VII Seminário “Mídia, Educação e Leitura”

SESSÃO I
Coordenação: Lucília Maria Sousa Romão
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - DISCURSO JORNALÍSTICO E LEITURA NA REDE ELETRÔNICA. Lucília Maria Sousa Romão, FFCLRP/ USP (FAPESP-04/14995-5).
   Esse texto intenta refletir, à luz da Análise de Discurso francesa, como os sentidos e os sujeitos constituem-se no discurso jornalístico impresso e eletrônico, inscrevendo gestos de leitura sempre plurais. A análise do corpus colhido no jornal Folha de S. Paulo e na Folha On Line indicia o modo pelo qual a memória, o arquivo e a ideologia promovem o retorno e a atualização de alguns sentidos e o apagamento de outros.
02 - DEZ ANOS DEPOIS, O DISCURSO JORNALÍSTICO SOBRE ELDORADO DE CARAJÁS. Thaís Harumi Manfré Yado. FFCLRP/ USP e Lucília Maria de Sousa Romão. FFCLRP/ USP (FAPESP-04/14995-5).
Esse projeto tem por objetivo investigar o funcionamento discursivo de trinta manchetes jornalísticas dos principais periódicos nacionais sobre as "comemorações" a respeito do tema os dez anos do massacre de Eldorado de Carajás. Pretendemos observar como a voz da mídia constitui sentidos de autoridade e suposta verdade, fazendo falar uma narrativa sobre um acontecimento já passado em um tempo agora marcado por outras condições de produção e indicando uma diretividade de leitura, fixando um único sentido, a saber, algo estabilizado que não causa estranheza nem indignação. Interessa-nos investigar a maneira como a mídia instala-se no lugar de voz de autoridade e assim formula seus dizeres, inscreve posições-sujeito, recorta redes do interdiscurso, atualizando-as para manter o sentido dominante. A análise indiciária do corpus faz falar o modo como a chamada grande mídia enuncia a respeito dos conflitos sociais no/do campo, silenciando as causas da desigualdade de acessos no país. PALAVRAS-CHAVE: discurso jornalístico; manchete; sujeito; ideologia; memória
03 - O DISCURSO TEXTUALIZADO NAS LEGENDAS DO JORNAL BRASILdeFATO. Jonathan Raphael Bertassi da Silva (AG) FFCLRP / USP - FAPESP IC ( 06/60566-4) e Lucília Maria Sousa Romão (Orientadora) FFCLRP / USP - FAPESP (04/14995-5).
Este trabalho intenta interpretar, a partir dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de matriz francesa, imagens e legendas do jornal BRASILdeFATO, buscando rastrear o modo como a ideologia faz parecer evidentes certos sentidos e a forma como ela inscreve uma diretividade de leitura. O sujeito, entendido aqui como posição discursiva, é interpelado por dois esquecimentos, acreditando que é a fonte de seu dizer e que as suas palavras correspondem a um retrato termo a termo da linguagem com a realidade objetiva. Tais ilusões serão observadas em relação ao dizer das/sobre as fotografias jornalísticas, tomadas como a representação "neutra" dos fatos. A noção de que ´jornalismo é "imparcial" e neutro é muito difundida; no entanto, consideramos que sempre há enquadramentos, ângulos, focos, edição das imagens e legendas de ancoragem, que são determinadas pela posição que o sujeito enunciador ocupa e pelo modo como constrói seus gestos de leitura.
04 - O SUJEITO DISCURSIVO E A LEITURA DO MIDIÁTICO. Ane RibeiroPatti (Unifran) e Lucília Maria Sousa Romão (FFCLRP/USP).
O intento deste trabalho é discutir, a partir dos pressupostos teóricos da Análise do Discurso de filiação francesa e da psicanálise de leitura lacaniana, como o sujeito discursivo promove movimentos de repetição, ruptura e deslocamento a partir da leitura das textualizações midiáticas, especialmente aquelas postas em discurso pela televisão e pela malha eletrônica. Propomos uma reflexão acerca das representações de feminino e masculino do sujeito-criança em fase pré-escolar, que tem acesso ao interdiscurso midiático sobre a globalização como forma de se ancorar em vozes legitimadas para dizer de si, e, com isso, não acessar o que foi silenciado em outras formas de dizer, como, por exemplo os livros, precioso objeto de provoc[ações] e de mudanças sociais. PALAVRAS-CHAVE: Análise do discurso; Psicanálise; sujeito discursivo; mídia.
05 - ARACRUZ e MST: GESTOS DE LEITURA E CONFRONTO DE DISCURSOS. Vivian Lemes Moreira, Universidade de São Paulo- Ribeirão Preto. Fapesp (número- 07/50286-7) e Lucília Maria Sousa Romão, Universidade de São Paulo - Ribeirão Preto. Fapesp (número-04/14995-5).
   O presente trabalho tem como objetivo refletir sobre os discursos que circularam, na mídia eletrônica, a respeito do episódio de mobilização das mulheres da Via Campesina, apoiadas pelo MST no Rio Grande do Sul, nos laboratórios da Aracruz em 08/03/2006, investigando os gestos de leitura possíveis do político no contexto da informação. Utilizando o referencial da Analise do Discurso de matriz francesa, a pesquisa busca compreender a historicidade dos discursos que envolvem a questão da terra, a reforma agrária e os povos indígenas no país, marcando com várias vozes, silenciadas em outros contextos sócio-históricos, retornam promovendo rupturas dos sentidos naturalizados e tidos como evidentes. Nosso corpus é constituído por recortes lingüísticos colhidos em blogs eletrônicos, sites da Aracruz e do MST, revistas e jornais eletrônicos. PALAVRAS-CHAVE: leitura, discurso, rede eletrônica, mídia.
06 - ARMADILHAS PARA O CORPO: A LEITURA DOS MODELOS DE BELEZA NO DISCURSO MIDIÁTICO. Cláudia Regina Benedetti, Centro Universitário Barão de Mauá, e Lucília Maria Sousa Romão- FFCLRP/ USP.
Considerando a mídia como lugar privilegiado para a manutenção da ideologia dominante e como ponto de condensação de discursos tidos como evidentes e naturais, buscamos investigar como se organizam os significados sócio-históricos sobre o corpo feminino, preso à armadilha estética, alienado em e por uma discursividade que circula em escala mundial. Para o analista do discurso, quebrar armadilhas significa inscrever gestos de leitura crítica da versão midiática, desnaturalizando o corpo construído por ela, em geral, marcado pelo efeito de beleza perene e de matéria de consumo; significa, por fim, levar em conta a ideologia e a memória. PALAVRAS-CHAVE: análise do discurso; mídia; corpo.
07 - AS REDES DE MEMÓRIA E O DISCURSO DE/SOBRE SUJEITOS HOMOSSEXUAIS. Carla Krauss Lima, FFCLRP-USP - Ribeirão Preto/SP e Lucília Maria Sousa Romão, FFCLRP-USP.
   O presente trabalho pretende discutir como a questão da homossexualidade é discursivizada em uma telenovela veiculada pela Rede Globo em horário nobre e em cadeia nacional. Também busca percorrer e vasculhar, à luz da Análise do Discurso de filiação francesa, a produção dos sentidos de/ sobre as personagens homossexuais, pontuando o modo como o interdiscurso é atualizado e faz retornar sentidos de interdição e silenciamento.PALAVRAS-CHAVE: Discurso, memória, mídia, homossexualidade, silêncio.

08 - A INTERAÇÃO RADIOFÔNICA NA CRÔNICA DE ARNALDO JABOR: MEDIAÇÃO ENTRE DISCURSO, PODER E IDEOLOGIA. Claudia Deliza Jakubowski, USP.
   A partir da análise da crônica "Marcola, um sinal dos tempos", de Arnaldo Jabor, transmitida pela rádio CBN (Central Brasileira de Notícias) objetiva-se descrever os mecanismos argumentativos e as diferentes configurações de contexto e de interação presentes neste tipo de prática discursiva. Tratar-se-á da maneira pela qual autor e ouvinte regulam as trocas sociais, constroem as representações dos valores e crenças ideológicas que subjazem suas práticas, criando e manipulando a linguagem em interação e, por conseguinte, produzindo sentido. PALAVRAS-CHAVE: argumentação, interação, ideologia.
09 - A IDENTIFICAÇÃO DAS ARTIMANHAS DA MÍDIA NO PROCESSO DE PRODUÇÃO DO JORNAL PEDAGOGIA EM NOTÍCIAS. Milka Helena Carrilho Slavez, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – UEMS.
   Nesta comunicação pretendo compartilhar a experiência da elaboração do jornal Pedagogia em Notícias, produto do projeto de extensão Jornal Universitário desenvolvido na UEMS – unidade de Paranaíba. O referido projeto apóia-se numa metodologia de pesquisa participante. Envolve ações de ensino, pesquisa e extensão, pois a produção do jornal requer conhecimento da linguagem e recursos próprios do jornalismo que são fundamentados em: Lage (1993); Faria & Zanchetta (2002); Charaudeau (2006); Hernandes (2006). Os integrantes do projeto participam de situações que propiciam um maior entendimento das artimanhas da linguagem jornalística. Espera-se com esse trabalho que os acadêmicos envolvidos consigam reconhecer as armadilhas da mídia, em especial do jornal. PALAVRAS-CHAVE: mídia; educação; jornal universitário; produção de jornal.

SESSÃO II
Coordenação: Flailda Brito Garboggini
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - CONVENÇÕES SIGNIFICATIVAS. A QUESTÃO DO GÊNERO NA PUBLICIDADE. Flailda Brito Garboggini. CLC, PUC-Campinas.
   Esta comunicação procura apresentar o estudo realizado sobre alguns aspectos da forma como o masculino e o feminino são representados e associados aos produtos anunciados no Brasil, retomando as convenções sociais. Foi considerado que os caracteres próprios de cada sexo com suas significações sociais são assumidos pelos anunciantes para a personificação dos produtos. Foi analisada a forma como as linguagens icônicas, compõem as figuras utilizadas nos anúncios publicitários veiculados em revista para determinar diferenciais das marcas de produtos, verificando em que medida esse fenômeno vem ocorrendo na publicidade de revistas. Considerou-se como corpus de estudo alguns anúncios de revistas brasileiras, principalmente VEJA, no período compreendido entre 2001 e 2005. PALAVRAS-CHAVE: representação de gênero, convenções sociais, publicidade, semiótica.
02 - PRÁTICAS SOCIAS DE GÊNERO MEDIADAS PELA LINGUAGEM E PELA CULTURA. Vera Lúcia Pires, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), RS
   A proposta deste trabalho tem a ver com a questão da leitura e interpretação das desigualdades de gênero nas relações sociais, respaldadas pelos discursos da mídia impressa, que as vê como efeito das relações dialéticas entre os seres humanos. Partimos do pressuposto óbvio das diferenças entre mulheres e homens: há uma cultura feminina própria que fez com que as mulheres ousassem fazer uma proposta de paridade/igualdade com os homens. Essa cultura fundamenta a diferença: nas mulheres, no centro de sua existência, coabitam valores diversos, como a ênfase no relacionamento interpessoal, a atenção e o cuidado com o outro. Sua identidade provém da interação com os outros. Por outro lado, teorizar sobre o masculino significa colocar em xeque o pressuposto do privilégio que os homens sempre tiveram de ser o "sexo forte" e detentor da hegemonia. Sob esses aspectos, este estudo propõe-se a discutir as intersecções de linguagem e cultura intermediadas pela linguagem. PALAVRAS-CHAVE: linguagem, cultura, relações de gênero, práticas sociais.
03 - AS RELAÇÕES SOCIAIS DE GÊNERO CONSTRUÍDAS ATRAVÉS DE DUAS CRÔNICAS DA MARTA MEDEIROS. Luciana Portella Kohlrausch, Maria do Socorro de Almeida Farias, Ana Nelcinda Garcia Vieira e Vera Lúcia Pires (orientadora). UFSM – PPGL, RS.
   Os discursos e seus sentidos, que circulam no meio social concretizam por meio da linguagem as relações sociais, especialmente na mídia, concretizam por meio da linguagem as relações sociais. Nesse sentido as relações de gênero não fogem a esse padrão. Segundo Pires (2001), o discurso de gênero normatiza lingüisticamente a representação das relações sócio-culturais de hierarquia entre os sexos. A linguagem, de uma maneira ou de outra, institucionaliza essa construção cultural empreendida através dos séculos e ainda vigente nos dias atuais. Apesar de hoje o papel do feminino aparecer de maneira diferente tanto nos discursos midiáticos, como nos atos da sociedade, ainda tornam clara a relação hierárquica estabelecida entre mulheres e homens. Neste trabalho temos como objetivo, a partir de uma leitura crítica, analisar como as relações sociais e as relações de poder estão representadas em duas crônicas da escritora Marta Medeiros. Levando em conta as diferenças em contraposição a desigualdade. Este trabalho tem como base os pressupostos teóricos que versam sobre as teorias críticas das relações de gênero, as relações hierárquicas entre os sexos como uma estratégia de poder, a construção do feminino e masculino na mídia. PALAVRAS-CHAVE: relações sociais, gênero, leitura e linguagem.
04 - A MULHER NAS PROPAGANDAS DE LINGERIE: OS EFEITOS DE SENTIDOS VEICULADOS EM REVISTAS FEMININAS. Tânia Maria Augusto Pereira, Departamento de Letras e Artes da Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande (PB).
   Considerando que os textos publicitários funcionam como um lugar de representação, e que a linguagem, tanto a verbal quanto a visual, torna-se visível através do trabalho de interpretação e dos efeitos de sentidos construídos pelo leitor/consumidor, este trabalho se propõe a analisar o uso da imagem feminina na construção dos efeitos de sentidos nas propagandas de lingerie veiculadas em revistas femininas de circulação nacional. Para isso, são aplicados princípios teóricos da Análise do Discurso de linha francesa discutidos por Charaudeau & Maingueaneau (2004), Foucault (1999), Gregolin (2004), Orlandi (1999, 2006), Pêcheux (1988), entre outros, com a intenção de investigar os percursos semânticos presentes nas propagandas que conduzem a um discurso sedutor e persuasivo que propaga uma representação feminina pseudo-emancipadora. PALAVRAS-CHAVE: revistas femininas; mulher; efeitos de sentidos; gênero publicitário.
05 - DEIXE A VIDA TE DESPENTEAR: REPRESENTAÇÕES DO FEMININO NA PUBLICIDADE. Michelle Regina Alexandre Cabral, UBC-Mogi das Cruzes-SP e USP-SP.
A presente comunicação visa compartilhar os resultados encontrados com a realização da análise discursiva de uma peça publicitária de grande circulação na televisão brasileira no ano de 2005. Para realizar tal análise, usamos por base as teorias semióticas (Greimas e Pais) e da sociedade do consumo e do espetáculo (Debord). Essa análise faz parte de uma pesquisa maior sobre a representação do feminino de representação do universo feminino, assim como da própria mulher, na publicidade brasileira pelos meios de comunicação de massa. PALAVRAS-CHAVE: Análise do discurso, publicidade, gênero, feminino, semiótica
06 - ARMADILHAS DA PROPAGANDA NA CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE(S). Sonia Aparecida Vido Pascolati, UEL, Londrina (PR).
   A construção da identidade é o produto de relações sociais, culturais, econômicas e políticas entre sujeitos, mas é também e antes de tudo criação do discurso, resultado de atos de linguagem. Por meio da linguagem, o homem cria representações de si mesmo, do mundo e do outro. A propaganda, enquanto construção lingüística, é uma das formas de criação de representações sociais. Neste trabalho, propomos a leitura de algumas propagandas de cerveja a fim de verificar como elas criam representações de uma identidade feminina. O trabalho de leitura crítica da propaganda na escola é uma das formas de desarmar as armadilhas que cercam a construção das identidades sociais.
PALAVRAS-CHAVE: construção de identidade; representações; propaganda; linguagem.
07 - MODOS DE LER, MODOS DE VER: UMA LEITURA DAS ESTRATÉGIAS VERBAIS E NÃO-VERBAIS EM PROGRAMAS FEMININOS TELEVISIVOS. Najara Ferrari Pinheiro, UCS/RS; CNPq.
De acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de Filosofia, História, Geografia, Serviço Social, Comunicação Social, Ciências Sociais, Letras, Biblioteconomia, Arquivologia e Museologia, PARECER N.º: CNE/CES 492/2001, os cursos de Letras devem levar em consideração os desafios da educação superior diante das intensas transformações que têm ocorrido na sociedade contemporânea, no mercado de trabalho e nas condições de exercício profissional. Concebe-se a Universidade não apenas como produtora e detentora do conhecimento e do saber, mas, também, como instância voltada para atender às necessidades educativas e tecnológicas da sociedade. Ressalta-se, no entanto, que a Universidade não pode ser vista apenas como instância reflexa da sociedade e do mundo do trabalho. Ela deve ser um espaço de cultura e de imaginação criativa, capaz de intervir na sociedade, transformando-a em termos éticos. Ressalta, como um dos perfis dos formandos, que ele deve ser capaz de refletir teoricamente sobre a linguagem, de fazer uso de novas tecnologias e de compreender sua formação profissional como processo contínuo, autônomo e permanente. Diante desse posicionamente, proponho neste artigo uma discussão sobre os gêneros discursivos/textuais na mídia (Bakhtin, Martín-Barbero, Castro), especificamente, na televisão, para que se possa desenvolver atividades de leitura crítica com base na Análise Crítica de Discurso (Fairclough) de produtos desse meio no ensino fundamental e médio. Focalizo, aqui as estratégias verbais e não-verbais em programas femininos televisivos.
PALAVRAS-CHAVE: leitura; televisão; gêneros discursivos/textuais; estratégias verbais e não-verbais.
08 - O DISCURSO RACISTA NA TV: UMA ANÁLISE DA PROPAGANDA DA CERVEJA SOL. Lise Mary Arruda Dourado, UNEB, Xiquexique (BA).
Esta comunicação visa a analisar o discurso racista na mídia televisiva brasileira, com o intuito de lançar os olhares acadêmicos para a necessidade de se quebrar a armadilha da discriminação racial no universo publicitário. O corpus do trabalho constitui-se na propaganda da cerveja SOL, veiculada em rede nacional, desde fevereiro de 2007. A análise, buscando desvelar tanto os efeitos de sentido que permeiam tal propaganda, quanto os mecanismos empregados na construção dos sentidos ali produzidos, é realizada à luz dos dispositivos da Análise do Discurso de Linha Francesa. Foucault (1999), filósofo pós-estruturalista francês, e Pêcheaux (1990), analista de discurso, neste trabalho dialogam com teóricos da construção da identidade cultural e do combate à discriminação racial, respectivamente, Hall (1997) e Munanga (1996), entre outros. As reflexões acerca dessa análise possibilitaram a produção de um artigo acadêmico, que se encontra no prelo para publicação.
PALAVRAS-CHAVE: discurso racista; propaganda televisiva; discriminação racial; identidade cultural.
09 - MÍDIA IMPRESSA, GÊNERO, PROCESSOS DE REFERENCIAÇÃO. Brunna Cantusio, CLC, PUC-Campinas (SP).
Este trabalho propõe uma reflexão sobre diferentes representações do feminino na mídia impressa. Seu escopo está delimitado ao discurso sobre a mulher profissional veiculado nas revistas Exame e Vida Executiva. A perspectiva teórico-metodológica, de caráter interdisciplinar, segue a proposta da Análise do Discurso Crítica, que analisa o texto em seu contexto de produção. Os processos de referenciação e do uso de metáforas em manchetes de revistas permitem observar mudanças na representação da mulher profissional na mídia impressa. Os resultados preliminares apontam para o seu reposicionamento na sociedade brasileira num processo on line. PALAVRAS-CHAVE: mídia; discurso; gênero.

