VI Seminário
“Literatura Infantil e Juvenil”

SESSÃO I
Coordenação: Maria dos Anjos Lopes Viella
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

1 - A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E ALUNOS LEITORES: CONTRIBUIÇÕES DA REVISTA NOVA ESCOLA (RNE). Erone Hemann Lanes (Universidade Comunitária Regional de Chapecó- Unochapecó. eronehl@terra.com.br.
Este projeto tem como objetivo compreender a política de formação de leitores colocada em funcionamento pela Revista Nova Escola no período de 1986- 2006 a partir da análise da seção “Livros”e suas denominações no decorrer destes vinte anos. Considerando-se que com o leitor também se constrói a história da literatura e calibra-se a reflexão sobre a criação literária, o presente projeto pretende ir ao encalço de algumas figurações de leitor presentes neste periódico por considerar este aspecto pouco abordado na crítica. Palavras-chave: formação do leitor, Revista Nova Escola, figurações de leitor.
02- O SONHO DA VACA E O JOGO DRAMÁTICO: FORMANDO LEITORES DA EDUCAÇÃO INFANTIL. Marli Mizuta Alves, Thaís Vinholi de Souza e Renata Junqueira de Souza, CELLIJ e Faculdade de Ciências e Tecnologia Presidente Prudente-SP.
     A presente comunicação pretende compartilhar uma experiência desenvolvida no Centro de Estudos de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil com crianças de educação infantil com o livro “O sonho da Vaca” de Sônia Junqueira. As atividades de leitura (Sole, 1999) preparadas para tal texto teve como objetivo principal despertar o interesse pela leitura em leitores iniciantes e resgatar o jogo dramático (Rosa, 2006) tão importante para o desenvolvimento oral da criança. A junção texto infantil, jogo dramático e atividades de leitura permitiu que os alunos interagissem não só com o texto, mas também com a temática. Os resultados, deste trabalho ainda em desenvolvimento, mostram crianças ávidas para buscar novos materiais de leitura, bem como alunos, mais desinibidos e falantes. Palavras-chaves: literatura infantil, leitura, jogo dramático, formação de leitores.
03- O PAPEL DA POESIA NA FORMAÇÃO DE LEITORES. Ana Flávia Teixeira Véras, FME/RJ, UFF-RJ, Pós-Graduação em Educação–UFRJ e Secretaria Municipal de Educação - SME/RJ; Eloíse da Silva Longobuco Constantino, UFF-RJ; Eveline Miranda Rodrigues, UFF-RJ; Liliane Balonecker Daluz, UFF-RJ e Fundação Municipal de Educação de Niterói- FME/Niterói; Tatiana Cristina da Costa e Silva Pereira, UFF- RJ.
Esta comunicação tem por objetivo compartilhar as experiências vivenciadas durante a aplicação de Oficinas de Poesia para alunos e professores da Rede Municipal de ensino do Rio de Janeiro e alunos do curso de especialização em literatura infanto-juvenil da Universidade Federal Fluminense. O projeto realizado buscou apresentar propostas para o trabalho do professor em sala de aula com os gêneros textuais. O primeiro ciclo de oficinas teve como foco a Poesia. A partir dos relatos da práxis docente, procurou-se registrar como tal gênero textual tem sido abordado no espaço escolar. Este trabalho, ainda em desenvolvimento, visa o incentivo à leitura, oferecendo subsídios à prática docente no processo de formação de leitores. Palavras-chaves: Formação do leitor, gêneros textuais, poesia.
04- LEITURA DE POEMAS INFANTIS: ANALISANDO AS ESTRATÉGIAS LEITORAS A PARTIR DO SUPORTE. Diane Blank Bencke (Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC), Flávia Brocchetto Ramos(Universidade de Santa Cruz do Sul e Universidade de Caxias do Sul – UNISC e UCS).
Partindo do pressuposto que o suporte é, conforme Chartier (2001), um dos aspectos que devem ser considerados na leitura, o objetivo deste estudo foi analisar a repercussão dos suportes escolhidos na leitura poemática infantil, bem como as estratégias leitoras do texto poético utilizadas em cada um. Nesse sentido, propiciou-se a interação de três estudantes de terceira série do Ensino Fundamental com poemas veiculados em dois suportes: o site www.ciberpoesia.com.br, desenvolvido a partir da obra Poesia Visual (2000), e o livro musicado A mulher gigante (2000). Em relação à leitura cibernética, dois fatores de intervenção são a hipertextualidade e o processo de autoria do leitor. Já em referência à experiência leitora através de um livro de poemas, a ilustração é o chamariz sobressalente para a leitura, que parece ser mais seqüencial e linear. Palavras-chaves: poesia infantil; leitura; suporte; estratégias leitoras.
05- POESIA NA ESCOLA: EDUCAÇÃO PARA A FRUIÇÃO ESTÉTICA. Adair de Aguiar Neitzel; Blaise Keniel da Cruz Duarte. Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.
Esta pesquisa investigou as possibilidades de utilização do texto lírico na Ed. Infantil tendo em vista a sensibilização do professor e da criança para a fruição estética. Para tal, aplicamos questionários junto aos professores da Ed. Infantil, maternal III, idade 01 a 02 anos, na rede municipal de Barra Velha, SC, no início e no final do processo. Com base na análise dos questionários, fizemos um trabalho de intervenção, propondo atividades literárias com o intuito de provocar a fruição estética nas crianças e no docente. A metodologia empregada foi a experimental e os procedimentos implicaram filmagens, fotos e diário de campo. Palavras-chaves: poesia, sensibilização estética, educação infantil.
06- ENTRE PERDAS E GANHOS: UMA LEITURA DE MIGUILIM, DE JOÃO GUIMARÃES ROSA. Maria Aparecida de Assis Teodoro, Centro Universitário de Belo Horizonte-UniBH, Belo Horizonte,MG e Maria Cecília Teodoro Duarte, Centro de Reabilitação SER, Betim, MG.
As crianças que circulam em Miguilim, de João Guimarães Rosa possuem extrema perspicácia e aguda sensibilidade. Elas configuram-se a partir da imagem ingênua, em termos de conhecimento de mundo e de si mesma, e, ao longo de seu trajeto, descobrem a vida, suas belezas e contradições, até atingirem, ainda crianças, a maturidade necessária que lhes permite a travessia para outra etapa do crescimento, etapa essa vivenciada através de um olhar mais nítido, mais equilibrado. Ainda que filtrem a realidade pelo ângulo infantil, a personagem criança seguirá sua viagem/aprendizagem, somando à sua bagagem as dores, as alegrias, as contradições, as bondades e maldades, as certezas e incertezas, enfim, tudo que transforma a vida - em outras e triviais palavras – no duro aprendizado da condição humana. Palavras-chaves: literatura infantil, infância, configuração da criança.
07- OBSERVATÓRIO DE LEITURA: SALVADOR LÊ. Dinéa Maria Sobral Muniz, Emília Helena Portella M. de Souza, Iara Rosa Farias, Lícia Maria Freire Beltrão, Mary de Andrade Arapiraca. FACED-UFBA.
Ancorada na perspectiva tema do 16º COLE e do poema Armadilha de Damário da Cruz, esta comunicação tem por objetivo apresentar os resultados parciais de uma experiência que se intitula “Observatório de Leitura” e que vem sendo desenvolvida no âmbito das atividades da pesquisa Salvador lê do grupo de Educação e Linguagem - GELING – da Linha Filosofia, Linguagem e Práxis Pedagógica do PPGE da FACED/UFBA. Trata-se de um estudo sobre o acervo de literatura infanto-juvenil disponível em escolas da rede municipal de ensino de Salvador-Bahia, considerando a formação do estudante leitor em pelo menos três instâncias discursivas: a escola, a sala de aula e o ambiente familiar do aluno e a implicação do professor com essa formação. Os resultados, ainda que preliminares, já indicam a existência de cinqüenta e cinco títulos de literatura infanto-juvenil disponíveis, entre eles: A Bolsa Amarela – Lygia Bojunga Nunes, Do Outro Mundo - Ana Maria Machado, Varal de Poesia- Cecília Meireles et al., Quatro Mitos Brasileiros- Mônica Stahel. A expectativa é a de que práticas pedagógicas sejam desenvolvidas a partir da utilização do aludido acervo. Palavras-chaves: leitura, leitor, ensino, literatura, literatura infanto-juvenil.
08- UM CONFLITO DE POSIÇÕES NA FÁBULA “A CIGARRA E A FORMIGA". Fernanda Aleixo Chuffi (Centro Universitário Barão de Mauá), Lucília Maria Sousa Romão (FFCLRP/ USP)
Apoiado no referencial teórico da Análise do Discurso de matriz francesa, especialmente nos conceitos de interdiscurso, condição de produção e formação discursiva, esse trabalho objetiva discutir o conflito de vozes na fábula em que a formiga e a cigarra fazem falar lugares estabilizados de sentidos, que sempre podem ser mantidos ou subvertidos. Iremos interpretar um corpus composto por três discursividades da mesma fábula, a saber, a de Esopo, La Fontaine e Monteiro Lobato. Nesse percurso, procuramos analisar as marcas lingüísticas flagrantes da historicidade e do sujeito, observando como os sentido(s) são inscritos e afetados pelas/nas condições de produção sócio-histórica-ideológica. Palavras-chaves: Discurso, sujeito, memória, sentido.
09- LEITURAS LOBATIANAS: A FORMAÇÃO DE ALUNOS ATRAVÉS DA OBRA INFANTO-JUVENIL DE MONTEIRO LOBATO. Priscila dos Anjos Borges, Renata Junqueira de Souza (orientador), CELLIJ e Faculdade de Ciências e Tecnologia – Presidente Prudente – SP.
Esta comunicação pretende com base na crítica literária nacional e nas teorias da leitura, apresentar, discutir e problematizar os modos de ensino dirigidos ao ciclo O Sítio do Picapau Amarelo, marcados pela promoção de um encontro (dialógico ou não) entre o texto artístico e a criança. Para o desenvolvimento dessa investigação científica partimos dos depoimentos de quatro professores do Ensino Fundamental, observando como, no passado, se formaram como leitores das publicações lobatianas, e como, no presente, conduzem o trabalho com a leitura literária dos textos de Lobato em suas respectivas salas de aula. A pesquisa, em andamento, verificou que alguns destes docentes não foram leitores de Monteiro Lobato desconhecendo a riqueza de seus textos e as múltiplas possibilidades para a utilização do autor em sala de aula, já outros docentes conheceram e leram Lobato, afirmando que gostam de sua obra. Palavras-chaves: Monteiro Lobato, literatura, formação de professores, formação de leitores.
10. MONTEIRO LOBATO, O "SÍTIO-MUNDO" E AS IDENTIDADES DA CRIANÇA LETRADA: MEMÓRIAS DE LEITURA. Alessandra Ap. de Souza Gibello. Faculdade de Ciências e Letras -UNESP/Araraquara.
Este trabalho busca compreender - a partir da concepção de infância de uma literatura específica que emerge paralela ao novo sentimento em relação à infância - de que maneira a literatura infantil pode contribuir para a compreensão das características e mentalidades de uma dada época. Deste modo, pretendemos por meio das obras infantis de Monteiro Lobato, apreender o projeto político-pedagógico expresso em sua obra, como também a apropriação feita pela geração de leitores desses textos em criança, que, ao apresentarem suas memórias, nos fornecem pistas para uma compreensão individual e coletiva acerca da construção de mentalidades de uma dada época a partir das "marcas" deixadas por essa leitura. Palavras-chave: infância educação mentalidades representação

