MATÉRIAS PRODUZIDAS POR LÍGIA MORELI 
JORNAL CORREIO POPULAR, CAMPINAS- SP

   DIA 08/07  

Lígia Moreli
Da Agência Anhangüera
Ligia.moreli@rac.com.br

"O Jornal na Educação: dos entretantos aos finalmentes!" é o tema do 3º Seminário Nacional "O Professor e a Leitura do Jornal" , evento que acontece nos dias 18, 19 e 20 de julho no Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Realizado pela Rede Anhangüera de Comunicação (RAC), Correio Escola, Acorde Cooperativa Educacional e Unicamp, o seminário contará com conferências e debates voltados à discussão de parâmetros para orientar e sistematizar o uso do jornal na educação brasileira. Dentre os participantes das conferências estão o professor Nilson Lemos Lage, da Universidade Federal de Santa Catarina, e Carmem Lozza, representante da Associação Nacional de Jornais (ANJ).

Lage deverá apresentar um pouco do trabalho que desenvolve sobre texto jornalístico nas diversas mídias. O tema de sua conferência será "Funções do Jornal na Formação de Leitores no Brasil" . Para ele, o importante ao se fazer uma leitura de jornal é entender que ele está inserido em um sistema complexo de informação. "O que sai da fonte já sai com uma versão embutida. O jornal acaba absorvendo toda a culpa do sistema, mas é preciso distingüir o que é opinião do que é interpretação e informação" , comentou. Lage acredita que o discurso que passa pelo jornal é o mesmo que passa pela escola e que é necessário entender os aspectos técnicos da mídia e sua organização.

Representante da ANJ, Carmem Lozza será uma das participantes do debate "É de verde que se torce o pepino? Quesitos e Caminhos para a conquista do hábito a leitura de jornais" , juntamente com Carmem Sanches Sampaio, da Universidade do Rio de Janeiro e Marisa Del Cioppo Elias, da Pontifícia Universidade Católia (PUC- SP). Para ela, o seminário é importante porque pode contribuir para discutir formas de se reduzir os baixos índices de leituras entre os brasileiros. "Podemos debater como a presença de jornais nas escolas pode ajudar a formar leitores-cidadãos que venham a aperfeiçoar o funcionamento da sociedade" , disse. Carmem defende que não é a simples presença do jornal em sala de aula que a modifica, mas sim a forma como os professores que trabalham com o jornal encaram a educação e o próprio jornal. "Se o jornal entrar na sala de aula como algo pronto e acabado pouco mudaremos as práticas de leituras e aprendizagem. É preciso que os programas de jornal e educação estimulem, além do uso do jornal como recurso didático, o conhecimento do próprio veículo, orientando um olhar mais aguçado sobre a imprensa" , comentou.

Além de Nilson Lage e Carmem Lozza, estão entre os participantes do Seminário Roxana Morduchowicz, da Universidade de Buenos Aires, e o ex-secretário de Estado da Educação de São Paulo, Gabriel Chalita.

As inscrições para o seminário continuarão abertas até o dia do evento e a taxa é de R$ 100,00. Os interessados devem procurar a Acorde, à Rua Sete de Setembro, 189, Vila Industrial, pelos telefones (19) 37728066 e 37728098 ou pelo mail acorde@rac.com.br

Programa

18 de julho (terça-feira)

"Sociedade Midiática - imprensa, linguagem e formação do sujeiro. Formação do leitor através dos jornais"

9h - Conferência de Abertura - "A Formação de Leitores na Sociedade Midiática"

Maria Aparecida Baccega - ESPM e ECA/USP

11h - Debate - "Televisão/Cinema ou Livro/Jornal - de que maneira formar o leitor brasileiro?"

