X Seminário “Educação de Jovens e Adultos”

SESSÃO I
A EJA no Brasil: história, movimentos e desafios.
Coordenação: Milena Mateuzi Carmo
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - O Fórum de Educação de Jovens e Adultos do Estado do Rio de Janeiro: quebrando as armadilhas na formação do pedagogo. Ana Cristina Freire da Silva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ, Campus Maracanã, Rio de Janeiro

Esta comunicação tem o objetivo de relatar a experiência de formação de uma graduanda de curso de pedagogia junto ao Fórum EJA/RJ. Acompanhando o papel propositivo do Fórum EJA/RJ, por meio da realização de encontros mensais e da participação no VIII Encontro Nacional de Educação de Jovens e Adultos (ENEJA) realizados no ano de 2006, a aluna, que atua como bolsista de extensão em projeto da Faculdade de Educação em parceria com o Fórum EJA/RJ, pôde realizar uma leitura crítica e reflexiva sobre a luta pelo direito à educação para todos, independente da idade. Também essa leitura atravessou o lugar representado pelos movimentos sociais (ARROYO, 2003), principalmente em relação à idéia de "educação ao longo da vida", nos termos da V CONFINTEA. (Palavras-chave: educação de jovens e adultos, formação continuada, movimentos sociais, políticas públicas.

02 - Fórum mineiro de EJA: espaços de (re)leituras da eja. Ana Rosa Venâncio, bolsista de iniciação cientifica, FAPEMIG, UFMG; Eliete dos Santos Campos, bolsista de extensão, PROEX,UFMG.
O Fórum Mineiro de Educação de Jovens e Adultos, colabora na articulação de parcerias e alianças para enfrentar o grave problema do analfabetismo e da subescolarização de jovens e adultos. Segundo SOARES (2004) os fóruns têm sido um espaço de encontros freqüentes, em que acontecem trocas de experiências entre as iniciativas desenvolvidas na EJA. Este trabalho tem como objetivo compreender como o Fórum Mineiro, constituído desde 1998, configura-se como espaço de reflexão, socialização e de (re)leituras da Educação de Jovens e Adultos. Pretende-se conhecer como este espaço colabora na elaboração, construção e implementação das políticas públicas dessa modalidade no Estado. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Políticas Públicas, Fórum Mineiro de EJA)
03 - A contribuição da sociedade auxiliadora da indústria nacional para a educação de jovens e adultos no século XIX. Celina Midori Murasse, Universidade Estadual de Maringá (UEM), Maringá, PR.
Este estudo documental e bibliográfico indica que o interesse pela educação de jovens e adultos conquistou defensores no Brasil nas primeiras décadas do século XIX. A Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional (SAIN), a mais antiga associação civil registrada no país, dedicou-se a essa questão. Inaugurada em 19/10/1827, a SAIN propunha-se a difundir os conhecimentos úteis e formar os homens que promovessem o melhoramento e a prosperidade da indústria nacional. Com esse intuito, organizou exposições de maquinismos, montou uma biblioteca, publicou monografias e manuais, realizou concursos de inventos, editou o jornal O Auxiliador da Industria Nacional e fundou a primeira escola primária noturna. A pesquisa foi realizada com os recursos da Bolsa de Pós-doutorado Júnior do CNPq. (Palavras-chave: educação-Brasil-séc. XIX, educação de jovens e adultos, Sociedade Auxiliadora da Industria Nacional)
04 - Dossiê temático: uma expedição arqueológica no Fórum EJA-RJ.  Demetrius Dias da Silva, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
A comunicação tem o objetivo de apresentar uma leitura da filosofia do Fórum EJA/RJ e compreender sua estrutura, a partir dos princípios e métodos de organização, construídos ao longo de uma década de existência, em defesa do direito à educação para todos, independente da idade. A realidade concreta dos participantes do Fórum tem apontado para um planejamento e para um fazer pedagógico pautados em experiências dos sujeitos que dele participam, fazendo do momento de interlocução espaço de ação para pedagogos e educadores. Os participantes, por meio do exercício de outras formas de trabalhar juntos, são levados à reflexão política, sendo capazes de intervir na prática social e perceber suas armadilhas, reconhecendo as transformações que ocorrem nas próprias concepções de sociedade e de mundo. (Palavras-chave educação de jovens e adultos; movimentos sociais; construção de conhecimento; educação e cidadania)
05 - A política de educação de jovens e adultos no Brasil: desarmando a armadilha neoliberal. Edinéia Fátima Navarro Chilante, FAFIPA-Paranavaí-Pr; Amélia Kimiko Noma, UEM-Maringá-Pr.
O objeto do presente estudo é a política destinada à Educação de Jovens e Adultos (EJA) no Brasil, após os anos 1990. Visa a apreender a situação dessa modalidade da educação escolar e a evidenciar a posição marginal atribuída à EJA no sistema educacional brasileiro, ao apontar a manutenção do caráter supletivo que sempre marcou as ações do Estado nesta área. Ancora a análise em documentos oficiais nacionais e declarações internacionais pertinentes à educação e à EJA. Ao desarmar as armadilhas do ideário neoliberal, defende políticas de Estado de atendimento de jovens e adultos pelo sistema público de ensino com garantia de acesso, permanência e conclusão dos estudos, um direito inalienável de todos ao conhecimento historicamente acumulado. (Palavras-chave: educação pública; políticas educacionais; Educação de Jovens e Adultos; Brasil)
06 - Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL): uma leitura a partir de experiências contadas por educandas e contextualizadas historicamente. Marcelo Dante Pereira, Unesp campus Rio Claro.
A partir de uma aula de história, em uma classe do PEJA da Unesp-Rio Claro, observamos que algumas pessoas que vivenciaram o período do regime militar, tiveram muito pouco contato com a sua dimensão política e com outros fatos que marcaram a época em questão. Daquele período, algumas alunas só conseguiram se lembrar que freqüentaram aulas do MOBRAL e apresentaram, inclusive, o diploma. Ao reportarem-se ao MOBRAL, teceram algumas criticas que nos chamaram a atenção; tais críticas inspiraram esta pesquisa que tem como objetivo norteador estudar o MOBRAL, a partir do ângulo de visão de alunas que estudaram neste programa e hoje freqüentam as classes de jovens e adultos. Para uma configuração do referido período, buscamos informações documentadas sobre o regime militar, no campo da história, e produções musicais da época. (Palavras chave: MOBRAL, Experiências contadas, PEJA)
07 - As trajetórias de Vera e José Carlos Barreto na Educação de Jovens e Adultos: história, memória e experiência.  Maria Clarisse Vieira - UNB.
Esse texto discute alguns resultados de pesquisa que visava compreender as contribuições do legado da educação popular à educação de jovens adultos (EJA), por meio do estudo das trajetórias de educadores, cujos percursos foram marcados pelo envolvimento nessa área. O texto focaliza os itinerários de Vera e José Carlos Barreto a partir dos anos 1960, revelando o modo como as trajetórias desses educadores foram construídas, marcadas pela militância político-pedagógica na área e conectadas ao pensamento de Paulo Freire. A análise dos percursos desses educadores além de apontar alguns legados da educação popular à EJA, mostra a fecundidade de sua história, construída nas fronteiras das ações dos movimentos sociais e das instituições governamentais. (Palavras-chave: formação de educadores, memória, história da educação de jovens e adultos)
08 - A ação educativa do jornal do Commercio no início do século XIX. Marli Delmônico de Araújo Futata, Universidade Estadual de Maringá, PR; Celina Midori Murasse (orientadora).
Trata-se de um estudo, em desenvolvimento, sobre a vinculação entre imprensa e educação, no início do século XIX, a partir dos artigos veiculados pelo Jornal do Commercio. Trata-se de uma investigação de cunho bibliográfico e utiliza como fontes primárias a coleção dos artigos publicados no Jornal do Commercio de 1827 a 1831 e como fontes secundárias os escritos dos autores dos séculos XIX e XX que versaram sobre a temática ou o período delimitado para o presente estudo. O periódico, fundado por Pierre Plancher, é o mais antigo jornal de edição ininterrupta na América Latina desde sua fundação em outubro de 1827. Teve participação decisiva na propaganda e na preparação do movimento que culminou na abdicação de D. Pedro I, em 1831, revelando sua influência e contribuição na construção social, política e religiosa da nação brasileira, visto que difundia valores e opiniões. Em síntese, o Jornal do Commercio cumpria a tarefa de educar e forjar o cidadão que conhecesse seus direitos e principalmente os seus deveres e que participasse do processo de construção do jovem Império do Brasil. (Palavras-chave: História da Educação, Imprensa Nacional, Jornal do Commercio, Século XIX)

SESSÃO II
EJA e sistemas de ensino.
Ensino e aprendizagem: teoria e método.
Coordenação: Roberto Giansanti
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - Teoria histórico-cultural e Projetos de Trabalho: contribuições para a Educação de Jovens e Adultos. Andréia da Silva Pereira, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, Programa de Pós Graduação em Educação - CNPq; Cyntia Graziella Guizelim Simões Girotto, Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Filosofia e Ciências, Programa de Pós Graduação em Educação - CNPq.
Esta comunicação objetiva discutir a organização do trabalho pedagógico em uma sala de aula do PEJA (Programa de Educação de Jovens e Adultos - Unesp - Marília) por meio de Projetos de Trabalho (HERNÁNDEZ, 1998), que subentendem ações interdisciplinares na perspectiva da Teoria Histórico-Cultural (VYGOTSKY, 2001). Procuramos, primeiramente, apresentar os pressupostos e conceitos da teoria, para, em seguida, apontar o significado dos Projetos de Trabalho, buscando, concomitantemente, discutir para as implicações pedagógicas dessa concepção de ensino nas formas de conceber leitura, escrita, humanização e educação. As análises são parte de uma pesquisa mais ampla, que objetiva estabelecer as relações existentes entre a organização do trabalho pedagógico com os projetos de trabalho e o enfoque histórico cultural, ampliando as discussões em relação à educação de pessoas jovens e adultas no que se refere à apropriação da escrita. (Palavras-chave: teoria histórico-cultural, educação de jovens e adultos, leitura, escrita)
02 - Trabalho pedagógico: caminhos de aproximação entre a aprendizagem do adulto e a psicologia histórico-cultural. Liliam Cristina Caldeira, Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMS, membro do GEPPE - Grupo de Estudos e Pesquisa em Psicologia e Educação, UFMS; Sônia da Cunha Urt, Profa Dra. do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFMS - cursos de Mestrado e Doutorado; coordenadora do GEPPE - Grupo de Estudos e Pesquisa em Psicologia e Educação,UFMS.
Este artigo lança um olhar sobre a aprendizagem do educando inserido na Educação de Jovens e Adultos - EJA, pelas lentes da Psicologia Histórico-Cultural. Apresentamos os pilares básicos dessa corrente teórica, sua concepção de aprendizagem e conceitos relevantes para o entendimento da aprendizagem do adulto. Focalizamos os conceitos discurso interior, zona de desenvolvimento proximal e atividade. Como tratamos de um sujeito que se constitui em meio às singularidades presentes nessa modalidade educativa, propomos reflexões sobre o trabalho pedagógico nesse contexto. Assim, buscamos contribuir para a compreensão da aprendizagem do educando adulto, a partir dos subsídios possibilitados pela Psicologia Histórico-Cultural. (Palavras-chave: Aprendizagem - Educação de Jovens e Adultos - Psicologia Histórico-Cultural - Trabalho Pedagógico)
03 - Atividades transdisciplinares: ensaios de um projeto de ensino para a EJA II - Daniela Manini, EMEF Dulce Bento Nascimento - SME- Campinas-SP; Cláudio Borges, EMEF Dulce Bento Nascimento - SME- Campinas-SP.
O objetivo desta comunicação é apresentar um aspecto do projeto de ensino para EJA II, desenvolvido pela EMEF Dulce B. Nascimento desde 2006, que tem como preocupação central adequar a organização do curso ao perfil e às demandas dos jovens e adultos. Nesta comunicação, destacaremos as Atividades transdisciplinares, que foram concebidas a partir da constatação das dificuldades nas habilidades de leitura e escrita apresentadas pelos alunos. Como tais habilidades são pré-requisitos em todas as disciplinas, atentamos para a necessidade de trabalhá-las de modo transdisciplinar. Para tanto, foi feita uma reorganização do espaço e do tempo escolares: turmas são reagrupadas e equipes de professores orientam atividades de leitura, interpretação e produção de textos relacionados a temas pertinentes à formação dos alunos. (Palavras-chave: EJA II, atividades transdisciplinares, projetos de ensino, leitura e escrita)
04 - Lendo os números para dizer as palavras: o direito à educação de jovens e adultos em São Gonçalo - Marcia Soares de Alvarenga, UERJ-FFP; Tatiana Gonçalves Costa, UERJ-FFP-PIBIC-CNPQ; Érika da Silva Barroso, UERJ-FFP-PIBIC-UERJ.
A presente pesquisa tem como objetivo analisar a implantação do Plano Municipal de Educação em São Gonçalo/RJ cujas metas nos convocam a investigar as suas repercussões na democratização do direito à educação de jovens e adultos neste município. Buscamos analisar, à luz de fontes documentais e indicadores demográficos, as ações articuladas entre o poder local e os movimentos sociais em torno do direito à educação. Apoiados em Bakhtin (2000) e Gramsci (1999), entendemos que há uma inexorável relação entre discurso e ideologia. Ao lermos os dados relacionados à expansão/contensão do acesso à educação pública, atribuímos sentidos às palavras e silêncios sobre o direito à educação de jovens e adultos, refletindo e refratando o contexto no qual estes sentidos emergem e ressonam. (Palavras-chave: Direito à educação; Políticas Públicas; Educação de Jovens e Adultos)
05 - Planejamento negociado na Educação de Jovens e Adultos. Catia Alvisi, Prefeitura do Município de Bragança Paulista, Universidade São Francisco, Bragança Paulista, SP.
Esta comunicação pretende socializar uma experiência de planejamento negociado na Educação de Jovens e Adultos, valorizando o currículo como espaço de pluralidade de saberes,valores e de racionalidades (LOPES, 2003 ).O planejamento se estruturou a partir do diálogo tecido entre professores e alunos,no qual a própria experiência dos educandos se tornou a fonte primária para eleger o currículo do programa (FREIRE, 1970). A concepção de currículo que assumimos apóia-se nas propostas dos Estudos Curriculares,na perspectiva pós-estruturalista perpassando questões de saber,poder e identidade (Silva, 2005), para o qual se faz necessário e pertinente oportunizar espaços coletivos de debate para (re)significar o currículo e neste nosso caso da Educação de Jovens e Adultos. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, currículo, diálogo, (re)significação de saberes)
06 - Outra faceta do abandono escolar: o retorno de alunos de séries superiores ao 1º segmento da Educação de Jovens e Adultos. Paulo Eduardo Guerra, Secretaria Municipal de Educação Jaú, SP.
Esta comunicação apresenta experiência da Educação de Jovens e Adultos da rede municipal de ensino de Jaú, no que se refere ao acesso e retorno de alunos aos bancos escolares cursando as séries iniciais deste nível de ensino, mesmo apresentando histórico escolar de séries superiores. A constatação dessa situação configurou-se através dos registros dos alunos na formalização e consolidação dos dados no início do ano de 2007. Em um primeiro momento procurou-se assegurar esse direito público subjetivo (Parecer CNE/CEB 11/2000) a essa população. Na etapa seguinte, iniciou-se uma pesquisa com alunos e professores para o esclarecimento das razões do abandono anterior e do retorno. A partir da pesquisa foi planejado um trabalho direcionado à apreensão de novos conhecimentos que mobilizasse a esfera da leitura e da produção de textos, visando melhores condições de inserção do educando no processo de ensino-aprendizagem da Educação de Jovens e Adultos. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, evasão escolar, direitos, aprendizagem)
07 - De repente a nossa escola ganha um curso supletivo modular noturno, e agora? Rúbia Cristina Cruz Menegaço, Prefeitura Municipal de Campinas-SP; Antonieta Bernadete Teixeira de Andrade, Prefeitura Municipal de Campinas,SP.
Esta comunicação pretende trazer a discussão sobre a Educação de Jovens e Adultos numa escola municipal de Campinas, SP, numa organização modular do ensino fundamental de 5ª a 8ª série. Escola de periferia convive com a preocupação dos pais com a formação e com o encaminhamento de seus filhos, para que não entrem no mundo das drogas e da marginalidade. A escola atende todas as faixas de idade, inclusive alunos em condição de liberdade assistida. Aborda com criticidade a modalidade de ensino modular para a EJA; apresenta uma alternativa expressiva para redução da evasão escolar; discute os dados quantitativos e qualitativos para a progressão dos alunos no decorrer do curso. Provoca a elaboração de novos currículos, mas principalmente enfatiza a necessidade de uma nova dinâmica escolar para atender o perfil destes alunos. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos (Modular), Evasão Escolar, Currículo)
08 - Impacto da Alfabetização Solidária nas matrículas em Educação de Jovens e Adultos. Thiago Carvalho Pelucio Silva, Alfabetização Solidária, São Paulo, SP; Ednéia Gonçalves, Alfabetização Solidária, São Paulo,SP.
Esta comunicação visa compartilhar o estudo descritivo no âmbito das matrículas em cursos presenciais com avaliação no processo do ensino fundamental de EJA nas escolas das redes estaduais e municipais do Brasil. Utiliza como fonte de dados as matrículas arroladas nos Censos Escolares realizados pelo INEP de 2000 a 2005, comparando-as entre municípios atendidos e não-atendidos pela Alfabetização Solidária. Foi realizado um estudo descritivo considerando-se a representatividade, o aumento (decréscimo) percentual e a média de matrículas realizadas conforme os critérios acima, observando-se o atendimento ou não da Alfabetização Solidária e separando a análise da dinâmica das matrículas das capitais. Os resultados refletem os esforços da organização, expressos em seu projeto político-pedagógico, de induzir a demanda por educação de jovens e adultos, apoiando o poder público local no sentido de oferecer - ou aumentar quantidade de - classes de ensino fundamental de EJA. (Palavras-chave: Ensino Fundamental de EJA, redes de ensino, políticas públicas, estatística descritiva, Censo Escolar, INEP, Alfabetização Solidária)
09 - Professoras e alunos de EJA: desejos e perspectivas sobre a escola. Geisa Genaro Gomes, Faculdade de Educação,UNICAMP Campinas, SP.
Esta comunicação é o resultado de minha pesquisa de mestrado que teve como objetivo ouvir e registrar as vozes dos sujeitos que compõem a realidade cotidiana da FUMEC - Fundação Municipal para Educação Comunitária - órgão ligado à Secretaria de Educação do município de Campinas. A perspectiva teórico-metodológica assumida seguiu os princípios de trabalho da História Oral, tomando como referência, principalmente, as pesquisas de Demartini (1991), Amado (1995) e Portelli (1997). Por meio dos depoimentos de professoras e de alunos que vivenciam as práticas pedagógicas da instituição, a investigação trabalhou com as diversas visões e compreensões, tanto das docentes quanto dos estudantes, a respeito do ensino de EJA da FUMEC. As narrativas trouxeram para o estudo visões diversificadas, as quais apresentaram aspectos de naturezas diferentes da mesma instituição. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos - História Oral - Formação de professores - Narrativa e Ensino)

