V Seminário
“Ensino de Língua e Literatura”

SESSÃO I
Coordenação: Ana Cláudia e Silva Fidelis
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - OS GÊNEROS PRESENTES NAS PROPOSTAS DE PRODUÇÃO ESCRITA DOS LIVROS DIDÁTICOS DO ENSINO MÉDIO DE LÍNGUA PORTUGUESA. Dalva Aparecida do Carmo Constantino, UFMT, Faculdades Integradas de Rondonópolis, FAIR/UNIR.
Este trabalho refere-se à parte de uma dissertação de mestrado em que se analisa as propostas de produção escrita de dois livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Médio, utilizados por escolas públicas de Mato Grosso. A presente pesquisa buscou, quantitativamente, verificar quais os gêneros solicitados para produção escrita nos livros selecionados e os tipos de atividades, categorizando-as.A nossa análise foi conduzida pela teoria enunciativo-discursiva, de ordem bakhtiniana, bem como pelos estudos de pesquisadores de Didática de Língua Materna da Faculdade de Psicologia da Universidade de Genebra, Dolz & Schneuwly. (Palavras-chave: gêneros discursivos, produção escrita, livro didático)
02 - RODRIGO S. M.: DOS BASTIDORES DA ESCRITA À REVELAÇÃO DE UM SUJEITO-ESCRITOR. Paola Scheifer, Colégio Estadual Padre Carlos Zelesny, E. F. M. Ponta Grossa
Esta comunicação tem por objetivo apresentar uma análise realizada sobre a prática de escrita de Rodrigo S. M., narrador / autor de A hora da estrela, de Clarice Lispector, bem como sua relação com a linguagem, a qual, inevitavelmente, pode ser apreendida através dos rastros deixados por este autor no corpo de sua escritura. Baseando-se na própria escritora de A hora da estrela, Clarice Lispector, e, buscando importante contribuição de autores como Barthes (1953), Calvino (2006), Nunes (1989), entre outros, procurou-se verificar um sujeito-escritor que, ao fazer do ato de escrever uma reflexão sobre este mesmo ato, no mesmo momento em que o pratica, inscreve-se na narrativa, revelando, ora o desejo de escrever, ora o desejo de tornar-se outro pela possibilidade da escrita, situando esta narrativa, pelas características aqui apontadas, nas balizas da modernidade. (Palavras-chave: processo de escrita, escritura, linguagem, sujeito-escritor)
03 - GÊNEROS TEXTUAIS/DISCURSIVOS E ENSINO/APRENDIZAGEM DE PRODUÇÃO DE TEXTOS: A ABORDAGEM DO LIVRO DIDÁTICO. Sílvio Ribeiro da Silva, Universidade Estadual de Campinas/Instituto de Estudos da Linguagem (PG), Universidade Federal de Goiás/Campus Jataí.
Neste trabalho, mostro resultados parciais de um estudo no qual analiso as propostas de produção escrita do livro didático Português – Linguagens (Willian Cereja & Thereza Magalhães), 3º e 4º ciclos do Ensino Fundamental. Com o estudo, analiso se as propostas de redação orientam os alunos para a apropriação e uso dos três elementos que caracterizam o gênero na perspectiva de Bakhtin (1952-53/1979): conteúdo temático, estilo e construção composicional, observando de que forma o livro em análise orienta os alunos quanto ao entendimento das questões ligadas à apreciação valorativa do locutor e à situação de produção do enunciado (Bakhtin/Volochínov, 1929/1981). Com os resultados finais, pretendo gerar uma discussão a respeito da forma como o livro didático encara a noção de gênero do discurso a partir da caracterização deste. (Palavras-chave: Gêneros textuais/discursivos, Ensino/ aprendizagem de língua materna, Livro didático de Português)
04 - O LIVRO DIDÁTICO COMO MEDIADOR DO DISCURSO CRÍTICO-HISTORIOGRÁFICO - Ana Cláudia e Silva Fidelis, Doutorado em Lingüística Aplicada, Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp-SP.
Este trabalho pretende refletir, a partir da análise de alguns livros didáticos, como o discurso crítico-literário passa por um processo de didatização ao ser incorporado ao livro didático. Esse discurso revela-se, nesse suporte, mais palatável ao leitor do ensino médio, adequando-se, portanto, ao ambiente escolar através de simplificações, reduções e refigurações de critérios e apreciações críticas de historiadores e críticos literários. Reconfigura-se, assim, o discurso literário, mantendo suas matrizes, mas fundando uma nova possibilidade de interpretação para o literário. (Palavras-chave: letramento, ensino de literatura, historiografia)
05 - PARADIDÁTICO: PRAGA DA LEITURA? UMA PROPOSTA PARA A NONA SÉRIE. Gláuci Helena Mora Dias, Uirapuru Superior e Pós-graduação – FEUSP.
Esta comunicação traz uma proposta de ensino de leitura e de escrita como atividade lingüística real de significação, que foi desenvolvida na nona série do Colégio Uirapuru em Sorocaba, que está longe do objetivo de cobrar a leitura do “paradidático” em provas artificiais e conteudistas e de treinar o aluno nas técnicas de escritura. A partir dos gêneros discursivos primários e secundários (Bakhtin) e a mediação eficaz, responsiva do professor, foi permitido ao aluno sair de seu estado de estagnação e ser capturado pelos fios dialógicos que tecem um processo permanente de aprender a aprender e de conhecer o conhecimento. (Geraldi) Com essa metodologia, leitura e escrita se tornam ações culturais, articuladas a valores e saberes socialmente dados, como ato de posicionamento político diante do mundo. Assim, a leitura do livro “paradidático” - e por que não do livro literário de boa qualidade, já que assumimos essa metodologia e acabamos com a praga da leitura (Possenti)? - e o trabalho com intertextos e interdiscursos verbais e não-verbais apareceram nas produções textuais dos alunos, que mostraram autoria, dialogia e engajamento. (Palavras-chave: paradidático, leitura, produção escrita, gêneros primários, gêneros secundários, intertextos, interdiscursos, autoria, engajamento)
06 - A FORMAÇÃO DE LEITORES MEDIANTE ESTRATÉGIAS DOCENTES E DO LIVRO DIDÁTICO DO ENSINO MÉDIO. Virgínia de Souza Ávila Oliveira, Aluna do curso de Letras da Faculdade de Letras da UFMG e Mércia Marques de Araújo – Aluna do curso de Letras da Faculdade de letras da UFMG e Bolsista de Iniciação Científica, CNPq – PIBIC, Aracy Alves Martins, Professora da Faculdade de Educação da UFMG; pesquisadora do Ceale, Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da FaE/UFMG.
O trabalho que ora se apresenta originou-se do projeto intitulado “Formação de leitores pela mediação do livro didático e dos professores no ensino médio” e vem sendo desenvolvido em três etapas. A primeira teve por objetivo analisar os livros didáticos do Ensino Médio mais utilizados por professores de Português em Belo Horizonte. A segunda, desenvolvida em Portugal, baseou-se na discussão sobre Manuais Escolares portugueses. A terceira, em andamento, prevê a coleta e análise de dados no que diz respeito ao uso efetivo do livro didático do Ensino Médio e à forma de interação professor-alunos em sala de aula, tendo como grupo focal docentes e educandos de escolas públicas de Belo Horizonte. Assim, têm sido analisadas à concepção de leitura dos educadores e o ensino e aprendizagem da disciplina Língua Portuguesa, a partir do uso de um livro didático selecionado pelo PNLEM.
07 - O TRABALHO COM OS PARADIDÁTICOS EM SALA DE AULA: Estratégias didáticas e história pessoal, um grande conflito vivido por professores da escola pública - Djenane Sichieri Wagner Cunha, Faculdade de Educação São Luís, Jaboticabal - SP e Universidade Interativa COC, Ribeirão Preto-SP.
Durante três anos ministramos aulas para professores em um curso, oferecido em parceria com o Governo do Estado de São Paulo, intitulado “Ler para Aprender”, parte do Projeto de formação continuada de professores “Teia do Saber”. Um de nossos grandes questionamentos durante o curso sempre foi o trabalho que os professores de ensino fundamental e ensino médio fazem com seus alunos em relação à leitura de livros paradidáticos e como esse trabalho é desenvolvido. Muito do que os professores relatavam entravam em conflito com suas histórias pessoais como leitores. Nesta comunicação intencionamos apresentar, socializar e discutir essa experiência, principalmente no que se refere à maneira de se trabalhar com os paradidáticos em sala de aula. (Palavras-chaves: estratégias didáticas, paradidáticos, Teia do Saber, Ler para Aprender)
08 - O Livro Didático nas aulas de Língua Portuguesa: usos e des(usos). Ana Márcia B. dos Santos, DEHEA- UFS, E.M.E.F “Olga Benário”, Aracaju-SE e Carmen Regina de Carvalho Pimentel, GEHE- UFS, Rede Estadual de Ensino-SE.
O presente trabalho tem como objetivo discutir o processo de escolarização da leitura literária e a sua relação com os livros didáticos, incluindo-se nessa discussão, a articulação que tais livros promovem ou não entre fragmentos de textos, obras integrais de literatura e paradidáticos.Buscaremos referencial teórico em Brandão & Micheletti (org.) (2001),Chartier (2001), Lajolo (2001), Soares (1999), Zilberman (1993). Serão analisadas as possibilidades de utilização adequada do texto literário, na qual se propicie aos leitores iniciantes uma vivência efetiva com a literatura, considerando sobretudo, sua característica distintiva enquanto gênero textual. (Palavras-Chave: Leitura, práticas de leitura literária, livros didáticos,ensino de literatura.)
09 - O CONTEXTO PERSUASIVO NO DISCURSO DAS OPERADORAS DE CELULAR EM TEXTOS PUBLICITÁRIOS. Fabíola Silva de Oliveira, Colégio Estadual Eraldo Tinoco de Melo, Feira de Santana, BA e UNEB
Quando se defende um ensino de língua portuguesa pautado numa abordagem textual e enunciativa, pressupõe-se uma atividade docente que congregue práticas de linguagem sob o prisma do uso/reflexão/uso da língua (Travaglia, 1996), de maneira que o aluno se torne um protagonista na produção e recepção de textos e esteja ciente do contexto de produção, do conteúdo ideológico bem como de aspectos lingüístico-discursivos inerentes a um determinado gênero textual. Com este pensamento e apoiando-se em alguns conceitos teóricos da Análise de Discurso (linha francesa), o presente trabalho objetiva mostrar uma experiência didática feita com alunos dos ensinos fundamental(8ª) e médio (2ª), a fim de fazê-los perceber o uso de elementos lingüísticos, discursivos e ideológicos como estratégias utilizadas pelas empresas de telefonia celular para persuadir seu interlocutor. Práticas de leitura e análise de textos publicitários veiculados em suportes variados e de produção escrita constituíram-se como estratégias metodológicas deste trabalho cujos propósitos maiores são: a) formar leitores e consumidores críticos; b) comprovar que todo texto publicitário se encaixa num dispositivo argumentativo. (Palavras-chaves: texto, discurso, publicidade, argumentação /persuasão)

SESSÃO II
Coordenação: Luiz Antônio da Silva
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - A CONCEPÇÃO DE PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE PROFESSORES DE LÍNGUA MATERNA: ARMADILHAS EDUCACIONAIS DESVELADAS PELAS PALAVRAS, PELOS SÍMBOLOS E PELOS DISCURSOS. Solange Rodrigues Bonomo Assumpção, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC Minas e Lenise Maria Ribeiro Ortega, Centro Universitário Newton Paiva.
Esta comunicação visa apresentar os resultados da pesquisa realizada com 180 professores que ensinam Língua Portuguesa, nas escolas públicas e particulares da cidade de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais. A investigação centrou-se na concepção de processo de ensino-aprendizagem desses docentes. Nas palavras, nos símbolos e nos discursos validados pelos sujeitos da pesquisa parece razoável supor a existência de “armadilhas educacionais”, forjadas ao longo de seu processo de formação. Embora os professores valorizem, em seu discurso, o diálogo e a formação cidadã como metas educacionais, os resultados obtidos apontam para a clássica dicotomia professor/aluno, em detrimento do investimento na interação entre os sujeitos envolvidos no processo de ensino-aprendizagem. (Palavras-chave: processo de ensino-aprendizagem; formação de professores; ensino de língua materna)
02 - HISTORIOGRAFIA LINGÜÍSTICA E ENSINO DE LÍNGUA E DE LITERATURA. José Everaldo Nogueira Júnior, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Esta comunicação pretende estabelecer relações entre os postulados teórico-metodológicos da Historiografia Lingüística e o ensino de língua e de literatura, tendo em vista o aprimoramento da competência gramatical e textual. Para tanto, faz-se necessário compreender a língua como prática social, como ferramenta necessária para a interação humana. Por conseguinte, seu ensino deve ser voltado para a melhoria da qualidade de vida dos usuários em suas interações sociais. Do mesmo modo, o ensino de literatura também segue essa mesma vertente, no sentido de que deve ser compreendida como o registro lingüístico de práticas sociais historicamente determinadas. Portanto, a historiografia lingüística, união entre princípios e procedimentos históricos e lingüísticos, atua com o intuito de descrever, explicar e interpretar registros lingüísticos – tidos como verdadeiros documentos – capazes de revelar o homem, sua língua e sua história. (Palavras-chave: historiografia lingüística, história, leitura)
03 - CONCEPÇÕES SOBRE O ORAL E SEU ENSINO JUNTO A PROFESSORES EM FORMAÇÃO. Denise Telles Leme Palmiere, Universidade São Francisco -USF.
Este trabalho tem como objetivo investigar as concepções sobre o oral e seu ensino por professores em formação, procurando compreender as possíveis repercussões no agir pedagógico – atual ou futuro – desses professores. A pesquisa foi realizada junto a alunos de graduação em Letras (Licenciatura em Língua Portuguesa) em uma universidade privada do interior do estado de São Paulo. Dentre esses professores em formação, vários já se encontram em sala de aula, atuando como professores do ensino fundamental. Toma-se por base o quadro teórico e metodológico do interacionismo sociodiscursivo tal qual delineado por Bronckart (1997/1999) e Schneuwly (2004, 2006). (Palavras-chave: oralidade, ensino de língua materna, gêneros textuais)
04 - REFLEXÕES SOBRE O PROJETO PEDAGÓGICO NA CONSTRUÇÃO DE UMA AULA DE LINGUAGEM: POSSIBILIDADE, SOLUÇÃO OU ARMADILHA? Rosângela Aparecida Ribeiro Carreira -Pontifícia Universidade Católica PUC-SP.
Este trabalho apresenta uma primeira reflexão sobre a produção do gênero textual Projeto Pedagógico Integrado e seu desenvolvimento em aula de linguagem, ressaltando aspectos educacionais e discursivos que envolvem desde os conteúdos de Língua Portuguesa até a ideologia e a subjetividade dos autores. Surge como resultado de nossa investigação de mestrado e é pautado, sobretudo, nos estudos de Hernández (1997) sobre o trabalho por projetos e VanDijk(1972;1987;2001), cujos estudos contribuem para a análise da ideologia discursiva e das microestruturas, superestruturas e macroestruturas textuais.A comunicação objetiva apresentar e discutir os resultados, que revelam algumas possibilidades de interpretação do discurso pedagógico relacionado à abordagem de trabalhos por projetos, bem como suas características lacunares e miméticas. (Palavras-chave: projeto pedagógico, linguagem e discurso)
05 - VOCÊ CONCORDA COM O PERSONAGEM? VAMOS DISCUTIR? RELAÇÕES INTERATIVAS EM DISCUSSÃO DE HISTÓRIAS. Alessandra Cardozo de Freitas. Profa. da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte.
O estudo objetiva investigar o modo como o professor interage com os alunos em discussão de histórias. Visa também refletir sobre estratégias argumentativas que ajudem o professor a potencializar as relações interativas nessa atividade. As discussões analisadas procedem de uma pesquisa realizada com três turmas de 2º ciclo (A, B e C, esta última dita de controle), do ensino fundamental, de uma escola pública de Natal-RN. Na análise comparativa do desempenho interativo das professoras, observam-se avanços das professoras assistidas na estruturação e na condução da atividade de discussão. Acredita-se que esses avanços resultam do compartilhar de reflexões e experiências com os pesquisadores. (Palavras-chave: Discussão de Histórias, Argumentação, Interação, Literatura Infantil)
06 - CONVERSAÇÃO E PODER: UMA ESTREITA RELAÇÃO EM SALA DE AULA - Ana Paula Dias, Colégio Coc,  Bauru, Colégio Liceu Noroeste, Bauru, Universidade Paulista - Unip, Bauru, Universidade de São Paulo (USP).
Quando interagimos através da linguagem temos sempre objetivos a serem atingidos, queremos atuar sobre o outro de determinada maneira (Kock, 2004). Um dos principais mecanismos utilizados para obtenção dessas metas é o poder que cada ser humano possui em seu espaço. Como a sala de aula é um ambiente onde todos possuem um papel social, com funções pré-determinadas, o professor, normalmente, controla e dirige sua fala através do poder que lhe é incumbido institucionalmente. Ele precisa explicar conceitos com clareza, compartilhar informações e motivar a reflexão a partir desses conceitos e informações. Mas, muitas vezes, ele pode não atingir seus objetivos e ao mesmo tempo sofrer várias interrupções dos alunos, o que coloca em jogo as relações de poder e solidariedade entre eles (Silva, 2005). Este trabalho visa analisar algumas estratégias que promovem ou não esta interação entre professores e alunos em aulas universitárias. (Palavras-chave: interação, conversação, poder, solidariedade)
07 - A ARGUMENTAÇÃO EM REPORTAGENS IMPRESSAS - Fátima Soares da Silva, UFPE e Telma Ferraz Leal, UFPE
Acreditando que para compreender textos da ordem do argumentar faz-se necessário considerar as características do mesmo e as habilidades que são exigidas no momento do processamento textual, sendo exigidas habilidades específicas para lidar com textos de determinados gêneros, decidimos então, analisar reportagens, considerando-as como gênero da ordem do argumentar, presentes em um livro didático de 4ª série, com o intuito de desvendar as características específicas da cadeia argumentativa presentes nesses textos, e a incidência dos elementos constitutivos da base argumentativa em cada um dos textos encontrados. Percebemos nas reportagens analisadas a presença de pontos de vista explícito e implícito dos autores e dos “personagens”, e defesas destes de maneira explícita e implícita a partir do uso de justificativas e em alguns casos de contra-argumentos. (Palavras-chave: reportagem, argumentação, livro didático)
08 - ASPECTOS LINGÜÍSTICOS E EXTRALINGÜÍSTICOS NA COMPREENSÃO DO TEXTO PUBLICITÁRIO - Thaís Ludmila da Silva Ranieri e Emanuel Cordeiro da Silva. Orientador: Luiz Antônio Marcuschi, Universidade Federal de Pernambuco.
A publicidade, devido a sua finalidade comercial, ou seja, a promoção e venda de produtos ou marcas e, principalmente, por ser geradora de recursos financeiros para a mídia, encontra fácil penetração nos mais diversos veículos de comunicação social e, assim sendo, atinge públicos de vários níveis sociais e de escolaridade. Como bem enfatiza Marcuschi (2004) e Kleiman (2004), o processo de compreensão textual não consiste numa atividade natural nem uma herança genética, contudo é fruto de um trabalho de habilidade e interação social. Dessa forma, nosso trabalho, situado no domínio do discurso publicitário, trata da relação entre leitor e texto, levando em considerando os aspectos lingüísticos e extralingüísticos, no processo de compreensão do gênero publicidade. (Palavras-chave: compreensão, publicidade, aspectos lingüísticos e extralingüísticos)