Expositores-debatedores: Dirceu Fernandes Lopes - Universidade Católica de Santos

Cristina Bruzzo - FE/Unicamp

14h - Conferência - "Funções do Jornal na Formação de Leitores no Brasil"

Nilson Lemos Lage - Universidade Federal de Santa Catarina

15h30 - Sessões de Comunicação

17h - Interação com painéis inscritos e Feira Cultural

18h - Espetáculo Artístico - Sapateado - Cristiane Mattalo

19 de julho (quarta-feira)

"Leitura e leitores de jornal - caracterização, costumes e exigências sociais. Fundamentos pedagógicos para projetos e programas"

9h - Conferência - "Fundamentos para a organização de programas de leitura de jornais nas escolas" - Roxana Moruchowicz - Universidade de Buenos Aires

11h - Debate - "Como formar professores que promovam o hábito da leitura de jornais?" - Expositores-debatedores - Amarildo B. Carnicel - CMU/Unicamp e PUC-Campinas e Ezequiel Theodoro da Silva - FE/Unicamp

14h - Conferência "Por que, afinal, a leitura de jornais na escola?" - Juvenal Zanchetta Jr. - Unesp - Assis

15h30 - Sessões de Comunicação

17h - Interação com painéis inscritos e Feira Cultural

18h - Espetáculo Artístico - Grupo A La Jazz

20 de julho (quinta-feira)

"Os jornais na formação básica e continuada dos professores. O magistério enquanto uma instituição formadora de opinião: limites e possibilidades. As Funções do Estado quanto ao acesso a jornais pelos professores"

9h - Conferência "O que jornal faz ou poderia fazer nas práticas de formação continuada dos professores" - Marcel José Cheida - PUC- Campinas

10h30 - Debate - "É de verde que se torce o pepino? Quesitos e caminhos para a conquista do hábito da leitura de jornais" - Expositores-debatedores - Carmem Sanches Sampaio - Universidade do Rio de Janeiro, Marisa Del Cioppo Elias - PUC/SP e Carmem Lozza - ANJ

12h - Sarau Artístico - Ateliê Trio

14h - Conferência de Encerramento - "Da necessidade do jornal na vida dos professores - perspectivas" - Gabriel Chalita - Ex-secretário de Estado da Educação de São Paulo.

15h - Sessão de encerramento - Avaliações, Elaboração e aprovação de moções

15h30 - Espetáculo de encerramento - Quarteto de Choro

16h - Entrega dos certificados de participação

    DIA 16/07  

Lígia Moreli
Da Agência Anhangüera
Ligia.moreli@rac.com.br

Com uma programação repleta de nomes considerados referência na educação e na comunicação e recheada de atividades artísticas e culturais, começa na próxima terça-feira, o 3º Seminário Nacional O Professor e a Leitura do Jornal, com o tema "O Jornal na Educação: Dos Entretantos aos Finalmentes!. Organizado pela Rede Anhangüera de Comunicação (RAC), Correio Escola, Acorde Cooperativa Educacional e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o evento acontece até o dia 20 no Centro de Convenções da Universidade, e deverá discutir parâmetros para orientar e sistematizar o uso do jornal na educação.

Dentre os participantes dos debates e conferências estão o professor Nilson Lemos Lage, da Universidade Federal de Santa Catarina, Roxana Morduchowicz, da Universidade de Buenos Aires e Carmem Lozza, da Associação Nacional de Jornais.

Segundo Hilário Fracalanza, da Acorde Cooperativa Educacional, o 1º Seminário Nacional foi realizado em 20002 e nos últimos quatro anos foram traçadas algumas propostas básicas, entre elas a própria realização do 3º Seminário. Além disso, ficou acertado o apoio da Acorde ao Curso para Coordenadores de Relacionamento Jornal-Educação, que será realizado paralelamente ao Seminário, com promoção da ANJ e Faculdade de Educação da Unicamp, e a celebração, em um futuro próximo, de um convênio de cooperação entre a ANJ e a Unicamp. Ainda segundo Fracalanza, há proposta para um projeto de pesquisa, coordenado pelo professor Juvenal Zanchetta Júnior, visando o diagnóstico abrangente sobre o trabalho escolar com textos noticiosos impressos por parte de professores da rede pública estadual de São Paulo.

O representante da Acorde explica que os "entretantos" do tema do Seminário, referem-se às ações já desenvolvidas nos outras edições e o reconhecimento da existência de esforços que já têm sido desenvolvidos por empresas jornalísticas, como por exemplo a RAC, através do Correio Escola. Já os "finalmentes" referem-se à proposta de uma discussão mais ampla sobre Jornal e Educação.