SESSÃO III
Programas de inclusão social na EJA.
Coordenação: Aline Cristina de Lima Dantas
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - Políticas públicas de juventude: leituras e reflexões sobre o Projovem na região metropolitana do RJ. Aline Cristina de Lima Dantas, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Fernando Felipe Duarte, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO); Greice Regina Bolgar dos Santos, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).
O ProJovem é uma Política Pública do Governo Federal destinado à jovens de 18 e 24 anos que desejam concluir o 2° segmento do Ensino Fundamental. O Programa oferece a oportunidade de elevação da escolaridade, qualificação profissional, planejamento e execução de ações comunitárias, além de uma bolsa no valor de R$ 100,00. O presente trabalho foi produzido a partir das ações da Equipe de Supervisão da UNIRIO em núcleos do Projovem nos municípios de Duque de Caxias, Belford Roxo, Magé, Nova Iguaçu e São João de Meriti entre os meses de fevereiro e maio de 2007. Nele, temos como objetivo avaliar o desenvolvimento do Programa, explicitando seus aspectos positivos, negativos e perspectivas, refletindo sobre as Políticas Públicas de Juventude no atual cenário educacional brasileiro, elaboradas na tentativa de efetivar o direito à educação. (Palavras-chave: Políticas Públicas, Juventude, Avaliação)
02 - Educação de Jovens e Adultos como inclusão social. Cléria Custódio Gonçalves; Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti, Unesp - Faculdade de Ciências e Tecnologia - Presidente Prudente.
Este trabalho se refere ao PEJA, iniciado no bairro Cambucy, comunidade na qual a maioria das pessoas tem na coleta de materiais recicláveis do lixão do município de Presidente Prudente seu meio de subsistência. O PEJA busca a inclusão destas pessoas não somente pela escolarização, mas buscando a emancipação, possibilitando uma nova visão de mundo através de um olhar crítico e de uma ação consciente dentro da sociedade, Este projeto se divide em dois momentos distintos, o primeiro, em que os educandos vão desvelando o mundo da opressão e vão comprometendo-se com a transformação; o segundo, em que, transformada a realidade opressora, esta deixa de ser a pedagogia do oprimido e passa a ser a pedagogia dos sonhos possíveis. (Palavras-chave: inclusão - reflexão - educação)
03 - O PROEJA no contexto das políticas públicas atuais: a busca pelo direito dos jovens e adultos à educação profissional técnica de nível médio. Geralda Aparecida de Carvalho Pena, CEFET, Ouro Preto, MG e Universidade Presidente Antônio Carlos, Mariana - MG.
Este trabalho visa apresentar algumas reflexões sobre o PROEJA (Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos), no contexto das políticas públicas atuais. Esse estudo, de caráter teórico, aborda o PROEJA sob o foco das políticas públicas, analisando aspectos referentes aos seus objetivos e possibilidades na concretização do direito dos jovens e adultos à educação profissional. É feita uma discussão sobre a inserção do mesmo no contexto das políticas públicas focalizadas e das políticas universalistas (Cury, 2005) bem como sobre os desafios da implantação da EJA na Educação Profissional, no sentido de garantir o direito de todos à educação. (Palavras-chave: Políticas Públicas. Educação de Jovens e Adultos. Educação Profissional. Direito à Educação.)
04 - Significados da leitura para jovens e adultos em sofrimento psiquiátrico. Karina Klinke, Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria; Amanda de Souza Vargas, Centro de Educação da Universidade Federal de Santa Maria.
Esta comunicação visa compartilhar alguns resultados parciais de uma pesquisa em desenvolvimento, que tem como um dos objetivos compreender como a leitura literária amplia a qualidade de vida de jovens e adultos em acompanhamento psiquiátrico, atendidos no Clube da Amizade do Hospital Universitário de Santa Maria/RS. São atendidos 26 pacientes na faixa etária de 19 a 56 anos, dos quais 12 são mulheres e 14 são homens. Abordamos aqui os trabalhos desenvolvidos em oficinas terapêuticas com atividades de leitura literária, nas quais observamos a linguagem oral e escrita dos pacientes, enquanto ampliação das formas de comunicação desses sujeitos com o meio social. A pesquisa de enfoque sociolingüístico (Soares, 1999) tem como procedimento metodológico a investigação-ação como uma crítica às propostas de educação inclusiva. (Palavras-chave: inclusão social, EJA, leitura, literatura)
05 - Ex-moradores de rua: resgatando a dignidade através da educação popular. Karina Sacardo de Souza, Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP - Presidente Prudente; Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti, Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP - Presidente Prudente.
Sabemos que a história sócio-econômica da sociedade brasileira gera um grande número de pessoas que se encontram privadas dos seus direitos. Uma das conseqüências dessa situação, são os moradores de rua. O PEJA é um importante programa de inclusão voltado a essa população, trabalhando temas geradores para não somente alfabetizar aqueles que nunca tiveram a oportunidade, mas, procurando resgatar a auto estima desenvolvendo o sentido e importância da cidadania. Através da pesquisa qualitativa utilizamos o estudo de caso. Considerando a pesquisa em andamento, podemos declarar que a presença do educador é fundamental para operar modificações nas atitudes, por meio do diálogo, do resgate da cultura e na conscientização da cidadania. (Palavras-chave: educação popular, inclusão social, cidadania, mudança atitudinal.)
06 - O retrato de uma identidade. Keila Maria Mota, Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP; Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti, Faculdade de Ciências e Tecnologia - UNESP.
Projeto de Educação de Jovens e Adultos- PEJA/PROEX- atua dentro de uma instituição filantrópica, no Hospital Psiquiátrico Allan Kardec, com uma sala de alfabetização, inserida no projeto AllanClô. Através da educação e escolarização integrá-los na sociedade e no mercado de trabalho possibilitando o direito à cidadania. As atividades ocorrem através de temas geradores onde a pergunta do educando é importante para que o dialogo se inicie porque acreditamos que onde existe o silêncio, não existe a compreensão da realidade. Assim, através do processo de escolarização sejam capazes de se relacionar com as diferenças entre eles, com o mundo que os cerca e com a comunidade em geral, na busca da reconstrução da identidade para tornar possível a resocialização. (Palavras-chave: escolarização, identidade, sociedade)
07 - O direito à educação prescrito no estatuto do idoso: uma breve discussão. Regina Sviech Pontarolo-UEPG, Ponta Grossa-PR.
O presente artigo apresenta resumidamente o processo histórico da Política Nacional do Idoso e da criação do Estatuto do Idoso no Brasil. Discute o direito à educação prescrito no Estatuto do Idoso, seus avanços e dificuldades. Ressalta a importância da educação dirigida aos idosos para eles próprios e para toda a sociedade. Define a educação permanente como processo que possibilita promover a participação dos idosos como cidadãos produtivos e partícipes da sociedade, resgatando sua integração social e dignidade humana.Procura alertar a sociedade em geral como co-responsável na valorização do idoso em todos os seus aspectos. (Palavras-chave:  Estatuto do Idoso, terceira idade, gerontologia, educação permanente.)
08 - Ongs e educação profissional: uma análise das competências desenvolvidas. Wania R. Coutinho Gonzalez, Cefetq, RJ.
O presente trabalho se baseia nos resultados da pesquisa realizada em ONGs do Rio de Janeiro. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com dados coletados em entrevistas semi-estruturadas junto aos coordenadores e professores dos cursos realizados por estas organizações. Focalizaremos as diretrizes pedagógicas adotadas nos cursos/ações de educação profissional ministrados pelas ONGs, pautadas no modelo das competências e habilidades de acordo com a legislação vigente. Para cumprir este objetivo analisaremos as respostas dadas por 4 (quatro) ONGs a seguinte questão: que conteúdos programáticos são desenvolvidos nos cursos, além dos específicos voltados para o posto de trabalho e para a profissão? Desta forma, buscaremos verificar se as ações educativas desenvolvidas pelas ONGs valorizam as competências sociais e políticas dos indivíduos.

SESSÃO IV
Alfabetização em foco: estudos, pesquisas, metodologias.
Coordenação: Maria Lêda Lóss dos Santos
Dia: 11/07/2007, das 14 às 17 horas

