A professora Ana Cristina
Salviato, de Língua Portuguesa, participou do 3º Seminário Nacional
- O Professor e a Leitura do Jornal
Ana Cristina definiu o evento como uma forma de aprendizado e
atualização em Comunicação, de modo geral. O evento ocorreu em
Campinas, no Ginásio de Múltiplo Uso da UNICAMP (Universidade
Estadual de Campinas) e foi promovido através de parceria entre
aquela universidade, Rede Anhanguera de Comunicação (Correio Escola)
e ACORDE (Cooperativa Educacional de Campinas). A periodicidade é
bi-anual, que tem o objetivo de discutir o papel do jornal impresso
na formação de professores e, conseqüentemente, seu uso na escola.
Ana Cristina fala sobre o Seminário e a dinâmica de três dias de
estudo (de 18 a 20 de julho passado).
Promovendo a leitura
“Os participantes do seminário entendem que o acesso a jornais, com
o usufruto de seus conteúdos, é um componente imprescindível nos
processos de formação básica e continuada de todos os professores.
No Brasil, são muitos os desafios rumo à consolidação de uma
sociedade leitora. Tendo em vista que o ensino e o conhecimento são
impulsionados por processos de leitura e escrita, cabe ao professor,
no exercício de suas responsabilidades, ter intimidade com todos os
veículos que se utilizam da escrita como meio de circulação de
idéias em sociedade. Daí a importância do jornal na vida do
professor e no universo da escola”, escreveu a professora.
Conferencistas ilustres
Os conferencistas eram professores das áreas de Educação, Letras e
Jornalismo. Dentre eles, destacaram-se os jornalistas e também
professores Dirceu Fernandes Lopes, que trabalhou em grandes jornais
de São Paulo e hoje leciona nos cursos de Comunicação da USP e
Nilson Lage, que há 40 anos é jornalista e pesquisador da linguagem
jornalística na Universidade Federal de Santa Catarina.
Aliás, várias obras de Nilson Lage fazem parte do acervo da
biblioteca do UNIFAE e integram a bibliografia utilizada na grade
curricular do curso de Jornalismo.
Comunicar com responsabilidade
O professor Dirceu Fernandes enfatizou que com a utilização do
jornal na escola, aumenta a responsabilidade dos jornalistas que,
indiretamente, atuam na educação de crianças e jovens no país. Ele
criticou a “editorialização” das notícias e a falta de
responsabilidade com que muitas revistas têm divulgado suas opiniões
como verdades absolutas, não deixando ao leitor o espaço para
reflexão. “Quem lê Folha, deve ler também o Estadão; quem lê Veja,
precisa ler também Época”, afirmava o jornalista. Segundo ele, o
professor deve manejar e conhecer muito bem o material que levará
para a sala de aula.
O jornalista deve ler
Nilson Lage apresentou um panorama dos diversos tipos de texto
jornalístico, mas o ápice de sua conferência foi quando, com muita
emoção, enfatizou a necessidade do jornalista “duvidar mais” das
fontes, “ler” os fatos.
Segundo ele, tanto o professor quanto o jornalista têm as condições
mais favoráveis para a construção de uma sociedade leitora e mais
crítica: “eles têm a palavra como ferramenta de trabalho”.
Além das conferências, foram apresentadas mais de 40 pesquisas que
envolvem o uso do jornal na escola. Muitas delas já resultaram em
teses de doutorado. “Para nós, do curso de Jornalismo do UNIFAE,
fica a responsabilidade de se promover a idéia de uma linha
editorial digna de participar do processo de Educação de crianças e
jovens brasileiros. Além disso, quando o jornal passar a fazer parte
da vida desses alunos-leitores, criaremos adultos-leitores e,
conseqüentemente, o futuro do jornalismo impresso estará garantido”,
comentou Ana Cristina, com base nesse novo conteúdo.
Agência Experimental de Jornalismo
Projeto de Extensão em Assessoria de Imprensa
Fátima Ribeiro -Professora Orientadora |