V Seminário “Leitura e Produção
na Educação Superior”

SESSÃO I
Coordenação: Micheline M. Lage
Dia: 11/07/2007, das 09 às 12:00 horas

1. ARMADILHAS: EDUCAÇÃO SUPERIOR, LEITURA E LITERATURA EM CRISE. Micheline M. Lage – Unileste - MG.
Esta comunicação busca compartilhar uma reflexão teórica a respeito de três crises: a crise da Educação Superior, a da leitura e a da literatura. Amparada em pensadores tais como: Boaventura (2004 e 2006), Fávero (1980), Dias Sobrinho (2005), Chiappini (2006), Lahire (2006), Bakhtin (1997), o trabalho relaciona a fragmentação da Educação Superior, projetada segundo uma lógica da eficácia e da produtividade, com o processo de aligeiramento e simplificação da formação de professores, reiterando a crise da leitura e agravando, por sua vez, o mínimo espaço que a arte literária vem ocupando, contemporaneamente, nas universidades. (Palavras-chave: Educação Superior, Leitura, Arte Literária)
2. “VAGUIDÃO ESPECÍFICA”: SOBRE A CONCEPÇÃO DE LITERATURA EXPRESSA POR ALUNOS INICIANTES NO CURSO DE LETRAS. Marcia Lisbôa Costa de Oliveira – Universidade Estácio de Sá – RJ.
Esta comunicação visa compreender as concepções acerca do objeto literário expressas por alunos iniciantes do curso de Letras. Para isso, propõe-se a análise dos conceitos emitidos por uma turma de primeiro período, em que se buscará inferir os pressupostos e critérios presentes nessas conceituações. Esse será o ponto de partida para uma reflexão acerca do papel da disciplina Teoria da Literatura na formação do horizonte de recepção dos alunos de Letras. (Palavras-chave: Literatura, Teoria da Literatura, recepção)
3. LEITURA LITERÁRIA E AS ARMADILHAS DO MÉTODO. Rejane Pivetta de Oliveira, UniRitter.
A leitura do texto literário em geral é orientada por metodologias que ou se detêm em uma análise formalista, que reforça a noção de literatura como o reino de uma linguagem incomum distante da comunicação cotidiana; ou no estudo do que cerca o texto, como a vida do autor, os fatos históricos e as características dos estilos de época; ou ainda em interpretações que vêem a obra como uma representação direta da realidade. Tais modelos de leitura podem ser compreendidos à luz do que Paul de Man (s.d.) denominou de "resistência à teoria", pois reproduzem práticas canônicas de abordagem da literatura, as quais diluem o potencial crítico da linguagem e da própria leitura. Nesses termos, o próprio ensino da literatura presta-se à legitimação dos paradigmas dominantes de conhecimento do mundo, conforme identifica Boaventura de Souza Santos (2002), exigindo, sobretudo dos professores universitários de Letras, uma reflexão sobre o seu papel no jogo de reprodução de normas e princípios epistemológicos que emudecem o objeto e empobrecem o olhar do sujeito. Tais reflexões serão elucidadas pela leitura de Contos de Pedro (2006), de Rubens Figueiredo, procurando demonstrar em que medida a objetividade e o rigor de escrita dessa obra, ao contrário de uma transparência realista, evidenciam a complexidade da lógica que subjaz às ações humanas descritas, impedindo qualquer explicação segura do mundo. Dessa forma, o livro reclama uma leitura atenta às "armadilhas" do método, ou seja, uma leitura que oponha resistência aos modos hegemônicos de ler/conhecer. (Palavras-chave: leitura - literatura - teoria - crítica epistemológica)
4. A PRÁTICA DE LEITURA E PRODUÇAO DE TEXTOS ESCRITOS NO CURSO DE PEDAGOGIA/SANTOS. Juliana Ormastroni de Carvalho – PUC/Campinas.
Este trabalho visa compartilhar os resultados de uma pesquisa de Mestrado em Educação que avaliou as práticas de leitura e de escrita vivenciadas pelas professorandas de um curso de Pedagogia. Os procedimentos metodológicos utilizados foram: análise do Projeto Pedagógico do curso pesquisado e aplicação de um questionário a uma classe de 41 ultimanistas do curso. Das respostas analisadas em torno de duas categorias relativas à habilidade de leitura e de escrita constataram-se várias modalidades de exercício. Os dados demonstraram que a leitura, na graduação, é trabalhada, na maioria das vezes, para promover o entendimento da classe acerca de um texto proposto anteriormente, reduzindo o tempo de reflexão sobre o mesmo. (Palavras-chave: Curso de Pedagogia; Projeto Pedagógico; Leitura e Produção de Textos)
5. PRÁTICAS DE LEITURA DE ESTUDANTES DO CURSO DE PEDAGOGIA. Ana Arlinda de Oliveira – UFMT.
Esta comunicação apresenta pesquisa sobre práticas de leitura de estudantes, futuros docentes do Ensino Fundamental. Conhecer as vivências de leitura deste grupo ofereceu a oportunidade de refletir como se dão essas práticas, a partir do contexto social e de como se constituem leitores no seu cotidiano, seja no ambiente familiar ou acadêmico, último locus de sua formação inicial para o exercício da docência. Estes estudantes apresentam conflitos e inseguranças relacionados à sua construção como leitores. No entanto, têm consciência que é necessário ampliar seus níveis de letramento, pois serão eles os mediadores entre a leitura e seus futuros alunos. (Palavras chaves: Leitura - Letramento - Formação inicial)
6. DERROTADAS POR UM IDEAL. Andreza Roberta Rocha - FE/USP.
Essa comunicação visa a compartilhar os resultados obtidos na pesquisa intitulada Implicações de uma encrenqueira. Análise dos modos de construção do modelo de Professora Ideal nos relatos de experiência publicados na Revisa Nova Escola (2001-2004). Tendo como objeto de estudo os efeitos perceptíveis das leituras realizadas por professoras de Língua Portuguesa da escola básica nos relatos de experiência escritos por elas, o presente estudo constatou a veiculação de um modelo de professora ideal que, contaminando o relato de experiência do professor que assina o texto, mostra uma face falaciosa dado que idealizada. Tal fenômeno pôde ser melhor compreendido em função do conceito de identificação, que participa desse trabalho conforme os pressupostos da psicanálise de orientação lacaniana. (Palavras-chave: periódicos voltados à categoria docente, identificação, escrita do professor, ideal de professor, estudos lingüísticos)
7. DIREÇÃO PSICANALÍTICA, APRENDIZAGENS UNIVERSITÁRIAS E AUTORIA. Lisiane Fachinetto - IESA.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência no campo das aprendizagens universitárias. O texto parte da questão "é possível surgir algo novo na produção acadêmica?" e pretende compreender a construção da autoria enquanto um efeito do processo de aprendizagem universitária a partir da situação psicanalítica de aprendizagem. Uma intervenção que possibilita o giro discursivo da posição do acadêmico e sua relação com a produção acadêmica. Este trabalho, ainda em desenvolvimento, apresenta alguns achados interessantes para serem socializados. (Palavras-chave: discurso, psicanálise, produção acadêmica)
8. A ENCENAÇÃO COMO ESPAÇO DE ENSINO E APRENDIZAGEM. Wagner Rosa – UEL, Lucinea Aparecida de Resende - UEL.
Pensando-se a relação ensino e aprendizagem, apresenta-se aqui a encenação como um instrumento com o qual tanto o professor quanto o aluno podem pôr em prática elementos do aprendizado ao utilizar as ferramentas necessárias ao processo de elaboração e produção da encenação. Com esta prática, o aluno tem a possibilidade de exercitar a criatividade e a capacidade de desenvolvimento das diversas informações as quais teve (ou está tendo) acesso no processo de aprendizagem formal. O trabalho de encenação oferece, desde seu início, possibilidades de interpretação de um ou mais textos (visual, sonoro, corporal ou escrito), a busca por seus inúmeros significados e até mesmo suas contradições, tornando mais "saboroso" o aprender, ou seja, propicia o envolvimento leitor e texto. Abre-se assim um leque de possibilidades e recursos como cenografia, figurinos, iluminação e sonoplastia que, empregados com mediação qualificada podem vir a contribuir para uma efetiva aprendizagem. A realização da encenação pode colaborar ainda, enquanto elemento facilitador de aprendizagem e mediador de conhecimento, como fator de motivação e valorização do aluno enquanto indivíduo e também como um ser social, dado o caráter coletivo da produção de uma encenação. (Palavras-chave: encenação, educação, ensino e aprendizagem, teatro na escola)
9. TEATRO NA ESCOLA: LINGUAGENS E PRODUÇÃO DE SENTIDO. Pedro Carlos de Aquino Ochôa – UEM, Regina Lúcia MESTI – UEM.
Este texto apresenta os resultados de um Projeto de Iniciação Científica que se constitui em uma revisão bibliográfica sobre a relação entre as linguagens na produção de sentido e analisa as interações sociais no exercício cênico na produção teatral. O teatro entendido como arte, formalizado pelos gregos como espaço cênico, organizado na demonstração de cultura e conhecimento, estrutura a análise de propostas de teatro na escola como produção cultural e histórica. A criação de um projeto de arte cênica na escola exige o estudo da articulação das linguagens: o teatro reúne a música, artes plásticas e literatura na criação ou adaptação de textos para a dramatização. E requer a experiência da interação sensível e inteligível do sujeito com o mundo. (Palavras-chave: formação de professores, teatro na escola, linguagens)

SESSÃO II
Coordenação: Andréa Betânia da Silva
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

1. O TRABALHO COM CORDÉIS EM SALA DE AULA. Andréa Betânia da Silva - UNEB – UFBA.
A existência de uma cultura de oralidade secundária (ZUMTHOR, 1997; ONG, 1996) reserva aos textos com temáticas orais uma posição marginal em relação ao cânone, normalmente escrito (CHARTIER, 2003), o que colabora para que o trabalho com linguagem nos ensinos fundamental e médio enfoque primordialmente os gêneros escritos. O trabalho com leitura e produção de textos no ensino superior, principalmente em cursos de formação de professores, busca apresentar novas possibilidades de lidar e/ou incluir gêneros textuais até então menos explorados. O presente trabalho busca apresentar uma experiência com alunos do 6º semestre de Letras no desenvolvimento de propostas para o uso do cordel na educação básica. (Palavras-chave: oralidade, gêneros textuais, leitura, cordel)
2. A LEITURA DAS PALAVRAS, CONFORME GUILHERME DE OCKHAM. Conceição Solange Bution Perin, PPE/UEM e Terezinha Oliveira, DFE/PPE/UEM.
Este trabalho propõe um estudo sobre considerações de Guilherme de Ockham, no século XIV, acerca da leitura das palavras. Segundo o autor, as palavras tinham um significado especial, pois, para conhecer algo, era preciso distinguir as particularidades existentes em cada objeto e saber fazer a leitura das palavras que expressavam e identificavam cada coisa visual e abstrata. Nesse caso, Ockham ponderava que a palavra não precedia o conhecimento mental, visto que, era necessário que fosse realizado o entendimento abstrato do objeto para que, depois, viesse o termo oral. A palavra, então, teria a função de estabelecer o vínculo entre o conhecer da mente e o visual. Desse modo, pretendemos estudar o que levou os homens do século XIV a colocar na ordem do dia a necessidade de compreender e refletir sobre as palavras e o papel de Ockham nesse entrever de questionamentos e mudanças. (Palavras-chave: Leitura; Educação; Guilherme de Ockham)
3. FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES: REDES COLABORATIVA ENTRE UNIVERSIDADE E ESCOLA BÁSICA. Jacqueline de Fátima dos Santos Morais – UERJ.
A pesquisa “Formação continuada de professoras: uma prática compartilhada de ação e investigação” tem como foco uma ação instituinte de formação continuada que vem acontecendo desde 1995 numa escola pública estadual do Rio de Janeiro, localizada na zona norte desta cidade, e tendo como sujeitos professoras das classes iniciais do ensino fundamental. A pesquisa afirma o cotidiano e as próprias experiências, tanto docentes quanto discentes, como lugar privilegiado de investigação da professora que vai se assumindo como pesquisadora de sua própria prática. Essa assunção tem possibilitado às professoras verem a escola e seu cotidiano como lócus de construção de saberes, espaço-tempo de múltiplas histórias e experiências. Temos nos interrogado, num movimento de diálogo e retroalimentação, sobre modos de ensinar e aprender, de construir conhecimentos, de alfabetizar, o que tem possibilitado gerar novas ações, especialmente no que se refere às práticas curriculares desta escola. É afirmada assim a importância de tomamos as práticas pedagógicas reais das professoras como foco das ações formativas e investigativas, em especial as ações de formação continuada. Esta experiência vem representando uma original experiência de formação continuada no exercício da docência. (Palavras-chave: leitura, escrita, formação continuada)
4. ANÁLISE DE EPISÓDIOS DE ENSINO, CASOS COMO GÊNERO TEXTUAL, UMA PROPOSTA PARA AS LICENCIATURAS. Valter César Montanher - Unicamp.
Esta comunicação propõe a utilização de "casos" como gênero textual, em que o professor, por meio da produção e análise de casos paradigmáticos, reflita, compartilhe e desenvolva seu conhecimento profissional. Um “caso” difere de uma narrativa, ao conter o conhecimento teórico daqueles que os contam. O "caso" é mais especifico e elaborado e comporta uma intencionalidade em relação às concepções sobre ensino e aprendizagem presentes no discurso (Mizukami, 2003; Elbaz-Luwisch, 2002; Nono, 2001; Shulman 2002). Esta etapa é parte de um projeto de doutorado em educação, que visa a utilização de "casos" como estratégia de formação de professores, na perspectiva de unir o conhecimento acadêmico e o desenvolvido no contexto da sala de aula pelo professor. Procuramos caracterizar o que torna o "caso" um gênero textual, partindo de uma revisão inicial da literatura (Montanher, 2003). (Palavras-chave: leitura, escrita, ensino superior, licenciatura)
5. ESCREVER E PUBLICAR COMO FERRAMENTA DE INCLUSÃO SOCIAL.Alessandra Rodrigues Luz - Uniplac, Ana Maria Netto Machado – Uniplac.
Este trabalho faz dialogar resultados de duas pesquisas realizadas em âmbitos distintos, desenvolvidas por orientadora e orientanda: uma pesquisa de Mestrado e outra financiada pelo CNPQ. A primeira revela que os escritos, quando amplamente publicizados, constituem-se em poderosa ferramenta de transformação subjetiva e inclusão social. Seus sujeitos são 25 jovens, em situação de vulnerabilidade social, do Programa Agente Jovem (Ministério da Ação Social). A segunda trata da orientação de escritos na pós-graduação. Resultados obtidos com sujeitos tão díspares (marginalizados e elite universitária), alinhados na meta de vencer o medo da "exposição ao outro pela escrita" - o que, segundo Foucault (1968), é a base da autoria - poderão contribuir para "quebrar as armadilhas" da escrita escolar e acadêmica. (Palavras-chave: escrita pública, autoria, inclusão social)
6. LEITURA E PRODUÇÃO NO ENSINO JURÍDICO. Silvana Dias Cardoso Pereira - UNICAMP/ALLE.
Trata-se de discussão desenvolvida em estudos realizados durante o mestrado e que foca a produção de textos jurídicos com um diferencial: a utilização de textos literários como apoio na construção da retórica. Trata ainda da questão das pistas da história de leitura deixadas na produção desses textos uma vez que, em sua maioria, são bastante objetivos e destituídos de citações que estejam fora da área jurídica. Procura-se ainda mostrar o quanto pesquisas voltadas para as diversas áreas de conhecimento ensejam o repensar a educação e as apropriações feitas em relação ao texto lido. Os autores que basearam os estudos são os vinculados à História Cultural. (Palavras-chave: leitura, escrita, ensino jurídico)
7. A (DES)ARTICULAÇÃO ENTRE LINGÜÍSTICA E METODOLOGIAS DO ENSINO DE PORTUGUÊS: O GRAU DE (IR)RELEVÂNCIA DA CIÊNCIA DA LINGUAGEM NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS. Tathiane Graziela Cipullo - USP.
Durante a realização dos estágios da disciplina Metodologia do Ensino de Lingüística I e II e em minha própria experiência como aluna de Letras-Licenciatura, com habilitações em Português e Lingüística, pude vivenciar e observar a exposição do aluno aos conteúdos programáticos específicos das disciplinas básicas do curso de graduação. Tais conteúdos deveriam, segundo a publicidade dos manuais de candidatos, habilitar o profissional egresso do curso de Letras para atuar nas diversas atividades em que língua e/ou literatura estejam envolvidas. Entendendo que a disciplina de Metodologia do Ensino de Português, assim como o estágio são espaços curriculares em que se pode fazer a aproximação entre os conteúdos aprendidos nas disciplinas básicas e o ensino, essa comunicação visa discutir a necessidade do estudo dos conteúdos desta disciplina, na tentativa de verificar em que medida essa aproximação tem sido feita, dando destaque, especificamente, à presença das contribuições da lingüística neste momento da formação, mas sem negligenciar aqueles vindos de outras áreas do conhecimento. (Palavras-chave: Ensino de Lingüística, Metodologia do Ensino de Português, Lingüística, Ensino Superior)
8. O LAÇO DO PASSARINHEIRO - "A NARRATIVA EXPÕE AS ARMADILHAS DA ESCOLA". Maria de Fátima Garcia - Faculdades Network e São Bento.
Este trabalho expõe as armadilhas que se escondem por trás das práticas desenvolvidas em nossas escolas a partir do desenho e voz de crianças. É o registro de um processo que se inicia em um curso de pós-graduação em psicopedagogia e chega até às crianças, sob a forma de coleta de dados para subsídio da disciplina “Psicologia do Desenvolvimento”. Por meio da narrativa, os alunos de escolas públicas e particulares expõem as práticas autoritárias das quais são vítimas no cotidiano de suas escolas, como visualizam a hierarquia escolar, a difícil vivência de um currículo prescrito, dentre outros aspectos do cotidiano escolar. Ancorados na análise da palavra (Bakhtin,1992; Vigotski, 2007), as alunas da psicopedagogia, constroem uma outra imagem/concepção de criança. (Palavras-chave: imagem de criança, psicopedagogia, leitura, escrita)
9. A TRAJETÓRIA HISTÓRICO-CULTURAL E A FORMAÇÃO DO LEITOR: UM ESTUDO SOBRE A EXPERIÊNCIA SOCIAL INFANTIL RETRATADA EM HISTÓRIAS DE VIDA.  Flávia Cristina Oliveira Murbach de Barros – UNESP.
O presente trabalho é uma das ramificações do grupo de pesquisa "Leitura e Ensino" - CNPq - FAFIJA/UENP -PR, associado também à pesquisa em desenvolvimento do curso de mestrado em psicologia - UNESP/Assis - SP. O projeto piloto do grupo de pesquisa busca investigar quais são os fatores que contribuem para a não formação de leitor adulto, tendo como foco de análise alunos do 4º ano do curso de graduação em Letras (FAFIJA). Nesse sentido, considerando a teoria histórico-cultural, tornou-se fundamental refletir sobre a importância da experiência social infantil desses alunos como uma das contribuições essenciais para a formação do leitor. É importante ressaltar, a leitura de mundo tem aqui seu tocante papel, como antecessora à leitura da palavra. (Palavras-chave: leitura, ensino superior, Letras.)