As inscrições para o Seminário permanecem abertas até o dia do evento e custam R$ 100,00. Mais informações podem ser obtidas na Acorde Cooperativa Educacional, pelos telefones (19) 3772-8066 ou 3772-8098.

Além de assistir a conferências e participar de debates, os participantes do Seminário poderão conferir uma programação cultural e artística que inclui espetáculos de dança e música, feira de livros, feira de quitutes e exposições. Uma delas será a de Fotojornalismo, com imagens dos fotógrafos da RAC realizadas durante cobertura em Campinas e região. A outra apresenta charges do premiado Dálcio Machado, que publica diariamente seus trabalhos no jornal Correio Popular.

Na área de dança a atração serão os bailarinos do Stúdio de Dança Christiane Matallo, a maioria alunos do projeto Correio Escola. A academia apresenta no dia 18, às 18h, as coreografias "Água Mole, Pedra Dura" , de Christiane Matallo e Cinthia Villas Boas (ex-aluna do projeto Correio Escola) "Atitude Black" , de Cinthia Villas-Boas, "Compassos" e "Cassino da Urca" , ambas de Christiane Matallo.

No dia 19, às 18h, quem se apresenta é o grupo musical A La Jazz, que tem no repertório clássicos do jazz, do soul e da bossa-nova, e é liderado pela cantora Candice Vitale. No dia 20, às 12h30, o público poderá conferir o som instrumental do Ateliê Trio, liderado pelo guitarrista João Paulo Gonçalves, que toca jazz e música instrumental brasileira. No encerramento, às 15h30, a atração será o Quarteto de Choro.

A Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa) também participa do seminário cedendo água para o evento e expondo seu trabalho em um estande. Haverá, ainda, a participação da Band Campinas na feira cultural do Seminário, que fará transmissões da Rádio Bandeirantes (1170 AM) ao vivo do local na quarta e quinta-feira.

   DIA 18/07  

Lígia Moreli
Da Agência Anhangüera
Ligia.moreli@rac.com.br

Tem início hoje, no Centro de Convenções do Ginásio Multidisciplinar da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) o 3º Seminário Nacional "O Professor e a Leitura do Jornal" com o tema "O Jornal na Educação: dos entretantos aos finalmentes!" . O evento é uma realização da Rede Anhangüera de Comunicação (RAC), Correio Escola, Acorde Cooperativa Educacional e Faculdade de Educação da Unicamp e deverá reunir, até a próxima quinta-feira, pesquisadores das áreas de comunicação e educação. O objetivo é discutir a presença do jornal no cotidiano das escolas e na vida dos professores e apresentar experiências já consolidadas na área.

A programação inclui conferências e debates sobre temas como "Sociedade midiática - imprensa, linguagem e formação do sujeito" e "Leitura e leitores de jornal - caracterização, costumes e exigências sociais" . Os especialistas convidados são Maria Aparecida Baccega, da Universidade de São Paulo (USP); Dirceu Fernandes Lopes, da Universidade Católica de Santos; Cristina Bruzzo, da Faculdade de Educação da Unicamp; Nilson Lemos Lage, da Universidade Federal de Santa Catarina; Roxana Morduwicz, da Universidade de Buenos Aires; Amarildo Carnicel, da Puc-Campinas; Ezequiel Theodoro da Silva, da Faculdade de Educação da Unicamp; Juvenal Zancheta Jr., da Unesp de Assis; Marcelo José Cheida, da Puc-Campinas; Carmem Sanches Sampaio, da Universidade do Rio de Janeiro; Marisa Del Cioppo Elias, da Puc-SP e Carmem Lozza, da Associação Nacional de Jornais (ANJ).

Além de participarem das discussões, os inscritos no seminário poderão visitar uma feira cultural que estará montada no Ginásio da Unicamp, e inclui exposição de charges de Dálcio Machado, mostra de fotojornalismo com trabalho dos repórteres fotográficos da RAC, estandes de livros e de quitutes. Também estão previstos espetáculos de dança com os bailarinos do Stúdio Christiane Matallo, e de música, com os grupos A La Jazz, Ateliê Trio e Quarteto de Choro. A Rádio Bandeirantes fará transmissões ao vivo e a Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S/A (Sanasa) também manterá um estande no local.

