ANAIS - 2006

O Evento

Temário - “O Jornal na Educação - dos entretantos aos finalmentes!”

Justificativas

No Brasil, os projetos de formação continuada estão a mostrar que os professores, principalmente os de Ensino Fundamental e Médio, enfrentam problemas na esfera da leitura de jornais. É variada e diversa a origem desses problemas, mas pode ser afirmado que, além das dificuldades econômicas e de tempo, o próprio manejo do jornal, enquanto um suporte para a circulação de informações e organização da docência, vai perdendo o seu vigor junto ao magistério.

Por entender que a mídia impressa - dentro dela a imprensa – tem uma relação direta com a atualização dos cidadãos, o conhecimento de versões da realidade social, a opinião pública e, atualmente, no movimento inevitável da globalização, com o destino do nosso planeta, não resta dúvida que os jornais têm importância fundamental para a escola e para todos os tipos de ensino ali praticados.

Por entender que o acesso a jornais, com o conseqüente usufruto dos seus conteúdos, é um componente imprescindível nos processos de formação básica e continuada de todos os professores, vimos realizando, bianualmente, desde o ano 2002, o ‘Seminário Nacional – O Professor e a Leitura do Jornal”. Esse entendimento se mantém firme e inabalável na consciência dos organizadores; tanto é assim, que além de ampla divulgação dos resultados dos dois eventos anteriores, hoje no site da Acorde http://www.acordeduca.com.br/  , reúnem-se esforços e energias para a continuidade desse trabalho na tentativa de colaborar para com a melhoria da qualidade da nossa educação e escolas.

Nunca é demais lembrar que, no Brasil, são muitos os desafios rumo à consolidação de uma sociedade leitora. Dentre eles, colocam-se aqueles mais diretamente voltados à figura do professor, ou seja, o profissional formalmente encarregado pela introdução e permanência das novas gerações no universo da escrita através da alfabetização e do letramento. E tendo em vista que o ensino e o conhecimento são impulsionados por processos de leitura e escrita, cabe ao professor, no exercício das suas responsabilidades, ter intimidade com todos os veículos que se utilizam da escrita como meio para a amplificação e circulação de idéias em sociedade. No extenso rol desses veículos, desde Gutenberg, os diferentes tipos de jornais ocupam uma posição insubstituível.

Em síntese, justificam este evento:

A relação existente entre cidadania e leitura de jornais: tomando-se o cidadão como um ser que se atualiza permanentemente sobre os temas da sua realidade social, o acesso e o usufruto dos produtos da imprensa escrita são fundamentais ao conhecimento, à atualização dos cidadãos e, portanto, às práticas de cidadania;

A relação que deve existir entre os jornais e as escolas em termos de promoção da leitura de um veículo específico (o jornal), que tece em si um complexo de linguagens, de gêneros discursivos e de diferentes pontos de vista sobre os fatos sociais;

A necessidade de uma maior presença do jornal na vida dos professores para que estes, através de um hábito incorporado, possam acompanhar as discussões e transformações das suas áreas de conhecimento, das disciplinas do currículo escolar, além de permitir o enriquecimento das suas atividades de ensino.

O relativo descaso das autoridades educacionais em relação à necessidade de jornais nas escolas não somente para o usufruto dos professores, mas também como importante veículo de desenvolvimento de hábitos de leitura junto ao alunado dos vários níveis no ensino. Em que pesem as muitas leis e resoluções sobre essa matéria (presença e disponibilidade de um ou mais jornais na escola), o problema ainda persiste dentro do sistema educacional brasileiro.

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