SESSÃO III
Coordenação: Marília Curado Valsechi
Dia: 11/07/2007, das 09 às 12:00 horas

1. A CONCEPÇÃO DE LEITURA DO PROFESSOR: O QUE MUDA APÓS A FORMAÇÃO CONTINUADA? Marília Curado Valsechi – IEL/Unicamp
Uma vez que a formação docente, muitas vezes, não proporciona ao professor uma concepção de leitura que embase sua prática, os cursos de formação continuada correspondem a uma alternativa de formar o professor reflexivo, contribuindo para pensar em um ensino que atenda às exigências socioculturais da comunidade à qual se dirige, de modo a formar leitores críticos e competentes usuários da língua materna. Daí a relevância da pesquisa sobre a eficácia dos cursos de formação continuada. O objetivo dessa pesquisa de mestrado consiste em investigar se há transformações, da concepção de leitura de professores da rede estadual de Campinas, por meio da análise dos projetos de ensino de leitura produzidos por eles para um curso de formação continuada oferecido pelo Estado, assim como as atribuições de sentido que os professores(alunos) realizam com relação aos conceitos de leitura aprendidos. (Palavras-chave: leitura, letramento, práticas de ensino, curso de formação)
2. A ESCRITA DE SI EM AUTO-RELATOS DE PROFESSORES: UM CAMINHO PARA A AUTO-REFLEXÃO. Ana Paula Sarmento Carneiro - UFCG/UFPB
Neste trabalho, discuto o processo de reflexão sobre a imagem da própria escrita por professores de ensino fundamental e médio, participantes de um curso de formação promovido pela Unidade Acadêmica de Letras da UFCG-PB. Para esta análise, foram selecionados quatro relatos de professores a partir de uma entrevista mais ampla aplicada com o objetivo de conhecer melhor a história de escrita vivenciada por estes professores durante o processo de formação escolar. Esse material foi discutido com base na perspectiva teórica da Análise de Discurso francesa e na concepção de escrita de si proposta por Foucault (2002). Uma análise prévia dos dados revela que os sujeitos-professores nem sempre reproduzem o discurso estereotipado de que "professores de escolas públicas não escrevem e não sentem prazer em fazê-lo". (Palavras-chave: escrita de si, imagem, auto-reflexão)
3. CONFIGURAÇÕES DO TEXTO ACADÊMICO E A PRODUÇÃO DE SABERES. Rita Maria Decarli Bottega – UNIOESTE/Marechal Cândido Rondon – FE/USP
Esta comunicação apresenta três textos para reflexão em torno dos quais parece que os trabalhos acadêmicos vêm se configurando. Entre os aspectos desta configuração destaca-se: a) a constituição dos objetos de pesquisa; b) o olhar para os dados que é lançado pelo pesquisador; c) a relação do pesquisador com a referenciação, ou seja, com os outros pesquisadores e trabalhos que são escolhidos e trazidos para o texto. Tal análise objetiva contribuir com a discussão sobre a produção na universidade que problematiza os saberes produzidos no ensino superior, cujo foco principal é o entendimento de que estes saberes vão embasar e ser referência para estudos posteriores, para o embasamento de outras pesquisas, ou seja, para a construção de outros e novos saberes. (Palavras-chaves: produção acadêmica, pesquisador, criação, referência)
4. A PRODUÇÃO TEXTUAL DE FUTUROS PROFESSORES DE LÍNGUA PORTUGUESA: A PROBLEMÁTICA DA ESCRITA DO GÊNERO RELATÓRIO. Vanessa Lima Martins – UFC
Através de relatórios de observação feitos durante a disciplina de Teoria e Prática do Ensino de Língua Materna, identificamos e analisamos dificuldades de produção escrita dos futuros professores de português do Curso de Letras Vernáculas, da UFC Aplicamos um questionário a fim de cruzar informações sobre a representação que eles têm da escrita e as dificuldades constatadas em suas produções escritas. A opção pelo gênero relatório se deu pelo fato de que todos os estudantes ao final da disciplina citada entregam um relatório, descrevendo as aulas observadas. O relatório é visto como um espaço de comunicação/interação entre a universidade e a escola; um instrumento de mudança didático-pedagógica já que as observações descritas representam práticas docentes e apresentam intenções de mudanças, mas também uma produção escrita pelo futuro professor de língua portuguesa. Este trabalho faz parte da pesquisa "Práticas de Leitura de Sala de Aula da Educação Básica Cearense". (Palavras-Chave: formação de professor, produção escrita, gênero relatório)
5. ESCRITA E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS: TRAJETÓRIA DE UMA ALFABETIZADORA. Benedita de Almeida – UNIOESTE
O texto apresenta recorte de pesquisa sobre o papel da escrita na formação continuada de professores. Visando a aprofundar um percurso de investigação sobre as possibilidades formadoras da escrita, destaca a trajetória de uma alfabetizadora, acompanhando sua escrita sobre a prática durante um ano letivo. Com fundamentos nos pressupostos dialógicos e sócio-históricos da linguagem e desenvolvimento humano e na concepção de escrita como instância de criação, a pesquisa evidenciou o papel da escrita para produção e sistematização de conhecimentos sobre a alfabetização, produção de autonomia e compreensão dos aspectos contextuais e sócio-políticos da prática pedagógica. (Palavras-chave: Linguagem e ensino. Escrita. Alfabetização. Formação continuada de professores)
6. O ATO DE ESCREVER: PROCESSOS E CONSEQÜÊNCIAS NA ESCRITA DE UMA PARTICIPANTE DE UM CURSO DE FORMAÇÃO EM NÍVEL SUPERIOR. Kelly Gomes de Oliveira – FFLCH/USP
Nesta comunicação, serão apresentados resultados de uma pesquisa sobre os processos que fundamentam o ato de escrever e o ensino da escrita de uma professora da escola básica, para discutir alguns dos possíveis desdobramentos dessa prática de escrita. O principal objetivo da pesquisa em questão foi verificar se o ato de escrever da professora era condizente com a forma como trabalhava a escrita em sala de aula com os seus alunos. Por uma leitura contrastiva dos textos resultantes do curso, pôde-se verificar que alguns elementos em sua escrita foram constantes de maneira a delinear um conceito do ato de escrever que é base para a sua produção de textos e para a sua prática em sala de aula. Para além disso, depreendeu-se uma recorrência de falas sobre a leitura das quais se estabeleceram algumas relações com a escrita, que também perpassarão esta comunicação. (Palavras-chave: escrita, produção de textos, ensino superior)
7. FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM SERVIÇO E EAD: UMA ALTERNATIVA DE QUALIDADE? Carolina Assis Dias Vianna – IEL/ UNICAMP
Pretende-se, na presente comunicação, discutir algumas das novas possibilidades trazidas para a formação continuada de professores com o advento da Educação à Distância. O ponto de partida da pesquisa é o curso `Letramento nas séries iniciais`, oferecido pelo centro de formação do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp (Cefiel) e dirigido a professores e coordenadores da rede pública de diferentes cidades dos estados de SP e MG. A partir das produções diversas dos professores/alunos no curso em questão (atividades, fórum de discussão, chats, etc) e especialmente com base no trabalho final elaborado por eles (uma oficina pedagógica em que se colocam no papel de multiplicadores dos temas abordados), propõem-se uma reflexão sobre o curso de formação continuada em si e sobre as vantagens e desvantagens que a Educação à Distância pode proporcionar a um contexto de formação de professores em serviço. (Palavras-chave: formação de professores, Educação à Distância, escrita)
8. PRODUÇÃO ESCRITA DE ESTUDANTES DE PEDAGOGIA E OS INDÍCIOS DE UM PROCESSO DE FORMAÇÃO DO PROFESSOR DA ESCOLA BÁSICA. Ana Lúcia Guedes-Pinto – FE/UNICAMP
A presente pesquisa trata da discussão de um projeto em andamento que se encontra em fase de compor alguns resultados parciais. O trabalho tem como foco problematizar o processo de formação do professor dos anos iniciais do ensino fundamental. Através da análise da produção escrita de alunos do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Unicamp, procuram-se indícios sobre como tem sido construída a relação do aluno-estagiário com o cotidiano escolar no qual imerge e no qual irá futuramente atuar como professor. Um dos pressupostos assumidos toma a centralidade da linguagem nesse processo formativo. O trabalho de pesquisa se apóia no paradigma indiciário proposto por Ginzburg e na perspectiva sócio histórica da linguagem para dialogar com os textos produzidos pelos estudantes a respeito de sua inserção no estágio em sala de aula junto aos sujeitos com quem compartilham essa experiência. (Palavras-chave: formação de professores; escrita e formação; linguagem e formação)
9. ENTRE A ESCRITA E A FALA, A LEITURA: SIGNALIZAÇÕES PARA A FORMAÇÃO DE FORMADORES. Elida Maria F. Costalonga - SEME/Vitória/ES - FACHA/ES.
Nesta comunicação pretende-se discutir alguns enunciados didáticos destinados a orientar professores acerca das relações entre a escrita e a fala no processo de alfabetização. Adotamos como referência Vygotski (1993), Bakhtin (1995), Foucault (2002), Eco (2000) e outros. Esta reflexão faz parte da pesquisa de doutorado realizada a partir dos discursos formadores de um Programa que usa mídias interativas para habilitar professores dos municípios de São Paulo. Dentre inovações estruturais e metodológicas, os dados analisados continuam a reivindicar das licenciaturas abordagens plurais nas tentativas de explicar crianças aprendendo a ler e escrever - processo inapreensível a olhares unidimensionais. (Palavras-chave: Formação Universitária - Discurso Didático-Formador - Escrita) 

SESSÃO IV
Coordenação: Sérgio Pereira da Silva
vcDia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

