| 01 - Identidade e Língua Indígena em contextos de monolingüismo em Português: algumas situações encontradas no Amazonas - Frantomé Bezerra Pacheco (Universidade Federal do Amazonas, UFAM). |
| O objetivo desta comunicação é apresentar uma reflexão sobre os contextos que envolvem o desenvolvimento de programas de Educação Escolar Indígena junto a povos que são monolíngües em português, ou seja, que não fazem mais o uso de sua língua indígena nos processos de interação verbal, mas procuram uma forma de revitalizá-la. Serão focalizados alguns casos encontrados no Amazonas que apresenta, entre outras, as seguintes situações de perda da língua indígena: 1) a língua do povo deixou de ser falada sem ser minimamente documentada; 2) a língua do povo deixou de ser falada, mas foi documentada de alguma maneira; 3) a língua do povo não é mais usada nos processos de interação verbal, mas encontram-se falantes que a tiveram como primeira língua; 4) a língua do povo não é mais falada em algumas aldeias, mas é ainda usada em outras. Pretende-se discutir as seguintes questões: a) Os povos que se encontram na primeira situação devem procurar uma língua indígena para servir de identidade étnica? Como a escola contribuiria nos processos de revitalização lingüística, nos casos em que a língua é ainda falada ou foi documentada? Como preparar os professores indígenas para enfrentar as questões relativas à diversidade e à perda lingüística? Objetiva-se levantar as primeiras questões sobre essas situações e promover um debate acerca da intrincada relação entre língua e identidade étnica, bem como sobre o papel dos professores indígenas na discussão dessa problemática. (Palavras-chave: língua indígena, identidade, monolingüismo) |
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| 02 - A importância e desafios do ensino bilíngüe na educação escolar indígena - Franchys Marizethe Nascimento Santana Ferreira (UFMS – CPAQ) e Claudete Cameschi de Souza (UFMS – CPAQ). |
Vinculada ao projeto de pesquisa Educação Escolar Indígena: Língua, raça, cultura e identidade, esta comunicação tem por objetivo analisar o ensino da língua materna e portuguesa na escola da Aldeia Limão Verde, Município de Aquidauana-MS. Os procedimentos metodológicos incluíram levantamento bibliográfico, observação direta e análise documental. Posteriormente, realizamos uma sondagem in loco das metodologias ao ensinar o idioma materno e sua relação com a língua portuguesa. Como fundamentação teórica utilizamos principalmente os Brasil (1998-RCNEI). Embora parciais, os resultados apontaram dificuldades no processo ensino-aprendizagem tanto por parte dos docentes quanto dos discentes indígenas. (Palavras-Chaves: Ensino Bilíngüe, Língua Materna, Educação Escolar)
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| 04 - Poéticas da oralidade indígena Asuriní - Ivânia dos Santos Neves (UNAMA - Universidade da Amazônia; Doutoranda UNICAMP) |
| Esta comunicação vai apresentar o trabalho, ainda em desenvolvimento, realizado, dentro do projeto Documentação e Transmissão dos Saberes Tradicionais dos Asuriní do Xingu, com as narrativas orais Asurini. Uma das etapas do projeto é a produção de material didático para a Escola Koatinemo. Muitas dúvidas surgem no momento de se realizar este tipo de trabalho. De fato, para quem está sendo produzido o material? Será que os Asuriní precisam do registro escrito de suas narrativas orais? Como fazer esta tradução cultural? Como dar conta, na língua escrita da riqueza de recurso da oralidade? E qual a validade deste tipo de material didático dentro de uma sala de aula nos moldes tradicionais, se este sistema, mesmo nas grandes cidades, já dá sinais nítidos do seu fracasso? Neste momento, um livro sobre as narrativas, está sendo elaborado e um vídeo com desenhos animados, a partir da narrativa de origem dos Asuriní acabou de ser produzido. (Palavras-chave: poética indígena, Asuriní, narrativas orais) |
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| 05 - Falando e escrevendo em Português-Tapirapé: por quê não? - Maria Gorete Neto (Doutoranda IEL/UNICAMP). |
| Neste artigo pretendo refletir sobre o ensino de português como segunda língua para falantes de língua indígena, partindo da análise de uma carta escrita por uma aluna Tapirapé, cursista da 7ª série na EE Indígena Tapirapé, em 2000, onde atuei como professora. Embora esta carta tenha sido exaustivamente trabalhada e corrigida na sala de aula, a análise aponta um português-Tapirapé com características singulares que, por um lado, não comprometem a compreensão do texto e, por outro, evidenciam a força desta variedade e do seu papel identitário para este povo, visto que o português-indígena se mantém mesmo após a interferência da professora. Em face disso, alguns desafios se colocam: 1. Como o professor pode/deve lidar com a variedade de português falada e escrita por seus alunos e que implicações esta postura pode ter para os mesmos e o povo do qual fazem parte? 2. Que metodologias de ensino podem ser pensadas para que tanto o português-indígena (no caso o português-Tapirapé) como o português-padrão, e/ou outras variedades, tenham espaço na sala de aula e fora dela? Estas questões são uma amostra da complexidade do ensino de português no contexto focalizado e demonstram a necessidade de uma discussão mais aprofundada sobre o assunto. (Palavras-chave: Português Segunda Língua, Tapirapé, Ensino Segunda Língua) |