SESSÃO II
Coordenação: Érika Cristina Mashorca Fiorelli
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01- DIAGNÓSTICO DO PERFIL DO LEITOR: ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE O ENSINO PÚBLICO E PRIVADO NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Érika Cristina Mashorca Fiorelli, UNESP Presidente Prudente-SP, SESI/SP e E. E. 09 de Julho-Dracena-SP; Ana Maria da Costa Santos Menin, UNESP Presidente Prudente-SP.
Este trabalho apresenta um diagnóstico do perfil do leitor de escolas pública e privada localizadas na região Oeste do Estado de São Paulo. Foram avaliados alunos de 5a e 8a séries do ensino fundamental. O desenvolvimento da respectiva pesquisa foi por meio da aplicação de um questionário que possuía 24 questões, dividido em seis categorias que abordavam aspectos sócio-econômico, freqüência da leitura, gênero da leitura, mediadores da leitura, preferência da leitura e suporte para leitura. Com estas questões foram verificadas as características dos leitores das escolas e suas relações com a leitura. O resultado diagnosticou que, em relação à freqüência de leitura na escola pública, 52% se dedicam no máximo 30 minutos diários à leitura enquanto que na escola privada 55% se dedicam 1 hora ou mais. Na categoria mediador da leitura, 23% dos estudantes da escola pública afirmam que os professores são os principais incentivadores. Já na escola privada, este número sobe para 31%. Nesse sentido, diagnosticar o perfil do leitor é relevante para definir o papel da leitura na formação do aluno. Dentro desta realidade com o desenvolvimento deste trabalho foi possível diagnosticar o perfil de estudantes de escolas pública e privada na região oeste do Estado de São Paulo. Palavras-chaves: leitura, perfil, leitor, preferências.
02- LEITURA DE IMAGENS E A FORMAÇÃO DE LEITORES. Lêda Maria da Fonseca e Maria Virgínia Villela. Centro Educacional Anísio Teixeira.
Esta comunicação tem por objetivo relatar uma experiência em que a leitura das ilustrações de personagens clássicos antecedeu a leitura do texto verbal. Os alunos foram estimulados a observar as ilustrações de Dom Quixote produzidas por Gustave Doré, Portinari, Nívio López Vigil e Salvador Dali e, a partir da leitura dessas imagens, caracterizaram e analisaram o perfil dos personagens. A riqueza das observações e a entrada curiosa no texto escrito nos permitiram constatar o quanto a leitura das imagens pode auxiliar na formação de leitores atentos e sensíveis aos múltiplos sentidos dos textos literários.
Palavras-chaves: leitura de imagens, formação de leitores, literatura infanto-juvenil.
03- A “HORA DO CONTO” E A FORMAÇÃO DO LEITOR: RELATOS DE EXPERIÊNCIA. Marcela Coladello Ferro; Márcia Adriana Jorge; Renata Junqueira de Souza (orientadora). CELLIJ, Faculdade de Ciências e Tecnologia/UNESP/Presidente Prudente.
Nosso trabalho tem por objetivo salientar a importância da “Hora do conto” para a formação dos futuros leitores, acreditando ser a “contação de histórias” uma forma de incentivo para o desenvolvimento do gosto da leitura. Objetiva-se demonstrar a importância do conto, pois quem ouve histórias desenvolve capacidades como o entendimento e compreensão e, com certeza, tornar-se-á um leitor crítico. O CELLIJ atende crianças de educação infantil a 4ª. séries com um programa de leitura que divulga textos literários e autores da literatura infantil e juvenil. Assim, nossa comunicação mostrará relatos das experiências com o uso da literatura infantil na “hora do conto” com tais ouvintes. Conclui-se, preliminarmente, que a junção da literatura infantil e “contação” contribui para a formação do leitor por prazer e não por obrigação. Palavras-chaves: Hora do Conto, formação do leitor, literatura infantil.
04- ESPAÇO LITERATURA E CIÊNCIA: PARCERIA DE LEITURAS, IMAGENS E OBJETOS. Carla Gruzman (Museu da Vida/COC/FIOCRUZ); Adriana Assumpção (Programa de Pós Graduação, NUTES/UFRJ); Maria Beatriz de A. Serra (RJ).
Este trabalho aborda a concepção e o desenvolvimento do Espaço Literatura e Ciência, criado para a Expo-Interativa. Integrante do IV Congresso Mundial de Museus e Centros de Ciência, a Expo-Interativa: Ciência para Todos agregou diversas exposições e atividades de educação e divulgação científica. Presente na área dedicada à arte e cultura, o Espaço Literatura e Ciência foi desenvolvido a partir da parceria entre o Museu da Vida e o Programa de Incentivo à Leitura/PROLER da Fundação Biblioteca Nacional, que se uniram para criar um espaço dedicado ao livro infantil e juvenil e ao diálogo com os diferentes campos da ciência. Ocupou uma área de 200m² e contou com uma Sala de Exposição, o Sarau Literário, a Biblioteca e um Seminário. Estes últimos tiveram como inspiração o Salão FNLIJ do Livro para Crianças e Jovens. Palavras-chaves: museus de ciência, mediação cultural, leitura.
05- ARTE À PRIMEIRA VISTA – PRIMEIRO OLHAR PARA A ARTE CONTEMPORÂNEA. Valquíria Prates (Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo e Renata Sant´Anna (Escola de Comunicações da Universidade de São Paulo),
Esta comunicação pretende abordar a importância dos livros de arte para crianças no processo de ensino da arte no Brasil a partir da apresentação da experiência de criação e publicação da Coleção Arte à primeira vista, Ed. Paulinas, 2006. A coleção tem como objetivo promover o contato de crianças com a arte contemporânea brasileira por meio da apresentação dos diferentes conceitos, propostas, suportes e espaços das obras de artistas nacionais. Os dois primeiros livros da coleção apresentam a obra de Lygia Clark e Frans Krajcberg, unindo a poética e a construção de suas obras para promover o conhecimento e a reflexão sobre a produção artística atual. Palavras-chaves: livros infantis, leitura da arte, arte contemporânea para crianças, educação e arte.
06- LITERATURA INFANTIL E ESCOLA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES. Sílvia Craveiro Gusmão Garcia, UNIRP / UNICERES - São José do Rio Preto/SP; Eliane Fernandes Facincani, FAIMI - Mirassol/SP.
Esta comunicação visa a relatar uma pesquisa feita com alunos de 1ª a 4ª séries de uma Escola Municipal de Mirassol/SP, após “fala” de alguns professores que afirmaram que “o aluno não lê”. Para a investigação foi elaborado um questionário destinado aos próprios alunos que responderam, dentre outras questões, como a escola e a ação docente contribuem para que eles possam apropriar-se do objeto cultural livro e vivenciar a experiência do texto literário. Com os dados da pesquisa e leituras de autores como Ezequiel Theodoro da Silva e Angela Kleiman, ficou evidenciada a necessidade do papel do professor como um modelo de leitor e estimulador do gosto pela leitura, assim como, constatou-se que as crianças sentem prazer pela literatura infantil, mesmo que esta seja “escolarizada”. Palavras-chaves: escola, gêneros textuais, leitura, professor.
07- LITERATURA INFANTIL E DIVERSIDADE: CONSTRUINDO CAMINHOS PARA A INCLUSÃO ESCOLAR. Danielle Medeiros de Souza, Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, Marly Amarilha, Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN.
Investiga as contribuições da Literatura Infantil para uma pedagogia da pluralidade. Evidencia os aspectos do texto literário que apóiam o processo de inclusão escolar. Sua relevância consiste em oferecer subsídios ao ensino de leitura e de Literatura, atendendo à diversidade de alunos na sala de aula. Elege como corpus a leitura literária com clientela especial de escola pública de Natal-RN. Procede à análise da função includente e educativa da Literatura. Fundamenta-se nos estudos de Amarilha (2004; 2006); Caldin (2001); Delors (2003); Ernst-Pereira (2006); Iser (1991); Martins (2002); Paiva (2004); Pereira (2000); Yunes (2003). Os resultados consolidam o caráter transdisciplinar da Literatura e sua leitura como experiencial. O estudo reafirma a importância da Literatura para a implementação de mudanças efetivas no meio escolar que viabilizem uma educação acolhedora, inclusiva e prazerosa para todos. Palavras-chave: Literatura Infantil; Inclusão Escolar; Formação do leitor.
08- DESENVOLVENDO PROJETOS EM BIBLIOTECA ESCOLAR: Leitura e Escrita. Fátima Maria Rocha Gurgel, Rede Municipal de Ensino - Prefeitura Municipal de Vila Velha; Gláucia Calmon de Aguiar, Nassau - Editora, Rádio e Televisão Ltda - Rede Tribuna; Ilane Coutinho Duarte Lima, Biblioteca Municipal Adelpho Poli Monjardim; Rosany Azeredo, UNICES – Instituto Superior de Cultura Capixaba.
A proposta deste artigo é apresentar o projeto “Poetas na Escola”, desenvolvido na Rede Municipal de Ensino da Prefeitura Municipal Vila Velha. Leitura, escrita e literatura infantil foram temas abordados, mas o foco do projeto foi apresentar aos alunos o gênero literário “poema” em oficinas realizadas na biblioteca da escola, com o objetivo de desenvolver a vontade de ler poemas e fazer dessa leitura um hábito de lazer e conhecimento. Palavras Chave: Leitura; Poesia; Poemas; Biblioteca Escolar.
09- REINAÇÕES DE MONTEIRO LOBATO: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA. Luciana Haddad Ferreira, Ana Luisa Bueno Sobral, Raquel Andrade Hofstatter, “Colégio Anglo Campinas Taquaral” Campinas-SP.
Ler história, vivenciá-las. Fazer da Literatura Infantil uma experiência rica e inesquecível. Com esse conceito em mente, nosso objetivo é relatar o percurso vivido por certo grupo de alunos dos anos inicias do Ensino Fundamental da cidade de Campinas, que deparam com o universo encantador da leitura através das obras de Monteiro Lobato.O trabalho com literatura aqui descrito não envolve apenas o livro e seu leitor. Muito alem disso, trata-se da relação entre a literatura, a escrita e diferentes pessoas que, através das historias lidas, conectam-se compartilham experiências,relacionam-se e interagem,formando uma teia de conhecimento que é desenhada dinamicamente. Palavras-chaves: Monteiro Lobato, literatura infantil, projetos literários.

SESSÃO III
Coordenação: Soraya Maria Romano Pacífico
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

1- O CANTO E O (EN)CANTO DO SABIÁ: MOVIMENTOS ENTRE AQUI E LÁ. Soraya Maria Romano Pacífico- USP, Lucília Maria Sousa Romão-USP.
Este trabalho fundamenta-se nos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de matriz francesa e pretende questionar a ilusão de monofonia, de sentido único das palavras; para isso, recorremos ao texto literário, Quando o sabiá canta, nossos males espanta, de Fátima Miguez, espaço da polissemia, da polifonia, defendendo que a escola pode trabalhar com a literatura e a construção de sentidos de uma maneira produtiva e prazerosa, buscando, nas possibilidades de interpretação dos textos, permitir que o aluno tenha acesso ao arquivo, ao interdiscurso e, não, reduzindo o trabalho com o literário à procura de rimas, de sinônimos, de paráfrases. Queremos mostrar que língua e literatura não estão separadas; que os sentidos não estão prontos; logo, o texto literário é o lugar fecundo para a constituição dos sujeitos e dos sentidos. Palavras-chave: Discurso, Sujeito, Interpretação, Polissemia.
2- RUTH ROCHA: TRAMAS DE HISTÓRIAS E HISTÓRIA ENTRECRUZADAS. Thaís Otani Cipolini, Maria Carolina Bovério Galzerani UNICAMP.
Esta comunicação visa apresentar minha pesquisa de mestrado, na qual dialoguei com as obras literárias da autora brasileira Ruth Rocha, relacionando-as ao contexto histórico em que estão inseridas, isto é, desde 1976 – ano de publicação de seu primeiro livro, “Palavras muitas palavras”, até 2005, ano de lançamento do livro “Um cantinho só pra mim”. Durante a pesquisa percebi alguns fios constantes, mas que se modificavam conforme o contexto histórico brasileiro no qual a autora (conjuntamente com os editores, ilustradores e tantos outros personagens) produzia(m) os livros. Os livros são, desde modo, enfocados como documentos históricos e, como tais, portadores de re-significações das experiências vividas pela autora no período em questão. Para tal pesquisa, baseei-me nos referenciais teóricos do historiador inglês Edward Palmer Thompson (1987, 1988 – 1989, 2002), do filósofo alemão Walter Benjamin (1989, 1994, 1996) e do historiador inglês Peter Gay (1988, 1999). Palavras-chaves: Ruth Rocha, literatura infantil, história nova, experiência dos sentidos.
3- LITERATURA INFANTIL E PEDAGOGIA: REFLEXÕES A RESPEITO DA FORMAÇÃO DE UMA NOVA MENTALIDADE LEITORA. Daniella Cristini FERNANDES (G - UFMS/CPTL), Vanessa Feitosa BARBOSA (G - FMS/CPTL), Viviane dos Santos SILVA (G - UFMS/CPTL).
A literatura infantil propicia ao leitor a fruição de emoções e uma gradativa conscientização dos valores e desvalores defrontados no convívio social. Entretanto, muitas vezes a prática escolar impossibilita o potencial educativo inerente à leitura literária. Neste espaço teórico e, com base em textos de Nelly Novaes Coelho e Regina Zilberman, nos propomos refletir sobre a urgente necessidade de aproximação entre prática pedagógica e gênero literário, em benefício da formação de uma nova mentalidade leitora. Palavras-chaves: literatura infantil, prática pedagógica, reflexão, mentalidade leitora.
4- CAMINHOS PARA O ENCONTRO COM A LITERATURA: o espaço biblioteca e a formação do leitor em uma instituição não-governamental do noroeste do Paraná. Andréia Cristina Cruz (UEM), Rosa Maria Graciotto SILVA (Orientadora – UEM).
Este trabalho apresenta um estudo sobre a leitura do texto literário em uma instituição não-governamental situada em município do noroeste do Paraná. Esta instituição atende, em contra turno escolar, adolescentes de doze a dezoito anos e se propõe a desenvolver atividades que possam contribuir com a promoção do ser humano. Dentre estas atividades, pode-se destacar o incentivo à educação formal – Ensino Fundamental e Médio – e o anseio em desenvolver atividades ligadas à arte e à cultura como a dança, teatro, esportes e a leitura do texto literário. Esta última desempenha papel importante, pois, de acordo com Antonio Candido (1972), a literatura apresenta função humanizadora. O que corrobora a proposta de promover, em vários aspectos, o adolescente atendido pela instituição. Esta entidade inaugurou, há pouco, sua sede própria construída com donativos oriundos de uma comunidade alemã. Apresenta uma estrutura física bastante propícia à realização do trabalho com a literatura, em especial neste trabalho, destaca-se a biblioteca da instituição e a maneira com que o trabalho desenvolvido na mesma. Palavras-chave: Literatura – Formação do Leitor – Biblioteca.
5- Armadilhas no Ensino de Literatura Infanto-Juvenil. Fernanda Cristina Ribeiro Faria, Édima de Souza Mattos, Universidade do Oeste Paulista- Unoeste – Presidente Prudente S/P.
Muito se tem pesquisado sobre o reduzido consumo de livros e a problemática de uma leitura intelectiva. Tal fato torna-se um problema para a escola que, atualmente, é a única responsável pela difusão da leitura e, principalmente da Literatura, afinal é o lugar onde se aprende a ler e a escrever e, conseqüentemente, a explorar a Literatura. Há diversos estudos que tentam identificar e compreender este problema, mas diante da complexidade acerca das armadilhas que envolvem o ensino da Literatura Infanto-Juvenil decidimos fazer um estudo enfocando as práticas pedagógicas e metodológicas utilizadas pelos professores durante o processo educativo em questão. Palavras-chaves: metodologias, práticas pedagógicas, ensino, Literatura Infanto-Juvenil.
6- COM-FABULANDO E HQs: UMA POSSIBILIDADE NA FORMAÇÃO DE LEITORES E ESCRITORES. Silvana Ferreira de Souza, Renata Junqueira de Souza, EMEF ”Jair Luiz da Silva” – Junqueirópolis/SP e UNESP- Presidente Prudente-SP.
A presente comunicação visa compartilhar a experiência realizada em uma 3ª série do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Junqueirópolis, que por meio de um projeto de leitura e escrita intitulado “Com-fabulando” que tinha por objetivo estimular a leitura e a escrita nos participantes. Por meio de algumas Histórias em Quadrinhos (Maurício de Souza) foram introduzidas fábulas de Esopo e de Jean de La Fontaine para as crianças, que a partir destas, realizaram atividades de leitura e escrita. Nas atividades de escrita os alunos puderam realizar o reconto das fábulas, o que permitiu o aperfeiçoamento na utilização dos mecanismos de coesão e coerência; possibilitando o trabalho com intertextualidade (Koch e Travaglia, 2003; Koch e Elias, 2006). Encerramos as atividades utilizando as produções dos próprios alunos para realizar a revisão e reescrita com objetivo de fazer com que os discentes se sentissem satisfeitos com os resultados de seus textos no final do processo. (PCN, 1997; Geraldi, 2006). Palavras-chaves: Leitura, Produção de Texto, Texto Narrativo.
7- TRÊS MUNCÍPIOS E UMA PESQUISA: PERFIL CULTURAL DE PROFESSORES LEITORES, Renata Junqueira de Souza e Dagoberto Buim Arena, Centro de Estudos de Leitura e Literatura Infantil e Juvenil, UNESP.
Esta pesquisa tem por objetivo estudar a contribuição que pode oferecer a literatura infantil e juvenil para a efetiva formação do leitor, nas suas relações com o aprendizado da Língua Portuguesa, abrangendo aspectos ligados à produção de textos e à reflexão sobre os conhecimentos lingüísticos em escolas de Portugal e da região Oeste do Estado de São Paulo, no Brasil. Para este evento, será apresentado um recorte da primeira fase da pesquisa que coletou dados quantitativos por meio de uma pesquisa etnográfica. Trabalhamos com 901 docentes das cidades de Assis, Presidente Prudente e Marília, para verificar entre outros aspectos, qual o perfil cultural deste professor: o que lê, quais livros compra; a que filmes assiste, como assiste e, conseqüentemente, como o acesso e apreciação das diversas manifestações culturais podem interferir na escolha e na circulação de livros de literatura infantil e juvenil. Palavras-chaves: cultura, leitura, literatura infantil e juvenil, formação decente.
8- LITERATURA INFANTIL NA ALFABETIZAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO. Simone Rezende S. Vicente, Marcela Mendes Monteiro, Rute Gomes N. da Silva e Jaqueline Maria de Oliveira, Maria Jussara Zamarian e Gabriela Fiorin Rigotti, Faculdades Integradas Maria Imaculada (Mogi Guaçu-SP).
Neste estudo, pretende-se atentar para as formas como a literatura infantil vem sendo utilizada nas salas de aula de nossa educação formal, transformando-se de acordo com o currículo corrente e remodelando os processos de alfabetização escolar. Para tanto, selecionou-se três projetos de trabalhos da EMEF “Antonio Giovani Lanzi” (Mogi Guaçu-SP), os quais foram estudados tentando-se compreender como alfabetização e literatura poderiam unir-se, modificando e complementando uma à outra. Conclui-se que ambas, literatura e alfabetização, podem e devem caminhar juntas, pois assim a alfabetização se tornaria mais acessível e lúdica, enquanto a literatura se comporia como forma de expressão para os alunos. Palavras-chaves: literatura infantil, alfabetização, escola.
9- CONTAR HISTÓRIAS: METODOLOGIA DE APOIO AO ENSINO-APRENDIZAGEM. Regina Clare Monteiro, Anhanguera Educacional – Campinas/SP, Marcelo Messias da Silva – Faculdade Comunitária de Campinas – Campinas/SP.
De acordo com o MEC, 55% dos alunos do ensino fundamental apresentaram, com relação à Língua Portuguesa, desempenho crítico e muito crítico (dados SAEB – Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica). Esse dado é alarmante, pois tais alunos levarão consigo, para os anos posteriores, este mau desempenho, acarretando prejuízos futuros em toda a sua formação educacional. Esta pesquisa, visando despertar o interesse dos alunos de 5ª a 8ª séries do ensino fundamental para a leitura, pretende, através da contação de histórias, expandir o universo social e cultural desses alunos, face à exposição de textos diversos, entre contos de fadas, mitos, lendas, entre outras atividades elaboradas a partir da literatura. Para tanto, selecionou um grupo de controle entre sujeitos de um trabalho comunitário realizado pela instituição educacional a qual os pesquisadores são vinculados, que oferece a crianças e adolescentes diversos cursos e/ou reforço escolar. Os resultados parciais caminham no sentido de comprovar a hipótese levantada de que, pré-adolescentes e adolescentes expostos, com regularidade, à literatura lúdica apresentam melhora no seu desenvolvimento integral e, conseqüentemente, no desempenho escolar. Palavras-Chaves: Literatura e Ensino; Contação de Histórias; Literatura e Escola.