As inscrições para o Seminário Nacional permanecem abertas até às 8h30 de hoje, quando acontece a abertura oficial do evento. O valor é de R$ 100,00.

ANJ

Paralelamente ao 3º Seminário Nacional acontece o primeiro curso no Brasil para coordenadores de programas de Jornal e Educação, dirigido a 50 participantes, com inscrições já esgotadas. A capacitação, que começa no seminário da Unicamp e prossegue em Itu na sexta-feira e no sábado, é resultado de uma parceria da Associação Nacional de Jornais (ANJ), Acorde e Unicamp e irá discutir os temas Leitura, Imprensa, Formação de Educadores e Responsabilidade Social e Empresarial.

   DIA 19/07  

Lígia Moreli
Da Agência Anhangüera
Ligia.moreli@rac.com.br

A formação de leitores foi o principal tema abordado durante o primeiro dia do 3º Seminário "O Professor e a Leitura do Jornal" , que acontece no Centro de Convenções da Universidade Estadual de Campinas. Com o tema "O Jornal na Educação: dos entretantos aos finalmentes!" o evento reúne, até amanhã, cerca de 400 professores do ensino público e particular em conferências, debates e painéis sobre comunicação e educação.

A primeira palestra foi da professora Maria Aparecida Baccega, da ESPM e ECA/USP, que falou sobre "A formação de Leitores na Sociedade Midiática" . A pesquisadora traçou um panorama das mudanças no conceito de tempo e espaço e a influência da chegada das novas tecnologias na ampliação dos sistemas de comunicação e no perfil dos leitores. Uma das reflexões propostas por ela é que o Brasil passou de uma cultura oral diretamente para uma cultura audiovisual. Porém, o país não cultivou a cultura escrita, tal como aconteceu na Europa. Ainda segundo Maria Aparecida, embora esta cultura audiovisual tenha mudado o perfil das crianças, que hoje têm na mídia uma fonte de educação, a escola se fechou para os meios de comunicação, dificultando a formação de leitores. "O uso da mídia na educação é uma questão que não vai se esgotar tão cedo" , comentou. Para a professora, usar a interdisciplinaridade e levar o cotidiano para a sala de aula são os grandes desafios dos professores na atualidade.

Professora da Faculdade de Educação da Unicamp, Cristina Bruzzo foi uma das participantes do debate "Televisão/Cinema ou Livro/Jornal - de que maneira formar o leitor brasileiro?" e defendeu uma "movimentação de leituras possíveis" , com a interação das diferentes lingüagens. Cristina iniciou sua fala fazendo uma reflexão sobre o fato de muitos alunos, especialmente os vestibulandos, procurarem no cinema adaptações de livros para não terem que lê-los. "Talvez o que este aluno esteja nos indicando é que a leitura e a literatura tenha que circular mais pelo lado do prazer e não da obrigação" , disse. A pesquisadora também lembrou que existem novos suportes para a circulação de idéias e o maior exemplo são os blogs. "Temos 47 milhões de blogs no mundo. A internet mudou a forma de lidarmos com a palavra escrita" , disse.

Também participou do debate o professor da Universidade Católica de Santos, Dirceu Fernandes Lopes, que por meio de exemplos de cartas de leitor, mostrou aos presentes a importância do jornal.

O seminário prossegue hoje e amanhã e inclui feira cultural, com exposições e venda de livros, e espetáculos artísticos. O evento é uma realização da Rede Anhangüera de Comunicação (RAC), Correio Escola, Acorde Cooperativa Educacional e Faculdade de Educação da Unicamp.

"Eu acho que a TV induz à leitura. Nós precisamos aprender a pensar diferente e não comprar discursos" . Esta é a opinião do professor Nilson Lemos Lage, da Universidade Federal de Santa Catarina, um dos destaques da programação de ontem do Seminário. Sua conferência foi sobre o tema "Funções do Jornal na Formação de Leitores no Brasil" e, para tanto, ele apresentou aos professores alguns conceitos de gêneros jornalísticos e da forma como os diferentes meios coletam e difundem as informações.