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| 06 - Educação escolar indígena: um olhar para a alfabetização bilíngüe - Andréa Marques Rosa (UFMS – CPAQ) e Claudete Cameschi de Souza (UFMS – CPAQ). |
| Como parte integrante do Projeto de Pesquisa "Educação Escolar Indígena: língua, raça, cultura e identidade", o objetivo desta comunicação é compartilhar resultados parciais de pesquisa que se vem realizando sobre a educação escolar indígena na região de Aquidauana, MS, ressaltando o trabalho que se realiza com a língua materna em salas de aula dos anos iniciais do ensino fundamental. Para tanto, valemo-nos da pesquisa bibliográfica e empírica, cujos procedimentos incluem, questionários e entrevistas com professores índios, pais, alunos e equipe técnico-administrativa das escolas, a fim de saber "que escola eles têm e que escola gostariam de ter", tendo como suporte teórico, principalmente os textos de Brito (2004); Grizzi e Silva (1981); Ladeira (1981 e 1999); Meliá (1981); Nascimento (2004); Ribeiro (1993); Silva (1981); e, Brasil (1998-RCNEI). (Palavras-chaves: Educação Escolar Indígena, alfabetização bilíngüe, ensino intercultural) |
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| 07 - A educação indígena, trabalho lingüístico e o lingüista, todos devem caminhar juntos? - Rogério Vicente Ferreira (UFMS - CEUL) |
| O estudo das línguas indígenas vem ao encontro do conhecimento de várias áreas de pesquisa. Para compreendermos um pouco melhor essa afirmação, recorremos a que Rodrigues (1986, p. 23) aponta sobre os estudos das línguas indígenas. Segundo o autor, "as línguas indígenas diferem entre si e se distinguem das línguas européias e demais línguas do mundo no conjunto de sons de que se servem (fonética) e nas regras pelas quais combinam esses sons (fonologia), nas regras de formação e variação das palavras (morfologia) e de associação destas na constituição das frases (sintaxe), assim como na maneira como refletem em seu vocabulário e em suas categorias gramaticais um recorte do mundo real e imaginário (semântica)". Diante disso, o trabalho lingüístico entre os povos indígenas do Brasil tem tido grande relevância em relação à educação indígena. Muitos pesquisadores se propõem a dar um retorno de suas pesquisas. No entanto, o que normalmente ocorre é o seu envolvimento do lingüista no preparo de material didático. A pergunta mais importante diante disso é: "qual é realmente o papel do lingüista e da lingüística?" O que pretendemos neste trabalho é fazer uma breve reflexão sobre esta questão. Veremos que a complexidade lingüística das línguas indígenas aponta que o papel do lingüista vai muito além de um consultor de material didático. Em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, um projeto de extensão financiado pelo Proex/MEC, tem o papel de ir além de um retorno didático, mas envolver a comunidade indígena de Brasilândia, os Ofayé, em um processo de retomada de suas histórias e mitos, dessa forma, procurando trabalhar a autoestima daquele povo e o retorno a língua materna. (Palavras-chave: lingüística, narrativas indígenas, Ofayé) |
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| 08 - Educação Escolar Indígena - Micilene Teodoro Ventura (UFMS – CPAQ) e Claudete Cameschi de Souza (UFMS – CPAQ). |
| Parte integrante do Projeto de Pesquisa: Educação Escolar Indígena: língua, raça, cultura e identidade, esta comunicação visa a apresentar resultados parciais de pesquisa que vem sendo realizada na Aldeia Bananal, município de Aquidauana - MS, com o objetivo de descrever e analisar o processo de ensino aprendizagem bilíngüe. Como procedimentos metodológicos, elegeu-se: levantamento bibliográfico e pesquisa de campo. Como fundamentação teórica utilizou-se, até o momento, MELIÁ (1981.), CARVALHO (1998.), BRASIL (1998.). Os resultados parciais apontam que há uma preocupação com a alfabetização em Terena, mas não existe, ainda, o ensino bilíngüe, uma vez que predomina no processo de ensino aprendizagem o uso da língua portuguesa, embora todos os professores sejam índios falantes do idioma. (Palavras - Chaves: Terena, Língua Materna, Educação Escolar) |
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