SESSÃO IV
Coordenação: Marcela Afonso Fernandez
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

1- FORMANDO COMUNIDADES DE PROFESSORES-LEITORES. Marcela Afonso Fernandez, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- Rio). Marilene da Silva, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC- Rio)
Esta comunicação visa compartilhar as experiências realizadas no Projeto Formando Comunidades de Professores-leitores, desenvolvido no Curso de Pedagogia na modalidade à distância (CEDERJ - UNIRIO). Objetiva oferecer ao aluno-professor vivências de produção de sentidos, por intermédio da apropriação do texto literário, além de favorecer a compreensão dos conceitos de leitura, leitor e literatura numa perspectiva ampliada (Silva, 2003; Paiva, Maciel, 2005; Coelho, 2000; Lajolo, 1993). Nas oficinas propostas, pautadas em conteúdos vinculados a disciplina Literatura na Formação do Leitor, esses alunos são estimulados à apreciação estética, à ampliação do repertório de leituras e à análise e à reflexão sobre as práticas culturais de leitura e escrita do texto literário como sujeitos-leitores. Palavras-chaves: Leitura, formação de professores-leitores, Literatura infanto-juvenil, educação.
2- AS CONTRIBUIÇÕES DE CECÍLIA MEIRELES PARA A LEITURA E A LITERATURA INFANTIL. Cristiane Silva Mélo e Maria Cristina Gomes Machado, Universidade Estadual de Maringá.
Trata-se de uma discussão acerca da atuação de Cecília Meireles (1921-1964) na literatura infantil brasileira, com destaque para questões relacionadas à leitura e à literatura na infância. Pressupõe-se que a leitura é um instrumento essencial na vida do homem, sendo que sua aprendizagem e prática possibilitam ampliação do conhecimento de mundo e acesso às formas de comunicação necessárias à vida em sociedade, deve assim iniciar-se na educação infantil. A autora destacou a necessidade de escrever especificamente para crianças com vistas ao seu pleno desenvolvimento. Escreveu artigos jornalísticos, pronunciou conferências, escreveu poesias, livros, peças teatrais e cantigas de roda de maneira que sua produção literária, em especial, as direcionadas à infância, é uma referência aos educadores que trabalham a leitura em salas de aula da educação infantil. Palavras-chave: Educação; Educação Infantil; Leitura; Literatura Infantil; Cecília Meireles.
3- BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS A PARTIR DA LEITURA DE UM POEMA DE MANOEL DE BARROS. Massillania Ferreira Gomes, Maria Marta Nóbrega, UAL/UFCG – Campina Grande-PB.
Esta comunicação tem por objetivo comparar e analisar experiências realizadas a partir de uma seqüência de leitura – tendo por base um texto de Manoel de Barros – aplicada em duas turmas de 4ª série do Ensino Fundamental de uma escola pública do município de Campina Grande-PB. O texto escolhido foi “O menino que carregava água na peneira”, que se encontra no livro Exercícios de ser criança (1999), do autor já citado. As brincadeiras, os brinquedos e as atitudes dos personagens foram trazidos para fora do texto, com o objetivo de fazer com que as crianças vivenciassem – tanto concreta quanto abstratamente – as experiências do menino. Durante a experiência, os leitores mergulharam no texto, vivenciando-o, como sugere a poética do autor. Utilizamos como aparato teórico Cosson (2006) e Pinheiro (2000). Palavras-chave: leitura – literatura infantil – Manoel de Barros.
4- BAÚ LITERÁRIO: UMA PRÁTICA LEITORA NAS ESCOLAS. Ana Paula Degani e Camila Moura. “Organização não-governamental Ação Comunitária do Brasil/RJ”.
A comunicação visa apresentar a metodologia do Projeto Baú Literário implementada nas escolas municipais do RJ, nas comunidades de Vila do João e Cidade Alta. Através de agentes de leitura da ONG Ação Comunitária do Brasil/RJ são desenvolvidas, semanalmente, atividades de contação de histórias (Abramovisch, 1999) com crianças, de 06 a 12 anos, visando despertar o gosto pela leitura e ampliação do repertório literário dos participantes. A partir de linguagens diversificadas - músicas, vídeos, livros de imagens, fotografias e textos em linguagem verbal - são desenvolvidas, de forma lúdica, atividades de leitura. Ao final de cada encontro os educandos têm a oportunidade de livre manuseio do acervo. Os resultados vão desde melhora no rendimento escolar à disciplina. Os alunos constroem e ilustram histórias, participam ativamente das narrativas, brincam enquanto o gosto pela leitura é despertado (Pennac, 1998). Palavras-chaves: leitura, contação de histórias, oralidade.
5- LAMPIÃO QUEBRANDO ARMADILHAS NO SERTÃO. Renálide de Carvalho Morais, Ana Cristina Marinho Lúcio, UFPB.
Apresentamos nessa comunicação algumas reflexões sobre a forma como Heloisa Prieto, em seu livro Terra - Lampião e a Baronesa, imprime um caráter de lenda às narrativas das façanhas do cangaceiro Lampião. O Lampião do livro de Heloísa consegue escapar das armadilhas das classes dominantes e da polícia e chegar até as mãos das crianças leitoras. O que importa, nesse livro, é a voz do contador de histórias cuja função é de não deixar morrer a imagem de Lampião. A dimensão lendária diz muito do modo como a tradição oral é passada de boca em boca e de como o povo vai criando-recriando seus mitos. Faremos um contraponto entre algumas narrativas sobre a vida de Lampião, presentes em folhetos de cordel nordestino, e o texto de Heloisa Prieto, tomando como referências as idéias de Jolles sobre a lenda e o mito. Palavras-chaves: Lenda, tradição oral, literatura infantil.
6 - DE MÃOS DADAS LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NO ENSINO FUNDAMENTAL ANTES QUE O MUNDO ACABE. Érika de Cássia Martins Aguiar, UNESP – Assis.
Além de realizar uma leitura panorâmica de Antes que o mundo acabe (2000), do escritor contemporâneo Marcelo Carneiro da Cunha (1957), o trabalho em questão visa apresentar algumas impressões de leitura da obra por alunos das séries finais da Rede Pública de Ensino Fundamental. Foram entrevistados estudantes da 7.a série da E.E. Horácio Soares, da zona urbana da cidade de Ourinhos (SP), e estudantes da 8.a série da E.E. Santo Hino, da zona rural da cidade de Cândido Mota (SP). A pesquisa procura descrever e analisar o grau de adesão ou rejeição dos alunos em relação à obra, comparando e discutindo aspectos gerais do processo de recepção literária entre as turmas. Palavras-chave: Leitura, Literatura Juvenil, Recepção, Marcelo Carneiro da Cunha, Didática da Leitura, Formação do Leitor.
7 - O QUE SE CONTA NOS CONTOS DE FADAS? ALGUMAS REFLEXÔES A PARTIR DOS CONSTRUCTOS DE BOURDIEU. Mariane Ellen da Silva, Universidade Federal de Uberlândia
Trata-se de um estudo sobre os contos de fadas, suas particularidades narrativas e os constructos sobre violência simbólica e habitus. Para isto, buscou estabelecer um diálogo entre as histórias infantis clássicas e a presença desses construtos no campo do imaginário infantil, a partir do referencial teórico de Pierre Bourdieu, Regina Zilbermam, Marisa Lajolo, dentre outros, para o cotejamento analítico dos seguintes contos de fadas: O Chapeuzinho Vermelho e Borralheira O sapatinho de vidro de Charles Perrault, textos na intera. As primeiras análises sinalizam que, para além do uso didatizante dos contos de fadas, há indícios de uma violência que se apresenta de forma “doce”, em um movimento de persuasão. Nesse sentido, o conceito de violência simbólica se presentifica na legitimidade e adesão dos dominados, através de punições, sanções, aceitações de regras, impedimento de conhecer direitos, imposição da cultura adulta sobre a infantil. Pode-se considerar relevante este trabalho por contribuir para novos olhares sobre os contos de fadas no imaginário infantil. Palavras-Chaves: literatura infantil – violência simbólica – contos de fadas – habitus
8 - FIGURAÇÕES DA LEITURA: ANÁLISE DOS CARTUNS PUBLICADOS NA SEÇÃO “LIVROS” DA REVISTA NOVA ESCOLA (RNE). Maria dos Anjos Lopes Viella (Universidade Comunitária Regional de Chapecó- Unochapecó.; Valdir Prigol, (Universidade Comunitária Regional de Chapecó- Unochapecó, e Simone Basso (Universidade Comunitária Regional de Chapecó- Unochapecó.
Este projeto busca compreender as figurações de leitura colocadas em cena nos cartuns publicados na seção “Livros” da Revista Nova Escola, no período de 1986 a 2006, assim como entender, a partir destas figurações, a política de formação de leitores construída e divulgada pela revista nestas duas décadas, a partir do humor. Palavras-chave: Leitura, figurações de leitor, figurações de leitura.

SESSÃO V
Coordenação: Maria José Batista de Lima
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01- A RECEPÇÃO CRÍTICA À OBRA ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, APÓS A ADAPTAÇÃO DE MONTEIRO LOBATO. Maria José Batista de Lima, FAISA – Faculdade de Ilha Solteira, SP.
Este trabalho se propõe compartilhar um estudo realizado sobre a obra Alice no País das Maravilhas, adaptada por Monteiro Lobato, em 1960. O objetivo é organizar cronologicamente estudos dedicados às versões brasileiras desta adaptação. A metodologia adotada foi a pesquisa bibliográfica; que voltou-se para as produções sobre literatura Infanto-Juvenil (Coelho, 1991; Lajolo e Zilberman, 1991), assim como para outras versões desta obra. Para tanto, realizou-se levantamento acerca do tema, mapeando as pesquisas realizadas no Brasil, tendo por objeto a obra de adaptação de Lobato. Trata-se de um trabalho (ainda em desenvolvimento) que cobre a recepção crítica sobre Alice no País das Maravilhas que surgiram no Brasil, em especial, após a adaptação efetivada por Monteiro Lobato, cuja obra marca um novo momento na literatura Infanto-Juvenil brasileira. Palavras-chave: Adaptação; Literatura Infanto-Juvenil; Monteiro Lobato; Alice no País das Maravilhas.
02- A FÁBULA E SUAS ARMADILHAS. Regina Silva Michelli. Faculdade de Formação de Professores – UERJ.
A fábula configura-se uma narrativa que apresenta uma moral, geralmente destacada ao final do texto. Esta conceituação interage com a noção do divertir e do instruir: de um lado temos a história que distrai as crianças, envolvendo animais que falam e simbolizam as virtudes e os defeitos humanos; de outro, a transmissão dos valores ideológicos da sociedade, segundo o momento de produção. Este trabalho pretende deter-se na análise da fábula escrita em língua portuguesa, em três momentos. O primeiro caracteriza-se pela abordagem da obra O Livro de Esopo, fabulário português medieval encontrado em 1900 por José Leite de Vasconcellos, onde se observa a obediência a ideais consagrados pelo poder. Em Lobato, relativizam-se as verdades absolutas, questionando-se o conformismo. Já em Millôr, último autor eleito, o humor e a ironia perpassam o texto, numa clara ruptura com a tradição. A leitura da fábula exige, portanto, um leitor perspicaz e competente, que não se deixe ludibriar pelas armadilhas lançadas. Palavras-chaves: fábula, O Livro de Esopo, Lobato, Millôr.
03- A LITERATURA INFANTIL DE MONTEIRO LOBATO NA ARGENTINA: ROMPENDO BARREIRAS LITERÁRIAS, LINGÜÍSTICAS E DE LEITURA. Thaís de Mattos Albieri – IEL/Unicamp/FAPESP.
Monteiro Lobato (1882-1948) teve sua Obra Completa – Série Infantil – publicada em espanhol, na década de 1940 por diversas editoras de Buenos Aires e sob o comando do argentino Juan Ramón Prieto. O escritor brasileiro, por sua vez, participou ativamente do processo de escolha de tradutores, ilustradores, e divulgadores de sua obra para crianças, visando principalmente o universo escolar. Tais intervenções lobatianas podem ser conferidas nos livros publicados na Argentina e nas cartas trocadas entre o escritor e editor, que fazem parte do Acervo do CEDAE (IEL/Unicamp) e da Biblioteca Infanto-Juvenil Monteiro Lobato. Neste sentido, a pesquisa de doutorado, ainda em curso, apresenta dados interessantes da troca literária e social realizada entre Brasil e Argentina através da figura de Monteiro Lobato e de seus pares no país vizinho.Palavras-chaves: literatura infantil, Monteiro Lobato, livros, literatura.
04- LITERATURA, CIÊNCIA E EDUCAÇÃO. Rosane de Bastos Pereira. Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
Esta comunicação tem como objetivo apresentar os resultados da dissertação de mestrado Memórias do Visconde de Sabugosa, apresentada emdezembro de 2006 à Faculdade de Educação da Unicamp. Nesta pesquisa foi acompanhada e analisada a trajetória do personagem (Candido, 1995) Visconde de Sabugosa na obra de José Bento Monteiro Lobato (1882-1948) como representação do homem de ciência (Chartier, 1991). Tomou-se como referência os 22 títulos que integram a obra Sítio do Picapau Amarelo (Lobato, 1957, Obras Completas da Brasiliense). O Visconde de Sabugosa está presente na maioria das histórias e a investigação desse personagem revela suas variadas facetas, bem como o movimento da ciência no Sítio. À medida que a obra é estudada, é possível estabelecer relações entre as várias concepções científicas do autor e a construção do personagem, reflexos do contexto histórico na criação literária lobatiana. Palavras-chaves: Monteiro Lobato; ciência; educaçãsm08ss05_04o.
05- A UNIÃO PERFEITA ENTRE LÍNGUA E LITERATURA POR MONTEIRO LOBATO EM EMÍLIA NO PAÍS DA GRAMÁTICA. Patrícia Scarabotto Nasralla.
O pré–modernista Monteiro Lobato criou uma narrativa extremamente envolvente e interessante na obra “Emília no país da gramática”, a qual proporciona a criação de uma nova metodologia voltada ao ensino de Língua e Literatura. Para isso, analisou-se essa diégese, cujo enredo propiciou parâmetros para a formulação de um novo modelo de aulas de Língua Portuguesa, em que o aprendizado é trabalhado de uma forma lúdica. De acordo com a análise, notou-se que os aprendizes ficaram muito mais interessados no conteúdo e passaram a compreender que, pode se aprender gramática e obter gosto pela leitura brincando e trabalhando a imaginação. Palavras-chaves: Língua; Literatura; metodologia; lúdico.
06- A CASA DA MADRINHA NA ESCOLA. Michelle Rubiane da Rocha Laranja, UNESP / IBILCE – São José do Rio Preto - SP.
Nesta comunicação, discutiremos os diferentes tipos de relação professor-aluno presentes em A casa da madrinha (1978), de Lygia Bojunga. Para isso, contrastaremos as diferentes posturas pedagógicas apresentadas, focando suas conseqüências no aprendizado. Se, por um lado, temos a professora de Alexandre que, com sua maleta, valorizava toda espécie de manifestação cultural das crianças, temos, por outro, a “Escola Osarta do Pensamento”, que apenas admitia que os alunos dessem opiniões literalmente filtradas segundo seus moldes. Consideramos, portanto, esse texto uma ferramenta importante para aulas de literatura infantil porque a história do garoto que busca, sem abrir mão do sonho e da fantasia, seu lugar na sociedade brasileira – preconceituosa e excludente – proporciona uma profunda reflexão, despertando o senso crítico diante de temas que, metaforicamente, referem-se a ensino e cultura no Brasil. Palavras-chaves: A casa da madrinha, relação professor-aluno, manifestações culturais, ensino de literatura infantil.
07- DE LYGIA BOJUNGA A SEUS LEITORES: DIÁLOGOS POSSÍVEIS. Rosa Maria Graciotto Silva , Universidade Estadual de Maringá,PR.
No contexto da literatura infantil e juvenil brasileira, Lygia Bojunga apresenta-se com uma produção ficcional que tem angariado louvores da crítica nacional e internacional, destacando-se pela abordagem de temas sociais, reveladores da vida contemporânea. Considerando que essa sintonia entre o mundo representado e o mundo real propicia que o leitor tenha uma melhor compreensão de si mesmo, assim como o auxilia no diálogo que estabelece com os seus pares na sociedade, é que procuramos evidenciar em Seis vezes Lucas, obra publicada em 1995, o processo de construção da personagem criança, em sua singularidade e em sua interação com o outro.Palavras-chave: leitura, literatura. leitores, personagem - criança.
08- A VIVÊNCIA E A INVENÇÃO NA PALAVRA LITERÁRIA. Cleide da Costa e Silva Papes, Jundiaí-SP.
A presente comunicação apresenta a força sutil da palavra literária para romper as armadilhas humanas na vivência diária, com o poder de libertar o seu destinatário para um horizonte de autêntica relação afetiva e autoconhecimento. Focalizando o SER e o TER na obra de Lygia Bojunga (Brasil) e Alice Vieira (Portugal), este trabalho traça um paralelo entre a criação literária e o processo de ler para abrir uma perspectiva de superação com que o ser humano pode reinventar a realidade através da Literatura Infantil e Juvenil. A palavra literária, sendo criadora e plurissignificativa, revela a vida e o homem, com todas as suas estratégias para vencer a facticidade terrena, e o ajuda a fundar os valores com os quais será possível formar-se o ser integral. Ela contém a chama renovadora da arte e sempre expressa a vivência e a invenção humana em todos os tempos. Palavras-chaves: criação literária, leitura, humanização, afetividade, integralidade.
09- A PERSONAGEM A PROCURA DE SI E OS NÍVEIS DE NARRAÇÃO EM O CASAMENTO DE MINHA MÃE, DE ALICE VIEIRA. José Batista de Sales, UFMS.
A comunicação explora os recursos narrativos, como a organização temporal (presente e passado), foco narrativo e fluxo de consciência como elementos estruturais da obra O casamento de minha mãe, de Alice Vieira (2005). E tem como objetivo demonstrar a complexidade da obra como instância do processo de construção de identidade da personagem e conseqüentes efeitos de sentido no processo de leitura, no universo da literatura infantil. Palavras-chaves: literatura infantil, família, literatura portuguesa, Alice Vieira.

