Nº 34 –
Leitura: Teoria e Prática
Ano XVIII - Dezembro de 1999 - 83 p.
Estudos
O oral na escrita de sujeitos não ou pouco escolarizados – Inês
Sgnorini – pág. 5
Neste trabalho, nosso objeto de estudo é um tipo de texto que, tanto
do ponto de vista do processo de textualização quanto da função
sócio-pragmática, tem parentesco com uma família de outros objetos mistos
ou híbricos que povoam o cotidiano de diferentes grupos socioculturais,
como é o caso, por exemplo, do folheto de cordel e das mensagens via
internet.
Redação escolar: produção textual de um gênero comunicativo? - Kazue
Saito Monteiro de Barros – pág. 13
Os estudos mais recentes sobre a relação entre a fala e a escrita
evidenciam que muitas das diferenças anteriormente apontadas como
características típicas das duas modalidades são, na realidade,
atribuíveis às especificidades dos gêneros. Daí a importância deste
conceito para todos aqueles que, nessa área de pesquisa, procuram não
basear suas análises na oposição dicotômica entre a fala e a escrita.
A constituição híbrica da escrita na internet: a linguagem nas salas de
bate-papo e na construção dos hipertextos – Denise Bertóli Braga – pág. 23
A escrita no meio cibernético, que é escrita de última geração, coloca
questões que nos levam a repensar a relação fala e escrita e a considerar
modos mistos e heterogêneos de construção. Essa reflexão nos obriga a
rever antigas categorias que opõem de forma dicotômica o texto falado e o
escrito, ou a cultura oral e a letrada.
Prática social de leitura na escola e na sociedade – Telma Ferraz Leal
– pág. 30
Considerando o caráter social da apropriação da escrita, objetivamos
refletir acerca de algumas marcas históricas da prática de leitura, a fim
de pensarmos sobre o papel da escola em projetos de leiturização dos
alunos e da comunidade.
Almanaques e profecias: leituras de Cordel – Marcela Guasque Stinghen –
pág. 40
A visão tradicional a respeito do ato de leitura implica uma atividade
silenciosa, individual e privada, que envolve pouca mobilidade física e
exige um bom domínio do código de escrita.
A novela camiliana – Paulo Franchetti – pág. 47
Camilo foi o primeiro português a viver do seu ofício. Numa sociedade
que não dispunha de um número expressivo de leitores, num tempo em que os
direitos autorais estavam começando a ser reconhecidos. Camilo teve que
escrever muito. Suas obras contam-se em centenas: foi poeta, teatrólogo,
novelista, crítico literário, editor literário e tradutor de grande
atividade.
Ética, literatura e memória – Orna Messer Levin – pág. 60
Elie Wiesel declara que a literatura de testemunho é o gênero mais
representativo do século XX. Pode soar polêmica uma afirmação como esta,
que tende a negar a antigüidade dos relatos testemunhais, cujas matrizes
históricas abarcam modelos tão diversos quanto as remotas narrativas de
viagem e as crônicas milenares de guerra.