Em sua fala, Lage destacou que é preciso saber diferenciar o texto opinativo, do informativo e do interpretativo e entender que os discursos divulgados pelos meios de comunicação não são produzidos pelos jornalistas. "Tenho 40 anos de redação e 36 anos de magistério. Os discursos não são produzidos pelos jornalistas, mas pelas fontes. A mesma coisa acontece com o professor" , opinou.

Para Lage, é preciso deixar de pensar no receptor como um ser passivo e entender os aspectos técnicos da mídia e sua organização para saber receber as informações e ensinar a ler de maneira crítica. "O entendimento resulta da informação, do conceito e do repertório de quem recebe" , concluiu.

   DIA 20/07  

Lígia Moreli
Da Agência Anhangüera
Ligia.moreli@rac.com.br

Um convênio firmado ontem entre a Associação Nacional de Jornais (ANJ) e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) promete incrementar e ampliar o número de projetos de relacionamento entre jornais e escolas no País. Durante o 3º Seminário Nacional O Professor e a Leitura do Jornal, que está sendo realizado pela Rede Anhangüera de Comunicação (RAC), Projeto Correio Escola, Acorde Cooperativa Educacional e Unicamp, ocorreu a cerimônia que marcou o início da parceria entre as duas instituições e que deverá beneficiar, inicialmente, os 55 programas de Jornal e Educação já existentes no Brasil com suporte pedagógico e de pesquisa.

A primeira ação conjunta das duas instituições também foi iniciada ontem, o curso "Jornal e Educação: Princípios Básicos". A capacitação, dirigida a coordenadores de projetos educacionais em empresas jornalísticas, se estende até o próximo sábado, com palestras em Campinas e Itu.

A cerimônia contou com a presença do professor Fernando Arantes, representando o reitor da Unicamp José Tadeu Jorge; do diretor da Faculdade de Educação da Universidade, Jorge Megid Neto; do presidente da ANJ, Nelson Sirotsky; e do representante da Acorde, Hilário Fracalanza; além da diretora do programa Jornal e Educação da ANJ, Carmem Lozza.

Presidente da associação que congrega 129 empresas responsáveis por 90% da circulação dos jornais brasileiros, Nelson Sirotsky comemorou a parceria com a Unicamp e anunciou que o objetivo é estimular e ampliar o número de programas de jornal e educação. "Esta parceria com a Unicamp é fundamental para esse nosso exercício de estimular a leitura em um sentido amplo. Pretendemos que todos os nossos associados tenham programas para levar jornal para as escolas", destacou.

Sirotsky lembrou que a ANJ tem como alicerces a liberdade de imprensa, a valorização dos jornais no mercado e a valorização da participação dos veículos na construção da cidadania. "O jornal tem papel fundamental na construção da cidadania. Temos responsabilidades que transcendem a questão empresarial. Precisamos oportunizar o acesso à leitura", enfatizou.

Falando em nome do reitor da universidade, Fernando Arantes destacou ser um motivo de comemoração a parceria com a ANJ, haja vista que a Unicamp já mantém focos de pesquisa na educação permanente e está investindo em trabalhos junto às escolas estaduais. O diretor da Faculdade de Educação da Unicamp, Jorge Megid Neto, destacou o trabalho já realizado na região de Campinas pelo projeto Correio Escola, da RAC, e lembrou que a universidade mantém uma parceria com esta iniciativa. "Agora teremos a oportunidade de alcançar diferentes regiões do País e com um trabalho de pesquisa coletiva, em que a universidade e os jornais irão refletir e trocar experiências".

Hilário Fracalanza, da Acorde, destacou que a parceria já está rendendo resultados, como o curso dirigido a coordenadores de projetos de Jornal e Educação, que permitirá a troca de experiências entre os profissionais e a própria realização do seminário. Além disso, anunciou que já há planos para um projeto de pesquisa, coordenado pelo professor Juvenal Zancheta Júnior, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Assis, que deverá diagnosticar como os professores recebem as notícias de jornal.

Diretora do programa de Jornal e Educação da ANJ, Carmem Lozza lembrou que a parceria com a universidade coroa um longo trabalho que vem sendo realizado pela associação. "Este curso para coordenadores está sendo planejado há 20 anos e esperamos que seja muito produtivo, assim como outras atividades com a Unicamp", concluiu.