1. DA LEITURA ESTÉTICA À LEITURA RACIONAL. Sérgio Pereira da Silva- UFG/ Catalão
Esta comunicação visa compartilhar algumas reflexões a respeito de duas formas de leitura-experiência de mundo aqui intituladas “leitura estética e leitura racional”. Trata-se de uma genealogia do conceito de leitura privilegiando o momento épico-trágico e o momento racional-filosófico. O autor procura mostrar como os helenos leram a experiência da vida. A esta experiência estética de leitura será contraposta a experiência racional (metafísica) cuja origem, mais precisamente, remonta ao pensamento de Sócrates e Platão. Tais reflexões são fruto de uma pesquisa bibliográfica que privilegiou os textos de Nietzsche, comentaristas nietzschianos, algumas obras de Homero, Sófocles, Sócrates e Platão. Uma vez caracterizadas estas duas formas de leitura-experiência, o autor procura inferir a influência delas na cultura acadêmica brasileira, sobretudo no que diz respeito ao silenciamento da criatividade e à compulsão ao plágio e à paráfrase além da compulsão ao carreirismo lattes. (Palavras-chave: experiência, leitura estética, leitura racional, criatividade, plágio e paráfrase)
2. INCORREÇÕES NA ESCRITA DE RESUMOS DE TESES E DISSERTAÇÕES: LEITURA COMPROMETIDA? Renata de Almeida Vieira (UEM) e Lizete Shizue Bomura Maciel (UEM).
Nosso trabalho decorre de um estudo documental realizado a partir de resumos de pesquisas institucionais de mestrado e doutorado, disponibilizados pelo Banco de Teses CAPES. Consultados alguns resumos desse banco, deparamo-nos, na condição de usuários, com inadequações de ordem formal que dificultaram a compreensão do conteúdo cifrado, situação que nos provocou a estudá-los. Analisamos quantitativa e qualitativamente resumos da Área da Educação, relacionados à temática do preconceito. Diante da constatação de uma série de incorreções na escrita de muitos resumos ficou evidenciado que isso dificulta e, até mesmo, compromete seriamente uma leitura compreensiva do material. Tal situação nos impõe discussões e, também, ações, uma vez que o resumo, adequadamente escrito, pode ser uma fonte investigativa valiosa para pesquisadores, discentes e outros interessados. (Palavras-chave: pós-graduação; resumo; ensino superior; teses)
3. A ESCRITA ACADÊMICA ENQUANTO PRODUTO LINGÜÍSTICO: PROCEDIMENTOS DE ELABORAÇÃO TEXTUAL E APROPRIAÇÃO E CIRCULAÇÃO DO CONHECIMENTO. Bruno César dos Santos- FE/USP
Esta comunicação propõe uma tentativa e exercício de leitura e reflexão de textos produzidos no Ensino Superior brasileiro, considerando-os como produtos lingüísticos (Rossi-Landi, 198 5) de uma determinada área do conhecimento. Para tal, considero como corpus de análise, alguns documentos universitários, como Trabalhos de Conclusão de Curso e Graduação Individual (TCC e TGI, respectivamente), além de Dissertações de Mestrado. A partir da leitura do corpus supra citado , questiona-se o formato e os dispositivos lingüísticos empregados na elaboração de tais escritos, seja de forma rudimentar ou sofisticada. (Palavras-chave : produção escrita – ensino superior – circulação do conhecimento)
4. A DIVULGAÇÃO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA E AS DIFICULDADES ENCONTRADAS NA REALIZAÇÃO DE PESQUISAS DO TIPO “ESTADO DA ARTE” EM ENSINO DE CIÊNCIAS. Rebeca Chiacchio Azevedo Fernandes.
A presente comunicação discutirá aspectos relacionados a uma experiência de pesquisa de "Estado da Arte" em Ensino de Ciências e elaboração de um Catálogo Analítico, apontando a importância da divulgação da produção acadêmica e as dificuldades encontradas neste tipo de trabalho. A necessidade de se realizar estudos de "Estado da Arte", descrevendo tendências, sinalizando temas e problemas para novas investigações, esbarra na dificuldade de classificar os trabalhos pelos resumos, pois nem sempre estes se encontram elaborados de maneira adequada aos objetivos deste gênero textual em âmbito acadêmico, o que implica na leitura do trabalho na íntegra. Por outro lado, a leitura completa dos documentos demanda tempo, dedicação e organização, já que o volume de trabalhos é imenso, constituindo assim, um grande desafio ao pesquisador disposto a mapear as tendências de uma determinada área. Alertamos para a importância da elaboração cuidadosa dos resumos, para que estes contribuam na divulgação e facilitem o acesso à produção acadêmica. (Palavras-chave: "Estado da Arte" - Catálogo - Resumos - Divulgação Acadêmica -Ensino de Ciências)
5. ESTRATÉGIAS PARA O APERFEIÇOAMENTO DA PRODUÇÃO TEXTUAL: O RESUMO EM FOCO. Adair de Aguiar Neitzel – UNIVALI/ SC, e Blaise Keniel da Cruz Duarte – UNIVALI/ SC.
Este artigo apresenta os resultados de pesquisas que vimos desenvolvendo com os acadêmicos nas disciplinas Produção Textual, Psicolingüística e Trabalhos Acadêmico-Científicos, na UNIVALI, nos cursos de graduação e com os docentes no Programa de Formação Continuada para Docentes do Ensino Superior. O objetivo da pesquisa é experienciar estratégias de aperfeiçoamento da escrita e da leitura por meio da redação de resumos. Partimos do pressuposto que o trabalho sistematizado com resumos influenciará a competência textual do acadêmico, uma vez que sua construção exige do leitor a apreensão (análise textual), compreensão (análise temática), interpretação do texto lido para elaborar a síntese, e esse exercício o conduzirá ao domínio de conceitos mais elaborados.Iniciamos mapeando o conceito de resumo, descrevemos a técnica da construção de tópicos frasais e discutimos questões relacionadas à interpretação, com base nos estudos de Eco (2004). (Palavras-chaves: leitura, formação de professores, resumo)
6. PRODUÇÃO DISCENTE: UM ESTUDO INTRODUTÓRIO. Simone Burioli Ivashita - UEM. Elaine Rodrigues – UEM
O objeto sobre o qual nos debruçamos é a produção discente resultante de cursos de especialização, ofertados pelo Departamento de Fundamentos da Educação (DFE) da Universidade Estadual de Maringá (UEM), que recortam como temática a História da Educação. A finalidade é identificar como os saberes, veiculados por essa disciplina, têm sido resignificados quando de sua aplicabilidade. O procedimento metodológico apoiou-se em uma ficha catalográfica para seleção de dados, o que possibilitou melhor percepção do material angariado nos arquivos. Registramos que foi preciso a releitura de várias monografias no intuito de verificar as minúcias que as fichas não nos possibilitaram identificar. Os textos selecionados circunscrevem-se ao período 1983 a 2003. A indagação que direcionou a pesquisa foi: o que a disciplina História da Educação está produzindo quando passa a ser tema de Produção na Educação Superior? (Palavras-chave: Educação - Campo disciplinar - História da Educação – Produção discente)
7. OS DESAFIOS DA PESQUISA NA FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL PEDAGOGO NO CAC-UFG.Ana Maria Gonçalves, UFG/ Catalão, Aparecida Maria Almeida Barros, UFG/ Catalão, Juçara Gomes de Moura, UFG/ Catalão.
A proposta tem como objetivo refletir sobre a pesquisa na formação e atuação do professor, mais especificamente, do pedagogo. É uma síntese de experiências sobre orientação de Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC), no curso de Pedagogia do Campus Catalão da Universidade Federal de Goiás. A temática da orientação de TCC e os problemas enfrentados pelos orientadores (as) e orientandos (as) se basearam nas discussões sobre pesquisa em educação, de Santos (2001), Lüdke (2001), André (2001, 1997 e 1995), Machado e Lehmkuhl (2004) e outros. Conclui que é importante na formação inicial o acesso às pesquisas produzidas, mas também a possibilidade de apreender e aprender os processos de produção próprios de sua área de atuação. (Palavras-chave: orientação de TCC, pesquisa em educação, produção de pesquisa)
8. PERDIDOS ENTRE O PLÁGIO E A ORIGINALIDADE. Valéria Brisolara Salomon – Unilasalle
Este trabalho discute possíveis razões para a alta incidência de acusações de plágio em ambientes acadêmicos, na atualidade, e problematiza o conceito de plágio em ambientes educacionais. Propomos uma discussão sobre a importância de discussões acerca de questões ligadas à autoriana sala de aula, a fim de fazer com que, tanto professores e alunos, estejam mais conscientes dos processos e práticas envolvidos na leitura e na escrita. O foco é a dificuldade que os alunos têm de encontrar a sua própria voz e as armadilhas que a facilidade do acesso ao discurso do outro trazem. (Palavras-chave: autoria, identidade, plágio, originalidade)
9. A PRODUÇÃO CIENTÍFICA E SUA DISSEMINAÇÃO NOS CENTROS ACADÊMICOS E UNIVERSIDADES: UM ENFOQUE HISTÓRICO. Rosane Michelli de Castro - FFC-Unesp/Marília.
Trata o presente de comunicar alguns resultados obtidos com o desenvolvimento da tese "O papel estratégico dos periódicos departamentais na organização das atividades acadêmico-científicas: o caso das Revistas da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília" (2005). Neste texto, objetivou-se evidenciar a tendência que a produção científica e a sua disseminação, via periódicos departamentais, revelaram à época da 'explosão de informação', da especialização do conhecimento, da interiorização do ensino superior público paulista, e do apelo à renovação do ensino superior no Brasil. Concluiu-se que se tratava de uma tendência em que a produção científica e a sua disseminação, para além de buscar a constituição do conhecimento científico, constituiu-se em estratégia administrativa dos centros universitários e universidades. (Palavras-chave: produção científica; disseminação da produção; periódicos departamentais; estratégia administrativa)

SESSÃO V
Coordenação: Terezinha de Oliveira
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

1. DIDASCÁLICON. DA ARTE DE LER: A LEITURA COMO INSTRUMENTO EDUCATIVO NO SÉCULO XII. Terezinha de Oliveira (DFE/PPE/UEM)
Propõe-se aqui mostrar que a leitura é o instrumento e caminho para se atingir a sabedoria no Medievo. O ponto de partida é a obra Didascálicon, Da arte de Ler, do mestre medieval Hugo de São Vítor. A seu ver, a sabedoria somente é alcançada quando as pessoas se dedicam à leitura, pois todo o conhecimento produzido pelos homens encontra-se registrado sob a forma da escrita. Assim, o mestre Vitorino observa que os passos para se atingir a sabedoria encontram-se no âmbito da leitura: precisa-se definir primeiro, o que ler; segundo, a ordem da leitura, e, terceiro, como se ler. A partir da leitura pode-se conhecer a si mesmo e aos outros. O saber medievo baseia-se, pois, na leitura. De Agostinho (século V) a Ockham (século XIV), a leitura é o meio para se chegar ao conhecimento. A originalidade da obra reside em que o autor precisa, dado o momento histórico, expor pela leitura/escrita as diferentes artes e atividades das pessoas, definindo um novo agir para as mesmas, exigido pelo ambiente citadino do século XII. (Palavras-Chaves: Leitura, Didáscalicon, Educação, Hugo de São Vítor)
2. A UNIVERSIDADE E A FORMAÇÃO DO ALUNO LEITOR. Kenia Maria de Almeida Pereira – UNITRI
Esta comunicação é uma tentativa de refletir sobre a formação do aluno leitor, na universidade, levando-se, em consideração, o fascínio e a sedução dos mitos gregos. Para Mircea ELIADE(1994), o mito é um ingrediente vital da civilização humana, longe de ser uma fabulação vã é, ao contrário, uma realidade viva que precisa ser melhor estudada, principalmente entre a juventude. Já para LÉVIS-STRAUSS (2002), o mito seria, em tempo de caos, o último espaço da significação. MELETINSKI (2002), por sua vez, observa que os arquétipos da simbologia grega estão pulverizada por toda literatura clássica.. Assim, ancorados, principalmente, no pensamento desses três estudiosos, propomos um trajeto diacrônico pelos períodos literários brasileiros, enfocando a presença da mitologia grega. Tais reflexões reforçam nossas teorias de que, por meio dessas narrativas milenares, podemos despertar no aluno universitário o gosto pela leitura. (Palavras-chave: universidade, mitos gregos, leitura)
3. PENSAMENTO POLÍTICO DE TOMÁS DE AQUINO: UMA LEITURA CRISTÃ DA FILOSOFIA ARISTOTÉLICA NA UNIVERSIDADE. Tatyana Murer Cavalcante - UEM
O objetivo desta comunicação é tecer algumas considerações acerca da importância da leitura de Aristóteles na elaboração do pensamento político de Tomás de Aquino. No século XIII, uma das preocupações da Universidade era discutir questões como a possibilidade da separação dos poderes laico/eclesiástico e as atribuições de cada um deles. Para respondê-las, os mestres universitários nutrem-se da leitura de obras cristãs e de Filosofia Antiga, principalmente aristotélica. A nosso ver, os escritos políticos de Tomás de Aquino manifestam uma leitura conciliatória entre os textos antigos e os cristãos, necessária ao século XIII, uma vez que o autor estabelece os limites entre o poder espiritual - voltado para a salvação - e o temporal - atento à utilidade da vida social e ao bem comum. Entendemos que o autor colabora para a gênese do pensamento político moderno. (Palavras-chave: Filosofia Antiga, Tomás de Aquino, pensamento político, leitura)
4. MURAIS COMO SUPORTE DE LEITURA E ESCRITA EM ESPAÇOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Andréa Pavão - ISERJ/UFRJ, Luciana Cordeiro – ISERJ, Fernanda P. Caldeira – ISERJ
Este trabalho apresenta e discute dados preliminares de pesquisa em andamento, cujo objetivo geral é desenvolver uma avaliação comparativa da dimensão formadora entre os atuais espaços de formação em vigor no Brasil: nível médio (Curso Normal), nível superior não-universitário (Curso Normal Superior) e nível superior universitário (Curso de Pedagogia), no que diz respeito à aproximação com a cultura escrita de futuros professores. Tomando como ponto de partida empírico quatro cursos de formação de professores de prestígio na cidade do Rio de Janeiro, e partindo da concepção da leitura e da escrita como práticas culturais (Chartier), procura-se refletir sobre a formação de professores mediadores de futuros usuários (Becker) da cultura escrita, seus limites e possibilidades, identificando os elementos mais favoráveis entre estes cursos. Neste sentido, pretende-se, neste trabalho, desenvolver um estudo comparativo de murais dos três espaços de formação. (Palavras-chave: leitura, prática cultural, formação de professores)
5. REDAÇÃO PARA UNIVERSITÁRIOS. Graciema Pires Therezo – PUC/Campinas
Esta comunicação tem como objetivo descrever a Prática de Formação "Redação para universitários" oferecida pela Faculdade de Letras aos alunos ingressantes de qualquer curso da PUC-Campinas. Trata-se de uma prática de 34 horas, desenvolvida em um semestre, com a finalidade de fornecer aos estudantes os elementos básicos para a produção textual no curso superior. O docente pretende discutir o conteúdo programático e sua dosagem, as estratégias de ensino e as formas de avaliação, dando destaque à cobrança de refeituras dos textos semanais produzidos em sala e corrigidos pelo professor. (Palavras-chave: leitura, redação, ensino superior)
6. LEITURAS COMPARTILHADAS: POSSIBILIDADES DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS. Maura Maria Morais de Oliveira Bolfer - FACULDADE UIRAPURU
Este trabalho analisa práticas de leituras compartilhadas realizadas por um grupo de professores universitários que se reúne periodicamente para refletir sobre a prática docente. Reuniões sistemáticas de professores, lideradas por uma coordenadora pedagógica mostram-se significativas na formação continuada dos professores no âmbito da instituição onde atuam. As reuniões foram gravadas, transcritas e os episódios recortados, buscando-se analisar as interações verbais que revelam a reflexão sobre a prática docente. Tendo como diretrizes de investigação os estudos processuais, decorrentes da abordagem histórico-cultural, as categorias aqui estabelecidas tentam estudar o movimento dos processos de interação de um grupo de professores que, por meio da leitura compartilhada de textos, ampliam sentidos e significados da prática docente. (Palavras-chave: leitura, formação de professores)
7. OFICINAS DE LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS PARA PROFESSORES DO ENSINO SUPERIOR. Ana Lúcia Buogo – UCS/RS
Este trabalho visa a apresentar a experiência da Universidade de Caxias do Sul com o oferecimento de Oficinas de Leitura e Produção de Textos destinadas a professores do Ensino Superior das diferentes áreas do conhecimento. As Oficinas objetivam desencadear a reflexão sobre a importância e a função da leitura e da produção de textos no Ensino Superior, bem como instrumentalizar para o desenvolvimento do trabalho de orientação de leitura e produção em sala de aula, como forma de instaurar processos efetivos de acesso e construção de conhecimentos e de autoria pelos alunos. A perspectiva interativa de leitura e produção (Luckesi, 1991; Solé, 1998; Kleimann, 1995; Silva, 1999) é a base para o desenvolvimento do trabalho. (Palavras-chave: ensino superior, leitura, escrita)
8. TEXTOS TÉCNICO-CIENTÍFICOS COMO OBJETOS CULTURAIS DE DIFÍCIL ACESSO A UNIVERSITÁRIOS. Elsa Maria M. Pessoa Pullin – UEL
O artigo científico, um dos recursos discursivos de objetivação da ciência, é de difícil acesso, mesmo para alunos universitários. As práticas de leitura dos que chegam a cursos de graduação, especialmente quando associadas às de proposição de textos, por parte dos docentes, contribuem para que dificuldades em leitura sejam enfrentadas por esses alunos. Características de textos, particularmente dos presentes no campo das Ciências Humanas e Sociais, por diferirem dos publicados por outras ciências, exigem dos leitores habilidades específicas. Dados disponíveis no controle da biblioteca de uma universidade pública, quanto ao uso de periódicos, foram contrapostos aos das referências bibliográficas de disciplinas comuns a diversas licenciaturas. Os resultados apontam para a necessidade de dar a ler esse tipo de texto. Conclui-se quanto à importância de ensinar futuros professores a analisarem e avaliarem artigos científicos e não científicos. (Palavras-chave: leitura, escrita, artigos científicos) 
9. QUANDO OS ALUNOS FALAM MAIS: A DISCUSSÃO ACADÊMICA NA SALA DE AULA DE GRADUAÇÃO. Marise Adriana Mamede Galvão, UFRN/Currais Novos
Este trabalho objetiva descrever e analisar a interação em sala de aula no ensino de graduação, na UFRN/Currais Novos, a partir de uma perspectiva indutiva e qualitativa. A interação em sala de aula, semelhante ao que ocorre na interação espontânea, caracteriza-se pela instauração de um discurso entre os participantes, o que vai definir a maior ou menor assimetria na distribuição de papéis entre eles.  As interações mais planejadas são gerenciadas pelo professor, a partir de um conjunto de questões estabelecidas, muito embora os alunos se utilizem de estratégias colaborativas para a construção do discurso acadêmico. Em interações mais simétricas, como as discussões acadêmicas, os alunos têm uma maior participação e se alternam nos papéis de falantes, às vezes mantendo o controle do discurso. Em suma, este trabalho centra a atenção em interações em sala de aula na graduação e correlaciona aspectos lingüístico/discursivos e organização pedagógica. (Palavras-chaves: interação em sala de aula, discussão acadêmica, papéis interacionais, estratégias colaborativas.)

