VI Seminário
“Literatura Infantil e Juvenil”

SINOPSE Tomando como ponto de partida o tema do 16º Congresso de Leitura, "Há armadilhas no mundo e é preciso quebrá-las", baseado no poema de Ferreira Gullar, No mundo das armadilhas, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil/FNLIJ, responsável pelo Seminário de Literatura Infantil e Juvenil, apresenta a leitura literária como prática para quebrar as armadilhas humanas, buscando a integração entre os processos formais de educação e a área da cultura por meio de três pontos: a) promover uma mudança de foco na formação dos professores centrando-o na leitura de livros de qualidade, tendo como base principal a literatura. b) incluir bibliotecas nas escolas de formação de professores, e de ensino básico. c) criar bibliotecas públicas com profissionais preparados, orçamento para compra anual de livros e suporte tecnológico para oferecer serviços de qualidade. Para atingir esses objetivos no VI Seminário de Literatura Infantil e Juvenil do 16º COLE, a FNLIJ vai partilhar com os participantes sua experiência com o curso de formação de professores leitores ministrado, em 2006, para a Secretaria de Educação, do município do Rio de Janeiro, com recursos do FNDE/MEC. Para o VI Seminário de LIJ traremos também,a contribuição de escritores e ilustradores, membros da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil para um Fórum de discussão sobre como vêem o trabalho de literatura nas escolas brasileiras. No terceiro e último dia do seminário, haverá uma avaliação a fim de conhecer os resultados e as propostas sobre o tema da literatura infantil e juvenil e o seu acesso para a maioria da população.

TEXTO BASE Considerando como ponto de partida o tema do 16º Congresso de Leitura /COLE, ”Há armadilhas no mundo e é preciso quebrá-las”, baseado no poema de Ferreira Gullar, No mundo das armadilhas, a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil/FNLIJ, responsável pelo Seminário de Literatura Infantil e Juvenil, parte integrante do Congresso de Leitura/COLE, da Associação de Leitura do Brasil/ALB, apresenta a leitura literária como prática para quebrar as armadilhas humanas.

Com 39 anos de existência e pioneira na ação institucional de promoção da leitura e da literatura para crianças e jovens no Brasil, a FNLIJ considera a separação entre as áreas de educação e cultura, na formação de crianças e jovens, como uma das armadilhas do mundo, resultando no fosso social que exclui a maioria da população das oportunidades de convívio com a literatura, patrimônio humanista, inadmissível em um mundo com tantas conquistas tecnológicas.

A qualidade da produção literária brasileira para crianças e jovens é reconhecida nacional e internacionalmente. O mercado editorial brasileiro também já oferece excelentes traduções de clássicos internacionais e publicações de novos autores estrangeiros. A quantidade e a qualidade dos acervos de literatura nas escolas públicas melhorou muito tendo em vista os programas do governo federal e de alguns governos estaduais e municipais, que vêm incorporando orçamentos anuais para compra de livros de literatura, embora, ainda, aquém do ideal. Acreditamos que a compra desses livros deveria, no mínimo, se equiparar à compra de livros didáticos.

Mas, não bastam os livros nas escolas se os professores não forem, eles mesmos, leitores.

A formação de nossos professores é fragmentada e centrada em aplicação de práticas metodológicas desprovidas de consistência leitora, escritora e reflexiva, necessária à competência que se requer para os responsáveis pela educação formal das nossas crianças e jovens.

Em recente entrevista ao informativo Noticias FNLIJ-2/2007, a Professora Nelly Novaes Coelho, do alto de seus 84 anos, nos oferece um testemunho que confirma essa idéia “... o que continua a me surpreender, nestes anos todos, é o fato de que a política educacional, entre nós, (balizada pelas linhas de pensamento formalista) ainda não tenha descoberto a Literatura (infantil ou adulta) como o grande eixo para a formação da visão de mundo e do domínio da língua portuguesa, que as novas gerações precisarão assimilar, para se auto-descobrirem como seres humanos atuantes, como partes essenciais que são, não só do meio ambiente ou do país a que pertencem, mas da Humanidade, que depende de cada um de nós para continuar existindo. De modo geral, pelo que tenho observado, a nossa política educacional está basicamente preocupada em formar o “cidadão” (dentro das novas teorias formais e com a nova e mágica tecnologia), esquecendo que, antes do “cidadão” é preciso formar o “ser humano”... Para isso, sem dúvida a Literatura é um dos grandes meios, uma vez que ela é uma espécie de “sismógrafo” daquilo que vai acontecendo na História, na sociedade, no cotidiano, na cultura em geral. Talvez, a descoberta da Literatura, como eixo de um ensino transdisciplinar, é o que está sendo urgentíssimo entre nós.”