SESSÃO III
Coordenação: João André Brito Garboggini
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - ELEMENTOS DE PROPAGANDA NA OBRA DE BERTOLT BRECHT. João André Brito Garboggini, CLC, PUC-Campinas.
A dramaturgia de Bertolt Brecht procura criar uma consciência social no ser humano e refletir sobre a situação humana na face da Terra, valorizando o próprio homem enquanto ser imprescindível. Brecht propôs uma estética teatral anti-ilusionista, na qual a quebra da quarta parede, o efeito de estranhamento, as novas tecnologias, os meios de comunicação seriam utilizados como veículos para uma propaganda contra o regime totalitário do III Reich. Influenciado pelo advento de conceitos como aparelho ideológico, propaganda ideológica, cultura de massas, entre outros é possível entender o teatro de Brecht como instrumento de propaganda social contra qualquer ideologia que se proponha dominante e hegemônica?
PALAVRAS-CHAVE: dramaturgia; propaganda; sociedade.
02 - VIAGRA: O DISCURSO FÍLMICO-PUBLICITÁRIO DO PODER E DA ACEITAÇÃO. Alexandre Huady Torres Guimarães, Universidade Presbiteriana Mackenzie UPM/SP e Celso Figueiredo Neto, Universidade Presbiteriana Mackenzie UPM/SP.
O produto Sildenafil, comercialmente conhecido pelo nome de Viagra, foi o ganhador do Leão de Bronze no Festival de Cannes de 2005. Desde seu lançamento, relativamente recente, o produto tornou-se um fenômeno sob o ponto de vista médico, econômico, comercial, histórico e cultural. Evidentemente, os presentes aspectos evidenciam-se na linguagem fílmica publicitária, pois, no intuito de se efetivar a comunicação do produto, o apelo comunicacional grafa as correlações entre o discurso de aceitação social, calcado nas questões de ideologia e poder masculino. O discurso publicitário criado pela agência Taxi-Canada, constrói o seu sentido por meio de um agrupamento de estruturas textuais, que enfatizam a necessidade da procura e manutenção do poder confeccionado pela ideologia dominante, o qual se reflete em várias e diferentes culturas, assim como em diversos contextos históricos e culturais, fato que deve ser evidenciado e analisado no processo de ensino-aprendizagem do curso de redação publicitária.
PALAVRAS-CHAVE: análise do discurso midiático-publicitário; ideologia; contexto histórico cultural.
03 - O TEXTO PUBLICITÁRIO EM SALA DE AULA: UMA PROPOSTA DE LEITURA E ANÁLISE DO SEU DISCURSO. Urbano Cavalcante da Silva Filho, Universidade Estadual de Santa Cruz - UESC (BA).
O objetivo desta comunicação é apresentar uma proposta de reflexão e trabalho didático-pedagógico com o texto publicitário nas aulas de Língua Materna. Esse gênero textual constitui uma modalidade de leitura persuasiva, pautado num projeto argumentativo (Koch, 1987; Vestergaard e Schroder, 1988), fazendo parte do discurso autoritário (Orlandi, 1987). Dessa forma, usa esquemas básicos a fim de obter o convencimento dos receptores (Brown, 1971), por meio de uma linguagem sedutora (Carvalho, 2004), que é expressão da ideologia dominante (Fiorin, 1988; Sandman, 1997). Nessa proposta de trabalho com o texto publicitário, tomaremos, para ler e analisar o seu discurso, o arcabouço teórico da Análise do Discurso (AD) de orientação francesa, fundada por Pêcheux (1975) pelo fato de esta corrente ser ancorada no materialismo histórico e na ideologia e não perceber o discurso como um fenômeno lingüístico independente e isolado das condições sociais de produção.
PALAVRAS-CHAVE: texto publicitário; leitura; análise do discurso.
04 - PUBLICIDADE POLITICA; UMA ARMADILHA CHAMADA PROPAGANDA. Elaine Martins Rodrigues, Centro Universitário da Fundação de Ensino Octávio Bastos - UNIFEOB. São João da Boa Vista (SP).
Com base nos estudos da linguagem da propaganda, esta pesquisa visa a analisar os recursos empregados pela propaganda política, comparando-os aos utilizados pela propaganda comercial ou publicitária, dentro do contexto moderno. Atraves da análise observou-se uma notória proximidade entre ambas as linguagens, levando-nos a questionar o uso, cada vez mais expressivo, da linguagem publicitária dentro do universo da propaganda política. Para embasamento teórico da pesquisa foram utilizados materiais de campanha das eleições 2006 dos partidos: PT e PSDB e propagandas atuais dos governos Federal e Estadual de Minas Gerais.
PALAVRAS-CHAVE: linguagem, propaganda política, discurso, intencionalidade.
05 - O SILÊNCIO E A PRODUÇÃO DE SENTIDOS NA MÍDIA. Luciana Fracasse, UNICENTRO-Guarapuava (PR).
O presente trabalho é embasado pela Análise de Discurso de linha francesa, e tem como objetivo refletir sobre as formas do silêncio encontradas na construção de publicidades bancárias. Segundo Orlandi (2002), o silêncio remete-se ao caráter da incompletude da linguagem, ou seja, à relação que todo dizer estabelece com o não-dizer. Assim sendo, julgamos necessário indagar o que cada anúncio não deixa dizer, considerando as condições de produção,a ideologia que o permeia e o público ao qual se destina.
   PALAVRAS-CHAVE: Análise de Discurso; silêncio; publicidade; sentido.
06 - A INFÂNCIA E A LINGUAGEM AUDIOVISUAL. Simone Cleuse Marconatto, mestranda da Faculdade de Educação da UNICAMP (LANTEC).
Esta é uma proposta de sociabilização do processo de ensino e aprendizagem da linguagem audiovisual com crianças de 3 a 5 anos da rede Pública de Educação que tem suporte teórico em Paulo Freire e Vigotski, onde as educadoras mediatizam a prática pedagógica com a inserção de meios que produzem imagens e sons ludicamente, assim a Infância pode conhecer e utilizar os instrumentos, seus códigos e produzir suas mensagens, brincando, perguntando, criando, inventado e reinventando seu modo de expressar o mundo.
   PALAVRAS-CHAVE: Educação; Comunicação; Infância.
07 - A MODA E A MÍDIA COMO FERRAMENTAS AUTORIZADORAS QUE INTERFEREM NA FORMAÇÃO DE NOVAS PERSONAS. Carlos Pellegrino, FATU/Sorocaba; Eneida Maria Molfi Goya, UNICAMP.
Nesta pesquisa iniciada há dois anos (apresentada no 15º COLE), percebemos que as pessoas se colocam frente à moda como uma forma de ajustarem-se a determinados padrões de valores, estéticos e comportamentais. Não estar adequado a estes esteriótipos recriados incessantemente pela interferência da mídia, faz com que a pluralidade proclamada pela sociedade atual, seja substituída por uma singularização do sujeito, que perde suas particularidades que o diferenciariam enquanto único – se é que isto existe, considerando a formação do sujeito sempre a partir de um EU socialmente construído. Assim, a moda, suas leituras e as “armadilhas” criadas por ela podem, ou não, tornarem-se formas de ruptura, ao sugerir uma proposta subliminar para que o sujeito tenha autorização de escolher ser e discursar uma nova persona, por um tempo determinando.
   PALAVRAS CHAVE: moda, mídia, formação de persona.
08 - JOVENS LEITORES: INTERATIVIDADE E PRODUÇÃO DE SENTIDO. Vania Belli (UNIVERSO-Niterói) e Letícia Maria Boechat Ponciano (UNIVERSO-Niterói).
Partindo da análise das mudanças de como jovens leitores, na contemporaneidade, estruturam conhecimentos, isto é, não somente por livros e aulas, mas, principalmente, pela rede digital, na tela do computador, pretendemos, através da apresentação dos resultados de uma série de entrevistas com adolescentes, contrapor duas formas diferenciadas de ler: a leitura textual e a hipertextual. A quantidade de informações que o leitor da era eletrônica tem à sua disposição é uma das grandes revoluções dos últimos tempos e tem gerado conseqüências sociais, cognitivas e discursivas. Apontamos para a coexistência de uma forma de inteligência que contempla a complexidade, a participação, a colaboração e a multiplicidade de visões de mundo, e um sistema escolar que permanece exigindo um estilo linear e dedutivo de leitura. Concluímos observando o progressivo deslocamento dos espaços sócio-cognitivos de aprendizagem e de produção de sentido.
   PALAVRAS-CHAVE: interatividade; produção de sentido; jovens leitores; cultura digital.
09 - ALÉM DO BEM E DO MAL: AQUILES E SEUS SUCESSORES NA CONTEMPORANEIDADE – DO MITO AO RISCO. Monique Franco - FFP/UERJ; Thalles Ogeny Ferreira - FFP/UERJ; Rita Leal - PUC-RJ.
As diferentes mídias contemporâneas integram o aparato tecnológico que Michel Foucault denominou de sociedades governamentais, moldando identidades e traçando elementos constitutivos de um alargado conceito de currículo cultural. Dialogando com esta perspectiva, este trabalho utiliza-se do vigor do pensamento nietzschiano para identificar traços constitutivos das representações do bem e do mal, do herói e do bandido em diferentes espaços midiáticos, sobretudo aqueles que se apresentam ao espaço escolar como construto identitário. Três instâncias interconectadas são abordadas: o herói mitológico, o herói histórico e o herói performático.
   PALAVRAS-CHAVE: mídia, currículo cultural, identidade, risco.

SESSÃO IV
Coordenação: Cristiane Maria Megid
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - MAS... O QUE NÃO É POSSÍVEL? – A RELAÇÃO ENTRE LINGUAGEM, HISTÓRIA E IDEOLOGIA EM A VIDA É BELA. Cristiane Maria Megid, IEL/UNICAMP, Campinas (SP).
Uma das cenas do filme A Vida é Bela foi o ponto de partida para o trabalho que será aqui apresentado. A pesquisa, realizada a partir do relato de um problema de matemática, pretende discutir as relação entre a linguagem, a história e a ideologia que permeiam, por um lado, o cinema e, por outro, a sala de aula. O que destacamos em tal relato é a construção de posições discursivas diferentes no discurso de duas professoras, produzindo efeitos de sentido também diferentes, a partir de uma linguagem que, imaginariamente, é tida como objetiva e imparcial: a linguagem matemática. Com esta discussão, pretendemos mostrar que a não-transparência e as falhas da linguagem fazem parte de sua constituição e discutir os efeitos discursivos das tomadas de posições – marcadas ideologicamente – no cotidiano dos professores das mais diversas áreas do conhecimento.
   PALAVRAS-CHAVE: cinema; posições discursivas; ideologia; discurso pedagógico.
02 - O LUGAR DO LIVRO NAS PROPAGANDAS COMERCIAIS. Cássia Cristina Furlan, mestranda em Lingüística Aplicada, UNICAMP, Campinas, SP.
Esta comunicação focaliza a relação entre a mídia e a constituição discursiva do imaginário sobre livros ao longo da história. Ancorados nos pressupostos teóricos da Análise de Discurso de perspectiva materialista (Pêcheux, 1975; Orlandi, 1999), apresentamos a análise de 5 propagandas comerciais impressas veiculadas nos últimos 70 anos, identificando nelas o lugar ocupado pelos livros. Com este estudo, apontamos o deslocamento da posição ideológica ocupada pelo livro nesse período. Demonstraremos que esse deslocamento implica um apagamento/silenciamento de efeitos de sentido. Acreditamos que, indicando uma leitura das propagandas ancorada numa perspectiva histórico-ideológica, estaremos promovendo questionamentos a respeito do lugar do livro em nossa sociedade e de discursos já estabilizados.
PALAVRAS-CHAVE: discurso; propaganda; livro.
03 - O MURO, O PÁTIO E O CORAL OU OS SENTIDOS NO/DO PROFESSOR. Carolina Padilha Fedatto (IEL/UNICAMP) e Carolina de Paula Machado (IEL/UNICAMP).
Partindo de recortes de cenas dos filmes Pink Floyd – The Wall (1982), Sociedade dos Poetas Mortos (1989) e A voz do coração (2004), propomos uma discutição sobre a posição-sujeito-escolar (alunos e professores) e suas injunções históricas. A análise das cenas em questão nos permitiu compreender que a posição-sujeito-professor é atravessada pela polissemia autoridade-autoria, o que nos mostra a importância da linguagem na constituição e no deslocamento dos sentidos de professor. Este trabalho é resultado de práticas realizadas com professores de Ensino Médio e alunos de cursos de licenciatura e se aloca num conjunto mais amplo de pesquisas que consideram o cinema como um espaço importante de produção e circulação da linguagem (língua e imagem, verbal e não-verbal) na atualidade.
   PALAVRAS-CHAVE: posição-sujeito; aluno-professor; cinema; sala de aula.
04 - O (VERDADEIRO) SEGREDO DE "BROKEBACK MOUNTAIN": CINEMA INDUSTRIAL, TABAGISMO E COMUNICAÇÃO PÓS-MODERNA. Lauro José da Cunha, Universidade do Estado de Mato Grosso, Cáceres – MT.
Esta comunicação faz parte das reflexões do projeto de pesquisa intitulado “Sob a inocência do discurso: a linguagem e seu funcionamento”, e tem o objetivo de chamar a atenção do cidadão comum para o uso freqüente que as indústrias de tabaco tem feito das produções cinematográficas para vender seus produtos, ao justapor o hábito de fumar com sentidos de poder, bem estar, sucesso, ou mesmo superação de problemas. Adotamos o conceito de esquecimento, conforme desenvolvido por Pêcheux (1969), para referir o processo de exposição contínua do sujeito a conteúdos e práticas culturais que, por efeito de repetição, acaba por configurar discursos que interpelarão esse sujeito, dando a ele a ilusão de ser a fonte desses discursos, naturalizando e potencializando, assim, as condições e a possibilidade dele se tornar, efetivamente, um consumidor do cigarro.
   PALAVRAS-CHAVE: cinema industrial, tabagismo, materialidades discursivas, efeitos de sentido, esquecimento.
05 - O FILME INFANTIL ENQUANTO RECURSO PEDAGÓGICO PARA O TRABALHO COM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA JUSTIÇA. Áurea Maria de Oliveira, Mariana Roveroni, UNESP/RC.
Essa comunicação visa a compartilhar os estudos, em andamento, sobre a utilização do filme infantil enquanto meio para a evolução da noção de justiça pela criança, a partir da proposição de dilemas morais, pelo educador, o qual deverá propiciar as condições para que o sujeito se posicione criticamente frente aos discursos propagados pela mídia. Esse trabalho está inserido no projeto de pesquisa sobre Mídia e Moral, vinculado ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (GEPEM) do Departamento de Educação da UNESP/RC, que parte do principio de que a construção da capacidade de ouvir e de argumentar possibilita a clarificação de valores contribuindo para evolução de noções cada vez mais elaboradas de solidariedade, igualdade e justiça.    PALAVRAS-CHAVE: valores morais, mídia, diálogo.
6 - A CRIANÇA COMO ALVO DAS ARMADILHAS DA MÍDIA: UMA ANÁLISE DO ENREDO DOS FILMES INFANTIS. Dalila Lamontagna Mouro, UNESP/RC e Áurea Maria de Oliveira, UNESP/RC.
Esta comunicação visa a compartilhar um estudo em andamento sobre a análise do enredo de alguns filmes infantis e tem como objetivos: identificar nos enredos a presença de mensagens que propagam os valores de uma sociedade de consumo; efetuar uma análise, a partir do referencial piagetiano, sobre como essas mensagens podem interferir no processo de construção dos valores morais na criança e discutir a importância de uma alfabetização midiática e o papel da educação no processo de transformação social. Esse trabalho está inserido no projeto de pesquisa sobre Mídia e Moral, vinculado ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (GEPEM) do Departamento de Educação da UNESP/RC.
   PALAVRAS-CHAVE: filme infantil, valores morais, educação.
7 - CINEMA E SALA DE AULA: UM REPENSAR DE AÇÕES PEDAGÓGICAS. Beatriz Nunes Santos e Silva.E.M. Afrânio Rodrigues da Cunha,Mestranda do Centro Universitário do Triângulo -UNITRI- Uberlândia-MG.
Este estudo representa uma reflexão sobre a importância do cinema em sala de aula. Sabe-se hoje da grande inquietação que perpassa o ambiente escolar em busca de melhoria da qualidade educacional. Estudiosos têm apontado caminhos de reflexão na intenção de trazer dinamismo e vida para a escola. Neste sentido, o cinema, traz um viés de formação e prazer, pois, como observa Duarte (2004, p.213), hoje a educação a ser oferecida exige novos pressupostos, entre eles, aquele que admite produção e difusão de conhecimentos, por textos compostos em imagem-som e que podem ter a mesma legitimidade, confiabilidade e valor epistemológico, como as outras fontes. Então, por que não pensar em incluir no currículo uma forma de aprendizagem tão prazerosa?    PALAVRAS CHAVE: cinema - sala de aula - formação.
8 - O CINEMA COMO SUPORTE PARA O ENTENDIMENTO DA FILOSOFIA. Armindo Quillici Neto - Centro Universitário do Triângulo - UNITRI - Uberlândia-SP.
Trata-se de proposta sobre o uso do cinema como entendimento da filosofia. O cinema, como lugar das interpretações dos fatos cotidianos da vida humana, que transcende à racionalização é o lócus privilegiado que realiza a transposição entre o real e o imaginário. Analisamos o filme Mar adentro, de Alejandro Amenábar, de 2004, narrativa que conta a história verídica de Ramón Sampedro. Depois de ficar tetraplégico, Sampedro viveu na condição de deficiente por 29 anos, lutando pelo direito de "morrer dignamente". O filme será utilizado como mecanismo de interpretação do livro da República, escrita por Platão no século V a.C. No que tange às reflexões filosóficas em torno da linguagem cinematográfica, o trabalho ancora nas teorias de Cabrera (2006), O Cinema Pensa: uma introdução à Filosofia através dos filmes e Duarte (2002), Cinema e Educação.
   PALAVRAS-CHAVE: Cinema, Pensamento, Educação.
9 - CINEMA E EDUCAÇÃO: UMA LEITURA SEMIÓTICA DE “O ENIGMA DE KASPAR HAUSER”, DE WERNER HERZOG. Luiz Antonio Xavier Dias, Universidade Estadual do    Norte do Paraná - Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de Jacarezinho.
Esta comunicação é uma reflexão que apresentamos como membro do Grupo de Pesquisa Leitura e Ensino (CNPq) – Fafija, enfocando uma leitura semiótica da obra cinematográfica “O Enigma de Kaspar Hauser” (1974), de Werner Herzog, com o propósito de aplicação pedagógica a leitores acadêmicos. Nesta obra, Herzog levanta questionamentos sobre o que é realidade? De que modo e até que ponto a linguagem nos permite conhecer o real? Questões como estas são importantes, haja vista o protagonista ser um jovem, abandonado na praça de Nuremberg, sem identificações de seu passado. Por não falar, não conseguia se utilizar dos signos lingüísticos de forma social, como signo ideológico. Seu aprendizado, diferindo dos demais, manifestava-se desprovido de ‘óculos sociais’. Objetivando refletir sobre essas questões, escolhemos a semiótica como ponto de partida deste trabalho, fundamentando-nos em alguns teóricos (Joly, 1997; Eco, 1977; Barthes, 1971) por considerar que esta abordagem pode trazer contribuições ao leitor.    PALAVRAS-CHAVE: Semiótica; signo lingüístico; linguagem; leitura.