SESSÃO VI
Coordenação: Ana Lúcia Horta Nogueira
Dia: 11/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

1. LEITURA DE PROFESSORES: PROCESSOS DE SIGNIFICAÇÃO. Ana Lúcia Horta Nogueira – USP/Ribeirão Preto, Raquel Salek Fiad – IEL/UNICAMP
Neste trabalho, discutimos aspectos da elaboração do saber docente, a partir de uma abordagem discursiva, com relevância aos processos dialógicos de produção de sentidos. No processo de análise dos dados, coletados em encontros de um grupo de estudos com professoras do ensino fundamental, tomamos os comentários como acontecimentos de linguagem, na tentativa de compreender as relações interdiscursivas e os processos de significação, sempre considerando as condições de produção. A partir da questão da leitura, destacamos três aspectos inter-relacionados: o processo de leitura, a apropriação do conhecimento e a reflexão sobre o trabalho. Por meio da análise de situações de interlocução entre professoras, procuramos dar visibilidade à dialogia e ao caráter coletivo da reflexão do professor como instância formativa, buscando evitar alguns dos riscos trazidos na esteira dos estudos acerca da atividade reflexiva docente, a saber, a ênfase ao caráter individual e à naturalização da reflexão. (Palavras-chave: leitura, dialogia, processos de significação, formação de professores)
2. FORMAÇÃO EM LETRAS À LUZ DA(S) HETEROGENEIDADE(S) ENUNCIATIVA(S). Lázaro Donizete Carlsson – FFLCH/USP
Baseando-se nos estudos da Análise do Discurso (de linha francesa) sobre a complexidade enunciativa, o presente trabalho analisa um corpus constituído de textos produzidos por formandos em Letras, por ocasião do Exame Nacional de Cursos (também chamado de Provão), realizado em 2001, advindos somente de instituições de ensino superior do setor privado e da região sudeste. Essa análise se dá sob a luz da heterogeneidade enunciativa mostrada e marcada que, após formular os pontos que revelam o aspecto heterogêneo dos textos, contribui para criar hipóteses sobre a filiação a um certo processo de formação teórica pela qual esse futuro professor de Língua Portuguesa tenha passado. (Palavras-chave: análise do discurso, exame nacional de cursos)
3. A LEITURA COMO INSTRUMENTO DE CAPACITAÇÃO PROFISSIONAL. Paulo Cezar Rodrigues -UEM/FAP, Rosimeiri D'arc Cardoso - FAP-Apucarana-PR.
A comunicação apresenta os resultados de um projeto de ensino da leitura realizado com alunos de IES, cujo objetivo foi o de capacitá-los para a leitura de textos teóricos, visando a proficiência desses alunos, também, nas atividades de produção textual. Orientados a partir de uma perspectiva sociointeracionista de ensino, os participantes do projeto realizaram leituras de textos que tratavam do ensino da leitura e da escrita, além de questões específicas do gênero textual artigo cientifico. Em seguida, procederam à leitura de textos de suas próprias áreas, a fim de produzirem um artigo. Os resultados revelaram a presença de uma forte resistência por parte dos alunos de IES à atividade de escrita, o que não se deu, na mesma proporção, com as atividades de leitura propostas, uma vez que, de um total de 40 alunos participantes no projeto, apenas 7 apresentaram seus artigos ao final do curso. O projeto em questão está vinculado ao grupo de pesquisa Interação e escrita no ensino e aprendizagem (UEM/CNPq). (Palavras-chave: leitura, texto teórico, sociointeracionismo)
4. LEITURA, LITERATURA CIENTÍFICA E RESPONSABILIDADE SOCIAL. Eliana Meneses de Melo
Esta comunicação apresenta estudo em torno do universo da leitura no ensino superior , tendo como eixo a Responsabilidade Social ,Literatura Científica e Prática Pedagógica. Referenciado nas ações dos sujeitos do Discurso Pedagógico, o trabalho analisa as posturas do sujeito-estudante diante do processo de identificação e entendimento das idéias do outro. Destaca os valores individualistas projetados no ato de leitura como uma das marcas das dificuldades encontradas na assimilação de idéias e práticas de leituras. Analisa ainda os processos de alterações conceptuais e de reflexões em torno dos mecanismos de construção do conhecimento dos próprios indivíduos, respaldado na Semiótica, em pesquisa respondida por estudantes e estudo de atividades planejadas ligadas à temática. (Palavras-chave: leitura, Ensino Superior, responsabilidade social, texto científico e prática pedagógica)
5. LEITURA, INTERPRETAÇÃO E PRODUÇÃO DE TEXTOS: DO TRINÔMIO POSSÍVEL PARA O ENSINO PRODUTIVO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA UNIVERSIDADE. Anderson da Silva Ribeiro- UFRJ/Centro Universitário Augusto Motta - RJ
Como professor in aeternum do Ensino Fundamental(escola de todo docente), desenvolvemos a preocupação de honrar o objetivo de tal nível, ao apresentar, em nosso caso, a Língua Portuguesa nas diversas manifestações, a partir das quais o aluno construirá a sua cidadania (cf. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - nº 9394/1996). É certo que, no espaço discursivo da escola, a língua padrão ou de base será a mais privilegiada, não porque se deseja contribuir para um preconceito lingüístico, mas porque a escola também é o local de aprendizado de uma cultura erudita. Para desenvolver esse tópico, partimos, entretanto, do conhecimento adquirido em uma "leitura do mundo", como bem pontuou Paulo Freire. Ainda assim, por tudo que veiculam os meios de comunicação e a nossa prática efetiva em sala de aula, verificamos que, a cada dia, a realidade educacional se torna caótica. Alunos analfabetos são promovidos de série sem condição alguma. Quando muito, sabem somente ler e escrever, desconhecendo a função social da leitura e da escrita. Não está desenvolvida a competência textual de que tratam os Parâmetros Curriculares Nacionais. Este problema é alarmante, a partir do momento que adentra a universidade, fragilizando a formação intelectual. Tomando por base o trinômio leitura, interpretação e produção de textos, discutiremos, neste trabalho, sem a pretensão de resolver o problema, estratégias de ensino no âmbito acadêmico que atenuem na problemática de um contagioso analfabetismo funcional. (Palavras-chave: leitura; escrita; letramento; universidade; prática de ensino)
6. A ADOÇÃO DOS PORTFÓLIOS EM UM CURSO DE FORMAÇÃO DOCENTE: LÓGICAS AVALIATIVAS E PERCEPÇÕES DOS ALUNOS. Maria Cecília Cerminaro – FE/UNICAMP, Mara Regina Lemes de Sordi – FE/UNICAMP.
Objetiva-se descrever experiência de utilização dos portfólios em um curso de pedagogia e identificar as razões da inserção deste instrumento, como uma forma de avaliação e acompanhamento do processo de ensino-aprendizagem. Outro interesse do estudo é o de conhecer as percepções dos alunos envolvidos nesta prática. Utilizamo-nos de entrevistas semi-estruturadas a fim de compreender as lógicas avaliativas acionadas pelos professores e de questionários para conhecer os significados e as aprendizagens que este procedimento trouxe a estes alunos. Constatou-se a valorização dos portfólios como texto reflexivo possibilitador da expressão e da releitura da prática pedagógica e da própria formação. As fragilidades decorrem da inexperiência com o uso e da falta de tempo. Concluímos que a inserção pode e deve ser estimulada pelo enriquecimento que traz aos atores enquanto uma avaliação processual. (Palavras-chave: portfólio, avaliação, formação docente)
7. LEITURA SIGNIFICATIVA: PRAZER, DEVER OU RELEVÂNCIA SOCIAL NO ENSINO SUPERIOR? Maria Celina Teixeira Vieira - PUC/SP
O trabalho aborda a leitura e sua importância no processo ensino-aprendizagem em todos os níveis de escolaridade, em especial no ensino superior. A partir de conceitos da teoria de texto e da psicologia educacional mostra que ler não é apenas decodificar, mas, sobretudo, compreender, interpretar, inferir, hipotetizar, perceber o dito e, principalmente, o não dito, incorporar conhecimentos e idéias, mediante os próprios conhecimentos e experiências pessoais. Professores e alunos dependem do texto em quaisquer disciplinas do currículo, como veículo de idéias, informações e cultura. Em um mundo globalizado, com as mais sofisticadas tecnologias, o texto continua com seu valor, permeando toda a comunicação acadêmica, empresarial e social. Pesquisas apontam que os estudantes, incluindo os universitários e pós – graduandos, no Brasil e em outros países, lêem pouco, pouco entendem do que lêem, o que afeta radicalmente sua competência para escrever e o processo ensino-aprendizagem em geral. Assim, cabe ao professor a mediação no processo de tornar o aluno leitor competente por meio de uma concepção de leitura que sustente estratégias adequadas e dinâmicas, que inaugurem o gosto e o hábito de leitura, que ponham em contato o autor-texto-leitor, em uma troca e diálogo enriquecedor. (Palavras chave: Interação autor-texto-leitor, Mediação do professor, Leitura significativa)
8. LEITURA E DIALOGISMO: MÚLTIPLAS VOZES DISCURSIVAS. Vera Maria Ramos Pinto – FAFIJA, Sônia Maria Dechandt Brochado – FAFIJA.
Segundo o pensamento de Bakhtin (1992), revelado em suas obras que têm como centralidade a linguagem, o signo é essencialmente ideológico. Sua concepção é dialógica, ou seja, a noção do eu nunca é individual, mas social. Neste trabalho ressaltamos esse enfoque e discutimos o reflexo das diversas concepções de leitura para a formação do professor-leitor. Apresentaremos a discussão a partir do levantamento do perfil do leitor iniciante do Curso de Graduação em Letras, da FAFIJA, constatado pela análise dos dados coletados no corpus pesquisado. Refletiremos sobre o processo de recepção textual empregado pelos calouros na amostra pesquisada, se apresentam tendência para a abordagem decodificadora ou para a visão sociointeracionista. (Palavras-chave: leitura - dialogismo - concepções de leitura - professor-leitor)
9. A LEITURA NA VOZ DO PROFESSOR: O MOVIMENTO DOS SENTIDOS. Victória Junqueira Franco do Amaral -FFCLRP-USP, Soraya Maria Romano Pacífico - FFCLRP-USP
Através dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de 'linha' francesa, analisaremos as produções textuais de sujeitos que cursam o último semestre de Pedagogia, em uma Universidade particular, de Ribeirão Preto-SP. Após o estudo de um texto científico, cujo tema é a leitura no imaginário social, os sujeitos devem produzir um texto argumentativo, defendendo suas concepções de leitura. A partir dos textos produzidos, faremos uma análise das marcas lingüísticas presentes nas redações, as quais indiciam o lugar histórico-social dos enunciadores, assim como fazem falar/calar sentidos dos futuros profissionais da educação sobre o objeto de estudo em questão. Consideraremos os processos histórico-sociais da constituição dos sujeitos e dos sentidos, o que nos fará refletir sobre a formação dos professores em relação à leitura. (Palavras-chave: leitura, discurso, universitários, sentidos)

