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É DE VERDE QUE SE TORCE O PEPINO!
Carmen Lozza
Dias e dias fiquei a pensar sobre como
falaria, por onde caminharia, na minha participação nesta Mesa. Com que
perspectiva falar e quais aspectos abordar quando o título - “É de verde
que se torce o pepino” - causava-me um certo desconforto, pois que falava
(para mim, pelo menos, que não entendo de pepinos, estes, os da natureza
mesmo), falava de algo anti-natural, dando-me a impressão de tratar-se de
algo externo, uma força, que parecia ir contra o jeito de ser do pepino,
como algum elemento exterior a torcê-lo, contrariando-lhe o seu destino
natural... E, nesse contexto, o título parecia indicar que crianças, tal
qual pepinos, deveriam ser torcidas desde cedo para gostarem de ler. E no
meu caso específico, me parecia que o “retorcimento” que meu discurso
deveria abordar deveria ser no sentido de que gostassem de ler jornal, já
que o objeto a que quase sempre associam a minha fala é este, pelos
estudos e práticas que venho construindo nas duas últimas décadas.
Aliás, não foi a primeira e nem será, com
certeza, a última vez que quando estou com alguma questão latente em minha
alma, cai em minhas mãos algum material ou meus olhos são atraídos por
alguma informação que me ajuda a pensar o assunto. Pois ali estava mais
uma vez o ocorrido, quem sabe para me provar mais uma vez que o interesse
de cada um é fundamental para que narinas, olhos, pele, boca, todos os
sentidos, nossa atenção, enfim, sejam atraídos para aquilo que para nós se
faz importante naquela hora? NÍVEIS DE ENSINO ATENDIDOS PELOS PROGRAMAS DE JORNAL NA EDUCAÇÃO
Ou seja: a maioria de nossos 55 programas
está voltada para o Ensino Fundamental (47%). Apenas 16% têm por público
as crianças que freqüentam as classes de educação infantil. A prioridade
tem sido, sem dúvida, o atendimento às várias classes de ensino
fundamental.
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