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RELAÇÕES
RACIAIS E EDUCAÇÃO: QUE CONCEITOS FUNDAMENTAM A SUA FORMAÇÃO?
Verônica Rodrigues Viana
“(...)
podemos considerar o movimento de libertação
como expressão política organizada de cultura do povo em
luta.
A direção desse movimento deve assim ter uma noção
clara do valor da cultura no âmbito da luta e conhecer
profundamente a cultura de seu povo (...)”
Amílcar Cabral.
Numa sociedade
que baseia suas relações na concepção capitalista,
onde prevalecem valores que privilegiam o individualismo, a disputa entre
os da mesma classe na busca de garantia da própria sobrevivência,
a possibilidade de ascender socialmente é a meta posta como referência
para cada pessoa sentir-se realizada pessoal e profissionalmente.
Verificamos que, como não poderia deixar de ser, essas idéias
e valores vão exercer influência dominante e hegemônica
sobre os diversos aspectos e campos da sociedade, ditando padrões
culturais, sociais, políticos, econômicos, filosóficos,
morais e estéticos, só para citar os principais e tentando
não cair mais ainda na fragmentação.
Entendendo a escola como uma instituição social que pode
se constituir em um espaço dialético, onde é possível
se produzirem novos conhecimentos a partir do estudo crítico dos
conhecimentos já produzidos e sistematizados historicamente, é
plausível de compreensão as ações que o movimento
negro manteve e mantém para ocupar este espaço privilegiado
de interlocução social. Esta é uma trincheira que
tem se mostrado como espaço estratégico na luta dos movimentos
sociais para construção de um pensamento contra hegemônico.
Mesmo assim, não podemos negar que nesta instituição
ainda prevalecem modelos e padrões que refletem concepções
ideológicas subordinadas aos interesses da classe dominante que,
no caso brasileiro, tem como características fenótipica
e cultural a pela branca e a origem colonizadora européia. Conforme
afirma SAVIANI (2003):
“Como aparelho ideológico, a escola cumpre duas funções
básicas: contribui para a formação da força
de trabalho e para a inculcação da ideologia burguesa (...)
Mais do que isso: todas as práticas escolares, ainda que contenham
elementos que implicam um saber objetivo (e não poderia deixar
de conter, já que sem isso a escola não contribuiria para
a reprodução das relações de produção),
são práticas de inculcação ideológica
(...) Consequentemente, a função precípua da escola
é a inculcação da ideologia burguesa. Isto é
feito de duas formas concomitantes: em primeiro lugar, a inculcação
explícita da ideologia burguesa; em segundo lugar, o recalcamento,
a sujeição e o disfarce da ideologia proletária”
(p. 27).
Essa opção
ideológica tem gerado a invizibilização dentro da
escola da real formação social brasileira, onde, apesar
deste processo de ideologia de embranquecimento, vem crescendo o percentual
de pessoas que se identificam como “não brancas”. Tem
se ampliando o número de pessoas que se identificam como negros,
pardos, indígenas e amarelos.
Diversas pesquisas têm sido elaboradas, buscando estudar como esta
invizibilização racial interfere no processo de aprendizagem
dos nossos alunos negros. Só para ficar no dado empírico
estatístico, vale citar os percentuais de aprovação
apontados pelas pesquisas oficiais, as quais mostram discrepâncias
entre a quantidade de negros e brancos aprovados nos bancos escolares,
colocando o negro em desvantagem frente ao branco.
O reconhecimento da escola enquanto um espaço mais do que reprodutor
da ordem racista e preconceituosa, mas também como um espaço
que possibilita aos negros e brancos terem acesso a informações
que podem contribuir em suas lutas por transformações sociais,
faz com que o movimento negro venha há décadas apostando
nesta via como uma das suas frentes de lutas mais importantes, pressionando
por mudanças no modelo pedagógico escolar, questionando
desde os seus conteúdos até a sua organização
didática, passando por seus métodos e modelos de gestão.
Essa luta gerou seus frutos, e nos últimos 15 (quinze) anos temos
percebido diversos avanços dessa discussão no campo educacional.