09 - PAPÉIS CONVERSACIONAIS NA SALA DE AULA - Luiz Antônio da Silva, Universidade de São Paulo.
Um dos princípios básicos das várias correntes que estudam a interação é o de que não se pode separar o verbal e o social (Goffman, 1974), pois os eventos de interação representam o lugar onde são construídas a identidade do sujeito e a ordem social. Os interactantes de um evento interacional desempenham papéis comunicativos e de identidade, de forma que falante e ouvinte assumem papéis diversos durante a interação. Quem são, portanto, os interactantes da sala de aula? O objetivo deste trabalho é fazer uma abordagem interacional do discurso de sala de aula, estudando as relações entre professor e aluno(s) e os diferentes tipos de participação. (Palavras-chave: interação, professor, aluno)

SESSÃO COORDENADA III
Coordenação: Tânia Cristina Lemes Machado
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - OS GÊNEROS E A FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA: MUITAS PEDRAS NO CAMINHO - Tânia Cristina Lemes Machado. MeEL/UFMT e Maria Rosa Petroni. MeEL/ UFMT
Considerando não apenas os pressupostos teóricos acerca da relevância do trabalho com os gêneros discursivos, mas também sua indicação como objeto de ensino-aprendizagem nas aulas de Língua Portuguesa (PCN, 1998) e as dificuldades reveladas pelos professores em relação à prática efetiva desse trabalho, esta comunicação visa a compartilhar resultados parciais de uma pesquisa realizada com um grupo de professores das redes municipal e estadual de ensino das cidades de Cuiabá e Várzea Grande, no Estado de Mato Grosso. Essa pesquisa tem como um dos objetivos observar a relação entre as dificuldades na efetivação das propostas apresentadas nos PCN e a formação inicial e continuada desses professores. Nesse percurso reflexivo, recorremos à teoria enunciativo-discursiva (Bakhtin, 1997) e às contribuições teóricas sobre formação docente e ensino de língua (Kleiman, 2001; Rojo, 2004, 2005; Castro, 2006; Barbosa, 2002). (Palavras-chave: gêneros discursivos, gêneros textuais, formação docente)
02 - GÊNEROS DISCURSIVOS: OBJETOS DE ESTUDO PARA A PRÁTICA ESCOLAR DE PRODUÇÃO ESCRITA DE TEXTOS JORNALÍSTICOS. Adriana Socorro, mestranda pela UFMT, professora da EMEF Rosalino Antônio da Silva e formadora da Secretaria Municipal de Educação de Rondonópolis (SEMEC)
Esta comunicação discute a dificuldade dos professores em organizar o ensino de produção escrita do gênero jornalístico aos alunos (Bonini, 2005; Rodrigues, 2001; Rossi-Lopes, 2005), fundamentado na teoria dos gêneros discursivos (Bakhtin, [1979/2003]) na prática escolar. Este trabalho refere-se à parte inicial de uma pesquisa de mestrado que investiga as contribuições da teoria bakhtiniana para o ensino do gênero como objeto de estudo de língua portuguesa (Rodrigues, 2004; Rojo, 2006;) nas propostas de produção de textos jornalísticos para o último ano escolar do ensino fundamental. (Palavras-chave: ensino, gêneros discursivos, produção escrita)
03 - CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO SUJEITO: UMA PROPOSTA DE LEITURA DE GÊNEROS DO COTIDIANO. Taiza Mara Rauen Moraes, UNIVILLE – Universidade da Região de Joinville – SC e Gabriela Cristina Carvalho, UNIVILLE – Universidade da Região de Joinville – SC.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência de leitura de gêneros discursivos do cotidiano no sentido de produzir uma análise discursiva (Bakhtin, 2000; Orlandi, 2003; Schneuwly & Dolz, 2004; Meurer & Motta-Roth, 2002), feita com um grupo de alunos de 1o, 2o, e 3o ano de Ensino Médio do Colégio da Univille, para posterior produção textual que reflita um sujeito que argumente, discirna e critique os fatos, proferindo, assim, um discurso próprio e consciente. Práticas de leitura/produção que levem os aprendizes a refletir sobre a linguagem para compreendê-la e utilizá-la apropriadamente às situações e aos propósitos definidos. As etapas desse trabalho estão fazendo parte de uma pesquisa para observar as mudanças na construção discursiva do sujeito. Este trabalho, ainda em desenvolvimento, já tem alguns resultados para serem socializados. (Palavras-chave: gêneros do cotidiano, discursividade, construção discursiva)
04 - GÊNEROS TEXTUAIS EM MATERIAIS DIDÁTICOS PARA ENSINO FUNDAMENTAL II - Eliane Aguiar e Débora Mallet Pezarim de Angelo
Esta comunicação visa a compartilhar a experiência e o desafio de produzir materiais didáticos de língua portuguesa, para ensino fundamental II, a partir do PCN´s. Sintetizando as problemáticas, citamos: a dificuldade em selecionar e abordar os gêneros textuais, tanto escritos como orais, bem como apresentar algumas tipologias de texto; o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, contribuindo para a formação do leitor e do produtor proficiente de textos; a apresentação de atividades ligadas a aspectos normativos da língua portuguesa, vinculadas ao estudo dos gêneros textuais. Todos esses desafios tornam-se ainda mais amplos quando pensamos na prática docente das últimas décadas, tradicionalmente limitada ao ensino da gramática normativa da língua, de forma prescritiva e descontextualizada. (Palavras-chave: gêneros textuais, livro didático, ensino, leitura, escrita, gramática)
05 - ENSINO/APRENDIZAGEM DE CONHECIMENTOS GRAMATICAIS NA PERSPECTIVA DOS GÊNEROS DO DISCURSO EM AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA - Elane Nardotto Rios, Programa de Pós-Graduação em Educação da UFES - Vitória-ES
Esta comunicação tem como objetivo discutir o ensino gramatical considerando a adoção dos gêneros do discurso numa perspectiva de Mikhail Bakhtin como objeto de ensino/aprendizagem. Diante da indicação dos gêneros textuais como unidade básica para o ensino de língua materna em documentos curriculares e trabalhos de pesquisa nos últimos dez anos, torna-se relevante problematizar o lugar dos conhecimentos gramaticais nesse contexto. Portanto, as questões levantadas fazem parte de uma pesquisa em desenvolvimento, tendo como objetivo investigar o processo de ensino/aprendizagem dos conhecimentos gramaticais articulados a concepção dos gêneros do discurso em aulas de língua portuguesa. (Palavras-chave: gêneros do discurso, conhecimentos gramaticais, ensino/aprendizagem)
06 - GÊNEROS TEXTUAIS E LEITURA DO DISCURSO BÍBLICO - Elaine Carneiro Domingues Sant’Anna, UNIP Assis e Marco Antônio Domingues Sant’Anna, UNESP Assis.
O presente trabalho tem como objetivo promover a discussão sobre a importância da leitura e estudo do gênero do discurso religioso bíblico, ainda pouco difundido nas escolas brasileiras, mas que, dada sua relevância como um dos textos fundantes da literatura ocidental, tem-se constituído tema de inúmeras publicações e seminários, principalmente nos Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Itália, Holanda e Israel. A fim de fundamentar teoricamente nossa comunicação, adotamos a linha de Bakhtin (2000), no que diz respeito aos gêneros do discurso, conjugada à de Dominique Maingueneau (2006) sobre os discursos constituintes e, finalmente, associada à de Robert Alter e Frank Kermode (1997; 1998), especificamente sobre a centralidade da Bíblia na formação da cultura ocidental, a riqueza e a unicidade de suas estruturas temático-formais, a universalidade modernizante de seus códigos e a visão de mundo gerada por ela.
07 - AS INTERDIÇÕES DO TEXTO: SELEÇÃO DE GÊNEROS TEXTUAIS PARA OBRAS DO PNLD - Luiz Carlos Gonçalves de Oliveira, Faculdade de Educação da USP.
O objetivo desta comunicação é apresentar os principais fatores (legais, didáticos, editoriais, curriculares) envolvidos no processo de seleção dos gêneros textuais dos LDPs (livros didáticos de língua portuguesa) do Ensino Fundamental submetidos ao Programa Nacional do Livro Didático e suas implicações no processo de ensino e aprendizagem de língua portuguesa. Para tanto, da análise dos documentos legais (MEC/SEF 1998; MEC/FNDE/SEB, 2005) e da leitura da bibliografia de apoio (Chevallard, 1985; Forquin, 1992; Bakhtin, 2003; Rojo [Org.], 2005), busca-se resposta aos seguintes questionamentos: Qual a importância da seleção de gêneros textuais em um LDP? Quais são os fatores envolvidos nessa seleção? É possível identificar um perfil de aluno/leitor nos currículos explícitos e ocultos dos LDPs? (Palavras-chave: ensino de português, livro didático, gêneros textuais, currículo)
08 - CONSTRUÇÃO DISCURSIVA DO SUJEITO: UMA PROPOSTA DE LEITURA DE GÊNEROS DO COTIDIANO - Taiza Mara Rauen Moraes, UNIVILLE – Universidade da Região de Joinville – SC e Gabriela Cristina Carvalho, UNIVILLE – Universidade da Região de Joinville – SC.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência de leitura de gêneros discursivos do cotidiano no sentido de produzir uma análise discursiva (Bakhtin, 2000; Orlandi, 2003; Schneuwly & Dolz, 2004; Meurer & Motta-Roth, 2002), feita com um grupo de alunos de 1o, 2o, e 3o ano de Ensino Médio do Colégio da Univille, para posterior produção textual que reflita um sujeito que argumente, discirna e critique os fatos, proferindo, assim, um discurso próprio e consciente. Práticas de leitura/produção que levem os aprendizes a refletir sobre a linguagem para compreendê-la e utilizá-la apropriadamente às situações e aos propósitos definidos. As etapas desse trabalho estão fazendo parte de uma pesquisa para observar as mudanças na construção discursiva do sujeito. Este trabalho, ainda em desenvolvimento, já tem alguns resultados para serem socializados. (Palavras-chave: gêneros do cotidiano, discursividade, construção discursiva)
09- PRÁTICA PEDAGÓGICA, TEXTUALIDADE E DIALOGIA: UM ESTUDO COM ALUNOS DE 7ª SÉRIE - Nilza Guidini Valentini, Nerli Nonato Ribeiro Mori Universidade Estadual de Maringá – UEM.
Este trabalho versa sobre uma pesquisa realizada com o objetivo de investigar a possibilidade de uma prática pedagógica voltada para a textualidade. Considera como ponto de partida a dimensão interacionista e dialógica da linguagem e parte do pressuposto de que o interlocutor é quem dá sentido ao texto, sendo ele o primeiro determinante das condições de produções textuais (Bakthin,1997). Trabalhou-se com produções e reescritas de textos procurando estimular os alunos a colocarem-se como sujeitos no processo dialógico de produção de textos. Uma análise inicial dos dados indica que é essencial o desenvolvimento de práticas de produções escritas que possibilitem situações reais de uso da língua, a partir das quais, por meio da mediação do professor, os alunos enriquecem o conteúdo de seus textos à medida que reescrevem. (Palavras-chave: prática pedagógica, dialogia, reescrita e mediação)