SESSÃO V -
Coordenação: Márcia M. C. M. Fantinatti
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - REDE GLOBO REVISITA O "DIRETAS JÁ": AUTO CRÍTICA DO PASSADO OU REITERAÇÃO DO JORNALISMO TENDENCIOSO? Márcia M. C. M. Fantinatti, Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas.
A presente comunicação tem por objetivo a divulgação de resultados de pesquisa acadêmica acerca das recentes transformações no discurso e na imagem social da Rede Globo. Foca, de modo particular, a cobertura jornalística efetuada pela Rede Globo em relação ao movimento "Diretas já" e a respectiva versão atual da emissora, que procura responder às críticas que recebeu ao longo dos anos, por suposta omissão em seu telejornalismo, do movimento popular que se manifestava em favor de eleições diretas para presidente no Brasil, de 1983 a 1984. Tem por base a leitura do livro Jornal Nacional - A notícia faz história, publicado em 2004, pela Zahar editores, em comemoração ao 35º aniversário do Jornal Nacional da Rede Globo de Televisão, dentre outras obras relacionadas ao "Diretas já".
   PALAVRAS-CHAVE: Rede Globo; TV e redemocratização; Sociedade da Informação.
02 - NO DISCURSO DA MÍDIA. Marcel J. Cheida, Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas.
Os termos cidadania e ética têm sido divulgados sistematicamente pelos meios de comunicação, num apelo em favor da formação de crianças e jovens nas instituições educacionais. A escola tem incorporada a terminologia no discurso pedagógico na tentativa de obter a adesão de públicos para programas de formação educacional nem sempre subordinados à profundidade e à precisão dos conceitos manuseados por jornais e jornalistas. Distancia-se deliberadamente a cidadania da política, em discursos moldados mais pela propaganda do que pela informação noticiosa ou pelas narrativas analíticas e pelas dissertações reflexivas (Karam, 1997; Bucci, 2000). Este trabalho é um estudo do noticiário sobre a reprodução noticiosa de termos e expressões dos discursos institucionais que banaliza os sentidos da cidadania e da ética. A produção noticiosa fica comprometida eticamente à medida que os jornais são também recursos didático-pedagógicos.
PALAVRAS-CHAVE: ética da comunicação; deontologia do jornalismo; educação; comunicação social.
03 - O FAST FOOD DA INFORMAÇÃO E A FORMAÇÃO DE LEITORES. Amarildo Batista Carnicel, CLC, PUC-Campinas
Desde abril de 2007, o leitor de Campinas e região conta com mais uma publicação jornalística. Estamos falando do Notícia Já, um veículo popular que chega para abocanhar um nicho de mercado bastante específico: leitores das classes D e E. Elaborado pela Rede Anhanguera de Comunicação, (publicadora dos jornais Correio Popular e Diário do Povo), o novo veículo não surge com o objetivo que rege a maioria dos jornais do país: o de formador de opinião. Seu foco é outro: formar leitores. Para isso adota a estratégia de publicar textos com uma estrutura quase radiofônica, notícias curtas e linguagem praticamente oral. O surgimento do veículo provoca alguns questionamentos: contribuirá para a evocação da cidadania? (MARTINS, 2000a e 2000b); como será a convivência de equipes produzindo veículos distintos numa mesma empresa? (OLIVEIRA, 2003); a utilização de textos semelhantes em veículos diferentes não seria uma fachada (BAHIA, 1990) ou uma forma de tentar iludir o leitor? (CARNICEL, 2005). São essas as questões que procuramos responder no trabalho ora apresentado.
04 - BANCO DE NOTÍCIAS PARA RÁDIOS COMUNITÁRIAS. Reginaldo Moreira, PUC-Campinas.
A produção de reportagens para as rádios comunitárias da cidade de Campinas fez com que os alunos do 4º. Ano de Jornalismo da PUC-Campinas, na disciplina Jornalismo Aplicado B, priorizassem as fontes populares e comunitárias, dando voz a uma população nem sempre ouvida nos meios de comunicação social. Esta prática tem propiciado a oportunidade de releitura de reportagens feitas nas rádios comerciais, que na maioria das vezes utilizam uma linguagem adequada ou priorizam a fonte não oficial envolvida no fato. Os alunos têm mergulhado em causas sociais nem sempre se atentaram, e que muitas vezes não fazem parte da sua realidade sócio-econômica. Esta interação tem transformado a leitura da realidade social e da importância dos veículos de comunicação de massa, no caso o rádio, têm para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. A cada mês os alunos produzem em torno de 30 reportagens, formando um banco de notícias. Estas reportagens são gravadas em CDs e distribuídas a quatorze rádios comunitárias da cidade. Esse exercício tem despertado a cidadania e de envolvimento com comunidades mais carentes, o que já gerou até em trabalhos voluntários de alunos em organizações não governamentais, estimulando cada vez mais a troca entre os alunos da universidade particular e a comunidade.
   PALAVRAS-CHAVE: rádios comunitárias; jornalismo comunitário; cidadania.
05 - A LEITURA DA COMUNICAÇÃO EM UM PROGRAMA LABORATORIAL DE TV. Ivete Cardoso do Carmo-Roldão, Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas e Ana Paula S. Oliveira, Faculdade de Jornalismo da PUC-Campinas.
Esta comunicação tem por objetivo fazer uma reflexão a respeito da produção jornalística voltada para a leitura crítica da comunicação. Para isso, será analisado um quadro do programa laboratorial Espelho Urbano veiculado pela TV PUC e produzido pelos alunos dos 3º e 4º anos de jornalismo da PUC-Campinas intitulado X da Comunicação. Nele, temas relativos ao assunto são discutidos, tanto com professores da própria universidade, como com outros convidados a partir de questões concretas da sociedade. Pretende-se, por meio de relatos de experiências, mostrar que a discussão e produção desse quadro não apenas possibilita ao aluno uma vivência da prática do telejornalismo, mas também o torna um profissional capaz de refletir criticamente sobre os conteúdos que produz e veicula.
   PALAVRAS-CHAVE: Telejornalismo, X da Comunicação, Leitura crítica.
06 - USO DA TECNOLOGIA: ESFERAS DA EDUCAÇÃO. Simone Cecília Pelegrini da Silva, CLC, PUC-Campinas.
Esta comunicação tem por objetivo compartilhar resultados dos estudos acerca do relacionamento entre a tecnologia da informação e comunicação (TIC´s) e educação, nos parâmetros que dizem respeito a inclusão social e exclusão digital. Os recursos humanos são um dos fatores que afetam essas relações. Ora, a educação pode ser favorecida pela utilização da tecnologia, mas não meramente pelo fornecimento de hardware, software e conexões. Um programa de computador ou um website podem fornecer informações em forma de texto, sons e imagens, todavia não podem prover os tipos de interação social que estão na essência da boa educação. Os programas educacionais eficazes baseados em tecnologia, em centros de estudo como escolas e universidades, integram o domínio ativo da tecnologia em conteúdos especialmente desenvolvidos. Os projetos centrados no aluno são realizados não como fim em si mesmos, mas como processos de aprendizagem para fins relevantes.
PALAVRAS-CHAVE: Educação, TIC´s, mídia, leitura, comunicação.
07 - A CIÊNCIA NOS LIVROS DIDÁTICOS E NAS MÍDIAS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA: ALGUNS APONTAMENTOS. Marcia Reami Pechula. Instituto de Biociências – UNESP - Rio Claro e Lucimara del Pozzo. Rede Pública Estadual.
O livro didático de ensino de ciências é o material didático mais utilizado em sala de aula. Há teóricos (PRETTO, 1995) que, inclusive, o consideram um veículo midiático. Mas, há também um amplo material de divulgação científica oferecido para complementar o ensino de ciências. O objeto de investigação do trabalho visa a analisar aspectos, a saber: primeiro, mapear a extensão e atendimento do livro didático de ensino de ciências, por meio da análise do projeto de divulgação desse material pelo PNLD; segundo, verificar em que sentido é empregado o conceito de ciências em suas temáticas e verificar as possíveis convergências com as mídias de divulgação científica. Esse segundo aspecto deve-se ao fato de que tanto os teóricos, quanto os PCN, que orientam para o ensino de ciências, estimulam o uso das mídias de divulgação científica enquanto complemento da transmissão do conhecimento.
   PALAVRAS-CHAVE: ciência; livro didático; divulgação científica.
08 - A IMAGEM E A COMUNICAÇÃO: MÍDIA – ALGUMAS REFLEXÕES. Maria Sílvia Barros de Held, CLC, PUC-Campinas.
O trabalho propõe reflexões concernentes à imagem e ao processo de criação, no sentido da comunicação, face à pós-modernidade. Subdivide-se em três aspectos: a imagem e a comunicação: dentro desta ótica, o conhecimento deve ser considerado como um sistema de dispersão, assim como a unificação dos conceitos adquiridos, que não se dá pelo seu objeto, mas, provavelmente pelo seu sujeito Foucault (1977); a imagem e a desconstrução: a desconstrução opta, em geral, elementos antes considerados marginais no esquema clássico, reordenando o discurso, apresentando propostas inusitadas e estabelecendo novos elos, sejam visuais, sejam mentais; a questão presenteísta no processo de criação: estéreis hoje se tornam os combates pela predominância de certos modelos sobre outros, onde a confrontação que se diz científica esconde, a duras penas o combate territorial (Linares in Barberá e Knappe, 1997). Este trabalho também correlaciona a “Escola de Paris”, no que diz respeito à Semiótica Discursiva de Greimas e suas possíveis interfaces na pós-modernidade e faz parte das pesquisas desenvolvidas pela autora dentro do Grupo de Pesquisa “A Imagem: Arte e Design, na linha: ”Aspectos Contemporâneos da Imagem: Teoria e Prática”.
   PALAVRAS-CHAVE: imagem, comunicação, criação, pós-modernidade.
09 - MÍDIA, ESTEREÓTIPO E PRECONCEITO: INTENÇÕES OU DESCUIDOS? Elisete Zanlorenzi. PUC-Campinas.
Nas regiões sul-sudeste, a imagem da preguiça associada à Bahia, foi construída por meio de vários discursos, destacando-se a grande mídia impressa, que, a partir dos anos 50 associou o fluxo migratório nordestino (denominados genericamente por “baianos”) a um conjunto de negatividades - cidadãos de segunda categoria, sujos, feios, analfabetos, despreparados para o trabalho, preguiçosos, indolentes - que se constituíram em poderosa, forma de discriminação sócio-econômica e de racismo, justificando exclusões, que se processam até hoje, sob uma miríade de estereótipos. A preguiça passou a ser vista como traço típico da identidade baiana, com sua população majoritariamente afro-descendente, associada, nos cadernos de turismo, à imagem de permanente descanso e festa. Esse contexto aponta para a premência de uma reflexão sobre o preparo dos profissionais midiáticos no tocante à dinâmica cultural das sociedades contemporâneas. A investigação teve Bourdieu como referência teórica, sobretudo os conceitos de mediação simbólica, campo e discurso performativo. Desenvolveu-se por meio de pesquisa empírica e documental e levantamento, de 1949-1985, em três grandes jornais do sudeste. PALAVRAS-CHAVE: mediação simbólica, preconceito, banalização simbólica, discurso midiático.
10. A propaganda e a compreensão responsiva ativa. Paulo Eduardo Aranha de Sá Barreto Batista. Programa de Pós-graduação em Lingüística – UFPB – João Pessoa, PB. Flaviano Carvalho de Souza. PIBIC/ CNPq – UFPB – João Pessoa, PB.
Discurso cotidiano da sociedade contemporânea, a publicidade é um gênero discursivo em que percebemos mais claramente a co-participação entre sujeito discursivo, o falante, e compreendor responsivo, o ouvinte, tão defendida por Bakhtin (2003). Com efeito, tal discurso é um material privilegiado para o ensino de língua materna, já que seu projeto discursivo visa muito mais a uma atitude responsiva do ouvinte, a concordância com o anunciado, diferentemente dos gêneros literários, que são comumente lidos pelos alunos. Pretendemos, portanto, propor meios de como trabalhar a publicidade em aula, de modo que o aluno possa pensar como real ouvinte do texto, para que possa assumir um posicionamento sobre as idéias e sobre o gênero, que lhe persuadem. PALAVRAS-CHAVE: propaganda, dialogismo, interação.

SESSÃO VI -
Coordenação: Valmir de Souza
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - CULTURA E LEITURA. Valmir de Souza, Universidade de Guarulhos (SP).
No campo da cultura habitam as contradições da vida brasileira. Armadilhas que estão no mundo do consumo conspícuo. O sonho de consumo de uma classe média são as quinquilharias e máquinas disso-e-daquilo. No mundo do consumo, a leitura toma papel determinante, ainda que sem mudanças substanciais, não possa ter grandes efeitos. Mas não consumimos só coisas. Também compramos imagens, letras, textos, livros, e às vezes adotamos esses "produtos" como modelo de vida. Mas o que a leitura de um Harry Potter acrescenta ao nosso paideuma cultural? Os professores podem trabalhar com best-sellers? Como? Há um tipo de leitura que podemos chamar de emancipatória ou libertadora? Ou a leitura é só uma repetição do mesmo, um déja vu eterno? Onde estão as armadilhas no cotidiano das leituras? A leitura, especialmente pela leitura de poesia, exerce papel fundamental ao desfazer os imaginários midiáticos. Para desativarmos as arapucas armadas não podemos deixar de ler as marcas, os rastros e os sinais deixados ao longo dos caminhos da cultura contemporânea. PALAVRAS-CHAVE: cultura; leitura; literatura; poesia; mídia; cultura de massa.
02 - OS SENTIDOS DA FALTA DE LEITURA NO BRASIL. Fábia dos Santos Marucci, doutoranda Universidade Federal Fluminense (UFF) e docente Unisuam e ABEU.
A leitura, no seio da sociedade brasileira, melhor, sua ausência, tem sido motivo de debate no meio educacional. Iniciativas voltadas para a inclusão pela letra por parte de governos federais são implementadas desde antes da inscrição do Brasil no rol das Repúblicas. Mas em que se sustenta a crença em que o brasileiro não lê? Através de um dispositivo teórico-metodológico baseado na análise de discurso de vertente francesa, idealizada por Michel Pêcheux (1975), considero que a produção de sentidos pela linguagem é determinada por fatores sócio-históricos, afetados pelo ideológico: na relação entre a linguagem e o mundo, a ideologia é condição inscrita no trabalho simbólico (Ferreira, 2000: 24). Proponho uma reflexão acerca dos processos de inscrição de sentidos que construíram o referente "leitura" como o reconhecemos e sobre os sentidos que envolvem o discurso da falta de leitura e a expressão "hábito de leitura" e suas paráfrases como "ato de ler", "hábito de ler", "gosto por ler"... PALAVRAS-CHAVE: análise de discurso; leitura; discurso jurídico; discurso jornalístico impresso; legislação sobre leitura.
03 - AS IMAGENS MIDIÁTICAS EM SALA DE AULA: POR UM DESENVOLVIMENTO CRÍTICO DA LEITURA. José Augusto Soares Lima e Erika Fernandes de Souza, Universidade Estadual da Paraíba UEPB.
Os objetivos do presente trabalho consistem em selecionar e analisar imagens que circulam nas mídias, caracterizar o processo de leitura destas imagens, e ainda, propor abordagens pedagógicas inclusivas de trabalho com as imagens em sala de aula, a partir de experiências concretas, por meio de atividades de leituras, realizadas entre estudantes de um curso pré-vestibular solidário da cidade de Campina Grande (PB), com a finalidade de discutir os novos caminhos tecnológicos para a comunicação entre sujeitos que interagem na construção de sentidos na leitura, à luz das teorias de Charaudeau (2006), Foucault (1979), entre outros. PALAVRAS-CHAVE: imagens midiáticas, tecnologia, leitura, sala de aula.
04 - MÍDIA, EDUCAÇÃO E ADOLESCÊNCIA. Carmen Deborah Dias Bragança, Irineu da Cunha Vargas e Palmira Silva. Fundação Municipal de Educação de Niterói-RJ.
Sendo a mídia o conjunto dos meios de comunicação social utilizado em nossos dias e colaborando na formação de uma cultura de consumo que invade o mundo atual, entendemos que há uma ligação íntima entre a influência que ela exerce sobre os adolescentes e a Educação. A proposta do trabalho baseia-se nas (re)leituras de alunos sobre as diversas formas de apelos da mídia - rede impreganada de criatividade que informa, alerta, previne, ensina, forma e difunde idéias - desenvolvidas a partir de uma visão que explora a reflexão e a criticidade dos jovens acerca das armadilhas criadas por teia tão poderosa. As (re)criações dos alunos foram discutidas e elaboradas nas aulas de Arte, Ciências e História de diferentes ciclos e escolas. PALAVRAS-CHAVE: mídia; educação; adolescentes; criticidade; criatividade.
05 - A MÍDIA E A ESCOLA – INSTRUMENTOS DE CONSTRUÇÃO E/OU CONSOLIDAÇÃO DE REPRESENTAÇÕES SOCIAIS ACERCA DE CIENTISTA. Eneida Maria Molfi Goya, Faculdade de Educação/UNICAMP.
Este trabalho é o resultado de um estudo feito sobre representações de cientista e como a mídia – por meio de gibis, desenhos animados, filmes, jornais e propagandas – e a escola contribuem para a construção e/ou consolidação dessas representações sociais. Para tanto, foram realizadas entrevistas com crianças estudantes do Ensino Fundamental, professoras e estudantes do último semestre do Curso de Pedagogia. A partir do resgate dessas representações e da reflexão sobre o que se entende por Ciência podemos investigar como essas representações se difundem no senso comum, além de refletirmos principalmente sobre a maneira que essas representações tornam-se hegemônicas entre um determinado grupo social. PALAVRAS-CHAVE: representações sociais, conceito de Ciência, mídia, escola.
06 - O EFEITO-LEITOR DE CIÊNCIA NUMA SOCIEDADE COMO A NOSSA. Mariana Brasil Ramos; Gabriela Finco Maidame; Givanildo J. de Oliveira; Valdete Ramos de Oliveira Melo; Terezinha C. C. Pessoa; Daiane M. Galvão; Henrique César da Silva. Programa de Pós-Graduação em Ensino e História de Ciências da Terra/IG/UNICAMP.
   Refletindo sobre as relações entre produção, formulação e circulação de discursos da e sobre a produção científico-tecnológica, incluindo aí a mídia, e o papel da escola na formação do leitor de ciência, foram analisados folders sobre alimentos transgênicos produzidos por uma empresa de tecnologia em agricultura. Trabalhando a partir de pressupostos da Análise de Discurso francesa, identificaram-se aspectos do funcionamento discursivo dos folders, em particular, o efeito-leitor de ciência por eles produzido, ou seja, uma forma de sujeito-leitor de ciência numa sociedade que estabelece determinadas relações entre ciência, cidadania e consumo. Discute-se a importância da compreensão dos modos como a ciência tem circulado para a elaboração de estratégias de ensino voltadas para a formação de leitores de ciência numa sociedade como a nossa. PALAVRAS-CHAVE: discurso, leitor, ciência
07 - RESOLUÇÃO DE SITUAÇÕES-PROBLEMA COM USO DE TEXTOS DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA. Luiz Clement, Departamento de Física da Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC e Tânia Marlene Costa Menegat – UNIFRA – Santa Maria (RS).
No presente trabalho propomos e descrevemos uma estratégia didática para o uso de Textos de Divulgação Científica (TDC) em aulas de Física. Partimos do pressuposto que os TDC se constituem em recursos alternativos interessantes para as aulas de Física. Acreditamos nisso, pois, eles apresentam uma estrutura, foco e redação diferentes daquela apresentada pelos livros didáticos. Também tomamos como pressuposto que esses TDC não podem ser apenas lidos em sala de aula, mas que deva haver uma forma que propicie, por exemplo, a análise textual; a realização de questionamentos; a troca de idéias e a elaboração de sínteses. Para contemplar esses aspectos propomos o desenvolvimento das atividades didáticas com uso de TDC numa perspectiva investigativa, partindo de situações-problema. PALAVRAS-CHAVE: Resolução de Problemas, Textos de Divulgação Científica; Ensino de Física, Ensino Médio.
08 - PARA ENTENDER "O QUE NÃO É POSSÍVEL". Ana Paula Lemos Capellani, IEL/UNICAMP, Campinas (SP).
Com este trabalho, procuraremos apresentar o dispositivo teórico que utilizamos para a análise da cena em que um problema de matemática é exposto no filme "A vida é bela" de Roberto Benigni. Discutiremos como a perspectiva discursiva e materialista à qual nos filiamos concebe a linguagem em sua relação com a ideologia, o(s) sujeito(s) e os efeitos de sentido. Trabalharemos também as noções de gestos de interpretação, interdiscurso, formações discursivas e condições de produção para compreender o funcionamento do equívoco da/na língua(gem). Relacionaremos estes conceitos à reflexão sobre a escola como um lugar de confronto e negociação pelas possibilidades de sentido e também como um espaço de estabilização, homogeneização e reprodução de efeitos de sentido. PALAVRAS-CHAVE: análise do discurso materialista; ideologia; equívoco; linguagem.
09 - A LEITURA COMO PONTE PARA A CRÍTICA. Maria Emilia Oliveira de Santana Rodrigues, Mestranda em Educação. PPGE/FACED/UFBA, SSA/BA.
Pretendemos discutir, neste trabalho, conceitos de leitura e de crítica, propondo uma articulação entre os mesmos, expandindo-os para uma outra significação - leitura crítica. Apresentaremos algumas acepções de leitura, Orlandi (1993), Paulo Freire (2005), Silva, (2003) e de crítica, (KANT apud ROHDEN, 1992), Japiassu (1991) e do processo decorrente dessa articulação. Destacaremos ainda algumas questões sobre o uso da palavra crítica, examinando fragmentos de situações comunicativas, tanto na mídia impressa, quanto na virtual, nos quais o uso dessa palavra acontece e ilustra o potencial dessa junção. Traremos também sobre a incompletude dos processos de leitura e crítica, indicando a (re) significação da associação dos mesmos. PALAVRAS-CHAVE: leitura; crítica; leitura crítica; sujeitos leitores; produção de sentido.

