Nº 23 –
Leitura: Teoria e Prática
Ano XIII - Junho de 1994 - 66 p.
Estudos
O exílio em “terceira língua” – Berta Waldman – pág. 3
Reconhecer na literatura o lugar de sua identidade – sua pátria – não
resolve o descentramento do autor, porque a língua desse território é uma
língua estrangeira: o alemão. E aí se reinstaura o exílio. Dessa vez, sem
saída.
Diversidade e Ensino – Raquel Salek Fiad – pág. 7
Há duas décadas, pelo menos, têm sido escritos os textos aqui trazidos
e outros ainda precisam ser escritos, embora não seja suficiente somente
continuar a escrevê-los. É necessário, além de escrevermos, sabermos mais
sobre as leituras feitas desses textos, sobre as apropriações das idéias
neles presentes.
Decifração da escrita: um pré-requisito ou uma primeira leitura? – Gladis
Massini-Cagliari – pág. 24
É necessário ressaltar o fato de que, se o aluno não percorrer, de
algum modo, o caminho da decifração da escrita, ele não se alfabetizará. É
por esta razão que temos encontrado, tradicionalmente, todos os anos, nas
salas de alfabetização, os alunos que não aprendem a ler, apesar de toda a
prática pedagógica baseada quer nas antigas, quer nas mais modernas
teorias sobre letramento, porque todas elas acreditam que é escrevendo que
se aprende a ler. O problema destas abordagens é, justamente,
desconsiderar completamente a decifração da escrita.
João Guimarães Rosa, “guia de cegos” – Eleonora L. W. Gonçalves Smits –
pág. 28
Guimarães Rosa não costuma facilitar a tarefa do seu leitor. Todavia,
ele não o deixa totalmente desamparado, pois no interior dos contos
podemos encontrar várias pistas que ajudam a desvendar os “mistérios”.
Seguindo algumas delas no conto O espelho (Primeiras Estórias), achamos
algo que possa se configurar como um “rito de iniciação” no maravilhoso
mundo roseano.
Leitura e ensino de literatura no segundo grau – Leny da Silva Gomes –
pág. 32
O prazer da leitura no 2º grau deve ser conquistado nos caminhos da
interpretação, que pressupõe uma leitura ingênua inicial. Essa não deve
ser o ponto final, mas o primeiro passo para as articulações propostas
pelo texto e realizadas pelo leitor.