SESSÃO IV
Coordenação: Maria Teresa Gonçalves Pereira
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - LER (MUIT0) PARA ESCREVER (BEM): CONSIDERAÇÕES SOBRE UMA CRENÇA - Maria Teresa Gonçalves Pereira – UERJ.
Existe exploração (in)consciente do papel do leitor na apropriação de um texto lido e, porque o sensibilizou, foi aprendido. O aluno recebe influências do autor, de uma maneira ou de outra. Urge mostrar-lhe que a apropriação de um texto não é ato condenável e redutor, banalizando sua produção, transformando-a em mera cópia; antes é uma reescritura, um exercício “fertilizado” por modelos que tendem a enriquecê-lo lingüística, literária e culturalmente. Essa atitude deve-se dar tanto em relação ao conteúdo (temas) quanto à forma: marcas lingüísticas e/ou recursos estilísticos. A leitura como facilitadora da (boa) escrita difunde-se como crença nos bancos escolares. (Palavras-chave: leitura, escrita, apropriação)
02 - LEITURA E ESCRITA: A RELEVÂNCIA DA PONTUAÇÃO EXPRESSIVA. Tania Maria Nunes de Lima Camara, UNISUAM, RJ
Embora o ensino da leitura e da escrita seja um dos principais objetivos da escola desde épocas remotas da civilização ocidental, é fácil perceber que nem sempre tais atividades são conduzidas com o intuito de formar leitores/autores proficientes. Tal fato decorre, basicamente, da posição nuclear que o estudo gramatical ocupa, apresentado freqüentemente como fim, e não como meio de codificação e de descodificação. Valorizando o conhecimento gramatical como recurso de expressão, consideramos aqui a relevância da pontuação na produção de sentido, especialmente no texto literário. Nesse domínio discursivo, os sinais gráficos, como instrumentos da língua, fazem com que esta revele, de maneira plena, suas potencialidades, na busca da realização estética. (Palavras-chave: leitura – escrita – pontuação)
03 - A CRÔNICA-CONTO DE HELOISA SEIXAS: MOTIVAÇÃO PARA A LEITURA E A PRODUÇÃO DE TEXTOS. Fernanda Farias de Freitas, C.E. Dom Hélder Câmara/RJ.
No ambiente escolar, há diversas propostas de mudança para o ensino de língua materna, a fim de dar mais espaço à leitura e à produção de textos. Muitos professores, entretanto, mantêm a visão tradicional de usar o texto como simples pretexto para explorar a gramática ou elaborar questões que servem apenas para identificar detalhes irrelevantes para a produção de sentido. Para formar verdadeiros leitores, é preciso mostrar a integração entre texto/autor e leitor, desempenhando este papel importante no processo de construção textual. Na sala de aula, essa tarefa torna-se mais fácil com o auxílio de textos que despertem o interesse. A crônica-conto cumpre tal função por apresentar temática cotidiana e servir como modelo para a produção de textos que possibilitem a discussão sobre a fronteira entre os gêneros textuais. (Palavras-chave: crônica-conto, leitura e escrita)
04 - PROPOSTAS DE REDAÇÃO NO VESTIBULAR: O QUE VÊEM E COMPREENDEM OS LEITORES DESTE TEXTO. Rita de Cássia da Luz Stadler, Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Esta comunicação visa a apresentar resultados obtidos por meio de pesquisa realizada por alunos de três segundas séries do ensino Médio de nossa Instituição a qual objetivou investigar: a preferência dos vestibulandos no momento em que devem optar por uma das propostas (narração ou dissertação) solicitadas e suas dificuldades nesse momento; a análise das propostas por professores de Língua Portuguesa que trabalham com o ensino médio; a compreensão das propostas por profissionais de diferentes áreas. Tanto no momento das entrevistas quanto na análise dos dados alguns temas emergiram: a dificuldade de compreensão não apenas do aluno de ensino médio; a prática de produção de textos ainda pouco presente no cotidiano escolar; a concepção de leitura e de texto pelos profissionais entrevistados como atividades estritamente escolares. (Palavras-chave: pesquisa, leitura, texto, vestibular)
05 - A LEITURA DE TEXTOS LITERÁRIOS E PRODUÇÃO ESCRITA: APRENDIZAGEM COMPARTILHADA EM AMBIENTE DE RECLUSÃO. Marilurdes ZANINI, PLE,UEM.
O projeto Literatura, Leitura e Escrita: A Ressignificação da Identidade de Indivíduos em Situação de Exclusão Social, de natureza bibliográfica e aplicada desenvolve-se na Penitenciária Estadual de Maringá e o seu objetivo é verificar a importância da leitura e da produção textual, motivadas por textos literários e imagens, para a ressignificação da identidade desses indivíduos. Nesse contexto, insere-se esta comunicação com o objetivo de apresentar alguns dos resultados obtidos no projeto, pelo recorte da escrita, abordada num processo de produção que abrange o desenvolvimento de estratégias concretas de ação e a escolha de meios adequados à realização dos seus objetivos – as oficinas. A análise, do processo e do produto, de dois textos do mesmo sujeito – um produzido na fase inicial e outro, na fase adiantada do projeto – presta-se para, em termos comparativos, apontar marcas reveladoras de uma escrita em que o sujeito partilha pela linguagem a ampliação da sua visão de mundo. Para isso, ancora-se nos pressupostos da Lingüística Textual e da Análise do Discurso, pelas vozes de Koch (2002) e Orlandi (1987). (Palavras-chave: textos literários, produção textual escrita, detentos, língua materna)
06 - RECONSTRUÇÕES DE PRÁTICAS NO ENSINO-APRENDIZAGEM DA LINGUAGEM ESCRITA. Luciene Oliveira da Costa Santos, Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão-SE.
Este trabalho pretende fomentar reflexões sobre as práticas aplicadas no ensino-aprendizagem da linguagem escrita através da exposição de deficiências e equívocos presentes no ambiente escolar sergipano. Com base em recente levantamento bibliográfico e em pesquisa realizada acerca do ensino de leitura e escrita em escolas públicas de Sergipe no ano de 2002, busca-se enfatizar os aspectos interacional e dialógico das modalidades escritas da língua (Geraldi, 1985; Kleiman, 1993; Kato, 1995; Bamberger, 2000; Luft, 2000) para a adoção, por parte de escolas e professores, de atividades coerentes na formação de indivíduos lingüisticamente autônomos. As etapas finais da pesquisa sugerem propostas para estruturação de aulas de língua portuguesa que atendam às necessidades sociais e cognitivas dos alunos. (Palavras-chave: ensino-aprendizagem, língua portuguesa, práticas, leitura, escrita)
07 - Páginas da Vida: a produção de relato autobiográfico como ponto de partida para a pesquisa científica, produção de texto e socialização de conhecimento. Gisane Márcia Carvalho Dinnouti, EMEF Profa Sylvia Simões Magro, Projeto Ciência na Escola LEIA/FE/Unicamp.
A presente comunicação demonstra os resultados e as reflexões sobre o trabalho feito há três anos consecutivos (2005, 2006 e 2007) com alunos de quintas séries do ensino fundamental em uma escola pública municipal de Campinas, SP: a produção de um livro de caráter autobiográfico por cada aluno com o intuito de introduzi-los à metodologia da pesquisa científica a partir do seu próprio olhar, tomando a si próprio e a sua história de vida como ponto de partida para a pesquisa científica e produção de textos. Este trabalho está vinculado ao projeto Ciência na Escola LEIA/FE/Unicamp que visa incentivar o aprendizado através de projetos que utilizam a metodologia da pesquisa científica, levando aos alunos a produzirem e socializarem suas descobertas através de diferentes mídias. Como professora de Língua Portuguesa, o meu trabalho é preparar os alunos para que, em um contexto interdisciplinar, eles possam usar a língua portuguesa como instrumento para a aquisição de conhecimento, formação de opinião e veículo de divulgação dos resultados de pesquisa. Com a produção do livro “Páginas da vida” por cada aluno, ele inicia o seu trabalho de pesquisa a partir da investigação do seu próprio universo e se coloca como objeto de estudo de sua própria pesquisa. Mostraremos o caminho percorrido para a produção do livro, exemplos de trabalhos escritos desenvolvidos pelos alunos e as análises preliminares sobre o desenvolvimento desse trabalho. (Palavras-chave: metodologia científica, produção de texto, autoria)
08 - AMPLIAÇÃO DE VOCABULÁRIO POR CENTRO DE INTERESSE. Silma Gonçalves Ponce Corrêa da Costa, UFMT-Cuiabá-MT.
Esta comunicação tem como objetivo compartilhar alguns resultados de uma experiência realizada com uma turma de 7ª série do ensino fundamental de uma escola pública de Cuiabá-MT, que contempla, principalmente, a ampliação de vocabulário. O trabalho envolve a leitura, a produção textual e atividades direcionadas à aquisição de vocabulário e visa a contribuir para a competência lexical do aluno e seu processo de compreensão textual. Tomou-se como base o modelo de ensino-aprendizagem de vocabulário de Galisson. (Palavras-chave: ensino-aprendizagem, vocabulário, leitura, produção textual)
09 - O SEU DIA COMO PROFESSOR’: UMA ATIVIDADE DE ENSINO E PESQUISA. Ana Paula Carvalho Nogueira. Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro e Helena Amaral da Fontoura. Faculdade de Formação de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
O presente trabalho discute, sob a ótica interacionista, uma atividade de língua portuguesa, realizada com estudantes do 5º ano de uma escola pública do Rio de Janeiro, como parte de um Projeto de Iniciação à Docência. A elaboração da atividade, que consistia na produção de um jornal cujo tema era O seu dia como professor, por privilegiar o uso da linguagem, partiu das atividades lingüísticas em direção às epilingüísticas e metalingüísticas. Para análise do jornal produzido, baseamo-nos na noção de texto como discurso, em que se manifestam elementos lingüísticos e extralingüísticos. A investigação tornou evidentes algumas das concepções que os alunos envolvidos na produção têm sobre educação. As aulas mostraram que tarefas que extrapolem o espaço escolar facilitam a participação. (Palavras-chave: ensino de língua portuguesa, concepção interacionista, produção de texto)

SESSÃO V
Coordenação: Francisca Eduardo Pinheiro
Dia: 11/07/2007, das 14 às 17 horas

01 - GÊNEROS TEXTUAIS EM SEQÜÊNCIA DIDÁTICA: UMA EXPERIÊNCIA NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO. Francisca Eduardo Pinheiro, UEPB – Campina Grande-PB.
Este trabalho objetiva apresentar uma experiência desenvolvida no estágio supervisionado do curso de Letras da UEPB, com gêneros textuais como a notícia, carta, artigo, entre outros em seqüência didática (Dolz & Schneuwli, 2004; Bezerra, 2002; Sercundes, 1997), realizando-se leitura, escrita e reescrita desses gêneros com alunos do ensino médio de escolas públicas. A partir da análise dessa experiência com produção textual, refletimos com os nossos graduandos sobre questões que subsidiam o desenvolvimento de práticas de escrita, articulando a leitura com a produção textual na escola. (Palavras-chave: gêneros textuais – seqüência didática – leitura – escrita)
02- DE LEITOR A AUTOR: UMA PROPOSTA DE PRODUÇÃO DE CONTOS PARA AS SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL. Fabio Angelo Aguiar, Colégio Shunji Nishimura Pompéia-SP.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência de leitura e produção de contos realizada com alunos de sétima e oitava séries do Ensino Fundamental, no Colégio Shunji Nishimura, localizado em Pompéia, interior do estado de São Paulo. A experiência pautou-se na idéia de que o aluno não deve ser apenas um admirador do texto literário, mas também um agente de sua criação, para que o mesmo entenda a produção de texto não como redação escolar, mas sim como criação artística e efetiva prática social. A proposta foi fundamentada nas concepções de Sistema Literário, proposto por Antônio Cândido, e Interacionista de Linguagem, abordada por João Wanderley Geraldi.
03 - INDICADORES OBJETIVOS DE NOVAS PRÁTICAS NO ENSINO DE REDAÇÃO: INDÍCIOS DE UMA MUDANÇA? Marcelo M. Corrêa e Castro; Anatula Axiotelis: Ana Beatriz Domingues; Marta Barbosa Ribeiro. Universidade Federal do Rio de Janeiro/Faculdade de Educação/Laboratório de Estudos de Leitura, Escrita e Educação - LEDUC.
Trata-se de uma análise preliminar de dados recolhidos para a primeira fase da pesquisa Vestibular da UFRJ: histórias e desdobramentos, articulada com base em três eixos: a centralidade da escrita na educação escolar; os exames vestibulares para ingresso nos cursos superiores; a ação das universidades públicas direcionada às práticas pedagógicas das escolas da educação básica. O objetivo maior da pesquisa é discutir que práticas de escrita deveriam estar sendo desenvolvidas em uma educação básica voltada para a contemporaneidade e para a formação de cidadãos críticos e conscientes. Nesta etapa l apresentaremos uma leitura inicial de indicadores objetivos de transformações ocorridas no ensino de redação nas escolas do Rio de Janeiro que possam ser diretamente relacionadas à prova de Redação do vestibular da UFRJ. (Palavras-chave: ensino; redação; produção textual; vestibular)
04 - PRODUÇÃO TEXTUAL. Maria Beatriz Gameiro, Colégio Koelle.
Esta comunicação tem como objetivo compartilhar e discutir um trabalho de produção textual realizado com alunos da 7ª série do Ensino Fundamental. Não pretendemos realizar um debate teórico sobre a produção escrita, mas sim apresentar os processos e resultados de um trabalho prático realizado em classe, deixando claro que este não faz parte de nenhuma pesquisa científica. Sabendo da importância da leitura e da escrita para o desenvolvimento do aluno como um cidadão consciente e crítico, o trabalho objetivou despertar sua curiosidade para os fatos cotidianos relatados nos jornais.
05 - O bilhete do professor e o texto do aluno: diálogos em (des)encontro. Adna Lopes, UFAL e Eduardo Calil, UFAL.
Tradicionalmente, as formas de interferência do professor no texto do aluno se estabelecem a partir de dizeres ligados ao ensino de ortografia, de gramática e de pontuação, havendo um intenso conjunto de enunciados voltados aos problemas formais que estes aspectos mobilizam. A configuração imaginária que aí se (im)põe tem o poder de evocar no professor a crença de que sua interferência no texto do aluno atue de modo direto sobre a melhoria ou a qualidade do próprio texto, apagando ou minimizando os efeitos da relação do sujeito com aquilo que escreveu. Tomando como objeto de interferência no texto do aluno um bilhete escrito pelo professor de uma 2ª série a partir de uma 1ª versão da reescrita “A formiga má” (Monteiro Lobato), iremos mostrar que esse procedimento didático pode favorecer um diálogo mais intenso entre textos, além de apontar para a relação singular entre aquele que escreve e o próprio texto escrito. Em nossa análise indicamos pontos de inflexão na relação sujeito-língua-sentido em que as estruturas sintáticas manifestas indiciam, enquanto deslocamento de formas significantes, aquilo que há de singular e imprevisível nas interferências que fazem UM texto. Pontos heterogêneos em que o sujeito se mostra pela dominância da língua e pelos deslizes do sentido. (Palavras-chave: produção de texto na sala de aula, interferência do professor, bilhete, singularidade, manuscrito escolar)
06 - NARRATIVAS NA ESCOLA: ALGUÉM PODE ME DEIXAR ESCREVER? Danitza Dianderas da Silva. Universidade Federal de São Carlos.
Esta comunicação possui como objetivo informar sobre uma atividade pedagógica realizada com alunos e alunas de 3ª e 4ª séries do ensino fundamental de apoio escolar de uma escola pública. Por meio da realização de uma confecção de livro pretendeu-se com a atividade tratar sobre o a aquisição da linguagem (Vigotsky, 1998), produção de sentido e gêneros discursivos (Bakhtin, 2003), bem como sobre a valorização de narrativas de alunos (as) no contexto escolar. Pretende-se com este trabalho que os diferentes aspectos da língua materna sejam tratados na escola sem que se deixe de lado a individualidade do sujeito em sua produção textual.
07 - LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTO ORAL E ESCRITO NO ENSINO MÉDIO Marco Antônio Domingues Sant’Anna (orientador), Maria Ana Bernardo do Nascimento e Paula Marafante, Universidade Estadual Paulista - UNESP, Assis.
Resultado da realização de um projeto institucional (2006), este trabalho tem por objetivo descrever, analisar e interpretar o processo de recepção e produção de textos no contexto da 3ª série do Ensino Médio da EEPSG José Augusto de Carvalho, Cândido Mota (SP). Adotou-se como fundamentação teórica reflexões de Marcuschi, sobre a noção de língua como fenômeno cultural, social e cognitivo que varia ao longo do tempo e de acordo com os falantes, manifestando-se no uso e sendo a ele sensível; e também as de Mikhail Bakhtin acerca do dialogismo e dos gêneros discursivos. São enfatizados três aspectos essenciais de sua natureza: a língua percebida como uma atividade constitutiva; como uma forma cognitiva; como uma forma de ação. Rejeita-se, assim, a idéia de língua como mero código ou sistema de sinais autônomo, sem história e fora da realidade social dos falantes. (Palavras-chave: Linguagem; leitura; produção de texto; interação social)
08 - MELHORANDO AS COMPETÊNCIAS DOS ALUNOS EM LEITURA E ESCRITA - Eliane Aparecida Marcatto da Silva, SEEC – Secretaria de Educação e Cultura, Descalvado,  SP.
O projeto a ser compartilhado é desenvolvido em escolas da Rede Municipal de Ensino, tendo como objetivo melhorar as competências dos alunos em leitura e escrita, principalmente dos alunos que moram na zona rural e que chegam antes do seu horário, ficando assim com um tempo ocioso dentro da escola. Dentre as habilidades/capacidades, a leitura se constrói com significados, combinando conhecimento prévio (Soares, 1998). Os recursos diferenciados e o aprimoramento da metodologia aplicada nessas unidades escolares possibilitam que os alunos vivenciem, através de filmes, dramatizações, contos/recontos, estímulos da oratória através do microfone, situações reais do cotidiano, contribuindo assim para um aprendizado significativo, tornando-os mais competentes na hora de ler e escrever. Ressalta-se que um dos diferenciais metodológicos do projeto é a interação da contadora de histórias, que tem um perfil voltado para o teatro. Este trabalho em desenvolvimento já obtém resultados expressivos dos alunos, trabalho esse que merece a socialização. (Palavras-Chave: leitura e escrita, alunos da zona rural, metodologia, contadora de histórias)