SESSÃO VI
Coordenação: Márcia Lorca Ventura
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

1- A LITERARIEDADE EM LIVROS INFANTO-JUVENIS. Márcia Lorca Ventura, Centro Universitário Toledo de Araçatuba.
Com o enorme apelo comercial e a grande influência das editoras, os livros infanto-juvenis não seguem a me>dida literária na produção de seu texto, convertem-se em embrulhos de idéias que garantem a venda e o lucro do editor. Assim, fica atualmente sendo muito complicado encontrar uma obra arquitetada sobre as facetas da literariedade. A presente comunicação objetiva apontar alguns mecanismos que auxiliem a identificação da questão artística em livros dessa natureza, tomando como base a análise da obra Luna Clara & Apolo Onze, de Adriana Falcão. Ao analisar a estrutura narrativa e uso da linguagem poética desta obra, podem-se compor os preceitos para definir o que vem a ser um “bom” livro para o público infanto-juvenil. Palavras-chaves: literariedade, livros infanto-juvenis, linguagem literária.
2- A PRODUÇÃO LITERÁRIA INFANTO-JUVENIL DE VIVINA DE ASSIS VIANA: UM ESTUDO DE SUA PRODUÇÃO E RECEPÇÃO. Andréia Nogueira Hernandes, Universidade Estadual de Londrina – UEL.
A pesquisa que vem sendo realizada com Vivina de Assis Viana (1940), escritora contemporânea de literatura infanto-juvenil, proporcionou, em 2005, uma entrevista que muito colaborou para o desenvolvimento do projeto, disponibilizando dados que são de caráter inovador para a pesquisa: a) ligadas ao contexto da produção; b) relativas a experiências de vida que a inspiraram a escrever algumas de suas obras, como O rei dos Cacos c) depoimentos sobre a ancoragem de algumas personagens na realidade imediata, como no caso de Cuca, o ex-aluno apaixonado, em Suando Frio; d) a correspondência verdadeira entre os autores de Ana e Pedro: cartas; e) relatos sobre a receptividade de sua produção literária. A análise destes aspectos visa colaborar para o enriquecimento da pesquisa e entendimento do projeto literário de Viana. Palavras-chave: Vivina de Assis Viana; literatura infanto-juvenil; produção literária.
3- TEORIA LITERÁRIA, LEITURA E LITERATURA INFANTO-JUVENIL: A CRIAÇÃO LITERÁRIA DE RICARDO AZEVEDO. Penha Lucilda de Souza Silvestre, E.E.Nicola Martins Romeira, Ribeirão do Sul-SP.
Ricardo Azevedo escreveu, ilustrou livros para várias editoras, publicou ensaios e concedeu diversas entrevistas para revistas literárias. Ganhou prêmios literários importantes e foi traduzido para diversas línguas.Hoje, Azevedo constitui-se um escritor significativo no panorama editorial da literatura infanto-juvenil. O conjunto de sua obra abrange um grande número de títulos que incluem narrativas em prosa e em verso, realiza incessantes pesquisas sobre o folclore que resultam em várias antologias sobre a cultura popular. Trata-se de um autor reconhecido pela crítica especializada. Esta comunicação visa a reflexão sobre sua produção literária e a recepção de seus textos. Além disso, pretende-se fazer uma apresentação geral do escritor e discutir a natureza emancipatória de suas obras. Palavras-chaves: Literatura infanto-juvenil, teoria literária, recepção crítica, Ricardo Azevedo.
4- A PÓS-MODERNIDADE E A LITERATURA INFANTIL: ABORDAGENS DA OBRA “ATRÁS DA PORTA”, DE RUTH ROCHA. Vivianny Bessão de Assis, UFMS/CPTL.
O objetivo desse estudo pauta-se na investigação de elementos da pós-modernidade na referida obra infantil. Sua proposta visa o despertar de interesses pueris para entrada no universo letrado, sugerindo práticas de leitura muito achegadas à diversão e ao prazer trazidos pela vivência junto aos livros. A valorização do conhecimento, a revisitação do passado e a discussão dialética entre “grande narrativa” X “múltiplas narrativas” integram características do sujeito cosmopolita, historicizado pela hibridez cultural que são referenciadas pela figura central do personagem Carlinhos. Para tal análise, recorro ao referencial teórico baseado em Bhabha (1998), Hutcheon (1991), Coelho (2000), entre outros, na perspectiva de verificar como a presente literatura revela questões da contemporaneidade. Palavras-chaves: leitura, literatura infantil, pós-modernidade.
5- PALAVRAS POUCAS... HISTÓRIAS MUITAS... Danusia Apparecida Silva, Universidade do Planalto Catarinense Lages-SC.
O livro Abrindo caminho, de Ana Maria Machado, de forma concisa e lúdica representa os obstáculos que personagens importantes tiveram em suas vidas. Suas ações e situações vivenciadas ampliaram o mundo, romperam dogmas e provaram que a evolução é um sempre contínuo. Isentas de preocupação pedagógica as histórias subjacentes a cada verso como “No meio do caminho de Dante tinha uma selva”, encerram conhecimento, ficção e diversão. O trabalho desenvolvido tem como objetivo a proposição da Literatura Infantil e Juvenil na perspectiva da ampliação do conhecimento científico do mundo e a conquista dos valores, idéia e criatividade, que se encontram em gestação nas cabeças dos leitores. Palavras-chaves: conhecimento científico, descobertas, invenções, ficção.
6- SOBRE O SER ESCRITOR NO DISCURSO DE ANA MARIA MACHADO. Simone Michelle Silvestre, Faculdade de Educação, Grupo ALLE - Alfabetização, Leitura e Escrita, Universidade Estadual de Campinas.
Para esta pesquisa, quisemos entender como uma representante da literatura infantil e infanto-juvenil, que escreve tanto para adultos quanto para crianças, Ana Maria Machado, projeta-se como escritora. Mais especificamente, objetivamos analisar no material textual não-ficcional de sua autoria - autobiografia - quais são os traços que em seu discurso aparecem associados à figura do escritor. Vimos que Machado seleciona aspectos que estão ligados ao bom leitor, ao escritor-aprendiz, desde muito cedo, ao escritor profissional que busca ser reconhecido através da sua escrita, àquele que preza pela prática de determinado tipo de escrita. Palavras-chaves: Ana Maria Machado; Autobiografia; Leitura e Escrita.
7- O DISCURSO MONOLÓGICO NA OBRA “AS MENINAS EXEMPLARES”, DA CONDESSA DE SEGÚR. Camila Flessati, Universidade de São Paulo-USP.
O presente trabalho visa mostrar a relação entre os discursos monológicos presentes na obra As meninas exemplares, da escritora Condessa de Ségur, e o público a quem esse livro se dirigia, bem como o contexto em que estava inserido. A partir desses fatores e das influências geradas por essa obra, pode-se compreender o porquê desse texto ser considerado um marco na literatura infantil e juvenil, conforme já destacou Nelly Novaes Coelho. É possível ainda, por contraposição, verificar a transculturação do mundo contemporâneo e o dialogismo na sociedade do século vinte. Palavras-chaves: discurso, mulher, literatura infantil e juvenil.
8- LEITURA, LITERATURA E FORMAÇÃO DO LEITOR NA ESCOLA. Benedito Antunes, UNESP.
Com base na recepção do livro juvenil As Meninas da Praça da Alfândega (1994), de Sérgio Capparelli (1947-), a comunicação aborda as possíveis barreiras que impedem a leitura proveitosa da literatura na escola e indica aspectos temáticos e compositivos que podem ser explorados com vistas à formação do leitor literário. A leitura foi proposta a alunos da última série do Ensino Fundamental de uma escola pública do Estado de São Paulo que deveriam, em seguida, elaborar um resumo e um comentário do livro. Os resultados revelam uma leitura pouco motivada e precária do livro e apontam para a complexa tarefa de educar para a leitura literária. Considera-se, para essa tarefa, que o prazer da leitura, baseado na liberdade de escolha, só se obtém mediante preparação técnica e didática que contemple, mesmo em nível não-especializado, os principais elementos de que se constitui uma obra literária.Palavras-chave: literatura juvenil, formação do leitor, leitura na escola, ensino de literatura.
9- A LEITURA DOS CLÁSSICOS DA LITERATURA INFANTIL NOS CONTOS ATUAIS. Mariângela Polacchini Zanella, Colégio Puríssimo Coração de Maria Rio Claro – SP.
Esta comunicação pretende refletir sobre práticas de leitura mais significativas, como forma de o educador aproximar literatura e futuros leitores. A leitura pode ser incorporada ao leitor quando este busca penetrar no sentido do texto, que não é único, mas é múltiplo dentro de sua própria razão. E esta incorporação do texto faz com que ele sobreviva no leitor (LARROSA, 2004). Para ilustrar esta prática de leitura elaborei um estudo relacionando duas obras: a clássica O Pequeno Polegar, de Charles Perrault e a contemporânea A maior flor do mundo, de José Saramago. A intenção é estabelecer pontos em comum entre as obras, destacando a influência dos clássicos nos textos atuais, proporcionando que o leitor realmente penetre no texto e se permita a uma experiência de leitura tal qual Jorge Larrosa propõe. Palavras-chaves: práticas de leitura, experiência de leitura, intertextualidade.

SESSÃO VII
Coordenação: Daniela Bunn
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

1- LITERATURA INFANTIL – A LEITURA, O CORPO, A IMAGEM. Daniela Bunn.
Esta comunicação visa compartilhar experiências de leitura (letra, corpo, imagem) presenciadas como orientadora de estágios de Língua Portuguesa e Literatura no Ensino Fundamental em algumas escolas de Florianópolis. A comunicação mostra resultados positivos da híbrida relação entre leitura, literatura infantil, teatro e artes plásticas burlando as armadilhas de um ensino mecanizado e sem criatividade tendo como pano de fundo os preceitos de Gianni Rodari. Entram em cena no palco lúdico e fantástico da literatura autores e personagens, fábulas, contos de fadas: Chico Buarque e Chapeuzinho Amarelo, Monteiro Lobato e Hércules, Ziraldo e a professora maluquinha, Rodari e o povero ane, Vinicus de Moraes e a Arca de Noé, entre outros. Palavras-chaves: leitura, corpo, imagem.
2- REPRESENTAÇÕES DA LEITURA NA LITERATURA INFANTIL. Marcela Roberta Ferraro Ferreira. Unicamp.
No recente movimento de reflexões sobre as formas de apropriação do livro, proponho investigar as representações de leitura divulgadas nas obras de literatura infantil. Essa análise revela aspectos importantes sobre os modos de ler apresentados às crianças, o que acaba determinando comportamentos frente aos textos. Logo, as imagens da leitura, ao se colocarem como espelho para o leitor infantil, promovem certos usos dos livros que seriam típicos das crianças. Identificar quais protocolos e práticas de leitura são representados implica em investigar como estão sendo trabalhados os leitores em formação e também em questionar sobre as práticas que essa literatura não contempla e, portanto, não legitima.  Palavras-chaves: representações da leitura, literatura infantil, formação do leitor.
3- NARRATIVAS DE PROFESSORA: O ENCONTRO COM A LITERATURA ATRAVÉS DA ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS. Rita de Cássia Brêda Mascarenhas Lima, UNEB.
Esta comunicação objetiva partilhar experiências de contação de histórias desenvolvidas no curso de graduação para professores que já estão no efetivo exercício da docência. Considerando que muitos cursos de formação de professores ainda estão ancorados em modelos aplicacionistas e desenvolvem práticas de leitura que pouco favorecem a formação de leitores, busco, a partir da pesquisa que ora desenvolvo no Programa de Pós –Graduação em Educação/UNEB, resgatar as práticas culturais de leitura dos professores e professoras da comunidade rural de Arrodeador no município de Jaborandi-Bahia e compreender que efeitos as políticas de promoção de leitura têm produzido em seus percursos de formação e em sua itinerância docente. Palavras-chaves: práticas culturais de leitura, contação de histórias, políticas de promoção de leitura.
4- CONTAÇÃO DE HISTÓRIAS: QUEBRANDO PRECONCEITOS. Irene Zanette de Castañeda. UFSCar,SP.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência feita com alunos de uma disciplina chamada ACIEPE ( Atividade Curricular de Integração Ensino , Pesquisa e Extensão) do curso de Letras da UFScar). Os participantes de cursos diferentes aprendem a contar histórias,cuja temática relaciona-se a vários tipos de comportamentos , de certo modo, preconceituosos comuns entre algumas crianças. Esses comportamentos espelham a família, os colegas, a comunidade em que vivem. Tais comportamentos são expressos metaforicamente em livros de autores consagrados como forma de permitirem uma reflexão. São narrativas que motivam os leitores ( e ouvintes)a mudança de atitude e o resgate da auto-estima. As atividades foram realizadas em escolas da periferia e foram fundamentadas nos textos de Walter Benjamin,) 1985) "O Narrador", in Obras Escolhidas); Braz, 1999 ( Felicidade não tem cor); Corona, 1978, Preconceitos e estereótipos em professores e alunos; ARIÈS,1978,História Social da Criança e da Família Silva, Ezequiel ( 1998) Raiva e revolta em educação; Gonçalves e Silva ( 1997); O pensamento negro em educação no Brasil; Martins( 2002): Somos todos diferentes. E as narrativas: Penteado ( 2005) Lúcia já vou indo; Machado ( 2005):Menina Bonita do Laço de Fita; Rocha ( 2004): Romeu e Julieta. Este trabalho tem sido desenvolvido desde 2002 com resultados positivos como a maior interação, respeito e socialização entre as crianças. Palavras-chaves: contação, quebra de preconceitos, resgate auto-estima.
5- FLAGRANTES DE CONTAÇÕES DE HISTÓRIA EM ESPAÇOS EDUCATIVOS GAÚCHOS. Rosa Maria Hessel Silveira, PPGEdu-ULBRA e PPGEdu-UFRGS.
A partir do entendimento de que a contação de histórias constitui uma estratégia prestigiada para iniciar as crianças no gosto pela leitura, esta comunicação discute algumas dimensões trazidas por 70 relatos de situações de contação de histórias. Tais relatos, produto de observações de alunas de Pedagogia em espaços educativos de Porto Alegre e mais 12 municípios gaúchos, permitem a discussão: 1. dos tipos de materiais (histórias) escolhidos para a “hora do conto”; 2. das estratégias mais usadas pelos contadores de histórias; 3. da própria formação e atividade profissional dos contadores observados. As representações de criança e de literatura infantil podem ser aprofundadas a partir da análise dos 70 relatos e das entrevistas correspondentes com os contadores, os quais mostram a polifonia de discursos que sustentam a atividade.
Palavras-chave: literatura infantil – contação de histórias -
6- A ARTE LITERÁRIA E DRAMÁTICA DEFLAGRANDO UM PROCESSO DE LEITURA. Elmita Simonetti Pires, FAFIPA, Paranavaí-PR.
Atividades de leitura e expressão desenvolvem a capacidade de observação, percepção e imaginação, aptidões consideradas fundamentais para que cada um descubra o mundo, a si próprio e a importância da arte na vida humana. Partindo desse princípio elaborou-se um projeto com o objetivo de proporcionar aos participantes um contato efetivo com a leitura da literatura e com a arte dramática. Esta comunicação visa compartilhar alguns resultados obtidos a partir deste projeto de incentivo à leitura e estímulo para a arte-educação, desenvolvido com acadêmicos do 2° e 3° anos de Letras, no período de abril a novembro de 2006, ocasião em que lhes foi oferecido apoio teórico, laboratórios de expressão e contato com acervo da literatura infanto-juvenil. A última etapa do projeto constou de apresentações de leitura dramática de textos literários, concepção, elaboração e representação de peças teatrais para a comunidade acadêmica e alunos do ensino fundamental. Palavras-chave: literatura infanto-juvenil, teatro, promoção da leitura.
7- A ESCOLARIZAÇÃO DA LITERATURA INFANTIL: O ENCONTRO DA ARTE COM O SABER ESCOLAR? Maria Aparecida Lopes Rossi, Campus de Catalão/Universidade Federal de Goiás e Universidade de Brasília/Faculdade de Educação.
Este Trabalho é resultado de pesquisa que visou realizar um estudo sobre os livros literários que são apropriados pela escola para o ensino de leitura, no sentido de perceber as transformações percebidas nos textos no processo de escolarização. A pesquisa buscou responder às seguintes questões: como são conduzidas as práticas de leitura do livro infantil na sala de aula? Quais as atividades realizadas a partir da leitura da obra literária? O trabalho foi desenvolvido em Catalão/Go em escolas da rede pública de ensino, nas salas de 1º série do ensino fundamental. A reflexão se fundamentou em autores (Abramovich,1994; Saraiva,2001; Coelho,2000) que ressaltam o fato de a literatura, enquanto arte, transmitir conhecimentos, dar prazer, despertar a consciência crítica e abrir caminhos para a inserção da criança na cultura letrada.
Palavras-chaves: literatura infantil, escolarização, arte, saber escolar
8- BRINCAR COM A LINGUAGEM: UMA ABORDAGEM DO LÚDICO NA LITERATURA INFANTIL. Maria Aparecida Valentim Afonso, Universidade Federal da Paraíba.
 Este artigo faz parte de uma pesquisa realizada no mestrado em educação – UFPB com o título Ler e brincar: uma abordagem do lúdico na literatura infantil. Tem como objetivo compartilhar a análise realizada do livro Salada, Saladinha, editado pela Moderna, de Maria José Nóbrega e Rosane Pamplona, ilustrado por Marcelo Cipis, onde se pretende discutir sobre a presença de brincadeira com a linguagem a partir do discurso das autoras e do ilustrador. Tendo por base a perspectiva dos Estaudos Culturais, dialoga-se sobre os aspectos relacionados à literatura infantil, à criança e a textos específicos como as parlendas, apoiando-se em pressupostos teóricos de autores pós-estruturalistas e pós-modernos como Foucault, Veiga-Neto e Costa. Palavras-chaves: criança, linguagem, literatura infantil, parlenda.
9- EDUCAÇÃO INFANTIL, CONTOS DE FADAS E ORALIDADE NA SALA DE AULA. Eliana da Mota Bordin de Sales – UFMS.
Esta comunicação visa compartilhar o trajeto de uma atividade colaborativa com o objetivo de compreender os conhecimentos de professoras de educação infantil sobre contos de fadas e a importância dada à oralidade na sala de aula. Apresentamos também os sentidos produzidos na reflexão e discussão de contos de fadas na perspectiva psicanalítica (Bettelheim, 1980, Radino, 2003) e, como resultado dessa ação ainda em desenvolvimento, percebemos que estas professoras estão substituindo a valorização da linguagem escrita e o desprezo a oralidade por ações efetivas de auxílio na construção simbólica da criança. Palavras-chave: educação infantil, contos de fadas, oralidade, psicanálise.

