Elizabeth D'Ângelo Serra Iniciou seus trabalhos na Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil em 1987 - portanto, comemora 20 anos de secretaria executiva nessa importante entidade. Sobre esse trabalho, ela nos conta que "A missão institucional da FNLIJ me conquistou totalmente. O meu encontro com a FNLIJ foi uma oportunidade única na minha vida. Foi mesmo um presente. E o que me move todos os dias para esse trabalho é o desejo de contribuir para um Brasil mais justo, para um mundo melhor, com uma irresistível vontade de partilhar a alegria e a força revolucionária da leitura para alcançar esse objetivo. O meu principal foco de interesse para trabalhar na direção do meu sonho, provavelmente por influência de Lobato, é a criança e o futuro". Dentre os cargos que ocupou, destacam-se: Coordenadora Geral do PROLER e Diretora da Biblioteca Pública do Estado do Rio de Janeiro. Representou o Brasil em vários eventos culturais e literários no estrangeiro, com destaque para a Feira do Livro para Crianças e Jovens de Bolonha, Itália. OBRAS Trinta anos de literatura para crianças e jovens; Ler é preciso. TRECHOS O importante é lembrarmos que o número de crianças escolarizadas cresceu significativamente nos últimos 10 anos. O problema da educação, hoje, além de ter o desafio de incluir esse contingente é, igualmente, o de formar professores-leitores familiarizados com a escrita para atuarem, com autonomia e criatividade, na formação de estudantes leitores. Somente se constituindo ele mesmo um leitor é que poderá formar alunos leitores. E para isso não há receitas, apenas a prática diária da leitura, que demanda livros à volta e persistência. O perfil do leitor que permeia o nosso texto é daquela pessoa que tem necessidade do texto escrito para se situar no mundo e compreender melhor a si mesmo e aos outros, que convive diariamente com materiais escritos variados e desfruta, em geral, de um universo cultural de expressões variadas dentre elas a televisão, o vídeo, o cinema, o computador e a Internet. O uso dessas maravilhosas máquinas criadas pela humanidade, que usam e abusam da palavra e das imagens, não impede que sejamos leitores. Ao contrário, enriquece o nosso olhar e a nossa imaginação. O segredo da literatura é a arte de usar as palavras para dizer coisas simples e complexas sobre a vida e tudo o que isso possa significar de visível ou de invisível. A literatura toca fundo na emoção e nas idéias. Ela conversa com o nosso eu mais profundo e desconhecido, aquele que não é visível, a parte que nós mesmos não sabemos como conversar, mas que a literatura sabe. Eu consigo conversar melhor comigo mesma, de maneira mais reflexiva, quando leio literatura. E essa conversa por meio da literatura também traz o beneficio de conversar melhor com os outros e tornar a troca de idéias mais interessante e produtiva.
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