SESSÃO VI
Coordenação: Reginaldo Clécio dos Santos
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - AS IDÉIAS LINGÜÍSTICAS CONSTITUTIVAS DO PENSAMENTO DE JOÃO WANDERLEY GERALDI SOBRE O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA. Luzia de Fátima Paula, Pós-Graduação em Educação, UNESP - campus de Marília.
Apresentam-se resultados parciais de pesquisa de Doutorado em Educação, vinculada ao Grupo de Pesquisa "História do Ensino de Língua e Literatura no Brasil" e ao Projeto Integrado de Pesquisa “História do Ensino de Língua e Literatura no Brasil”, coordenados por Maria do Rosário Longo Mortatti. São focalizadas as idéias lingüísticas constitutivas do pensamento sobre ensino de língua portuguesa de João Wanderley Geraldi (1946- ), apresentadas em seus artigos na coletânea O texto na sala de aula (1984) e nos livros Portos de Passagem (1991) e Linguagem e ensino: exercícios de militância e divulgação, considerados fontes documentais privilegiadas. Até o momento, constatou-se a significativa influência das idéias do russo Mikhail Bakhtin sobre linguagem e das idéias lingüísticas de origem francesa no pensamento de Geraldi, caracterizando o interacionismo lingüístico como base teórica de sua proposta para o ensino de língua portuguesa. (Palavras-chave: ensino de língua portuguesa; João Wanderley Geraldi; interacionismo lingüístico; pesquisa histórica em educação)
02 - ENSINO DE LITERATURA: A HORA E VEZ DO LEITOR. Reginaldo Clecio dos Santos, UFPE, Recife-PE.
O problema da formação de leitores de literatura não é novo nem exclusivo do Brasil. Teóricos renomados (Aguiar e Bordini, 1993; Jouve, 2002; Lajolo e Zilberman, 1999; Leite,1983) já se debruçaram sobre o tema. Ampliando essa discussão, o presente trabalho destina-se a promover uma reflexão acerca do problema da formação de leitores de literatura na escola. Para tanto, traçaremos, inicialmente, um panorama das práticas de leitura literária sob o jugo do livro didático e, após isso, tentaremos redimensionar o conceito de Literatura à luz de novas teorias lingüísticas e literárias, especialmente as surgidas com a virada pragmática. A defesa do lugar privilegiado da literatura no espaço escolar será o último tópico da nossa discussão. (Palavras-chave: ensino de literatura, leitura, leitor, teoria da recepção)
03 - A CILADA DA DISSOCIAÇÃO ENTRE O ESTUDO DA LÍNGUA E DA LITERATURA - Juracy Assmann Saraiva, Centro Universitário Feevale, Rio Grande do Sul.
Uma das ciladas da prática do professor no Ensino Fundamental é a dissociação entre o estudo da língua e o da literatura. Ambos os objetos constituem um binômio cujos termos mantêm uma relação de unidade, pois entre eles há uma convergência e uma simultaneidade de saberes e de competências. A dissociação se alicerça na idéia de que o texto literário é inacessível e de que impede o desenvolvimento lingüístico dos alunos. Tal prática negligencia a formação do sujeito, pois a aprendizagem da língua deve ser enriquecida pela pluralidade de discursos e de gêneros. Entretanto, o contato com o texto literário deve ocupar lugar privilegiado, porque, por seu intermédio, se constrói uma efetiva competência lingüística e se atinge a dimensão formadora da linguagem. (Palavras-chave: ensino, literatura, língua, articulação)
04 - A não coincidência entre língua materna e língua nacional e seus efeitos no ensino. Maria Onice Payer, Univa, Unicamp.
Com base no campo teórico da Análise de Discurso e a partir de pesquisa de campo realizada em área de imigração, no Brasil, reflete-se sobre os efeitos, no sujeito de linguagem, da tensão histórica instalada entre língua materna e língua nacional. Esta tensão, que divide o sujeito entre as línguas, pode inaugurar uma relação fluida com as formas lingüísticas e os objetos de referência da linguagem, na medida em que nela atua a memória da língua que foi "apagada". O tema instala um espaço fecundo para se pensar em como escapar às armadilhas da língua que engessam sujeitos e processos de significação.
05 - DESAFIOS DO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA. Deborah Christina Lopes Costa, Prof. da FAC3- Campinas, SP e coordenadora do curso de Letras da FAC Limeira.
Esta apresentação tem como objetivo proporcionar uma reflexão e discussão sobre o papel da escola e do professor de português na ampliação significativa da capacidade de usos efetivos da língua materna dentro e fora dos muros escolares. Uma pesquisa realizada em 2006 com estagiários do curso de letras da Faculdade Comunitária de Campinas três e Faculdade Comunitária de Limeira aponta que, apesar da tentativa de renovação do ensino de português alguns professores, o conteúdo mais trabalhado nas aulas é a gramática normativa descontextualizada dos usos reais da língua. Uma coisa e´ saber analisar uma língua dominando conceitos e metalinguagens a partir dos quais se fala sobre a língua e se apresentam suas características estruturais, outra coisa e´ dominar as habilidades de uso da língua em situações concretas de interação, entendendo e produzindo diferentes enunciados em diversas situações comunicativas. Defendemos uma proposta de trabalho baseada nas pesquisas de Schneuwly e Dolz (2004) , nas quais ressaltam o papel da escola no desenvolvimento de um rico repertório de gêneros secundários da escrita, colocando os alunos, em todos os graus de escolaridade, em contato com diversos gêneros discursivos para que possam dominá-los e, assim, garantir uma participação mais ativa e crítica na sociedade. (Palavras-chaves: Língua Materna, gêneros discursivos, gêneros da escrita)
06 - TOMADA DE CONSCIÊNCIA E CONCEITUAÇÃO DO SUJEITO SINTÁTICO ENTRE ALUNOS DO CURSO DE LETRAS. Evandro de Melo Catelão, UEM Maringá-PR.
Em razão das dificuldades encontradas no trabalho com conceitos gramaticais nos diversos níveis de escolarização propôs-se estudar alunos formandos dos cursos de Letras de modo a verificar, sob o ponto de vista da tomada de consciência, o impacto dos referidos cursos de graduação na formação desses alunos. A amostra contou com 30 acadêmicos que identificaram e conceituaram o sujeito sintático em cinco períodos simples. Os resultados indicam que 46,62% dos alunos entrevistados desequilibraram-se cognitivamente, reelaborando um conceito suficiente sob o ponto de vista cognitivo e lingüístico. O restante,53,28%, verbalizaram um conceito de sujeito como “praticante de uma ação” ou definições semelhantes. A tomada de consciência demonstrou ser uma ferramenta importante no processo de conceituação do sujeito por meio da reconstrução do conceito de sujeito. (Palavras-chave: Educação, Construtivismo, Tomada de Consciência, Aprendizagem, Conceitos, Ensino de Gramática)
07 - O ENSINO DE TRANSITIVIDADE VERBAL. Simone Maria Barbosa Nery Nascimento, Mestranda em Letras, orientadora Geiva Carolina Calsa, Universidade Estadual de Maringá – UEM – Maringá-PR.
Estudos da Lingüística e da Educação têm mostrado que o sistema educacional brasileiro, em especial a disciplina de Língua Portuguesa, tem se revestido de um caráter tradicional com relação ao ensino de língua. O estudo buscou analisar o modo como o conteúdo de transitividade verbal é apresentado nos livros didáticos, bem como o conceito de professores de Língua Portuguesa sobre este tema e a metodologia utilizada para o seu ensino. Analisaram-se 05 livros didáticos de Língua Portuguesa, referentes à 7ª série e realizaram-se entrevistas individuais com 06 professores da rede pública do município de Maringá/PR. Constatou-se que os livros didáticos estão pautados em pressupostos teóricos tradicionais de gramática, em que o aluno deve apreender definições gramaticais exemplificadas em modelos de verbos estereotipados. Os professores demonstraram o conteúdo exposto nos livros didáticos utilizados como seu apoio metodológico único. Conclui-se que livros didáticos e professores utilizam métodos que não consideram o funcionamento da linguagem e os conhecimentos dos alunos. (Palavras-chave: ensino, transitividade verbal, funcionalismo)
08 - INTERVENÇÃO DIDÁTICA NO ENSINO DA LÍNGUA ESCRITA - Kelly Priscilla Lóddo Cezar, Mestranda em Letras, Universidade Estadual de Maringá/. Orientadora Prof.ª Dr.ª Geiva Carolina Calsa, DTP/UEM; Co-orientador Prof. Dr. Edson Carlos Romualdo, DLE/UEM.
Este trabalho mostra a importância da diferenciação entre língua falada e língua escrita no processo ensino-aprendizagem, em especial, os conteúdos relacionados à acentuação gráfica e tonicidade. Para tanto, foram realizadas entrevistas individuais com dois professores de Língua Portuguesa e 30 alunos, 15 alunos de 4ª e 15 alunos de 5ª séries organizados em grupos experimentais e de controle, de uma escola pública do Município de Maringá/PR. Investigaram-se os conceitos destes conteúdos por parte dos entrevistados. Realizaram-se intervenções didáticas com cinco alunos de cada série em seis sessões com hora e meia de duração. As entrevistas revelaram que os professores não diferenciam os dois conteúdos: acentuação gráfica como sendo uma convenção social e tonicidade um aspecto da fala. No pré-teste os alunos reproduziram a confusão conceitual dos professores, mas os que foram submetidos à intervenção didática passaram a verbalizar a diferença entre língua falada (tonicidade) e língua escrita (acentuação gráfica) melhorando seu desempenho na atividade de acentuação. (Palavras-chave: educação, língua falada, língua escrita, acentuação gráfica)
09 - INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA COM JOGO DE REGRA DE ACENTUAÇÃO GRÁFICA NO ENSINO FUNDAMENTAL. Kelly Priscilla Loddo - Universidade Estadual de Maringá e Nayra Carolina Bueno de Morais, graduanda do curso de Pedagogia. Orientadora Profa. Dra. Geiva Carolina Calsa.
Levando em consideração o baixo desempenho dos alunos na disciplina de Língua Portuguesa, mais especificamente no conteúdo de tonicidade e acentuação gráfica, elaborou-se uma metodologia de ensino com uso de jogo de regras no intuito de promover sua tomada de consciência. Realizou-se intervenção pedagógica com dez alunos de 4a e 5a série de escolas públicas de Maringá/PR, organizados em quintetos homogêneos - dificuldade de aprendizagem em escrita. Dados coletados antes e depois da intervenção mostraram melhoria de seu desempenho, coordenando as variáveis necessárias para o uso adequado das regras de acentuação gráfica: posição da sílaba tônica e terminação da palavra. Além do aumento da quantidade de acertos, os alunos evidenciaram tomada de consciência ao se mostrarem capazes de explicar e justificar seus conceitos e procedimentos na tarefa de acentuação. (Palavras-chaves: educação, jogo de regras, acentuação gráfica, construtivismo)

SESSÃO VII
Coordenação: Simone Xavier Pontes
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - O ENSINO DA LÍNGUA E A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE NA ESCOLA RURAL DE UM ASSENTAMENTO. Rosalina Brites de Assunção e Luis Carlos Sampaio, CPAQ,UFMS, Aquidauana, MS.
Este trabalho buscou verificar a formação da identidade do homem do campo, a partir da análise do ensino da Língua Portuguesa, na escola rural, em Dois Irmãos do Buriti-MS. Trata-se de uma pesquisa qualitativa sob a perspectiva sócio-histórica. No primeiro momento, buscou-se aprofundar os conhecimentos da psicologia sócio-histórica e a teoria social da construção da identidade. A seguir, numa pesquisa in loco, foram feitas entrevistas com os professores de Língua Portuguesa, aplicação de questionários aos alunos de 4ª a 7ª séries, do ensino fundamental e a análise dos livros didáticos de Língua Portuguesa. Os resultados da análise apontam várias dificuldades para a implantação de uma educação que favoreça a constituição da identidade do homem do campo. (Palavras-chaves: educação rural; língua portuguesa; identidade)
02 - A CLASSE DOS NOMINAIS EM PERSPECTIVA TEXTUAL - ARTICULAÇÃO DA GRAMÁTICA AO DISCURSO. Simone Xavier Pontes, UFF - Niterói - RJ.
Nosso trabalho propõe um estudo mais reflexivo acerca da classe dos nominais, em especial, do adjetivo, num corpus de crônicas de Fernando Sabino, tendo em vista a articulação dos pressupostos lingüístico-gramaticais com os pressupostos teórico-metodológicos da Teoria Semiolingüística de Análise do Discurso de Patrick Charaudeau (in Carneiro:1996). Assim, pretendemos analisar o comportamento morfológico, sintático e semântico-discursivo da classe dos nominais, com ênfase no adjetivo, observando de que forma se constrói o sentido discursivo de tal vocábulo, fato que se relaciona diretamente, não só aos sujeitos envolvidos no ato discursivo, como também à intenção desses parceiros, em virtude das escolhas lexicais por eles realizadas. (Palavras-chave: adjetivo, gramática, texto e discurso)
03 - TEXTO E GRAMÁTICA NO ENSINO DE PORTUGUÊS: UM DIÁLOGO POSSÍVEL?  Vanir Consuelo Guimarães Centro Universitário de Belo Horizonte - UNIBH.
Este trabalho pretende demonstrar como a coleção de livros didáticos “Português: uma proposta para o letramento” - 5ª a 8ª séries , de Magda Soares, avaliada no PNLD 2005, explora a gramática dos textos selecionados para leitura, possibilitando uma interação entre texto e gramática, especialmente através dos mecanismos de conexão textual (BRONCKART,1999). Afinal, estamos vivendo um momento de transição no ensino de Língua Portuguesa, em que é preciso substituírem-se os quadros teóricos que serviram à tradição gramatical e, em seu lugar, introduzir-se uma mediação entre a teoria lingüística e a prática pedagógica. (Palavras-chaves: texto, gramática, letramento, livro didático)
04 - GRAMÁTICA LITERATURA: DIÁLOGOS INTERTEXTUAIS. Abrahão Costa de Freitas, Curso e Colégio Rumo São Paulo, SP e Curso Gpi São Paulo.
Partindo da concepção de língua como um sistema de múltiplas possibilidades de sentido (Maingueneau 1996), o presente trabalho tem por objetivo abordar o estudo de língua e literatura não apenas como um mero aglomerado de conceitos gramaticais, mas também como um conjunto de enunciados que se apóia em um dado sistema de formação e informação. Sob essa perspectiva, analisara o discurso como um conjunto de praticas que formam sistematicamente os objetos de que falam (Foucault, 1987). (Palavras-chaves: gêneros textuais, gêneros discursivos, discursividade, redação técnica)
05 - O DESAFIO DO ENSINO DE LÍNGUA MATERNA EM NOVAS TECNOLOGIAS. Norma Barbosa Novaes, Uniceres-São José do Rio Preto e Fafibe-Bebedouro.
O trabalho apresenta uma reflexão sobre práticas docentes que considerem os novos gêneros textuais emergentes no contexto das inovações tecnológicas (Marcuschi, 2004), com objetivo de discutir metodologias consideradas significativas e produtivas que auxiliem no aprimoramento da competência lingüística. Propõe-se um conjunto de atividades voltadas para práticas de letramentos contemporâneas (Soares, 2002), com a finalidade de exercitar a leitura e a escrita em diferentes contextos, suportes e mídias. O estudo é resultado de projeto desenvolvido com alunos de uma quinta série de uma instituição de ensino, obtido em pesquisa de natureza etnográfica, com análise do cotidiano de sala de aula, na tentativa de compreender os processos de ensinar/aprender língua materna. (Palavras-chave: gêneros textuais, novas tecnologias, letramento)
06 - PROJETO INTERDISCIPLINAR: UMA ATITUDE PRÓ-ATIVA DIANTE DOS CONHECIMENTOS DE HISTÓRIA E DE LÍNGUA PORTUGUESA. Eliane S. Bareta Gonçalves; Lurdete Cadorin Biava; Cláudia Hickenbick e Lênia Pisani Gleize, Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina, CEFETSC.
Este artigo tem como propósito descrever o projeto interdisciplinar desenvolvido no CEFETSC, envolvendo as unidades curriculares História, Língua Portuguesa e Parte Diversificada, em que alunos, a partir do estudo do cotidiano desterrense do século XIX e de visitas ao Ribeirão da Ilha e às Fortalezas do norte da ilha - ambos localizados em Florianópolis, Santa Catarina -, produziram contos e crônicas contemplando esse cotidiano. O artigo discorre acerca da prática pedagógica que contempla a interdisciplinaridade e o desenvolvimento de projetos. O resultado desse trabalho interdisciplinar concretizou-se com a publicação de um livro e, conseqüentemente, com a distribuição de exemplares a escolas, a bibliotecas e a arquivos históricos. (Palavras-chave: Interdisciplinaridade, metodologia de Projetos, comunicação)
07 - ATIVIDADES EPILINGÜÍSTICAS: POR UMA REVISÃO DO ENSINO E APRENDIZAGEM DE GRAMÁTICA NO EF. Gema Galgani Rodrigues Bezerra, FEUSP-SP e Unicsul-SP e Idméa Semeghini-Siqueira, FEUSP-SP.
O desempenho insatisfatório em leitura e produção escrita apresentado por muitos alunos egressos do EF foi o problema que motivou esta pesquisa de mestrado. Tal estudo propôs-se a refletir sobre o ensino e aprendizagem de gramática, deslocando o foco de atividades que privilegiam o treino/memorização de nomenclaturas e classificações – designadas atividades metalingüísticas – para atividades de reflexão sobre o uso da língua – ou epilingüísticas. Os sujeitos foram 27 professoras de 1ª a 4ª séries do EF, participantes de um curso especial de formação superior, por intermédio das quais foram investigadas concepções docentes, práticas de ensino e aspectos formativos que podem favorecer ou dificultar essa mudança de perspectiva. Trabalhos de Franchi (1991), Semeghini-Siqueira (1998), Geraldi (1997), entre outros, foram algumas das referências que nortearam as reflexões empreendidas. (Palavras-chave: ensino e aprendizagem da língua materna, atividades lingüísticas, epilingüísticas e metalingüísticas, concepções de gramática, formação de professores)
08 - INVESTIGANDO CONCEPÇÕES E PRÁTICAS DE ENSINO DE LÍNGUA MATERNA À DISTÂNCIA - Lígia Martha Coimbra da Costa Coelho, UNIRIO, Rio de Janeiro/RJ; Flávia Lopes Lobão, PAIEF-UNIRIO/CEDERJ e Escola Sá Pereira, Rio de Janeiro/RJ; Maria de Fátima Ferreira de Brito, PAIEF-UNIRIO/CEDERJ, Rio de Janeiro/RJ; Marina Vilella Costa Martins, Pedagogia/UNIRIO, Rio de Janeiro; Jucielma Matias dos Santos Lima, PAIEF/UNIRIO/CEDERJ e CIEP 158 Professora Margarida Thompson, Piraí/RJ; Maria Andrade Rodrigues Silva, PAIEF/UNIRIO/CEDERJ e Colégio Estadual Roberto Coelho Pedroso, Três Rios/RJ; Janaína Nery Viana, PAIEF/UNIRIO/CEDERJ, Rio de Janeiro/RJ e Colégio Estadual Oliveira Viana, Saquarema/RJ; Laudicéa Faria Marques, PAIEF/UNIRIO/CEDERJ e Escola Municipalizada Lúcio de Mendonça. Piraí/RJ; Adriana Leite de Andrade Xavier, PAI|EF/UNIRIO/CEDERJ, Rio de Janeiro/RJ e Jardim Escola Municipal Alcina de Almeida, Três Rios/RJ; Aline da Silva Dalgobbo, PAIEF/UNIRIO/CEDERJ, Rio de Janeiro/RJ e Escola Municipal Almerinda Rocha Guimarães, Saquarema/RJ.
A comunicação compartilha resultados de pesquisa realizada pela coordenadora da disciplina Língua Portuguesa na Educação 1, ministrada no Curso de Pedagogia à Distância da UNIRIO/RJ, juntamente com tutoras presenciais, à distância e alunas dos Cursos de Pedagogia da UNIRIO. O tema central - concepções e práticas de ensino de língua materna nas séries iniciais do ensino fundamental - foi trabalhado a partir das habilidades de leitura e escrita, um dos eixos de uma educação lingüística (Bagno, 2002). A investigação constituiu-se por encontros sistemáticos na universidade e no campo de atuação das professoras-pesquisadoras, discutindo os fundamentos e práticas daquelas habilidades. Os resultados alcançados contribuíram para com o pensar reflexivo de todos os envolvidos, e consolidaram metodologias de trabalho com leitura e escrita na sala de aula. (Palavras-chave: Ensino de língua materna nas séries iniciais do ensino fundamental. Habilidades de leitura e escrita. Educação lingüística)
09 - OS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA DO PARANÁ E OS GRUPOS DE ESTUDO AOS SÁBADOS: AS ARMADILHAS DA FORMAÇÃO CONTINUADA. Ivanize Ribeiro de Souza, Universidade Estadual de Maringá.
O trabalho discute a proposta de formação continuada dos professores de Língua Portuguesa do Ensino Médio da rede pública estadual do Paraná a partir da modalidade de grupos de estudos voluntários aos sábados. Partindo das concepções sociointeracionistas e da pedagogia histórico-crítica e de suas relações com a concepção enunciativa da linguagem, procura-se discutir os pressupostos teóricos e metodológicos que nortearam essa modalidade de formação de professores, nos anos de 2005 e 2006, a fim de verificar as reais contribuições que esse processo pode oferecer aos professores no que tange ao exercício de sua prática profissional, principalmente em relação à melhoria qualitativa do ensino de língua materna nas escolas públicas. (Palavras-Chave: formação continuada, professores, língua portuguesa, ensino médio, Paraná)