SESSÃO VIII
Coordenação: Célia Maria Domingues da Rocha Reis
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1- PROGRAMA BIBLIOTECA-OFICINA DE LITERATURA: BROTAÇÃO NO CERRADO. Célia Maria Domingues da Rocha Reis. INSTITUTO UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA/ UFMT – Pontal do Araguaia.
O Programa Biblioteca-Oficina de Literatura é um grande projeto de leitura criado em 1994, no IUA,/UFMT, que sempre primou pela diversidade de atividades, abrangência de público e resultados alcançados. Objetivou minimizar o distanciamento percebido na época, no Curso de Letras, entre atividades e prática efetiva da leitura, que se devia, em parte, à ênfase dada ao ensino em sala de aula resultando na marginalização das atividades de extensão cultural e pesquisa. Por seu intermédio buscou-se desenvolver uma política de leitura, assentada numa prática social e contextualizada, com trabalhos sistematizados em subprojetos - grupos de contadores de histórias, de teatro, coral, oficinas etc, com a comunidade acadêmica e extra-acadêmica.  Palavras-chaves: leitura, extensão universitária, formação de leitor/professor-leitor.
2- CRITÉRIOS DE ESCOLHA DE LIVROS DE LITERATURA PARA A 5ª A 8ª SÉRIE. Doramy Galvim Buria, UNISO - Sorocaba/SP.
Esta pesquisa busca identificar que critérios de seleção e indicação de livros de literatura para leitura e formação escolar de alunos de 5ª a 8ª série existem hoje, para que professores, coordenadores, lideranças escolares façam as suas seleções de livros de literatura. Procura estabelecer referenciais para a escolha e indicação numa perspectiva de Educação integral em que se valorize o conhecimento. (Duarte,2001) Perguntas como: que literatura ensinar, com que finalidade, de que modo trabalhar o texto, representam preocupação entre os professores de português. Esse tema ganhou relevância na medida em que as teorias de formação do leitor, de promoção da leitura, insistiram em denunciar o caráter excessivamente instrumental e formalista do ensino da literatura na escola e se contrapõem a isso com a idéia do livre leitor, associando texto literário ao entretenimento, ao prazer, à
satisfação para que a pessoa se dispusesse a ler. (Martins, 1994; Sartre 1989; Lajolo, 2001; Silva, 1998). O tipo de formação escolar presente nas escolas hoje e o tipo de leitor que se pretende formar com essa educação serão pistas para a identificação dos critérios adotados para a escolha de leitura, estudar esses critérios e verificar a possibilidade de levantamento de outros diferentes critérios a partir de outra perspectiva escolar. Por estar no início de seu desenvolvimento, este trabalho ainda não apresenta resultados. Palavras-chaves: Literatura, leitura, escola, critérios de seleção de livros.
3- VENTURAS E DESVENTURAS DE UM LEITOR PROFISSIONAL: O CASO DA BIBLIOGRAFIA DE LITERATURA INFANTIL E JUVENIL. Ana Lúcia de Oliveira Brandão.
Esta comunicação se propõe a esclarecer aos leitores desta publicação sobre a passagem de um leitor empírico a um leitor modelo, no dizer de Umberto Eco, frente aos quinze anos de leitura da produção de literatura infantil e juvenil realizada por mim e outros especialistas na área e com o patrocínio e apoio de uma equipe de bibliotecários. São os bibliotecários que mantém o trabalho de captar a produção das editoras antigas e das novas editoras, de forma paulatina e contínua e que produzem a publicação de acordo com as normas da ABNT em editoração eletrônica. Portanto, este é um trabalho multidisciplinar por excelência. Sob o ponto de vista do analista, estes quinze anos de leitura contínua da produção exigiu a criação de critérios de análise e crítica que passaram por modificações de acordo com as mudanças que o própria produção enfrentou através deste tempo quanto à produção gráfica, quanto ao surgimento de novos gêneros literários como o livro-brinquedo, o livro de imagem, a literatura informativa e as Histórias em quadrinhos. Para dar conta de tantos desafios, foi necessário manter uma de reflexão paralela de artigos, ensaios e até pesquisa acadêmica nesta área. Palavras-chaves: Literatura Infantil e Juvenil – Leitura – Crítica
4- O ESPAÇO DA LEITURA NO PLANEJAMENTO DE PROFESSORAS DO ENSINO FUNDAMENTAL. Áurea Regina Guimarães Thomazi. Faculdade de Ciências Humanas e Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas. Centro Universitário UNA. Belo Horizonte. Minas Gerais.
Nesta comunicação temos como objetivo relatar parte de uma pesquisa, já concluída, sobre as possibilidades de se formar leitores na escola. Mais especificamente, trata-se da análise do planejamento das práticas de leitura de professoras de 3ª e 4ª séries em escolas das redes municipal, estadual e privada, do ensino fundamental, em Belo Horizonte. Com base em alguns estudos sobre currículo (Tochon, Perrenoud, Forquin), e sobre leitura na escola (Lajolo, Zilbermann, Chartier), dentre outros, buscamos analisar diferentes planos de aula e identificar o espaço ocupado pelas atividades de leitura em relação às demais atividades da língua portuguesa. Ao mesmo tempo, procuramos identificar a concepção de leitura, implícita nas atividades propostas pelas professoras, no sentido de serem, mais ou menos favoráveis à formação do leitor. Palavras–chaves: Práticas de leitura, formação do leitor, planejamento de professores, leitura na escola.
5- CONFESSO QUE NÃO LIA, MAS MEUS ALUNOS LÊEM. Livia Abrahão do Nascimento, UFG - Campus de Catalão – GO.
Esta comunicação objetiva relatar experiências de leituras e formação de professor leitor em Curso de Especialização em Língua Portuguesa na Universidade Estadual de Goiás. A partir do referencial teórico: Brito (2003), Prado e Condini (1999), Barzotto (1999), os alunos escreveram um memorando e nele relataram e historiaram sua pouca leitura ao longo da vida acadêmica, e como reproduziam isso em suas turmas. Como desafio, propusemos busca, leitura e utilização de obras disponibilizadas na escola por vários projetos ( Cantinho da Leitura, Literatura em minha Casa...) destinados a qualquer série.O trabalho foi tão positivo que resultou em três monografias de final de curso documentando as novas leituras dos professores e de seus alunos. Palavras-chaves: leitura, formação continuada, leituras de professor, leituras de aluno.
6- A LITERATURA INFANTIL NOS MANUAIS PARA CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PRIMÁRIOS NO BRASIL. Vanessa Salum. Faculdade de Filosofia e Ciências – Universidade Estadual Paulista- Campus de Marília / SP.
Apresentam-se resultados parciais de pesquisa vinculada ao Grupo de pesquisa “História do ensino de língua e literatura no Brasil", coordenado por Maria do Rosário Mortatti. A fim de contribuir para a história da literatura infantil no Brasil, enfoca-se seu processo de constituição como disciplina nos cursos de formação de professores primários, enfatizando-se o papel dos manuais de ensino nesse processo. Para tanto, elaborou-se um instrumento de pesquisa resultante de procedimentos de localização, recuperação e reunião de manuais, ou específicos dessa disciplina, ou de metodologia do ensino, nos quais se encontram capítulos sobre literatura infantil. A análise preliminar desses manuais, escritos por professores, entre as décadas de 1920 e 1960, de acordo com o programa dos cursos normais, propiciou constatar serem importantes fontes para os objetivos da pesquisa. Palavras-chave: literatura infantil; manuais de ensino; formação de professores; pesquisa histórica em educação.
7-Literatura Infanto-juvenil : instrumento de reflexão para o incentivo à leitura na escola. Maria Cassilda Ferreira Mártyres, UNITAU - Universidade de Taubaté, SP.
Esta comunicação objetiva refletir sobre a importância do ensino da disciplina Literatura Infanto-juvenil, no Currículo do Curso de Formação de Professores, como instrumento formador de leitura. Refletir sobre os conceitos de leitura de livros infanto-juvenis, sobre a pedagogia de leitura (KRAMER ,2000), e discutir as propostas dos Parâmetros Curriculares no que tange a uma nova pedagogia da literatura (FARIA ,1999), Assim, credito que devemos considerar a experiência vivencial do professor/leitor como um instrumento que lhe permite tecer uma rede de significados já que o sentido não está no texto, mas se constrói a partir dele, no curso de uma interação ( KOCH, 2000: 25),pois é na interação social que se aprende ou se constrói o conhecimento de uma maneira mais eficaz, pois a colaboração dinamiza a aprendizagem e favorece a mudança ( MOITA LOPES ,1996). Palavras-Chaves: Leitura – Formação –Literatura Infanto-juvenil
8- METODOLOGIA DO ENSINO, TEORIA DA LITERATURA E A FORMAÇÃO DO LEITOR COMPETENTE. Cláudio José de Almeida Mello, UNICENTRO (PR).
Considerando a missão do professor de literatura de formar leitores competentes, este trabalho aborda a relevância de conjugar às variadas possibilidades de incentivo à leitura da literatura infantil e juvenil, práticas de ensino fundamentadas em metodologias previamente estudadas e planejadas, assim como conhecimentos da teoria da literatura, de acordo com o potencial de cada comunidade, visando ao aprofundamento da capacidade de assimilação e fruição do fenômeno estético em suas relações com outras artes e saberes. Palavras-chaves: Metodologia do ensino de literatura; escolarização da leitura literária; formação do leitor.
9- Professores-leitores em formação: experiência com/na literatura infantil. Rita de Cássia Frangella. Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira - Cap/UERJ.
Esse trabalho analisa, a partir do relato de experiências desenvolvidas, os saberes tecidos com professores em rodas literárias em cursos de formação continuada. Muito tem se discutido da importância da aprendizagem da leitura e da escrita no envolvimento de práticas reais de leitura. Contudo, análises de práticas de formação de professores no campo da linguagem (Kramer, 2002) mostram o professor falando sobre a leitura e não se relacionando com ela como leitor. Ainda pode-se ver nas escolas um trabalho mecanizado com a literatura, sendo esta subterfúgio para o ensino. Como dar a voz e vez a literatura senão pelas mãos e vozes de seus leitores? Assim, a reflexão sobre o tema tem permitido a busca por estratégias de formação que considerem o professor como leitor e o permita uma experiência estética de formação com a literatura infantil. Palavras-chaves: rodas-literárias, formação continuada, professor leitor