SESSÃO VII
Coordenação: Karina Maria Dezotti
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - LEITURA CRÍTICA DA MÍDIA SE APRENDE NA SALA DE AULA? Karina Maria Dezotti, USF.
Este é um estudo que age no encontro entre Mídia e Educação, um dos campos de pesquisa mais desafiadores da contemporaneidade. Busca refletir sobre a qualidade do uso da mídia em sala de aula, seja na utilização de seus veículos originais ou em suas versões para escola. O fenômeno da mídia não pode deixar de ser discutido em sala de aula, pois a indústria cultural faz parte do imaginário de alunos, professores e pais, enfim da sociedade. Pretendemos refletir se a crescente utilização de tal discurso na escola contribui, de fato, para uma leitura crítica de mundo.    PALAVRAS-CHAVE: escola; mídia; leitura crítica.
02 - MÍDIA IMPRESSA, GÊNERO, PROCESSOS DE REFERENCIAÇÃO. Cássia Leite Ferreira Pinto, CLC, PUC-Campinas (SP)
Este trabalho propõe uma reflexão sobre diferentes representações do feminino na mídia impressa. Seu escopo está delimitado ao discurso sobre a mulher profissional veiculado nas revistas Veja e Vida Executiva. A perspectiva teórico-metodológica, de caráter interdisciplinar, segue a proposta da Análise do Discurso Crítica, que analisa o texto em seu contexto de produção. Os processos de referenciação e do uso de metáforas em manchetes de revistas permitem observar mudanças na representação da mulher profissional na mídia impressa. Os resultados preliminares apontam para o seu reposicionamento na sociedade brasileira num processo on line. PALAVRAS-CHAVE: mídia; discurso; gênero.
03 - CULTURA AFRICANA NO CINEMA: LEITURA CRÍTICA DA IMAGEM DO RACISMO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Delton Aparecido FELIPE, Mestrando em Educação e Teresa Kazuko TERUYA, docente do Mestrado e Doutorado em Educação da UEM, Maringá (PR).
Este trabalho apresenta uma leitura crítica do conteúdo de um filme que trata do preconceito racial. Busca responder a seguinte questão: de que maneira o cinema, ao mostrar os conflitos sociais gerados pelas leis raciais, pode contribuir para formar professores mais preparados e capazes de lidar com o racismo e o preconceito na sala de aula? Neste sentido, foi selecionado o filme: “Sarafina o som da liberdade”, como fonte de pesquisa, com o objetivo de investigar os aspectos culturais, econômicos, sociais e políticos da África, a fim de propor uma metodologia de análise fílmica, com base nos Estudos Culturais (Kellner, Foucault e Stuart Hall). A utilização do filme na escola, nesta perspectiva, pode ampliar a nossa compreensão da lógica da dominação pela segregação racial e contribuir para mobilizar ações de valorização e de reconhecimento da história e cultura africana e afro-descendente. PALAVRAS-CHAVE: formação de professores; mídia na educação; preconceito racial; Estudos Culturais.
04 - O CURRÍCULO PRATICADO NA EFETIVAÇÃO DE UM CURSO DE PEDAGOGIA NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA NO CONTEXTO DE MATO GROSSO DO SUL: ENTRE A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DOCENTE E A EMANCIPAÇÃO. Lucrécia Stringhetta Mello - UFMS/CPTL (MS).
Apresentamos um estudo do curso de Pedagogia (EAD-UFMS), modalidade semi-presencial, sua representação na vida cotidiana dos alunos mediante o trabalho pedagógico e identidade profissional relacionada ao currículo vivenciado. Durante quatro anos, acompanhamos o processo de efetivação em quatro cidades do interior de Mato Grosso do Sul na condição de professora e pesquisadora. Por meio de memoriais produzidos junto às turmas iniciais, questionários, entrevistas aplicadas pelas orientandas de iniciação científicas nos anos subseqüentes compilamos dados sendo escolhidas categorias explicativas na consecução dos objetivos desejados. Os memoriais mostraram-se instrumentos efetivos para conscientização dos saberes e não saberes com os quais os acadêmicos chegaram ao curso e sinalizaram os avanços no processo curricular vivenciado. Os demais instrumentos mostram o perfil, dificuldades, conhecimento alcançado, bem como, os desafios que o uso da tecnologia acarretou. PALAVRAS-CHAVE: formação de professor; educação a distância; tecnologia educacional; processo identitário.
05 - APRENDER A DISTÂNCIA E ENSINAR: O USO DO RECURSO MIDIÁTICO (COMPUTADOR) COMO INSTRUMENTO EDUCACIONAL EM CENÁRIO DE TERCEIRO MUNDO. Jozicléia Henrique Porfírio e Lucrécia Stringhetta Mello (orientadora) Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas (MS).
Este trabalho pretende investigar os desafios que os acadêmicos/docentes do programa de Educação a Distância do curso de Pedagogia (UFMS) enfrenta quanto à tarefa de aprender a distância em um paradigma de ensino mediado pelas tecnologias (computador); objetiva-se também, verificar se os alunos estão preparados para aderi-las em sua prática pedagógica. A pesquisa teve cunho qualitativo e foi baseada em teóricos como Kenski (2002), Perrenoud (2000), Preti (2000) e outros. O recurso utilizado para coleta (questionário) possibilitou organizar dados e analisá-los e as informações colhidas demonstraram que as tecnologias ainda não se consolidaram na EAD como recurso didático para o processo de ensino/aprendizagem e os alunos não se sentem aptos para trabalhar com elas em sua prática pedagógica, embora a maioria afirme usar as mídias em seu processo de formação.    PALAVRAS-CHAVE: formação de professor; educação a distância; tecnologia educacional.
06 - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E IDENTIDADE: SUAS MARCAS, POSSIBILIDADES E SEUS REFLEXOS NAS HISTÓRIAS DE VIDA E NA FORMAÇÃO DE PEDAGOGOS. Jocilene Cristina da Silva e Lucrécia Stringhetta Mello (orientadora) Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Três Lagoas (MS).
Este trabalho busca compreender como ocorre o processo de construção identitária dos alunos do curso de Pedagogia, oferecido a distância pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul / UFMS e refletir sobre os reflexos das histórias de vida na formação pessoal e profissional dos educadores. Utilizamos uma investigação qualitativa que recorreu à fenomenologia e à análise de conteúdo e nosso trabalho se efetivou com leituras teóricas baseadas em Nóvoa (1995-1997), Soares (2000), Miranda (1998) e outros autores; com análise de relatos de histórias de vida - memoriais e questionários aplicados aos discentes. Como resultado, o trabalho indicou o quanto a experiência acadêmica influenciou e transformou as concepções de mundo e também a formação profissional, evidenciando a existência de uma consciência crítica da cultura, do contexto social e econômico que envolve todos os discentes.   PALAVRAS-CHAVE: formação de professor; educação a distância; processo identitário.
07 - APRENDER A DISTÂNCIA E ENSINAR: O USO DO RECURSO MIDIÁTICO (COMPUTADOR) COMO INSTRUMENTO EDUCACIONAL EM CENÁRIO DE FORMAÇÃO DOCENTE. Jozicléia Henrique Porfírio e Lucrécia Stringhetta Mello (orientadora) - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Três Lagoas (MS).
Este trabalho pretende investigar os desafios que os acadêmicos/docentes do programa de Educação a Distância do curso de Pedagogia (UFMS) enfrenta quanto à tarefa de aprender a distância em um paradigma de ensino mediado pelas tecnologias (computador); objetiva-se também, verificar se os alunos estão preparados para aderí-las em sua prática pedagógica. A pesquisa teve cunho qualitativo e foi baseada em teóricos como Kenski (2002), Perrenoud (2000), Preti (2000) e outros. O recurso utilizado para coleta (questionário) possibilitou organizar dados e analisá-los, as informações colhidas demonstraram que as tecnologias ainda não se consolidaram na EAD como recurso didático para o processo de ensino/aprendizagem e os alunos não se sentem aptos para trabalhar com elas em sua prática pedagógica, embora, a maioria, afirme usar as mídias em seu processo de formação. PALAVRAS-CHAVE: Formação de professor, Educação a Distância, Tecnologia Educacional.
08 - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E IDENTIDADE: ESPAÇO DE FORMAÇÃO, REFLEXÃO E TRANSFORMAÇÃO NAS HISTÓRIAS DE VIDA. Jocilene Cristina da Silva e Lucrécia Stringhetta Mello (orientadora). Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - Três Lagoas (MS).
Este trabalho busca compreender como ocorre o processo de construção identitária dos alunos do curso de Pedagogia, oferecido a distância pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul / UFMS e refletir sobre os reflexos das histórias de vida na formação pessoal e profissional dos educadores. Utilizamos uma investigação qualitativa que recorreu à fenomenologia e à análise de conteúdo e nosso trabalho se efetivou com leituras teóricas baseadas em Nóvoa (1995-1997), Soares (2000), Miranda (1998) e outros autores; com análise de relatos de histórias de vida - memoriais e questionários aplicados aos discentes. Como resultado, o trabalho indicou o quanto a experiência acadêmica influenciou e transformou as concepções de mundo e também a formação profissional, evidenciando a existência de uma consciência crítica da cultura, do contexto social e econômico que envolve todos os discentes. PALAVRAS-CHAVE: Formação de professor, Educação a Distância, Processo Identitário.
09 - O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO EM AMBIENTES VIRTUAIS. Edeval Aparecido Zaghetti, Secretaria Municipal da Educação, Santa Bárbara d'Oeste (SP).
A alfabetização utilizando ambientes virtuais atualmente supera o estado de utopia e tabu tornando-se realidade e ao mesmo tempo cria um ideário distorcido de seu uso na educação. As idéias mais comuns são: a prática educativa torna-se modernizada, "ensina-se" melhor, é praticada a inclusão digital ou social, a tecnologia é neutra, o aluno interage com o computador, não é necessário planejar, o computador ensina o aluno. Este ideário não passa de um conjunto de armadilhas que somente são reconhecidas e superadas quando submetidas à reflexão crítica, característica encontrada nos autores Bruno Pucci, Francisco Fontanela e Simone Wolff. Sem a consciência crítica e reflexiva a escola torna-se o palco do sistema de produção capitalista e autuar este conhecimento é o objetivo desta comunicação. PALAVRAS-CHAVE: alfabetização; tecnologia; armadilhas; utopia; consciência reflexiva.

SESSÃO COORDENADA VIII
Coordenação: Amarildo Pinheiro Magalhães
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - AS CHARGES ELETRÔNICAS E AS ARMADILHAS DA POLÍTICA: A LEITURA E A CIDADANIA EM UMA PERSPECTIVA DISCURSIVA. Amarildo Pinheiro Magalhães, Secretaria de Estado da Educação do Paraná/ Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá-PR.
O trabalho aborda as charges eletrônicas a partir de uma perspectiva discursiva. Tendo como referência a Análise do Discurso de linha francesa e os estudos de Silva a respeito da formação do leitor crítico e considerando a articulação entre os mecanismos de formulação e constituição do discurso, procura-se discutir de que maneira a relação entre, sentido, história e memória perpassa o processo de leitura desses objetos midiáticos e, por meio do desvelamento da aparente transparência do sentido, possibilita a formação de leitores efetivamente críticos, menos susceptíveis às armadilhas da política. Os referidos procedimentos teóricos e metodológicos são desenvolvidos a partir da análise de uma charge a respeito do Presidente Lula veiculada pelo chargista Maurício Ricardo no site "charges.com.br". PALAVRAS-CHAVE: charges eletrônicas, discurso, cidadania, política.
02 - A INTERTEXTUALIDADE E A LEITURA DO TEXTO CHÁRGICO NO ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO. Leonice Aparecida Braga Húngaro, Universidade Estadual de Maringá (PLE-UEM).
O objeto de análise de nossa comunicação é uma unidade chárgica de autoria do chargista e cartunista paulistano Angeli, intitulada: Além do horizonte, e veiculada na revista Veja de 26 de julho de 2006. Nossa proposição é realizar análise do corpus sob à luz das teorias sociointeracionistas de linguagem, com a intenção de suscitar discussões a respeito da necessidade de implantar a leitura desse gênero na sala de aula dos ensinos Fundamental e Médio. Concluímos que, com vontade e dedicação, os professores podem assumir a função de orientadores e mediadores de leituras atraentes, mas complexas, como a leitura do corpus analisado, no qual o chargista explora o recurso da intertextualidade com o objetivo de criar um efeito humorístico e uma interessante mudança de perspectiva que desloca os sentidos dos textos isolados e aponta para uma nova construção de sentidos no todo chárgico.   PALAVRAS-CHAVE: ensino-aprendizagem; leitura; charge; intertextualidade.
03 - CONTEXTUALIZAÇÃO: FATOR DETERMINANTE NA CONSTITUIÇÃO DA CRÍTICA, DA IRONIA E DO HUMOR EM CHARGES. Glória Dias Soares Vitorino. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Letras da PUC/MINAS e profª de Língua Portuguesa no UNILESTEMG.
Nesta comunicação, pretende-se discutir o papel da contextualização como um dos fatores determinantes na constituição da crítica, da ironia e do humor em charges veiculadas no Caderno Opinião, do jornal Folha de São Paulo. Para essa discussão, parto da hipótese de que, para ser mais produtiva, a leitura de uma charge pressupõe um leitor que dê conta da complexidade do processo enunciativo-discursivo, isto é, das “armadilhas” em que esse gênero discursivo pode estar envolvido. Também, considera-se que as relações dialógicas que a charge estabelece com outros meios midiáticos devem ser levadas em conta pelo sujeito-leitor, por serem um dos elementos-chave para a constituição dos efeitos de sentido desse gênero. Para este estudo, nos basearemos em teóricos, tais como Kerbrat-Oreccioni (1996), Bakhtin (1999/1929), Authier-Revuz (1982), entre outros. PALAVRAS-CHAVE: contextualização, charge, processo enunciativo-discursivo, efeitos de sentido.
04 - A UTILIZAÇÃO DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS EM SALA DE AULA COMO RECURSO DIDÁTICO-CRIATIVO. Joana D´Arc Mariano, Redes Estadual e Municipal de Moji Mirim (SP).
Trabalho de Conclusão de Curso para a Especialização em Educação, Criatividade (Metrocamp), cuja finalidade é estudar a atual utilização das Histórias em Quadrinhos em sala de aula, tanto no âmbito dos docentes quanto na receptividade dos discentes. Faz uma breve retomada histórica no surgimento desse meio de comunicação de massa tanto no ocidente (comics) quanto no oriente (mangás), além de analisar a difusão das HQs em solo brasileiro e a polêmica em torno do tema censura X HQs X educadores. Também analisa dados coletados em entrevista com professores do Ensino Fundamental Ciclo II (5ª a 8ª séries) da Escola Estadual Antônio José Peres Marques sobre a utilização das HQs em sala de aula, bem como a opinião dos alunos, além de trazer algumas sugestões de utilização desse recurso presentes em livros didáticos de diferentes disciplinas. PALAVRAS-CHAVE: Histórias em Quadrinhos; Criatividade; Metodologia de Ensino; Mídia e Educação; Educomunicação.
05 - A TURMA DA MÔNICA: UMA ALTERNATIVA TEXTUAL PARA O TRABALHO COM A CONSTRUÇÃO DO CONCEITO DE CIDADANIA. Fátima Aparecida Soares, Josiane Bueno de Oliveira, Áurea Maria de Oliveira, UNESP/RC.
Esta comunicação visa a compartilhar um estudo em andamento sobre o gibi da Turma da Mônica, entendido neste trabalho como um novo tipo de texto que possibilita discutir as armadilhas sociais, culturais, políticas e educacionais no processo de construção da cidadania, por meio da criação de dilemas cognitivo-morais sobre as questões referentes às desigualdades e as injustiças que permeiam as relações sociais. Esse trabalho está inserido no projeto de pesquisa sobre A Formação do EU Individual, Social e Universal, vinculado ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Moral (GEPEM) do Departamento de Educação da UNESP/RC, que possui como objetivo trabalhar com a construção com o conceito de cidadania, visando a formação do individuo questionador e transformador da realidade social, a partir do referencial piagetiano. PALAVRAS-CHAVE: gibis, valores morais, educação.
06 - REPRESENTAÇÕES DE PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NAS HQS DO CHICO BENTO. Daniela Amaral Silva Freitas, FAE/UFMG – Belo Horizonte/MG e FAE/UEMG – Belo Horizonte/MG e Marlucy Alves Paraíso, FAE/UFMG – Belo Horizonte/MG.
Este trabalho analisa as representações de práticas de leitura e escrita divulgadas pelas HQs do Chico Bento. Nos 150 gibis analisados, são apresentadas variadas práticas que se passam nos mais diversos cenários da pequena Vila Abobrinha (rua, campo, casa, escola, igreja) e que envolvem práticas sociais particulares. Com base nos Estudos Culturais e em estudos foucaultianos, compreendem-se as HQs do Chico Bento como uma pedagogia cultural que ensina a seus leitores diferentes modos de pensar, de se comportar e de vivenciar a leitura e a escrita. O argumento aqui desenvolvido é o de que, ao apresentarem tais práticas, as HQs contribuem para a construção e a divulgação de significados a respeito da cultura escrita. PALAVRAS-CHAVE: representação, práticas de leitura e escrita, HQs, Estudos Culturais.
07 - HISTÓRIA EM QUADRINHOS E LITERATURA: LEVEZA E DRAMA NA FORMAÇÃO DO LEITOR.MARLY AMARILHA, UFRN, Natal (RN)
Estudo resultado da pesquisa quase experimental "O ensino de leitura: a contribuição das histórias em quadrinhos e da literatura infantil na formação do leitor" (CNPq, 2007). Corpus composto de três turmas do 4º. ano de escola pública de Natal-RN. Realizaram-se 10 sessões de leitura de histórias da Turma da Mônica que mantêm relação intertextual com narrativas de fadas. Cada sujeito teve acesso às revistas e livros enquanto o texto era lido em voz alta pela professora. Enfoca-se a sessão em que foram lidos "A gata borralheira" (Grimm, 2003) e "Cascão - O porquinho borralheiro" (Sousa, 2002). Observou-se que a passagem da leveza da HQ para o drama do conto resultou em aprendizado sobre os ritos de cada gênero, sobre a mudança de foco sobre o mesmo enredo e desenvolvimento de competência intertextual e semiótica. PALAVRAS-CHAVE: Leitura, Turma da Mônica, Contos de Fadas.
08 - UMA CEIA NADA SANTA: VISÃO SACRÍLEGA DO BANQUETE DO PODER, CAPTURADA PELAS CORES BERRANTES DA PARÓDIA. Jefferson Adriano de SOUZA, PLE-UEM e FACINOR-Loanda-PR.
Esta comunicação busca compreender como a mídia organiza e manipula o poder heterogêneo da paródia para descaracterizar as imagens e falas evocadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, durante as eleições de 2006. Calcados na perspectiva teórica da lingüística textual, visualizamos a paródia como desvio total, embasados em Sant'Anna (2000) e abordamos o discurso relatado direto e suas funções, pautados em Maingueneau (1976) e Benites (2002). O corpus configura-se na reportagem intitulada Uma ceia nada santa, que discorre sobre os escândalos que envolveram o governo do presidente Lula, veiculada pela Veja às vésperas do primeiro turno das eleições. A análise revela que, por meio da aliança da paródia com recortes da fala do presidente, a revista busca minar a tese de traição, defendida pelo presidente e evidenciar a imagem do populismo, ignorância e corrupção. Este estudo contribui para ampliar a consciência da influência que a mídia exerce na construção das imagens coletivas e direcionamento da opinião pública. PALAVRAS-CHAVE: mídia; heterogeneidade enunciativa; discurso relatado; paródia.
09 - O ATO DE LER NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA. Ana Paula Martins, Fundação Educacional de Divinópolis – FUNEDI/UEMG, Divinópolis (MG).
A forma de disseminação do saber na contemporaneidade tem tido transformações consideráveis. Se antes o conhecimento era um saber centralizado e associado a determinadas figuras sociais, na contemporaneidade ele escapa a essas fronteiras. Sobre estas mudanças Martín-Barbero (2006) enfatiza que nas novas gerações a cumplicidade entre a oralidade e visualidade opera fortemente, não porque os jovens não saibam ler ou leiam pouco, mas, sim, porque sua leitura já não tem o livro como eixo e centro da cultura. Posto isto se torna necessário refletirmos a (des)ordem estética que as escritas eletrônicas e a experiência audiovisual introduzem, pois a visualidade eletrônica passou a fazer parte constitutiva da visibilidade cultural, essa que é ao mesmo tempo meio tecnológico e novo imaginário capaz de falar culturalmente e não só de manipular tecnologicamente. PALAVRAS-CHAVE: educação; leitura; meios de comunicação; cultura.