Além disto, para garantir uma trajetória leitora é necessário que os jovens tenham acesso aos livros depois que saem da escola, já que a maioria das famílias não tem condições econômicas para comprar livros, assinar jornais diários e revistas semanais. Terminado o período escolar a maioria desses jovens vê diminuir, dia a dia, mês a mês, ano a ano as possibilidades de praticar a leitura e a escrita, como ocorria na escola, alijando-a das condições de buscar a qualidade de vida a que tem direito.

A biblioteca pública, ainda tão precária no Brasil, é a instituição pública que tem como função garantir o acesso da população aos livros. A falta de bibliotecas públicas próximas às casas e/ou ao trabalho e, quando existem, muitas vezes não estão preparadas para cumprir a tarefa de dar continuidade à formação iniciada na escola, interrompe o investimento feito para a inserção na cultura escrita ocorrido na primeira fase da vida escolar de nossos jovens.

Em entrevista recente à Revista de O Globo, Fernanda Montenegro responde a uma pergunta sobre o tema.: Educação e Cultura caminham juntas? Ela responde: Sim. A educação não se firma sem a cultura. Penso até que primeiro é a cultura, depois a educação. Porque primeiro você se propõe no seu querer, seja na comida, no vestir, em todas as propostas de vida. Ai está a condição cultural do ser humano.Depois ele se educa.Mas não tem uma educação esquelética sem a carne da cultura. Cultura não é frescura. É preciso um esforço sobre-humano para um individuo que se alfabetizou ganhar dentro da educação por si mesmo. Se você não chama a atenção dele, mesmo que de forma elementar, para uma leitura, para uma participação na ecologia, para uma educação na economia doméstica, ele não progride. O ritual do conhecimento, da sensibilização do cidadão, é a cultura que dá. Mas não falo de uma cultura de eventos, e sim de uma cultura planejada.”

A proposta da FNLIJ para romper essas armadilhas que excluem a maioria da população do convívio com o melhor da cultura escrita é defender radicalmente o direito à leitura buscando a integração entre os processos formais de educação e a área da cultura por meio de três pontos:

a) promover todos os esforços para uma mudança de foco na formação dos professores centrando-o na leitura de livros de qualidade, tendo como base principal a literatura.

b) a inclusão de bibliotecas nas escolas de formação de professores, bem como nas escolas de ensino básico.

c) criação de bibliotecas públicas com profissionais preparados para esse fim, orçamento para compra anual de livros e suporte tecnológico para oferecer serviços de qualidade a que a população tem direito.

Para atingir esses objetivos no VI Seminário de Literatura Infantil e Juvenil do 16º COLE, a FNLIJ vai partilhar com os participantes a sua mais recente experiência com curso de formação de professores leitores. Trata-se do curso ministrado, em 2006, para a Secretaria de Educação, do município do Rio de Janeiro, com recursos do FNDE/MEC. O curso compreendeu o atendimento a 30 turmas, com 30 alunos cada, sendo 10 turmas de Educação Infantil e 20 turmas das Salas de Leitura. Para isto, contou com 17 especialistas em Literatura Infantil e Juvenil ministrando a carga horária de 80 horas, para cada turma, o que resultou em 2.400 horas de curso.

Nesse VI Seminário de LIJ traremos também,a contribuição de escritores e ilustradores, membros da Associação de Escritores e Ilustradores de Literatura Infantil e Juvenil, parceira da FNLIJ na defesa da Literatura Infantil e Juvenil, para um Fórum de discussão sobre como vêem o trabalho de literatura nas escolas brasileiras.

Como culminância dos trabalhos, no terceiro e último dia do seminário, haverá uma avaliação a fim de conhecer os resultados e as propostas sobre o tema da literatura infantil e juvenil e o seu acesso para a maioria.

PROGRAMA

11 de julho (quarta feira)

"Leitura, Literatura e Formação e Leitores" - Curso FNLIJ para Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro; *A decisão do curso - Simone Monteiro, Chefe da Divisão de Mídia da SME-RJ; *O curso: concepção e estrutura - Elizabeth Serra (FNLIJ); *Sobre Ruth Rocha – Cynthia Rodrigues (FNLIJ); *Sobre Sylvia Orthof – Luis Raul Machado



12 de julho (quinta feira)

Palestra: Temas polêmicos na literatura infantil, Nilma Lacerda

Debate

Reflexões sobre a leitura na escola: por um espaço especial para a literatura - Luz Antonio Aguiar e Anna Cláudia Ramos - AEILIJ

 

13 de julho (sexta feira)

Síntese das Discussões e Avaliação
Local: Centro de Convenções - Auditório

SÍNTESE DO SEMINÁRIO