Cabe aqui destacar das vitórias alcançadas aquelas que interferiram
diretamente no campo da produção do material didático
e da formação dos professores. Pois, as comissões
de avaliação dos livros didáticos, as leis de inclusão
da história da África e dos afro-descendentes nos diferentes
níveis de ensino e as diversas pesquisas produzidas nas Universidades,
trouxeram uma nova demanda ao trabalho dos professores e dos outros profissionais
da educação: a busca por uma maior capacitação
para o trato das questões raciais e étnicas nas escolas.
Essas políticas têm reflexo direto sobre o trabalho desenvolvido
pelas escolas, principalmente as escolas públicas as quais são
muito mais suscetíveis à ação tanto dos movimentos
sociais como das políticas governamentais. Nosso trabalho pretende
fazer uma breve apresentação sobre os reflexos que temos
sentido nas escolas públicas da cidade de Campinas, observado através
do trabalho realizado pelo projeto “Memória e Identidade:
promovendo a igualdade na diversidade - MIPID”.
Este Projeto é fruto de um trabalho iniciado pela Secretaria Municipal
de Educação de Campinas - SME no ano de 2001 quando, acreditando
que a discussão sobre relações raciais e étnicas
se incluía nas ações relacionadas à diretriz
política de inclusão radical, a SME estabeleceu um Grupo
de Trabalho para coordenar as políticas desta Secretaria para o
trato das questões de raça e etnia na rede municipal de
educação. Publicado no Diário Oficial de 12 a 14
de fevereiro de 2003. O grupo era composto por Lucinéia Crespin
(Assessora do Departamento Pedagógico), Verônica Rodrigues
(Assessora no Gabinete da Secretária), Rita de Cássia Bento
(professora da rede/FUMEC) e José Galdino Pereira (professor da
rede).
Essa proposta surgiu dentro do governo “Democrático e Popular”
(gestão 2001-2004), que tinha como projeto educacional a “Escola
Viva”, sendo seus principais eixos a singularidade, a participação
dinâmica e a inclusão radical, seu objetivo era articular
o movimento cotidiano das escolas às lutas e aos movimentos que
visam superar as desigualdades de gênero, classe, geração,
raça e etnia, dentro e fora da escola, de forma a colocar a educação
a serviço de formar cidadãos e cidadãs capazes de
construir um mundo melhor para todos .
Este grupo tinha como função a inclusão do tema relações
étnicas e raciais nos projetos pedagógicos e nas práticas
escolares, questionar através do resgate histórico da rede
a não apropriação da diversidade racial/étnica
nos espaços educacionais e através desse resgate construir
um pensamento crítico que confronte com a manutenção
das condições subjetivas de sobrevivência de todas
as formas de preconceito, discriminação e exclusão
do outro, este trabalho ampliou-se envolvendo mais outros 24 profissionais
da rede interessados em discutir o tema. Como resultado desse trabalho
conseguiu produzir:
1) Projeto “Grupo de Divulgação, Formação
e Pesquisa sobre a Doença Anemia Falciforme da SME/FUMEC do Município
de Campinas”.
2) Grupo de Trabalho “Memória e Identidade: Resgatando a
Cultura Negra na SME/FUMEC”.
3) Curso de “História e Cultura Afro-Brasileira” Realização
de parceria com o Centro de Estudos Afro Brasileiro – Universidade
Candido Mendes – RJ.
4) Aquisição de Livros para subsidiar os trabalhos pedagógicos
(antropologia, biografia, educação, filosofia, geografia,
história, saúde, teoria literária, religiosidade
e música à literatura infantil e literatura infanto-juvenil).
5) Projeto “Memórias, Vivências e Histórias
Negras”.
6) Projeto “Cantando a nossa História” Ilcéi
Mirian.
7) “Oficina de SENSIBILIZAÇÃO E FABRICAÇÃO
DE BONECAS ÉTNICAS para os profissionais da Rede Municipal de Educação”.
8) Oficina Afro-Literatura Brasileira.
9) Curso “Educar para a Igualdade Racial”.