SESSÃO VIII
Coordenação: Gil Roberto Costa Negreiros
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - CONTO: ENTRADA DO JOVEM NO UNIVERSO DA LITERATURA. Maria de Fátima Cruvinel.
Há muito que a leitura é considerada atividade central das aulas de língua portuguesa, e tal proposta tem sido reforçada pela inserção dos estudos dos gêneros discursivos na prática pedagógica do ensino-aprendizagem de língua. O gênero literário, no entanto, parece carecer da atenção de pesquisadores interessados na formação do leitor escolar. Essa preocupação é um dos eixos do projeto intitulado “A prática social da leitura”, pesquisa desenvolvida no Cepae/UFG, e apresentou-se como justificativa para a realização de um curso oferecido como disciplina acessória a alunos do ensino médio dessa instituição, cujo objetivo foi promover um encontro mais efetivo do jovem leitor com a literatura. O propósito foi o de, mediante a leitura em sala de aula de diferentes contos, permitir aos jovens alunos “ouvir” o que tais narrativas poderiam “dizer” sobre a condição humana, matéria da literatura. A comunicação que aqui se apresenta é resultado da reflexão realizada durante e após a conclusão do curso. (Palavras-chave: conto, literatura, ensino, formação do leitor)
02- Metodologia do Ensino pela Literatura . Silvana Oliveira, UEPG.
A presente comunicação propõe a abordagem da figura do professor em 3 (três) romances da literatura em Língua Portuguesa, quais sejam: Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, Aparição, de Vergílio Ferreira e Uma aprendizagem ou O Livro dos Prazeres, de Clarice Lispector. A representação do professor nas obras referidas prioriza o caráter reflexivo no exercício do ensino, de modo a problematizar as diversas instâncias dessa ação, tais como relação professor-aluno, processos de aprendizagem, avaliação, reconhecimento do saber e linguagem.
03 - PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E LITERATURA. CÉLIA REGINA DELÁCIO FERNANDES, UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS, UFGD, DOURADOS, MS.
ESTA COMUNICAÇÃO VISA A DISCUTIR O CONCEITO DE LITERATURA PRESENTE NOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DE LÍNGUA PORTUGUESA DO ENSINO FUNDAMENTAL (BRASIL, 1997; 1998) E DO ENSINO MÉDIO (BRASIL, 1999). AO REVISITAR AS ORIENTAÇÕES PROPOSTAS NESSES DOCUMENTOS, OBSERVA-SE QUE OS PCNLP PROCURAM RESTRINGIR A LEITURA LITERÁRIA À LITERATURA ERUDITA PARA OS ALUNOS DE 5ª A 8ª SÉRIES, TORNANDO O CONCEITO DE LITERATURA OBSCURO AO HIERARQUIZAR LIVROS E LEITORES E AO BANIR A LITERATURA INFANTO-JUVENIL. ASSIM, O COTEJO DOS CONCEITOS APONTA PARA UM DESCOMPASSO NAS DIRETRIZES GOVERNAMENTAIS, POIS ENQUANTO OS PCNLP DO ENSINO FUNDAMENTAL REVELAM UMA VISÃO DOGMÁTICA DO QUE SE ENTENDE POR LITERATURA, A EQUIPE RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DOS PCNLP NO ENSINO MÉDIO QUESTIONA A CERTEZA DAS DEFINIÇÕES. (PALAVRAS-CHAVE: PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS, LEITURA, LITERATURA, ENSINO)
04 - ORALIDADE NA POESIA DE MANUEL BANDEIRA: NOVAS POSSIBILIDADES NO ENSINO DA LITERATURA. Gil Roberto Costa Negreiros, PUC-SP e UNIVERSITAS.
Objetiva-se nesta comunicação discutir a influência da oralidade no texto literário, mais especificamente as marcas orais na poesia de Manuel Bandeira. Por se tratar de um trabalho que estabelece relações entre fala e escrita, define-se, inicialmente, como perspectiva de trabalho, a tendência sociointeracionista, que considera fala e escrita não como posições estanques, mas sim como variedades pertencentes a um mesmo continuum (Marcuschi, 2001). Sob a luz da Análise da Conversação, investigam-se trechos de poemas em que se configura a “ilusão do oral”, como postula Preti (2004). Desta forma, abrem-se, com as reflexões propostas, novas possibilidades de abordagem da literatura na escola, espaço em que o discurso literário pode ser constantemente redescoberto. (Palavras-chave: Análise da Conversação, oralidade, literatura, ensino)
05 - A LITERATURA NO ENSINO MÉDIO: DIÁLOGO ENTRE EXPERIÊNCIAS. Andréa Grace Silva de Souza e Alyere Silva Farias  Prof. Dr. José Hélder Pinheiro Alves (orientador). Universidade Federal de Campina Grande – PB.
Este artigo está fundamentado em duas experiências distintas de ensino de Literatura com alunos de duas escolas da rede estadual de Ensino Médio da Paraíba. Partindo do entrelaçar de olhares diferenciados em relação ao trabalho com o texto literário nestas salas de aula (ALVES, 1995 e 2001; CHIAPPINI, 1983 e 2005; e COSSON 2006), lançaremos uma proposta de ensino de literatura a partir do folheto de cordel Por você eu mato gente / mato você e me mato, da letra da canção Conversa de Botas Batidas e do poema A Locomotiva. Objetivamos, a partir desta reflexão, auxiliar o professor a despertar o interesse dos seus alunos pela literatura, enfocando, na sala de aula, o texto literário em suas diferentes realizações. (Palavras-chave: ensino, literatura, experiências)
06 - AS SINGULARIDADES DE FLICTS – em busca de singularidades no ensino da literatura. Sônia Virginia Martins Pereira, Secretaria de Educação de Pernambuco, Secretaria de Educação, Esportes e Lazer do Recife.
Esta comunicação apresenta um estudo analítico sobre o livro Flicts, de Ziraldo, na tentativa de estimular ações didáticas significativas que visem a um tratamento das peculiaridades de cada texto literário em particular. Entretanto, esta análise não se constitui numa exposição de modelos de procedimentos didáticos para o trabalho com a literatura em sala de aula, mas sim ela traz consigo a idéia de que o professor tem autonomia para desenvolver a sua própria metodologia em torno da literatura e suas especificidades, a partir dos textos literários que elege para o trabalho com seus alunos. Com base no que discorrem os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa do 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental (1997, pp. 36, 37 e 38), que apontam para a necessidade de se tratar a questão do ensino da literatura ou da leitura do texto literário, sob a perspectiva “do reconhecimento das singularidades e das propriedades compositivas que matizam um tipo particular de escrita”, o estudo se propõe a esta análise literária, à luz do conceito bakhtiniano de dialogismo (Bakhtin, 1997). (Palavras-chave: ensino, literatura, flicts, dialogismo)
07 - TEORIA E ENSINO DE LITERATURA: A APRENDIZAGEM DO DESAPRENDER - Rachel Hoffmann. UNESP-SJRP-SP, Mestranda do PPG-Letras. Sônia Helena de O Raymundo Piteri. UNESP-SJRP-SP. Professora do PPG-Letras. Maria Heloísa Martins. UNESP-SJRP, PPG-Letras.
Nesta comunicação pretendemos discutir questões referentes à legitimação do estudo da literatura no âmbito do ensino. Para tanto nos fundamentaremos na pesquisa realizada como projeto de monitoria em Literatura Portuguesa, intitulada “Teoria e Prática em Literatura Portuguesa: Reflexões Crítico-Metodológicas” e que foi desenvolvida no ano de 2005, na UNESP, Campus de S. J. do Rio Preto-SP. Tal projeto discutiu os seguintes aspectos: a) a especificidade do texto literário no cenário português, b) a problemática da periodização e c) a relação texto-contexto. Foram estudados textos de autores como Chklosvki, Barthes e Silvina Rodrigues Lopes e, posteriormente, nos direcionamos para a análise de um conto e de um poema de escritores portugueses contemporâneos. Pela própria natureza do trabalho que apresentamos, ele permanece aberto a um profícuo debate. (Palavras-chave: ensino, teoria da literatura, literatura portuguesa)
08 - O PROTESTO ROMÂNTICO. Bruno Ribeiro Silva, IL/UFMT.
O Romantismo é considerado um dos mais complexos e contraditórios movimentos artísticos e está periodizado nos fins do século XVIII e início do século XIX. Sendo assim, esta comunicação visa apresentar um estudo sócio-histórico do Romantismo como movimento de protesto em relação aos cânones clássicos, ao racionalismo iluminista, à instrumentalização do homem e à visão utilitária e materialista do mundo burguês. Para demonstrar a forma peculiar de protesto que configurou esse movimento estético, selecionamos algumas características que marcaram a sua produção - o individualismo, o escapismo, o satanismo, a boemia e o ócio.
09 - LITERATURA NA ESCOLA: O IDEAL E O POSSÍVEL. Projeto Literatura Sai da Casca - Sabrine Elma Heller, Lovani Volmer e Elizabeth Schmitz -Escola de Educação Básica Feevale- Escola de Aplicação.
Necessitamos, como educadores, “bolir” com o nosso imaginário e com o dos alunos, como alternativa única de trabalhar num mundo em constante transformação e nos desacomodarmos, ousarmos fazer diferente Acreditando que a leitura pode ser uma atividade deflagradora da produção textual e do aumento da bagagem cultural, buscamos alternativas de trabalho para essas aulas, conjugadas com as modernas tecnologias, transformando o ato passivo frente ao texto literário em atividade participativa da criação. Esta comunicação pretende, pois, compartilhar uma prática realizada há 5 anos com alunos da 2ª Etapa do Ensino Médio: a adaptação da obra de determinado autor para roteiros cinematográficos, conhecendo o estilo e o pensamento desse autor, tornando-se, assim, leitores proficientes, utilizando as mais variadas formas de tecnologia para a realização desse projeto, no qual a literatura “literalmente” sai da casca, reunindo a palavra escrita, a leitura e a imagem. (Palavras-chave: literatura – leitura –cinema – prazer)

SESSÃO IX
Coordenação: Hiudéa Tempesta Rodrigues Boberg
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01- LITERATURA E IMAGINAÇÃO EM ESPAÇOS ESCOLARES: ENSINO DA LITERATURA EM QUESTÃO. Andressa Dias Koehler, Universidade Federal do Espírito Santo.
Esta comunicação visa a compartilhar a pesquisa em desenvolvimento no Mestrado em Educação da UFES sobre o ensino de Literatura nas escolas. Pretende discutir a literatura como direito universal e incompressível do ser humano (Cândido 1995); a necessidade de poesia para o desenvolvimento de uma racionalidade estético-expressiva, vis-à-vis o momento de crise do paradigma da modernidade (Boaventura, 2002); a cultura popular, a cultura erudita e a circularidade cultural (Bakhtin, 1999; Ginzburg, 1987); o perfil do leitor na era midiática e consumista, bem como os desafios postos para o profissional que se dispõe a formar leitores nessa era (Soares, 2004). (Palavras-chaves: ensino de literatura, racionalidade estético-expressiva, formação de leitores)
02 - LITERATURA SEM FINS PRAGMÁTICOS. Vanessa Regina Ferreira da Silva. Orientador: João Luís Cardoso Tápias Ceccantini., FCL -UNESP/ASSIS.
Este resumo tem como objetivo relatar a experiência de uma jovem professora com o objeto artístico, no caso o literário. Dou aula de literatura em um cursinho comunitário de Assis (FEMA), iniciei esta difícil tarefa este ano, difícil porque a disciplina é pensada para fins pragmáticos. Sei que este é o objetivo do curso, mas o trabalho com a obra literária não pode reduzir-se a isso. Logo, comecei a abordar a matéria de outro ângulo – formação de leitores. Essa iniciativa foi tomada, quando percebi que os alunos, além de não lerem os livros, relacionavam-se com a disciplina como se ela fosse um manual de características estéticas. Assim, comecei a ler em sala de aula trechos de livros, para incentivar a leitura. Este trabalho ainda está em andamento, mas já pude perceber progressos. (Palavras-Chave: literatura, leitura, ensino, formação de leitores)
03 - A LITERATURA EM SALA DE AULA NA PERSPECTIVA DO LETRAMENTO LITERÁRIO. Rafaela Stopa, E.E. “Dr. Ary Corrêa” Ourinhos, SP e PG, Universidade Estadual do Norte do Paraná, Campus FAFIJA, Jacarezinho-PR.
Esta comunicação tem por objetivo compartilhar uma abordagem de textos literários realizada com 6ª séries do ensino fundamental, por meio da estratégia presente no livro Letramento literário: teoria e prática, de Rildo Cosson (2006). Foi constatado na escola o baixo interesse dos alunos pela obra de Monteiro Lobato. Tendo em vista a possibilidade que a seqüência básica, proposta por Cosson, abre para um enfoque intertextual, ela foi aplicada a partir do texto “A cigarra e a formiga” e suas variadas revisitações, com destaque especial para o livro Fábulas, de Lobato, o primeiro a revitalizar o discurso moralista comumente presente neste gênero. A abordagem aprimora o olhar crítico do aluno ao ler textos considerados clássicos, em contraponto com as releituras que os autores modernos fazem destes temas, inclusive com o uso de gêneros variados e de ilustrações. (Palavras-chave: metodologia de ensino; letramento literário; texto literário)
04 - LITERATURA: UM RECURSO PARA REENCANTAR A AULA. Inês Regina Waitz, Anhanguera Educacional, UNIFIAN/Pirassununga, SP.
É comum ouvirmos que a sociedade brasileira escreve e se expressa mal, pois falta o hábito da leitura. Por conseguinte, apresentam dificuldades de raciocínio, compreensão e interpretação da realidade. Antonio Cândido afirma que se a grande massa não lê, não é por incapacidade, e sim por privação. Privar as camadas populares do acesso aos clássicos e às leituras polêmicas é uma atitude autoritária, pois pressupõe a supremacia de uma parte da sociedade sobre a outra. Nesse sentido, esta comunicação visa a compartilhar de uma proposta de trabalho no qual o texto literário se apresenta não só como um conteúdo de Língua Portuguesa mas como um recurso em que as demais disciplinas podem utilizar para reencantar suas aulas, desmistificando a idéia ainda existe de que o trabalho com a leitura é tarefa do professor de português. (Palavras-chave: leitura, literatura, recurso, aula)
05 - PROPOSTA DE ENSINO DE LITERATURA NA PERSPECTIVA TRANSDISCIPLINAR. Hiudéa Tempesta Rodrigues Boberg, Universidade Estadual do Norte do Paraná, Campus FAFIJA, Jacarezinho-PR.
Esta comunicação tem o propósito de socializar procedimentos que podem ser adotados, em sala de aula, na abordarem do texto literário. Conciliando idéias de Candido (1979), Morin (2002), Gallo (2003) e Araújo (2003), o Grupo de Pesquisa “Literatura e Ensino” tem formulado propostas metodológicas com vistas a subsidiar o trabalho do professor, tanto no ensino fundamental, quanto no ensino médio. A metodologia que será exposta reúne concepções de transversalidade às metáforas de rede, de rizoma, e de hipertexto, enquanto ferramentas que permitem associações, entrelaçamento de informações, e estabelecimento de novas relações de sentido, resultando na leitura do texto literário sob a perspectiva transdisciplinar. (Palavras-chave: metodologia de ensino; transversalidade; transdisciplinaridade; texto literário)
06 - Políticas curriculares nos anos 80 e ensino de Literatura nas escolas de São Paulo. Vanessa Fabíola Silva de Faria, USP.
O trabalho encaminhado procura analisar a situação do campo no período proposto para estudos, situando as discussões que então se travavam, em âmbito acadêmico, sobre o ensino de Língua e Literatura nas escolas da rede estadual de São Paulo. Houve no período um intenso esforço de divulgação dos estudos lingüísticos e de teoria literária entre os professores das escolas públicas, e este esforço foi cumprido, em parte, pelas guias curriculares editadas pela CENP e Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. Analisamos, por fim, neste trabalho, o papel das Guias e Propostas Curriculares no ensino de Literatura no período em questão, bem como os Subsídios para implantação das guias curriculares (Cf. , documentos editados entre o final da década de 70 e início da década de 90, período de atuação mais intenso de intervenções da CENP/SEE na organização curricular das disciplinas escolares, num estudo preliminar, que já vem sendo conduzido há um tempo, observamos que as propostas existentes no período revelam um movimento contínuo de mudança no modo como a disciplina deve ser concebida pelo professor e na maneira como deveria ser ensinada, priorizando-se os objetivos do ensino e gradualmente apostando num abandono das listas de conteúdo, contribuindo dessa maneira para uma concepção globalizante do ensino de língua, sem a tradicional divisão por frentes. Ao contrário do que ocorria então no ensino de Historia cf. CORDEIRO (1994), o debate proposto a partir daquele momento não se arrefeceria na área de Língua e Literatura, pois observamos um acirramento deste debate, mas, cf. Vieira (2007) sem que tenha havido, grandes mudanças na concepção e realização deste ensino, sendo aí que detectamos um hiato entre o que as propostas oficiais postulam e a realidade escolar. (Palavras-chave: ensino de literatura, políticas curriculares)
07 - HISTÓRIA LITERÁRIA E ENSINO DE LITERATURA BRASILEIRA: AS ARMADILHAS CURRICULARES. Vanderléia da Silva Oliveira, UENP,FAFICOP.
Análise da relação entre história literária e a literatura brasileira como disciplina escolarizada. Aborda-se a questão da nacionalidade e da influência positivista na configuração de nossas histórias literárias, bem como a problemática da periodização, das seleções canônicas e seus desdobramentos na elaboração curricular no nível superior. O objetivo é demonstrar como estes aspectos estão imbricados no processo de ensino da Literatura Brasileira nos cursos de Letras, uma vez que representam o problema da abordagem meramente diacrônica, linear, da produção literária brasileira na formação do profissional de Letras. (Palavras-chave: história literária, literatura brasileira, currículo de Letras)
08 - A CONTRIBUIÇÃO DOS TEXTOS LITERÁRIOS PARA A PRÁTICA DA ESCRITA NO ENSINO MÉDIO. Márcia Adriana Dias Kraemer, Sistema de Ensino Nobel e Centro Universitário de Maringá.
O que se propõe neste estudo é refletir sobre atividades que visam às práticas previstas nos dois eixos do ensino de língua materna – o uso e a reflexão – em que a leitura, a análise lingüística e a escrita surjam como etapas de um processo que pressupõe a língua holisticamente, a qual se constrói e evolui por meio da interação verbal (BAKTHIN,2006). Com efeito, para Fiorin (2000), na busca do conhecimento lingüístico, os alunos devem ser expostos a todos os tipos de textos, em que se destaca o literário, por mobilizar todas as funções e as dimensões da linguagem e possibilitar a transição de uma realidade cotidiana à outra. Diante desse contexto, a escolha de textos literários para o trabalho em sala de aula, faz-se pertinente, pois ilustra a possibilidade de uma análise, à luz da Lingüística Textual e da Pragmática, em que as marcas lexicais do texto auxiliam tanto na compreensão da função da palavra no sistema lingüístico, quanto na consciência dos efeitos de sentido produzidos pelo seu uso. Dessa forma, o texto literário torna-se espaço dialógico, no qual se instaura o movimento cíclico de leitura e de escrita. (Palavras-chave: ensino, texto literário, escrita)