01 - Práticas de leitura na 1ª etapa da Educação de Jovens e Adultos. André Rodrigues Guimarães, Professor de Fundamentos da EJA na UNIFAP, Macapá-AP; Marcinha Alves Costa, Graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP; Maria do Socorro G. Alves, Graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP; Ronilda Montes do Carmo, Graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP.
Esta comunicação visa compartilhar uma pesquisa realizada na 1ª Etapa da Educação de Jovens e Adultos, de uma escola municipal de Santana-AP, que investigou as práticas de leitura desenvolvidas no processo de alfabetização, observando tanto os procedimentos metodológicos e a relação entre texto e contexto, quanto à percepção docente sobre a temática. Nesta investigação destaca-se que apesar do reconhecimento docente sobre a importância das diferentes práticas de leitura na sala de aula (ancorado numa perspectiva de letramento), implementa-se um ensino mecanicista e descontextualizado da língua materna, com objetivo de apenas codificar e decodificar os signos gráficos. (Palavras-chave: EJA, prática de leitura, letramento, atuação docente)
02 - Deixar de assinar com o polegar: velhos/novos desafios. Janine Fontes de Souza - Profa. do Campus XXIV - UNEB.
A presente comunicação busca abordar de maneira sucinta as práticas pedagógicas em alfabetização e sua importância para a constituição e efetivação dos princípios da cidadania (Freire, 1996). O domínio da língua oral e escrita é fundamental para a participação social efetiva, pois é por meio delas que o homem se comunica, tem acesso à informações, expressa e defende pontos de vista, partilha ou constrói visão de mundo, produz conhecimento (Soares, 2005). Por isso, ao ensiná-la a escola tem a responsabilidade de garantir a todos os seus alunos o acesso a saberes lingüísticos, necessários para o exercício da cidadania, direito inalienável de todos. As evidências do fracasso escolar apontam a necessidade da reestruturação do ensino de língua portuguesa, com o objetivo de encontrar formas de garantir de fato a aprendizagem da leitura e da escrita considerando as suas práticas sociais, possibilitando a integração dos saberes dos educandos com a cultura escolar. (Palavras-chave: alfabetização, educação de jovens e adultos, leitura, escrita)
03 - Aspectos descritivos de textos de adultos em processo de aquisição de língua escrita. Marcelo Andrade Leite, USS/Universidade Severino Sombra, Vassouras.
Baseado nos trabalhos do Ceale (Centro de Estudos de Alfabetização e Letramento) em Belo Horizonte - MG e em textos de SOARES (1989) e NASCIMENTO (1998) e outros, propomos uma reflexão na categorização das inadequações referentes à norma culta registradas em textos de adultos. 1) mapeamento de (ir)regularidades; 2) apresentação de um estudo previsibilidade diacrônica e 3) apresentar uma série de propostas para otimizar o ensino de alfabetização de adultos. (Palavras-chave: Alfabetização, letramento, norma culta)
04 - Identidade e alfabetização. Maria de Lurdes Valino, Geal - Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Alfabetização e Letramento Unicsul, Universidade Cruzeiro do Sul.
O processo de aprendizagem da língua escrita envolve questões inerentes à especificidade deste objeto de conhecimento e também, de forma muito especial, questões relacionadas à individualidade dos alunos: à sua identidade. Embora o processo de constituição da identidade seja contínuo, ou seja, as pessoas se estruturam e reestruturam ao longo de toda a vida, a transformação da identidade de analfabeto para a de alfabetizado envolve fatores múltiplos e complexos como a auto-estima do aluno e a atuação da escola. Jovens e adultos inseridos em um processo de escolarização, tal como a EJA, apresentam necessidade essencial de terem suas identidades transformadas antes mesmo de iniciada a aquisição formal de conhecimentos. (Palavras-chave: educação de jovens e adultos; alfabetização; identidade)
05 - O analfabetismo como armadilha para a produção de estigmas individuais e coletivos. Maria Lêda Lóss dos Santos, Profª. da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS; Mariane Rocha da Silveira, Bolsista PIBIC da Universidade de Passo Fundo, Passo Fundo, RS.
Os sujeitos não-letrados são profundamente marcados nesta sociedade que tem na leitura e na escrita seu parâmetro de inserção e desenvolvimento. Evidências dessas "marcas", os estigmas (segundo Goffman, 1978), foram percebidas nas entrevistas semi-estruturadas realizadas com sujeitos analfabetos e com gestores da educação municipal na pesquisa que trata da educação e do desenvolvimento sócio-econômico e cultural e que vem destacando a problemática do analfabetismo e do desenvolvimento humano numa região do Rio Grande do Sul, denominada Microrregião de Estudo, MRE - Botucaraí. A caminhada já efetivada no universo dessa investigação permitiu, a partir da análise das entrevistas, delimitar a categoria que diz respeito ao estigma do ser analfabeto e ao impacto na vida dos sujeitos, tanto em nível individual quanto coletivo, levantando "marcas" (armadilhas?) que os sujeitos analfabetos carregam. (Palavras-chave: Analfabetismo, estigmas, leitura e escrita)
06 - Concepções e práticas de leitura: a leitura de alunos da Educação de Jovens e Adultos do município de Paranavaí-PR. Mary Pereira dos Santos Lemos, Acadêmica do curso de Pedagogia da FAFIPA e bolsista Fundação FAFIPA, Paranavaí, PR.
O presente trabalho tem por objetivo investigar as concepções e práticas de leitura dos alunos da EJA do município de Paranavaí -PR. O referencial teórico que amparou nossas discussões foi Freire (1987), Soares (2003) e Kleiman (2001). Para conhecer as práticas de leitura, optamos por uma pesquisa de abordagem qualitativa. Realizamos observações sistematizadas em sala de aula e entrevistamos 5 alunos integrantes do segundo período de alfabetização. Para verificação de práticas de leituras adotamos como instrumento a apresentação de diferentes materiais portadores de texto seguidos de questionamentos sobre a composição e o uso do material. Os resultados, ainda parciais, indicam que os sujeitos desta pesquisa pertencem a um percentual de adultos que tiveram sua infância expropriada pelo trabalho. O mercado de trabalho que não permitiu o aprendizado na infância interfere na decisão de aprender na idade adulta. Quanto às praticas de leitura, verificamos que todos realizam uma boa decodificação de textos, porém, nem sempre entendem o que leram. Reconhecem diferentes materiais portadores de texto mas, ainda não conseguem localizar informações nestes materiais. (Palavras-chave: práticas de leitura- alfabetização- educação de jovens e adultos)
07 - Era uma vez conte outra vez: contos em classes de alfabetização e letramento de jovens e adultos. Michele Marcondes de Abreu e Wellington Gonçalves Silva de Andrade, PROALFA, UERJ.
Considerando o aprendizado da leitura e da escrita como um processo contínuo, que está além da simples decodificação, entendemos ser importante trabalhar a autonomia no uso social da língua escrita. Desta forma, relatamos a elaboração e a construção de um livro de contos produzidos pelos alunos do Programa de Alfabetização, Documentação e Informação - PROALFA, da UERJ. O livro Contando Contos foi resultado do primeiro módulo, intitulado Língua Portuguesa de um país chamado Brasil, do projeto desenvolvido no programa no ano de 2006, cujos objetivos era entender a formação da Língua Portuguesa no Brasil, desenvolver nos alunos a motivação para a escrita, reconhecer os diferentes gêneros textuais e torná-los autores de contos. (Palavras-chave: gênero textual, Língua Portuguesa, escrita, conto)
08 - A utilização do lúdico na Educação de Jovens e Adultos. Rejanete da Silva e Souza, Graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP; Eliene de Oliveira Silva, Graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP; Márcia do Socorro Rodrigues de Araújo, Graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP; André Rodrigues Guimarães, Professor de Fundamentos da EJA na UNIFAP, Macapá, AP.
Esta comunicação visa socializar o resultado de uma pesquisa realizada nas etapas iniciais da Educação de Jovens e Adultos (EJA) da escola estadual Maria de Nazaré Vasconcelos (Macapá-AP), na qual se enfocou a utilização de atividades lúdicas nesta modalidade de ensino (Freire, 2002; Vale, 2001; Santos, 1997). Os resultados apontam a necessidade das atividades recreativas fazerem parte cotidiano escolar, pois, além aumentar a motivação dos alunos, possibilita a realização de um trabalho interdisciplinar e favorece a mediação pedagógica. Deste modo, com a devida ressalva, enfatiza-se a necessidade de abandonarmos a concepção de que as atividades lúdicas são exclusivas à educação infanto-juvenil. (Palavras-chave: EJA, lúdico, prática docente)
09 - Alfabetização de jovens e adultos do campo: práticas discursivas do ensino de leitura. Sandra Maria Gadelha de Carvalho, Profa. Dra. UECE - FAFIDAM; Izabel Larissa Lucena, mestranda, UFC - PPGL.
O presente trabalho traz reflexões acerca de uma pesquisa que se debruça sobre a prática educativa de alfabetizadores(as) do MST. Pretende-se analisar de que modo atividades de leitura, que tomam como base a realidade social e comunicativa, podem contribuir para o desenvolvimento lingüístico de jovens e adultos que residem em áreas de assentamento rural.Objetiva, ainda, verificar como o despertar de uma consciência sócio-discursiva de ensino reflete na superação das dificuldades enfrentadas por esses educadores(as). Esse estudo revela que, no processo de alfabetização, os educadores constroem estratégias diversificadas de ensino relacionadas a identidade social, o conhecimento, os interesses e as crenças dos educandos. (Palavras-chave: Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), alfabetização de jovens e adultos, práticas discursivas, estratégias educativas de leitura)
10 - A produção acadêmica sobre alfabetização e letramento em EJA. Virgínia Silva Noronha, FaE-UFMG; co-autoria: Francisca Izabel Pereira Maciel, FaE-UFMG; Karen Alcântara Nery, FaE-UFMG.
Esta comunicação tem como objetivo apresentar resultados de uma meta-pesquisa realizada sobre as teses e dissertações sobre alfabetização em EJA, no período de 1995-2005 que tem como referencial teórico e/ou objeto de pesquisa o conceito de letramento. O levantamento bibliográfico foi realizado no Portal da CAPES e os critérios para identificar as teses e dissertações foram inicialmente o uso do termo letramento no título e/ou resumo. Para análise dessa produção acadêmica utilizaremos como referencial teórico Tfouni (1988), Kleiman (1995) e Soares (2002), Mazagão (2001) e para as categorias de análise utilizaremos como referência as utilizadas na pesquisa: Alfabetização no Brasil: o estado do conhecimento. (Palavras-chave: letramento, alfabetização, educação de jovens e adultos)

SESSÃO V
Inclusão social, ética, cidadania, cultura de paz.
Coordenação: Roberto Catelli Jr
Dia: 11/07/2007, das 14 às 17 horas

01 - Adolescentes tempo integral: a construção da identidade de adolescentes. Catherine Monique de Souza Hermont, Mestranda do Programa de Pós Graduação na Linha Sociedade, Cultura e Educação UFMG, Faculdade de Educação,Professora do Projeto de Educação de Trabalhadores, Belo Horizonte,MG - Rogêrio Campos Cunha e Lúcia Helena Alvarez Leite.
Esta comunicação visa apresentar a pesquisa em desenvolvimento: A construção da identidade de adolescentes a partir das vivências em projetos de tempo integral da Secretaria Municipal de Belo Horizonte. Propõe mapear e analisar os discursos que permeiam as relações entre diferentes atores sociais, alunos e professores, sobre as relações dos adolescentes e seus processos formativos alfabetização-(restrito) escolarização (amplo) e a constituição de suas identidades sociais. Na constituição da Identidades como se articulam a dimensão discente e a dimensão adolescente. Estas relações serão investigadas em um projeto de ampliação do tempo de permanência dos alunos em atividades na escola e na comunidade. As bases teóricas da pesquisa são: Hall 1999-Peralva,1997-Melluci,1997 e Charlot, 2000. Par a análise do material serão utilizados Bakthin, Foucalt, Moita Lopes e Bagno. (Palavras-chave: Adolescência, identidade, análise critica do discurso, alteridade, educação em tempo integral)
02 - Almanaque do Aluá n.º 2: a construção da paz na diversidade. Cleide Leitão, Alexandre Aguiar e Renato Costa, SAPÉ,RJ.
Esta comunicação intenciona socializar a experiência de produção e divulgação do Almanaque do Aluá n.º2, que teve como temática A construção da paz na diversidade, entendendo a paz como construção cotidiana, como exercício marcado por negociações, trocas de sentidos, significados e valores que considerem as diferenças, divergências e confrontos na produção de algum consenso solidário. O Almanaque do Aluá é uma publicação do SAPÉ - Serviços de Apoio à Pesquisa em Educação e desde a sua origem foi concebido como material de leitura para jovens e adultos e de apoio a formação dos educadores da Educação de Jovens e Adultos. Esta edição financiada com recursos da SECAD - Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC possibilitou ampliar o seu caráter público, tanto na tiragem de 330 mil exemplares distribuídas com mais eqüidade, quanto nas oficinas realizadas em todos os estados em parceria com os Fóruns de Educação de Jovens e Adultos. (Palavras-chave: material de leitura, educação de jovens e adultos, construção da paz, diversidade)
03 - Sou um craque. Fabiana Rosa Martins, PROALFA, UERJ.
Este trabalho relatará uma experiência em Extensão universitária do Programa de Alfabetização, Documentação e Informação -Proalfa-UERJ desenvolvida em parceria com Centros de Acolhimento da Secretaria de Assistência Social da Prefeitura do Rio de Desde 2004, este projeto atende a crianças e adolescentes com alta vulnerabilidade social e pessoal. As atividades do projeto objetivam promover a leitura e escrita, bem como favorecer o vínculo com a aprendizagem escolar. Cabe ressaltar, que nem todos estão matriculados na rede regular de ensino, seja pela falta de vaga ou pela dificuldade de aceitação deste aluno devido a sua origem social. Esta comunicação pretende analisar a experiência pedagógica desenvolvida por meio do projeto “SOU UM CRAQUE”, expondo os objetivos e as etapas do trabalho que culminou na confecção de um livro individual . (Palavras-chave: classes de jovens, alfabetização, identidade)
04 - Ética e cidadania: permanências e rupturas: ações da educação do CEPROCAMP "Antonio da Costa Santos". Inês Olinda Botelho de Araújo, Ceprocamp "Antonio da Costa Santos" FUMEC-Campinas-SP.
Os jovens e adultos dos Cursos Técnicos, de Qualificação e Pré Vestibulares, do Ceprocamp constroem e são construídos pelo atual conceito de cidadania: "Qualquer cidadão pode ser governante de seu próprio país (Gramcsi,1987). Vivem a exclusão em suas múltiplas facetas, lutam por uma inserção no mercado de trabalho, necessitando de consciência ética, participação e solidariedade. Como esses jovens e adultos fazem a leitura de filmes como "Tempos Modernos"(Chaplin), e de outros contemporâneos? Quais relações estabelecem com nosso tempo "pós-moderno"? Quais são as permanências, as rupturas e as "suaves" camuflagens? Quais os mecanismos de defesa que eles têm às agressões do mundo do trabalho?As aulas de Educação para a Ética e Cidadania partem da leitura e da escrita dinâmicas, do mundo dos alunos, para reconstruir conhecimentos sem estereótipos, críticos. (Palavras-chave: cidadania, ética, trabalho, educação, leitura)
05 - Lendo e escrevendo entre as grades da sociedade. Jucileny Bochorny, Unesp Presidente Prudente; Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti, Unesp Presidente Prudente.
Este é o resultado do trabalho realizado no período de março a dezembro de 2006 com jovens entre 14 e 17 anos que estão em confronto com a lei em Liberdade Assistida. Na relação com os jovens buscou-se inseri-los no processo de ensino-aprendizagem cumprindo seus direitos garantidos por legislações vigentes e teve como objetivo incentivar a leitura entre as grades (escola/sociedade) de novas possibilidades e superação de preconceitos diante do ensino-aprendizagem. Contexto em que educandos e educadores trocam leituras de realidades (a) diversas, através da pesquisa-ação, e conferiram resultados positivos como: preparação para eliminação de disciplinas, permanência em sala de aula por meio de uma relação horizontal; e negativos: preconceito, discriminação e intolerância. (Palavras-chave: inclusão, liberdade assistida, educador popular)
06 - A educação física como elemento fundamental na educação em liberdade assistida. Juliana Moreira da Costa, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, SP; Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti, Universidade Estadual Paulista, Presidente Prudente, SP.
Este trabalho busca identificar a importância e os benefícios da Educação Física na ressocialização de jovens que se encontra em uma situação de risco, a Liberdade Assistida. As análises estão sendo realizadas através de observação, preparação e aulas de Educação Física ministradas uma vez por semana sob a metodologia da pesquisa-ação no projeto de extensão Universitária da FCT-UNESP "Inclusão social de jovens e adolescentes em situação de risco" em parceria com o Projeto Alerta da Secretaria Municipal de Assistência Social de Presidente Prudente. Até o momento podemos observar o grande interesse dos jovens nas práticas corporais e quanto isso pode influenciar positivamente na sua formação humana, na socialização com os colegas e na sua relação com o próprio corpo. (Palavras-chave: Educação Física- Educação de Jovens e Adultos- Jovem, Liberdade Assistida)

SESSÃO VI
Práticas de leitura e escrita I - textos literários.
Coordenação: Wanda Medrado Abrantes
Dia: 11/07/2007, das 14 às 17 horas