SESSÃO IX
Coordenação: Sérgio Ferreira do Amaral
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00 horas

01 - LINGUAGEM DO VÍDEO DIGITAL INTERATIVA NA EDUCAÇÃO. Sérgio Ferreira do Amaral, LANTEC - FE – UNICAMP, Campinas (SP).
Este trabalho faz parte de pesquisas realizadas pelo LANTEC - Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas na Educação, da Faculdade de Educação da UNICAMP. Busca apresentar e discutir como pode ser a introdução da linguagem digital em sala de aula. PALAVRAS-CHAVE: vídeo digital; roteiro; PCN.
02 - VÍDEO DIGITAL E EDUCAÇÃO - A APLICAÇÃO DE VÍDEO DIGITAL COMO FERRAMENTA PARA INTERDISCIPLINARIEDADE. Karla Isabel de Souza (LANTEC - FE - UNICAMP), Sérgio Ferreira do Amaral (LANTEC - FE - UNICAMP), Cristiane Degrecci Turrine (LANTEC - FE - UNICAMP), Claiton Alexandre da Silva (LANTEC - FE - UNICAMP), Sílvia Helena Moro R. Freitas (EMEF Dulce Bento Nascimento), Ana Maria Oliveira Tellaroli (EMEF Dulce Bento Nascimento), Maria Aparecida Lopes (EMEF Dulce Bento Nascimento).
   Este trabalho faz parte de pesquisas realizadas
Este trabalho faz parte de pesquisas realizadas pelo LANTEC - Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas na Educação, da Faculdade de Educação da UNICAMP na EMEF Dulce Bento Nascimento. Busca apresentar como pode ser a introdução de vídeo digital em sala de aula e discutir a aplicação, quais as vantagens e desvantagens para educadores e estudantes. Um dos pontos mais importantes para ser discutido é a questão interdisciplinar. Diferentes experiências são apresentadas e contadas pelas próprias professoras que baseadas nos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacional) trabalham as questões de gênero textuais. Várias ferramentas possibilitadas pelo vídeo digital são usadas, inclusive animações. PALAVRAS-CHAVE: vídeo digital; roteiro; PCN; gênero; animação.
03 - MÍDIA DIGITAL E ESCOLA: UMA JANELA ABERTA PARA O ENSINO E APRENDIZADO DOS GÊNEROS DIGITAIS. Samir Mustapha Ghaziri, Unesp/Marília, Mestrando (bolsista CNPq).
O surgimento de qualquer forma de mídia no local e momento em que nasce gera dilemas. A iniciação do homem tribal na tecnologia da escrita, do alfabeto fonético, inaugurou um processo, intensificado pela tipografia, no qual o homem ordinário, comum, tornou-se cidadão, isto é, capaz por si mesmo de ler uma lei. Alguns foram favoráveis a este processo e outros o condenaram. Não foi diferente com o surgimento de outras mídias, como: o correio, o telégrafo, o telefone, o rádio, o cinema e a televisão. Todas geraram discursos discordantes e, mais, influenciaram todas as esferas da vida social. Nessa perspectiva, os estudos acerca dos impactos sociais da mídia, sobretudo da televisão, eram ainda incipientes quando surgiu uma forma de mídia inteiramente nova, digital, ancorada no computador. Este último, por sua vez, estava ainda em desenvolvimento quando o ciberespaço surgiu como a mais nova novidade. A relação entre a escola e a mídia digital, também chamada de hipermídia, é delicada, marcada, como em outros momentos históricos, por discursos entusiastas e fatalistas. Nesta apresentação, pretendo realizar uma discussão que se distancie dos dilemas, tratando mídia digital e escola conjuntamente. Ademais, trago um terceiro elemento a esta discussão, a leitura. Pautado na teoria dos gêneros discursivos de Mikhail Bakhtin, proponho para discussão um ensino de leitura que incorpore a mídia digital, fornecendo, desse modo, aos alunos um espectro amplo que compreenda as condições de produção e interação com textos orais, escritos e eletrônicos.
04 - A ESCOLA E SEU(S) OLHAR(ES)SOBRE A LÍNGUA LINGUAGEM ON-LINE: O MSN EM FOCO. Geralda Macedo, UFPB, Campus III.
A produção da língua/linguagem em dispositivos de interface da internet (MSN). por ser um suporte que expande a manifestação e exploração de gêneros textuais verbais e linguagem não verbal caracteriza-se como espaço de pura semiotização implicando a produção humana de linguagens de tipos diversas, que criam novos efeitos e contornos na subjetividade humana. Por outro lado, os efeitos destas subjetivações interferem na criação da produção da língua/linguagem neste suporte textual. Ancoradas em resultados ainda incompletos de uma pesquisa qualitativa de abordagem sócio-histórica objetivamos discutir e analisar os efeitos que as produções da língua/linguagem provocam na organização psicológica e lingüística dos jovens usuários do MSN.
05 - PRÁTICAS DISCURSIVAS E DE LEITURA NA MÍDIA DIGITAL. Alaíse Maria Carrijo Ramos e Andrade, Universidade de Franca.
Com o avanço das novas tecnologias da informação e do conhecimento, a interação e a comunicação entre as pessoas sofreram várias alterações, como por exemplo,o surgimento da mídia digital, que veio a propiciar novas práticas discursivas e de leitura tanto em relação ao suporte quanto à circulação e recepção dos discursos e seus efeitos de sentido. Diante do exposto, este trabalho objetiva analisar um desses meios de comunicação emergentes da era digital: o blog jornalístico. Adota-se como perspectiva teórica a Análise de Discurso de linha francesa e as idéias foucaultianas quanto às práticas discursivas e de leitura dentro dos blogs, para averiguar, assim, se novos efeitos de sentido são produzidos pelos leitores a partir do texto do blogueiro.
06 - LENDO WEBSITES: NAVEGANDO PELO GÊNERO EM BUSCA DE UM PORTO SEGURO. Carlos Augusto Baptista de Andrade, Universidade Cruzeiro do Sul.
Incluir digitalmente hoje exige uma série de outras inclusões. Uma delas, que discutiremos em nossa comunicação, é a importância de desenvolver conhecimentos prévios lingüísticos e paralingüísticos (paralinguagem entendida como tudo que acompanha a linguagem e traz alguma contribuição ao desenvolvimento de sentido do enunciado – Trager, 1964) no leitor que permitam à leitura do gênero websites, além de observar quais as estratégias que esse leitor deve ativar para navegar com mais facilidade nesses ambientes. Faremos uma análise de dois websites, observando sua superestrutura e verificando as possibilidades de leitura que eles nos oferecem, com base nos fundamentos da Lingüística Textual, da Teoria da Enunciação, Semiologia e dos princípios de usabilidade.
PALAVRAS-CHAVE: gêneros textuais; discursividade; paralinguagem; hipertexto; usabilidade; websites.
07 - TECNOLOGIA EDUCACIONAL E O USO DA INTERNET POR PROFESSORES E ALUNOS DO ENSINO SUPERIOR NA ERA DA INFORMAÇÃO. Fabiana Lumi Kikuchi, UNOPAR - Universidade Norte do Paraná - Londrina-Pr e Diene Eire de Mello Bortotti de Oliveira, UEL, Londrina (PR).
Esta comunicação propõe analisar e discutir o uso da Internet por docentes e discentes do Ensino Superior, na atual perspectiva tecnológica. Utilizou-se para este estudo, uma abordagem quantitativa de caráter exploratório, sendo um questionário com questões abertas e fechadas, aplicado a 14 docentes do Ensino Superior de uma instituição privada, nos cursos de Pedagogia, Letras e Jornalismo. Pelos dados obtidos, os docentes compreendem a importância do uso da rede, porém ainda encontram dificuldades em orientar os alunos em relação ao acesso de documentos on line, se deparando com trabalhos nem sempre satisfatórios. O tipo de formação também pode ser um indicativo do tipo de mediação pedagógica que o professor pode ter em relação à orientação do aluno para o uso da rede. PALAVRAS-CHAVE: Internet. Trabalho Docente. Tecnologia. Ensino Superior.
08 - UM ESTUDO SOBRE O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE LETRADOS EM MEIO DIGITAL. Daniela Perri Bandeira de Albuquerque, Faculdade de Educação da UFMG.
O trabalho procura sublinhar a importância de se levarem em consideração situações de uso da internet como uma nova tecnologia de produção, transmissão e preservação de conhecimentos e informações. Para isso, busca analisar se há indícios de constituição de uma cultura digital em meio à cultura oral e escrita e instaurar uma discussão a respeito dos sujeitos de meios populares que se vêem forçados pelas circunstâncias a participarem dessa incipiente cultura.O referencial teórico será baseado em autores que pesquisam questões ligadas à oralidade e à escrita (Ong, Havelock), autores que investigam a influência das novas tecnologias na sociedade (Lévy, Chartier), além de Magda Soares que investiga o fenômeno do letramento. PALAVRAS-CHAVE: Internet; cultura escrita, oral e digital.
09 - A IMPORTÂNCIA DA LEITURA DE IMAGENS EM AMBIENTES HIPERTEXTUAIS. Maria Claudia de Oliveira Pan, Colégio Pedro II - Rio de Janeiro - RJ e Consórcio UERJ/CEDERJ - Rio de Janeiro - RJ.
O objetivo de nossa comunicação é o de fomentar o debate sobre a "nova" forma de leitura imposta pelo hipertexto e propor algumas sugestões para o desenvolvimento do leitor "hipertextual". Apresentaremos os resultados de uma pesquisa desenvolvida com alunos em um curso de graduação à distância. O curso oferece material hipertextual e, como sabemos, ler é muito mais do que decifrar códigos; é, principalmente, estabelecer conexões. As imagens são elementos que falam e ocultam muita coisa, pois a arte gráfica faz parte da estrutura interna das idéias. Não se trata de uma apologia à imagem, mas na verdade, a tentativa é de apenas observar o quanto ela pode colaborar para o fervilhar de idéias e sensações que irão estimular a leitura. PALAVRAS-CHAVE: leitura; imagens; ambiente hipertextual.

SESSÃO X
Coordenação: Cátia Solange Fornaziero Celeste de Alencar
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - CULTURA ELETRÔNICA E FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA. Cátia Solange Fornaziero Celeste de Alencar, Universidade de Sorocaba.
Este trabalho surgiu a partir de uma série de reflexões presentes em nossa sociedade, como a questão da universidade pública e particular, o estudante universitário hoje, o conhecimento que se produz e a WEB. A partir desse panorama, tentamos caracterizar, por meio de uma base teórica, o conceito de universidade, suas várias ramificações, inserida no mercado econômico. Por outro lado, exploramos a condição de “ser universitário”: como se caracteriza essa população que corre ao encontro de uma formação superior? Neste ponto, nos deparamos com a WEB, não somente como fonte de pesquisa, mas também como meio de divulgação do “saber” de grupos específicos. Surge, assim, o foco de trabalho: o saber que se produz em blogs universitários. O que se pretende investigar é: que tipo de estudante produz conhecimento, que conhecimento produz e como os estes blogs funcionariam para a divulgação do conhecimento na rede. PALAVRAS-CHAVE: universidade, universitário, web, blogs, informação, conhecimento.
02 - ANÁLISE DISCURSIVA DE CURSO DE INGLÊS VIA INTERNET. Elidia Karolina de Oliveira Matos, Unifran: Mestrado em Lingüística e Maria Regina Momesso de Oliveira (orientadora).
Este trabalho tem como objeto de estudo um curso de Inglês via Internet, oferecido pelo site: www.englishtown.com.br. Para análise do corpus elegemos como base teórica a Análise de discurso francesa filiada a Michel Pêuchex que visa estudar e compreender a linguagem utilizada por membros de uma comunidade. Ao examinarmos a forma e as funções dessa linguagem podemos compreender fatores sociais e culturais que caracterizam as relações entre as pessoas, significados e o seu lugar social. A formação discursiva é a matriz de sentidos que regula o que o sujeito pode e deve dizer e, também, o que não pode e não deve ser dito, funcionando como lugar de articulação entre língua e discurso. Embora o curso seja virtual as formações discursivas presentes e todo o discurso elaborado pelo publicitário ainda retomam os discursos pedagógicos já existentes em cursos presenciais. PALAVRAS-CHAVE: discurso pedagógico e publicitário, website de Inglês.
03 - UMA PROPOSTA PARA A CLASSIFICAÇÃO DE GÊNEROS DE WEBLOGS BRASILEIROS. Rômulo Nascimento e Cláudio Gottschalg-Duque, CID/UnB.
Esta comunicação visa apresentar uma proposta de classificação (Herring et al, 2004; Du & Wagner, 2006) de Weblogs (Auburn, 1999; Blood 2000;Gurak et al, 2004;) de autores brasileiros cujos textos são escritos em português. Esta nova maneira de produção textual é um reflexo das inovações tecnológicas, do surgimento de variados espaços digitais que permitem a interatividade instantânea entre o autor/leitor e seu(s) leitor(es)/autor(es). Essas tecnologias são chamadas de Comunicação Mediada por Computador (Computer-Mediated Communication -CMC) e quebram o paradigma da relação autor/leitor em vários aspectos. A identificação de gêneros ou até mesmo de tópicos tratados em Weblogs é um problema em aberto. Para a realização deste trabalho utilizou-se de um corpus coletado nos principais servidores de Weblogs da Web Brasileira. Seus resultados apresentam um perfil dos “autores digitais” e da Weblog Brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Weblogs, Comunicação Mediada por Computador, Gêneros Textuais.
04 - O USO DA INTERNET NA FORMAÇÃO ACADÊMICA DE FUTUROS EDUCADORES: UMA INVESTIGAÇÃO JUNTO AOS ESTUDANTES DA FAFISETE – UNIFEMM. Fabiana Frederighi Fonseca, UNIFEMM, Sete Lagoas (MG).
O trabalho de pesquisa em questão investiga a utilização da Internet como ferramenta para a aprendizagem e formação de educadores. Seus referenciais foram extraídos sobretudo das formulações de Pierre Lévy, associados a referenciais da Sociologia e da Psicologia. Este trabalho resulta de uma investigação monográfica desenvolvida, principalmente, durante o ano de 2006. Os dados empíricos coletados buscam avaliar a contribuição do uso da Internet para a formação dos graduandos dos cursos da FAFISETE- UNIFEMM. A amostra foi composta por 10% dos alunos dos cursos de Matemática, Geografia, Letras, História e Pedagogia. Juntamente com a experiência da autora, graduanda pesquisadora, 10 anos em sala de aula, utilizando os recursos tecnológicos como possibilidade real de aprendizado nas escolas, muito contribuiu para aproximação da realidade investigada. A apropriação de leituras sobre as potencialidades da Internet como mediadora para a construção do conhecimento e sobre o uso da mesma pelos futuros docentes, ajudaram no entendimento da questão central investigada. PALAVRAS-CHAVE: Informática - Internet - Aprendizagem.
05 - O PROCESSO DE LEITURA E ESCRITA APOIADO PELO COMPUTADOR. Anair Altoé, Paula Edicléia França Bacaro, Maria Vandete de Almeida, Universidade Estadual de Maringá (PR).
Apresenta-se o uso do computador como recurso pedagógico no processo de desenvolvimento da leitura e da escrita de alunos de uma classe especial. O objetivo é descrever e analisar dados de um projeto desenvolvido com alunos, em um laboratório de informática de uma escola pública de Maringá (PR). Durante dois anos, foram desenvolvidas atividades apoiadas pelo software “Escritor” e páginas da Internet, que possibilitaram aos alunos melhorar o nível de leitura e de escrita e compreender a importância e a necessidade das mesmas no seu cotidiano. As atividades contextualizadas oportunizaram também uma interação significativa visando o desenvolvimento cognitivo, social e cultural dos envolvidos. Desse modo, destacou-se a importância da utilização do computador e da Internet como recurso pedagógico no processo de construção do conhecimento. PALAVRAS-CHAVE: Educação, Classe Especial, Computador, Internet.
06 - FLOREIOS E BORRÕES OU COMO SER LEITOR E AUTOR NUMA COMUNIDADE VIRTUAL DE LEITORES DE HARRY POTTER: POSSIBILIDADES E ARMADILHAS. Eliana da Silva Felipe, Doutoranda do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação da UNICAMP.
Este trabalho aborda a relação entre leitura, internet e educação, focalizando uma forma especifica de leitura, a leitura virtual no interior de uma comunidade de leitores de Harry Potter, reunidos em torno de uma livraria on-line denominada Floreios e Borrões, de acesso gratuito. Inúmeras razões suscitaram a reflexão em torno deste objeto: a integração entre leitura e escrita com formas de materialidade lingüística distintas; o número de membros desta comunidade e o seu alcance geográfico, com 41484 usuários cadastrados entre leitores e autores; a forma de participação neste espaço, que se diferencia de outros espaços virtuais na medida em que os próprios membros da comunidade são os autores das obras que formam a livraria; e o modo de funcionamento desta comunidade no que refere ao controle social da autoria e dos usos da linguagem. Este trabalho se nutre da busca de tirar das margens práticas instituintes que se efetivam pela via das novas mídias de informação e comunicação, mídias que constituem hoje importantes espaços de produção cultural e, por conseguinte, de formação das novas gerações. Diante do exposto, o estudo em tela pretende apresentar e analisar os descentramentos da leitura-escrita no mundo contemporâneo, enfocando as possibilidades de produção do leitor e das práticas de leitura por entre as formas de textualidade digital, ao mesmo tempo em que procura vislumbrar as armadilhas que cercam os discursos sobre uma suposta democratização do conhecimento pelo acesso crescente à Internet, destacando que essas novas práticas culturais não se efetivam desconectadamente das exigências sociais e culturais do mundo material em sociedades concretas e situadas. PALAVRAS-CHAVE: leitura, Internet, educação, comunidade virtual.
07 - COMUNIDADE VIRTUAL INTERDISCIPLINAR: DESAFIOS E ARMADILHAS. Susana Cristina dos Reis (UFSM/LABLER/PPGL) e Tânia Maria Moreira (LABLER/8ªCRE/NTE).
Neste trabalho serão apresentados os desafios e as armadilhas que professores pesquisadores enfrentam ao participar de uma comunidade virtual de ensino/aprendizagem de leitura e escrita. Essa comunidade foi criada para promover a formação continuada de professores de todas as áreas da região rede pública de Santa Maria, no RS. Trata-se de uma experiência em desenvolvimento que prevê o uso de mídias para proporcionar aos participantes discussões teóricas e pratica da linguagem, cujo foco de estudo está em gêneros textuais, com vistas a desenvolver habilidades de leitura e escrita (Bazerman & Prior, 2004; Bathia, 2004; Chiappini, 1997; Cope & Kalantzis 1993) associados ao ensino/aprendizagem de linguagem como prática social e a formação de professores. Resultados sobre os desafios e armadilhas que as mídias proporcionam aos participantes e aos responsáveis pela comunidade serão apresentados no evento. PALAVRAS-CHAVE: gêneros textuais; comunidade virtual; leitura e escrita.
08 - UMA PROPOSTA DE LETRAMENTO MIDIÁTICO PARA OS PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO DE CASCAVEL (PR). Letícia Afonso Rosa Garcia, UNIPAR/Jornalismo, Cascavel (PR) e UEM/Mestrado em Letras, Maringá (PR).
Esta comunicação relata as experiências ocorridas no projeto de extensão "TV e Leitura", do curso de Jornalismo da Universidade Paranaense (UNIPAR). O projeto está em desenvolvimento há três anos e é voltado para os professores de Língua Portuguesa do Ensino Médio da rede pública da cidade de Cascavel (PR) com a finalidade de fornecer-lhes suporte teórico-metodológico para a realização de leituras da televisão em sala de aula. Além disso, é urgente que a escola inclua a televisão em sala de aula como objeto de leitura, capacitando os alunos a lê-la de forma crítica, como leitores competentes. Através dos questionários aplicados aos professores foi possível notar que a televisão não é utilizada em sala como fonte de leitura, mas apenas como suporte técnico para as aulas com vídeo, outro aspecto observado é que a maioria dos professores não compreende o ato de assistir televisão como um ato de leitura. PALAVRAS-CHAVE: leitura; leitores críticos; televisão; escola.
09 - CALEIDOSCÓPIO DE NARRATIVAS: LEITURA E MIDIA. Regina Coeli Nacif da Costa e Gloria Maria Tuxen. UNIRIO.
Esta comunicação visa a compartilhar experiência de construção de um projeto intitulado “Professores-narradores das práticas do cotidiano”, realizado no Curso de Pedagogia para as Séries Iniciais da UNIRIO, em um curso a distância. Foram desenvolvidas atividades de leitura em vídeo-aula com a apresentação do filme “Narradores de Javé” (CAFFÉ, 2003) a fim de se analisar a importância das narrativas individuais e coletivas. Foi disponibilizado um espaço de Fórum virtual permitindo as trocas das diferentes depoimentos em que se faziam presentes as diferentes atribuições de sentido do que se lia, permitindo que o eixo da leitura se deslocasse do produto final para a própria trama do ato de ler ao constituir-se. Utilizaram-se VYGOTSKY, KOCH e TRAVAGLIA, possibilitando o resgate de culturas locais, dos vínculos solidários e colaborativos, reduzindo o impacto da distância e da massificação cultural. PALAVRAS-CHAVE: interatividade - narrativa – identidade.