10) Grupo de Trabalho “Educar para a Igualdade Racial/Étnica”
11) Construção do Programa: “Memória e Identidade:
Promoção da Igualdade na Diversidade”.
Não
pretendemos aqui entrar nas minúcias de cada uma destas ações,
o que seria muito prazeroso, porém pouco produtivo para o nosso
objetivo. Dessa forma, passaremos a olhar como este trabalho tem se refletido
nos Projetos Pedagógicos, mesmo sabendo que este documento tem
seus limites no que se refere ao registro dos processos das escolas, mas
é o documento em que, se pretende, devem refletir-se os princípios
e objetivos maiores da comunidade escolar. E é dele que retiramos
os conceitos ou eixos de trabalho sob os quais se pretende abordar as
questões de etnia e relações raciais na escola.
Dois principais conceitos têm estado mais presentes nos Projetos
Pedagógicos, o primeiro deles é o de “Inclusão”,
abordado de forma superficial, não especifica que tipo de inclusão
quer realizar ou quem pretende incluir, sob sua égide ficam submersos
temas que vão desde alunos adolescentes infratores até os
portadores de necessidades especiais. Este conceito tem sido usado de
forma a corroborar com a visão sistêmica, na qual a sociedade
está em ordem, cabendo à educação promover
a “inclusão” dos diferentes indivíduos em sua
ordem já estabelecida. Ou seja, uma proposta que contribui mais
para encobrir os conflitos do que para discuti-los.
O outro eixo de trabalho apontado como diretamente relacionado com a abordagem
da temática étnica ou racial nos projetos pedagógicos
é o da “Identidade”, porém, este também
tem sido usado de maneira a não explicitar que concepção
está subjacente ao trabalho a ser desenvolvido pelos profissionais
junto aos alunos e à comunidade escolar. Em nossas atividades de
formação com os professores temos problematizado o que eles
entendem por “contribuir para a construção da identidade
da criança e do adolescente”, nas respostas percebemos que
eles estão, ainda, distantes de compreender a dimensão desse
conceito e suas implicações para o trabalho pedagógico.
Um terceiro conceito aparece bastante nos Projetos das unidades educacionais,
a Diversidade Cultural. Relacionamos este conceito com as idéias
do Multiculturalismo, bastante presente hoje nos trabalhos relacionados
à educação, apontando a necessidade de formar nos
alunos valores de respeito às diversas culturas e a tolerância
com a diversidade étnica e religiosa.
Esses conceitos não podem ser estudados fora de uma análise
mais ampla da sociedade. Pois, partimos da concepção de
que os espaços educacionais são permeados por relações
cotidianas, envolvendo questões diversas de dominação
política e ideológica, as quais são invisibilizadas
e naturalizadas.
Em seu trabalho, a SME busca proporcionar uma reflexão problematizadora
sobre a diversidade racial presente nas unidades educacionais da SME e
produzir metodologias e materiais didáticos para abordagem do tema
da promoção da igualdade em ambiente escolar, propiciando
a adoção do tema como conteúdo permanente e regular
dos currículos e das atividades em sala de aula.
Como se pode ver, essa não é uma proposta de fundo revolucionário,
não pretende transformar a ordem social, pretende apenas resgatar
o princípio liberal da igualdade, ampliando o acesso aos direitos
àqueles que não o têm exercido de fato, mas tem ficado
meramente no espaço da formalidade. Ou seja, garantir para negros
e brancos a igualdade no acesso à educação.
Entendemos também que a construção da identidade
do indivíduo não se realiza fora das condições
sociais efetivas, onde acontecem as relações materiais de
produção e reprodução social. Essas relações
não são condicionantes abstraídas da realidade política
e social, nem tão pouco idealizadas subjetivamente. Essas condições
são forjadas diariamente em nossa sociedade, a partir das condições
efetivas da realidade e da atuação do sujeito sobre essa
realidade, numa ação de caráter dialético.
Assim, entendemos que a elaboração da identidade acontece
num contexto histórico, político e social, dessa forma,
não podemos deixar de considerá-lo em nosso trabalho educacional.