01 - Letramento Literário na EJA. Carmem Lucia Eiterer, FaE-UFMG; Pollyana Fernandes Macedo, PROBIC-FaE-UFMG; Liliane Barcellos Silva Melo, Graduanda, FAE-UFMG).
O projeto em questão trata do desenvolvimento de atividades de leitura literária de autores clássicos brasileiros, mediadas por um bolsista, com educandos jovens e adultos no segundo segmento do Ensino Fundamental, na modalidade de EJA. O trabalho de leitura fora da sala de aula, sem as estratégias de controle comuns ao ensino de literatura, tais como resumos, provas, etc. Visa garantir a preservação do convívio lúdico e do prazer estético como razões principais para ler os textos, superando marcas de exclusão e promovendo a entrada do leitor neste universo cultural como direito democrático. Assim, o projeto visa superar barreiras psicológicas e sociais que se interpõem entre texto e leitor nesta modalidade de ensino.
02 - Leitura literária em contextos de escolarização básica de trabalhadores em seu ambiente de trabalho. Marlene Mariotto Gaspar, Universidade Estadual de Londrina - UEL; Elsa Maria Pessoa Mendes Pullin, Universidade Estadual de Londrina, UEL.
A formação de leitores em contextos de escolarização básica em ambientes de trabalho vem sendo pouco investigada. A experiência da condução de um projeto de leitura literária, desenvolvido junto a alunos-trabalhadores de seis indústrias de transformação de uma cidade porte médio, do norte do Paraná é apresentado. Os alunos-participantes encontravam-se matriculados na segunda fase do ensino fundamental, (n=80) e no ensino médio (n=130). São descritos os procedimentos utilizados para a inclusão desse gênero de suporte para leitura em cada um desses universos. Os instrumentos para obtenção das informações foram um questionário e os registros das retiradas do acervo. Os resultados indicam um aumento na prática de leitura, bem como no valor atribuído à leitura, entre os participantes. Sugestões decorrentes dessa experiência são apontadas. (Palavras-chave: Formação de Leitores; Práticas de Leitura; Educação de Jovens e Adultos)
03 - Alunos escritores na EJA e a intimidade com o mundo literário.  Roberto Cezar de Souza Silva, FALE-CEALE-UFMG, Professor-monitor do Projeto de Ensino Fundamental de Jovens e Adultos, 1º Segmento (Proef-1); co-autora-Orientadora: Francisca Izabel Pereira Maciel, CEALE-FAE-UFMG).
Essa comunicação visa a apresentar resultados de um projeto de produção de textos ficcionais pelos alunos do 1º segmento de EJA da UFMG. Nesse projeto, as produções coletivas e/ou individuais são criadas e socializadas entre colegas, tendo como um dos objetivos tornar esses alunos mais íntimos do mundo literário. Para conhecerem as características literárias, faz-se fundamental a análise de vários gêneros textuais (Marcuschi,2001) além dos textos de ficção (Lopes, 2000). Vivenciando a fantasia através da escrita, temos como resultados alunos que podem se libertar de uma realidade como a enfrentada por muitos da EJA, mas que também podem se voltar de forma mais crítica para essa realidade (Freire, 1981). E, analisando esses textos, conhecemos melhor os alunos da EJA, tornando possível intervenções mais eficazes e mais próximas à sua realidade. (Palavras-chave: gêneros textuais, literatura, produção textual, ficção)
04 - Pra que ensinar literatura pra quem carrega saco nas costas?  Sônia Aparecida Ijano Batista, EE ”Prof. Carlos Augusto de Camargo” Piedade/SP e UNISO, Sorocaba/SP. Orientadora: Profa. Dra. Maria Lúcia de Amorim Soares, Mestrado da Universidade de Sorocaba - UNISO
Esta comunicação propõe-se a compartilhar as experiências de um programa de incentivo à leitura, desenvolvido junto às classes da EJA - Ensino Médio da EE.”Prof.Carlos Augusto de Camargo”, na cidade de Piedade/SP, que privilegia a leitura dos clássicos nacionais e estrangeiros. O Programa é o fruto-ação da dissertação de Mestrado, defendida junto a Universidade Sorocaba que responde a pergunta de um aluno da Escola Pública: ”Pra que ensinar literatura pra quem carrega saco nas costas?”, seguindo as pegadas de Kramer, 2001; Leahy-Dios, 2000; Compagnon, 2001; Gonçalves Filho, 2000 e Candido, 1992. A resposta, via Antonio Candido, traz a literatura enquanto um DIREITO, fenda que permite aos alunos entreverem brechas para viverem melhor consigo mesmos e na sociedade. (Palavras-chave: literatura, direito, EJA, leitura)
05 - Lendo a sociedade brasileira através do carnaval carioca. Vanessa de Abreu Camasmie.
Esta comunicação apresentará o projeto Carnaval na cidade do Rio de Janeiro desenvolvido no Programa de Alfabetização, Documentação e Informação - PROALFA - UERJ - em uma classe de jovens e adultos em processo de alfabetização e letramento. Os objetivos do projeto eram aprimorar a leitura e a escrita através de leitura e produção de marchinhas carnavalescas e estudar os aspectos sociais, culturais e históricos presentes no carnaval da cidade do Rio de Janeiro. O desenvolvimento deste trabalho deu-se por meio de visitas pedagógicas, debates, leituras de diversos gêneros textuais, vídeos. Nesta comunicação, relatarei a prática pedagógica descrevendo e analisando as etapas do projeto, bem como as práticas de leitura e escrita desenvolvidas desde a sua origem até os produtos finais: apresentação musical, painéis do carnaval e o livro Marchinhas da Saudade.
06 - O que os alunos e os professores fazem com o acervo literário distribuído para a eja pelo pnbe? Wanda Medrado Abrantes, Pedagoga da Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ) e Professora da Universidade Estácio de Sá, Rio de Janeiro/RJ.
Esta comunicação pretende apresentar algumas reflexões sobre os resultados parciais do projeto de pesquisa: Avaliação Diagnóstica do Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), especificamente sobre um dos programas de distribuição de acervos para as escolas, voltado para a Educação de Jovens e Adultos, denominado: Palavra da Gente EJA. Por se tratar de uma discussão sobre o direito de todos fazerem uso da leitura e da escrita, incluindo os textos literários, a autora tece uma narrativa sobre os usos que os sujeitos (alunos e professores da EJA) fazem do acervo distribuído pelo PNBE no RS, um dos estados que fizeram parte da mostra da referida pesquisa, sinalizando os atos e os gestos presentes nessa prática leitora. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos; Leitura e Escrita; Literatura)
07 - Crônicas na EJA: uma chave para a clausura dos leitores. Karina de Oliveira, Bolsista PROEX, FCL, UNESP, Assis.); Regina A. R. Siqueira, Orientadora,  FCL,UNESP,Assis.
Este trabalho consiste em compartilhar uma experiência realizada numa sala do PEJA, um projeto de extensão universitária articulado à pesquisa e ao ensino. Através da metodologia ação-reflexão-ação e de temas geradores, com o intuito de ressignificar situações reais do cotidiano, os alunos foram instigados a ler, discutir e produzir textos a partir da leitura de crônicas do escritor L.F.V. como um caminho para a formação de leitores efetivos, desenvolvendo não apenas o hábito e o gosto por estas atividades, mas, também, buscando ampliar o horizonte de expectativas do grupo. Alguns resultados já podem ser apresentados como reflexões mais elaboradas, além de um aprimoramento na autonomia da escrita de cada um, que os auxiliam a se libertarem das clausuras instituídas pela sociedade. (Palavras-chave: leitura, formação do leitor, crônicas, EJA, ação- reflexão- ação)

SESSÃO VII
Práticas de leitura e escrita II - língua, linguagens.
Coordenação: Roseli Aparecida Soares Felisberto
Dia: 11/07/2007, das 14 às 17 horas

01 - Lendo, escrevendo e produzindo jornal: a apropriação da escrita por alunos de EJA. Fabiola Daniele da Silva, Centro de Referencia de Educação de Jovens e Adultos, Rio de Janeiro, RJ.
O trabalho com jornal representou a tentativa de se romper com o obstáculo que a aprendizagem da língua escrita representa para alunos das classes populares e levar o aluno a apropriar-se da variante culta de sua língua materna no sentido de usufruir os bens culturais produzidos pela humanidade, além de tornar-se produtor de conhecimento. O fortalecimento da auto-estima passa pelo resgate da identidade cultural e da consciência por parte do aluno de sua competência lingüística, inerente a qualquer usuário da língua. Portanto, o processo de apropriação da norma culta não pode resultar na negação de sua identidade cultural e lingüística, mas, ao contrário, apenas aquele que se reconhece competente lingüisticamente é capaz de utilizar o conhecimento técnico da norma culta em favor da expressão e afirmação de seus valores humanos e culturais. Neste trabalho, os alunos utilizaram o jornal, não apenas como fonte de informação, mas como base para o exercício da consciência crítica através da leitura, reflexão, debate e reescrita. Este trabalho tornou-se a alavanca para todo o processo de alfabetização, digo, aprimoramento do processo.
02 - Almanaque: um resgate das memórias através leitura e da escrita. Marcelle Pimenta Pinheiro, PROALFA, UERJ.
Esta comunicação apresentará o projeto pedagógico “Memórias” que foi desenvolvido numa das classes do PROALFA`, cujo módulo era. intitulado Língua Portuguesa de um país chamado Brasil, do projeto desenvolvido no primeiro semestre de 2006. O projeto tinha por objetivo resgatar as memórias dos alunos, analisar criticamente a Língua Portuguesa, bem como valorizar a cultura brasileira, e resultando na produção do “Almanaque da Turma UnATI I”. O trabalho pedagógico teve seu desenvolvimento mediado pela leitura de diversos gêneros textuais, a produção escrita desses textos, adaptações de contos, visitas pedagógicas e exibição de vídeos. Na comunicação, será relatada a prática pedagógica pontuando e analisando as etapas do projeto, a produção do produto final e os resultados obtidos. (Palavra -chave: letramento, memória, escrita, leitura, almanaque)
03 - Desatando nós da ortografia: um estudo com alunos da Educação de Jovens e Adultos. Maria José dos Santos, Universidade Federal de Goiás, Campus de Catalão; Lívia Abrahão do Nascimento, Universidade Federal de Goiás, Campus de Catalão; Ionice Barbosa de Campos, Universidade Federal de Goiás,Campus de Catalão; Raphaela Pacelli Procópio, Universidade Federal de Goiás, Campus de Catalão.
Entre os desafios do Programa de Educação de Jovens e Adultos, a permanência, com sucesso, do jovem no sistema público de ensino tem sido objeto de preocupação entre os estudiosos do tema. Esta comunicação tem por objetivo apresentar resultados de um estudo que investiga o desempenho ortográfico de alunos matriculados no Ensino Médio na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Análises quantitativas e qualitativas permitiram identificar as violações ortográficas mais freqüentes e possibilitam uma reflexão sobre o papel da intervenção pedagógica nesta modalidade de ensino e a necessidade de um ensino explícito das normas ortográficas bem como do estabelecimento de metas e objetivos no ensino da ortografia do português. (Palavras-chave: educação de jovens e adultos, ensino médio, ortografia)
04 - Cartas: é coisa do passado?  Roseli Aparecida Soares Felisberto, Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos "Clarice Lispector"; Maria Irene Bezerra Lenharo Escola Municipal de Educação de Jovens e Adultos "Clarice Lispector", Mauá, SP.
Esta comunicação é o resultado de uma pesquisa realizada pelos alunos do 1º segmento do ensino fundamental da Escola Municipal de Educação de Jovens e adultos "Clarice Lispector" em parceria com o Instituto Paulo Montenegro e Ação Educativa, no projeto Nossa Escola Pesquisa Sua Opinião (NEPSO). O objetivo era saber se as cartas ainda são utilizadas como um meio de comunicação freqüente mesmo diante das inovações tecnológicas. Os alunos partiram da idéia de que a carta é muito importante, pois detém um valor cultural que requer estudo e o desenvolvimento da leitura e da escrita, tanto para quem escreve quanto para quem lê. O fato do tema "carta" está presente em músicas, filmes e livros também contribuiu para qualificar hipótese. (Palavras-chave: pesquisa, comunicação, leitura, escrita, cartas)
05 - Não vamos esperar a notícia: nós somos a notícia. Sheyla Aparecida de Moraes e Silva, E.M.Rocha Pombo - Juiz de Fora- MG e UFJF, Juiz de Fora, MG.
A presente comunicação visa socializar os frutos de um trabalho desenvolvido com gêneros textuais literários de autores como Drummond (1999),Coralina (2000),Buarque(2001),Brecht(2001),onde alunos de uma classe de EJA de 1ª a 4ª série multisseriada iniciaram a construção do projeto"Não vamos esperar a notícia: nós somos a notícia" um jornal trimestral produzido pela turma à partir de sua aproximação com textos literários.O jornal representou um campo profícuo de aprendizado e valorização do capital cultural dos alunos(Bourdieu,2001).A aproximação dos alunos com a literatura desenvolveu sua capacidade de interpretação, percepção e a valorização de seu letramento social (Marcuschi,2001),relacionando a escrita à contextos sociais básicos da vida cotidiana em paralelo direto com a oralidade e construção de produções textuais. (Palavras-chave: gêneros textuais, letramento social, oralidade, jornal)
06 - História e histórias: o jornal como testemunha. Simone da Silva Lopes, PROALFA, UERJ.
Só se aprende a escrever escrevendo. Só se aprende a ler lendo. A folha de papel, em branco ou não, apesar de assustadora para quem está no início, não deve ser um empecilho para a escrita produtiva, autônoma; antes, cabe a nós, educadores, perceber e aguçar o papel ativo dos alunos no uso social da língua. A partir dessa concepção, relataremos e analisaremos nossa experiência em EJA na confecção de um jornal - o Reviver- como produto final de um projeto intitulado “As histórias que constroem a história do Brasil”. O objetivo, além de produzir textos de circulação real, desenvolvendo a leitura e a produção de texto, era refletir sobre fatores históricos e culturais a partir das experiências individuais dos educandos. Assim, por meio desse paralelo, percebe-se que, embora nossos nomes não estejam eternizados nos livros, somos, todos, produtores e produtos da História. (Palavras-chave: leitura, letramento, escrita, história)
07 - Uma análise sobre a concepção de língua e linguagem na fala das professoras da Educação de Jovens e Adultos. Fátima Maria Elias Ramos, Docente da Unidade Acadêmica de Letras do Centro de Formação de Professores da Universidade Federal de Campina Grande, UFCG, Campus de Cajazeiras, PB; doutoranda em Lingüística na Universidade Federal de Pernambuco/UFPE, Recife-PE, orientadora a Profª Drª Dóris de Arruda Carneiro da Cunha.
O objetivo deste trabalho é analisar como professoras da EJA compreendem os conceitos de língua e linguagem contidos na Proposta Curricular do MEC e da Ação Educativa para a Educação de Jovens e Adultos. Os dados empíricos provêm de entrevista realizada com essas profissionais sobre o referido documento. Fundamentam o trabalho os postulados de Bakhtin, particularmente a tese do dialogismo, o estudo do discurso de outrem e a perspectiva de François sobre a diversidade de modos de recepção. Os dados revelam que há, no dizer das professoras, uma diversidade de formas de retomada do discurso de outrem. Daí a importância de incluir na formação dos professores de língua materna diferentes abordagens teórico-metodológicas sobre língua(gem), pois, em sua prática pedagógica, os professores precisam conhecer seu objeto de estudo. (Palavras-chave: língua; linguagem; concepção)
08 - Variação lingüística na Educação de Jovens e Adultos. Patrícia Fortuna Wanderley Prazeres. Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
Essa comunicação visa compartilhar os resultados da pesquisa realizada em duas escolas de EJA no Município do Rio de Janeiro no ano de 2006. O objetivo geral é compreender a forma como os professores da educação de jovens e adultos do 1º segmento do ensino fundamental desenvolvem suas práticas educativas diárias em relação ao fenômeno da variação lingüística. As práticas pedagógicas são estudadas principalmente a partir de alguns aspectos que se referem ao fenômeno da variação lingüística e com base em autores como Bagno, Britto, Bortoni-Ricardo, Gnerre, Soares, entre outros. A pesquisa aponta para a relevância de refletir sobre as práticas pedagógicas, analisando as concepções de língua que circulam no âmbito da escola, como uma forma de contribuir para o estudo da problemática da diversidade lingüística e social no contexto educacional. (Palavras-chave: educação de jovens e adultos, linguagem, variação lingüística)

SESSÃO VIII
Múltiplas linguagens na EJA.
Coordenação: Márcia Lygia Casarin
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - A elaboração de conhecimentos e de subjetividades na Educação de Jovens e Adultos. Cláudio Borges da Silva, EMEF "Profa. Dulce Bento Nascimento", Campinas-SP.
Na presente comunicação problematizo algumas formas homogeneizadoras e não-historicizadas como jovens e adultos e seus modos de aprender são caracterizados nos discursos pedagógicos. Com esse intuito destaco para análise um episódio vivenciado numa sala de aula de EJA I no qual uma aluna enuncia suas formas de apropriação da leitura e da escrita na trama das relações de ensino vivenciadas na escola e fora dela. Parto de pressupostos teórico-metodológicos de autores identificados com o modelo histórico-cultural da formação humana. Nesse sentido procuro desenvolver uma análise enunciativa, buscando apreender indícios dos processos de significação produzidos no contexto escolar em suas relações com contextos espaço-temporais mais amplos. Apresento também alguns possíveis pontos de diálogo entre estes pressupostos e aspectos da linguagem fílmica do documentarista Eduardo Coutinho. (Palavras-chave: elaboração de conhecimentos, relações de ensino, subjetividades)
02 - Prática pedagógica e Narradores de Javé: educação e arte como conteúdos reflexivos na EJA. Fabiana Aparecida de Albuquerque, EMEF "Oziel Alves Pereira" Campinas-SP.
Esta comunicação visa a compartilhar uma oficina desenvolvida no contexto da formação de professores das séries iniciais do ensino fundamental e da EJA, no extinto CEFAM. Por meio de Oficinas Pedagógicas a prática de leitura da linguagem pedagógica que venha para ampliar o universo de metodologias de ensino para o adulto com a arte.Objetivou-se a ampliação do repertório de práticas pedagógicas para aplicação em sala de aula, levando em consideração que a metodologia para a EJA é sempre desafiadora.Com o Filme foi possível debater temas como a oralidade,a leitura do mundo e leitura no mundo. (Palavras-chave: leitura, educação de jovens e adultos, arteducação)
03 - Em busca de um modelo pedagógico próprio ao público de EJA: desvendando segredos da leitura de mundo dos adultos. Dra.Fátima Beatriz de Benedictis Delphino, CEFET-SP, São Paulo-SP.
Este trabalho pretende apresentar algumas alternativas à ação docente em cursos destinados à Educação de Jovens e Adultos, sugeridas por um grupo de pesquisa do CEFET-SP, que estuda a importância das multilinguagens e do repertório cultural presentes no ambiente educativo e na vida pessoal dos alunos. Sabemos que o público-alvo do EJA é constituído de "não-crianças", excluídas da escola regular (Martha Kohl,1999) e que geralmente estão inseridas em grupos sociais que exigem aplicação de metodologias diferenciadas, voltadas para o ser humano adulto. O projeto prevê, entre outros estudos, a organização de um mapa de experiências educacionais positivas no trabalho com adultos, especialmente aquelas agregadas pelas competências cognitivas mobilizadas pelo desenvolvimento da língua e a da comunicação, responsáveis pela ampliação de estratégias de leitura de texto e de mundo dos alunos. (Palavras-chave: ação docente;público adulto; multilinguagens; leitura de texto e de mundo.)
04 - Tecnologia como mediação do processo de ensino- aprendizagem na Educação de Jovens e Adultos. Ilma de Andrade Barleta, graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP; Jesuíta Marinho da Costa, graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP; Kátia Patrícia Dias Costa, graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP; Leila Bello Ferreira graduanda em Pedagogia pela UNIFAP, Macapá-AP; André Rodrigues Guimarães, Professor de Fundamentos da EJA na UNIFAP, Macapá-AP.
Esta comunicação visa socializar uma pesquisa exploratória sobre a utilização dos recursos tecnológicos na prática educativa do professor da Educação de Jovens e Adultos - EJA. Para tanto, realizou-se um estudo teórico sobre a tecnologia e a EJA, pautado em autores como Freire (2003; 2005), Vale (2001), Brunel (2004), Grinspun (2001), Litwin (1997), Orofino (2005) e Ribeiro (2001). Com isso, obteve-se o suporte necessário para confrontar a teoria com a prática pedagógica realizada pelos docentes das etapas iniciais da EJA na escola estadual Reinaldo Damasceno. Com este trabalho foi possível vislumbrar resultados interessantes sobre o papel do professor frente aos recursos midiática bem como a contribuição de uma educação tecnológica para formação política do aluno da EJA. (Palavras-chave: tecnologia, professor, EJA)
05 - Arte italiana e alunos de Educação de Jovens e Adultos: um diálogo possível. Lígia Vilela Félix, licenciada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais e mestranda da Faculdade de Educação pela mesma instituição; Érica Melanie Ribeiro Nunes, licenciada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais, professora da Fundação de Ensino de Contagem, FUNEC.
O artigo propõe-se, através de um relato de experiência, problematizar questões acerca da utilização do espaço de uma casa de cultura na EJA O relato refere-se à experiência de visita à exposição "Arte Italiana do MASP" na Casa FIAT de Cultura - Nova Lima-MG, da qual participaram turmas de EJA da Fundação de Ensino de Contagem, em abril de 2006. (Palavras-chave: Educação em espaços não-formais, Educação de Jovens e Adultos e ensino de história)
06 - A influência da Internet na construção dos hábitos de leitura de alunos de Educação de Jovens e Adultos - EJA. Luiz Miguel Martins Garcia. FIPAR - Faculdades Integradas de Paranaíba - MS
Esta comunicação apresenta o resultados parciais de uma pesquisa envolvendo alunos matriculados e egressos do curso de alfabetização de jovens e adultos - EJA - e os seus hábitos de leitura num contexto de inclusão digital. O presente trabalho desenvolve-se na cidade de Sud Mennucci, o primeiro município brasileiro a disponibilizar sinal de Internet banda larga a toda a população e pontos de acesso comunitários. A pesquisa compara os hábitos de leitura dos alunos egressos e que não tiveram atividades de inclusão digital com os dos alunos que estão recebendo o letramento digital. O embasamento teórico se constrói a partir das importantes contribuições de Magda Soares e de Ângela Kleiman sobre letramento e de Paulo Freire e Marisa Lajolo sobre leitura. No atual estágio a pesquisa apresenta um quadro com hábitos de leitura e as possíveis influências do ambiente digital na ruptura do paradigma leitor do analfabetismo à inclusão digital.
07 - Uma imagem vale mais do que mil palavras: perspectivas acerca da leitura imagética e do ensino de língua portuguesa na Educação de Jovens e Adultos. Maria Edivângela da Silva, Escola Municipal João Beltrão, Palmas, TO e Universidade Federal do Tocantins, UFT.

