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o
e-book transcende o tradicional suporte do
papel: pode ser lido em computadores e
equipamentos como palm-tops e até alguns
celulares..... |
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Rodrigo
de Moraes
(*)
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No conto
A Biblioteca de Babel, de 1941,
escritor argentino
Jorge Luis Borges
(1899-1986)
compara o universo a uma biblioteca de tamanho
indefinido — e talvez infinito. Mais de 60 anos
depois, a imagem proposta pelo autor (que talvez
torcesse o nariz para a comparação) se encaixa
em muitos aspectos aos domínios indefinidos do
ciberespaço e à oferta, dificilmente
quantificável, de livros no formato eletrônico —
os chamados
e-books.
Bolado em 1971 pelo norte-americano
Michael Hart, criador do Projeto Gutenberg, que
disponibiliza obras em formato digital na
Internet, o e-book transcende o tradicional
suporte do papel: pode ser lido em computadores
e equipamentos como palm-tops e até alguns
celulares. Para os mais resistentes a novas
mídias (mesmo porque, convenhamos, é bastante
incômodo ler um romance em uma telinha
luminosa), o e-book pode ser impresso, em um
retorno ao formato original.
Quando se fala sobre disponibilização de obras
em Internet, vem logo à baila a discussão sobre
direitos autorais. No caso do Projeto Gutenberg,
as obras ora são de domínio público, ora tem
seus direitos cedidos pelos respectivos autores
ou detentores dos direitos autorais.
É o caso do portal mantido pelo governo
brasileiro, o Domínio Público, do Ministério da
Cultura. De acordo com a legislação, entra em
domínio público toda obra de autor morto há mais
de 70 anos. A página disponibiliza, em formato
PDF, mais de 14 mil títulos literários, desde
clássicos universais como
A Divina Comédia, de Dante Alighieri
(primeira no ranking de downloads do site, com
170.398 mil acessos até o fechamento desta
edição) e
A Comédia dos Erros, de William
Shakespeare, a títulos de autores brasileiros
como Machado de Assis, Raul Pompéia, João do Rio
e José de Alencar.
O Domínio Público também lista obras de outros
autores estrangeiros como Jules Verne, Guy de
Maupassant, Ambrose Bierce, Tolstói, Tchekov e
Joseph Conrad. No caso de
Grande Sertão: Veredas, de João
Guimarães Rosa (1908-1967), os parentes do
escritor mineiro concederam licença para o site
governamental disponibilizar a obra durante a
comemoração de seu cinqüentenário. Depois, o
romance foi retirado do portal pela Editora Nova
Fronteira.
Google
Uma pesquisa no Google revela outros sites
brasileiros de livros eletrônicos. Vários deles
possuem acervos bastante completos. Caso do
Ebookcult, que possui coleção dividida em
categorias como arte, biografia, história,
humor, ficção infanto-juvenil, livros raros etc.
No quesito literatura, o internauta pode
encontrar desde obras fundamentais da língua
portuguesa como
Os Lusíadas, de Luís de Camões, a
representantes da corrente gótica/romântica como
H.P. Lovecraft.
Um pequeno inconveniente nesta página é que
muitos arquivos precisam de softwares como MS
Reader, MobiPocket e Rocket Ebook para serem
visualizados. O site, no entanto, possui links
para baixar esses programas.
Espelho
Autodenominada “uma das mais antigas bibliotecas
virtuais do País”, o Virtual Bookstore foi
criada em 1997, como site “espelho” (reprodução
exata de outro site) do Projeto Gutenberg.
Atualmente parte do portal JC Online, a página
oferece centenas de títulos de literatura
nacional, além de ensaios, resumos e pequenas
biografias de autores brasileiros. Há também uma
subdivisão para autores estrangeiros, mas os
vários links tentados ontem pela reportagem
apontavam para uma mensagem de “página
inexistente”. No caso, uma frustração menor
considerando a oferta de títulos no espaço
virtual.
Primeira biblioteca virtual foi criada em 1971
nos EUA
O Projeto Gutenberg, considerada a
primeira biblioteca digital do mundo, foi
concebido em 1971 pelo então estudante Michael
Hart, de Illinois, Estados Unidos. Beneficiado
por alguns contatos, obteve acesso praticamente
livre a um dos computadores da instituição onde
estudava.
O equipamento em questão era um dos 15 pontos da
rede que viria a se tornar a Internet. Hart
acreditava que um dia os computadores viriam a
ser acessíveis ao público, e decidiu
disponibilizar obras literárias no formato
digital de graça. O primeiro texto eletrônico a
integrar o acervo foi a Declaração de
Independência dos Estados Unidos. Aos poucos,
voluntários aderiram ao projeto, dedicando-se à
extenuante tarefa de digitar as obras. Em 1989,
com o surgimento do scanner e do leitor óptico,
o trabalho tornou-se mais produtivo. Atualmente,
o Projeto Gutenberg contabiliza mais de 22 mil
e-books, a maioria de autores em língua inglesa,
mas com espaço para escritores estrangeiros.
RANKING - Os campeões de download
Dez e-books mais baixados do site
Domínio Público
1)
A Divina Comédia (Dante Alighieri)
2)
A Borboleta Azul (Lenira Almeida Heck)
3)
O Peixinho e o Gato (Lenira Almeida
Heck)
4)
A Comédia dos Erros (William
Shakespeare)
5)
A Bruxa e o Caldeirão (José Leon
Machado)
6)
O Galo Tião e a Dinda Raposa (Lenira
Almeida Heck)
7)
Poemas de Fernando Pessoa (Fernando
Pessoa)
8)
Cancioneiro (Fernando Pessoa)
9)
Romeu e Julieta (William Shakespeare)
10)
Mensagem (Fernando Pessoa)
SAIBA MAIS - Bibliotecas virtuais
Alguns sites que disponibilizam downloads
gratuitos de livros:
Projeto Gutenberg
www. gutenberg.org
Domínio Público
www.dominiopublico.gov.br
Ebookcult
www.ebookcult.com.br
Virtual Bookstore
vbookstore.uol.com.br
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