SESSÃO VII
Coordenação: Marco Antônio Rodrigues Vieira
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1. ANÁLISE DA COESÃO LEXICAL EM TEXTOS INFORMATIVOS. Marco Antônio Rodrigues Vieira - UFV.
Análise da coesão lexical na elaboração da macroestrutura de textos informativos, como suporte teórico para as aulas de lingüística textual no ensino superior, através de um modelo que organiza a macroestrutura por meio de reiterações lexicais locais. Elas estabelecem elos entre as orações, formando cadeias de redes semânticas, que expressam as possibilidades lingüísticas de significado, incluindo seleções léxicas. Conforme o número de reiterações nas orações é possível gerar dois tipos de orações, centrais e periféricas,compondo aquelas a macroestrutura do texto. Desta forma, a descrição de um texto, enquanto uma sucessão de orações, seja do ponto de vista da compreensão, seja da produção, consistirá em ligar sob a forma de uma construção única o conjunto de proposições que descrevem a significação de cada uma das orações. Porém, dependendo do emprego de estratégias de interpretação, conhecimento ou objetivos diferenciados, diferentes leitores podem construir macroestruturas diferentes para o texto/discurso. (Palavras-chave: texto, coesão lexical)
2. ARMADILHAS TEXTUAIS NA EDUCAÇÃO SUPERIOR: A COESÃO NA PRODUÇÃO ESCRITA DE UNIVERSITÁRIOS. Irney Ap. Ferreira de Araújo Vêncio - Unitri-MG, Graziela Giusti Pachane – PUC/Campinas - Unitri-MG
O objetivo deste trabalho é identificar o tipo de inconsistência lingüística mais recorrente, através da análise de elementos lingüísticos que interferem negativamente na produção textual, e demonstrar a relação existente entre estabelecimento de coesão e conhecimento de elementos lingüísticos. Para tanto, foi analisado um corpus de redações produzidas por estudantes de uma IES privada em Minas Gerais, em sua maioria trabalhadores, alunos de diferentes cursos noturnos de graduação tecnológica. A análise permitiu-nos verificar que a ausência de coesão constitui-se no problema mais recorrente nos textos analisados. Acreditamos que os resultados obtidos no presente trabalho possam fornecer subsídios aos professores de língua materna que lhes permitam auxiliar seus alunos no aprimoramento da produção escrita, ajudando-os a superar ao menos uma das armadilhas que comprometem seu êxito acadêmico: a coesão textual. (Palavras-chave: ensino superior, ensino de língua materna, coesão textual)
3. LEITURA E ESCRITA: ATIVIDADES INTERACIONAIS E INTERLIGADAS. Rosângela Góis Barbosa – UFBA.
Esta comunicação visa trabalhar a leitura e a escrita como atividades interacionais e interligadas. Pois se o leitor consegue perceber o funcionamento da linguagem por meio dos elementos lingüísticos empregados na superfície textual e de outros extralingüísticos, significa que os apreendeu como pistas deixadas para o leitor as quais o guiam na produção de sentidos daquilo que lê. Assim, apreendidos esses mecanismos, ao ler, produzirá sentidos e, ao escrever, fará uso desses a fim de produzir com relevância, consistência e adequação e isso o levará a sustentar sua produção. Para exemplificar esta situação, tem-se analisada, neste trabalho, uma crônica de Rubem Alves com base nos pressupostos teóricos da Lingüística Textual e da Análise do Discurso. (Palavras-chave: leitura, interação, produção de sentido, escrita)
4. “PORTUGUÊS: TIRANDO DE LETRA” - PROJETO CULTURA, PRÁTICAS DE LETRAMENTO E INSERÇÃO ACADÊMICA. Valdinei Isac Gonçalves da Silva - PROALFA–UERJ.
Esta comunicação tem por objetivo apresentar o projeto de leitura e produção de textos acadêmicos e seus resultados obtidos no ano de 2006. O PROALFA, Programa de Alfabetização, Documentação e Informação, em parceria com o PROINICIAR-SR1, criou essa oficina de práticas de letramento, destinada a alunos de reserva de vagas, a fim de propiciar-lhes ferramentas para utilizar sua escrita de forma desimpedida e autônoma, possibilitando-lhes um ensino de melhor qualidade. Porém, a demanda pela oficina veio a ser estendida, após, aos graduandos em geral, e a outros, devido a grande procura. Esta iniciativa surgiu através das reclamações de professores universitários que, a cada ano, se deparam com textos repletos de erros e inadequações nos escritos de seus graduandos. (Palavras-chave: escrita, leitura, texto acadêmico.)
5. LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA GRADUAÇÃO: UM ESPAÇO INTER E TRANSDISCIPLINAR. Leni Nobre de Oliveira - UNIFEMM.
A disciplina “Leitura e Produção de textos” oferecida nos primeiros semestres da graduação, embora transpareça como um forte desafio para os professores da área de Letras, pode-se transformar num excelente espaço de diálogo inter e transdisciplinar, com chances de melhoria da qualidade de produção textual desses alunos do ponto do vista formal e conceitual, pois os graduandos trazem da escola básica uma série de deficiências nas competências tanto para ler quanto para escrever. A ausência da simpatia para com a aprendizagem da Língua costuma dificultar a processo de ensino-aprendizagem. Porém, a prática da leitura de textos próprios da área do graduando melhora as condições de aceitação de produções pós-textuais tais como a resenha, o resumo, a sinopse e o relatório, extremamente necessários à vida acadêmica. No processo de organização desses pós-textos, organiza-se também o conhecimento e o reconhecimento do pré-texto. Desconhecimentos de noções elementares de produção de textos argumentativos, tais como a seleção do assunto, a delimitação do tema, o levantamento do problema e a enunciação da hipótese são deficiências demonstradas pelos alunos na produção e na leitura textual. No entanto, na prática de produção de pós-textos, torna-se possível o exercício da paráfrase, da citação, da referência e da alusão, o que facilita a produção acadêmica, evita as cópias deliberadas e promove o uso dos recursos da intertextualidade. Este trabalho pretende evidenciar que o profissional de Letras pode articular diálogos interdisciplinares e transdisciplinares, transformando suas aulas em ricas inter-relações para a produção e a aquisição de conhecimento, ao mesmo tempo em que melhora a eficiência da produção textual dos acadêmicos, principalmente da monografia. (Palavras-chave: leitura, escrita, gêneros textuais)
6. A RELEVÂNCIA DO ENSINO DE GÊNEROS TEXTUAIS PARA A FORMAÇÃO DO PROFISSIONAL DE PSICOLOGIA. Marcela Regina Vasconcelos da Silva – UFPB e FAFIRE.
Esta pesquisa tem como objetivo analisar se a abordagem de gêneros textuais no Ensino Superior tem privilegiado os mais relevantes para a formação profissional do graduando, uma vez que o ensino de língua precisa torná-lo competente para se engajar em práticas sócio-comunicativas reais, inclusive naquelas ligadas às suas necessidades profissionais. Para tanto, foi feita, inicialmente, a revisão dos estudos de Bakhtin (2000), Bazerman (2005; 2006), Bezerra (2002), Bronckart (1999), Koch (2002, 2004) e Marcuschi (2002). Em seguida, foi realizado um levantamento dos gêneros mais utilizados na atuação profissional de psicólogos formados há mais de cinco anos; posteriormente, foi feito um questionário com formandos do curso de Psicologia de duas Instituições de Ensino Superior de Pernambuco. Finalmente, houve a categorização e análise dos dados. (Palavras-chave: formação do psicólogo, leitura, escrita)
7. O EXCESSO DE COORDENAÇÃO COM “E” NAS REDAÇÕES ESCOLARES. Liney de Mello Gonçalves – PUC/Campinas.
Como nas redações de vários gêneros textuais dos meus alunos da graduação era muito freqüente o emprego do processo de coordenação, especificamente a aditiva com ou sem o conectivo “e”, levantei a hipótese de que esse tipo de construção predominava também em textos de revistas de informação e em jornais de grande circulação, como resultado de um processo de gramaticalização. Analisadas aproximadamente 5.000 frases dos corpi, cheguei a uma conclusão surpreendente: não há, em número estatisticamente relevante, o emprego do “e” coordenando orações na linguagem jornalística. A articulação sintática é feita pela justaposição de períodos simples, em um processo que a lingüística cognitiva pode explicar. (Palavras-chave: leitura, escrita, gêneros textuais, coesão textual)
8. PRÁTICAS, ESTRATÉGIAS E COMPREENSÃO DE LEITURA: UM ESTUDO JUNTO A DUAS LICENCIATURAS. Luzia Tannuri – UEL e Elsa Maria M. Pessoa Pullin – UEL
O presente trabalho aborda a leitura como uma ação individual, que reflete os efeitos das práticas sociais para a constituição do sujeito como leitor. Apresenta parte dos resultados obtidos junto a alunos ingressantes e concluintes de duas licenciaturas quanto aos seus modos de ler. Para a coleta das informações foram usados três instrumentos: uma escala para desenhar a freqüência de uso de estratégias de leitura, um questionário para levantamento das opiniões dos alunos acerca das leituras prescritas por seus professores e um texto, sob a modalidade cloze, para avaliar o nível de compreensão. Os resultados revelaram que ambos os grupos, apesar de se auto-avaliarem como bons leitores, apresentam dificuldades para lerem os textos técnico-científicos indicados em seus cursos. (Palavras-chave: leitura, licenciatura, ensino superior)
9. A FORMAÇÃO INICIAL DE LEITOR DO ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. Maria Emilia Ganzarolli – UDESC
Apresento o projeto de pesquisa já concluído cujo objetivo central foi investigar e compreender a formação inicial do sujeito leitor estudante do curso de Biblioteconomia-Gestão da Informação, numa tentativa de identificar as suas práticas de leituras e fatores como família e a escola que interferiram para a efetivação do contato com objetos culturais, especialmente, com o livro infanto-juvenil. Os fundamentos teórico-metodológicos da pesquisa baseiam-se na história oral de vida, entrecruzada e complementada com relatos escritos, livros infanto-juvenis e fontes bibliográficas. Foram selecionados cinco estudantes. O referido curso, de fases distintas, para a realização das entrevistas sobre as experiências de leitura no período da infância até doze/treze anos de idade. Os resultados apontam as singularidades das histórias de leitura que contribuíram para o início da formação leitora do estudante. Além de ampliar os estudos no âmbito da leitura e formação de leitores voltados ao campo da Biblioteconomia e Ciência da Informação. (Palavras-chave: leitura, escrita, formação de leitores)

SESSÃO VIII
Coordenação: Adriana da Silva
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1. A MEDIAÇÃO DO COMPUTADOR NAS ATIVIDADES DE LEITURA E PRODUÇÃO. Adriana da Silva - Faculdade de Minas.
Nesta comunicação, procuro compartilhar uma experiência feita com alunos do 1° período de Letras. Acredito que a comunicação mediada pelas tecnologias digitais merece ser mais investigada, pois essas tecnologias já estão transformando as práticas pedagógicas, por exemplo, no ensino de língua. Segundo Soares (2002, p. 4), vivemos um momento de novas modalidades de práticas de leitura e escrita com as recentes tecnologias digitais. Assim, procuro discutir a necessidade de incorporarmos essas novas tecnologias em sala e de se trabalhar as habilidades de leitura e de produção numa cultura da tela (Soares, 2002; Xavier, 2007), ou cibercultura (Lévy, 1999; Soares, 2002). Trata-se de uma pesquisa em andamento, sobre a leitura e produção mediadas por computador. (Palavras-chave: tecnologias, leitura)
2. JORNAIS ONLINE E O ENSINO SUPERIOR. Suelen Gregatti da Igreja – FE/USP.
A presente comunicação tem como objetivo compreender como os modelos de redação adotados em jornais on-line têm influenciado os hábitos de escrita entre os universitários, em especial nos grandes centros. Para isso, há a proposta de descrição dos modelos de texto nessas publicações, além do uso de recursos para verificar qual modelo tem sido usado por universitários. Essa relação entre meios de comunicação escrita e seu reflexo no ensino fazem parte de um trabalho em que se busca analisar as transformações, no âmbito da argumentação (PERELMAN, 1996), entre textos de jornais on-line e impresso. A partir dessas observações, passa-se por um processo de entendimento quanto às conseqüências da linguagem vinculada na Internet no ensino. (Palavras-chave : gêneros textuais , argumentação, ensino superior)
3. "ANTES DE ENTRAR NA FACULDADE, NÃO TINHA ESSE HÁBITO": LEITURAS DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS. Ana Elisa Ribeiro – CEFET/UFMG/UFPE.
A partir da aplicação de um questionário estruturado sobre leituras em ambientes impressos e digitais, foram analisadas as respostas de 144 estudantes universitários de primeiro período da área de Saúde de um Centro Universitário privado de Belo Horizonte. Os resultados apontam para alunos do ensino superior que não são, em sua maioria, leitores habituais de livros e jornais. Também parece haver uma desmitificação do livro como objeto prestigiado de leitura, sendo ele considerado em pé de igualdade com jornais, revistas e Internet. Além disso, a instituição de ensino superior parece funcionar como agência de letramento, inclusive digital, enquanto o ensino básico se revela de pouca contribuição em relação à iniciação dos estudantes no mundo da informática. A presente comunicação é resultado parcial de tese de doutoramento em andamento na UFMG. (Palavras-chave: letramento, leitura, letramento digital, ensino superior)
4. HÁBITOS DE LEITURA EM ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO. Cleide Tavares de Oliveira Araripe – UNISO
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa realizada com graduandos de uma instituição particular de ensino superior, na cidade de São Roque/SP, na qual os alunos apontaram seus hábitos e motivações para a leitura. A análise dos dados buscou refletir uma formação continuada para leitura, assim como, formas de lidar cotidianamente com a leitura, a fim de que a ação de ler possa representar um convite ao estudante na graduação. (Palavras-chave: ensino superior, leitura, escrita)
5. NAS ARMADILHAS DAS TRILHAS HIPERTEXTUAIS: QUE LUGAR OCUPA O ALUNO DE LETRAS COMO AUTOR DO SEU DIZER? Obdália Santana Ferraz Silva – UNEB.
Esse estudo discute sobre o que e como produzem os alunos de Letras, no âmbito universitário, a partir dos hipertextos digitais, tomados como fonte de pesquisa. Percebe-se que, à medida que várias tipologias textuais, referentes às diversas áreas do conhecimento, circulam velozmente pela rede, ampliam-se as facilidades de se fazer cópias, e os graduandos enredam-se cada vez mais nas armadilhas do plágio, em detrimento da constituição da autoria. Portanto, a fim de contribuir com essa reflexão, esta pesquisa discute sobre a necessidade de se abrir espaços na universidade para que, na dialética entre o coletivo e o individual, a constituição da autoria se efetive. E, assim, as práticas de leitura e escrita, na sociedade atual, possam ser vivenciadas de modo a proporcionar aos graduandos de Letras a autonomia para escrever/inscrever-se como autor, no seu percurso labiríntico pelas malhas da rede digital. (Palavras-chave: Leitura, Produção textual, plágio, Autoria)