À medida que analisamos o funcionamento dos códigos e linguagens responsáveis pelas formas de comunicação, percebemos que os tipos de linguagem são as causas pela dinâmica de movimento e funcionamento de todos os objetos que constroem a realidade. A representação desta realidade pode se dar por diferentes códigos lingüísticos, a linguagem visual é, neste trabalho, o objeto privilegiado de estudo. Toma-se como base teórica os fundamentos da Semiótica do Texto desenvolvidas por Greimas (1975) e Barros (2000) na assertiva de (re)pensar as dimensões dos sentidos presentes nos textos verbais e não-verbais no espaço escolar enquanto lugar de formação de cidadãos, a partir de ideologias, e divulgador do conhecimento, percebendo-se que é preciso ter um olhar posicionado, e uma intenção clara e definida quanto à direção que deseja dar ao ensino de língua portuguesa. Evidencia-se que é necessário um novo olhar por parte dos educadores(as), no tocante a prática da leitura. Reativar os sentidos humanos à realidade, dá um novo sentido ou dá sentido ao conjunto de ações responsáveis pela dinâmica social sem perder de vista a qualidade são objetivos da prática da leitura de imagens que, preocupando-se com o sentido possibilita a sensibilidade do homem para com o mundo, e o incentivo à leitura de imagens artísticas na busca da formação de leitores mais conscientes da realidade, capazes de transformá-la através de suas próprias ações. (Palavras-chave: leitura imagética - semiótica do texto - educação de jovens e adultos)

08 - Movimento e expressão corporal na Educação de Jovens e Adultos - EJA. Rosa Malena Carvalho, Profª do CNS/ISERJ e da equipe central do PEJA, SME, RJ.
Abordamos as experiências corporais e lúdicas no processo de escolarização, entendendo-as como direito e como produção sócio-cultural - o que significa falar em Cultura Corporal (entendida como conhecimento, linguagem e patrimônio cultural, considera os contextos, as maneiras de re-conhecer o corpo). Com a colaboração de Certeau, Maturana, Deleuze, dialogamos com a EJA - afirmando a educação permanente, a criação de uma sociedade solidária e heterogênea, com diferentes sujeitos, saberes, tempos e espaços, em um conjunto de múltiplas oportunidades educativas, integrantes do processo de ampla leitura do mundo e da superação das idéias que hierarquizam, fragmentam, limitam os seres humanos e a vida. (Palavras-chave: Leitura Corporal; Experiências de Jovens e Adultos; Cotidianos Escolares)
09 - Comunidades virtuais para educadores de jovens e adultos: armadilha ou desafio? Márcia Lygia Casarin, Ação Educativa e Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Esta comunicação visa a coletivizar os primeiros resultados obtidos com a implantação de uma comunidade virtual pedagógica que congrega educadores que atuam na Educação de Jovens e Adultos. Esse espaço está vinculado ao projeto de pesquisa da autora, mestranda do Programa de Estudos Pós-Graduados em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem (LAEL) da PUC-SP, em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Jaú (SP) e com apoio da ong Ação Educativa - Assessoria, Pesquisa e Informação. Foi construído no Moodle, programa de licença livre desenvolvido por Martin Dougiamas, com base na pedagogia sócio-construtivista e no “saber conectado”. A Comunidade Virtual para Educadores de Jovens e Adultos permite a inserção de educadores e estudantes desta modalidade nas práticas sociais de leitura e produção de textos em contexto digital, reforçando suas necessidades de aprendizagem. (Palavras-chave: comunidade virtual pedagógica, Educação de Jovens e Adultos, tecnologia, educação)

SESSÃO IX
Programas de inclusão social na EJA:
educação no sistema prisional.
Coordenação: Roberto Giansanti
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - Educação de adultos presos: resgatando a cidadania pela leitura e escrita. Elenice Maria Cammarosano Onofre, UFSCar, São Carlos, SP.
Esta comunicação tem por objetivo apresentar um recorte do trabalho realizado sobre o papel da educação escolar no interior das prisões. A pesquisa enfatizou a aprendizagem da leitura e da escrita, como fatores contributivos de ressocialização e de reinserção social do homem aprisionado, para o qual, tolhido em sua individualidade, despido do pertencimento à sociedade, duplamente excluído - pelo analfabetismo e pelo estigma por ter passado pela universidade do crime -, o processo de alfabetização afigurou-se como possibilidade de construção da identidade e de resgate da cidadania perdidos na privação de sua liberdade, já que teve sua trajetória de vida marcada pela passagem na sociedade dos cativos. (Palavras-chave: educação de adultos presos, leitura e escrita na prisão, processos educativos na prisão.)
02 - Formação de formadores em presídio. Ivonete Aparecida Alves, FCT-UNESP e Fundação Prof Dr "Manoel Pedro Pimentel", Funap, Regional de Presidente Prudente - São Paulo/SP.
O presente trabalho objetiva relatar, como a equipe de educadoras (es) que atuam nos presídios como membros da Funap, realizam o processo de formação continuada e quais os pressupostos teóricos que sustentam estas formações. Estes (as) educadores (as) trabalham diretamente com os monitores-presos, responsáveis pelas salas de aula, da alfabetização até o ensino médio. Muitos estudaram dentro dos presídios, onde além de atuarem como educadores na escola, continuam o processo dentro das celas. É diante do papel que assumem como educadores populares que podem construir suas identidades, buscando na educação uma possibilidade de trabalho quando conquistam a liberdade, tendo como referência profissional, as educadoras e educadores com as (os) quais trabalharam. (Palavras-chave: educação em presídios, formação continuada, educação libertadora, Paulo Freire)
03 - Políticas públicas educacionais da EJA aplicadas nas unidades prisionais pós 1995. Marcos Segale Carvalheiro, CEEBJA "Profª Tomires Moreira de Carvalho,PEM", Maringá,PR e IPE,Maringá, PR.
O presente artigo nos direciona a uma profunda reflexão acerca da realidade do sistema penal, por meio de questionamentos aos procedimentos utilizados, as formas de agir, avaliar e interagir com a comunidade escolar. O aspecto mais importante deste estudo é a possibilidade de trazer nossos problemas e discuti-los a partir de uma atitude crítica e democrática. A EJA determina-se por padrões diferenciados de necessidades educativas que devem ser atendidas com estratégias vinculadas ao mundo do trabalho e à prática social, para tanto, o processo formativo escolar deve assegurar a todos os educandos as competências cognitivas e sociais básicas, indispensáveis ao mundo atual, e desenvolver as potencialidades humanas tais como: autonomia, crítica, criatividade, reflexão, sensibilidade, participação, diálogo, troca de experiências, pesquisa, respeito, e tolerância, compatíveis com a educação escolar, especificamente aquela destinada aos jovens e adultos. (Palavras-chave: Educação de Adultos. Penitenciárias. Políticas Públicas. Ressocialização)
04 - Programa de Educação desenvolvido pela Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel-Funap na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. Maria Celina Pedroso Alves, Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel, Regional Presidente Prudente.
Esta comunicação visa apresentar o Programa de Educação desenvolvido pela Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel - Funap na modalidade de Educação de Jovens e Adultos. A instituição possui a missão de promover a reintegração social do homem preso através dos Programas de Educação, Geração de Trabalho e Renda, Qualificação Profissional, Alocação de Mão de Obra e Atendimento ao Egresso Prisional e seus Familiares. O atendimento escolar oferece elevação de escolaridade através da alfabetização (primeiro segmento), segundo segmento (5ª. A 8ª. Série) e ensino médio. Apresentaremos a organização das unidades de atendimento escolar através do tripé: educador popular, formação continuada e educação modular. Além dos aspectos já apontados a instituição promove a participação do aluno preso nos exames do Enem. Encceja e Cesu, com vistas à certificação e assegurando condições de participação nos Programas do Governo Federal de acesso à universidade através do ProUni. O Programa de Educação da Funap desenvolve capacidades e potencialidades na área da educação ao longo da vida, buscando a diminuição dos índices de reincidência prisional. (Palavras-chave: educação de jovens e adultos, educação na prisão, exames certificadores, criminalidade, reincidência criminal)
05 - Educação para o trabalho no sistema prisional: contribuições e impasses de uma política de formação profissional do homem preso. Marilsa Fátima Favaro, FE-UNICAMP.
A proposta deste estudo tem como objeto compreender a partir da relação educação-trabalho, a formação profissional do preso no sistema penitenciário paulista. Na Lei de Execução Penal - LEI Nº. 7210/84 que regulamenta a execução penal no país, a educação e o trabalho têm como propósito uma "função formativa". Os discursos recorrentes sobre formação profissional na prisão remetem à ideologia em vigência na sociedade externa, de um modo de viver, de ser e de estar no mundo, no entanto as práticas institucionais demonstram o seu avesso. O que parece curioso é a criação de uma Fundação pública no Estado de São Paulo ainda nos anos 1970 com a finalidade de organizar o trabalho prisional procurando atribuir um caráter formativo ao que é desprovido de tal finalidade. Analisar a formação profissional a partir dos 30 anos de história da atuação da FUNAP - Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso nos permite identificar e projetar algumas contribuições e impasses para realizar a educação para o trabalho no sistema penitenciário paulista. (Palavras-chave: Educação e Trabalho; políticas públicas; reintegração social; cidadania)
06 - EJA no sistema penitenciário: em busca de direitos. Priscila Ribeiro Gomes, UNIRIO.
A presente comunicação é fruto das preocupações suscitadas em torno do ambiente prisional, na tentativa de propor um maior engajamento entre o Poder Público e a sociedade civil organizada no que tange a luta pelo direito à educação de jovens e adultos privados de liberdade, problematizando as práticas educativas realizadas nas penitenciárias. Pretende-se com este estudo, que se encontra em fase de desenvolvimento, analisar questões pontuais relativas à vida no cárcere, apontando a necessidade da elaboração de políticas públicas, principalmente com relação a reformulação de um currículo mais adequado para esta realidade, que é peculiar, voltado para ações sócio-educativas que se preocupem com a emancipação e ressocialização desses sujeitos. (Palavras-chave: educação de jovens e adultos, educação no sistema penitenciário, práticas educativas, políticas públicas, currículo)
07 - A formação do educador popular em EJA: escola libertadora em presídio. Silmara Jucilene da Silva; FUNAP-Fundação Dr. Manoel Pedro Pimentel de Amparo ao Preso; Damaris Graciani de Góes, FUNAP-Fundação Dr. Manoel Pedro Pimentel de Amparo ao Preso; Jair Rodrigo Ferreira de Oliveira Rocha. FUNAP-Fundação Dr. Manoel Pedro Pimentel de Amparo ao Preso.