SESSÃO IX
Coordenação: Eliana Gabriel Aires
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1- A LITERATURA-ARTE NA EDUCAÇÃO PÚBLICA. Eliana Gabriel Aires, Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. Goiânia-GO.
Esta comunicação se propõe compartilhar a experiência da pesquisa A Literatura-Arte na Educação Pública, que pretende desenvolver o gosto pela leitura desde os anos iniciais da criança. Só a literatura arte pode contribuir para isso, pois acredita no potencial do seu leitor, não subestima sua inteligência e criatividade. O papel estético da literatura é muitas vezes negligenciado em função do papel formativo, que é o único valorizado pela maioria das escolas. Esta pesquisa contempla propiciar subsídios, em relação à leitura e escrita, tendo como eixo a literatura infantil. Seu objetivo maior é destacar a importância da literatura infantil na formação do professor ampliando suas possibilidades para superar as contradições de nossa realidade. A leitura literária para quebrar as armadilhas humanas. Esta pesquisa, ainda em desenvolvimento, já tem alguns resultados interessantes para serem socializados. Palavras-chaves: literatura infantil, leitura e escrita, formação do professor.
2- E NÃO É QUE CRIANÇAS BRASILEIRAS LÊEM?, Patrícia Aquino, UNICAMP e FAM
O objetivo dessa comunicação é apresentar resultados da implementação de um projeto de leitura (viabilizado pela lei Rouanet), que envolve um conjunto de ações, dentre as quais: doação de livros para crianças de escolas públicas, “contação” de histórias e formação de professores para incentivo à leitura e à compreensão. A recepção das crianças tem confirmado que afirmar que “brasileiro não lê” é bastante questionável (Abreu, 1999); basta que se facilite o acesso a livros, não por meio de uma mera doação, mas com envolvimento de professores dispostos a se capacitar para estimular: a compreensão, e não meramente a decodificação (Marcuschi, 2001); a atuação do leitor como sujeito do processo de ler (Brandão e Micheletti, 2002); a apreensão dos sentidos possíveis de um texto (Eco, 1997). Esse projeto é um indício, também, de mobilização social para reverter os índices do PISA, do Saeb e do Enem, relacionados à compreensão leitora. Palavras-chaves: leitura, compreensão, formação de professor, livros infantis, papel social da leitura.
3- LITERATURA INFANTO-JUVENIL E ENSINO. Apoliana Maria Quitéria da Costa. Núcleo de Pesquisas Literárias, Universidade Federal do Pará, Campus de Marabá.
Esta comunicação visa a compartilhar a observação que está se realizando com alunos de 6ª em uma escola municipal de Marabá. É o resultado de uma pesquisa desenvolvida pelo “Núcleo de estudos Literários (NEL) do Curso de Letras, Universidade federal do Pará, Campus de Sul e Sudeste do Pará, sobre a Leitura e ensino. A leitura é um desafio que tem como objetivo, o trabalho de linguagem que leve o aluno a observar, perceber, descobrir e refletir sobre o mundo e interagir na sociedade em que está inserido; através do uso funcional de linguagens desenvolva a competência do educando no uso da língua para a solução de problemas do cotidiano. (Freire, Paulo, 1982; Kleiman, Ângela, 2004; Silva, Ezequiel Theodoro da, 1998; Geraldi, João Wanderley, 1997) A pesquisa conta ainda com análise que tratam de questões relativas à leitura, livros e literatura infanto juvenil, além de informações sócio econômicas dos alunos e professor. Este trabalho ainda está em desenvolvimento. Palavras-chaves: Leitura, Literatura infanto-juvenil, Leitura e ensino.
4- O FANTÁSTICO E O MARAVILHOSO NA LITERATURA INFANTIL: Um estudo de caso nas escolas públicas de Portugal e do Brasil. Verônica Maria de Araújo Pontes, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte/UERN Mossoró-RN e Universidade do Minho-Braga-Portugal.
Esta comunicação tem por objetivo refletir sobre a utilização do fantástico e do maravilhoso na formação de uma competência literária. Para isso, compartilhamos os dados de uma pesquisa no contexto do 3º e 4º ano, em 4 escolas públicas de dois países de língua portuguesa: Brasil e Portugal, em que analisamos o trabalho atual dos professores de língua portuguesa no 3º e 4º ano da rede pública, a partir da utilização da literatura infantil, seja através dos livros ou através dos manuais didáticos, para que possamos apontar alternativas de melhoria em torno do ensino da nossa língua, especificamente no que diz respeito à formação de uma competência literária. Para isso, identificaremos a relação existente entre as perspectivas do aluno e o que é trabalhado em sala de aula; proporcionaremos uma reflexão em torno da prática do professor a partir do uso da literatura infantil na sala de aula; bem como um despertar pelo interesse do leitor pelas leituras apresentadas; verificando a utilização do fantástico e do maravilhoso nessa faixa estaria, e ainda buscaremos apontar alternativas de trabalho com a leitura numa perspectiva de compreensão e significado para o leitor. Tomamos por base teórica autores como: Azevedo (2006), Colomer (1998), Freire (1983), Mendoza Fillola (1999), Cerrillo (2000), Zilberman (2003), Shavit (1986), Smith (1991), entre outros. Essa pesquisa, apesar de ainda se encontrar em desenvolvimento, possibilita uma análise inicial sobre os dados coletados e uma socialização da base teórica que a sustenta. Palavras-chaves: literatura infantil, fantástico, sala de aula, ensino de língua portuguesa.
5- POSSIBILIDADES DA LITERATURA NA ESCOLA. Viviane de Cássia Maia Trindade, EM "Monteiro Lobato" Belo Horizonte-MG
Esta comunicação visa compartilhar experiências em aulas de Literatura Infantil para crianças de 3 a 9 anos numa escola de tempo integral em Belo Horizonte. Nesta proposta entende-se que a leitura literária, feita pela professora ou pelas crianças, de textos com qualidades artísticas, tem um potencial humanizador e formador à medida que contribui para informar o olhar, sensibilizar e flexibilizar o conhecimento das crianças (Sonia Kramer, 2000). Desta forma, através da literatura, propicia-se situações importantes de aprendizado do ponto de vista cultural, político, ético e estético de uma forma lúdica e prazerosa. Durante as atividades de literatura, crianças de 3 a 9 anos acabam por serem interpeladas acerca de questões caras à sociedade, tudo isto sem que se perca a dimensão literária dos textos. Palavras-chaves: literatura infantil, leitura literária, potencial humanizador, tempo integral, forma lúdica e prazerosa, sociedade.
6- O ENSINO DA LEITURA NO CONTEXTO ESCOLAR. Fabiane Verardi Burlamaque, Universidade de Passo Fundo (UPF).
A partir das histórias de leitura de doze professoras de 1ª a 4ª séries do Ensino Fundamental da rede pública de ensino e da observação das práticas leitoras desenvolvidas pelas mesmas em sala de aula, o presente trabalho apresenta a utilização da literatura edificante como suporte para a formação dos alunos. Ainda hoje, a escola, como instituição encarregada da alfabetização – condição necessária, porém não suficiente para tal definição – , na figura do professor, seleciona histórias que ensinam virtudes supostamente indispensáveis aos indivíduos, a saber: a obediência, a bondade, a humildade, a solidariedade, a coragem, o amor, a persistência. O uso e o abuso dessa literatura edificante seguem critérios meramente escolares, com a intenção de despertar no aluno qualidades que auxiliem no seu rendimento, na sua conduta e na sua capacidade de adequar-se ao modelo escolar. Esse tipo de leitura é muito mais pedagógica do que literária, isto é, são textos com teor instrutivo, dirigido, manipulador. É esse tipo de leitura que simula ser literatura que devemos banir de nossas bibliotecas e, principalmente, do âmbito escolar. Palavras-chaves: leitura – escola – literatura
7- DESPERTANDO O PRAZER PELA LEITURA: Ana Maria Cabral da Gama, Escola Em Regime de Convênio “Cidade de Emaús”, Belém, Pará.
Esta comunicação visa compartilhar a experiência “Despertando o Prazer pela Leitura”, com estudantes de 1ª a 5ª série do Ensino Fundamental, que por meio da Mediação de Leitura, da convivência com literatura e da organização da biblioteca na sala de aula, vem despertando nas crianças e adolescentes o interesse pela leitura e pela organização da biblioteca, contribuindo para: elevação da auto-estima, ampliação do conhecimento, da visão de mundo, de diferentes gêneros literários, realidades, povos e outras culturas. Destaco como significativo, o prazer pela: escrita, leitura, produção de seus próprios textos/livros, formação de leitores. Este trabalho levou-me a convicção da necessidade e urgência de bibliotecas com acervo variado e de boa qualidade. Pretendo formar Mediadores de Leitura Mirins para que leiam para outras crianças e adolescentes na escola e em casa. Palavras-chaves: Mediação de Leitura, Prazer de Ler, Literatura, Cultura.
8- A NARRATIVA LITERÁRIA NAS ATIVIDADES DA PRIMEIRA SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL. Lilane Maria de Moura Chagas. UFAM.
A comunicação apresenta algumas atividades de ensino realizadas pelas professoras da primeira série que permitiram compreender como as narrativas literárias se manifestaram. O recorte priorizado é parte de uma pesquisa de doutorado intitulada “A língua materna na primeira série do ensino fundamental: as narrativas como uma fonte da imaginação criadora”. Defendemos a tese de que as narrativas ― cotidianas e literárias ― são relevantes e fundamentais nas atividades de ensino da língua materna. Mas, acreditamos que as narrativas literárias são as que potencializam os aspectos e os saltos qualitativos que permitem ir além do plano da cotidianidade, ampliando e estendendo as diversas possibilidades do uso da palavra e o desenvolvimento da capacidade criadora, entre outras questões. Palavras-chaves: narrativas literárias, atividades de ensino, primeiras série do Ensino Fundamental
9- PARTILHANDO EXPERIÊNCIAS – QUEBRANDO ARMADILHAS. Alice Atsuko Matsuda Pauli, E. E. “Dulce de Souza Carvalho” – Congonhas – Cornélio Procópio-PR e Dda.UEL/FAFICOP/FACCREI.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência de leitura de obras literárias realizada com alunos de 8.ª série do Ensino Fundamental de uma escola pública, do Norte do Paraná. Para desenvolver o projeto de leitura, utilizou-se dos pressupostos teóricos da Estética da Recepção, de Hans Robert Jauss e o Método Recepcional organizado por Bordini e Aguiar. Este relato é uma experiência desenvolvida em um ano em que o tema norteador foi exclusão social. A partir desse tema principal, elegeram-se as obras literárias a serem trabalhadas: Capitães da Areia, de Jorge Amado; Os miseráveis, de Victor Hugo, adaptado por Walcyr Carrasco e Corda bamba, de Lygia Bojunga Nunes. Assim, procurou-se quebrar as armadilhas que emperram a interação entre os homens. Palavras-chaves: literatura e ensino; formação do leitor; literatura infanto-juvenil.

SESSÃO X
Coordenação: Daniela Padilha
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1- PERCEPÇÕES DO SER: PALAVRA & IMAGEM NA CRÔNICA DE CECÍLIA MEIRELES, ELOÍ ELISABET BOCHECO E GLORIA KIRINUS. Peter O’Sagae (USP)
Contra as armadilhas impostas pelo automatismo e a repetição de condutas, a crônica poética habilita os jovens leitores à experiência com novos e diversos recortes de conhecimento e interesse no mundo. Uma forma literária de extrema singularidade e concisão pessoal, nela, os vestígios do tempo e as injunções do cotidiano mesclam-se a um pensamento por imagens que flagra diferentes percepções. Pelo esteio estético, este trabalho investiga as gradações de leveza e de argumento em textos de Cecília Meireles (“A moça de Málaga”), Eloí Elisabet Bocheco (“Os bules”) e Gloria Kirinus (“O avô que viu a uva”), num processo crítico e criativo com a linguagem e a leitura literária, evidenciando o uso da metáfora como visão compreensiva, do diagrama relacional e da fantasia como descrição do não-existente. Palavras-chaves: crônica, percepção, leitura literária, a imagem no texto verbal.
2- PERCEPÇÕES DO SER: O ENDEREÇAMENTO NA POEISA DE CECÍLIA MEIRELES E ROSEANA MURRAY. Daniela Padilha, USP.
As palavras impressas e mortas em um livro só possuem significados quando abertas e lidas, enfatiza Jorge Luís Borges (1987), e muitas são as imagens poéticas que aspiram esse contato com seus leitores. Desmistificando os limites impostos à recepção, pelos enquadramentos convencionais, este trabalho propõe uma análise comparativa da obra de Cecília Meireles, dirigida a adultos, e de Roseana Murray, endereçada especialmente às crianças. Dessa maneira, encontraremos pontos de similaridade, quer pela temática subjetiva, quer pelo tratamento estético nos poemas escolhidos, demonstrando como é possível, diversas vezes, crianças e adultos usufruírem dos mesmos textos. Palavras-chaves: leitura, literatura, poesia, percepção.
3- PERCEPÇÕES DO SER: A NARRATIVA DE IMAGEM EM ANGELA-LAGO. Renata Nakano (Miró Editorial).
Esta comunicação visa pincelar leituras a partir das narrativas contidas na obra João Felizardo: o rei dos negócios, de Angela Lago, constituídas pelo entrelaçamento do código verbal à ilustração e ao seu próprio suporte, o objeto-livro. A autora mineira instiga o leitor a reconstruir o caráter verbal no texto imagético, desafiando-o a percorrer novos caminhos e estabelecendo, assim, um jogo relacional com múltiplas possibilidades de leitura e interpretação. Sua temática evidencia a necessária reflexão sobre o apego aos bens materiais e outras armadilhas do mundo contemporâneo, num espírito lúdico que privilegia a liberdade criativa e permite ao leitor inventar e reinventar a sua própria história. Palavras-chaves: verbal no texto imagético, suporte, leitura literária, consumo.
4- IMAGEM E TEXTO NA PRODUÇÃO LITERÁRIA PARA CRIANÇAS: UMA LEITURA DO ACERVO DO PNBE/2005. Helen Denise Daneres Lemos, Universidade Federal de Minas Gerais.
Esta comunicação tem por objetivo socializar a pesquisa de doutorado que está em desenvolvimento, tendo como foco central a investigação das relações entre imagem e texto na produção literária para crianças do acervo do Programa Nacional Biblioteca na Escola do ano de 2005. A pesquisa será bibliográfica de abordagem qualitativa e quantitativa e problematizará as contribuições que as relações entre imagem e texto podem trazer ao desenvolvimento da formação leitora inicial da criança. Entre os conceitos inicialmente envolvidos neste estudo destacam-se a teoria da interação verbal (Bakhtin, 1981), o dialogismo (Bakhtin, 1981), a compreensão ativa (Bakhtin, 1981), intertextualidade (Kristeva, 1974), entre outros. Acredita-se na relevância da socialização destes primeiros resultados em vista do crescente interesse de pesquisadores por áreas relacionadas à imagem e as suas interações com outras formas de linguagem. Palavras-chaves: imagem, texto, produção literária infantil
5- A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO EDUCATIVO COM ILUSTRAÇÕES DE LIVROS DE LITERATURA INFANTIL. Fabiano José Colombo, UNESP
Com a influência da mídia, as crianças em processo de alfabetização estão se distanciando das práticas de leitura, apesar dos livros de literatura infantil atuais estarem cada vez mais modernos. Assim, essa pesquisa procurou investigar as reais influências e contribuições das ilustrações de livros de literatura infantil, tanto para a alfabetização, quanto para a formação de crianças leitoras, futuros adultos leitores, com o objetivo de desenvolver um trabalho de reunião, análise e interpretação de informações sobre a importância das ilustrações dos livros de literatura infantil, juntamente a elaboração e aplicação de oficinas de leitura e escrita, caracterizando uma pesquisa-ação. Entre os resultados alcançados, ocorreu uma mudança da prática pedagógica e aprendizagens significativas, principalmente pelas crianças. Palavras-chaves: literatura infantil; ilustração; letramento; produção de texto; formação de conceitos.
6- O CONTO “GATA BORRALHEIRA” EM DUAS VERSÕES POPULARES. Maria Antonia Granville – UNESP
Nesta comunicação, expõem-se duas versões populares do conto infantil “Gata Borralheira”: a primeira, recolhida da tradição oral do Rio Grande do Norte por Câmara Cascudo(1956); a segunda, resgatada do folclore inglês por Jakobs(2002). Neste trabalho, cotejam-se ambas as versões,apontam-se semelhanças e diferenças entre elas e traços culturais que as caracterizam e conferem a cada uma identidade própria.Palavras-chaves: versões populares, tradição oral, traços culturais.
7- ADAPTAÇÃO, UMA LEITURA POSSÍVEL: UM ESTUDO DE DOM QUIXOTE DAS CRIANÇAS, DE MONTEIRO LOBATO. Amaya Obata Mouriño de Almeida Prado. (UFMS).
O trabalho tem por objetivo observar o projeto de adaptação subjacente ao texto de Lobato em Dom Quixote das Crianças (1936). Para tanto, desenvolvem-se, primeiramente, algumas considerações acerca do conceito de adaptação, para em seguida identificarem-se os recursos utilizados pelo autor brasileiro ao reescrever o texto de Cervantes. Trata-se tanto de evidenciar os cortes, supressões e acréscimos realizados em relação ao texto original, quanto de apontar a utilização, por parte de Lobato, da estruturação do texto em níveis narrativos diversos, uma das características enriquecedoras do texto clássico. Estas observações revelam que, para além da possibilidade de acesso ao clássico, a adaptação revela também a leitura e a apropriação lobatianas da obra O Engenhoso Fidalgo Dom Quixote de La Mancha (1605-1615), de Miguel de Cervantes Saavedra. Palavras-chave: Literatura Infantil e Juvenil, adaptação, Monteiro Lobato, Dom Quixote.
8- Literatura infanto-juvenil: discurso pedagógico ou discurso literário? Renata Altenfelder Garcia. PUC Campinas.
Esta pesquisa examina os mecanismos discursivos de construção das narrativas da produção literária juvenil pós-lobatiana e reflete sobre seus efeitos de sentido no tocante à estrutura formal e ao conteúdo temático das obras. O corpus para análise foi delimitado à Coleção Descobrindo os Clássicos, da Editora Ática. Realizadas as leituras editadas pela coleção, optamos pela análise do texto Dona Casmurra e Seu Tigrão, de Ivan Jaf, inspirado no romance Dom Casmurro, de Machado de Assis. Após análise do referencial teórico e levantamento dos mecanismos discursivos de construção das narrativas, vale ressaltar que, indícios suficientes confirmam diferença qualitativa entre os elementos estruturantes do texto-fonte e os do texto adaptado, além da divergência entre as propostas estéticas dos dois textos, levando-nos à hipótese de que as concepções literárias que fundamentam os textos são, no mínimo,antagônicas. Palavras-chaves:literatura juvenil,discurso, texto-fonte, texto-adaptado.
9- TERTÚLIA LITERÁRIA DIALÓGICA ENTRE CRIANÇAS E ADOLESCENTES: HISTÓRIAS DE VIDA E DE APRENDIZAGENS COMPARTILHADAS A PARTIR DOS CLÁSSICOS. Vanessa Cristina Girotto. UFSCar.
 Esta comunicação visa compartilhar uma pesquisa de mestrado sobre leitura de livros de Literatura Clássica Universal e Nacional, atividade vivenciada entre crianças e adolescentes com idades entre 10 e 17 anos. A atividade é denominada Tertúlia Literária (Flecha, 1997; Mello, 2006). Na atividade crianças e adolescentes puderam compartilhar e entrelaçar as histórias lidas e suas experiências de vida. Orientada pelo principio da Aprendizagem Dialógica, essa atividade vem superar a visão posta em nossa sociedade que determina quem pode ter acesso à leitura de boa qualidade. Foram realizadas observações participantes, entrevistas com crianças, adolescentes e seus familiares, bem como grupos de discussão sobre como perceberam sua participação e suas aprendizagens. A pesquisa buscou a compreensão do quanto as práticas dialógicas de leitura podem contribuir para o aprendizado de crianças e adolescentes e transformar as situações de desigualdades vividas por elas. Palavras-chaves: leitura dialógica, transformação, interação criança-adolescente.