SESSÃO X
Coordenação: Ana Cláudia Abrantes
Dia: 12/07/2007, das 9 às 12 horas

01 - UM DIÁLOGO ENTRE D. CASMURRO E A AUDÁCIA DESSA MULHER. Ana Claudia Abrantes, Colégio Pedro II e Colégio Estadual Visconde de Cairu, RJ.
Este trabalho tem como objetivo primeiro estudar a relação entre as personagens femininas da obra D. Casmurro, de Machado de Assis e A audácia dessa mulher, de Ana Maria Machado, mostrando ao aluno de Ensino Médio a ressonância de uma obra do séc. XIX numa produção do séc. XX. Tal proposta enfatiza a intertextualidade da última bem como a atualidade da primeira. O diálogo conduz a uma análise e identificação de sinais subliminares de exclusão social, o que completa os objetivos deste estudo. (Palavras-chave: intertextualidade, personagem feminino, exclusão social)
02 - EDUCAÇÃO PELA POESIA: PARA UMA LEITURA PLURAL DO MUNDO. Claudia Fabiana de Oliveira Cardoso, FAETEC, “ETE Ferreira Viana”, Rio de Janeiro, RJ e UNIABEU, Belford Roxo, RJ.
A poesia como instrumento fundamental da educação: esta é minha proposta de discussão neste seminário. A partir da leitura de poemas de Jorge de Lima, Mário de Andrade, Antônio Jacinto e outros, além de uma revisão crítica de textos de Alfredo Bosi, Octavio Paz e Jorge Luis Borges, defenderei a idéia de que a leitura de poesia promove leituras do mundo e nos dá a possibilidade de relações humanas mais harmoniosas e de convivências igualitárias. No debate sobre a lei 10.639, que inclui no currículo a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, uma estratégia para o estudo da multiplicidade de raízes da nossa formação cultural, em especial da matriz negra africana, é, sem dúvida alguma, a educação pela poesia. (Palavras-chave: Leitura; poesia; educação; literaturas de língua portuguesa)
03 - A ESCRITURA LITERÁRIA NEGRA EM DOIS MANUAIS DIDÁTICOS DE LITERATURA DO ENSINO MÉDIO. Fabiana de Lima Peixoto, Colégio Pedro II, RJ, doutoranda CEAO/UFBA.
Esta comunicação pretenderá investigar os motivos e as conseqüências da quase total ausência, nos livros didáticos de língua materna do ensino médio, da produção literária em que vozes negras articulem sentidos sobre sua própria condição social. Infelizmente, o que se observa, na maioria dos livros didáticos de ensino médio, é a obliteração da problemática racial nos poucos escritores negros que possuem suas literaturas analisadas, além da minimização das representações estereotipadas ou animalizadas dos negros em obras literárias que discutem especificidades das relações entre os diferentes grupos étnico-raciais no Brasil, caso de parte da produção de Machado de Assis, Cruz e Souza, Lima Barreto, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, entre tantos outros. O objetivo principal é, a partir dessa investigação, pensar em uma metodologia para a produção de material didático que efetivamente inclua a escrita literária negra, articulada no sentido de se criar uma nova tradição historiográfica no fim da educação básica, em que o negro deixe de ser somente objeto do discurso alheio e passe a ser realmente visto como sujeito de sua própria palavra. Para tanto, analisarei, em comparação, dois livros considerados adequados pelo MEC, já que constam do catálogo do Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio: NICOLA, José de, TERRA, Ernani. Português: de olho no mundo do trabalho. São Paulo: Scipione, 2004 e MURRIE, Zuleika et. al. Língua portuguesa: projeto escola e cidadania para todos São Paulo: Editora do Brasil, 2004. (Palavras-chave: cânone literário, historiografia literária brasileira, literatura afro-brasileira)
04 - O PODER DE EXCLUSÃO EM MACHADO DE ASSIS. Máxima de Oliveira Gonçalves, Colégio Pedro II RJ e EM Eduardo Gomes de Oliveira Duque de Caxias-RJ.
O objetivo desta comunicação é fazer uma leitura de Dom Casmurro, de Machado de Assis, a partir de uma perspectiva social, mostrando como este romance além de relativizar a verdade e de pôr às claras a complexidade da existência humana, também contribuiu para um fino relato da estrutura social do século XIX. Em Dom Casmurro, o conflito de classes e a exclusão social aparecem sutilmente no desastroso casamento de Bento Santiago, membro de uma elite econômica, com Capitu, menina pobre, filha de um funcionário público. (Palavras-chaves: Dom Casmurro, exclusão social, século XIX)
05 - FOTOGRAFIA E POLIFONIA – trabalhando o olhar crítico. Carmen Pimentel - UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Encarar a fotografia como produção de comunicação e, por isso mesmo, considerá-la como um texto é o objetivo deste trabalho. A partir dos conceitos de textualidade e de polifonia, analisaremos a imagem fotográfica nos meios de comunicação de massa sob o olhar tanto do fotógrafo como do "leitor", além de escutar outras possíveis vozes que ela traz consigo. A fotografia, depois de revelada e ampliada, deixa de representar apenas o olhar de quem a produziu e passa a expressar também o ideológico de um momento e de um grupo social, representando um discurso polifônico ao tornar-se uma obra aberta, dialógica, interativa. A idéia é que este trabalho venha a contribuir para a formação crítica da leitura da fotografia midiática por jovens e adultos, cidadãos que compreendam o mundo e que pensem criticamente a realidade de lidar com a grande quantidade disponível de informações nos dias de hoje. (Palavras-chave: fotografia, polifonia, textualidade, leitura crítica, ideologia)
06 - O MAIS RELATO E O LER LEVANTANDO A CABEÇA: A ESCRITA QUE ATRAVESSA A OBRA DE CAIO FERNANDO ABREU E ROLAND BARTHES. Fabiana Cardoso Fidelis Professora da UNOCHAPECÓ e doutoranda do PGL-UFSC e Wladimir Antonio da Costa Garcia (Orientador) Professor do PGL-UFSC.
Propõe-se uma reflexão a respeito do escrever e do ler em uma abordagem teórica, ficcional e de leitura crítica de textos de Caio Fernando Abreu e Roland Barthes. A motivação para a escrita do trabalho surge da leitura do conto “As frangas”, de Caio Fernando Abreu, que convida à produção de uma história “Para Clarice Lispector [...] ficar quentinha do lado de lá”, pois a literatura sempre envolve desejo, entre eles o desejo da escritura: “[...] o que desejamos é apenas o desejo que o escritor teve de escrever [...] Nessa perspectiva a leitura é verdadeiramente uma produção [...] desejo de produção.” (BARTHES, 1988, p. 46). Esse desejo fica, para muitas pessoas, bloqueado, e a resposta não se concretiza, pois nossa cultura é de recepção e não de produção. Para libertar a leitura é necessário antes libertar a escrita. Apenas resgatando esse desejo é que se poderá instaurar a leitura como prazer. (Palavras-chave: leitura, escrita, Roland Barthes, Literatura, Caio Fernando Abreu)
07- POESIA E PRÁXIS: ODES ELEMENTARES DE NERUDA. Silvia A. Poblete Castro, Centro de Ensino de Línguas, Unicamp, Campinas-SP.
No contexto de ensino-aprendizagem de língua estrangeira, o pensamento pedagógico de Paulo Freire serve como alicerce para a nossa reflexão sobre o gênero discursivo: poesia. Para Neruda o trabalho poético é um ato social e como tal, politicamente significativo, para nos, poesia e práxis se aproximam quando o estético, o poético e o político se entrecruzam na tarefa de estimular a leitura crítica do mundo. Neste enfoque, uma parte significativa da poesia Nerudiana trabalha a dimensão histórico-social da vida, buscando fazer ouvir na palavra, no sentido Bakhtiniano, a polifonia das vozes dos homens que deram vida à matéria inerte. Nas suas Odes Elementares, o poeta ensina a “des-coisificar” o universo das coisas e a transformá-las em palavras geradoras de uma reflexão poética, estética, histórica e política. (Palavras-chave: gênero discursivo, poesia, práxis, língua estrangeira, ensino-aprendizagem)

08 - A GATA BORRALHEIRA NO PALCO DA SALA DE AULA. Kelly Sheila I. Costa, Centro Federal de Educação Tecnológica, PB, UNED-CG, e Ana Cristina Marinho Lúcio (Orientadora), Universidade Federal da Paraíba.
Até a década de 1950, prevaleceu a intenção de “moralizar” as crianças através da dramaturgia infantil. Numa direção contrária, Fernando Lomardo (1994) destaca iniciativas que apontaram para novos rumos na dramaturgia infantil, como a dos Artistas Unidos e a do Tablado. Estas iniciativas visavam construir um teatro voltado para a criança não como uma ferramenta pedagógica a serviço da moral e dos bons costumes que deveriam ser ensinados aos pequenos de qualquer forma, mas como uma produção artística cuja intenção era fazer arte e divertir por meio da comicidade de textos bem elaborados. Dentre estes precursores do teatro para a criança, destacamos a figura principal de Maria Clara Machado, que negou o objetivo moralizante da maioria dos textos dramáticos, substituindo-o pela brincadeira. Maria Clara Machado reinventa o conto de fadas A Gata Borralheira para a dramaturgia infantil de forma lúdica e magistral. Este trabalho tem o objetivo de fazer uma análise comparativa entre o conto e o texto dramático A Gata Borralheira, observando o processo de adaptação realizado pela dramaturga. Em seguida, apresentaremos algumas propostas metodológicas para o professor de literatura trabalhar o conto e a peça escolhidos na sala de aula. Para isso, recorreremos às reflexões de Gabriela Hardtke Böhm (2004) e Cristina Mello (1998). Dessa forma, esperamos contribuir para que a escola abra as suas portas não apenas para os contos de fadas, mas também para o texto dramático. (Palavras-chave: Dramaturgia infantil, conto de fadas, A gata borralheira, sala de aula)
09 - A FIGURATIVIDADE E O SEMI-SIMBOLISMO EM “PAISAGEM PELO TELEFONE” DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO. Maíra Tamaoki Sant’Anna, UNESP, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara.
Propõe-se aqui a análise do poema “Paisagem pelo Telefone” de Quaderna (1960), obra de João Cabral de Melo Neto que aborda de forma mais direta o tema feminino, sem abrir mão da dureza, enxutez e do laconismo da linguagem cabralina característica, constituindo, assim, um texto peculiar. Com base nos estudos da crítica especializada e em alguns desdobramentos recentes da teoria semiótica greimasiana, pretende-se investigar a elevada carga figurativa e a significativa relação semi-simbólica do poema. O plano do conteúdo e o plano da expressão unem-se, indissociavelmente, em sua estrutura para fundar um só sentido, através de um trabalho minucioso, intenso e consciente que se realiza a partir, e, em direção da “linguagem da poesia”, que, segundo João Alexandre Barbosa, João Cabral atinge com Quaderna. (Palavras-chave: João Cabral)