A Educação de Jovens e Adultos, sob a luz da Pedagogia Libertadora, propõe uma forma de educação com conteúdos críticos, voltados à realidade do adulto. Para isso, é necessário um constante diálogo entre Educador e Educandos, que juntos buscam compreender a realidade vivida para buscarem formas de transformações. O diálogo entre Educador e Educando torna-se imprescindível, pois é através dele que surgirão as temáticas a serem trabalhadas. A concepção de Escola, sob essa forma de pensar em Educação, é a de atuar como transformadora do homem, numa sociedade em que ainda prevalece a opressão, a exclusão e a segregação. Os conteúdos tornam-se ferramentas de transformação da realidade vivida pelo Educando. A escrita, por exemplo, ganha uma dimensão mais profunda, pois permite que o Educando exerça a cidadania, tornando-se capaz de compreender a sua realidade e buscar formas de transformá-la. (Palavras-chave: formação dialógica, política, pedagogia-libertadora, educação-popular)

SESSÃO X
Alfabetização em foco:
avaliando programas de alfabetização.
Coordenação: Inez Helena Muniz Garcia
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - Considerações sobre a ideologia e os modos de subjetivação na produção discursiva de alunos de um programa de Educação de Jovens e Adultos. Antônio César Frasseto, docente do IBILCE UNESP, São José do Rio Preto, SP; Alessandra Moreno Maestrelli, Doutoranda da FFCLRP- USP Ribeirão Preto.
A partir do levantamento bibliográfico acerca das múltiplas teorias de letramento, alfabetização, leitura e escrita; procurou-se analisar tais categorias fazendo o uso de recortes na produção discursiva de alunos do Programa de Alfabetização Solidária de 2001. Os referidos textos encontram-se no caderno do programa que editou as trinta melhores redações de alunos. Algumas produções discursivas serviram de fio condutor para as análises que se pode realizar, salta-nos, no entanto, uma discursividade que se repete e retorna imprimindo múltiplos sentidos; porém, direcionando um em particular em forma de emancipação pessoal e uma espécie de redenção, inclusive financeira, em relação à alfabetização. Pode - se supor que em contrapartida haja uma desvalia e uma minimização em relação ao analfabetismo. Nota - se poucas referências dos alunos quanto a letramento. Pode-se concluir que o Discurso institucional do PAS imprime uma ideologia que pode ser evidenciada por meio da produção discursiva de seus alunos na medida em que substantiva esta produção, conforme se apresenta nas categorias analisadas. (Palavras-chave: modo de subjetivação - alfabetização - letramento)
02 - Conhecer as coisas do mundo: o exercício de descobrir e quebrar suas armadilhas. Clarice Tolentino Barbosa de Oliveira, Centro Universitário Newton Paiva; Lenise Maria Ribeiro Ortega, Centro Universitário Newton Paiva; Rúbia Mara Pimenta de Carvalho, Centro Universitário Newton Paiva.
Este trabalho apresenta a síntese dos principais resultados do projeto "Descobrindo um mundo novo: aprendendo a ler, escrever e calcular", desenvolvido sob a perspectiva inclusiva dentro da IES, envolvendo graduandos, professores e funcionários. Consiste na alfabetização de funcionários dos Serviços Gerais que não finalizaram o Ensino Fundamental. O projeto foi promovido pelas disciplinas Educação de Jovens e Adultos e Diretrizes do Ensino da Matemática com a parceria do CEPED (Centro de Estudos Pedagógicos da Newton Paiva) que focaliza o desenvolvimento profissional dos graduandos. A Escola, sob essa ótica, é concebida como um espaço privilegiado de apropriação do conhecimento, que permite aos seus atores o reconhecimento e de seus direitos e deveres, a necessidade de exercê-los e o desafio de quebrar as armadilhas. (Palavras-chave: Educação de jovens e adultos; Direito à Educação)
03 - Saberes das águas: mergulho no mundo desconhecido das letras. Crizeide Miranda Freire, Profª da UNEB,Campus XXIV,  Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, Xiquexique.
Este trabalho busca mostrar as dificuldades encontradas no projeto Saberes das Águas, em Xiquexique, Pilão Arcado, Barra e Remanso, municípios baianos banhados pelo Rio São Francisco, com o objetivo de inserir os pescadores no mundo da leitura e escrita (TEBEROVSKI, 1986). A partir de um discurso do próprio alfabetizador que se configura como um sujeito impotente na construção do conhecimento, constatava-se a necessidade de romper tais barreiras e mostrar-se como um novo sujeito que surge nas águas para pescar homens simples e mostrar-lhes um mundo que não se limita a decodificar letras (FREIRE, 1996), mas ao mergulhar em águas desconhecidas, perceber, em signos ali contidos, um tesouro a ser desvelado. (Palavras-chave: Alfabetizador, Formação, Ensino-aprendizagem)
04 - Os frutos da alfabetização. Edna Mariana Machado, Universidade Federal de Uberlândia, Faculdade de Educação.
Este trabalho configura-se por um relato de experiência do processo de Alfabetização de Jovens e Adultos do Programa Brasil Alfabetizado (PBA), desenvolvido no âmbito da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Apresentamos uma análise crítico-reflexiva desse acesso à leitura e escrita na perspectiva de inclusão social, considerando sobretudo o aspecto político do ato educativo. Evidenciamos a Alfabetização de Jovens e Adultos como uma das ações através da qual procuramos assegurar as funções reparadora, equalizadora e qualificadora desse Programa. A análise apontou para a positividade das ações desenvolvidas, caracterizando o PBA como um elemento de contribuição não só para elevar o índice de alfabetização do país, como e principalmente para a melhoria da qualidade de vida de nossos jovens e adultos. (Palavras-chave: Alfabetização, inclusão social, politização no ato educativo)
05 - O programa de Alfabetização Solidária e a erradicação do analfabetismo no Brasil. Hellen Costa David, Faculdade de Ciências e Tecnologia UNESP, Presidente Prudente, SP; Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti, Faculdade de Ciências e Tecnologia UNESP, Presidente Prudente,SP.
O campus FCT- Unesp de Presidente Prudente trabalha desde 1997, como uma das IES parceiras do Programa Alfabetizadária-PAS que executam as atividades de alfabetização, desde a seleção, capacitação, acompanhamento e avaliação do curso.O trabalho em 2007, será desenvolvido nas cidades de Branquinha e Joaquim Gomes/ AL, durante um período de 8 meses. O objetivo da pesquisa é elaborar uma retrospectiva da história de EJA no Brasil, destacando o PAS, para compreender porque depois de 10 anos de programa ainda temos como objetivo a erradicação do analfabetismo no Brasil através da pesquisa bibliográfica e estudar estes municípios como um Estudo de Caso através da metodologia de pesquisa qualitativa. Verificaremos neste caso, como é desenvolvido o programa e suas perspectivas de continuidade de escolarização. (Palavras-chave: alfabetização de Jovens e Adultos, inclusão social, analfabetismo)
06 - Eu era um falante que não falava...: o protagonismo de jovens e adultos em processo de alfabetização. Inez Helena Muniz Garcia, Fundação Banco do Brasil, Programa de Alfabetização de Jovens e Adultos, BB Educar, Brasília-DF.
Esta comunicação tem como objetivo socializar os resultados de um trabalho de acompanhamento do Programa BB Educar, em parceria com os Programas Lendo e Aprendendo e Brasil Alfabetizado, em nove municípios do Rio Grande do Norte, em 2006. As práticas discursivas orais de alfabetizadores (as) e alfabetizandos(as), bem como o uso social da leitura e da escrita, contribuíram para que jovens e adultos em processo de alfabetização se assumissem enquanto sujeitos históricos (Freire, 1997), que se constituem na/pela linguagem (Bakhtin, 1988,2000). Analisamos os seguintes aspectos do trabalho pedagógico: o diálogo, a reflexão crítica sobre a prática pedagógica, a alfabetização enquanto compromisso social e ato político. (Palavras-chave: alfabetização, jovens e adultos, leitura e escrita, diálogo)
07 - Analfabetismo e educação de jovens e adultos: avanços e recuos das políticas públicas no Brasil. Maisa dos Reis Quaresma, Universidade Castelo Branco, Rio de Janeiro/RJ.

Esta comunicação pretende: apresentar a problemática do analfabetismo, inserida no campo de pesquisa de História Regional do História da Educação no Nordeste Brasileiro, nos municípios de Buíque, Riacho das Almas e Afrânio, atendidos pelo Programa Alfabetização Solidária e Brasil Alfabetizado. A pesquisa realizada, embasada em fontes históricas, relata e analisa a articulação e a desarticulação dos movimentos de educação de jovens e adultos sob o patrocínio do governo federal, principal instância de apoio às iniciativas da sociedade brasileira. Os financiamentos dessa modalidade de educação oferecem ofertas adequadas de escolarização básica e formação para o trabalho institucionalizadas nas administrações das microrealidades municipais. (Palavras-chave: analfabetismo, educação de jovens e adultos, políticas públicas)

08 - Alfabetização e cidadania: leitura no campus. Rogéria Guttier, Universidade Federal de Pelotas,RS.
Na pesquisa investigamos se e como adultos submetidos a um processo de letramento (Oficinas de leitura literária) expressam o desejo de aprender a ler e escrever. O referencial parte dos estudos de SOARES (2000) e FREIRE (1996). Os sujeitos dessa pesquisa são servidores, funcionários da Universidade Federal de Pelotas, e esses possuem baixa ou nenhuma escolarização. A análise é qualitativa (André, 1995) e (Minayo, 1994). Os procedimentos empregados foram: a) leituras e abertura de diálogos sobre as obras lidas; b)coletas de relatos de vida; c) coletas de trajetórias escolares. Os resultados até agora indicam que: 1- Os adultos submetidos a esse processo manifestam sim o desejo de retomar os estudos; 2- Manifestam o desejo de ler em voz alta; 3- Revelam-se escritores; 4- Criam coragem para expor suas idéias, 5- Demonstram preferências por autores. (Palavras-chave: alfabetização de adultos, letramento, leitura literária)
09 - Alfabetiza Rio Grande em análise. Sandra Monteiro Lemos, UFRGS, FACED, PPGEdu Porto Alegre RS.

Contando com os aportes dos Estudos Culturais este trabalho tem por base estudos na área da Educação de Jovens e Adultos (EJA) e apresenta análises iniciais de uma pesquisa de mestrado em andamento. Focalizando o programa governamental Alfabetiza Rio Grande, proposto pelo governo do Estado do Rio Grande do Sul, entre os anos de 2003 e 2006, tal trabalho discute a interlocução de diversas vozes, quais sejam - as dos documentos oficiais, a dos/das alunos/as e a dos/das professores/as e integrantes do programa -, presentes em publicação da Secretaria Estadual do Rio Grande do Sul (2005), intitulada Jovens e Adultos: Ressignificação dos saberes no mundo letrado. As análises realizadas permitem traçar alguns entendimentos acerca das representações que recebe o programa, bem como, as equações entre alfabetização/escolarização e letramento/escolarização. (Palavras-chave: Programa Alfabetiza Rio Grande, alfabetização/escolarização, letramento/escolarização)

SESSÃO XI
Identidades dos educandos.
Coordenação: Roberto Catelli Jr.
Dia: 12/07/2007, das 9 às 12 horas

01 - O imaginário social de mulheres analfabetas: significações do mundo letrado. Cristina Maria Rosa, Universidade Federal de Pelotas, RS.
O objetivo foi descrever e categorizar sentidos atribuídos à escola por mulheres analfabetas ou pouco escolarizadas. Teoricamente apoiou-se em três fontes: a teoria do Imaginário Social (CASTORIADIS,1982 e FERREIRA, 1992); o conhecimento dos Sentidos Atribuídos à Escola (CHARLOT, 2000) e as razões de escolarização de pessoas oriundas dos meios populares (LAHIRE, 1997, BOURDIEU, 1982). De abordagem qualitativa e através da escrita de Trajetórias Escolares (ANDRÈ, 1994 e BOSI, 1994), apresenta resultados inusitados que ultrapassam o sentido funcional da escola. Para as mulheres depoentes, a escola é um espaço antropológico, um espaço de convivência, um lugar para ocupar o tempo, para repartir dores, para sonhar, para realizar projetos de vida. A pesquisa gerou uma tese de doutoramento, artigos publicados e apresentações em eventos. (Palavras-chave: Mulheres; Sentidos Atribuídos; Escola)
02 - A leitura na Educação de Jovens e Adultos e as identidades sociais dos afrodescendentes. Dayse Cabral de Moura, UFPE-CEEL.
Esta comunicação pretende refletir sobre as relações acerca do ensino-aprendizagem da leitura, o processo de construção de identidades sociais dos alunos afrodescendentes presentes na Educação de Jovens e Adultos, e suas implicações para a compreensão da leitura. Apontamos a necessidade da ampliação de investigações sobre essa temática, pela relevância para o campo de pesquisa da EJA, dos estudos sobre os afro-brasileiros e da didática da língua portuguesa, entendendo-a como uma prática social capaz de interferir nos processos identitários dos alunos, desenvolver novas relações sociais e organizacionais de valores e sistemas de conhecimento. O trabalho ainda está em desenvolvimento, mas apresenta algumas análises de práticas discursivas de leitura e suas relações com a construção de identidades sociais. (Palavras-chave: Ensino-aprendizagem da leitura, construção de identidades sociais, Educação de Jovens e Adultos, afrodescendência e educação)
03 - Diversidade cultural e cidadania na Educação de Jovens e Adultos. Francisca Karoline Rodrigues Braga, Universidade Federal do Acre, Rio Branco, AC; Gilberto Francisco Dalmolin, Universidade Federal do Acre, Rio Branco, AC.
O presente trabalho aborda resultados de pesquisa voltada para a Diversidade Cultural e Cidadania na Educação de Jovens e Adultos, incluído no Programa Institucional de Bolsas à Iniciação Científica - PIBIC, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico - CNPq em parceria com a Universidade Federal do Acre - UFAC. A pesquisa, com base nos pressupostos teóricos da Educação Popular, analisa as contribuições do processo educativo escolar, na perspectiva de alunos da Educação de Jovens e Adultos, no Acre, para a emancipação político-cultural dos sujeitos plurais que acessam esta modalidade de escolarização. Este estudo acrescenta aos conhecimentos científicos, sobre a educação escolar no contexto amazônico, novos saberes sobre a relevância da educação escolar na almejada emancipação pelas pessoas e grupos socioculturais sem que, para isso, estes tenham que se despir de saberes e valores culturais. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, diversidade cultural, emancipação sociocultural)
04 - A terceira idade na EJA: expectativas e motivações. Isamara Grazielle Martins Coura, Faculdade de Educação, UFMG, Belo Horizonte, Minas Gerais.
Esta comunicação visa a compartilhar os resultados até então obtidos em uma pesquisa de mestrado, ainda em andamento, que tem como objetivo procurar identificar os motivos que levam pessoas da Terceira Idade, alfabetizadas e que, provavelmente, não teriam como intenção a inserção, a volta ou a permanência no mercado de trabalho, voltar a estudar; quais são suas expectativas em relação à escolarização e em que medida estas vem sendo atendidas. A pesquisa está sendo realizada com um total de sete alunos, sendo três homens e quatro mulheres, com idades entre 61 e 80 anos, estando entre eles dois alunos egressos e o restante em diferentes períodos do Projeto de Ensino Fundamental do Segundo Segmento (PROEF II) da UFMG. A partir das falas dos educandos foi possível perceber o significado de escolarizar-se para quem está nesta fase da vida e em que a escola contribui para melhorar a qualidade de vida desses sujeitos. (Palavras-chave: Terceira Idade, Educação de Jovens e Adultos, Expectativas e motivações frente à escolarização)
05 - Relações de gênero, Educação de Jovens e Adultos e o mundo do trabalho. Ivania Marini Piton, Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná, UNICS, Palmas/Pr; Paulo Fernando Diel, Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná, UNICS, Palmas/Pr.
A presente comunicação busca socializar uma pesquisa realizada junto ao Programa Educação Não-Formal e Cidadania - EJA do UNICS em parceria com a Prefeitura Municipal de Palmas/PR que analisou a condição de analfabetismo no universo feminino e suas relações com o mundo do trabalho. Em 3 anos o programa alfabetizou mil e duzentas pessoas, destas, 61% mulheres. A pesquisa foi fundamentada no legado de Paulo Freire e problematizou os principais entraves que as mulheres em condição de analfabetismo encontram no mundo do trabalho. (Palavras-chave: relações de gênero - analfabetismo - trabalho)
06 - Entre identidades e saberes: refletindo sobre os desafios da juvenilização na EJA. Jaqueline Luzia da Silva, Doutoranda em Educação, PUC-Rio e Equipe do Programa de Educação de Jovens e Adultos, SME, RJ; Maria Luiza Lixa de Mendonça, Equipe do Programa de Educação de Jovens e Adultos, SME, RJ; Rosa Maria Pires de Freitas, Equipe do Programa de Educação de Jovens e Adultos, SME, RJ.
A relação dos jovens com o saber tem sido um desafio das classes do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) do município do Rio de Janeiro. A presente comunicação tem como objetivo identificar esta relação a partir de uma pesquisa com jovens de doze escolas que estudam no PEJA num horário de funcionamento diferenciado daquele que comumente vemos para as classes de EJA: o horário diurno. O trabalho leva à reflexão sobre suas vivências, seus saberes, suas realidades e as motivações que os levam a transitarem entre o ensino regular e a modalidade de Educação de Jovens e Adultos, partindo de autores como Bernard Charlot (2001), Vera M. Ribeiro (2003a, 2003b), Marta Kohl de Oliveira (1999), Eliane R. Andrade (2004), Carmem Brunel (2004), entre outros. Os resultados, parciais, transparecem as armadilhas de uma prática educativa pensada para um determinado grupo, frente às necessidades de outro(s). (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, identidades juvenis, perspectivas educacionais)
07 - Rememorando histórias de vida na educação de idosos: uma abordagem subjetiva. Ludmila Giardini Noronha; Ana Cristina Sales Dias, PUC-Minas.