Não é, com isso, nossa pretensão descaracterizar
os avanços que esse trabalho tem promovido junto à rede
municipal de ensino, pois, cabe destacar que em todos os documentos produzidos
nos Congressos dos profissionais está reconhecida necessidade de
problematizar as práticas pedagógicas, conteúdos
de livros didáticos e posturas pedagógicas que reproduzam
a discriminação.
A própria justificativa do MIPID, aponta a “necessidade de
contribuir para a construção de novos sujeitos políticos
na escola, através do fomento das discussões e necessidades
levantadas pelos educadores. Propiciar ações para que a
escola compreenda a diversidade étnico-cultural em seu interior”
. Além disso, considera também ser necessário “produzir
materiais teóricos práticos visando subsidiar a formulação
dos PPP (projeto político pedagógico) nas U.E.s que inclua
em seus eixos norteadores o atendimento a diversidade existente no cotidiano
escolar” .
Essas políticas vêm de encontro a demandas apontadas pelos
movimentos sociais, pois, sabemos que as discussões referentes
às relações raciais na sociedade brasileira vêm
se desenvolvendo, de forma mais científica, desde o final do século
XIX. Contudo, a de se reconhecer que esse debate se amplificou na década
de 1970, no bojo do crescimento dos movimentos populares pela redemocratização
do país. E sob a orientação dos discursos pós-modernista
ganhou contornos teóricos globalizados, os quais apontam que o
fenômeno da globalização permite apreender uma maior
complexidade social e cultural, possibilitando novas análises,
mais abertas e abrangentes. Segundo CANDAU (2002), alguns autores têm
sublinhado a importância de se pensar como o processo de globalização
tem enfraquecido o sentimento de identidade nacional, que se traduz no
plano cultural pelo aparecimento de múltiplas identidades, afirmando
que: “A consciência de múltiplos pertencimentos (de
etnia, de gênero, de religião, de estilo de vida, etc.) se
acentuam na vida cotidiana dos povos, reforçada, sem dúvida,
pelos avanços tecnológicos e pela divulgação
dos meios de comunicação e de informação”
(p. 16).
Em primeiro lugar devemos registrar que a democracia nestes textos tem
sido considerada na acepção liberal da palavra, preservando
a competição como princípio e tratando o respeito
à diferença como uma questão de tolerância
e aceitação cultural. Em nenhum momento, se questiona a
desigualdade econômica como um atentado à democracia, como
a população da África sub-saariana pode de fato estabelecer
um regime de governo democrático, diante de tamanha miséria
causada por séculos de exploração?
A resposta é colocada pela UNESCO (DELORS, 2001), no tópico
“Aprender a ser”, onde as desigualdades estão transformadas
em diferenças e faz-se um apelo pela convivência pacífica,
pedindo por uma sociedade mais humana e menos injusta. Como sempre numa
generalidade, onde não se responsabiliza ninguém, mas onde
todos são culpados, em geral a sociedade, inclusive os miseráveis
que não fazem sua parte para mudar a sua situação.
Para contribuir com essa reflexão trazemos aqui o conceito de multiculturalismo
colocado por SISS (2002):
“De forma ainda que provisória, admito que o Multiculturalismo
constitui-se como uma característica fundamental e intrínseca
às sociedades que constituem como culturalmente estratificadas
e nas quais essa diversidade é percebida como um dos principais
elementos de tensão dos processos de construção da
identidade nacional. Nas sociedades assim estruturadas, os grupos sociais
‘excluídos dos centros de decisão por questões
econômicas e, sobretudo por questões culturais’ problematizam
e contestam de forma veemente a unidade nacional. É por isso que
o Multiculturalismo é geralmente concebido como problemático
por aquelas sociedades que, sendo culturalmente diversificadas representam-se
como monoculturais” (p. 138).
Nossa práxis nos leva a entender que o indivíduo se constitui
através das relações que estabelece com outros indivíduos
na sociedade, essa constituição coletiva parece querer ser
contemplada na proposta do “aprender a ser”. Contudo, essa
abordagem se recobre de um caráter individualista e de culpabilização
do indivíduo pelas intolerâncias e preconceitos.