6. O PRIMAL E O ERUDITO: HISTÓRIAS DE LEITURA E A COM-POSIÇÃO DE LEITORES UNIVERSITÁRIOS. Teresa Cristina Fernandes de Carvalho - UFBA .
A comunicação propõe a discussão sobre leituras acadêmicas de alunos do curso de Pedagogia- UNEB, buscando compreender seus lugares, do ponto de vista da recepção e suas respectivas investidas acadêmicas e pessoais de leitura. Inscrevendo-se no campo teórico da Sociologia da Leitura propomos a discussão sobre referências, projeções, adesões e desajustes do trabalho com a leitura desses alunos-professores, investigando as formas e as condições sociais e materiais de acesso ao conhecimento. Tal aposta implica num olhar verticalizado sobre como eles se constituem e se conformam leitores ao longo de um percurso indeterminado. Isso requer, entre outras possibilidades metodológicas, adentrar por suas histórias de leitura, como referência para indagar sobre as práticas culturais inscritas nesse e em outros espaços sociais em que cada um constitui sua identidade-leitora. Por outro lado, é preciso ter claro em que medida o projeto de formação do referido curso da UNEB lida com os diferentes e múltiplos campos de mediação - livro, autor, leitor, textos, apostilas, Internet, revistas, professores, alunos, comunidade acadêmica, colegas, entre muitos, considerando os espaços físicos e simbólicos, seu corpo de professores com suas representações sobre a leitura e seus rituais. (Palavras-chave: Leitura, sociologia da leitura, história de leitura)
7. RELATO DE EXPERIÊNCIAS: REFLETINDO SOBRE A COMUNIVERSIDADE. Luiz Felippe Santos Perret Serpa - Programa de Formação em Pedagogia de Professoras do Município de Salvador e FTCEad-Salvador.
Esta comunicação visa a compartilhar experiências de leitura dos relatos produzidos por estudantes, integrantes de um grupo de estudos, constituído a partir de trabalho de campo, pautado na convivência entre Universidade e Comunidade, de Santiago do Iguape (BA), a fim de estabelecer alternativas de estudo, para a primeira, e de modos de vida, para a segunda. O trabalho, que foi tema de uma dissertação de mestrado, traz resultados que apontam para uma defesa dos processos educativos organizados em grupos de estudos e da convivência com outros sujeitos e vivências em outros lugares, até então, indiferentes à Academia. Os relatos apontaram para outros modos de dizer e para uma reflexão profunda acerca da Comuniversidade. (Palavras-chave: relatos de experiências, leitura, comuniversidade)
8. A PERSISTÊNCIA DO MANUSCRITO EM AMBIENTES DE LEITURA ON LINE. M. Gloria B. Botelho - FE-UFRJ.
Trata-se de pesquisa exploratória, em andamento, que visa a detectar diferentes estilos de convivência da escrita presencial, manuscrita e em papel, com leituras "on-line", em ambientes de cultura digital, no meio universitário. Para tal, foram escolhidos diferentes laboratórios de informática situados em cursos que contemplam a formação de professores de uma universidade pública brasileira: Pedagogia, Letras, Matemática e Biologia. Segue discussão iniciada por CHARTIER (1998) no que concerne às práticas de leituras individualizadas; DAUSTER (2004) no que diz respeito às práticas de leituras acadêmicas; PAVÃO (2002) no que tange à presença da fotocópia no meio universitário e por fim, esta autora, conforme tese de doutorado (2004), onde a presença de hibridismo midiático, nas práticas culturais de licenciandos do Rio de Janeiro, foi indicada (cf. COLE:2005). Tem como metodologia empregada, observação do tipo etnográfico. (Palavras-chave: manuscrito, internet, práticas culturais, leitura, escrita)
9. CONCEPÇÕES DE LEITURA EM MEMORIAIS DE FORMAÇÃO. Adriane Teresinha Sartori (Professora da Universidade de Caxias do Sul e doutoranda no IEL/Unicamp).
Há algum tempo os professores e suas experiências de vida - sejam pessoais, sejam profissionais - ganham importância no contexto educacional. Com o intuito de contribuir para estudos dessa área, nesta comunicação, investigamos memórias de professores sobre experiências de leitura em seus primeiros anos escolares. Nosso interesse centra-se nos relatos que figuram em memoriais de formação, aqui concebidos como gêneros discursivos (Bakhtin, 2003 [1952-1953]),produzidos pelas professoras-alunas do Proesf, programa específico de formação de docentes da Faculdade de Educação da Unicamp. Analisamos dez memoriais de formação, visando confrontar as concepções de leitura subjacentes ao que é narrado. (Palavras-chave: memoriais de formação - concepções de leitura)

SESSÃO IX
Coordenação: Heloísa Trenche
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1. NARRATIVAS COMO ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA PRÁTICA INVESTIGATIVA. Heloísa Trenche - FE-UNICAMP, Elisabeth Barolli - FE-UNICAMP, Juarez Melgaço Valadares – FE/USP.
Neste trabalho discutimos as potencialidades do processo de elaboração de narrativas como etapa de uma metodologia qualitativa de análise de dados, sobretudo, quando o objeto de pesquisa está circunscrito à investigação de experiências didáticas. Nessa perspectiva, procuramos explicitar como o pesquisador seleciona do seu conjunto de dados, os eventos que irão compor uma narrativa que reproduz a história da experiência didática focalizada. Procuramos, ainda, discutir as características de um contexto investigativo que sustenta a construção dessas narrativas em patamares de articulação crescente. Como elemento da prática investigativa, essas narrativas desempenham importante papel na formação do pesquisador, auxiliando-o a encontrar um problema original para ser investigado e, também, fornecendo elementos para uma análise mais sofisticada. (Palavras-chave: narrativas, metodologia de pesquisa, discursividade, interdiscurso)
2. O PROCESSO DA ESCRITA NO 4º ANO DO CICLO I DO ENSINO FUNDAMENTAL: UM ESTUDO DE CASO NO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. Edilene Santos Souza - FE/USP.

O objetivo deste trabalho é verificar com se dá o processo da escrita no 4º ano do Ciclo I do Ensino Fundamental, dentro do projeto PIC, em uma escola da rede pública municipal de São Paulo. Para tanto, faz-se necessário compreender: a) o que é o PIC – Projeto Intensivo no Ciclo I – dentro do programa maior instituído em 2005: o “Ler e escrever – prioridade na Escola Municipal” e sua relação com a produção acadêmica; b) as características de uma sala de PIC; c) como se dá a escrita desta turma ao longo do ano de 2007. Estando ainda em fase inicial, esta comunicação focará apenas a primeira tarefa desta pesquisa. (Palavras-chave: produção escrita – ensino-aprendizagem – alfabetização) 

3. A PRODUÇÃO ESCRITA NO ENSINO SUPERIOR. Áustria Rodrigues Brito – UFPA
O presente trabalho apresenta resultados obtidos no trabalho com acadêmicos de graduação do Curso de Letras do Campus Universitário de Marabá - PA, junto à disciplina Leitura e produção Textual II, cujo objetivo é tratar de teorias de leitura/escrita; produção de gêneros textual-discursivos (orais e escritos);processos de retextualização de diferentes gêneros (principalmente acadêmicos);métodos e prática de análise; centrando a ênfase em textos acadêmicos; desenvolver métodos e processos de retextualização  de diferentes tipos de texto com vistas a maior adequação ao tipo de texto exigido; refletir sobre as mudanças ocorridas após a re-escritura do texto. Neste sentido, nosso trabalho contempla a ementa da disciplina Leitura e produção textual II, e vimos que é necessário entender como o estudante adentra esse mundo complexo que é a escrita Assim, pautada na compreensão de que a linguagem não é algo pronto e acabado, mas que os sujeitos a produzem na medida em que também vão se produzindo nas relações sociais, o nosso trabalho propõe compreender o processo no qual se desenvolve a escrita e reescrita destes estudantes universitários. Busca também conscientizar o estudante universitário de sua condição de sujeitos-autores de gêneros discursivos diversificados, sobretudo os de caráter acadêmico, enfatizados especificamente na disciplina alvo da pesquisa e estimulá-los à compreensão de que a produção escrita não é um ato isolado, uma vez que resulta das leituras que realizam dos textos com os quais se deparam na IES (Instituição de Ensino Superior) e fora desta. (Palavras-chave: produção escrita; escrita acadêmica; reescrita.)
4. AVALIAÇÃO: EXPERIÊNCIAS NO ENSINO SUPERIOR, Vera Lúcia da Silva Almeida - AEDB, Mara Lemes De Sordi – Unicamp.
A comunicação discute as experiências trabalhadas com as alunas do Ensino Superior da Faculdade de Educação- Município de Resende- RJ. Os participantes do trabalho são os alunos (as) do 4º ano de Pedagogia da Associação Educacional Dom Bosco - Resende-RJ. Os trabalhos sistematizados foram considerados a Metodologia Qualitativa, os processos pedagógicos, a historicidade de cada participante, as contradições apresentadas durante as atividades, as reflexões e leituras realizadas do dia-a-dia, em sala de aula na disciplina de avaliação. Desse ponto de vista, a realização do trabalho, a reorientação do conhecimento desenvolveu-se com os sujeitos que discutem a avaliação e a utiliza todos os dias em sala de aula, o instrumento de coleta de dados, e questionário com questões padronizadas. As respostas obtidas com os sujeitos da investigação respeitaram os seguintes passos: em primeiro lugar, lançando um olhar na questão da historicidade de cada discente, respeitando a escrita na auto-avaliação Bimestral mostrando a importância significativa na reconstrução da vida escolar do discente; em segundo lugar, a análise historicizando o processo de formação até o 4º ano do curso de pedagogia e, finalmente, a sistematização, a análise crítica da prática de avaliação, as representações sociais, as contradições apresentadas no decorrer das ações e tudo isso, orientando numa dimensão do conhecimento. Assim sendo, pretendemos com esse trabalho adquirir informações, conhecimentos e continuar a pesquisar as representações sociais da avaliação para aprimorar a prática em sala de aula. (Palavras-chave: Avaliação, Experiências, Ensino Superior)
5. O PROFESSOR E A AULA DE CIÊNCIA, SEU PAPEL NA SOCIALIZAÇÃO DO CONHECIMENTO: UM ESTUDO NUMA PERSPECTIVA DISCURSIVA. José Luis Michinel - UCV - UFBA - FACED, Teresinha Fróes Burnham.
O foco deste trabalho é o estudo da socialização do conhecimento produzido pela comunidade da ciência e que se busca comunicar à "comunidade ampliada". Assumimos a socialização de conhecimentos como uma condição de produção de significados, numa perspectiva discursiva, o que vai-nos permitir pensar não só na informação científica que se busca "passar", mas também nas ações envolvidas neste processo de (in)formação e nas mediações e meios necessários para que o processo aconteça na perspectiva de socialização que aqui propomos, isto é, que informações geradas nas comunidades científicas se transforme em conhecimento pessoal de "indivíduos sociais" pela construção de significados relevantes à formação da cidadania. Analise de Discurso na perspectiva francesa funcionou como um referente que nos permite pensar o problema, assim como caracterizá-lo teórica e metodologicamente. (Palavras-chave: Socialização do conhecimento, análise de discurso, educação em ciências)
6. O DIÁRIO NA PRÁTICA DE ENSINO. Odisséa Boaventura de Oliveira – UFPR
A maioria dos estudos aponta que a escrita de diários durante o estágio nas escolas oferece contribuições à formação do professor-reflexivo. Procuro problematizar este gênero, buscando as manifestações de subjetividade que ele propicia e as implicações destas para a formação do professor. Para isso foram analisados diários de licenciandos em Ciências Biológicas, observando-se o "lugar" de onde eles falam, os sentidos expressados ao retratar a prática do professor da escola na fase de diagnóstico e ao falar de si próprio no momento de docência durante o estágio. Em estudo anterior analisamos a escrita de relatórios e artigos e questionamos se um gênero menos acadêmico não seria mais indicado para as manifestações de subjetividade. Agora os resultados apontam que a escrita de diários não se diferencia tão significativamente. (Palavras-chave: estágio; formação de professores; diários)
7. ESCRITA DE MEMORIAIS NOS CURSOS DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES: A NARRATIVA COMO PRODUÇÃO E (RE)SIGNIFICAÇÃO DE SABERES. Vera Lúcia Batista – FE/ UNICAMP.
Tomando como objeto de pesquisa os Memoriais de Formação elaborados pelos professores que participaram do curso de Pedagogia oferecido pela Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas em parceria com os municípios da região metropolitana de Campinas, e inscrevendo-se nos estudos teóricos que se dedicam a pesquisar o universo escolar buscando dar visibilidade às falas e aos saberes produzidos pelos sujeitos que experienciam as particularidades do cotidiano educativo, este trabalho analisa os modos como os professores assumem e declaram as mediações ocorridas com diferentes interlocutores nos mais variados contextos de formação profissional, e como organizam a escrita de suas memórias, levando-se em conta as condições implicadas na produção desses escritos. (Palavras Chaves: narrativas de professores, memória, formação de docente)
8. RELATOS, ESCRITAS, CONFISSÕES – PENSANDO O REGISTRO COMO CONSTRUÇÃO DO SER PROFESSOR. Tânia Franzoni Ferreira da Silva - Creche Área da Saúde/Unicamp
Este texto foi elaborado a partir algumas reflexões do trabalho desenvolvido na Creche da Área de Saúde da Unicamp. Pretende-se aqui, discutir o papel da escrita no processo de formação do professor vinculado à sua atuação na Educação Infantil. Busca-se, portanto, tomar a prática do registro a partir do subtexto que ali se inscreve, no caso a construção que a professora faz de si ao escrever sobre a criança e sua ação junto a ela. Busca-se, portanto, discutir que afetos são mobilizados na escrita e de que forma esta pode ser uma referência na construção do ser professor. Toma-se Winnicott como referencia para sustentar a argumentação de que esta construção de si só é possível se sujeito sentir que o contato com esta experiência foi uma realização pessoal. (Palavras chaves: Registro, Formação em Serviço, Educação Infantil, Psicanálise, Construcão do Ser Professor)
9. LEITURA E CONHECIMENTO NA IDADE MÉDIA: LIÇÕES DE ANSELMO DE BEC (SÉC. XI). Elizabete Custódio da Silva Ribeiro - PPE/UEM.
Esta comunicação é resultado parcial de uma análise dos escritos de Anselmo de Bec, teólogo e filósofo do século XI. Nosso intuito é discutir, por meio deste singular pensador medieval e de alguns intérpretes, a importância da leitura dos clássicos e da reflexão histórica para a formação e produção acadêmica e docente, bem como o fato de que este exercício é, efetivamente, o que conduz ao saber. Tendo como caminho a própria história, perceberemos que a leitura dos clássicos, quando desprovida de "pré-conceitos", nos fornece subsídios essenciais para entendermos as questões que permeam as relações humanas nos mais diferentes presentes vividos. Além disso, esta leitura nos possibilita evitar a idéia de que estamos "desaprendendo" a ler, a refletir, enfim, a nos expressar. (Palavras-chave: Leitura; Formação; Clássicos; Idade Média)