SESSÃO XI
Coordenação: Alice Áurea Penteado Martha
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1- MERCADO EDITORIAL BRASILEIRO E PRODUÇÃO LITERÁRIA INFANTO-JUVENIL CONTEMPORÂNEA. Alice Áurea Penteado Martha - Universidade Estadual de Maringá.
Esta comunicação pretende, a partir do panorama atual da produção literária infanto-juvenil brasileira, apresentar correntes e temas que traduzem não só a inserção da literatura para crianças e jovens no quadro histórico-estético da cultura nacional, mas também as múltiplas faces do mercado editorial, sempre crescente, com o objetivo de apontar as frentes abertas por esse mercado, para a leitura de seu público-alvo, crianças e jovens, bem como para pesquisadores, pais e professores. O corpus do trabalho compõe-se, em razão tanto do grande número como da diversidade de publicações, de narrativas e textos considerados recontos ou oriundos das tradições populares. Palavras-chave: Mercado Editorial; Literatura infantil e juvenil; narrativas
2- A LITERATURA INFANTO-JUVENIL DE PEDRO BANDEIRA NA ESCOLA: UM FENÔMENO EDITORIAL NA HISTÓRIA DO MERCADO LIVREIRO DO BRASIL. Fernando Teixeira Luiz. Universidade Estadual Paulista.
A presente pesquisa tem o objetivo de analisar, discutir e problematizar a narrativa O Fantástico Mistério de Feiurinha (1986), de Pedro Bandeira, inserindo-a nos recentes debates acerca das relações entre literatura e indústria cultural. Para subsidiar a proposta leitura, toma-se como referência os teóricos que se inscrevem na Estética da Recepção, ancorada à metodologia da configuração textual proposta por Magnani (1996), que enfoca o texto não apenas em sua imanência, mas também em sua esfera pragmática. Nesse sentido, detecta-se na produção o hibridismo, o jogo de narradores, a metaficção e determinado modelo de leitor implícito nas malhas textuais, bem como a constância de categorias bakhtinianas, como a paródia, a polissemia, a polifonia e o dialogismo. Palavras-chaves: Literatura Infanto-juvenil, Leitura, Mercado e Educação.
3- ESSE NADA OBSCURO OBJETO DO DESEJO: PERSONAGEM E CONSUMO NA LITERATURA JUVENIL. João Luís C. T. Ceccantini, UNESP – Faculdade de Ciências e Letras de Assis.
Este trabalho tem por objetivo central a análise de representações de jovens e adultos, no que diz respeito ao consumo – tanto de bens materiais quanto simbólicos – em narrativas de autores nacionais que, nas últimas décadas, têm produzido sistematicamente textos voltados a um público leitor jovem. Considerando as estreitas ligações que a literatura infanto-juvenil tem com a instância do mercado, que remontam à consolidação do gênero e só fazem se intensificar no presente, são exploradas na pesquisa as diferentes abordagens que fazem os escritores juvenis de situações cotidianas vividas pelos jovens numa sociedade de mercado, fortemente influenciada pela mídia e afetada por fenômenos como o da globalização. Palavras-chave: literatura juvenil; narrativa brasileira contemporânea; consumo; literatura e mercado; indústria cultural
4- O LUGAR DA LITERATURA INFANTIL NO PROGRAMA NACIONAL BIBLIOTECA DA ESCOLA (PNBE). Daniella Gonçalves Anastacio,UERJ.
Esta comunicação dirige o olhar para investigar como é abordada a literatura infantil no Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE), analisando se a literatura infantil é apenas voltada para as bibliotecas, se é entendida como conteúdo ou componente curricular, se é concebida como atividade de apoio ao ensino da língua ou ainda como atividade de lazer. Com Stephen Ball, parto do pressuposto de que as propostas curriculares oficiais não são definidoras daquilo que acontece em sala de aula, mas são textos que incorporam princípios das práticas, ao mesmo tempo em que são capazes de influenciar essas mesmas práticas. Assim, a forma como a literatura infantil é abordada nas propostas, a exemplo do PNBE, é expressão das concepções em torno da literatura infantil. Palavras-chaves: literatura infantil, currículo, PNBE.
5- Livro Didático De Língua Portuguesa, Suporte Ou Armadilha Para A Literatura? Ceciliany Alves Feitosa, PUC-SP.
Esta comunicação visa a compartilhar uma pesquisa feita em cinco coleções de livros didáticos de língua portuguesa, destinadas a das quatro primeiras séries do Ensino Fundamental. A partir do levantamento dos textos que figuram nas cinco coleções, apresenta aspectos inerentes à questão da leitura literária no livro didático: a diversidade de textos, o conceito de gênero do discurso e a qualidade literária dos textos. Como uma das coleções foi editada em 1994, este levantamento também propicia, por meio de uma análise, uma reflexão acerca das perdas e ganhos da literatura depois da implantação dos PCN. Esse trabalho faz parte de uma pesquisa, em fase de conclusão, que visa avaliar a presença da literatura no livro didático de língua portuguesa e sua influência no processo de formação do leitor. Palavras-chaves:leitura literária, diversidade textual, gêneros textuais.
6- A FORMAÇÃO DO LEITOR LITERÁRIO EM DUAS COLEÇÕES DIDÁTICAS DE LÍNGUA PORTUGUESA. Paula Cristina de Almeida Rodrigues, UFMG.
Esta comunicação visa a compartilhar os resultados de uma pesquisa sobre as propostas de formação do leitor literário presentes em livros didáticos de língua portuguesa das séries iniciais do ensino fundamental, no contexto do PNLD 2004. Tendo como base teórica os estudos de Magda Soares sobre a adequada e inadequada escolarização da literatura, analisamos aspectos relacionados à seleção dos gêneros literários, a autores e obras, bem como às atividades de leitura relacionadas aos textos presentes nos livros. Nos livros didáticos pesquisados, constatou-se que é significativa a presença de atividades para as habilidades de compreensão e que são propostas atividades que exploram os processos estéticos e literários do texto, mas o texto literário também é utilizado como pretexto para o estudo dos conteúdos gramaticais, da ortografia e para a aquisição do sistema de escrita alfabético. Palavras-chaves: Literatura infantil, livro didático, escolarização,
7- O JOVEM COMO CONSTRUÇÃO LITERÁRIA E LEITURA. Vera Teixeira de Aguiar, PUCRS.
Nesta comunicação visamos analisar a figura do jovem desenhada pela literatura juvenil, a partir das vozes de narradores que recuperam, pelos caminhos da memória e da leitura, uma fase especialmente transitória e decisiva da existência humana. Através do estudo de Por parte do pai (1995), de Bartolomeu Campos Queirós, e Lis no peito (2005), de Jorge Miguel Marinho, descobrimos uma feição da literatura destinada ao público adolescente, que contribui para a construção de sua subjetividade. Num segundo momento, analisamos os depoimentos de um grupo de jovens, sobre suas impressões de leitura, atentando para a qualidade da recepção das obras. Podemos, finalmente, cotejar aquilo que os textos oferecem (segundo nossa ótica) com os dados fornecidos pelos leitores, de modo a concluir quanto ao lugar que tais leituras pode ocupar em suas vidas e quanto aos modos de intervenção na formação da subjetividade de cada um. Palavras-chaves: jovem, literatura juvenil, leitura, subjetividade.
8- ARMADILHAS DA GLOBALIZAÇÃO: O FENÔMENO HARRY POTTER. Diléa Pires, Prefeitura Municipal de Belo Horizonte- MG.
Este trababalho tem como objetivo efetivar uma Análise Discursiva da obra Harry Potter, a fim de identificar e sistematizar as características socio-psico-culturais, geradoras de efeitos de sentido, presentes na tessitura textual. Utilizando como arcabouço teórico principal, mas não único, a Teoria Semiolingüística de Patrick Charaudeau, tal análise visa estabelecer o Contrato de Comunicação da obra, e os sujeitos que aí se constituem. Busca, também, vislumbrar que o enunciador, ao criar uma perspectiva híbrida, entrecruza imaginários diversificados, configurando, dessa forma, um discurso etnicamente múltiplo. Finalmente, pretende-se demonstrar que esses ecos diversificados de cultura e linguagem são, provavelmente, as armadilhas textuais e discursivas que fizeram de « Harry Potter » um dos maiores fenômenos de vendas no mundo globalizado. Palavras-chaves: literatura, infanto-juvenil, globalização, Teoria Semiolingüística, Análise do Discurso.
9- A LEITURA NA PERSPECTIVA DA CULTURA CONTEMPORÂNEA. Angela Maria da Costa e Silva Coutinho. Centro Federal de Educação Tecnológica de Química de Nilópolis /RJ – CEFET Química . Rio de Janeiro.
Esta comunicação visa a refletir sobre a apreensão da cultura por crianças e jovens na contemporaneidade, tendo em vista a observação do saber adquirido na escola, o saber adquirido por meio das fontes e gêneros consagrados de leitura: textos literário, teatral e cinematográfico, e o de fontes emergentes da indústria cultural: televisão, revistas, cinema. As idéias principais dessa reflexão se apóiam no pensamento de Hans Robert Jauss a respeito da recepção do texto poético e sua compreensão, relacionada à permissão de o leitor “participar da gênese do objeto estético”.(LIMA (org.), 2002); na visão de Walter Benjamin sobre reprodutibilidade técnica, autenticidade da obra de arte e recepção (BENJAMIN,1994) e nas observações de Gilles Deleuze sobre a “imagem-movimento” e a relação do cinema com a linguagem.(DELEUZE,1990).Palavras-chaves: leitura, cultura infantil e juvenil, recepção, acesso ao conhecimento.

