigos que lhe compreendem, ajudam e vivem situações perigosas e de companheirismo: Rony Wesley, Hermione Granger e outros irmãos Wesley convivem com Potter e o auxiliam a desenvolver-se enquanto “ego”. Assim também como Ártemis Fowl e muitos outros personagens de livros para adolescentes.
Por isso, pode-se entender que o grupo de amigos que auxilia as personagens a realizar suas peripécias e aventuras é, na realidade, um modelo de identificação a ser seguido.
O grupo de amigos para um adolescente é importantíssimo, pois, compartilha com eles seus ideais, suas contradições, suas inseguranças e seus conflitos. Busca-se enquanto um ‘eu’ individual e autêntico e comparando-se com os outros ‘eus’ do grupo, se constrói e reconstrói, definindo-se enquanto ser.
Os leitores sentem que os seus heróis podem vencer seus temores psíquicos. Que são adolescentes tão comuns quanto eles, mas que se descobrem corajosos ao buscar realizar seus desejos com o auxílio de amigos de sua própria idade ou não, cujos interesses e conflitos estão muito próximos dos seus. Esses livros afirmam para o adolescente que “uma luta contra dificuldades graves na vida é inevitável, é parte intrínseca da existência humana – mas que se a pessoa não se intimida mas se defronta de modo firme com as opressões inesperadas e muitas vezes injustas, ela dominará todos os obstáculos e, ao fim, emergirá vitoriosa.” Bettelheim, p. 14, 200.
O conteúdo latente implícito nas páginas dos livros garante aos adolescentes que o grupo do qual faz parte não traíra sua confiança e que não está sozinho para viver suas próprias sagas, além, de auxilia-lo na construção do seu “interior” de forma mais ajustada e possível.

• O UNIVERSO MÁGICO

E o que seria o fantástico na literatura? Ou mais, o que seria da literatura sem o fantástico?

“Mas Hagrid dispensou-o com um abano de mão e disse:
__ Do nosso mundo, quero dizer. Seu mundo. Meu mundo. O mundo dos seus pais.
__ Que mundo?
Hagrid parecia prestes a explodir.
__ Dursley! – urrou ele.”
Harry Potter e a Pedra Filosofal, p.48


“Talvez Artemis fosse a única pessoa viva que poderia tirar plena vantagem de sua recente requisição. Ainda mantinha uma crença infantil na magia temperada por uma determinação adulta para explorá-la . Se houvesse alguém capaz de conseguir um pouco de ouro mágico das fadas, era Artemis Fowl II.”
Artemis Fowl, o menino prodígio do Crime, p. 28, 2003


Outra característica das obras de Rolling e Colfer é o fato das duas narrativas se desenvolverem em mundos fictícios, mundos fantásticos.
Freud quando elabora a Psicanálise, ele rompe com o conceito de verdade pura, pois demonstra que toda a forma de verdade, contém em seu interior o desejo do indivíduo. Ora, tudo que observamos, experimentamos, enxergamos e aprendemos é permeado por nossos desejos mais íntimos.
Desta forma, os mundos fantásticos das obras literárias, se constituem através das projeções que fazemos de nossas fantasias, permitindo que pelo menos de forma inconsciente consigamos realizar nossos anseios.
O fantástico nos permite que façamos de nossos desejos, situações possíveis de serem lidadas pois, as mesmas não são reais.
Diz Radino que “A fantasia é nosso combustível interno. Desde o nascimento, para que possamos sobreviver psiquicamente, criamos fantasias, tão necessárias para dominar nossas angústias e realizar nossos desejos. Torna-se possível a nomeação, a projeção, a externalização de nossos medos.” (p. 116, 2003).
Somente através da realidade a maioria dos adolescentes não conseguiria lidar com o desejo de morte dos pais, não saberia lidar com suas pulsões de morte, não lidaria com a frustração de não ser tão popular quanto deseja, e que podem amenizar essas dores ao observar que Harry Potter, apesar de ser apenas um garoto franzino e nem tão especial no inicio da trama do livro “ A Pedra Filosofal” consegue ir tornando-se alguém importante ao ir descobrindo-se como pessoa e realizando seus desejos.
Ártemis traz em seu interior, características tão humanas como seu eterno mau humor, seu pouco jeito para ser simpático e além disso, seu desejo cada vez maior de acumular dinheiro e riquezas refletem de forma inerente mensagens simbólicas e significados manifestos e latentes, atingindo todos os níveis da personalidade humana, até os sentimentos mais humanos, são expostos para que o leitor possa identifica-los e enxerga-se como é, sem sentir-se magoado ou culpado.
A ficção permite que desviemos nosso olhar para o desejo do outro e ao mesmo tempo olhemos para nós de forma menos cruel e mais bem humorada.
A fantasia traz em seu interior a realização dos desejos humanos mais antigos e diversos pois, através dela conquistamos o espaço, os mares, vencemos as diversidades de forma inteligente e difícil o que nos garante que as dificuldades que vivemos serão superadas como na obra literária cuja experiência nos alivia e ajuda a superar os problemas.
A obra fantástica nasce de uma pessoa que utiliza suas experiências de vida para construir uma nova realidade psíquica tendo como fonte situações cotidianas banais, íntimas, pitorescas o que garante que possamos inconscientemente nos identificar e transferir nossos conteúdos inerentes ao que foi escrito.
A fantasia permite ao adolescente e ao leitor em geral “escapar de si mesmo pela ficção, de se colocar “na pele” de outra pessoa, de um animal...” (Held,1980, p. 43) algo que todos nós mesmos enquanto adultos fazemos ao ler, imagine então um adolescente que busca encontrar-se no mundo que vive, mundo este que ao mesmo tempo que oferece tantas situações diferentes para a realização do consumo, não oferece oportunidades de realização de desejos e de modelos para a construção do aparelho psíquico.
Ela desperta no adolescente seu psiquismo interior, possibilitando que este relacione a leitura fictícia realizada com todos os aspectos de sua personalidade ajudando-o a colocar em ordem o caos na sua vida.

BIBLIOGRAFIA

BETTELHEIM,BRUNO, A psicanálise dos Contos de Fadas. 14.ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.

J. LAPLANCHE, J. B. PONTALIS, Vocabulário de psicanálise. 4.ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Paulo: Editora Ática, 1993.

LEVISKY, David Leo. Adolescência: Reflexões Psicanalíticas. 2.ed. São Paulo: Editora Casa do Psicólogo, 1998.

PICHON-RIVIERI, Enrique. Teoria do Vinculo. 1ª Edição. São Paulo: Martins Fontes Editora, 1982.

ZILBERMAN, Regina. A Literatura Infantil na escola. 3.ed. São Paulo: Global Editora, 1983.

ZILBERMAN, Regina. Fim do livro, fim dos leitores? São Paulo: Editora SENAC, 2000.

 
Voltar