SESSÃO X
Coordenação: Carolina Messora Bagnolo
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1. RELATOS DE PESQUISA: CONSIDERAÇÕES SOBRE A SOCIOLOGIA E A EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Carolina Messora Bagnolo
Esta comunicação visa compartilhar alguns resultados pertinentes à pesquisa realizada no âmbito da pós-graduação, onde se buscou analisar a produção intelectual em sociologia ambiental na América Latina, entendendo quais são as propostas ou soluções que essa produção coloca para a minimização dos problemas socioambientais. A despeito dos resultados obtidos, nota-se que a educação ambiental, difundida como promessa para a emergência da consciência ambiental e possível superação da crise civilizatória, pouco se destaca dentre as preocupações da sociologia (como pode ser visto também em Layargues, 2004). (Palavras-chave: produção intelectual, sociologia ambiental, educação ambiental, América Latina)
2. ASPECTOS CULTURAIS E POLÍTICOS DO ENSINO DE LÍNGUA ESPANHOLA EM CONTEXTO BILINGÜE. Cibele Krause Lemke – UNICENTRO/Irati - FE/USP
O presente estudo focaliza o ensino de língua espanhola numa região bilíngüe, colonizada basicamente por poloneses e ucranianos, no estado do Paraná. Objetiva-se investigar se há influência destes dialetos no aprendizado de espanhol e se variantes contextuais influenciariam neste processo. Em vista disto, a pesquisa se encaminhará para o estudo da realidade plurilíngüe do Brasil e procurará refletir sobre como este fato é considerado pelas instituições formadoras de professores de línguas bem como pelos órgãos governamentais que regulamentam o ensino de línguas nas escolas. Para isto, nesta comunicação, será apresentado um panorama dos trabalhos acadêmicos sobre ensino de língua estrangeira (LE), com o intuito de verificar em que medida seus autores, ao apresentarem propostas para o ensino de LE, consideram o Brasil como um país monolíngüe, ou de língua uniforme. Tentaremos, assim, verificar a imagem de falante, de língua e de cultura subjacentes a estes textos acadêmicos, bem como a posição assumida pela universidade frente a estes três elementos fundamentais para o preparo de um curso de línguas. (Palavras-chave: ensino de língua espanhola, dialetos, contexto bilíngüe, formação de professor)
3. A REPRODUÇÃO DE ENUNCIADOS EM SOCIOLINGÜÍSTICA. Rafael Barreto do Prado - FFLCH-USP
Esta comunicação resulta da análise que vimos empreendendo de textos acadêmicos da área de sociolingüística. Destacamos neste momento a análise de dois trabalhos de bastante circulação: O que é português brasileiro?, Hildo Honório do Couto e, Português ou Brasileiro? Um convite à pesquisa, Marcos Bagno. Este por fazer parte do Projeto NURC e aquele por se opor ao projeto de forma veemente. Ao examinar o corpus selecionado, notamos a recorrência do reconhecimento de uma língua diferente da chamada tradicional e a defesa do uso de uma gramática em cores brasileiras. Percebemos, no entanto, que apesar de mais próxima a uma língua praticada no Brasil, a mesma é produto de uma nova minoria, se não mais a elite portuguesa, agora a elite culta brasileira. (Palavras-chave: análise do discurso, variação lingüística, sociolingüística, trabalho lingüístico)
4. PROGRAMA ESPECIAL DE BOLSAS DA GRADUAÇÃO PRÓ-NOTURNO. Carmen Lúcia Eiter - UFMG, Ana Paula de Souza- UFMG.
A presente pesquisa tem o objetivo de possibilitar a estudantes do noturno, de destacado potencial acadêmico, abrir mão dos salários para dedicarem-se integralmente a seus estudos. Os estudantes recebem uma bolsa durante todo o curso, desde que cumpram os requisitos mínimos de desempenho acadêmico estabelecidos e as atividades acordadas no Programa. Seguem planos de estudos individuais e coletivos, contemplando um conjunto de atividades sob orientação de um tutor, visando o seu enriquecimento cultural, habilidades de pesquisa e de leitura e da escrita acadêmica. Entendemos que o projeto possibilita uma formação global do futuro docente, na medida em que entendendo-o como um futuro mediador de acesso a bens culturais de diversas naturezas, procura levá-lo a ampliar seus repertórios de leituras e, logo, amplia níveis de letramento. (Palavras-chave: formação de professores, letramento e formação inicial)

5. PROJETOS, CARTAS, MEMORIAIS: COMO O ESTAGIÁRIO SE COLOCA EM DIFERENTES GÊNEROS DURANTE A GRADUAÇÃO. Luzia Bueno - Grupo ALTER/PUC-SP/USF
Esta comunicação tem como objetivo apresentar os resultados de uma pesquisa sobre o uso de diferentes gêneros textuais pelos estagiários e sobre o modo como esses estudantes se inserem nesses textos produzidos nas disciplinas de Estágio Supervisionado no curso de Letras. Para fundamentar nossa pesquisa, recorremos ao quadro teórico do Interacionismo sócio-discursivo (Bronckart, 1997, 2004, 2006) e às Ciências do Trabalho (Ergonomia da Atividade e Clínica da Atividade, conforme Amigues, 2002, 2003; Clot, 1999, 2005). Essas abordagens nos ajudaram a fazer uma reflexão sobre como os estagiários usam os textos teóricos lidos nas disciplinas para construírem (ou destituírem) as suas vozes nos textos em que produzem para discutir o trabalho do professor e a sua própria constituição como futuro professor. Os resultados dessa pesquisa nos obrigam a repensar quais seriam os melhores gêneros a serem produzidos em um curso de formação de professores. (Palavras-chave: leitura, escrita, gêneros textuais, estágio supervisionado)
6. OS PROJETOS DE LEITURA E TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA EM UM CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA. Paula Baracat De Grande – IEL/Unicamp
A comunicação tem por objetivo apresentar análises de projetos de leitura (ou projetos de Letramento, Kleiman, 1999, 2000), produzidos por professores em curso de formação continuada. Esse corpus faz parte de minha pesquisa de Iniciação Científica que visa a investigar a aprendizagem de conceitos lingüísticos e sua mobilização na prática profissional. Os projetos são um instrumento importante para analisar o impacto de cursos de formação continuada na prática dos professores e em sua formação como profissionais, pois é através deles que os professores-alunos podem redimensionar o objeto de conhecimento, o que envolve, entre outros aspectos, sua “transposição” (cf. Chevallard, 1991) de uma prática discursiva – a de professor-aluno em formação continuada - para outra – a de professor em sala de aula. (Palavras-chave: formação continuada de professores, professor reflexivo, transposição didática, projetos de leitura)
7. O ENSINO SUPERIOR DE TECNÓLOGO: AS ARMADILHAS DO BINÔMIO: ACADEMIA E MERCADO. José Paulo Mendes - Fac. IBTA/Campinas, Fabiana Aparecida de Albuquerque – Fac. IBTA/Campinas
Esta comunicação visa a compartilhar a experiência do ensino superior de tecnólogo, realizada com a produção de texto e leitura, em que os estudantes formulam novas questões privilegiando o que Freire denominaria como o "Inédio Viável". A leitura e as novas tendências de mercado estão sempre presentes na potencialização da produção realizada pelos alunos em seu local de trabalho, que ao final do semestre e final do curso, propicia a reflexão sobre a realidade nacional, para compreender o contexto sócio-tecnológico no Brasil e no Mundo. A metodologia desse trabalho contempla a proposta pedagógica de inovação como base da educação tecnológica. Este trabalho, ainda em desenvolvimento, pretende quebrar e "desarmar" as armadilhas que discriminam a produção e a pesquisa acadêmica na graduação do tecnólogo. (Palavras-chave: ensino superior, tecnólogo, leitura, escrita)
8. PRODUÇÃO TEXTUAL NO ENSINO SUPERIOR: UMA EXPERIÊNCIA INTERDISCIPLINAR. Lurdete Cadorin Biava - CEFET/SC, Eliane Salete Bareta Gonçalves - CEFET/SC
Este texto tem como propósito discorrer sobre a experiência referente a produção textual nos cursos superiores do Centro Federal de Educação Tecnológica de Santa Catarina - Automação Industrial e Design de Produto. Integrando o conjunto do currículo do primeiro semestre dos cursos, e tratada de forma interdisciplinar, a unidade curricular contribui no desenvolvimento do Projeto Integrador, o principal instrumento pedagógico dos cursos e na apresentação da documentação escrita do mesmo. Discorre-se assim como a unidade curricular contribui, não só na construção efetiva do texto acadêmico/científico, mas também na iniciação científica, visto que o Projeto Integrador, como principal instrumento, consolida a necessidade da boa escritura a partir do momento em que necessita da sistematização da pesquisa. Essa experiência vem sendo desenvolvida há quatro anos e vem mostrando resultados muito positivos, tais como publicações em eventos. ( Palavras-chave: leitura, escrita, ensino superior)