A professora da Universidade de Buenos Aires, Roxana Morduchowicz foi um dos destaques na programação de ontem do 3º Seminário Nacional O Professor e a Leitura do Jornal, que está discutindo parâmetros para orientar e sistematizar o uso do jornal na educação. O evento, que teve início na terça-feira, prossegue hoje, com conferências e debates de especialistas e pesquisadores das áreas de educação e comunicação.

Roxana fez uma conferência em que defendeu que a escola não ignore os valores transmitidos pelos meios de comunicação, e sim os incorporem. "A mídia tem tanta responsabilidade na transmissão de valores como a escola e a família. Não podemos ignorá-la, culpá-la ou torná-la indiferente. Temos que aceitá-la mas de maneira crítica, explorando-a e analisando, sem acreditar em tudo 100%" , disse.

A programação também incluiu um debate sobre o tema "Como formar professores que promovam o hábito da leitura de jornal?" , com os professores Amarildo B. Carnicel, do Centro de Memória da Unicamp e da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puc-Campinas) e Ezequiel Theodoro da Silva, da Faculdade de Educação da Unicamp. Carnicel apresentou uma proposta de oficinas de jornal comunitário nas escolas. Já Silva propôs a utilização de poemas juntamente com os jornais no ensino, dando como exemplo o "Poema de Jornal" , de Carlos Drummond Andrade e "Poema Brasileiro" , de Ferreira Goulart. "O jornal é o ícone da cultura impressa, muito mais do que o próprio livro" , destacou.

Representando a Unesp de Assis, o professor Juvenal Zancheta fez uma reflexão sobre a importância da escola saber trabalhar com a informação. Para Zancheta, mais do que utilizar o jornal no ensino, as escolas precisam criar um discurso para dialogar com as mensagens da mídia. "Se não conseguirmos encontrar uma fala que responda à novela da Globo, se não criarmos formas de nos colocarmos na mídia, provavelmente vamos continuar desinstitucionalizando a escola" .

   DIA 21/07  

Lígia Moreli
Da Agência Anhangüera
Ligia.moreli@rac.com.br

Depois de discutir a formação do leitor através dos jornais e fundamentos pedagógicos para projetos e programas de relacionamento entre jornal e educação, ontem o 3º Seminário "O Professor e a Leitura de Jornal" foi encerrado com conferências e debates que discutiram a formação básica e continuada dos professores e o magistério enquanto formador de opinião. Durante três dias, cerca de 400 professores participaram do evento realizado na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Professor da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puc-Campinas), Marcel José Cheida fez uma conferência em que realizou uma retrospectiva histórica da imprensa e defendeu a importância do professor observar os interesses de cada publicação para poder estimular a leitura crítica de seus alunos. "É importante observar quem é que publica o jornal, seu projeto editorial, os objetivos daquela empresa jornalística e quais são as suas fontes" , destacou.

A professora Carmen Lozza, diretora do programa Jornal e Educação da Associação Nacional de Jornais (ANJ) comandou o debate "É de verde que se torce o pepino? Quesitos e caminhos para a conquista do hábito de leitura de jornais" , ao lado das professoras Marisa Del Cioppo Elias, da Pontífica Universidade Católica de São Paulo (Puc-São Paulo) e Carmem Sanches Sampaio, da Universidade do Rio de Janeiro. Para ela, mais do que introduzir o jornal em sala de aula desde a educação infantil, os professores precisam prestar atenção aos interesses das crianças. "Qualquer coisa que se faça fora do desejo da criança vai falhar" , ressaltou.

Já Marisa Del Cioppo Elias falou de sua experiência com jornal na rede pública e destacou que é possível fazer um trabalho trandisciplinar com este veículo. "O jornal revitaliza os conteúdos teóricos" , disse.

Na mesma linha, Carmem Sanches Sampaio defendeu o jornal como meio que possibilita conhecimentos transversais e defendeu que os professores têm que ter mais autonomia com relação aos conteúdos e fazer com que o aluno goste de ler. "A escola está sempre respondendo perguntas que não foram feitas. O professor tem que ampliar as possibilidades de aprendizado" , defendeu.