O trabalho compartilha as experiências vivenciadas no Projeto de Extensão Universitária da PUC- Minas campus Poços de Caldas no processo de ensino - aprendizagem de idosos. Através do método de história oral foi possível ressignificar o ato educativo destes sujeitos. Fundamentados em abordagens discursivas tornou-se possível compreender as ideologias subjetivadas nas trajetórias de vida destes grupos. Para a EJA a contribuição deste trabalho encontra-se na ampliação de intervenções que oportunizem identificar os mecanismos de poder que tentam silenciar os idosos, buscando valorizar os conhecimentos desta cultura vivida. (Palavras-chave: educação, memória, ideologia, subjetividade)

08 - Educação de Jovens e Adultos: questões de gênero e raça. Márcia Regina Adão de Souza.
O que leva uma criança afro-brasileira a abandonar os bancos escolares em sua idade de grande criatividade e vivacidade jovial? Essa poderia ser minha pergunta de pesquisa. No entanto, o que procuro não está no aqui e agora, mas sim na retroatividade. Pude perceber, como educadora do ensino de jovens e adultos, um silenciar que falava (gritava) aos meus ouvidos das mulheres negras moradoras na cidade de Campinas. Silenciavam suas histórias. Varias atividades foram construídos no intuito de dar voz, através da escrita, para essas mulheres silenciadas. E no decorrer desse levantamento, pudemos detectar que sua invisibilidade negra e feminina estava no apagamento de sua etnicidade, na sua introdução ao ambiente escolar (por volta dos sete/oito anos) e gradativamente no mercado de trabalho. Essa construção do silenciamento perpassa pelos ambientes familiares e escolares e está relacionado ao processo histórico escravocrata ocorrido na cidade de Campinas. Tal proposta de investigação, de cunho etnográfico, pretende dar visibilidades a essas mulheres, que já foram filhas, mães e hoje são mães e avós.
09 - O resgate da cidadania do idoso mediada pela educação. Rita de Cássia Oliveira, Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR; Flávia da Silva Oliveira, Faculdades União, Ponta Grossa, PR.

O Brasil atualmente é um país com um grande contingente de idosos, em torno de 9% da população possui mais de 60 anos. Com o fenômeno da longevidade a sociedade precisa proporcionar a esse segmento da população melhor qualidade de vida. Não basta para isso apenas Leis que demonstram essa preocupação, como o Estatuto do Idoso, mas além da implementação dessas leis, se faz necessário uma sociedade que perceba o envelhecimento como um processo natural. Assim, as IES, voltadas para a sua função extensionista e a responsabilidade social que possuem com a sociedade na qual estão inseridas oferecem programas educativos para essa faixa etária. A Universidade Estadual de Ponta Grossa oferece desde 1992 a Universidade Aberta para a Terceira Idade, com o objetivo de valorizar o idoso, integrá-lo na sociedade, resgatar a cidadania do idoso, promover a atualização e aquisição de conhecimentos por parte do idoso e possibilitar o relacionamento intergeracional. Essa pesquisa buscou estabelecer o perfil do idoso que freqüenta a UATI/UEPG e as melhorias que o curso proporcionou na vida dos idosos que o freqüentam. Realizou-se uma pesquisa descritiva, interpretativa utilizando como instrumento a entrevista com idosos. Os resultados foram altamente positivos, de reconhecimento, tanto por parte dos idosos como pela população, evidenciando a necessidade de mais ações educativas para esse segmento da população. (Palavras-chave: terceira idade, cidadania, universidade Aberta, políticas públicas, educação)

SESSÃO XII
Práticas de leitura e escrita III
língua estrangeira, matemática.
Coordenação: Margarete Fátima Pauletto Sales e Silva
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - A leitura significativa na EJA. Cássia Oliveira Santos.
Esta comunicação pretende discutir a importância da interação dialógica focada na intertextualidade e na polifonia, para trabalhar a leitura significativa em sala de aula, visando ao desenvolvimento e à expansão dos graus de letramento de um sujeito já alfabetizado e estudante do programa da Educação de Jovens e Adultos (EJA). O(a) estudante desse programa, ao voltar à escola, demonstra imensa dificuldade em ler textos, interagir com eles e, a partir deles, construir conhecimento(s) novo(s). (Palavras-chave: leitura significativa, letramento, multiplicidade de sentidos, interação dialógica)
02 - Leitura, memória e esquecimento entrelaçando teoria, ficção e realidade. Leidinalva Amorim Santana das Mercês.
Este artigo apresenta reflexões sobre a minha experiência enquanto professora pesquisadora, destacando como a leitura de textos teóricos, mas também a leitura de textos ficcionais, tem influenciado a minha formação. Tomo como ponto de partida a leitura do livro Lendo Lolita em Teerã: uma memória nos livros, de Azar Nafisi. A construção das idéias aqui discutidas retoma e ressignifica a minha própria história como leitora, destacando fatos, lembranças e vivências de práticas culturais de leitura, que ora se inscrevem na pesquisa que desenvolvo. Especificamente, apresento considerações a respeito do uso da abordagem (auto) biográfica em pesquisas educacionais, tendo como foco o entrelaçamento memória-leitura. (Palavras-chave: leitura - ficção - memória)
03 - Leitura e língua estrangeira na Educação de Jovens e Adultos. Luziana de Magalhães Catta Preta, PG, Universidade Federal Fluminense, UFF.
Esta comunicação tem como foco compartilhar os resultados parciais de uma pesquisa sobre o papel da leitura em língua estrangeira na Educação de Jovens e Adultos (EJA). Partindo do princípio que uma das características da EJA é a heterogeneidade, uma vez que nela se reúnem alunos de diversas idades e com experiências de vida adversas, a pesquisa se propôs a responder a seguinte pergunta: Que tipos de textos devem levar os professores a estes alunos e com que objetivos? O trabalho, ainda em fase de desenvolvimento, aponta que devem ser escolhidos textos onde o conhecimento prévio destes alunos os ajude na tarefa de leitura, tornando-os leitores críticos e autônomos, contribuindo, desta forma, com suas necessidades reais de aprendizagem a fim de que consigam reintegrar-se à escola, além de obter o diploma que tanto lhes exige o mercado de trabalho. (Palavras-chave: leitura, heterogeneidade, conhecimento prévio)
04 - Uma experiência da relação professor-aluno e variedades textuais na Educação de Jovens e Adultos. Margarete Fátima Pauletto Sales e Silva, PPGE-GEPLL-UFMT; Ana Arlinda Oliveira, PPGE-GEPLL-UFMT
Esta comunicação visa compartilhar uma experiência nas salas de primeira, segunda e terceiras fases do segundo segmento da EJA numa escola estadual de Rondonópolis-MT, durante o ano letivo de 2006, no que se refere à relação professor-aluno e à aplicação de variedades textuais a qual poderá contribuir para a prática dos educadores de jovens e adultos que se angustiam com a construção de espaços escolares e educativos que acolham e criem condições de atenção e de cuidado capazes de conquistar e seduzir aqueles que chegam à escola, tendo em vista que pode ser a última tentativa dessas pessoas de retornarem à ela. (FREIRE,1985 e BARCELOS, 2006) (Palavras-chave: experiência, EJA, relação professor-aluno,variedades textuais)
05 - Caracterizando as argumentações discentes e docente envolvendo o uso de um texto paradidático em aulas de física. Alice Assis, UNESP, Guaratinguetá-SP; Odete Pacubi Baierl Teixeira, UNESP, Guaratinguetá, SP.
Este trabalho analisa a interação entre professor e alunos mediante a utilização do texto paradidático intitulado "Nosso Universo" em aulas de Física, em uma sala de Educação de Jovens e Adultos. Neste trabalho é enfocado um episódio que articula Ciência, Tecnologia e Sociedade aos aspectos ambientais, no sentido de viabilizar a conscientização do aluno para atuar reflexiva e criticamente em seu meio social. Para a análise, foram elaboradas categorias referentes às argumentações discentes e docente. Os resultados envolvendo o tripé professor/alunos/texto apontam que as interações discursivas propicia- ram a articulação entre os aspectos científicos e a realidade dos alunos. (Palavras-chave: Leitura e ensino de física, textos alternativos, argumentações discentes e docente)
06 - A construção do conhecimento da língua escrita e da linguagem matemática no processo de alfabetização de jovens e adultos. Ana Paula de Abreu Costa de Moura, UFRJ.
O presente trabalho vincula-se à pesquisa realizada no curso de Doutorado em Lingüística e se propõe a fazer uma abordagem interdisciplinar que agregue contribuições da Pedagogia, da Lingüística e da Matemática, no estudo do papel da consciência fonológica (Cardoso-Martins, 1995; Marily et alli, 2006) e da consciência dos conceitos e símbolos matemáticos (D'Ambrósio e 1986 Gomes-Granell, 2006) no processo de alfabetização de jovens e adultos. O objetivo da pesquisa é fornecer bases lingüísticas e matemáticas para o aperfeiçoamento da formação de professores, enfatizando as especificidades da EJA e contribuindo para a construção de uma proposta de alfabetização através de práticas sociais de leitura e de escrita, ao mesmo tempo em que evidencie as relações existentes entre as unidades sonoras da palavra e sua forma. (Palavras-chave: educação de jovens e adultos, consciência fonológica e consciência de símbolos e conceitos matemáticos)
07 - Telecurso 2000: uma análise da articulação da matemática escolar e do cotidiano nas tele-aulas (EJA). Marco Antonio de Camargo, EMEF Agenor Vedovello e EMEF Philomena Salvia Zupardo, Itatiba, SP e Universidade São Francisco, USF.

Neste trabalho, que resultou na minha dissertação de Mestrado, analiso a partir do material do Telecurso 2000, as concepções de matemática, bem como de “saber cotidiano” que fundamentam os discursos produzidos nas tele-aulas de matemática, bem como, procuro problematizar as relações entre a matemática escolar e não escolar (cotidiano). Nessa empreitada utilizei-me da história da política educacional brasileira destinada para a Educação de Jovens e Adultos - EJA e, tomo como referência teórica os estudos advindos dos campos da “Etnomatemática” e dos estudos curriculares. Na sua finalização, concluo que o projeto Telecurso 2000 se propõe a valorizar esse saber cotidiano, reconhecendo-o e, utilizando-o como proposta curricular para as tele-aulas. Entretanto, o que ocorre nas fitas do telecurso é uma escolarização do cotidiano. (Palavras-chave: Telecurso 2000, Educação de Jovens e Adultos - EJA, Ensino a Distância - EAD, Etnomatemática e Educação Matemática)

08 - Transformando a cultura do labirinto de Juarez Távora-PB, em linguagem matemática na Educação de Jovens e Adultos. Marta Silene Ferreira Barros, Profª da UEM, PR; Ney Stival, UNINGÁ,PR.
Esta comunicação tem como objetivo evidenciar a cultura do artesanato do labirinto (ou crivo) - artesanato típico da região paraibana, em renda de agulha e tem como característica o fio desfiado, tecido com linha, seguindo os desenhos estabelecidos. Tem como finalidade ainda contribuir no ensino da matemática tornando-se uma linguagem em um contexto favorável para o processo de elaboração do pensamento e de resolução de problema no ensino da educação de jovens e adultos. Com análises realizadas avaliamos que a cultura do labirinto possibilita a ampliação didático-pedagógicas do processo de aprendizagem, além de articular a relação entre educador e educando com suas percepções e sentimentos. Nesse sentido, a partir de um olhar crítico, o estudo se subsidia em uma perspectiva histórico-crítica da educação. Dessa forma, pretende-se que este trabalho auxilie os professores a repensar sua prática pedagógica a partir de uma nova forma de resolução da linguagem da matemática e que favoreça o processo de interação, o trabalho sócio-cultural da região paraibana e a produção de geração de renda. (Palavras-chave: Educação de jovens e adultos, Cultura do labirinto, linguagem da Matemática)
09 - O fracasso escolar na disciplina de matemática no curso de Educação de Jovens e Adultos - SESI/Sorocaba. Patrícia Antonieta de Melo Moura Migliorini, Mestranda em Educação na Universidade de Sorocaba,SP; Fernando Casadie Salles, Universidade de Sorocaba,SP.

Esta comunicação tem a finalidade de refletir sobre as causas do fracasso escolar dos alunos da EJA em Matemática. Para isto se apóia em três questões. A primeira, discute a atitude de subestimação dos fatores estruturais na realização do fracasso escolar (FREITAS, 2002). A segunda, questiona as tentativas reducionistas monorreferenciais em detrimento das explicações multirreferenciais para a explicação do fenômeno do fracasso escolar (MARCHESI & GIL, 2004). A terceira, problematiza a postura que entende a Matemática como uma construção harmoniosa do pensamento humano, exato, sem contradições, ao invés de um conhecimento histórico feito por inúmeras hesitações, dúvidas, erros, incertezas e contradições (CARAÇA, 1953). (Palavras-chave: fracasso escolar, EJA, matemática)

SESSÃO XIII
Práticas de leitura e escrita IV
programas de incentivo à leitura.
Coordenação: Ludimila Corrêa Bastos
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - Linguagens e práticas culturais numa sala de EJA. Míriam Martinez Granja, Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", UNESP, Rio Claro, SP;  Juliana Boza; Mariana Bortolazzo.
Esta comunicação é parte de um projeto gerado a partir de nossa atuação como educadoras em uma sala de EJA, dentro do Programa de Educação de Jovens e Adultos (PEJA) da UNESP-Rio Claro. Trata-se de uma proposição para o ensino da língua portuguesa que foca diferentes tipos de linguagens e envolve práticas de leitura e escrita, por meio de textos diversos e assuntos pertinentes às diversas esferas da vida das educandas. Como exemplo, ao tomar a infância como tema, fomenta-se a reflexão acerca de acontecimentos ocorridos em tempos passados, gerada a partir das atividades disparadoras do tema. São reflexões que, "instrumentalizadas", ou mediadas por linguagens diversas, ancoradas em lembranças e registradas produzem outros/novos sentidos para o aprendizado da língua portuguesa. (Palavras-chave: educação de jovens e adultos, língua portuguesa, leitura, escrita)
02 - Políticas de subjetivação e leitura em EJA. Romualdo Dias, UNESP, Campus de Rio Claro, SP.
Esta comunicação apresenta as análises de experiências de educação popular recolhidas em mais de vinte anos de assessorias a movimentos sociais no Brasil e em alguns países da América Latina, a partir de um referencial teórico estabelecido na fronteira entre a Filosofia Política e a Psicanálise. Em seguida explora os desdobramentos de aplicações possíveis deste estudo para o desenvolvimento de programas de educação de jovens e adultos no campo da educação formal. "Cartografamos" as paisagens emergentes em movimentos de criação possibilitados em vivências em seus três campos constitutivos: a sobrevivência, a convivência e a revivência. Ai relaciona o trabalho da leitura com o movimento de construção de sentidos no esforço de qualificar os vínculos consigo, com o outro e com o mundo. (Palavras-chave: políticas de subjetivação, vivências, vínculos, sentidos, leitura.
03 - Incentivo à leitura na Educação de Jovens e Adultos. Ludimila Corrêa Bastos, Faculdade de Educação, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG.
Este trabalho pretende relatar a experiência feita com alunos da Educação de Jovens e Adultos no nível médio, com a criação e publicação de livros a partir de um trabalho interdisciplinar. Foram criados três livros,um de receita, um de xilogravura e desenhos e outro de poesias; temas definidos de acordo com o interesse dos alunos. Durante um ano visitas à biblioteca foram constantes, todos buscavam informações novas sobre os temas propostos e, buscando fomentar o hábito de leitura, de questionamento,de indagação e escrita. Este trabalho, terá continuidade no decorrer dos próximos anos, pois mostrou resultados interessantes. Houve uma familiarização e valorização da leitura entre os alunos, o que comprova-se com o aumento da locação de livros na biblioteca após o projeto. (Palavras-chave: leitura, EJA, incentivo à leitura e escrita, experiência, criação, livro)
04 - Projetos de leitura. Mara Cristina Rodrigues Dias, Faculdade de Educação USP, São Paulo-SP, Núcleo de Literatura Infantil FE-USP, São Paulo,SP.
Esta comunicação visa a compartilhar duas experiências realizadas com jovens e adultos no âmbito da leitura. O primeiro grupo é formado por jovens de baixa renda, moradores da periferia da cidade de São Paulo. O Projeto de Mediadores de Leitura teve como principal objetivo capacitar adolescentes e jovens monitores-educadores da Fundação Gol de Letra para o trabalho de mediação de leitura com crianças da comunidade. Os jovens monitores tinham como função principal atender as crianças (de 7 a 14 anos) da comunidade em atividades diárias. A segunda experiência diz respeito a uma instituição privada, que desenvolveu projeto pioneiro de leitura junto a equipe pedagógica. (Palavras-chave: projeto de leitura, mediação de leitura)
05 - Jovens e adultos na escrita de si: uma leitura com o olhar no/do campo. Maria Aparecida de Souza Guimarães - UNEB, Campus IX. Barreiras, BA.
Este trabalho objetiva relatar experiências do projeto de extensão, em andamento, intitulado OFICINAS DE LEITURA: Núcleo de Vida na Escrita de Si, desenvolvido com Pessoas Jovens e Adultas do Curso Técnico de Nível Médio em Agropecuária Sustentável, ofertado em parceria UNEB / PRONERA / CEFET - Unidade de Eunápolis - Ba, com instalações no CTI - Centro de Treinamento de Irrigantes, no município de Barreiras - Ba. A realização desse projeto justificou-se pela constante problemática em torno de práticas leitoras e escritas, apontando para intensificação de incentivo permanente de fomento à leitura. A relevância das ações desse projeto mostra-se pelo incentivo das mais diversas práticas leitoras, possibilitando aos jovens e adultos - acampados, assentados e quilombolas do movimento CETA - Coordenação Estadual de Trabalhadores, Trabalhadoras, Assentados e Assentadas - serem participantes da vida social. Além disso, as ações desse projeto prevêem implantação de bibliotecas nas regiões, a saber, Médio São Francisco, Chapada, Sul da Bahia, Bom Jesus da Lapa e Bonfim - Áreas de Reforma Agrária - como objetivo de finalidade contribuir para o desenvolvimento da competência leitora de pessoas jovens e adultas do Curso Técnico de Nível Médio, do Movimento CETA, bem como, das suas comunidades, suas famílias. Até porque a dinâmica desse curso, numa proposta modular, dá-se pelo processo Tempo-Escola (TE) e Tempo - Comunidade (TC), momento de instauração, integração entre Teoria e Prática: quebra de amarras que inaugura um novo olhar do/no campo. (Palavras- chave: educação - jovens e adultos - leitura - discursividade)
06 - Educação de jovens e adultos: leitura e escrita para o letramento civil. Maria do Socorro Oliveira, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, PpgEL.
A grande maioria dos programas de educação lingüística dirigidos a atender a formação de jovens e adultos encontra-se ainda voltado para uma abordagem de natureza individual em que se enfatiza o desenvolvimento de habilidades e as técnicas de reprodução do conhecimento legitimado na instituição escolar. Nesta comunicação, defendemos a necessidade de aliar o trabalho com a linguagem, especificamente as práticas de leitura e escrita, à vida social e política no qual o educando está inserido, realçando o valor do pensamento crítico aqui entendido não como um processo de argumentação técnica, mas como um raciocínio do senso comum destinado ao entendimento das controvérsias da vida cotidiana, à analise das influências culturais no letramento e as disposições psicológicas que conduzem uma mente aberta (Lazere, 2005). Para tanto, serão discutidos projetos de letramento, desenvolvidos em contextos de EJA por um grupo de professores em formação inicial, mas com larga experiência de ensino, vinculados ao Programa de Formação Básica (PROBÁSICA), desenvolvido no pólo de Nova Cruz/RN. Os projetos trabalhados, bem como as reflexões feitas pelos professores a respeito do trabalho realizado no contexto em estudo revelam a importância de se ancorar a leitura e a escrita na prática social, tendo-se como questões centrais a consciência política e de linguagem e as relações entre linguagem/cultura e poder. (Palavras-chave: letramento civil, pensamento crítico, consciência política, cultura, poder)
07 - A literatura na construção da cidadania. Patrícia Rachel Pisani Manzoli, mestranda em Serviço Social pela Unesp, Franca.