SESSÃO XI
Coordenação: Luiz Antônio da Silva
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - LUZES E SOMBRAS NA RELAÇÃO INTERDISCURSIVA DO CINEMA E DA LITERATURA. Elisandra Filetti, CEPAE,UFG.
Este trabalho pretende estabelecer uma relação entre a leitura literária e a leitura cinematográfica de obras adaptadas para o cinema. Essa proposta integra o projeto de pesquisa A prática social da leitura, desenvolvido no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação, da Universidade Federal de Goiás, e tem por objetivo investigar como o estudante compreender, dialoga e interpreta o entrecruzamento dos discursos literário e cinematográfico ao relacioná-los a temas universais e à sua condição de leitor e cidadão. Assim, essa pesquisa busca distinguir o papel da escola na formação de leitores, por percebê-los capazes de compreender o valor estético dessas obras, bem como atribuir-lhes sentido e importância à construção da identidade humana. (Palavras – chave: leitura, literatura, cinema, formação de leitores)
02 - MONTEIRO LOBATO URGENTE: A FALTA QUE ELE NOS FAZ. Antonella Flavia Catinari, Colégio Pedro II, Rio de Janeiro, RJ.
Esta comunicação pretende estabelecer uma reflexão acerca da importância e do alcance da leitura da obra de Monteiro Lobato nas escolas de Ensino Fundamental na contemporaneidade. Apesar de Lobato ser o nosso grande clássico (Calvino, 1993) quando se pensa em literatura infantil e juvenil, percebemos que cada vez mais a leitura de seu texto torna-se ausente das salas de aula. Com ênfase na perspectiva interdisciplinar (Ceccantini, 2004;Gadotti, 2000), levantaremos questões acerca do projeto pedagógico-literário constantes na obra lobatiana, cotejando-o a perspectivas educacionais presentes no pensamento de Paulo Freire e Georges Snyders. Dessa forma, pretendemos realçar a atualidade do ideário do escritor paulista e enfatizar a urgência de revitalizarmos uma obra tão representativa da cultura nacional como a de Lobato em nossas salas de aula. (Palavras-chave: Monteiro Lobato, interdisciplinaridade, leitura, escolarização)
03 - MEMÓRIAS INFANTIS SOBRE ANIMAIS: DIÁLOGOS ENTRE AS OBRAS DE CLARICE LISPECTOR E SYLVIA ORTHOFF. Rosane da Silva Gomes, Colégio Pedro II, RJ e UFMG, BH.
Esta comunicação tem como objetivo apresentar o trabalho realizado nas aulas de literatura com as turmas de 4o ano, a partir da leitura de algumas obras das autoras Clarice Lispector e Sylvia Orthoff, tendo como base a temática dos animais. Nesta experiência, os alunos tiveram a oportunidade de conhecer alguns livros das referidas autoras, de discutir os estilos usados por cada uma ao escrever histórias sobre animais, assim como identificar similaridades e diferenças entre as obras. Os alunos também puderam dramatizar algumas histórias do livro " Os bichos que tive: minhas memórias zoológicas" de Sylvia e produzir suas próprias memórias de animais. Esta apresentação visa compartilhar estas experiências e colocar em discussão o papel da literatura na construção de um conhecimento estético, tão essencial para o desenvolvimento das crianças nas séries iniciais. (Palavras-chave: literatura infantil, estilo, educação estética, infância)
04 - A HORA E A VEZ DO BOI. Andria da Silva Oliveira. Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, MT.
A pesquisa em sua gênese e percurso visou analisar o conto “Boi da Cara Preta”, de Carlos Carvalho (1975), identificando os recursos artísticos utilizados pelo autor, e a que realidade eles nos levam. Procuramos também compreender como os mecanismos do capital influenciaram na conduta e vida no campo e, amparados por teóricos que estudam o fenômeno da modernidade, fazer uma possível leitura da obra como alegoria da sociedade moderna. (Palavras-chave: Literatura engajada – homem rural – modernidade – alienação)
05 - O TEMPO DA NARRATIVA: UM ASPECTO IMPORTANTE PARA A COMPREENSÃO LEITORA. Carine Isabel Reis e Eunice Piazza Gai, UNISC, Universidade de Santa Cruz do Sul, RS.
Este trabalho constitui uma interpretação do capítulo Aquário, do livro Mamma, son tanto felice, de Luis Rufatto (2005), a partir da perspectiva do tempo enquanto elemento importante da estrutura narrativa. O fator temporal tem uma grande influência na compreensão da história e, por isso, se torna um dos recursos mais persuasivos para a captura do leitor. O estudo é realizado à luz dos referenciais teóricos de Genette (s/d), Forster (1969), Bourneuf e Oullet (1976) e D’Onófrio (2006), a fim de elucidar como esse componente narrativo é estruturado pelo autor na construção do referido texto. O estudo contribui também para a busca de sentido da narrativa em questão. (Palavras-chave: narrativa, tempo, compreensão, interpretação)
06 - UMA PERSPECTIVA PARA O ENSINO/APRENDIZAGEM DO PORTUGUÊS COMO LÍNGUA MATERNA: A POLIFONIA NO AUTO DA COMPADECIDA. Irenilde Pereira dos Santos, USP/UNICSUL.
Apesar dos avanços das ciências da linguagem e do surgimento de várias propostas pedagógicas nas últimas décadas, o saber/fazer presente nos cursos de língua portuguesa tem dispensado pouquíssima atenção ao estudo da obra teatral, elemento importante para o desenvolvimento do universo lingüístico-cultural do educando.Este trabalho tem por objetivo geral apontar uma perspectiva para o estudo da obra teatral, na aula de língua portuguesa, com destaque para a abordagem do discurso da peça de teatro. Busca mostrar que o estudo do discurso da peça de teatro pode proporcionar ao educando não apenas o desenvolvimento do universo lingüístico-cultural como também a compreensão/interpretação das várias faces da realidade social. Trata-se, na verdade, de um exercício para o desenvolvimento da cidadania que contribui sobremaneira para o enriquecimento das atividades relacionadas ao ensino/aprendizagem de língua portuguesa. Para tanto, o presente estudo toma como ponto de partida o Auto da Compadecida, de Ariano Suassuna, obra relevante para o conhecimento da realidade lingüístico-cultural do País, com vistas à depreensão das vozes subjacentes ao texto escrito. Utiliza o referencial teórico proposto por Bakhtin e Ducrot, buscando revelar a polifonia do texto, que assume contornos diferentes nos três atos. Dentre as diversas vozes, enfoca basicamente as que, de várias maneiras, representam os aspectos religiosos – o Bispo, o Padre, o Sacristão, o Frade, o Demônio, o Encourado, Jesus e Maria, a Compadecida. Nesse enfoque, destaca (i) a tessitura do texto da peça, que desvela o entrecruzamento dos vários discursos representativos de vários grupos sociais; (ii) os efeitos advindos do entrecruzamento dos vários discursos, em dois momentos específicos – antes da morte das três primeiras personagens (primeiro e segundo atos) e no julgamento (terceiro ato).
07 - O ÚLTIMO VÔO DO FLAMINGO NUMA TERRA SONÂMBULA: UM ESTUDO SOBRE A LITERATURA MOÇAMBICANA. Andréia Terzariol Couto e Suzete Matos, UNIP, Campinas.
O trabalho tem como objetivo fazer um resgate da literatura moçambicana.Assim, na primeira parte analisamos Moçambique na era colonizada, contextualizando a literatura produzida por escritores nascidos em Moçambique que seguiam os cânones literários europeus adquiridos no âmbito educacional assimilacionista. Na segunda parte faz-se um estudo sobre a literatura que abraçou as causas de luta junto ao seu país contra as imposições do colonialismo português, demarcando, assim, uma literatura nacionalista. Dentro deste estudo, analisamos dois grandes nomes deste momento histórico da literatura em Moçambique. Estamos falando de Noémia de Sousa e José Craveirinha e como seus textos mantêm grande importância na Luta Armada da Libertação Nacional de Moçambique. Na terceira parte discorremos sobre a vida e obra de uns dos mais conhecidos escritores da literatura contemporânea moçambicana, Mia Couto, analisando as características deste escritor, dando ênfase aos livros que resultaram no título deste trabalho: O último vôo do flamingo e Terra sonâmbula. Palavras-chave: Literatura Moçambicana; África; Moçambique.
08 - Cancioneiros, Parnasos, Antologias: configurações oblíquas da literatura nacional. Sabrina Sedlmayer Pinto, Faculdade de Letras, UFMG.
Este trabalho, vinculado a um projeto de pesquisa em andamento intitulado “Parnasos Ibero-americanos”, tem como objetivo problematizar os critérios adotados para a inclusão de autores e obras no gênero antológico, bem como a tensão entre a impossibilidade de uma escolha totalizadora. Será explorado o modo de funcionamento de determinadas antologias, seu uso em sala de aula e conceitos como cânone, tradição e história. (Palavras-chaves: leitura, antologia, cânone, nação)
09 - OS SENTIDOS PRODUZIDOS SOBRE A MULHER: DISCURSO E SILÊNCIO. Marina Coelho Pereira, FFCLRP, USP e Soraya Maria Romano Pacífico, FFCLRP, USP.
Através da leitura de obras literárias do realismo até a contemporaneidade, e tendo como suporte teórico a Análise do Discurso de ‘linha’ francesa, este trabalho pretende analisar os sentidos que, desde então, são produzidos sobre a mulher. Tendo como objeto de análise as personagens femininas que compõem os textos selecionados, queremos trabalhar na interface língua/literatura a fim de investigar a construção sócio-histórica dos sentidos que representam a idéia que se tinha sobre o feminino em cada uma das épocas visitadas, considerando, nas análises, a exterioridade da língua. As obras utilizadas serão as seguintes: Dom Casmurro, O Primo Basílio, A Hora da Estrela e o conto Negrinha. (Palavras-chave: discurso; sentidos; sujeito-mulher)

SESSÃO XII
Coordenação: Débora Racy Soares
Dia: 12/07/2007, das 9 às 12 horas

01 - (DES)CONSTRUINDO RELAÇÕES DE GÊNERO ATRAVÉS DA OBRA DE ANA MARIA MACHADO - Cristiane Madanêlo de Oliveira, Colégio de Aplicação da UFRJ, Rio de Janeiro -RJ.
Sendo o texto literário uma das fontes de conhecimento de mundo, as relações humanas estabelecidas através da literatura destinada ao público infantil revelam-se como um profícuo campo de estudos. Uma das questões humanas que mais tem suscitado polêmicas, atualmente, são as mudanças de papéis sociais construídos culturalmente para homens e mulheres. Nesse sentido, o presente trabalho discutirá como a literatura infantil tem relevância no processo de (des)construção desses papéis. Para tanto, serão analisadas duas obras de Ana Maria Machado publicadas recentemente: O príncipe que bocejava (2004) e A princesa que escolhia (2006). (Palavras-chave: literatura infantil, questões de gênero, contemporaneidade, Ana Maria Machado)
02 - A PRÁTICA DA LEITURA PELOS ALUNOS DA TURMA “GRINGOS” DA LEGIÃO MIRIM DE BAURU – SP. Aline Campesi, UNIP – Bauru-SP e Marisa Sormani Bastos, UNIP, Bauru – SP.
Esta comunicação visa discorrer a respeito de um projeto desenvolvido na Legião Mirim de Bauru – SP, e apresentar os resultados obtidos em sua aplicação. Tem o propósito de mostrar que o objetivo primordial da leitura é proporcionar ao leitor uma interação com o texto (SILVA, 2004; ZILBERMAN, 1984) e possibilitar que ele atribua sentido ao que lê, e também o de questionar o caráter obrigatório que, em muitas circunstâncias, é atribuído a esta atividade. (Palavras-chave: ensino de língua e de literatura, leitura, interação, avaliação)
03 - A LEITURA (COMO TAREFA) INFINITA. Débora Racy Soares, IEL-UNICAMP.
Diante da ditadura do sentido predominante, quase único, imposto pela “indústria cultural” (Adorno), torna-se árdua a tarefa do docente de línguas e de literatura. O termo alemão para tarefa “Aufgabe” nos ocorre por guardar um paradoxo, espécie de “duplo vínculo” (double bind) interessante. Na própria palavra “Aufgabe” inscreve-se, simultaneamente, uma necessidade e uma impossibilidade. Portanto, estamos diante de um desafio: quando a tarefa do professor parece exigir um esforço hercúleo, quase impossível, é que ela se faz mais necessária. Seguindo esse raciocínio, discutiremos o conceito benjaminiana de leitura/tradução infinita do mundo, procurando refletir sobre sua pertinência e seu alcance atual. (Palavras-chave: leitura/tradução; “Aufgabe”; tarefa infinita; reflexão)
04 - AUTOR E LEITOR: DIALOGISMO NA CONSTRUÇÃO DA SIGNIFICAÇÃO TEXTUAL. Gisele Francisco Antunes, Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho, FAFIJA e Fundação Araucária, Jacarezinho, PR.
A leitura, enquanto processo interacional, na perspectiva teórica que considera o caráter dialógico da linguagem, pressupõe que autor e leitor são co-participantes na construção dos sentidos do texto. O texto não é mais visto como uma linha única de sentido, criada por um sujeito que tem domínio absoluto sobre seu discurso, mas pelo embate realizado entre aquilo que é enunciado e a experiência discursivo-cultural daquele que lê. Assim, tendo como base os estudos da linguagem feitos por Bakhtin e as concepções de leitura de Smith (1999) e Solé (1998), essa comunicação pretende mostrar que ler está além do conhecimento sistemático da língua, sendo um processo dialógico. (Palavras-chave: leitura, discurso, significação)
05 - LITERATURA E REPRESENTAÇÃO DA IDENTIDADE CULTURAL: REFLEXÃO SOBRE O ENSINO DE LEITURA NA SOCIEDADE. Martanézia Rodrigues Paganini, UFES.
A proposta desta comunicação é refletir sobre o ensino de leitura a partir da identificação da literatura como signo que atravessa o olhar e a interpretação, considerando que tudo que nos ensina alguma coisa emite signos, reiterando a idéia de que a leitura envolve ações culturais que devem ser consideradas no espaço da escola. Assim, nesse trabalho, a idéia é pensar a literatura como expressão de cultura, como arte suscitadora do interesse do leitor, em que há o reconhecimento da identidade cultural capaz de dar visibilidade as expressões abordadas pelas obras literárias. (Palavras-chave: Literatura, identidade cultural e ensino)
06 - A LEITURA E A FORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA CIDADÃ, NO PERÍODO DE PASSAGEM DO ENSINO MÉDIO AO SUPERIOR. Hilda Orquídea Hartmann Lontra, UNB.
A pergunta que está na base desta proposta é: por que continuamos a ensinar literatura e a insistir em um discurso já desgastado e, portanto, provocador de riso entre os estudantes - o da valorização da leitura. Que concepções de leitura perpassam o discurso do professor que continua batendo na tecla gasta da imposição da leitura dos textos clássicos, na forma impressa? A já tão decantada crise de espaço e de valorização da literatura no final do ensino médio (principalmente para os inúmeros estudantes que não se interessam em prosseguir os estudos nas letras) tem algum culpado? Ou o somos, todos os envolvidos no processo educacional? Ou posicionamo-nos como vítimas de uma conjuntura maior. Partindo dessa reflexão, vamos destacar, a partir de uma narrativa em quadrinhos, ilustrada - Os sobrinhos de Platão - outra função para a literatura nesse período de passagem: pôr em questão esse contexto. (Palavras-chave: literatura, ensino médio, leitura, cidadania, (in)subordinação)
07 - AS PÁGINAS TANTAS: PARTILHANDO LEITURAS -Aracy Alves Martins, UFMG e Flávia Graciela de Alcântara, UFMG, Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita, CEALE da Faculdade de Educação da UFMG.
Este trabalho trata de algumas questões referentes ao letramento literário, com o objetivo de discutir novas possibilidades de formação de leitores que se abrem quanto mais se intensificam a complexidade dos modos de ler – nos impressos e na tela – e a proliferação dos gêneros textuais na contemporaneidade. O uso que fazemos da expressão letramento implica o enfoque sobre a inserção dos sujeitos nas práticas sociais de leitura e escrita (SOARES, 1998) e pretendemos, com ele, quando falamos em letramento literário (PAULINO, 1999), colocar a literatura no contexto mais amplo das práticas sociais, perspectiva que a projeta para muito além daquela que se tem realizado, tanto no interior da instituição escolar, quanto no âmbito da própria instituição literária, ambas possuidoras de mecanismos de seleção que reduzem significativamente os modos de apropriação da literatura. O projeto A Páginas Tantas: Partilhando leituras se constitui como espaço de ampliação das referências literárias de professores e alunos, por meio de produção de resenhas de obras da literatura. Tal iniciativa encontra-se ligada às atividades do CEALE (Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita – Faculdade de Educação da UFMG), sobretudo aquelas realizadas pelo GPELL (Grupo de Pesquisa do Letramento Literário), decorrentes da participação em processos de avaliação da qualidade dos livros destinados a crianças e jovens no Brasil, e de pesquisas voltadas para a formação do leitor da literatura. O projeto pretende estabelecer uma comunidade de leitores que tome a literatura como prática composta de vários sistemas de significação e de diferentes valores culturais, discutindo as possibilidades que se abrem como perspectiva de formação, nas trocas, cada vez mais intensas, que se operam entre a tela e o livro. (Palavras-chave: letramento – leitura – literatura)
08 - UMA LEITURA CRÍTICA DOS CONCEITOS DA ESTÉTICA DA RECEPÇÃO APLICADA AOS TEXTOS DE GUIMARÃES ROSA. Sandra Eleine Romais, UEPG-UFPR.
O trabalho discute as teorias da leitura e o papel do leitor no processo de significação de textos, tendo como base as reflexões teóricas de Hans Robert Jauss e Wolfgang Iser acerca da Estética da Recepção e da Teoria do Efeito Estético. Pretende-se nesse estudo exemplificar e/ou aplicar os principais conceitos como os possíveis pontos de indeterminação, o jogo nas propostas de interação texto-leitor, e a atuação do fictício e do imaginário numa leitura crítica dos textos de Guimarães Rosa. Para entender a relação entre o fictício e o imaginário é preciso ter em mente o conceito de interação, assim como os contrapontos objetivados por uma antropologia literária. Essa perspectiva analítica nada mais é que uma tentativa de expor em termos plausíveis o enfoque estético (texto) e os ocorridos no ato da leitura (reações do leitor proporcionadas pelo texto). (Palavras-chave: recepção, efeito estético, leitor, leitura)
09 - Leitura na Escola: Sacrificar o Saber pelo Prazer? Leda Queiroz de Paula, EE “Profa. Hercy Moraes” e FATEC, Indaiatuba.
Faltam recursos para se trabalhar leitura na escola pública? A leitura deve ser feita (só) por prazer? Essa comunicação visa a polemizar esses pressupostos a partir de experiência realizada no ensino médio e superior, e a aproveitar o COLE como momento privilegiado de troca de experiência para avançar nessas questões com ganhos, prioritariamente, para o aluno. Estaremos dialogando com Silva e Zilberman (1988), Orlandi (1998), Manguel (1999), Geraldi (1998; 2002), entre outros. (Palavras-chave: leitura, prazer, saber, (inter)disciplina(r))

SESSÃO XIII
Coordenação: Denise Maria Margonari
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - PRÁTICAS DE AVALIAÇÃO DE LEITURA E A FORMAÇÃO DO LEITOR. Renilson José Menegassi, Universidade Estadual de Maringá, Maringá-PR.
Durante o ano letivo de 2006, professores de 1ª a 4ª séries de escola pública do Noroeste do Paraná, sob orientações da Lingüística Aplicada, produziram e aplicaram avaliações de leitura a partir de textos de circulação social, reconstruindo suas práticas avaliativas, objetivando uma formação de leitor mais adequada. Ao final do trabalho, observou-se que: a) o professor sente muita dificuldade para escolher o gênero discursivo para trabalhar com o aluno; b) os alunos melhoram sensivelmente a leitura a partir do trabalho com os gêneros; c) a escrita das respostas dos alunos torna-se temática, não se desviando da proposta de leitura do gênero escolhido; d) a construção frasal das respostas das perguntas passa a ser vista como um texto, isto é, como um gênero discursivo a ser considerado nos aspectos do conteúdo e da forma; e) a prática avaliativa torna-se procedimento de ensino e aprendizagem. (Palavras-chave: leitura; avaliação; formação de leitor)
02 - LEITURA NA ESCOLA: NEGLIGENCIANDO AS CILADAS TEXTUAIS. Marinês Andrea Kunz, Feevale, Novo Hamburgo, RS, e Rosemari Lorenz Martins, Feevale, Novo Hamburgo, RS.
Este artigo tem o propósito de discutir o ensino da leitura e, por conseguinte, as análises textuais realizadas nas escolas, as quais, em geral, não contemplam as armadilhas textuais. A partir disso, propõe uma revisão das práticas de leitura por meio da análise crítica de uma lenda, a fim de mostrar como se podem desvendar as ciladas textuais que passam desapercebidas na leitura superficial, que privilegia apenas a estrutura narrativa, sem se ater aos componentes semântico-pragmáticos constituintes da produção de sentidos. As atividades devem contemplar, pois, diferentes níveis de análise, para formar leitores competentes nas escolas brasileiras. (Palavras-chaves: análise textual, ensino, leitura significativa)
03 - LEITURA DE LITERATURA NA ESCOLA: uma nova relação dialógica. Robson Coelho Tinoco, UnB.
Mikhail Bakhtin avalia que, sendo a literatura um fenômeno complexo e a pesquisa literária uma ciência ainda jovem, não se pode valorizar qualquer metodologia dita contemporânea. A diversidade de procedimentos se justifica contanto que eles dêem provas de seriedade e descubram novos aspectos no fenômeno literário. Assim, não há mais como imaginar uma escola periférica, às margens dos acontecimentos sociais diários, que não se adapte a uma realidade educacional contemporânea. Adaptação produtiva, no sentido de renovar a crítica aos costumes, aos valores, aos preconceitos; de redirecionar o olhar do aluno à função cultural da leitura literária como veículo de conscientização social e fonte de prazer estético. (Palavras-chave: leitura – literatura – dialogia – sociedade)