SESSÃO XI
Coordenação: Lidia Maria Gonçalves
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - O JORNAL NA SALA DE AULA E OS PERFIS DE LEITURA: PERFIL DO LEITOR E PERFIL DO LEDOR. Lidia Maria Gonçalves, UEL.
O Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas, do Centro de Ciências Humanas, da Universidade Estadual de Londrina, sob a coordenação da Profª Drª Lídia Maria Gonçalves e colaboração de oito educadoras do ensino básico, desenvolve o projeto de extensão "Linguagem e Ensino - A leitura do jornal do pré a quarta série". O objetivo é otimizar o uso do jornal em sala de aula, ciente de que os alunos das escolas atendidas alcançam melhores resultados quanto mais capacitados seus professores estão para utilizar o máximo desse material em prol de um ensino interessado na formação de cidadãos. Ao elaborar atividades com o jornal nas salas de educação infantil e quatro primeiros níveis, os membros do referido projeto buscam promover ações de transformação de um perfil de ledor em um perfil de leitor. Entre as fontes que iluminam os procedimentos adotados está a tese de doutorado da coordenadora do projeto. Esta comunicação objetiva divulgar os princípios que direcionam os procedimentos adotados neste projeto de transformação de ledores em leitores. PALAVRAS-CHAVE: perfil do ledor; perfil do leitor; jornal na sala de aula.
02 - JORNAL, LEITURA E ESCOLA: AÇÕES INTERDISCIPLINARES DE EDUCAÇÃO PARA A MÍDIA. Ana Rosa Vidigal Dolabella – Centro Universitário de Belo Horizonte- UNI/BH, Belo Horizonte (MG).
A Unesco lançou, em 2006, um programa de ensino modular que compreende estratégias de desenvolvimento de ações para uma educação para a mídia. A proposta é buscar novos caminhos para que os sujeitos se tornem mais implicados na vida política, social e cultural de seu país a partir de uma visão crítica da mídia (UNESCO, 2006). Nesse panorama, insere-se o Projeto de Extensão Jornal, Leitura e Escola/curso de Jornalismo-UNI/BH. No segundo ano letivo, o Projeto de Extensão encontra-se afinado com os objetivos de uma educação em mídia proposta nos moldes internacionais – busca-se o desenvolvimento das capacidades leitora e crítica na escola pela formação dos professores, importantes agentes de letramento midiático, através da interdisciplinaridade, constitutiva de qualquer ação educativa que se proponha efetiva (Kleiman, 2006, Charaudeau, 2006). Discutir a experiência é o foco desta comunicação. PALAVRAS-CHAVE: leitura; jornal; extensão; letramento midiático.
03 - O JORNAL COMO RECURSO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM. Kelly A. da Rosa, Jornal A Notícia - Joinville (SC).
O projeto AN Escola, desenvolvido por A Notícia, tem o intuito de estimular a leitura e a escrita por meio do jornal, já que esta ferramenta oferece um texto amplo e diversificado trazendo o cotidiano para perto do aluno. Assim, permite que ele reflita sobre os acontecimentos e interprete-os de forma crítica. Por meio desse processo, o aluno se torna um cidadão capaz de questionar e transformar seu espaço. É interessante perceber que as atividades servem também como provocações para a prática interdisciplinar e como formas de trocar experiências, que não só trazem resultados positivos para os estudantes, como também para os professores com o objetivo de levá-los a refletir a importância em conhecer, interpretar e trabalhar as mídias em sala de aula. PALAVRAS-CHAVE: jornal; incentivo à leitura; produção; interpretação textual.
04 - RESSIGNIFICANDO A RELAÇÃO DO EDUCADOR COM A MÍDIA IMPRESSA. Cecília de Godoy Camargo Pavani, Ângela Cristina Loureiro Junquer e Elizena Durvalina de Souza Cortez.
A mídia compõe o nosso fazer e pensar; o leitor tem que estar preparado para filtrar os efeitos da cultura global na sua vida e atingir o estatuto de cidadão crítico. Neste cenário, com relação à mídia, formou-se uma idéia de que todas as notícias são igualmente veiculadas pelos meios de comunicação; no entanto, também neste campo há diferenças de enfoque, diferenças de público leitor, numa complexidade altamente diferenciada e somente perceptível a um leitor conhecedor de jornal, dos "seus" programas de tv e rádio, identificados com o seu pensar e agir. Constata-se então ser necessário na vida de um educador que se proponha a projetos com a leitura de jornais, na sua atuação diária, buscar a interação com as diferentes mídias. PALAVRAS-CHAVE: jornal, educador, mídia, leitor, cidadão
05 - SALA DE AULA: O LUGAR DE DESVENDAR A MÍDIA IMPRESSA. Camila Gomes Pinto Sobrinho, estudante de Letras – Uerj/FFP.
Esta comunicação visa conscientizar professor e aluno da importância de integrar a mídia impressa à sala de aula numa sociedade permeada de embustes, prática que se ancora na proposta didática interdisciplinar de Maria Alice Faria(1999) e no estudo de Marcuschi(2002) sobre gêneros textuais, tendo como meta analisar criticamente o jornal para levar o aluno a perceber as armadilhas que se escondem nos discursos e na própria diagramação deste veículo. Este trabalho corresponde à pesquisa de Iniciação à Docência, na Faculdade de Formação de professores da Uerj em São Gonçalo, da qual participo como bolsista, e cuja prática se desenvolve junto às escolas da comunidade gonçalense, com os alunos do fundamental e com os jornais do Rio e de São Gonçalo. PALAVRAS-CHAVE: mídia impressa, educação, manipulação, leitura e ideologias.
06 - LINGUAGENS MIDIÁTICAS E LEITORES ILETRADOS: A ARTE DE EDUCAR ANALFABETOS DAS NARRATIVAS SOCIAIS. Luiz Hermenegildo Fabiano, UEM, Maringá (PR).
A reflexão sobre o tema proposto refere-se às conceituações de indústria cultural, semicultura e experiência formativa, desenvolvidas pelos pensadores da Escola de Frankfurt: Max Horkheimer, Theodor W. Adorno e Walter Benjamin. A partir de tais concepções discute-se o imediatismo das linguagens midiáticas comprometendo a possibilidade de experiências formativas autênticas. As simplificações e facilitações na disseminação de conteúdos culturais estereotipados privam a reflexão crítica de seu princípio fundamental no desenvolvimento do pensamento autônomo. Embora vivemos a sociedade do conhecimento, e sem dúvida há muito conhecimento, os aligeiramentos culturais e o pragmatismo reinante têm produzido legiões de iletrados incapazes de intervenção crítica nos códigos de dominação e regressão veiculados no social. PALAVRAS-CHAVE: mídia; semicultura; experiência formativa; linguagem.
07 - JORNAL PARADIDÁTICO COM TEMAS TRANSVERSAIS (PCN). Renê Moreno, Jornal "A Turma do Pulguinha" Artur Nogueira - SP.
Esta comunicação visa compartilhar experiências feitas em escolas com um jornal paradidático que trabalha com temas transversais (Pluralidade cultural, Orientação Sexual, Meio Ambiente e Saúde de acordo com o PCN), usando uma linha simples de comunicação, de fácil entendimento e de grande aproveitamento para professor e aluno, tendo como foco o acesso à informação de forma diversificada. Incentivar a leitura para formar cidadãos críticos e participativos. Desenvolver um trabalho seguro e apropriado a favor da responsabilidade social e educacional, proporcionando um caminho para que todos possam acreditar em seus sonhos. O Jornal "A Turma do Pulguinha" produz elementos de reflexão sobre entretenimento, educação e cidadania, dando mais dinâmica às aulas. Por ser um jornal que mantém várias colunas segmentadas o jornal é dirigido a um público amplo: alunos, professores e familiares. Propõe construir uma melhor consciência sobre o aprender. Aprender a aprender uma educação permanente. Também se empenha em divulgar as experiências mais positivas das escolas e alunos em parceria com a comunidade, reforçando a qualidade e a identidade cultural de cada cidade. PALAVRAS-CHAVE: Jornal paradidático; temas transversais; PCN.
08 - IDOSOS E A LEITURA DE JORNAL. Adriana Pastorello, Pós-Graduação em Educação, Universidade Estadual Paulista - Câmpus de Marília (SP).
Esta comunicação tem como objetivo analisar dados de um estudo de caso aplicado para verificar se idosos, moradores de um asilo, da cidade de Marília, sentem necessidade da leitura em seu cotidiano. Participaram da pesquisa por amostragem, sete idosos, com idades variando de 74 a 99 anos. Os participantes foram divididos em dois grupos: grupo leitor e o grupo não-leitor. Responderam à entrevista semi-estruturada que resultou na possibilidade de discutir o conteúdo da educação de idosos que se encontram em asilos, suas necessidades e sua reintegração social. PALAVRAS-CHAVE: idosos; leitura de jornal.
09 - OS CORONÉIS DAS ÁGUAS: UM ESTUDO DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS SOB O OLHAR DO NOTICIOSO O KRÓ DE 1934 A 1945. Sandro de Souza. Universidade Federal de Uberlandia e Sociedade Educacional vetor.
A pesquisa visa entender como se deu o processo de formação social e educacional da cidade de Caldas Novas - GO, durante o período que ficou conhecido como Estado Novo. Esse período irá marcar a emancipação política da cidade, a pesquisa priorizou como fonte primária o jornal O KRÓ, primeiro jornal da cidade que circulou neste período. A pesquisa demonstra a formação da cidade e como as representações foram acomodadas pelas classes dominantes, demonstra-se a visão educacional no período, como as escolas funcionavam, as mudanças de escolas para grupo e o ensino na zona rural. A perspectiva pedagógica, servia como meio de sustentação para a estruturação da vocação turística da cidade. PALAVRAS CHAVE: Educação, mídia, jornais, escolas, Caldas Novas, pedagogias.

SESSÃO XII
Coordenação: Deise Cristina de Lima Picanço
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - A LE EM LEITURAS DE QUATRO OBRAS DA LITERATURA DO SÉCULO XX: BUDAPESTE, O PROCESSO, A CONSCIÊNCIA DE ZENO E A TRÉGUA. Deise Cristina de Lima Picanço – Universidade Federal do Paraná.
Esta comunicação tem por objetivo propor uma análise discursiva ( Bakhtin, Foucault e Análise do Discurso), de obras de literatura contemporânea que tratam central, parcial ou localizadamente da questão do aprendizado de línguas estrangeiras no interior de suas narrativas. Este trabalho é um dos resultados parciais da intersecção de dois projetos de pesquisa acerca do discurso sobre a língua estrangeira e seu ensino, na mídia impressa, na publicidade de rua e na literatura. Partimos do pressuposto de que toda essa massa de coisas ditas e repetidas tantas vezes nos mostra que os julgamentos de valor em torno da utilização do idioma estrangeiro são capazes de reificar imagens e, de alguma forma, mover nossas ações em torno delas. PALAVRAS-CHAVE: discurso - literatura – ensino de línguas.
02 - MONTEIRO LOBATO: O JORNAL E O JECA. Thiago Alves Valente, UENP - Universidade Estadual do Norte do Paraná e UNESP/PG - Universidade Estadual Paulista.
Reconhecido escritor de literatura infantil, Monteiro Lobato é reconhecido também por seu papel como empreendedor no mercado editorial. Sempre lembrado por sua ousada atuação nesse segmento, o escritor ainda não tem sido objeto de pesquisas mais minuciosas sobre seu papel como jornalista. No âmbito de um trabalho acadêmico ao nível de doutorado cujo objetivo é realizar este estudo, o artigo em questão constitui um breve levantamento sobre o conceito de jornalismo corrente na imprensa brasileira contemporânea, indicando alguns pontos de proximidade e distanciamento entre este e a idéia de jornalismo cultivada por Lobato. PALAVRAS-CHAVE: Monteiro Lobato – jornalismo.
03 - AS PAIXÕES NAS HISTÓRIAS INFANTIS. Naiá Sadi Câmara. Centro Universitário Barão de Mauá, Ribeirão Preto-SP e Universidade de Ribeirão Preto - UNAERP.
Acreditando que o que forma o homem é o conjunto de textos e discursos com os quais ele conviveu e convive, este trabalho tem como objetivo principal analisar um dos diferentes gêneros que são lidos pelos jovens a fim de identificar quais os valores e ideologias estão formando esses jovens. Analisaremos as histórias em quadrinhos dos personagens Batman de diferentes épocas a fim de observar como o percurso passional estabelece os deveres sociais e culturais nessas histórias. Sabendo que o imaginário passional é moldado, pelas configurações culturais, a valorizar ou desvalorizar determinada paixão, pretendemos observar como a paixão do medo é tratada nesses textos. As paixões como efeito de sentido inscrito e codificado na linguagem, regulam os efeitos de sentido de verdade nos discursos que representarão o que, no imaginário passional, for considerado eufórico ou disfórico. PALAVRAS-CHAVE: Paixão – leitura – Batman.
04 - ERA UMA VEZ UMA PROFESSORA E SUAS ALUNAS LENDO NA PRAÇA. Francisca Maria de Mélo, Universidade Estadual da Paraíba -UEPB Campina Grande-PB.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência realizada com o Projeto de Extensão "LEITURA NA PRAÇA", desenvolvido pelo Centro Acadêmico e Departamento de Letras da UEPB que teve início no dia 04 de novembro de 2006, no município de Caturité - PB, onde permaneceu durante três meses, aos sábados das 9h às 16h. Nesse período, atendeu a comunidade urbana e rural daquele município, disponibilizando o acervo de livros à população com objetivo de estimular o hábito de ler a partir de ações dinâmicas e atrativas, desenvolvidas pelas integrantes do projeto (alunas de Letras Eloísa, Elaine, Juliana, Elane e Lissandra), como: leitura orientada em grupo ou individual; exibição dos filmes; recontos de histórias, pelos leitores, que foram lidas no projeto e até vivências, assumindo seu papel de leitor e, muitas vezes, de autores dos textos; oficina de pintura a dedo que fez com que as crianças ilustrassem sua própria história de forma criativa e espontânea; apresentação de leituras através do teatro de fantoches; oficina de escrita, em que as crianças após terem ouvido os contos, brincaram de ser escritoras, elaborando livrinhos, criando e/ou recontando uma história. Para isso, seguiram-se os pressupostos de Foucambert (1994), Kleiman (2004), Orlandi (2000), Smith (1999), Bezerra (1999), Solé (1998) entre outros. Por fim, verificamos que o público interessado foi marcadamente infantil, dificultando, assim, a realização de atividades programadas para jovens e adultos como, por exemplo, a exibição do filme “Vida e Obra de Carlos Drumonnd de Andrade”. Em média foram emprestados cerca de cinqüenta livros por encontro, a um público que variou entre trinta e cinco e sessenta visitantes. A continuidade deste projeto se faz necessária por acreditar-se que as transformações virão pelo estímulo à leitura, fazendo com que as famílias retornem ao convívio, desenvolvendo práticas leitoras, deixando de transferir à instituição escolar o papel de único responsável pela formação de leitores. PALAVRAS-CHAVE: projeto de extensão, leitura, praça pública.
05 - LITERATURA, MÍDIA E EDUC@ÇÃO: A ESCOLA VAI VIRAR MÍDIA, A MÍDIA VAI VIRAR ESCOLA? Maria Cristina Cardoso Ribas e Helena Amaral da Fontoura, PUC-Rio e Faculdade de Formação de Professores da UERJ.
Esta comunicação integra a nossa pesquisa “Literatura e Jornal, quem quer integrar esse caso?” e volta-se para mapear as projeções da mídia, sobretudo impressa, na leitura e na atuação dos alunos e professores do Ensino Fundamental da Comunidade gonçalense e, via de mão dupla, para compreender a atuação e a função da escola neste processo. Nossa indagação, visando a compartilhar a nossa experiência com a formação de professores, parte da aparente inversão de papéis escola e mídia na chamada sociedade globalizada, busca analisar as “estratégias mercadológicas” de ambas e seus efeitos para o ensino da leitura no fundamental. Privilegiamos o diálogo Letras e Comunicação (Azeredo, José C. de.Org.: 2001) os estudos de Mídia e Educação (Pretto: 2001), os gêneros textuais como práticas sócio-históricas (Marcuschi: 2002) e a leitura de mundo (Freire:1996). Esperamos, com essa prática, desmontar algumas armadilhas do ensino e reforçar a responsabilidade do professor e aluno diante dos eventos do mundo. PALAVRAS-CHAVE: leitura, mídia, ensino, práticas sócio-históricas.
06 - MEDIAÇÃO DE LEITURA EM SISTEMA HIPERTEXTUAL: UMA PROPOSTA DE APRENDIZAGEM DE LITERATURA. Leny da Silva Gomes, Centro Universitário Ritter dos Reis, Porto Alegre (RS).
Este trabalho é parte de um projeto, cujo objetivo é oferecer aos professores da educação básica perspectivas teórico-práticas que sincronizem o texto verbal com as mídias eletrônicas e digitais, através da criação de sistemas hipertextuais de mediação de leitura. O avanço das tecnologias da informática, a inclusão digital, as potencialidades de pesquisas multidisciplinares, criam condições para pensar um novo tipo de material didático produzido em suporte eletrônico. Já no início do século XX, Mikhail Bakhtin (1986, 2000) desenvolveu teorias de interação entre linguagens verbais e não-verbais, cujos desdobramentos podem ser percebidos, hoje, nas possibilidades das TI, traduzidas em velocidade, interatividade, descentralização, interfaces (Machado, 2001; Landow, 1997; Mok, 1996; Levy, 1996). PALAVRAS-CHAVE: Ensino de literatura; hipertexto; leitura.
07 - LITERATURA E EDUCAÇÃO EM UM PERIÓDICO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA PARA PROFESSORES. Juliana Valéria de Abreu, Programa de Pós-Graduação, FaE/UFMG.
Pretende-se abordar a temática Literatura e Educação a partir da análise de artigos de um periódico de circulação nacional com mais de dez anos de publicação: a revista Presença Pedagógica. Acreditando, pois, que os periódicos de divulgação científica assumem um papel relevante no campo de estudos da Pedagogia e que a Literatura tem sido pouco abordada nos cursos de formação de professores, a proposta de comunicação é de grande contribuição para os estudos da área.
08 - IMAGENS DA JUVENTUDE: UMA LEITURA DA MÍDIA DA CANÇÃO POPULAR. Julia Pinheiro Andrade. Mestranda pela FEUSP e bolsista pela FAPESP.
A canção popular é uma forma híbrida (música e literatura) que permite a conexão entre vivências individuais e a possibilidade de comunicação de uma experiência coletiva (geracional) essencial para a afirmação da condição juvenil na sociedade contemporânea. Nesta, em condições de concorrência exacerbada e escassas oportunidades de inserção social e econômica, a juventude se tornou um modelo cultural fartamente explorado pela mídia. A linguagem artística condensa e expressa essas contradições da cultura e permite um trabalho de elaboração das pressões sociais, uma vez que ritualiza necessidades psico-emocionais e canaliza conflitos sob a forma de uma estética e de uma moral de sensações aceita socialmente. Discutiremos essas contradições com base nas teorias da cultura de Walter Benjamin, Sigmund Freud e Jean Baudrillard. PALAVRAS-CHAVE: juventude; música popular; sociologia da educação.
09 - VIDA SEVERINA: INCENTIVO À LEITURA A PARTIR DE TEXTOS LITERÁRIOS E ATIVIDADES DE RETEXTUALIZAÇÃO. Patricia Umeko Dacunte; Bruna de Lira Soares Faria; Elaine Cuencas Santos, Universidade Cidade de São Paulo/Unicid.
Esta apresentação relata uma de prática de leitura, compreensão e análise no Ensino Médio, suplência, objetivando a formação de leitores e o despertar do gosto pela leitura.As atividades resultaram da aplicação de uma seqüência didática iniciada pela leitura e análise dos recursos lingüísticos e estilísticos de Morte e vida severina, de João C. de M. Neto e numa metodologia diferenciada de exibição do vídeo, para o êxito de uma atividade cognitiva de compreensão que, segundo reflexões de Marcuschi, (2007) é importante no plano da coerência no processo de retextualização. A atividade os levou à produção escrita e à organização de signos representativos para expressar uma atividade cognitiva de compreensão e inter-relação a partir do poema com questões sociais. PALAVRAS-CHAVE: leiturização, retextualização, gêneros textuais, mídia.