Por outro lado, a educação não se faz sem que se
estabeleçam relações de interação,
que podem se basear em respeito, confiança, diálogo, solidariedade
ou podem ser de autoritarismo, obediência, disciplina e individualismo.
Não queremos dizer que a educação e o professor são
os únicos responsáveis pela formação da personalidade
do aluno. Contudo, sabemos ser a escola um espaço fundamental de
produção do conhecimento, que não se faz sem reflexão,
podendo esta ser crítica ou não.
Sabemos que o professor, em sua prática, na sala de aula ou fora
dela, difunde idéias políticas sobre a sociedade quando
expressa juízos de valor sobre justiça, liberdade, igualdade
etc.. Da mesma forma, ao demonstrar padrões de comportamento como
aceitáveis ou não, colabora para o controle social pela
assimilação desses padrões pelos alunos. Esses padrões
éticos podem ser de conformismo ou de mudança, de crítica
ou de aceitação. Dessa maneira, o professor exerce de fato
uma influência sobre a concepção política dos
seus alunos frente à sociedade.
Nesse sentido, temos procurado basear nossa discussão sobre a construção
da identidade dos sujeitos nos estudos do prof. Kabengele Munanga, o qual
a partir de discussões antropológicas afirma que:
“O ‘por quem’ e o ‘por que’ determinam largamente
o conteúdo simbólico da identidade cultural construída
e sua significação para os que se identificam com ela ou
se situam resolutamente fora dela. Tendo em vista que a construção
social da identidade se traduz sempre num contexto caracterizado pelas
relações de força, podemos distinguir três
forma de identidade de origens diferentes:
• A identidade legitimadora, elaborada pelas instituições
dominantes da sociedade, a fim de estender e racionalizar sua dominação
sobre os atores sociais.
• A identidade de resistência, produzida pelos atores sociais
que se encontram em posição ou condições desvalorizadas
ou estigmatizadas pela lógica dominante (...).
• A identidade-projeto: quando atores sociais, com base no material
cultual a sua disposição, constroem uma nova identidade
que redefine sua posição na sociedade e, consequentemente,
se propõem a transformar o conjunto da estrutura social (...)”
.
Segundo Kabengele, cada uma destas formas de construção
da identidade contribui para a implementação de um projeto
de sociedade diferente. Nesse sentido, podemos entender que se objetivamos
uma transformação das condições efetivas da
realidade, o caminho a seguir seria o da identidade-projeto, através
de propostas que levem os nossos profissionais a enxergarem seus alunos
e a si mesmos como atores sociais capazes de construir seu próprio
projeto de identidade política e social.
Portanto, é primordial buscar entender a dinâmica humanizadora
da formação educativa, em seus diversos aspectos, sem perder
de vista os determinantes estruturais, políticos e ideológicos,
como também as relações estabelecidas no processo
educacional de maneira mais direta. Para sobrepujar a condição
de classe subalterna, é preciso promover uma reforma moral e intelectual.
Uma escola assim, se faz desde a infância, desmistificando a realidade,
questionando a ideologia dominante que está disseminada.
Os professores não estão na sociedade apenas como reprodutores,
mas sim, como um elemento que, ao mesmo tempo, constitui e é constituído
no processo de produção do conhecimento. Elaborar um pensamento
histórico-social implica entender o movimento contraditório
presente nas relações sociais e compreender que estamos
num jogo conflitivo de interesses sociais e de classes, que condiciona
as diversas decisões na sociedade e que incide contraditoriamente
sobre todas dimensões sociais, principalmente na educação.
BIBLIOGRAFIA
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Resolução 14/2003. Diário Oficial do Município,
Campinas – 28 de outubro de 2003.
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D’ADESKY, Jacques. Pluralismo étnico e multiculturalismo:
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DELORS, J. (org.). Educação: um tesouro a descobrir. 6ª
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GERALDI, C. M. G., RIOLFI, C. R., GARCIA, M. F. (orgs.). Escola viva:
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