04 - UMA REFLEXÃO SOBRE O TRABALHO DO SUJEITO-PROFESSOR COM PRÁTICAS DE LEITURA NA ESCOLA - Sandra Memari Trava, E.E. “Profa. Ayr Pincanço Barbosa de Almeida”, São José dos Campos, SP, e Elizabeth dos Santos Braga, Universidade São Francisco, Itatiba-SP.
Este estudo tem por objetivo analisar momentos da trajetória de uma professora-pesquisadora no trabalho com a leitura, buscando refletir sobre diferentes concepções que perpassam sua prática. Para esta apresentação, selecionamos alguns trechos de relatos de oficinas de leitura, realizadas com alunos da quarta série, de uma escola pública do Estado de São Paulo. A pesquisa seguiu princípios teórico-metodológicos da etnografia, da análise microgenética (Vigotski, Góes), da perspectiva da investigação narrativa (Connely e Clandinin). Fundamentaram nossas análises: a perspectiva histórico-cultural (Vigotski) e dialógica (Bakhtin) de linguagem; a concepção de leitura como prática social (Kleiman, Soares), de natureza relacional e discursiva (Smolka, Góes, Nogueira); e estudos sobre narrativa e experiência (Larrosa, Braga). (Palavras-chave: leitura, interação, formação de professores)
05 - ATIVIDADES DE LEITURA NO CADERNO ORIENTAÇÕES PEDAGÓGICAS PARA AS SALAS DE APOIO À APRENDIZAGEM - Cristiane Malinoski Pianaro Angelo, UNICENTRO - PR.
O objetivo desta comunicação é discutir - fundamentando-se na concepção interacionista de linguagem - as propostas para o desenvolvimento de atividades de leitura que fazem parte do caderno de Orientações Pedagógicas para as Salas de Apoio à Aprendizagem de Língua Portuguesa, 5ª série do Ensino Fundamental, a fim de contribuir com uma reflexão crítica acerca da qualidade do material oferecido aos docentes das Salas de Apoio. Espera-se que os resultados desta discussão possam contribuir com a comunidade científica, ajudando pesquisadores e educadores a compreender melhor a questão do ensino da leitura. Nesse sentido, os resultados poderão servir para que o conhecimento da área seja sistematizado, aguçando o debate em torno de questões de ensino-aprendizagem da leitura na Educação Básica. (Palavras-chave: leitura, interação, Salas de Apoio à Aprendizagem)
06 - A LEITURA NEGLIGENCIADA: UMA DISCUSSÃO SOBRE A ESCOLA E A FORMAÇÃO DO LEITOR. Alexandre José P. C. de A. Jácome, UFRJ-UNIFESO.
Diversas instâncias de avaliação da Educação Básica, como o Pisa, o Saeb, o Enem e a Prova Brasil, com resultados amplamente divulgados pela mídia, são unânimes em atestar a baixa proficiência de leitura do estudante brasileiro. De modo a tentar compreender este problema, torna-se necessário voltar-se para a sala de aula, com suas singularidades e particularidades (Erickson, 2004), e investigar quais são as práticas de letramento (Bloome & Bailey, 1992; Matêncio, 1994; Kleiman, 1995, 2006) nela presentes. Através de uma pesquisa de cunho etnográfico, esta comunicação descreve e analisa os dados gerados em uma discussão em grupo, composto por três estudantes em conclusão do ensino médio de uma escola pública noturna do Rio de Janeiro. Tal discussão teve como foco a leitura, a formação do leitor e a escola. Os dados apontam que, para estes estudantes, a escola negligencia a leitura, prejudicando sua formação, e que algumas medidas deveriam ser tomadas para que isto não ocorresse. (Palavras-chave: letramento, formação de leitores, ensino de língua, etnografia na sala de aula)
07 - A PARÁFRASE: UMA ARMADILHA PARA A LEITURA DE TEXTO. Maria das Dores Oliveira de Albuquerque, PROLING, UFPB.
Este estudo busca focalizar o ensino de Língua e Literatura, mediado pelas armadilhas das paráfrases ocorridas no gênero do discurso - carta. Para fundamentar tal estudo, buscamos nos respaldar pelos princípios da teoria da enunciação. Tais princípios se encontram nos trabalhos de Fuchs (1982),Hilgert (1987)e Parret (1989). Nosso objetivo é promover estudos que possibilitem o aprimoramento da leitura em sala de aula. Isto porque através das paráfrases realizadas nas cartas, podemos salientar que as paráfrases, nos termos de Fuchs(1982), pressupõem também a situação em que os participantes se envolvem. O locutor com sua intenção e o alocutário com sua recepção, interpretação. A referida autora coloca que a sistematização de uma paráfrase se realiza pelos seguintes parâmetros: a) o locotivo, b) o referencial, c) o pragmático e d) o simbólico. Este estudo faz parte da minha pesquisa de doutorado do Programa de Pós-Graduação da UFPB – PROLING, orientada pela Prfª Drª Ana Cristina de Sousa Aldrigue, cujas análises foram realizadas em fragmentos discursivos encontrados nas cartas de autoria do escritor paraibano, José Américo de Almeida, escritas no período:1915 a 1952. (Palavras-chave: paráfrases, leitura, ensino de língua)
08- DRAMATIZAR E CONTAR HISTÓRIAS: UM OUTRO MODO DE LER. Denise Maria Margonari e Ademar da Silva, Departamento de Metodologia de Ensino, UFSCar.
Esta comunicação visa apresentar as experiências que vêm sendo desenvolvidas no Projeto Teia do Saber, com os professores dos Ciclos I e II da rede pública do Estado de São Paulo na UNESP/Araraquara e na UFSCar, em São Carlos. Com o objetivo de levá-los a refletir sobre a importância de se contar histórias para o desenvolvimento psicológico, sócio-comunicativo e afetivo das crianças, atividades de leitura de cunho multiplicativo foram trabalhadas. Dentre elas, destacamos a contação de histórias e as leituras dramatizadas. Como suporte ilustrativo, além de fantoches e dedoches, foram utilizados desenhos, colagens e sucatas para a elaboração de personagens. Motivados pelos resultados, alguns professores aplicaram tais atividades em suas turmas e obtiveram respostas positivas, estimulando nos alunos o gosto e o interesse pela leitura. (Palavras-chave: leitura, literatura infantil, formação de professores em serviço, Teia do Saber)
09- Biografias na Sala de Aula. Simone Kubrick, Instituto Callis, São Paulo.
A presente comunicação pretende relatar a experiência desenvolvida junto a 260 educadores do Ensino Fundamental de SP e CE, voltada para o uso de biografias como um gênero que permite o acesso a uma determinada realidade histórica e cultural, de forma significativa e contextualizada, ampliando as diferentes possibilidades de leitura e de escrita. No trabalho com biografias, os professores exercitam e refletem sobre a inclusão desse gênero como referência para a construção da identidade e reconhecimento da diversidade, em situações comunicativas reais. (Palavras-chave: gêneros textuais, cultura escrita, interdisciplinaridade, biografias, identidade)

SESSÃO XIV
Coordenação: Karla Aparecida Zucoloto
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - LEITURA DE POEMAS NO ENSINO MÉDIO: ESTUDO COMPARATIVO DE LIVROS DIDÁTICOS DO PNLEM. Eliana Guimarães Almeida , Faculdade de Educação da UFMG e Bolsista de Iniciação Científica, Probic-Fapemig; Maria Zélia Versiani Machado, Faculdade de Educação da UFMG, pesquisadora do Ceale, Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita da FaE-UFMG.
Este trabalho pretende mostrar e analisar propostas de formação de leitores da literatura, mais especificamente, da poesia, em materiais didáticos que os alunos das escolas públicas passaram a receber a partir do PNLEM/2005. Neste recorte faremos uma análise da seleção de poemas dos poetas mais citados nos três livros, em levantamento já feito. Em princípio, pretendemos explicitar algumas práticas recorrentes, buscando compreender até que ponto tais propostas suscitam no aluno uma experiência de leitura literária que ultrapasse os limites do pragmatismo escolar. Com base nestas informações, daremos início a uma categorização das tendências, de modo a contribuir para a reflexão acerca da formação de leitores nessa esfera da leitura, a partir do suporte analisado. (Palavras-chaves: livro didático, letramento literário, leitura, literatura, formação de leitores)
02 - O DIÁRIO REFLEXIVO DE LEITURAS: DIALOGISMO E INTERAÇÃO. Regina de Fátima Marchesini Souza. Universidade São Francisco, Itatiba, SP.
Este estudo investiga algumas implicações do trabalho com o gênero diário reflexivo de leituras, conforme proposto por Machado (1998), no que se refere à sua contribuição para uma perspectiva dialógica e interativa de leitura, em que os interlocutores têm a possibilidade de refletir criticamente sobre aquilo que lêem (no caso, contos literários). A pesquisa embasa-se nos pressupostos teóricos de Vigotski, do círculo de Bakhtin, entre outros autores, e foi desenvolvida em uma turma de 2ª série do Ensino Médio de uma escola pública do interior de São Paulo. Nossas análises, ainda em andamento, apontam para três funções exercidas pelo diário reflexivo de leituras, que aparecem nos textos produzidos pelos alunos, e se interpenetram: função intrapessoal, interpessoal e intertextual. (Palavras-chave: Leitura, Gêneros do discurso, Diário de leituras)
03 - A ESCOLARIZAÇÃO DA LEITURA LITERÁRIA: O OLHAR DO PROFESSOR. Giselly Lima de Moraes, Universidade Federal da Bahia, FACED.
Com este trabalho tem-se o objetivo de apresentar o percurso investigativo de pesquisa de mestrado que está sendo realizada com professores do Ensino Fundamental de uma escola municipal de Salvador, em que se busca conhecer a repercussão das produções teóricas acerca da escolarização da leitura literária na prática pedagógica e no discurso desses professores. Investiga-se a existência, neste contexto, de tentativas de superar a propalada dicotomia entre discurso literário/estético/prazeroso (Jauss,1979; Mangueneau,2006) e discurso pedagógico/normativo/circular (Orlandi,1987). Toma-se como referência dessas produções, o livro O Texto na Sala de Aula (Geraldi, 1984) e ainda obras de autores como Magda Soares (1999), Marisa Lajolo (1993), Rubem Alves (2001), Regina Zilberman (2003), cuja relação com a transformação da prática pedagógica é analisada à luz do pensamento Bakhtiano (1995). (Palavras-chave: leitura literária – escolarização – experiência estética – práxis pedagógica)
04 - EDUCAÇÃO LITERÁRIA PELA LEITURA: EXPERIÊNCIAS COM MANUEL BANDEIRA NA SALA DE AULA. Plínio Rogenes de França Dias, PPGL/UFPB e Colégio GEO, João Pessoa,PB.
Este trabalho vem discutir experiências de leitura de poesia no espaço escolar. Focalizando a minha realidade como professor da primeira série do ensino médio de escola particular de João Pessoa (PB), levei para a sala de aula textos de Manuel Bandeira que, mesmo sendo bastante conhecidos, causam fortes exclamações nos alunos. Trata-se de poemas como “Madrigal tão engraçadinho” e “Namorados”, que subvertem um modo tradicional de falar de amor, impondo uma sensação de estranhamento aos leitores desavisados, o que, pelo método recepcional, podemos caracterizar como ruptura de um horizonte de expectativas. A partir de tais vivências de leitura, pude observar um forte processo formativo desencadeado pelo estilo humilde do poeta de Libertinagem. (Palavras-chave: ensino de literatura; poesia lírica de Manuel Bandeira; formação do leitor)
05 - Leitura literária no Ensino Médio: investigando princípios e práticas. Mayra Lya Sanchez Romero e Inês Regina Waitz (orientadora). ANHANGUERA EDUCACIONAL, – UNIFIAN, Pirassununga.
Este trabalho tem por objetivo central apresentar alguns resultados da pesquisa que estamos realizando em uma escola da rede estadual, de uma cidade do interior paulista. Considerando a necessidade de se promover ações para que o processo de ensino/aprendizagem da leitura literária aconteça de forma eficaz, que faça sentido para os alunos, pretende-se mostrar como o jovem compreende esse gênero e quais as possíveis maneiras de estimulá-lo no 1º ano do Ensino Médio. João Wanderley Geraldi, Marisa Lajolo, Regina Zilberman e Lucília Romão servem de embasamento teórico, enquanto que observações de aulas e questionários nos auxiliam na obtenção dos dados em análise. (Palavras-chave: Leitura – Literatura – Ensino Médio – Formação do leitor)

06 - AS PESQUISAS EM LEITURA E EM ESCRITA. Karla Aparecida Zucoloto, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, campus de Poços de Caldas, MG.
Os problemas de leitura e escrita podem ser relacionados a diferentes fatores. A busca de se compreender o processo da escrita e da leitura, bem como entender porque ocorrem as dificuldades de aprendizagem nessas atividades, têm levado os pesquisadores a buscarem respostas por meio de diferentes caminhos de avaliação. O uso de diferentes instrumentos de avaliação, a idade em que o aluno deve ser avaliado, quais testes devem ser utilizados apontam um amplo universo de pesquisas, cujos objetivos e resultados são variados. Muitas perguntas ainda se encontram sem respostas e mostram um amplo campo para pesquisas. (Palavras-chave: escrita, leitura, cloze, dificuldade de aprendizagem, fracasso escolar)
07 - LEITURA E ESCRITA DO TEXTO POÉTICO NO ENSINO MÉDIO. Josiane Maria Bosqueiro, EE Profª M.J.M. Brocatto e Pró-Cultura, Santa Bárbara d’Oeste, SP
Esta comunicação visa a compartilhar um projeto desenvolvido há 4 anos consecutivos com salas de 1ºEM, na aula de Português. Intitulado “Belos Poemas para Ruy Belo”, o projeto motiva a leitura da poesia contemporânea pela tentativa lúdica de elucidar as pistas lingüísticas preparadas no texto do português Ruy Belo (1933-1978), através de seus aspectos locucionais e ilocucionais (KLEIMAN, 1993) envolvidos na criação textual. Para esclarecer tais aspectos, os alunos são convidados a escrever os próprios poemas e refletir sobre as escolhas no processo da escrita. O ato comparativo constante entre as práticas de leitura/escrita objetiva desautomatizá-las e tornar o aluno um leitor reconstrutor (KATO, 1995). Ademais, este trabalho prepara os alunos para a participação no concurso de poesia “Jovens Trovadores”, que mobiliza com sucesso, há 11 anos, os estudantes da cidade. (Palavras-chave: poesia, literatura contemporânea, produção de texto, leitor reconstrutor)
08 - INTERTEXTUALIDADE, LEITURA E PRODUÇÃO DE SENTIDO. José Ribamar Lopes Batista Júnior, Universidade de Brasília, UnB.
O acesso ao aprendizado da leitura apresenta-se como um dos múltiplos desafios da escola e, talvez, como o mais valorizado e exigido pela sociedade. Dessa forma, as atividades lingüísticas devem abordar a prática da leitura sob a perspectiva da língua como instrumento de interação social, comprometida com a formação de sujeitos críticos e atuantes, no processo de ensino-aprendizagem. Uma forma é basear-se em propostas interativas a fim de promover o desenvolvimento do educando numa dimensão integral. Nessa perspectiva, este trabalho consiste em mostrar, no estudo da intertextualidade, uma ferramenta eficaz para o trabalho com leitura e análise de texto, a fim de fazer com que os alunos sejam capazes de atribuir sentido ao que lêem, estabelecendo relações de sentido entre as partes do texto e entre as informações deste e o contexto, além de estabelecer relações intertextuais e articular a linguagem de maneira a adequá-la aos propósitos comunicativos, uma vez que pensar os discursos em sua intertextualidade pode revelar a diversidade do pensamento humano. (Palavras-chave: leitura, ensino, intertextualidade)
09 - PERFIL DE LEITOR LITERÁRIO DESEJADO PELO VESTIBULAR. Juliana Alves Barbosa Menezes, UEM, Maringá-PR.
Neste artigo, o objetivo é levantar o perfil de leitor literário desejado pelo vestibular da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a partir da análise da coleta de dados dos excertos de questionários respondidos pelos professores elaboradores da prova de literatura do vestibular. E de uma entrevista cedida pela presidente da Comissão do Vestibular Unificado de Maringá (CVU). Os resultados revelam que os professores possuem uma concepção de literatura e outra de texto literário (prova), em que são privilegiados os aspectos da biografia do autor, da aquisição de cultura, do período histórico, mas o estético fica de lado. Assim, espera-se um leitor de literatura que seja completo. (Palavras-chave: leitor literário, vestibular, prova, ensino)