SESSÃO XII
Coordenação: Luciene Souza Santos
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1- CURSO DE EXTENSÃO: TODO DIA É DIA DE LER. Luciene Souza Santos, Faculdade de Tecnologia e Ciências – FTC EAD – Salvador – BA.
Como objetivo principal dessa comunicação temos a socialização de uma experiência com um curso de extensão na área de Leitura para professores do Curso Normal Superior, através Educação a Distância (EaD): o Projeto “Todo dia é dia de ler”. A mídia televisiva é uma ferramenta poderosa na formação de professores já que democratiza o acesso a educação, no caso dessa experiência específica fizemos uso da mesma para disseminar um trabalho com a Literatura Infantil e Juvenil ao mesmo tempo em que levantamos uma proposta para quebrarmos algumas armadilhas impostas na atualidade, tais como: a falta de compreensão de que existem diferentes tipos de livros e textos com certas características e especificidades da Literatura Infantil e Juvenil, entre elas, características que comprovam o compromisso profundo e essencial da literatura com a existência humana concreta (Ricardo Azevedo, 2004). A referida experiência não se caracteriza como pesquisa científica, mas, seus primeiros dados apontam para uma
alternativa de formação de leitores nos cursos de formação de professores que podem trazer resultados significativos. Palavras-chaves: Leitura, literatura infantil e juvenil, Ludicidade, Mídia Televisiva.
2- O BLOG LITERÁRIO CRIADO FORA DO AMBIENTE DA INTERNET. Almir Correia. UTF – PR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná).
A presente comunicação é um relato do trabalho de escritura do autor de literatura infanto-juvenil Almir Correia, sobre o seu mais recente livro BLOG DO SAPO FROG (lançamento de 2007 pelas editoras Formato/Saraiva). Aqui o blog literário criado fora do ambiente da Internet (em arquivo word) “falseia” a produção de textos fragmentados, inerentes ao espaço virtual. O autor cria os fragmentos de seu “blog” sempre um acima do outro (imitando a escritura do blog) e não um após o outro como se faz em um romance ou diário, por exemplo. O leitor passa a ler os textos produzidos sempre do mais recente para mais antigos. E assim a ordem cronológica das coisas e idéias se inverte completamente). O interessante aqui é observarmos que a estrutura do blog (imitada ou reproduzida na Internet) cria um novo fazer literário e uma nova maneira de se ler textos. Palavras-Chave: blog, literatura infanto-juvenil, gêneros discursivos, livro blog do sapo Frog, autor Almir Correia, linguagem Internet.
3- O VELLOCINO DE OURO: PRIMÓRDIOS DA ADAPTAÇÃO DE MITOS GREGOS PARA O PÚBLICO INFANTIL NO BRASIL. Maria das Dores Soares Maziero, Grupo ALLE-FE Unicamp.
Parece ser antigo o interesse por mitos quando se trata de uma produção para o leitor criança. O Vellocino de Ouro, Volume 3 da Coleção “Biblioteca Infantil Melhoramentos”, foi lançado em 1915, em adaptação feita pelo educador paulista Arnaldo de Oliveira Barreto, também coordenador da coleção. O objetivo desta comunicação é apresentar a obra e uma análise desta, levantando os procedimentos de adaptação adotados e valorizados quando se publicam mitos para crianças, bem como as estratégias editoriais reveladas pela obra, tendo em vista a imagem de criança pressuposta pelo pólo de produção (editores, ilustradores, adaptadores).  Palavras-chaves: literatura infanto-juvenil; literatura adaptações; mitologia grega.
4- JORNAIS-LIVRO? LIVROS-JORNAL!: DUAS LEITURAS. Samuel R. M. Souza, Universidade Metodista de São Paulo.
Apresentar-se-ão elementos fundamentais de estudo realizado em nível de especialização, explorando aspectos conceituais e abordagens para a leitura de exemplares de livro-álbum publicados pela Editora Dimensão, a partir de projeto editorial estrangeiro: Jornal da Idade da Pedra, Jornal de Roma, Jornal do Egito, Jornal da Grécia, Jornal dos Astecas, Jornal do Brasil – Descobrimento, partindo-se da proposta de leitura de Tzvetan Todorov, onde se distinguem a leitura literária da leitura do mito. Em uma primeira leitura, aproveitam-se as noções de Todorov para apresentar recursos poéticos empregados para as obras da coleção. Uma segunda leitura parte do conceito de “bacia semântica” de Gilbert Durand para os estudos do imaginário, abordando a dimensão mítica subjacente ao conteúdo das mesmas obras. Considerações finais enfocam relações entre literatura infanto-juvenil e seu público. Palavras-chaves: Literatura Infanto-Juvenil e Semiótica; Projetos Editoriais e Literatura Infanto-Juvenil; Literatura Infanto-Juvenil e Comunicação Social; Aspectos Estéticos da Recepção de Obras de Literatura Infanto-Juvenil; Literatura Infanto-Juvenil e Mitoanálise; Aspectos Literários e Informativos da Literatura Infanto-Juvenil Brasileira.
5- CONTOS DE FADAS : O PRAZER NA SALA DE AULA. Sandra Regina Nóia Mina, UFMS.
Esta comunicação tem como objetivo apresentar um estudo em desenvolvimento sobre Contos de Fadas que são levados à sala de aula pelo prazer da oralidade, e não como objeto de apoio pedagógico. Por meio de uma perspectiva psicanalítica (Bettelheim, 1980) apresentamos reflexões a respeito da arte de contar histórias, e como esta atividade influencia na formação da criança como sujeito pensante e ativo na sociedade em que vive. Este trabalho faz parte do Projeto de Extensão Mergulhando na Literatura Infanto Juvenil, uma atividade com Contos de Fadas para alunos que estão em fase de alfabetização. Palavras-chaves: educação, contos de fadas e psicanálise.
6- A literatura infantil contemporânea e a temática étnico-racial: mapeando a produção. Eliane Santana Dias Debus. Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL
Esta comunicação apresenta os resultados parciais da pesquisa “A representação do negro na literatura brasileira para crianças e jovens: negação ou construção de uma identidade?” (UNISUL – PUIP-2006) que se propõe a investigar os livros de literatura Infantil que trazem discussões sobre as relações étnico-raciais, focalizando aquelas travadas no campo da ideologia do branqueamento, com fortes raízes ainda em nossa sociedade e que perpassa o cotidiano afro-descendente brasileiro, apresentando a diferença como inferioridade; bem como aquelas que têm um caráter emancipatório ao trazer para a cena a diversidade cultural. O levantamento da produção literária foi realizado em dez catálogos editoriais (2005/2006). Verificou-se que a representação de personagens negras na literatura infantil, que tem ganhado nos últimos anos mais espaço nas editoras, ainda ocupa um lugar muito pequeno, em relação ao total de títulos. Palavras-chaves: Literatura infantil, afro-brasileiros, identidade.
7- IMAGENS DE CRIANÇAS OU CRIANÇAS SEM IMAGEM: A HISTÓRIA DA INFÂNCIA ATRAVÉS DA LITERATURA INFANTIL, UM UNIVERSO QUE SE PERDEU COM O TEMPO. Carla Ravena Sena Carvalho Cunha, FASETE- BA.
O presente estudo baseia-se numa perspectiva sócio-histórica, trazendo a tona a indústria cultural da literatura infantil em um contexto histórico-relacional na tentativa de evidenciar a condição da criança perante a literatura ontem e hoje, como essa é atingida violentamente pelo contato com o mundo adulto e a influência que ele exerce no universo infantil. Através das histórias infantis observaremos o comportamento e a visão de criança antigamente e atualmente, os tempos mudaram e a evolução terá sido boa ou maléfica para a vida do ser humano? Uma das principais funções da literatura é levar o leitor a conhecer melhor a sua cultura e essa literatura atual, mostra que não existe mais a possibilidade de sonhar. O fenômeno do desaparecimento da infância ainda não foi despertado na sociedade vigente. Iremos discutir essa violência com um olhar direcionado à literatura contemporânea e segundo as teorias de Áriès(1984) , Postman (1999) Bettelheim(1980) entre outro. Palavras-Chave: Literatura Infantil- Infância- Educação Infantil.
8- Machado de Assis, um mestre na periferia: literatura para 7ª série do ensino fundamental de escola pública. Giovana Flávia de Oliveira, E.M. Profa. Maria José da Penha Frúgoli – São Sebastião - SP e UNIMÓDULO - Centro Universitário – Caraguatatuba - SP.
Estudar Literatura no ensino fundamental é, ainda hoje, visto nas escolas brasileiras apenas como um trabalho de incentivo à leitura. No entanto, muitas vezes o trabalho com literatura nem incentiva a leitura e nem promove um estudo literário mais aprofundado. Estudos na área de Lingüística Aplicada recomendam analisar todo texto como uma produção discursiva. A presente pesquisa procura caracterizar a linguagem literária dentro de uma concepção sócio-histórico-cultural (Vygotsky; Bakhtin) e apresentar possíveis resultados de um trabalho com literatura nessa abordagem. Por meio de uma pesquisa-ação, os dados analisados a partir do interacionismo sócio-discursivo de Bronckart mostraram que um trabalho com literatura, dentro de uma visão sócio-histórico-cultural de linguagem, pode facilitar o desenvolvimento do hábito de leitura e a formação do leitor literário crítico. Palavras-chaves: Literatura; escola pública de periferia; formação de leitor literário.
9- A LITERATURA INFANTO-JUVENIL E A INCLUSÃO ESCOLAR: um diálogo possível Daniela Corte Real, PPGEDU/UFRGS.
Este trabalho apresenta os procedimentos empregados na análise da possibilidade/relevância da utilização de textos de Literatura Infanto-Juvenil em Língua Portuguesa como um dispositivo facilitador do processo de inclusão escolar através de uma aproximação com a Estética da Recepção na Literatura Infantil, de Armindo Mesquita, possibilitando o encontro sujeito/texto e sujeito/autor e a análise dos efeitos da convivência com as marcas identitárias que configuram a “diferença”. Palavras-chave: literatura infanto-juvenil – estética da recepção – inclusão escolar
10. ALÉM DOS TEXTOS, NOVOS MUNDOS. Míriam Giberti Páttaro Pallota, Universidade Paulista - UNIP, Bauru-SP.
A literatura infantil teve sua origem, e grande parte de sua trajetória, marcada pelo signo do moralismo, da prescrição, do pragmatismo, voltada para um utilitarismo e centrada no chamado "discurso utilitário" (Perroti, 1986). Contudo, no Brasil, a partir de Monteiro Lobato, e em quantidade crescente a partir da década de 70, certas obras literárias infantis proporcionam uma nova visão de condutas e valores a que estamos acostumados e provocam uma reflexão sobre preconceitos, dogmatismos e convicções inabaláveis e paralisantes determinadas por uma certa cultura. O objetivo desta comunicação é apresentar textos literários que não se pautam pelo pragmatismo mas que nos mostram como a literatura pode derrubar certas "armadilhas" que limitam nossa visão do mundo e, conseqüentemente, nossas relações intra e inter-pessoais. Palavras-chaves: "discurso utilitário"; cultura; Monteiro Lobato.

SESSÃO XIII
Coordenação: Susylene Dias de Araújo
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1-Abre-te Sésamo: Os Mistérios do Oriente. Najet Saleh El-Sayed, UEPG- Ponta Grossa- PR.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar o mundo árabe e uma das suas principais obras literárias “As mil e uma noites”. As discussões presentes no texto desenham um quadro que retrata a forte relação do homem árabe com as questões religiosas que determinaram o seu modo de vida. Mostra que a fé silenciou os poetas pré-islâmicos que transformaram a palavra em imagem, isto é, em arte. Ao buscar expressar a arte com a palavra surgem vastos trabalhos literários entre eles, a principal obra conhecida no Ocidente: As mil e uma noites. A figura central desta obra literária é Sharazád, a grande contadora de histórias. As histórias, contidas na obra, que apresentam personagens femininos oferece uma leitura paradoxal e simbólica que transformam o homem em vítima das circunstâncias criadas pela força da mulher. Esta pesquisa é de cunho bibliográfico e sustenta suas discussões em estudiosos da cultura árabe, entre eles: Mamede Mustafá Jarouche, Nawal El Saadawi. Destacam-se três histórias para discutir a representação do universo feminino no mundo árabe. Concluiu-se que a literatura e a cultura árabe transitam por vias visíveis e invisíveis que manifestam diferentes vozes buscando compreender padrões que amoldam o comportamento da mulher no espaço histórico-cultural. Palavras-chaves: literatura árabe, história e cultura, gênero.
2- RELATO DE EXPERIÊNCIA NOSSAS RAÍZES INDÍGENAS. Beatriz Sales da Silva – Superintendência Regional de Ensino de Poços de Caldas-MG.
Esta comunicação visa apresentar o /relato de Experiência que foi o ganhador do 2º Concurso Curumim FNLIJ de 2005, fruto do trabalho com livros de literatura infanto juvenil, de autoria de escritores indígenas, desenvolvido por professores da E. E. Indígena Xucuru Kariri Warcanã de Aruanã em parceria com a E. E. Secretario Tristão da Cunha dentro do “Projeto Nossas Raízes Indígenas”, sob a orientação da pedagoga Beatriz Sales da Silva. Palavras Chaves: Literatura infanto – Juvenil; autores indígenas, leitura.
3- DOCES, SONHOS E ÁGUAS: ALGUNS INGREDIENTES DA LITERATURA INFANTIL EM MATO GROSSO DO SUL. Susylene Dias de Araújo, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul/ P-G Universidade Estadual de Londrina.
Nosso trabalho tem a intenção de apresentar 03 obras escritas por escritoras de Mato Grosso do Sul e a partir do universo das obras escolhidas eleger temas que se tornam comuns entre elas. Os livros, O sonho de Xoréu, e Doce de Letras, de autoria de Marisa Miranda assim como Pacu – um peixe que vivia feliz nas águas do Rio Paraguai assinado por Marlene Mourão são exemplos de um novo desenho no mapeamento da Literatura infantil brasileira. A partir da análise dos títulos mencionados, nosso ponto de vista crítico vai estabelecer o ético e o estético como categorias que reconhecem na recepção local um leitor em formação a ser considerado e respeitado. Palavras-chaves: Literatura infantil, Mato Grosso do Sul, formação do leitor.
4- DESENVOLVENDO O PRAZER DE LER. UMA EXPERIÊNCIA DE LEITURA EM VOZ ALTA COM CRIANÇAS DE TRÊS A DEZ ANOS DE IDADE. Ana Rita Silva Almeida Chiara, Faculdades Jorge Amado (FJA).
Este trabalho procurou investigar se a prática da leitura em voz alta estimula o interesse das crianças pela leitura e o livro. A observação, instrumento utilizado para coleta de dados, compreendeu treze sessões de leitura realizadas com oito crianças, na faixa etária entre três e dez anos de idade que freqüentavam a escola pública e pertencia a classe média da cidade. Os resultados apontaram que a leitura em voz alta atraía as crianças. A leitura, quando desvinculada da obrigação, pode transformar-se em uma forma de divertimento e prazer. Notou-se que a leitura em voz alta, por ter sido apresentada como uma atividade lúdica, isto é, livre, sem o caráter obrigatório que, normalmente, ocupa na escola, foi capaz de provocar prazer nas crianças. Concebida dessa forma, essa prática de leitura pode ser muito eficiente para despertar o interesse e desenvolver nas crianças o gosto pela leitura. Palavras -chaves : leitura , em voz alta, prazer, crianças, histórias, obrigação.
5- ENLACES NA LEITURA DA LITERATURA INFANTIL. Neiva Senaide Petry Panozzo, Universidade de Caxias do Sul.
O projeto de pesquisa “Formação do leitor: o processo de mediação do docente” investiga processos de mediação de leitura de textos contemporâneos de literatura infantil e, na seqüência, propor estratégias de mediação, a fim de qualificar a interação entre o sujeito leitor e o objeto de leitura. Esta comunicação tem como objetivo analisar a presença de enlaces de códigos diferenciados em textos de literatura infantil e a sua homologação de conteúdos manifestos nessas articulações e faz parte dos estudos para a compreensão da natureza do texto e referenciar a proposição de processos mediadores de leitura. O enlace de sistemas ocorre na relação semântica intra e extratextual em recorrências e oposições. O suporte teórico para essa análise é dado pelos estudos semióticos franceses, principalmente em Jean-Marie-Floch (1985). Palavras-chaves: leitura, mediação, articulações de linguagens, literatura infantil.
6- A FUNÇÃO DESEMPENHADA PELO HUMOR NA LITERATURA INFANTO-JUVENIL. Lia Cupertino Duarte Albino, Faculdades Integradas de Ourinhos – Ourinhos SP e FATEC – Ourinhos, Ourinhos SP.
Evidenciando uma atitude intelectual do autor que produz seu texto com uma postura consciente e reflexiva, o humor na literatura infantil, além de granjear a atenção do jovem leitor, seduzido pelo prazer da comicidade; na maioria das vezes, veste-se também de um papel crítico-reflexivo, manifestado pela inversão e subversão da ordem vigente. Isso ocorre porque distância crítica e desmistificação são, geralmente, indissociáveis do humor. Ambos nascem da ruptura, do contraste, da dissonância criada entre a imagem tradicional recebida e os efeitos incongruentes da nova situação apresentada. Supondo uma contradição de natureza interna (segundo Jacqueline Held em O imaginário no poder, “é quase sempre ao encontro de si mesmo que o humorista exerce sua verve”), o humor propõe sempre um recuo, um desdobramento do sujeito por ele afetado que, não se ligando imediatamente à situação narrada, interroga-se sobre ela. Nesse momento, poderíamos nos confrontar com a seguinte questão: esse distanciamento de caráter reflexivo proposto pela inclusão do elemento humorístico não seria uma atitude muito intelectual para ser vivida e compreendida pela criança? É, pois, justamente a elucidar esse questionamento que essa comunicação se propõe. Palavras-chaves: humor, literatura infanto-juvenil, discursividade.
7- A ORALIDADE NA LITERATURA DE CORDEL. Elizete Ferreira Paes Macedo.
Este trabalho tem como finalidade analisar alguns aspectos da oralidade da literatura de cordel no nordeste brasileiro. Antes, porém, apresenta um breve panorama histórico dessa literatura, o como imigrou para o Brasil, como se nacionalizou e como se transformou no nordeste brasileiro.
8- FORMANDO LEITORES DURANTE A ALFABETIZAÇÃO: O DESENHO E A LITERATURA INFANTIL. Lucimara Cristina de Paula, UFSCar .
Este estudo objetivou investigar as contribuições do desenho infantil para a estimulação do prazer pela leitura de obras literárias infantis, durante a alfabetização. As teorias que orientaram este estudo fundamentaram-se na perspectiva cognitivista. Utilizando princípios e procedimentos da pesquisa qualitativa, denominada investigação para a ação, 28 atividades, que relacionavam a leitura de obras literárias infantis e a produção de desenhos, foram desenvolvidas com 36 crianças da 1ª. série de uma escola pública de Araraquara. A análise dos dados coletados revelou que o desenho contribui significativamente para um maior envolvimento da criança com a leitura de obras literárias infantis e possibilita uma prática criativa de produção de textos, quando inserido numa prática pedagógica consciente e sistematicamente planejada pelo professor. Palavras-chaves: literatura infantil, desenho infantil, leitura, alfabetização.
9- ESCOLA: RAZÃO. LITERATURA INFANTIL: FANTASIA: COMO CONCILIAR A LEITURA PRAZER COM AS ATIVIDADES PEDAGÓGICAS? Neuza Ceciliato. UEL - Universidade Estadual de Londrina.
As pesquisas sobre literatura para crianças e jovens consideram a fantasia um ingrediente fundamental para a criação literária, o que leva a comunicação literária com este público a se transformar em um momento de encantamento pelo que se conta e de transposição do mundo real para o mundo da imaginação criadora. Do mesmo modo, as propostas de leitura da literatura defendem a necessidade desta atividade se pautar pelo prazer de ler e pela interação afetiva do leitor ao texto. O que se questiona com esta comunicação é por que as práticas de leitura da literatura com as crianças, nas salas de aula, ainda se pautam pela racionalidade e decodificação do texto, com vistas à competência lingüística dos estudantes? Palavras-chaves: Literatura infantil, escola, leitura prazer.