SESSÃO XI
Coordenação: Maria de Lourdes Santos Ferreira
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1. A FORMAÇÃO DO CIDADÃO CRÍTICO, CRIATIVO, PARTICIPATIVO: UM DISCURSO AQUÉM PRÁTICA. Maria de Lourdes Santos Ferreira. - UFVJM - Diamantina/MG.
Este trabalho é o resultado parcial de uma investigação cujo objetivo é o de verificar, a partir da análise da produção textual dos calouros de alguns cursos, marcas dos discursos sobre "cidadão crítico, criativo, participativo" que orientam a política de ensino no país. As questões norteadoras do estudo foram construídas a partir da dificuldade dos alunos em apreender o significado da palavra "texto" em contraposição à expressão "redação" (Geraldi, 1986). Embora o trabalho ainda não esteja concluído, os resultados parciais apontam para um descompasso entre aquilo que é teorizado e aquilo que é praticado, o que conduz à questão: como viabilizar a construção, pelos nossos alunos, de um discurso de palavras próprias (Bakhtin, 1992) quando a maioria das ações institucionais encaminham-no para a cópia, para a não autonomia, para a repetição de palavras alheias? (Palavras-chave: repetição, texto, ensino superior)
2. A CONTRADIÇÃO COMO POSSÍVEL SINAL DA REPRODUÇÃO: UMA ANÁLISE DA PRODUÇÃO TEXTUAL DE PROFESSORES. Leandro Alves dos Santos - UERJ, Amélia E. do Amaral Ribeiro - UERJ
Esta comunicação visa apresentar uma análise da produção textual de professores com o objetivo de verificar que tipo de relações estão estabelecidas entre a formação inicial e a produção escrita desses profissionais. Busca-se investigar o papel do ensino superior na constituição de um sujeito autor, especificamente, as competências que são necessárias para a constituição de um profissional autônomo (Perrenoud et alii, 2001; Parâmetros Curriculares Nacionais,1998). Resultados parciais dessa investigação apontam para contradições no discurso e sugerem a hipótese de que essas contradições possam ser sinais de uma mera reprodução das leituras acadêmicas em oposição a uma produção crítica. (Palavras-chave: ensino superior, sujeito, escrita)
3. A PRÁTICA DA PESQUISA COMO SUSTENTAÇÃO DA APROPRIAÇÃO DO CONHECIMENTO NA GRADUAÇÃO EM LETRAS. Sulemi Fabiano - UNESP/Araraquara.
A investigação tem como foco central apontar a prática da pesquisa como sustentação da apropriação do conhecimento na graduação em Letras e mostrar como se dá o processo de incorporação do discurso do "outro" na escrita dos alunos. Toma-se como corpus textos produzidos por graduandos no final do curso. Tem-se como objetivos analisar o processo de incorporação do discurso do "outro" nos textos por meio de três aspectos: paráfrase, repetição e imitação, com vistas a propor uma discussão sobre a apropriação de um conhecimento na graduação e tentar compreender como se dá o funcionamento da escrita na universidade hoje. (Palavras-chave: Análise de Discurso, Universidade, Escrita, Apropriação)
4. A LEITURA COMO PRÁTICA DIALÓGICA: TRANSPOSIÇÃO DO PLANO DO ACONTECIMENTO DA AULA – DO APRENDER – PARA O PLANO DA VIDA – REFLEXÕES SOBRE O FAZER DOCENTE. Araceli Sobreira Benevides - UERN
Este trabalho analisa o que é dito sobre prática da leitura no ensino superior. Nosso objetivo é interpretar como são percebidas as situações de aprendizagem que envolvem essa prática e que imagens são construídas a respeito do fazer docente. Os dados são analisados à luz do pensamento bakhtiano, importando deste o conceito dialógico da linguagem para a compreensão da leitura. A interpretação dos dados enuncia imagens construídas sobre o/a professor/a formador e seu fazer pedagógico e mostra o conflito de se lidar com leituras fragmentadas, distantes de uma prática do acontecimento do cotidiano escolar e, conseqüentemente, do plano da vida. Como conclusão, é apresentado um novo posicionamento para compreensão docente da prática da leitura no ensino superior que indica ações reflexivas e comprometidas, voltadas para a construção da autonomia dos/as estudantes, considerando o papel decisivo que o/a formador/a possui na mediação nesse contexto educativo.
5. PERCALÇOS E PERCURSOS: DA VOZ DO OUTRO À SINGULARIDADE. Mariana Aparecida de Oliveira Ribeiro – FE/USP
A pesquisa que se encontra em fase inicial pretende traçar o percurso de um pesquisador da área de Letras. Para tanto toma como corpus a produção escrita de um pesquisador : Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado. A hipótese é que durante esse trajeto o pesquisador passa por uma fase, na qual ele se liga muito à voz do Outro, utilizando-se de citações, paráfrases e recursos assemelhados e se desprende, mostrando no seu texto “algo de si”, suas marcas de singularidade. (Palavras-chaves: singularidade, psicanálise)
6. A AULA DE LEITURA ATRAVÉS DO OLHAR DO FUTURO PROFESSOR DE LÍNGUA PORTUGUESA. Marina Kataoka Barros - UFC
Por meio desta comunicação, desejamos refletir sobre práticas de leitura de professores da rede pública da educação básica cearense.Para tal reflexão, tomamos como base a descrição das observações feitas por alunos do Curso de Letras da Universidade Federal do Ceará, durante três semestres (2005.2, 2006.1 e 2006.2) Ao total, analisamos 288 textos referentes a 18 turmas. Selecionamos 10 relatórios que consideramos relevantes por apresentarem situações críticas do ensino de leitura e de produção de textos. E, por também considerar a situação de produção textual dos referidos relatórios (um futuro professor de língua portuguesa escrevendo para um professor-formador) também analisamos a produção escrita. Os resultados aqui apresentados fazem parte de um projeto em desenvolvimento intitulado de Práticas de linguagem: o gênero relatório, desenvolvido na Universidade Federal do Ceará. (Palavras-chave: leitura, ensino, relatório e formação inicial)
7. PRÁTICAS DE LEITURA EM CONTEXTO ACADÊMICO: UMA RELAÇÃO ENTRE TEXTO E MEMÓRIA DISCURSIVA. Luciana Cristina Ferreira Dias – UNICENTRO - IEL/UNICAMP.
Num movimento de ir e vir entre teoria e prática no campo dos estudos aplicados da linguagem, em minha pesquisa, estou considerando as implicações da Análise de discurso de linha francesa no tocante a práticas de leitura em língua materna em contexto acadêmico. Para tanto, tomo como base a imbricação língua (entendida como materialidade) e interdiscurso (o espaço da memória do dizer) tanto na produção dos sentidos quanto na instauração de um sujeito-leitor em práticas letradas nas quais tenho buscado não tratar o texto como um mero produto lingüístico, mas como instância de um processo discursivo maior. Outrossim, a perspectiva discursiva tem permitido considerar um sujeito que ao ler também atribui sentidos ao texto. Assim sendo, serão apresentados alguns resultados preliminares de práticas permeadas pela Análise de discurso, tendo como ponto de ancoragem a leitura do gênero discursivo ensaio. Nessas práticas, me interessou compreender os movimentos da memória do dizer que ganha corpo no espaço da textualização, na lembrança e no esquecimento, nos termos de Orlandi (2001). (Palavras-chaves: análise de discurso, práticas de leitura/escrita acadêmica, ensaio, memória)
8. GÊNEROS TEXTUAIS - RESENHA ACADÊMICA NO CURSO DE SAÚDE. Neiva Maria Machado Soares – UEA
A produção no contexto acadêmico, a partir do emprego dos gêneros textuais, constitui-se em um valioso instrumento. Desenvolvo um trabalho neste sentido desde 2004 e a produção tem se tornado cada vez mais eficaz. Tomando por base as teorias de Bakhtin (1997) e de Dionísio Machado e Bezerra (org.,1995), realizo um trabalho relacionado a temas de interesse dos alunos, para a produção resenhas acadêmicas. Neste contexto, um dos livros lidos, sugeridos pelos alunos, foi o de Dráuzio Varela Por um fio. Este trabalho permitiu uma discussão, dentro do contexto de saúde, sobre o tema do livro, levando em conta o que Bakhtin considera como a funcionalidade do gênero, o conteúdo temático e o estilo e composição, o que possibilitou uma visão mais contextualizada desta prática. (Palavras-chave: gêneros textuais, dialogia, leitura)

SESSÃO XII
Coordenação: Isabel Maria Paese Pressanto
Dia: 12/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1. MATERIAL DE LEITURA E DESEMPENHO LEITOR DE UNIVERSITÁRIOS. Isabel Maria Paese Pressanto – UCS
Na Universidade de Caxias do Sul, investigou-se a relação entre material didático de leitura e desempenho leitor de alunos universitários. A amostra foi composta por dois grupos (experimental e de controle), que responderam a pré e pós-teste de leitura, com intervalo de seis semanas. Nesse período, o grupo experimental executou atividades de leitura baseadas em abordagem sociointeracionista e metacognitiva, enquanto o de controle realizou atividades de cunho tradicional. Os resultados apontam diferenças significativas no desempenho do pós-teste para o grupo experimental, que cresceu 5,8% em comparação ao grupo de controle, que aumentou 1%. A aplicação do teste indica que a diferença entre os grupos foi significativa. Isso permite confirmar a hipótese de que o ensino explícito de leitura, apoiado em princípios sociointeracionistas e metacognitivos, pode otimizar o desempenho em leitura. (Palavras-chave: leitura, material didático, desempenho do leitor)
2. ALUNO-CALOURO-LEITOR E AS EXIGÊNCIAS DA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA: COMO SE APRESENTA ESSA RELAÇÃO? Claudia Finger-Kratochvil, Claudia Finger-Kratochvil,Coordenadora do curso de pós-graduação em Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba.
Várias instituições têm se preocupado com a qualidade da formação do leitor e diversas pesquisas internacionais (PISA 2000, 2003) e nacionais (INAF 2001, 2003, 2005), somadas às avaliações do INEP têm apontado a construção lacunada do leitor. Finger-Kratochvil et al. (2005) apresentam dados que confirmam essa realidade, no contexto universitário. Considerando que, ao entrar na universidade, as dimensões das tarefas de leitura ampliam-se em volume e complexidade, para muitos alunos o ler torna-se atividade desgastante. As exigências vão além das capacidades e habilidades construídas. Situação que indica a necessidade de se conhecer melhor esse leitor diante das demandas impostas pelas leituras no contexto universitário. Este trabalho tem por objetivo conhecer o aluno calouro enquanto leitor por meio de a) sua própria avaliação a respeito do processo de leitura e de sua postura diante do mundo da informação escrita; e b) seu desempenho em tarefas de leitura. A pesquisa encontra-se em fase de análise dos dados da testagem piloto dos instrumentos - testes de compreensão em leitura e questionários socioeconômico, cultural e de hábitos de estudo e leitura -, realizada com os alunos calouros de um curso de graduação. Resultados parciais apontam para uma grande parcela de alunos que, apesar de reconhecerem que a leitura resulta em ganhos pessoais, pouco tempo investem na atividade. Além disso, a maioria dos sujeitos concebe a leitura como um processo ascendente. As implicações desse posicionamento refletem-se no desempenho nas tarefas de leitura, confirmando, por ora, dados de pesquisa anterior, que revelam que à medida que as tarefas aumentam em complexidade, decrescem os percentuais de sucesso. (Palavras-chave: Letramento. Compreensão em leitura. Habilidades de leitura. Leitor universitário)
3. PRODUÇÃO DE TEXTO NO LIVRO DIDÁTICO E SUAS ARMADILHAS: LEITURAS QUE (DES)COLAM (N)O TEXTO DO ALUNO. Eduardo Calil - UFAL, Eliene Estácio Santos - SEE/AL.
Este trabalho é parte de um estudo sobre práticas de textualização apoiadas em propostas de livros didáticos de português (LDP), efetivadas por professores de séries iniciais do Ensino Fundamental. Observamos essas práticas, registramos em diário de campo e coletamos os manuscritos escolares produzidos por alunos de 2ª série, ao longo do 1º semestre letivo de 2004, em 5 escolas municipais de Maceió. Dentre os resultados obtidos, um dos aspectos mais relevantes a ser considerado é o modo como os professores "interpretam" as propostas dos LDP e o modo como os alunos "respondem" a essa proposta configurada a partir dessa interpretação. Para poder apontar esses modos de relação estabelecidos nessas práticas de textualização, iremos analisar 8 manuscritos de alunos que escreveram um "bilhete", utilizando "caricaturetas" comuns na escrita de chats, conforme sugerido pelo LDP. Esses manuscritos tanto trazem o fenômeno do "espelhamento" de enunciados advindos a fala do professor ou do próprio LDP quanto guardam relações de diferença que podem ser entendidas como "ponto de fuga" para as determinações didáticas assentadas na formatação e imposição de gêneros de textuais para a formação do "produtor de texto competente". (Palavras-chave: manuscritos, produção de textos, singularidade.)
4. DESVELANDO AS ARMADILHAS DO DITO EM ARTIGOS JORNALÍSTICOS: LEITURA DO PESQUISADOR EM EDUCAÇÃO. Juliana Bottos - UEM. Orientadora, Profª Drª Lizete Shizue Bomura Maciel.
Esta comunicação é originária de um estudo que investiga o processo histórico de desvalorização social que vem sofrendo o professor da Educação Básica, especialmente da Escola Pública brasileira. Nesse contexto de estudo é que houve necessidade de se realizar a apreensão de como a prática social tem revelado essa desvalorização profissional. Para tal, buscou-se como possíveis leituras os artigos jornalísticos publicados na revista Veja e no jornal Folha de S. Paulo, no ano de 2006. As leituras dos artigos revelaram a necessidade de uma cuidadosa análise textual, temática e interpretativa, por parte do pesquisador da área da educação, para que o mesmo não se enrede em armadilhas presentes no que está expresso e impresso no dito. Destacamos, neste estudo, o desvelamento do dito acerca do professor e que tem colaborado para a cristalização do estigma de profissional incompetente. (Palavras-chave: pesquisador em educação, leitura, armadilhas do dito, artigos jornalísticos, professor)
5. REPRESENTAÇÕES DO LIVRO DIDÁTICO E DO PROFESSOR NO CONTEXTO ACADÊMICO. Márcio Rogério de Oliveira Cano – PUC/ São Paulo.
Esta comunicação tem como objetivo apresentar os resultados obtidos em pesquisa feita em livros, teses, dissertação e documentos oficiais cujo foco temático seja o livro didático. Partimos do levantamento de trechos que dizem que "o livro didático é o único material de que o professor dispõe para ensinar", problematizando a questão e os sentidos possíveis criados por esta proposição. O trabalho está inserido em uma pesquisa maior sobre o livro didático no Brasil, mas já conta com dados interessantes para serem compartilhados. (Palavras-chave: livro didático, discurso acadêmico, identidade do professor)
6. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NO OCIDENTE CAROLÍNGIO. Priscila Sibim de Oliveira - UEM, Terezinha Oliveira – UEM.
O objetivo da comunicação é enfatizar a importância da leitura no processo de formação dos intelectuais do século IX por meio da análise de um texto de Alcuíno intitulado "Diálogo entre Pepino e Alcuíno". O documento nos fornece uma amostra do ensino neste período bem como nos apresenta a formação intelectual de seu autor. Por ser um mestre leitor, Alcuíno apropria-se do conhecimento antigo, torna-o prático para sua época e expressa uma significativa contribuição no processo de restauração das letras do Império Carolíngio. Neste momento da história a leitura assume um papel fundamental, pois, é por meio dela que os intelectuais irão salvaguardar toda cultura produzida pelos grandes teóricos da antiguidade. (Palavras - chave: Leitura, História, conhecimento)
7. A PROPÓSITO DA ASSERÇÃO "ALUNO BRASILEIRO NÃO ENTENDE O QUE LÊ": EM BUSCA DA AMPLIAÇÃO DOS CRITÉRIOS QUE REGEM A AVALIAÇÃO DA LEITURA. Jobi Espasiani - Professor de Interpretação de Textos/Colmeia – SP
Esta comunicação visa compartilhar a elaboração de material alternativo para avaliar a leitura de textos realizada por alunos do ensino médio, bem como observar a participação da universidade e da mídia na propalação da idéia de que o aluno da escola pública seja leitor incompetente. Ao iniciar um trabalho de análise e interpretação de textos, em 2003, com jovens oriundos de escolas públicas - num programa paralelo à educação formal – foi possível constatar que o desempenho desses jovens, na leitura, ultrapassava as expectativas. Apoiando-me nos trabalhos de Mário Rossi (1981), Cagliari (s/d e 1989) e Matoso Câmara (1972 e 1982) proponho uma atividade de leitura em voz alta na qual a entonação do leitor pode evidenciar a compreensão/incompreensão da estrutura sintática que, segundo essa linha de pesquisa, é considerada como fundamento para a interpretação semântica. E ainda, tendo como base Foucault (1996), Geraldi (1991) e Barzotto (2004) levanto a necessidade de compreender a presença do discurso da incompetência do aluno, tanto em textos midiáticos, como em textos acadêmicos. (Palavras-chaves: avaliação de leitura, entonação, discurso da incompetência)
8. PRODUZIR SENTIDOS E DESVELAR O ARDIL DO DISCURSO PEDAGÓGICO. Sonia Maria Vieira Negrão - UEM, Regina Lúcia Mesti - UEM.
Relato de experiência de ação pedagógica na disciplina “Linguagens, identidade e formação docente”, do curso de Pedagogia da UEM. Desenvolvemos a leitura de textos (pinturas, fotografias, filmes, propagandas) e a análise semiótica dos procedimentos de textualização utilizados pelo enunciador que engendra nas astúcias da enunciação os valores que pretende transmitir. O sentido histórico dos textos é constituído no processo de leitura entendido como objetos culturais que entrelaçam linguagens e arquitetam visão de homem, de mundo e de educação. A ampliação do conceito de texto e a explicitação dos processos de significação criam condições para atos de leitura: desmantelar arapucas discursivas e desvelar o ardil do discurso pedagógico de forma lúdica e polêmica. (Palavras-chave: formação de professores, formação de leitores, linguagens, discurso pedagógico)