Na conferência de encerramento, o professor da Faculdade de Educação da Unicamp e membro da Acorde Cooperativa Educacional, Ezequiel Theodoro da Silva usou charges, textos poéticos e até piadas para estimular o professor a valorizar o jornal e a leitura não apenas na sala de aula mas em sua vida. "Toda leitura abastece nosso potencial lingüistico, de pensamento e de decisão" , concluiu.

O Seminário foi uma realização da Rede Anhangüera de Comunicação (RAC), Correio Escola, Acorde Cooperativa Educacional e Faculdade de Educação da Unicamp.

Um grupo de 50 representantes de programas de Jornal e Educação está em Itu durante todo o dia de hoje e amanhã para o inédito curso "Jornal e Educação: Princípios Básicos" , realizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) em parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Trata-se da primeira atividade da parceria entre as duas instituições, firmada na última quarta-feira com a presença de representantes da universidade e do presidente da ANJ, Nelson Sirotsky. O objetivo do convênio é fornecer subsídios teóricos e de pesquisa para incrementar e ampliar o número de projetos de relacionamento entre empresas jornalísticas e escolas.

Atualmente existem 55 programas de Jornal e Educação no país e um dos pioneiros é o Correio Escola, criado pela professora Cecília Pavani e mantido pela Rede Anhangüera de Comunicação (RAC). O projeto é um dos únicos a distribuir edições diárias de um veículo impresso nas escolas, o jornal Correio Popular, e já capacitou 3.700 professores de escolas públicas e particulares para o uso do jornal como recurso pedagógico em 14 anos de atuação. O curso é reconhecido pela Secretaria do Estado da Educação. Mais informações sobre o projeto podem ser obtidas no site www.correioescola.com.br.

   DIA 22/07  

Lígia Moreli
Da Agência Anhangüera
Ligia.moreli@rac.com.br

Professores e jornalistas de várias partes do país em busca de fundamentos teóricos e novas experiências para incrementarem seus programas de Jornal e Educação. Este é o público que desde a última quinta-feira está em uma fazenda em Itu, a 70 km de Campinas, participando do curso "Jornal e Educação: princípios básicos" , realizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), em parceria com a Acorde Cooperativa Educacional e Universidade Estadual de Campinas.

Inédita no Brasil, a capacitação atraiu 50 coordenadores de programas de empresas jornalísticas que investem na formação de leitores nas escolas, entre elas a Rede Anhangüera de Comunicação (RAC), que há 14 anos mantém o projeto Correio Escola. Atualmente a ANJ conta com 129 jornais associados e, destes, 55 mantêm programas educacionais. Na última semana foi firmado um convênio entre a entidade e a Unicamp que pretende fomentar e ampliar o número de projetos visando leitura de jornal.

O curso teve início durante o 3º Seminário O Professor e a Leitura de Jornal, realizado de 18 a 20 de julho na Unicamp. Os participantes estão assistindo a palestras sobre Leitura, Imprensa, Formação de Educadores e Responsabilidade Social e Empresarial. Uma das mesas redondas abordou os fundamentos básicos dos programas de Jornal e Educação e, para tanto, foram convidados a professora da Universidade do Rio de Janeiro (Unirio) Carmem Sanches; o professor da Unicamp, Ezequiel Theodoro da Silva; a diretora nacional do Programa "Escuela y Medios en el Ministerio da Educación de la Nácion Argentina" , Roxana Morduochowicz; e a editora do Caderno Razão Social do Globo, Amelia Gonzalez.

Amelia fez também uma palestra em que levou aos coordenadores sua experiência sobre responsabilidade social. Ela defende que além de formar leitores, os programas de Jornal e Educação devem estimular o ensino da responsabilidade social nas escolas. "A responsabilidade social tem a ver com tudo, não apenas com as empresas, como com a comunidade. Precisamos formar indivíduos com foco diferente e estimular a visão crítica também com relação as ações de responsabilidade social" , ressaltou.

Professora titular no Departamento de Teoria Literária da Unicamp, Marisa Lajolo também para o curso com uma palestra sobre Jornal, Leitores e Literatura. Para a professora, o que importa hoje não é mais divulgar que a leitura é importante, mas sim qualificar a leitura, especialmente do professor. "O leitor constrói significados quando lê um texto. Seria necessário que os professores fizessem uma leitura mais crítica do jornal" destacou.