SESSÃO XIII
Coordenação: Érica Rodrigues
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - LEITURA, LEITOR E LIVRO NA REVISTA ÉPOCA NO PERÍODO DE 2000 A 2005. Érica Rodrigues (Universidade Federal do Paraná).
Este trabalho faz parte do projeto O discurso sobre a leitura, leitor e o livro nas revistas Época, Isto é e Veja no período de 2000 a 2005 cujo objetivo é identificar enunciados que revelem concepções relacionadas à temática da leitura e formação de leitores. Para identificarmos esse discurso, baseamos nossa pesquisa nos princípios teóricos dos analistas do discurso. Desta forma, buscamos na revista Época toda informação e imagem relacionadas à leitura procurando identificar qual o discurso presente. Por um lado, foram recorrentes reportagens que contrapõem dados sobre a educação brasileira e pesquisas sobre o hábito de leitura, concluindo que a origem desta “crise educacional” está nos baixos índices de leitura. Por outro lado, também foram comuns publicações sobre o sucesso de vendas dos chamados best sellers. PALAVRAS-CHAVE: leitura, discurso, educação.
02 - O DISCURSO SOBRE O LIVRO, A LEITURA E O LEITOR NAS REVISTAS ÉPOCA, VEJA E ISTO É. Gilberto de Castro, Universidade Federal do Paraná (UFPR).
O trabalho tem por finalidade apresentar alguns dos resultados de nossa pesquisa a respeito do discurso sobre o livro, a leitura e o leitor nas revistas Veja, Isto é e Época, no período de 2000 a 2005. A hipótese central do trabalho é a de que existe um discurso sobre leitura centralizado na figura do livro, que é o principal fator de condicionamento de nosso imaginário sobre a leitura. Para analisar o material, foram consideradas como fontes todas aquelas que direta ou indiretamente abordaram o tema da leitura, do livro ou do leitor, como resenhas, entrevistas, propagandas, notas, quadros, fotos, crônicas, cartas de leitor, reportagens, etc. A inspiração teórica do trabalho vem dos analistas de discurso franceses e também dos autores do Círculo de Bakhtin. PALAVRAS-CHAVE: leitura, leitor, livro, discurso
03 - A LEITURA NA REVISTA: O DISCURSO SOBRE LEITURA, LIVRO E LEITOR NAS PÁGINAS DA ISTO É. Luiz Augusto Ely, Universidade Federal do Paraná (UFPR).
Ao considerar como a leitura é tratada na mídia de uma maneira geral, percebe-se que a idéia de “quantidade” relacionada ao ato de ler está associada à importância da leitura e da formação de leitor na construção de um hábito, e que parece ocupar o nosso imaginário, sendo possivelmente responsável por grande parte dos mitos e crenças que reproduzimos diante de temas como leitura, livro ou leitor. Diante de tais pressupostos, foram buscadas fontes na revista Isto É entre os anos 2000 e 2005, a partir de toda e qualquer manifestação a respeito de leitura e leitor. Embasados pela teoria de discurso e enunciado que norteia a Análise do Discurso de linha francesa, foi feita a descrição dos enunciados que conceituam leitura, livro e leitor, a partir do ponto de vista de vários sujeitos enunciadores: alunos, professores, intelectuais e até mesmo o cidadão comum. PALAVRAS-CHAVE: discurso, leitura, educação.
04 - A MÍDIA (RE)VISTA EM SALA DE AULA. Manuella Felicíssimo. Universidade Federal de Minas Gerais.
Este estudo tem por objetivo refletir, na perspectiva da análise do discurso, sobre o uso de mídias no espaço da sala de aula. Partindo da análise de uma capa da revista Época (edição de número 468, de 7 de maio de 2007) pretende-se apontar e discutir os discursos ali veiculados e demonstrar como este meio de comunicação é responsável pela criação de certos imaginários sociais, geralmente transformados pela perspectiva da ideologia dominante. A partir dessa constatação objetiva-se mostrar a necessidade de um trabalho em sala de aula que não perceba a mídia apenas como um modelo de produção textual, ou como pretexto para atividades meramente reprodutivas. Nesse sentido, a utilização de mídias pelo professor deve prever um sujeito-leitor, estimulando a capacidade do aluno de atribuir sentidos, interagir e também modificar o que lê, considerando-o um leitor de discursos. PALAVRAS-CHAVE: mídia, ensino de leitura, discurso.
05 - REPRESENTAÇÕES DA LOUSA NA MÍDIA ESCRITA: UM ESTUDO EM REVISTAS SEMANAIS. Véra Lucia Bonacina. Ulbra Canoas - RS.
Este trabalho, parte de dissertação de Mestrado em Educação defendida na Ulbra-RS, tem como objetivo examinar representações e significados de lousa encontrados nas revistas: Veja, Isto É, Isto É Dinheiro, de 2003 a 2006, analisando notícias, reportagens e propagandas. Nas análises, busco aporte teórico nos Estudos Culturais, através de autores como Stuart Hall, Douglas Kellner e outros. A análise categorizou as imagens de lousas em 4 grupos, seguindo certas regularidades: a) lousa como parte do cenário escolar, b) lousa como cenário para personagens, c)lousa estilizada e d) lousa ao lado de outros artefatos tecnológicos. Constata-se a persistência das representações de lousa na mídia escrita, sinalizando tanto a professoralidade, quanto a escola, a educação de forma geral, ou, ainda, como símbolo de confiabilidade e verdade. PALAVRAS-CHAVE: Estudos Culturais, Representações, Pedagogias Culturais, lousa, revistas.
06 - A INSTITUIÇÃO DO LEITOR NO DISCURSO MIDIÁTICO DA REVISTA NOVA ESCOLA. Ana Charnizon e Maria das Graças Rodrigues Paulino, Faculdade de Educação, UFMG.
Esta pesquisa tem como objetivo investigar os procedimentos que a revista Nova escola lança na modelagem do leitor (professor) inscrito nos textos e no suporte da revista. Pretendemos investigar a imagem de leitor suposta na revista Nova Escola e como ela, ao mesmo tempo, institui um modelo de leitor (professor) formado com determinadas crenças, ideologias, valores, etc. Buscaremos saber como a revista (discursivamente e pelo projeto gráfico e editorial da publicação) interpela forma e produz uma identidade desse leitor (um modelo de professor). Estas marcas manifestadas nas representações verbais e não verbais evidenciam a concepção que a revista faz dos seus leitores, de suas competências e principalmente, as marcas da instituição de um modelo de leitor que a revista quer formar, instituindo nele novas competências. Serão analisados dois exemplares da revista publicados no ano de 2006 e de entrevistas a serem realizadas com uma jornalista que já integrou a equipe de jornalismo da revista. PALAVRAS-CHAVE: imprensa pedagógica; discurso midiático; formação de leitores; leitura de professores; modelagem de leitores; análise do discurso.
07 - DISCURSOS ENSINANDO DOCÊNCIA NA MÍDIA ESCRITA. Rejane Klein, UNIOESTE, Marechal Cândido Rondon (PR).
Este texto é resultado de uma pesquisa de doutorado em desenvolvimento, na qual se objetiva analisar os diferentes modos pelos quais a revista Nova Escola constrói a docência. Entende-se a revista como artefato cultural que exerce sobre seus leitores uma pedagogia cultural. A análise centra-se na seção "Navegar é preciso" focando temas referentes à implantação de computadores e da internet na escola. Numa espécie de diário a revista descreve o processo vivenciado por uma professora que decide superar suas dificuldades diante do computador e da internet. Ao tratar o assunto a revista ativa saberes e aciona enunciados presentes no discurso pedagógico e, ao mesmo tempo, institui novos enunciados formando o discurso sobre as novas tecnologias na escola. Nova Escola exerce sua pedagogia cultural ensinando modos de ser professor. Nossa análise recorre à análise do discurso de linha francesa ancorada nos estudos foucaultianos e é parte de uma pesquisa de doutorado em desenvolvimento. PALAVRAS-CHAVE: discurso; subjetivação; saberes.
08 - A ESCOLA NA MÍDIA: AS “NOVAS” TECNOLOGIAS E ALGUMAS DE SUAS ARMADILHAS. Cristianne Maria Famer Rocha, Universidade Luterana do Brasil (ULBRA), Canoas, RS.
Esta comunicação tem como objetivo analisar a produtividade das reportagens publicadas - em duas revistas de informação semanais e de circulação nacional (Veja e IstoÉ) de 1998 a 2002 - sobre a introdução e a manutenção das “novas” tecnologias de comunicação e informação nas escolas. A análise desta “trama dispositiva” (dizível e visível) sobre a temática em questão permitiu, ao problematizar algumas das relações discursivas existentes, confirmar o quanto a mídia, de uma maneira geral, enfatiza a relevância da escola entre nós, ainda que esta tenha que recorrer a uma “aparente” transformação total ou que isto resulte em uma política de desagregação social e de pacificação isolacionista que sujeita e assujeita, complexifica relações e contribui para extinguir os contatos físicos existentes entre nós, na atualidade. PALAVRAS-CHAVE: escola, mídia, novas tecnologias, educação a distância.
09 - REPRESENTAÇÕES DOS PROFISSIONAIS POLÍTICOS NA MÍDIA IMPRESSA. Fernanda Beatriz Caricari de Morais, CNPq, PUC-SP.
Este estudo analisa a forma como os profissionais da área política brasileira são representados pela mídia jornalística e como as escolhas lingüísticas feitas são responsáveis por essa representação. Além de verificar se há semelhanças e/ou diferenças entre o homem político e a mulher política, o trabalho enfatizará, também, fatores sócio-culturais de nossa sociedade presentes no discurso que faz referência a esses profissionais. A fundamentação teórica utilizada é Gramática Sistêmico-Funcional de Halliday (2004) que vê a linguagem como um sistema de escolhas ao dispor do usuário para desempenhar funções sociais. A proposta de análise é baseada na Lingüística de Corpus que permite uma visão probabilística da linguagem. Espera-se que os resultados contribuam para o melhor entendimento das representações desses profissionais. PALAVRAS-CHAVE: Representação, Gramática Sistêmico-Funcional, Lingüística de Corpus.

SESSÃO XIV
Coordenação: Joni de Almeida Amorim
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - ESCREVER E LER, FILMAR E ASSISTIR: A INTERAÇÃO POR TEXTOS E POR VIDEOCONFERÊNCIA NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Joni de Almeida Amorim, METROCAMP, UNICAMP e Heloísa Matos, ProfSat, UNICAMP.
Esta comunicação visa compartilhar experiências envolvendo a realização de videoconferências em Educação a Distância. A tecnologia utilizada é a transmissão via satélite para pólos em outras unidades da federação, com o suporte de ambientes virtuais que permitem a interação por texto, com destaque especial para o bate-papo (chat). Serão apresentadas narrativas de sujeitos envolvidos com o trabalho pedagógico em Educação a Distância, em especial no que se refere a experiências de professores, deste modo surgindo subsídios adicionais para a discussão. Também será apresentada a perspectiva de tutores do Brasil inteiro, com foco na questão do hipertexto e da afetividade, principalmente. Por fim, será descrito todo o procedimento sistemático necessário para a concepção e a realização de videoconferências em Educação a Distância, com especial foco na definição de estratégias para riscos negativos ou ameaças e riscos positivos ou oportunidades. Essa discussão será feita na perspectiva de que a mitigação de riscos tende a ser mais eficaz que a tentativa de reparar os problemas que eventualmente ocorram durante uma videoconferência. PALAVRAS-CHAVE: textos; videoconferência; educação a distância; TIC.
02 - EAD VIA INTERNET: CENÁRIOS TECNOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO E A REALIDADE BRASILEIRA. Maria Ângela de Freitas Chiachiri (mestranda), Universidade de Franca (UNIFRAN) e Maria Regina Momesso Oliveira (doutora), Universidade de Franca (UNIFRAN).
Esta comunicação objetiva apresentar um painel sobre as mudanças de concepções nos sentidos do conceito de ensino à distância depois do advento da Internet, com base na visão de Chaves (2006), para quem o EAD é o ensino que ocorre quando o ensinante e o aprendente estão separados no tempo ou no espaço. Para tanto, analisa os percursos que desenvolvem os sistemas educativos para adaptarem-se às permanentes mudanças em seu entorno e visualiza os possíveis cenários tecnológicos da educação nas próximas décadas. Faz a leitura desse cenário de acordo com Brünner (2003) que enxerga duas estratégias dos sistemas de educação: a educação contínua ao longo da vida e a educação à distância. Apresenta uma modalidade de curso de formação de professores a distância (via internet) na realidade brasileira contemporânea e analisa as vozes dos participantes do processo dentro das formações discursivas desse contexto. Elege-se como fundamentação teórica a Análise de Discurso francesa, fundador Pêcheux e as idéias de Foucault (1987), para quem nenhuma relação de poder se dá sem o saber. PALAVRAS-CHAVE: ensino a distância; internet; cenários tecnológicos da educação; formações discursivas.
03 - MUDANÇAS PESSOAIS, PROFISSIONAIS E NAS PRÁTICAS DE LEITURA DAS PROFESSORAS-APRENDIZES COM O INGRESSO NO CURSO DE PEDAGOGIA, MODALIDADE EAD. Shenia D´Arc Venturim Cornélio, Prefeitura Municipal de Vitória, Faculdade Capixaba de Administração e Educação. Vitória - ES.
Esta comunicação tem por finalidade expor resultados de uma pesquisa exploratória, caracterizada por um estudo de caso, de caráter qualitativo, inspirado nos princípios fenomenológicos existencial tendo como recurso de coleta de dados a história oral temática. Buscou investigar, na perspectiva dos professores-aprendizes, se ocorreram mudanças pessoais, profissionais e nas suas práticas de leitura com o ingresso no curso de Pedagogia em séries iniciais do ensino fundamental, modalidade a distância. Foram sujeitos da pesquisa doze professoras-aprendizes. A análise de dados foi realizada a partir de categorias que emergiram nas diferentes histórias narradas, concluindo que ocorreram mudanças pessoais, profissionais e nas práticas de leitura da professoras-aprendizes com o seu ingresso no curso. PALAVRAS-CHAVE: Educação a distância. Leitura crítica. Aprendizagem significativa.
04 - A CONSTRUÇÃO/RECONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO POR MEIO DO MATERIAL IMPRESSO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. Sibele Letícia Rodrigues de Oliveira Biazotto; Aline Martins Coelho; Darlene Teixeira Castro; Domenico Sturiale; Maria Lourdes F. G. Aires; Silvéria Aparecida Basniak Schier; UNITINS.
Todo processo de evolução tecnológica influi diretamente nos contextos sociais e faz com que transformações ocorram, inclusive na educação. Para a educação a distância, comunicar deixa de ser uma mera transmissão de informação, pois o mais importante é a veiculação dessas informações. Nesse sentido, a linguagem na EaD deve ser concebida como caminho privilegiado de interação. Não se trata mais de transmitir, mas de construir/reconstruir o conhecimento. Para tanto, na produção do material impresso para a educação a distância, devemos considerar a adequação da linguagem do autor ao sistema e uma estrutura possível que atenda as necessidades dos envolvidos nesse processo (autor-texto-leitor). PALAVRAS-CHAVE: ensino a distância, material impresso, linguagem.
05 - SOFTWARE LIVRE NA EDUCAÇÃO - Adriana Neves. FME (Fundação Municipal de Educação de Niterói) – Coordenação de Informática Educativa – Niterói – RJ. Sandra Alves da Cruz (Fundação Municipal de Educação de Niterói) – Coordenação de Informática Educativa – Niterói – RJ.
Uma leitura freireana de Softaware Livre na Educação- Esta comunicação visa compartilhar o estudo da abordagem sócio-político-educacional do Software Livre, tomando como eixo teórico os princípios freireanos apontados no livro “Pedagogia da Autonomia” de Paulo Freire. A pertinência desse estudo no Seminário de Mídias se faz relevante, uma vez que pretendemos refletir sobre a dimensão que a concepção social,filosófica, política e educacional do software livre, em contrapartida aos softwares proprietários, pode representar para uma educação que se deseja libertadora e emancipadora dos sujeitos. Muitas vezes, somos chamados a refletir sobre os processos, tendo em vista a produção final. Queremos falar sobre os meios.... PALAVRAS-CHAVE: software livre, educação, redes de solidariedade, construção coletiva do conhecimento, emancipação.
06 - LEITURA E COMPLEXIFICAÇÃO. Nize Maria Campos Pellanda. Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC).
O Movimento de Auto-Organização foi um dos movimentos científicos mais instigantes do século passado. Partindo dos principais pressupostos teóricos desse movimento tais como a ”ordem pelo ruído” de von Foerster, da aprendizagem pela complexificação” de Henri Atlan, além de outros. propomos algumas reflexões sobre as questões envolvidas em atividades de leitura em espaço digital considerando-se a atividade de ler como um processo de complexificação. Serão usados alguns dados empíricos de leitura em espaço digital para ilustrar o estudo. PALAVRAS-CHAVE: leitura- complexificação- espaço digital –cognição.
07 - EDUCAÇÃO NO UNIVERSO DE IMAGENS: TECNOLOGIA, CULTURA E LINGUAGENS. Maria de Fátima Monte Lima e Eliana Sampaio Romão, Núcleo de Pós-Graduação em Educação- UNIT, Aracaju (SE).
O presente trabalho pretende investigar as possibilidades do virtual na educação via imagem não só como instrumento de conhecimento, mas como elemento estruturante em relação a ele. Para isto elegemos o vídeo e as possibilidades múltiplas de sua reapropriação local, na escola, dando ênfase aos efeitos de mediação, de diferenciação, de hibridização e de suas aberturas específicas. O aporte teórico serão os estudos de cunho antropológico de Martin Barbero e de cunho sociológico de Boaventura de Souza Santos. A invasão da imagem nas atividades humana é conseqüência das tecnologias desenvolvidas historicamente e tem uma função fundamental na estruturação cultural da realidade. A imagem tende a constituir-se no paradigma para o desenvolvimento do conhecimento, na medida em que instrumentaliza e estrutura o próprio conhecimento. PALAVRAS CHAVE: educação, tecnologia, cultura, linguagem, imagem.
08 - JOVENS GOVERNANTES - INTERAÇÕES VIRTUAIS E INTERVENÇÕES LOCAIS. Nara L. C. Salamunes, SME - Curitiba, PR e UFRGS - Porto Alegre-RS.
O trabalho registra a experiência pedagógica de formação de cidadania com auxílio de mídias interativas, desenvolvida por três anos consecutivos em 120 escolas municipais de ensino fundamental de Curitiba. A partir da proposição de temas e roteiros de investigação da realidade local em ambientes virtuais de aprendizagem, que vem sendo aprimorados ao longo do desenvolvimento da experiência, estudantes exploram seus territórios de convivência; diagnosticam a realidade socioambiental e propõem soluções, estejam estas ao alcance da ação comunitária ou dependentes de atuação governamental. As alternativas aos problemas identificados são apresentadas à comunidade local por meio de diferentes mídias e registradas no ambiente virtual que possibilita a interatividade e a publicação dos estudos e intervenções efetuados. Pela leitura, produção de textos orais e escritos, e debates sobre diferentes situações do cotidiano, os estudantes exercitam a capacidade de liderar e de provocar lideranças a corresponder aos anseios das comunidades. As experiências das escolas, uma vez concluídas, são registradas em livros publicados anualmente e permitem indicar ações necessárias à formação de docentes sobre a relação mídia, leitura e escrita nos anos iniciais do ensino fundamental. PALAVRAS-CHAVE: Mídia, leitura e escrita.
09 - LINGUAGEM VISUAL E EDUCAÇÃO BÁSICA. Esequiel Rodrigues Oliveira (UERJ), Maria Ignez R. David (UERJ), Maria Ruth M. Fellows (UERJ), Maria Teresa M. Aragão (CPII), Soraya Barcellos Izar (UERJ).
A imagem vem desempenhando diversas funções na sociedade contemporânea. As novas tecnologias criam imagens cada vez mais sofisticadas. No entanto, o público consumidor continua utilizando critérios intuitivos de recepção desses textos visuais, de leitura e análise desses discursos, resultando num consumo desordenado e acrítico dessas imagens. A leitura de imagens raras vezes é trabalhada na escola e valorizada como parceira na construção do conhecimento. Se desenvolvida concomitantemente à leitura do texto verbal, produzirá cidadãos mais críticos e capazes de se relacionar com o universo icônico que o rodeia. Portanto, esta comunicação tem como proposta promover a reflexão em torno da formação crítica e instrumental em linguagem visual no campo da Educação Básica. PALAVRAS-CHAVE: linguagem visual, novas tecnologias, Educação Básica, construção do Conhecimento.

