| 01 - UM DIÁLOGO ENTRE D. CASMURRO E A AUDÁCIA DESSA MULHER. Ana Claudia Abrantes, Colégio Pedro II e Colégio Estadual Visconde de Cairu, RJ. |
| Este trabalho tem como objetivo primeiro estudar a relação entre as personagens femininas da obra D. Casmurro, de Machado de Assis e A audácia dessa mulher, de Ana Maria Machado, mostrando ao aluno de Ensino Médio a ressonância de uma obra do séc. XIX numa produção do séc. XX. Tal proposta enfatiza a intertextualidade da última bem como a atualidade da primeira. O diálogo conduz a uma análise e identificação de sinais subliminares de exclusão social, o que completa os objetivos deste estudo. (Palavras-chave: intertextualidade, personagem feminino, exclusão social) |
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| 02 - EDUCAÇÃO PELA POESIA: PARA UMA LEITURA PLURAL DO MUNDO. Claudia Fabiana de Oliveira Cardoso, FAETEC, “ETE Ferreira Viana”, Rio de Janeiro, RJ e UNIABEU, Belford Roxo, RJ. |
| A poesia como instrumento fundamental da educação: esta é minha proposta de discussão neste seminário. A partir da leitura de poemas de Jorge de Lima, Mário de Andrade, Antônio Jacinto e outros, além de uma revisão crítica de textos de Alfredo Bosi, Octavio Paz e Jorge Luis Borges, defenderei a idéia de que a leitura de poesia promove leituras do mundo e nos dá a possibilidade de relações humanas mais harmoniosas e de convivências igualitárias. No debate sobre a lei 10.639, que inclui no currículo a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”, uma estratégia para o estudo da multiplicidade de raízes da nossa formação cultural, em especial da matriz negra africana, é, sem dúvida alguma, a educação pela poesia. (Palavras-chave: Leitura; poesia; educação; literaturas de língua portuguesa) |
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| 03 - A ESCRITURA LITERÁRIA NEGRA EM DOIS MANUAIS DIDÁTICOS DE LITERATURA DO ENSINO MÉDIO. Fabiana de Lima Peixoto, Colégio Pedro II, RJ, doutoranda CEAO/UFBA. |
| Esta comunicação pretenderá investigar os motivos e as conseqüências da quase total ausência, nos livros didáticos de língua materna do ensino médio, da produção literária em que vozes negras articulem sentidos sobre sua própria condição social. Infelizmente, o que se observa, na maioria dos livros didáticos de ensino médio, é a obliteração da problemática racial nos poucos escritores negros que possuem suas literaturas analisadas, além da minimização das representações estereotipadas ou animalizadas dos negros em obras literárias que discutem especificidades das relações entre os diferentes grupos étnico-raciais no Brasil, caso de parte da produção de Machado de Assis, Cruz e Souza, Lima Barreto, Euclides da Cunha, Mário de Andrade, entre tantos outros. O objetivo principal é, a partir dessa investigação, pensar em uma metodologia para a produção de material didático que efetivamente inclua a escrita literária negra, articulada no sentido de se criar uma nova tradição historiográfica no fim da educação básica, em que o negro deixe de ser somente objeto do discurso alheio e passe a ser realmente visto como sujeito de sua própria palavra. Para tanto, analisarei, em comparação, dois livros considerados adequados pelo MEC, já que constam do catálogo do Programa Nacional do Livro Didático para o Ensino Médio: NICOLA, José de, TERRA, Ernani. Português: de olho no mundo do trabalho. São Paulo: Scipione, 2004 e MURRIE, Zuleika et. al. Língua portuguesa: projeto escola e cidadania para todos São Paulo: Editora do Brasil, 2004. (Palavras-chave: cânone literário, historiografia literária brasileira, literatura afro-brasileira) |
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| 04 - O PODER DE EXCLUSÃO EM MACHADO DE ASSIS. Máxima de Oliveira Gonçalves, Colégio Pedro II RJ e EM Eduardo Gomes de Oliveira Duque de Caxias-RJ. |
| O objetivo desta comunicação é fazer uma leitura de Dom Casmurro, de Machado de Assis, a partir de uma perspectiva social, mostrando como este romance além de relativizar a verdade e de pôr às claras a complexidade da existência humana, também contribuiu para um fino relato da estrutura social do século XIX. Em Dom Casmurro, o conflito de classes e a exclusão social aparecem sutilmente no desastroso casamento de Bento Santiago, membro de uma elite econômica, com Capitu, menina pobre, filha de um funcionário público. (Palavras-chaves: Dom Casmurro, exclusão social, século XIX) |
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| 05 - FOTOGRAFIA E POLIFONIA – trabalhando o olhar crítico. Carmen Pimentel - UERJ, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. |
| Encarar a fotografia como produção de comunicação e, por isso mesmo, considerá-la como um texto é o objetivo deste trabalho. A partir dos conceitos de textualidade e de polifonia, analisaremos a imagem fotográfica nos meios de comunicação de massa sob o olhar tanto do fotógrafo como do "leitor", além de escutar outras possíveis vozes que ela traz consigo. A fotografia, depois de revelada e ampliada, deixa de representar apenas o olhar de quem a produziu e passa a expressar também o ideológico de um momento e de um grupo social, representando um discurso polifônico ao tornar-se uma obra aberta, dialógica, interativa. A idéia é que este trabalho venha a contribuir para a formação crítica da leitura da fotografia midiática por jovens e adultos, cidadãos que compreendam o mundo e que pensem criticamente a realidade de lidar com a grande quantidade disponível de informações nos dias de hoje. (Palavras-chave: fotografia, polifonia, textualidade, leitura crítica, ideologia) |
