Nº 25 –
Leitura: Teoria e Prática
Ano XIV - Junho de 1995 - 76 p.
Entrevista
História de leituras: o COLE, a ALB e a leitura hoje – Luis Percival
Leme Britto entrevista Ezequiel Theodoro da Silva – pág. 3
Ezequiel Theodoro da Silva, fundador e presidente de honra da ALB, em
conversa como Luis Percival Leme Britto, atual presidente da associação,
reconstrói um pouco a história da ALB e do COLE e disserta sobre a questão
da leitura hoje no Brasil.
Estudos
A leitura no quarto dos fundos – Marisa Lajolo – pág. 10
A história não se repete, mas se redireciona. E ao aproximar-se da
arte, a vida pode tornar-se mais compreensível. Fica, hoje, a certeza de
que Carolina foi uma pioneira. E cresce, junto com a certeza de seu
corajoso pioneirismo, a esperança de que nos caminhos que ela abriu
sigam-na muitas e muitas outras Carolinas na conquista de uma cidadania
letrada plena que, em nossa tradição, costuma ser reservada para poucos.
Xuxa versus Rá-Tim-Bum uma análise musical e poética – Ana Cristina
Fricke Matte – pág. 19
É claro que não podemos acabar com os ídolos. Mas podemos acrescentar
outros a esse universo, ídolos e antiídolos. Devemos ampliar o universo
musical e cultural das crianças, dando-lhes a oportunidade de decidir e
criticar, um voto de confiança que permita-lhes, inclusive, escolher o que
jamais escolheríamos! Permitir que cresçam... Criança pensa, sente e tem
opinião própria. Precisamos alimentá-las. Afinal, “a gente não quer só
comida”...
Sobre ensino da leitura – Maria do Rosário Longo Mortatti – pág. 29
Porque os discursos sobre a importância e a necessidade da leitura, o
interesse e o “gosto” dos alunos, os métodos e as técnicas de ensino, os
best sellers escolares, a literatura trivial, as informações dos “textos
do cotidiano” são contingentes e efêmeras demais para com eles se
despender tanto tempo e se infernizar tanto – e sem sentido – a vida de
professores e alunos. Porque tudo isso acaba se diluindo, quando se sai da
escola, quando deixa de ser útil. E tudo perde utilidade um dia.
Fala de escravo: estudo de um caso de representação – Tânia Maria
Alkimim – pág. 42
Como falavam os escravos no Brasil? Eis uma questão para a qual só
temos respostas apoiadas em conjecturas. A ausência de documentação
sistemática e especializada é uma realidade de fato, embora fontes de
naturezas diversas sinalizem traços lingüísticos caracterizadores da
variedade de português utilizada por escravos.
Lendo histórias de leitura – Norma Sandra de Almeida Ferreira – pág. 47
No caso específico desta pesquisa, transformação permitida à medida
que a leitura seja traduzida como ação significativa para seus sujeitos,
construída enquanto necessidade que deve persistir após terem sido
afastados dos bancos escolares.
O autor em seu texto; pedagogia da escrita em oficinas de redação –
Eulina Pacheco Lutfi – pág. 63
As palavras, mediando o antes e o depois, são, no papel, nichos de
vida. Se eles guardam traços de discursos modeladores, obrigatórios,
podem, ao mesmo tempo, ser atravessados pelo impulso latejante da escrita.