Apresentação do estudo de caso do Projeto Amigos da Estrada. Projeto de Responsabilidade Social da Fundação Palavra Mágica e Autovias, que visa o desenvolvimento da Educação para o trânsito e a postura cidadã através do incentivo à leitura. (Palavras-chave: Literatura, Leitura, Cidadania, Responsabilidade Social.)

08 - EJA: trabalho com a cultura escrita, numa nova organização de tempo e espaço na escola. SILVIA APARECIDA BORRO CEMBALISTA, Secretaria Municipal de Educação de Suzano.
Esta comunicação visa a compartilhar a experiência que está sendo construída pela Secretaria Municipal de Educação de Suzano (2005/2008) de incentivo às práticas de leitura e escrita oferecidas aos educandos da Educação de Jovens e Adultos, numa tentativa de garantia ao acesso a escola e a sua permanência, atendendo às necessidades básicas de aprendizagem dos mesmos. O eixo central desta experiência é o trabalho com a cultura escrita, numa nova organização de tempo e espaço na escola, viabilizada através de uma reorientação curricular. Tal orientação teve como objetivo o rompimento de paradigmas mecanicistas, que só foi possível através da formação dos professores, segundo os pressupostos teóricos de Paulo Freire, Telma Weisz, Délia Lerner, Rosa Maria Torres, entre outros, que possibilitaram uma reflexão sobre a prática, superando-a, tendo assim uma prática dialógica, em que a leitura/escrita assumiram novas dimensões cognitivas, linguísticas, sociais e políticas.
09 - Buscando alternativas para o ensino de leitura para alunos da educação de jovens e adultos do ensino fundamental. Thais Fernandes de Sousa, Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP; orientadora: Profª. Drª. Amélia Maria Jarmendia, Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP.

Esta comunicação tem o propósito de socializar uma experiência com leitura, desenvolvida como trabalho de iniciação científica dentro do Grupo de Pesquisa Formação de Professores: ensino, aprendizagem e conhecimento, em que se busca o desenvolvimento de uma proposta que seja uma alternativa aos procedimentos convencionalmente presentes na Educação de Jovens e Adultos (EJA), em que, via de regra, as atividades de leitura visam, basicamente, ao desenvolvimento da capacidade de localização de informações, o que é necessário, porém pouco, considerando-se as diversas estratégias que um leitor competente coloca em jogo ao realizar a leitura de diferentes gêneros textuais que circulam socialmente. Trata-se de uma proposta colocada em prática com alunos de EJA, em que, mediante diversificadas atividades de leitura, busca-se o desenvolvimento das capacidades de compreensão, segundo Rojo. (Palavras-chave: leitura, capacidades de compreensão, gênero textuais, educação de jovens e adultos)

SESSÃO XIV
Formação de educadores.
Coordenação: Milena Mateuzi Carmo
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - A formação do educador popular e a inclusão escolar de adolescentes e jovens em liberdade assistida. Maria Peregrina de Fátima Rotta Furlanetti, Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente, UNESP.
Sabemos que a invisibilidade dos jovens existe através da rejeição. O processo de vulnerabilidade que os jovens vivem, neste contexto de muitas informações e de consumo exacerbado e, por não terem opção de trabalho no mercado legal observarmos o quanto se tornam alvos fáceis para serem aliciados em trabalhos no mercado extra-oficial. O Educador Popular não precisa necessariamente ser um militante de um movimento social, A opção pela pesquisa ação foi a que mais se integrou em nosso projeto de formação do educador popular, porque estamos vinculados institucionalmente na extensão universitária, assim, re- pensamos as nossas práticas, re-planejamos nossas ações e registramos todos os nossos conflitos, emoções e intervenções. (Palavras-chave: formação do educador popular - inclusão escolar - pesquisa-ação)
02 - Professor reflexivo e gestão democrática: o professor da EJA buscando uma formação docente de qualidade. Paola Andressa Scortegagna e Rita de Cássia da Silva Oliveira, Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Atualmente busca-se alargar quantitativamente as vagas na Educação de Jovens e Adultos, a fim de diminuir a elevada taxa de analfabetismo em nosso país. Porém não se leva em consideração às condições de atendimento destas pessoas nas instituições ou programas que estão inseridos, como também não há uma preparação adequada, na maioria dos casos, na formação específica dos professores que irão trabalhar neste processo de alfabetização. Deve-se repensar a Educação de Jovens e Adultos, suas diretrizes e parâmetros, e principalmente, investir na qualificação docente dos profissionais que atuam nesta área de trabalho. Neste ponto, é necessário repensar a formação do professor de um modo geral, analisando o novo paradigma profissional e educacional: a formação do professor reflexivo. Essa pesquisa tem por base uma investigação teórica e observacional, através da coleta de dados coligidos, entrevistas e revisão bibliográfica.
03 - A educação de jovens e adultos: espaço/tempo de práticas pedagógicas contraditórias. Ruth Pavan, Universidade Católica Dom Bosco.
Este texto é resultado da tese de doutorado. Inscreve-se na teoria crítica e postula que a prática pedagógica está sempre relacionada ao contexto social, no caso, ao contexto social capitalista, gerador de exclusões. As informações coletadas no campo empírico se deram por meio de entrevistas semi-estruturadas com professores de EJA e observações informais, numa abordagem qualitativa. Foi possível compreender que a prática pedagógica dos professores de EJA está atravessada pela ideologia neoliberal, sobretudo nos aspectos afetos ao individualismo. Porém, quando falam dos seus alunos e alunas, manifestam uma grande preocupação com as suas aprendizagens, ou ainda em ajudar-lhes a conquistar uma vida menos sofrida. A pesquisa traz as contradições como constitutivas tanto da sociedade como das posturas assumidas pelos professores. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, prática pedagógica, reflexão crítica)
04 - As armadilhas, encontradas nas diversas concepções de leitura, subjacentes ao entendimento da relação fala e escrita. Shalimar Michele G. da Silva, mestranda, UNICAP, Recife,PE; Junot Cornélio Matos, docente, UNICAP, Recife-PE; Marigia Ana de Moura Viana, docente, UNICAP, Recife, PE.
Esta comunicação tem por objetivo divulgar uma experiência realizada com docentes, do Módulo 2, da Educação de Jovens e Adultos/EJA, do Município do Jaboatão dos Guararapes, sobre as diversas concepções de leitura que norteiam sua prática, sendo estas atreladas ao entendimento que possuem sobre a relação fala e escrita e, neste entendimento, as possíveis armadilhas encontradas na construção da concepção declarada. Ressalta-se nesse estudo, a igual importância que se deve atribuir ao texto, tanto oral quanto escrito, tendo como referência os diversos contextos em que estão inseridos. (Marcuschi, 2005; Freire, 1992; Braggio, 2005; Soares, 2007).Tal investigação ocorre por meio da análise de uma entrevista realizada com cinco docentes, graduados em Pedagogia, que lecionam na modalidade há 3 anos. O referido estudo está em desenvolvimento e apresenta alguns resultados interessantes que possam ser divulgados. (Palavras-chave: concepções de leitura, fala/escrita, contexto)
05 - Educação de pessoas jovens e adultas: entre práticas, sujeitos e experiências. Sônia Maria Alves de Oliveira Reis, professora da disciplina Educação de Adultos da Universidade do Estado da Bahia, UNEB, Campus XII e mestranda em educação, UFMG.
Esta comunicação visa compartilhar os resultados de um Projeto de Extensão Universitária, integrado por estudantes e professores do curso de Pedagogia da UNEB, que tinha como objetivo compreender quem são os sujeitos da EJA, qual a especificidade de sua condição em nossa sociedade e quais as perspectivas dos trabalhos pedagógicos oferecidos a eles em algumas instituições de ensino. O referencial teórico está fundado em: Letramento (SOARES, 2001; KLEIMAN, 1995), alfabetização crítico-emancipatória (FREIRE, 1987; GIROUX, 1983), o ensino e a formação do educador de EJA (SIGNORINI, 1994). Esta experiência reafirma a idéia da necessidade de uma formação docente que contemple as particularidades da EJA, conhecimentos e saberes teórico-metodológicos e contribuam para uma prática educativa mais eficiente nos espaços de EJA. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Práticas - Experiências)
06 - O programa EJA da UNIGRAN-Dourados: um estudo sobre formação de professores, letramento e gestão. Terezinha Bazé de Lima, UNIGRAN, Dourados/MS; Eliane Fernanda da Cunha Ferreira, UNIGRAN, Dourados, MS.
O estudo, que será apresentado em forma de comunicação, é resultado de uma pesquisa qualitativa em desenvolvimento, aprovada pela FUNDECT/MS. Visa organizar subsídios teórico-metodológicos que orientem a formação de professores para a EJA, reorganizar o currículo do curso de Pedagogia, contribuir para elaboração de Proposta Pedagógica, Programas e material didático, de acordo com o processo de letramento e com o perfil desta faixa etária. O referencial teórico tem como aporte Brandão (2002); Cosson (2006); Freire (1997); Gadotti (2001); Kleiman (2000) e Ribeiro (2002). Este estudo em processo já possui resultados positivos, tais como: linha de pesquisa, iniciação científica, produção do conhecimento, reestruturação de currículo do curso de Pedagogia, implementação de um Programa, objetivando a inclusão e a continuidade dos estudos pelos alunos de Educação de Jovens e Adultos, que fazem parte do Programa EJA/ UNIGRAN/Dourados/MS. (Palavras-chave: formação - letramento - gestão - Proposta Pedagógica - pesquisa.)
07 - Formação de professores em EJA: limites e possibilidades. Inês Caroline Reichert, Secretaria Municipal de Educação e Desporto e Centro Universitário Feevale, Novo Hamburgo, RS; Eliane Anselmo. Secretaria Municipal de Educação e Desporto e Centro Universitário Feevale, Novo Hamburgo, RS.

Esta comunicação visa discutir os limites e as possibilidades na formação dos profissionais da EJA, diante do atual contexto de redemocratização do país nos anos 90. Concomitantemente, as práticas desenvolvidas nos diversos espaços educacionais foram ressignificando a educação de jovens e adultos. Neste contexto, a preocupação volta-se para a formação de educadores para EJA, que abrange uma formação inicial e continuada que estejam em consonância com os seguintes aspectos: ambiente institucional com organização adequada à proposta pedagógica; investigação dos problemas desta modalidade de educação; desenvolvimento de práticas educativas que correlacionem teoria e prática; utilização de métodos e técnicas que contemplem códigos e linguagens apropriadas às situações específicas de aprendizagem.

08 - A concepção de formação continuada de professores de EJA II, presente nos projetos pedagógicos das escolas. Julio Antonio Moreto, Secretaria Municipal de Educação de Campinas e doutorando do LAGE, FE-UNICAMP.
A presente comunicação visa discutir a concepção de formação continuada do Professor de EJA II, apresentada nos PPs de 2007 de escolas do Ensino Fundamental Municipal de Campinas, na busca pelos percursos desses documentos ao indicarem, talvez, a formação dos professores, na possibilidade de concebê-los como portadores de um conhecimento técnico e de compromisso político com a transformação, na contramão de um projeto que pode torná-los "subsumido pelo capital, tal como no toyotismo"(KUENZER, 2002), traduzindo-se "numa intensificação do trabalho, que o obriga a responder a um número maior de atividades em menos tempo" (ANDRADE,2002). Categorias de análise utilizadas: explicitação da proposta de formação; relação dos temas tratados com o cotidiano do trabalho do professor; discussão do trabalho do professor da escola pública na sociedade atual; e propostas para enfrentamento da lógica da intensificação do trabalho. (Palavras-chave: EJA, Formação de Professores, Projeto Pedagógico)
09 - Formação continuada em Educação de Jovens e Adultos: uma experiência docente (2003). Maria Elizete Guimarães Carvalho, Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, PB.

A proteção e o fomento à Educação de Jovens e Adultos - EJA - tem-se constituído atualmente uma preocupação de governantes e sociedade civil, sendo visível o interesse por essa modalidade educativa. Uma das formas de reafirmar tal proteção realiza-se pela promoção de cursos de formação continuada em suas várias modalidades. Discutir as experiências vivenciadas como docente em um curso de especialização promovido pelo Estado do Rio Grande do Norte, em 2003, para formação de professores que trabalham com EJA, constitui-se o propósito desse trabalho. Essa experiência revelou trajetórias e práticas, conduzindo à necessidade de compreender a complexidade do trabalho com jovens e adultos. A reflexão coletiva e a análise das monografias contribuíram para a obtenção dos resultados. (Palavras-chave: formação continuada, educação de jovens e adultos, experiência docente)