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| 06 - O MAIS RELATO E O LER LEVANTANDO A CABEÇA: A ESCRITA QUE ATRAVESSA A OBRA DE CAIO FERNANDO ABREU E ROLAND BARTHES. Fabiana Cardoso Fidelis Professora da UNOCHAPECÓ e doutoranda do PGL-UFSC e Wladimir Antonio da Costa Garcia (Orientador) Professor do PGL-UFSC. |
| Propõe-se uma reflexão a respeito do escrever e do ler em uma abordagem teórica, ficcional e de leitura crítica de textos de Caio Fernando Abreu e Roland Barthes. A motivação para a escrita do trabalho surge da leitura do conto “As frangas”, de Caio Fernando Abreu, que convida à produção de uma história “Para Clarice Lispector [...] ficar quentinha do lado de lá”, pois a literatura sempre envolve desejo, entre eles o desejo da escritura: “[...] o que desejamos é apenas o desejo que o escritor teve de escrever [...] Nessa perspectiva a leitura é verdadeiramente uma produção [...] desejo de produção.” (BARTHES, 1988, p. 46). Esse desejo fica, para muitas pessoas, bloqueado, e a resposta não se concretiza, pois nossa cultura é de recepção e não de produção. Para libertar a leitura é necessário antes libertar a escrita. Apenas resgatando esse desejo é que se poderá instaurar a leitura como prazer. (Palavras-chave: leitura, escrita, Roland Barthes, Literatura, Caio Fernando Abreu) |
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| 07- POESIA E PRÁXIS: ODES ELEMENTARES DE NERUDA. Silvia A. Poblete Castro, Centro de Ensino de Línguas, Unicamp, Campinas-SP. |
No contexto de ensino-aprendizagem de língua estrangeira, o pensamento pedagógico de Paulo Freire serve como alicerce para a nossa reflexão sobre o gênero discursivo: poesia. Para Neruda o trabalho poético é um ato social e como tal, politicamente significativo, para nos, poesia e práxis se aproximam quando o estético, o poético e o político se entrecruzam na tarefa de estimular a leitura crítica do mundo. Neste enfoque, uma parte significativa da poesia Nerudiana trabalha a dimensão histórico-social da vida, buscando fazer ouvir na palavra, no sentido Bakhtiniano, a polifonia das vozes dos homens que deram vida à matéria inerte. Nas suas Odes Elementares, o poeta ensina a “des-coisificar” o universo das coisas e a transformá-las em palavras geradoras de uma reflexão poética, estética, histórica e política. (Palavras-chave: gênero discursivo, poesia, práxis, língua estrangeira, ensino-aprendizagem)
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| 08 - A GATA BORRALHEIRA NO PALCO DA SALA DE AULA. Kelly Sheila I. Costa, Centro Federal de Educação Tecnológica, PB, UNED-CG, e Ana Cristina Marinho Lúcio (Orientadora), Universidade Federal da Paraíba. |
Até a década de 1950, prevaleceu a intenção de “moralizar” as crianças através da dramaturgia infantil. Numa direção contrária, Fernando Lomardo (1994) destaca iniciativas que apontaram para novos rumos na dramaturgia infantil, como a dos Artistas Unidos e a do Tablado. Estas iniciativas visavam construir um teatro voltado para a criança não como uma ferramenta pedagógica a serviço da moral e dos bons costumes que deveriam ser ensinados aos pequenos de qualquer forma, mas como uma produção artística cuja intenção era fazer arte e divertir por meio da comicidade de textos bem elaborados. Dentre estes precursores do teatro para a criança, destacamos a figura principal de Maria Clara Machado, que negou o objetivo moralizante da maioria dos textos dramáticos, substituindo-o pela brincadeira. Maria Clara Machado reinventa o conto de fadas A Gata Borralheira para a dramaturgia infantil de forma lúdica e magistral. Este trabalho tem o objetivo de fazer uma análise comparativa entre o conto e o texto dramático A Gata Borralheira, observando o processo de adaptação realizado pela dramaturga. Em seguida, apresentaremos algumas propostas metodológicas para o professor de literatura trabalhar o conto e a peça escolhidos na sala de aula. Para isso, recorreremos às reflexões de Gabriela Hardtke Böhm (2004) e Cristina Mello (1998). Dessa forma, esperamos contribuir para que a escola abra as suas portas não apenas para os contos de fadas, mas também para o texto dramático. (Palavras-chave: Dramaturgia infantil, conto de fadas, A gata borralheira, sala de aula)
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| 09 - A FIGURATIVIDADE E O SEMI-SIMBOLISMO EM “PAISAGEM PELO TELEFONE” DE JOÃO CABRAL DE MELO NETO. Maíra Tamaoki Sant’Anna, UNESP, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara. |
| Propõe-se aqui a análise do poema “Paisagem pelo Telefone” de Quaderna (1960), obra de João Cabral de Melo Neto que aborda de forma mais direta o tema feminino, sem abrir mão da dureza, enxutez e do laconismo da linguagem cabralina característica, constituindo, assim, um texto peculiar. Com base nos estudos da crítica especializada e em alguns desdobramentos recentes da teoria semiótica greimasiana, pretende-se investigar a elevada carga figurativa e a significativa relação semi-simbólica do poema. O plano do conteúdo e o plano da expressão unem-se, indissociavelmente, em sua estrutura para fundar um só sentido, através de um trabalho minucioso, intenso e consciente que se realiza a partir, e, em direção da “linguagem da poesia”, que, segundo João Alexandre Barbosa, João Cabral atinge com Quaderna. (Palavras-chave: João Cabral) |
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