O professor Ezequiel Theodoro da Silva também falou sobre leitura, só que do ponto de vista dos sentidos que ela produz. Ele defendeu a prática da leitura como forma de participação social e cidadania e lembrou que hoje houve uma ampliação da concepção de leitor, devido às novas tecnologias e aos múltiplos veículos de informação. Silva comemorou a realização do curso da ANJ. "É uma semente que está sendo lançada, uma força nova no país a tentar fazer novos leitores. A escola já está tentando fazer isso e agora os jornais também estão querendo produzir leitores. Esta capacitação abastece os coordenadores com visões educacionais, empresariais e literárias e com certeza vai gerar novas experiências" .

   DIA 22/07  

Lígia Moreli
Da Agência Anhangüera
Ligia.moreli@rac.com.br

O que cidades tão distantes quanto Mossoró, no Rio Grande Norte, Apucarana, no Paraná, Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, e Campinas, no Estado de São Paulo, têm em comum? Em todas elas há alguém preocupado em formar leitores. Em todas elas, empresas jornalísticas mantêm programas de Jornal e Educação que estimulam a leitura levando o jornal impresso para dentro das escolas.

Estas e outras 46 cidades estiveram representadas no curso "Jornal e Educação: Princípios Básicos" , promovido de 19 a 22 de julho pela Associação Nacional de Jornais (ANJ) em Campinas e Itu. Dos 129 jornais associados à entidade, que respondem por 90% da circulação dos jornais brasileiros, 55 mantêm programas voltados à educação. Com o curso realizado no último final de semana, foi dado o pontapé inicial para que seja criada uma base comum aos programas e para que outras empresas de comunicação possam aderir ao projeto.

O grupo de professores e jornalistas começou a maratona de estudos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), onde participou do 3º Seminário O Professor e a Leitura de Jornal. Depois eles ficaram reclusos por três dias em uma fazenda em Itu, assistindo a palestras sobre responsabilidade social, imprensa, leitura e formação de professores. Os palestrantes foram Moacir Gadotti (Instituto Paulo Freire); Carlos Alberto Emediato (Universidade de Stanford); Roxana Morduowicz (Ministério da Educação da Argentina); Amélia Gonzalez (editora do Caderno Razão Social de O Globo); Ezequiel Theodoro da Silva (Unicamp); Marisa Lajolo (Unicamp); e Carmen Sanches (Unirio).

"Eu esperava um curso como esse há 11 anos, quando começamos o projeto O Liberal na Escola, em Belém. Na Região Amazônica o índice de leitura é ainda menor e o jornal é a única forma que muitos povoados têm de terem acesso a essa informação" , afirmou o coordenador do programa de O Liberal, de Belém, Salomão Laredo.

Coordenador do programa de educação do jornal Gazeta do Oeste, de Mossoró, no Rio Grande do Norte, o professor Marcos Antonio de Oliveira enfrentou três horas de viagem de carro até Natal e outras sete horas de vôo até Campinas para buscar aperfeiçoamento. "Eu estou levando muita coisa nova para tentar implantar e melhorar o nosso projeto" , comentou.

Criadora do projeto Correio Escola da RAC, um dos pioneiros na área de Jornal e Educação no país, a professora Cecília Pavani também comemorou a realização do curso. "É a primeira vez que nós, coordenadores de programas de Jornal e Educação, conseguimos reunir professores de todo país e refletir sobre as dimensões democráticas da leitura de jornal na escola e na formação de alunos como cidadãos críticos e atuantes na comunidade" , destacou. Membro da equipe pedagógica do projeto, Elizena Cortez disse que o curso mostrou que a RAC está no caminho certo. "Senti que nosso aluno está bem conduzido em relação à diversidade de leituras, resultado de uma sintonia entre o jornal e as escolas" , disse.

Diretora do Programa de Jornal e Educação da ANJ, Carmen Lozza considerou o curso como a realização de um sonho. "Queremos criar uma base nacional para os programas, tecido por todos os coordenadores, para que possamos nos aprimorar. Este curso é a primeira tentativa de criar esta base" , concluiu.