SESSÃO XV
Coordenação: Fabiano Correa da Silva
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - A FORMAÇÃO DE PROFESSORES E A LEITURA DA MÍDIA. Fabiano Correa da Silva, Faculdades Integradas Maria Imaculada – Brasil / Universidade Fernando Pessoa – Porto, Portugal
O presente trabalho faz parte de uma pesquisa maior que busca compreender o papel da leitura na formação de professores. O suporte teórico da Análise do Discurso de vertente francesa (AD) foi utilizado no intuito de vislumbrar a leitura de capas e textos de revistas e jornais da grande mídia brasileira realizada pelos educandos do ensino superior. As diferentes leituras realizadas pelos graduandos e a maneira como as realizam demonstram se há ou não uma autonomia de pensamento na interpretação dos mais variados tipos de textos vinculados pela mídia, fazendo da leitura um instrumento de liberdade e de luta contra a alienação. A leitura da mídia na formação de professores preza pela educação para a leitura, afinal, a ideologia está presente na leitura pelo fato de que “a leitura não é prática neutra. Ela é campo de disputa, é espaço de poder” (Abreu, 2002). PALAVRAS-CHAVE: Leitura; Mídia; Discurso; Formação de Professores.
02 - O PROCESSO DE LEITURA NA RESSIGNIFICAÇÃO DA SUBJETIVIDADE DOCENTE. Sérgio Fabiano Annibal, UNESP, Marília (SP) e Raquel Lazzari Leite Barbosa, UNESP, Assis/Marília (SP).
Por meio deste trabalho, abordaremos alguns aspectos do tema leitura para podermos discutir a interface desse processo com a Educação, no que tange, especificamente, à formação do sujeito-docente. Sendo assim, essa discussão permeará alguns pontos que perpassam desde a história da leitura até as representações que esse processo pode suscitar no sujeito-docente. Nosso eixo central para o desenvolvimento desse texto estará centrado na teoria das mediações e na relação dessas questões com a linguagem. Para tanto, utilizaremos o apoio teórico de autores como Bakhtin, Chartier, Foucambert, Bourdieu e Barbero, dentre outros. Com isso, esperamos contribuir para os debates sobre leitura no âmbito educacional, além de tomá-la como elemento processual de elaboração da linguagem com o intuito final de conduzir o sujeito à mutação no espaço social e assinalar a importância dessa transformação subjetiva no caso do sujeito que compõe a área de Educação. PALAVRAS-CHAVE: Leitura; Escrita; Linguagem; Representações; Formação docente.
03 - LEITURA, MÍDIA E FORMAÇÃO. Diene Eire de Mello Bortotti de Oliveira - docente UEL -Londrina / Doutoranda em Educação UEM.
O presente estudo leva em conta que a educação não acontece somente nos contextos familiares e escolares, como também através do bombardeio de informações as quais as crianças estão expostas a todo tempo. O objetivo deste estudo foi investigar como o professor percebe a mídia televisiva, e como ele se vê no processo de mediador e orientador dos alunos para a leitura e compreensão dos conteúdos divulgados pela tv. O estudo foi realizado em cinco escolas públicas, no município de Londrina-PR, com 32 professores. Os dados levantados apontam que, apesar dos professores possuírem noções e até consciência sobre o papel da mídia, apresentam uma visão estereotipada e por vezes até ingênua deste veículo de comunicação. PALAVRAS-CHAVE: leitura; mídia televisiva; formação de professores.
04 - LIVRO DIDÁTICO: MÍDIA E ESTRATÉGIAS DE LEITURA. Sueli da Costa, PUC-SP-LAEL.
Considerando, de um lado, os preocupantes resultados de exames avaliativos como Saresp, Enem e Pisa e, de outro lado, a importância do livro didático enquanto importante instrumento de acesso à leitura dos brasileiros, apresentaremos, nesta comunicação, alguns resultados sobre o tratamento dado pelo livro didático de língua portuguesa(LDP), do Ensino Fundamental II, ao desenvolvimento de capacidades leitoras, a partir de textos midiáticos, mais especificamente, dos que circulam nas esferas da propaganda e jornalística. Apoiadas nas teorias bakhtinianas de gênero (1979/2003) e nas concepções de leitura e letramento, de Rojo (2002), nossas verificações tomaram por base, notadamente, coleções de LDP recomendadas pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2003 e 2005). PALAVRAS-CHAVE: leitura; mídia; livro didático.
05 - NO CAMINHO DAS LETRAS, A MÍDIA. Núbio Delanne Ferraz Mafra, UEL.
Apresentação dos principais aspectos tratados na tese “Cultura midiática na licenciatura em Letras”, defendida na Faculdade de Educação da UNICAMP. Fundamentada nos Estudos Culturais, Teorias de Mídia-Educação e do Currículo, esta pesquisa procurou compreender como a mídia, articulada ao universo cultural e à formação de professores, se apresentou no currículo da licenciatura em Letras Vernáculas de uma universidade pública durante o período 1995-2002. Foram feitas entrevistas com professores e egressos do curso e análise de informações oficiais em diferentes documentos como currículos, disciplinas, projetos, eventos e capacitações docentes. PALAVRAS-CHAVE: mídia, formação de professores, currículo, Letras.
06 - ALFABETIZAÇAO MIDIÁTICA NA ESCOLA. Monica Fantin, UFSC- Florianópolis.
Um dos desafios que o professor encontra hoje em relação à educação de crianças, é que além da capacidade de escrever e ler, é preciso emergir na cultura e dominar os diferentes códigos das diversas linguagens presentes na sociedade contemporânea. Em que medida o sujeito estará alfabetizado se não for capaz de ver, interpretar e problematizar as imagens da TV, de assistir e entender aos filmes, de analisar as publicidades criticamente, de ler e problematizar as notícias dos jornais, de escutar e de identificar programas de rádio, de saber usar o computador, de navegar nas redes e de produzir outras representações através de diversas mídias? Se estas e outras mídias não podem mais estar excluídas de um processo de alfabetização precisamos discutir o que é estar alfabetizado no século XXI e o que significa a alfabetização midiática nesse contexto. É o que esta comunicação pretende discutir a partir do referencial do campo da mídia-educação. PALAVRAS-CHAVE: alfabetização midiática; formação cultural; mídia-educação.
07 - LINGUAGEM MIDIÁTICA, LEITURAS RAPPERS E IDENTIDADES PERIFÉRICAS. Gibran Luis Lachowski, mestre em Estudos de Linguagem pela Universidade Federal de Mato Grosso e ex-bolsista da Capes.
Esta comunicação se baseia em entrevistas com jovens do Residencial Sucuri, periferia de Cuiabá (MT), sobre a preferência entre MV Bill, rapper de maior projeção midiática nacional, e Racionais MC´s, grupo crítico aos meios de comunicação comerciais e pouco divulgado por eles. O segundo foi escolhido por unanimidade e o rapper tido como desconhecido. Visitas ao bairro e acompanhamento de shows de rap fortaleceram a percepção de que a relação entre Racionais e juventude se dá pela linguagem, que expressa o que é ser de periferia, e pela conduta, lida como exemplo de vida. MV Bill, que cobra ações do Estado, elite econômica e academia, acessa menos o jovem marginalizado. Colaboram Barbero (2003) e Herschmann (2005), quanto aos binômios atração cultural e público, discurso jornalístico e cultura popular urbana. PALAVRAS-CHAVE: periferia, linguagem midiática, visibilidade, leituras rappers.
08 - LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS NA VALORIZAÇÃO DE CIDADÃOS EM SITUAÇÃO DE RISCO SOCIAL EM SÃO PAULO. Guilherme Jeronymo Pereira Hernandes e Oliveira, Revista OCAS' e Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA - USP.
Esta comunicação visa compartilhar uma vivência de aproximadamente oito meses como voluntário em oficina de comunicação na Revista OCAS', realizando atividades de leitura crítica da mídia, seguida de debates e produção de material pelos vendedores da revista, população atendida pela ONG homônima e composta por pessoas em situação de risco social, geralmente moradores ou ex-moradores de ruas, em sua grande maioria albergados. Nas atividades, desenvolvidas em parceria com outros voluntários, em sua grande maioria comunicadores, tive a oportunidade de desenvolver e auxiliar no cumprimento de diversas atividades pedagógicas, sugerindo e auxiliando com leituras, seja de textos diversos, além de participar de e registrar debates, por si só "leituras de mundo", acompanhando ainda oficinas com fotografia e vídeo, sempre visando a seção denominada "Cabeça sem Teto". PALAVRAS-CHAVE: educomunicação; leitura crítica da mídia; comunicação de massa; comunicação inclusiva.
09 - O JORNAL BOLANDO AULA COMO COMPONENTE DA FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR. Sueli de Oliveira Rocha. Gruhbas Projetos Educacionais e Culturais. Santos (SP).
Esta comunicação visa compartilhar uma experiência de dez anos ao longo dos quais o Gruhbas Projetos Educacionais e Culturais vem publicando o jornal Bolando Aula, por intermédio do qual contribui para a formação continuada dos docentes do ensino público, em especial os que atuam na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, oferecendo-lhes para leitura e discussão em HTPC (Horário de Trabalho Pedagógico Coletivo) textos que contêm tanto reflexões teóricas como sugestões práticas para a sala de aula. O jornal Bolando Aula contribui para a formação do professor reflexivo, com a publicação de artigos que unem a reflexão de teóricos da educação a atividades para o professor desenvolver com os alunos. Aborda os componentes curriculares e temas como valores, cidadania, ensino fundamental de nove anos e diversidade étnico-cultural, além de assuntos de cultura geral. PALAVRAS-CHAVE: jornal pedagógico, reflexão teórica e prática pedagógica,valorização de HTPC.

SESSÃO XVI
Coordenação: Jauranice Rodrigues Cavalcanti
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - A FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS. Jauranice Rodrigues Cavalcanti, Pesquisadora (UNICAMP) Bolsista FAPESP.
Esta comunicação pretende discutir caminhos que levem o professor de língua portuguesa a realizar o que a sociedade como um todo espera dele: a formação de leitores críticos. Na escola, a leitura costuma ser reduzida a uma prática artificial. Além disso, os temas a que o grande público, incluindo professor e aluno, tem maior facilidade de acesso são os veiculados por mídias que detêm grande poder econômico. Como os interesses desses grupos são muito próximos, os textos que veiculam acabam por apresentar, mesmo que de forma implícita, uma mesma visão de mundo. A questão que move esta pesquisa pode ser assim formulada: quais são as contribuições dos estudos do texto e do discurso no processo de formação de leitores críticos? PALAVRAS-CHAVE: leitura, ensino, análise do discurso.
02 - PROCESSOS DE SIGNIFICAÇÃO: DESCONSTRUINDO E RECONSTRUINDO A LEITURA. Maria de Lourdes Rossi Remenche. Doutoranda/USP-SP e CEMEP – Curitiba e Adalgisa Aparecida de Oliveira Gonçalves .PUC/PR e CEMEP – Curitiba.
Esta comunicação visa à divulgação dos resultados de pesquisas teórico-práticas sobre como o público jovem vem se apropriando das técnicas de informação e comunicação à disposição na sociedade e de como a escola e seus professores vêm mediando a desconstrução de práticas de leitura desenvolvidas pelos alunos expostos às diferentes mídias e, ainda, quais instrumentos pedagógicos têm favorecido a mediação do processo de ensino e aprendizagem da leitura, ampliando o conhecimento de mundo do aluno e do professor. Para reflexão e desenvolvimento dessas pesquisas, apoiamo-nos em Castells (2002), Schmidt (2001), Ghilardi (1999), Ferrés (1996), Bourdieu (2001). PALAVRAS-CHAVE: Mediação, mídia, desconstrução e reconstrução do significado, leitura crítica.
03 - DESCORTINE O MUNDO PELA LEITURA: PROJETOS. Luzia Rita Chincoviaki. Escola Estadual Espírito Santo e SECAL - Faculdades Santa Amélia, Ponta Grossa, Paraná.
O trabalho reflete sobre práticas de leitura efetuadas, principalmente no Ens. Fund. nas Esc. Est. de Ponta Grossa. Após realização de pesquisa de campo, envolvendo os professores de Língua Portuguesa e suas práticas pedagógicas, propõe-se que atividades interativas de leitura sejam contempladas a partir de projetos realizados com diferentes obras literárias. Este trabalho mostra uma possibilidade de atividade com a obra "Cuidado, garoto apaixonado" de Toni Brandão. Também são explorados recursos como o áudiolivro, o cinema, criação de folder, entrevista, pesquisa, a técnica do origami, entre outros para o desenvolvimento do trabalho. Os resultados apontam que, além de prazerosos, os projetos se configuram como recurso altamente estimulante ao aluno, pois seu envolvimento é ímpar e a aprendizagem que o mesmo possibilita é de uma imensa riqueza. Isso tudo a partir da leitura que, bem trabalhada permite ao aluno que o mundo se descortine à sua frente e ele vislumbre novos significados. PALAVRAS- CHAVE: leitura; projetos; pesquisa.
04 - PRÁTICAS DE LEITURA NA CRÍTICA DE MARTINS PENA. Priscila Renata Gimenez, PPG-Letras/Literatura em Língua Portuguesa, IBILCE/UNESP – S.J.R.P.
Martins Pena, além de ter produzido suas famosas comédias, escreveu textos críticos sobre arte, os quais integravam o principal meio de comunicação da primeira metade do século XIX: o jornal. Seus folhetins sobre o teatro lírico são muito pouco conhecidos e estudados. Entretanto, por meio de um estudo analítico, pretendemos inserir novamente esses textos nas práticas de leitura atuais, pois nesse estudo procuramos identificar e re-elaborar a recepção contemporânea a Martins Pena, recuperando, entre outros, os seguintes pontos: os conceitos educativos existentes nos folhetins; como o público podia compreender o diálogo realizado pelo folhetinista entre o teatro lírico, a dramaturgia e a crítica; como o público-leitor tinha aguçado seu senso crítico por meio dos textos críticos que, anteriormente ou posteriormente à exibição dos espetáculos do teatro lírico em si, faziam do espectador e do leitor um só. PALAVRAS-CHAVE: jornal, crítica, prática de leitura.
05 - LEITURA NA IMPRENSA CUIABANA: O CASO DE “A CRUZ” (1910-1940). Otávio Canavarros, UFMT, Cuiabá (MT).
Remeto à minha pesquisa sobre a história da leitura em Cuiabá através da imprensa nesse período. Examino o caso do jornal “A CRUZ”. Sem dúvida, o mais representativo da Cidade. Falaremos tanto de práticas de leitura no jornal, como das qualidades e limitações de um órgão impresso no interior: suas características culturais e materiais, tais como, dimensões, tiragens, circulação geográfica e recepção social, naquele universo acanhado da primeira metade do século XX, em Mato Grosso. Era o jornal, indiscutivelmente, o principal meio de cultura letrada de então. PALAVRAS-CHAVE: leitura; imprensa; Cuiabá.
06 - GRUPO SIRIRI - FLOR RIBEIRINHA DE CUIABÁ: MÍDIA E LEGITIMAÇÃO DA TRADIÇÃO NA PÓS-MODERNIDADE. Ana Paula Sant'ana, Marli Barboza e Angela Fontana Velho (UFMT).
Estudar o processo histórico de legitimação do grupo de siriri Flor Ribeirinha e sua inserção no contexto midiático nos cadernos culturais dos jornais de maior circulação no Estado. O lugar da tradição na contemporaneidade como fator que agrega valor no contexto subjetivo e fragmentado próprio da pós-modernidade é o nosso ponto de partida. A construção da iconografia deste grupo no imaginário social parte do pressuposto de que ele canaliza simbolicamente a expressividade cuiabana. O Flor Ribeirinha é tomado como objeto e exemplo de grupos populares resignificados dentro de um contexto pós-moderno. PALAVRAS-CHAVE: tradição, simbologia, pós-modernidade, mídia.
07 - O JORNAL "O CARAPUCEIRO" (1832-1845): UMA LEITURA NA PERSPECTIVA DA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO. Marcília Rosa Periotto, Universidade Estadual de Maringá (PR).
O jornal O Carapuceiro (1832- 1845), publicado em Recife por Miguel Lopes da Gama, defendia uma visão de mundo na qual se mesclavam sentimento religioso e ações progressistas. Ao circular em meio às transformações que alteravam a sociedade brasileira esse jornal se esforçou em realçar a moral cristã, católica, como instrumento para uma sólida formação dos jovens socialmente mais abastados, visando afastá-los dos costumes negativos trazidos pelo progresso além de consolidar uma posição de predomínio de classe. Vê-se, então, que a imprensa brasileira, desde o seu nascimento, expressou os anseios da elite econômica em produzir um pensamento inerente à sua forma de ser. À História da Educação cabe a tarefa de revelar os fundamentos que o alicerçaram, de forma a demonstrar que os ideais educativos de parte da sociedade atual ainda se confundem com aqueles defendidos no século XIX. PALAVRAS-CHAVE: história da educação; século XIX; imprensa; O Carapuceiro.
08 - A EDUCAÇÃO ESTÉTICA E A INFLUÊNCIA DA INDÚSTRIA CULTURAL. DIRECIONAMENTO IDEOLÓGICO E AUSÊNCIA DE FORMAÇÃO EMANCIPATÓRIA. Eloiza Amália Bergo Sestito. Mestranda. "Universidade Estadual de Maringá - UEM" Maringá – PR.
Esta comunicação visa compartilhar uma reflexão sobre o ensino de Arte e a influência da Indústria Cultural que descaracteriza a dimensão estética como uma possibilidade emancipatória. Busca situar o ensino da arte no contexto da sociedade capitalista e como a educação estética tem se configurado diante de suas demandas. A análise tem por referência a teoria de Adorno, visando argumentar a importância do ensino da arte que possibilite a alfabetização dos códigos das linguagens artísticas os quais têm sido amplamente usados pela mídia como "armadilhas" para nos seduzir. As linguagens artísticas são cada vez mais utilizadas na comunicação midiática com a intenção de conquistar o consumidor. Ao desconhecer o verdadeiro sentido dessas linguagens, não percebemos o processo de banalização da arte e nos tornamos reféns desses meios.
09 - A PRIMEIRA LEI DE COTAS NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E SUA REPERCUSSÃO NA MÍDIA. Andréia Gomes da Cruz, Mestranda em Educação pela Universidade Federal Fluminense (UFF/RJ).
Esta comunicação visa compartilhar os impactos da primeira de lei de cotas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e seu impacto nos meios midiáticos. Após realizarmos este estudo, entendemos que a atuação da mídia reforçou a importância do mérito para ingresso na universidade, ressaltou aspectos que foram destacados como “peculiares da cultura brasileira”, tal qual como uma convivência pacífica e não racista entre os grupos, além de superdimensionar as dificuldades dos alunos cotistas para demonstrar a falência do sistema. Outrossim, destacamos que a pressão realizada pela mídia contribui de maneira significativa para reformulação da lei de cotas. PALAVRAS-CHAVE: ação afirmativa, mídia e análise de discurso.

SESSÃO XVII
Coordenação: Sérgio de Oliveira Santos
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

01 - FRAGMENTOS DE NIETZSCHE E BENJAMIN FRENTE AO COLAPSO CULTURAL – POSSIBILIDADES DE RUPTURA. Sérgio de Oliveira Santos, Unesp – Rio Claro.
Soterrado pelas exigências de um sistema econômico desmedidamente bárbaro e seduzido pelo “canto da sereia” do que hoje se tem como cultura, o homem contempo-râneo sofre a formatação de “seu” desejo, o que o torna inábil para expressar os seus conflitos e anseios segundo um determinado vocabulário criativo e emancipador que lhe poderia proporcionar um mínimo de dignidade para reconhecer-se e reconhecer ao outro como sujeito histórico. A presente comunicação, fruto de um projeto de pesquisa para obtenção do título de mestre, tem o escopo de apresentar uma concepção de sujeito em Nietzsche e Freud, o ideário capitalista e suas falácias alienantes e as contribuições de Nietzsche e Benjamin para a superação do caos educacional e o colapso cultural instaurados em nossa sociedade. PALAVRAS-CHAVE: Nietzsche, Benjamin, educação, indústria cultural.
02 - UMA EXPERIÊNCIA INTERATIVA: O "CANTINHO DA SEXUALIDADE" NO JORNAL ESCOLAR. Sheyla Pinto da Silva, EMEF Prof. Vicente Rao, Campinas (SP)
Esta comunicação é um relato de uma experiência de escrita e leitura através da Coluna "Cantinho da Sexualidade" do Jornal "VIRA-notícias" da EMEF Prof.Vicente Rao, em 2006. Os alunos escreviam suas dúvidas e questões sobre sexualidade para a coluna e depois, ao receberem o jornal liam os comentários feitos pela professora responsável. Após trocas de idéias e debates em sala de aula, eles escreviam suas reflexões e novamente o enviavam à coluna, estabelecendo o diálogo entre professora e alunos. Assim obtinham a oportunidade de reconhecer seus sentimentos, buscar sua auto-estima e auto-conhecimento, formar imagens positivas de si e formular respostas sobre "quem é este sujeito que eu sou". O diálogo abordou temas como namoro, beleza, sexualidade, preconceitos, discriminação, violência, proporcionando aos professores e alunos de 5ª a 8ª séries, a construção de um caminho interdisciplinar e uma participação interativa na escola através do jornal. PALAVRAS-CHAVE: jornal; escola; leitura; escrita; sexualidade; interação.
03 - EXERCÍCIO DE CIDADANIA. Renata Lanza, EMEF Prof. Vicente Ráo, Campinas (SP).
O objetivo desta comunicação é socializar a experiência da confecção do jornal "VIRA-Notícias" por alunos de 6ª a 8ª séries do ensino fundamental da EMEF Prof. Vicente Rao, em Campinas (SP), durante os anos de 2005 e 2006 que, através de sua elaboração e posterior produção textual por meio de pesquisas, puderam refletir sobre temas atuais e ter acesso às informações e entendimento de como funciona a divulgação de notícias pela imprensa escrita. A confecção do jornal também foi um meio de facilitar a organização da série de informações que lhes chega cotidianamente pelos meios de comunicação, permitindo ainda que pudessem discutir e construir conceitos fundamentais, sobre valores e ética, de maneira crítica, inserindo-se, assim, nos processos de conquista de sua cidadania. PALAVRAS-CHAVE: jornal; notícias; informações; pesquisa; divulgação; cidadania.
04 - TECENDO MÚLTIPLAS LINGUAGENS COM CRIANÇAS NO MUSEU. Marcela Maria Freire Sanches, Museu da Vida, COC, FIOCRUZ, RJ.
A comunicação pretende partilhar a experiência interdisciplinar, realizada em espaço não formal com crianças, numa atividade de arte educação. Nela utilizamos a linguagem do contar histórias com temas sociais, através do uso alternado da linguagem não verbal, a dobradura do cenário, (Freire,1982; Bettelheim,1978); da arte de dobrar com papeis reutilizados (Aschenbach,1992; Weiss,1989) e da arte de pintar livremente a dobradura (Barbosa,1998). Analisamos que durante a oficina a presença do lúdico possibilita uma alteração do olhar da criança, quando percebe a dobradura criada enquanto um brinquedo, resgatando assim a sua identidade (Benjamim,1984). Consideramos que as crianças tornam-se autores sociais de sua linguagem quando pintam, brincam e recriam a historia conforme suas subjetividades (Bakhtin,1980). PALAVRAS-CHAVES: linguagem, lúdico, identidade e subjetividade.
05 - A LEITURA COMO PRAZER: DESAFIOS PARA O PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL 1. Keila Ramos Borini, Sociedade Civil de Educação Santa Mônica Mogi das Cruzes-SP e Faculdade Bandeirantes de Educação Superior-UNISUZ Suzano-SP.
Esta comunicação tem por objetivo compartilhar um trabalho de pesquisa em andamento, sobre a formação do leitor tanto na escola pública quanto na particular. Buscando perceber a leitura, como ação individual e cognitiva, decorrente de vários processos sociais e culturais, importantes para o desenvolvimento humano e social. (Freire, 1999; Bamberger, 1975; Zilberman, 2001). A pesquisa apresenta uma trajetória histórica da figura do leitor no mundo e no Brasil e mostra como está sendo desenvolvido hoje o processo de formação de leitores, por meio de pesquisa de campo (Manguel, 1997; Magnani, 1989; Ribeiro,2000; Geraldi (org) 2002, Maria, 2002). PALAVRAS-CHAVE: formação do leitor, professor leitor, leituras midiáticas, metodologias.
06 - MEMÓRIA NÔMADE NA EDUCAÇÃO FORMAL. Valdemar Siqueira Filho, UNIPLAC – Universidade do Planalto Catarinense, Lages (SC).
Esta comunicação abordará nos processos de educação e informação a influência da mestiçagem em nossa cultura. Objetivamos identificar práticas sociais e suas relações com a formação escolar. Partiu-se do pressuposto metodológico que a mestiçagem produziu formas particulares para a nossa cultura na qual a identidade pura, ou de uma suposta origem se sustenta apenas no interesse ideológico voltado à determinada construção histórica. Tomamos o nomadismo como demarcador informacional da memória caracterizado por aspectos de complementaridade entre tradição e o esquecimento frente aos processos institucionais como é o caso da escolarização. Consideramos neste texto a importância de articular as práticas sociais que identificam a cultura como informação e atualização permanente. PALAVRAS-CHAVE: Educação, semiótica, cultura, nomadismo.
07 - O DEBATE PÚBLICO SOBRE AÇÃO AFIRMATIVA NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA. Sandra Regina Sales, Universidade do Estado do Rio de Janeiro - UERJ.
Neste trabalho faço uma análise da discussão travada pela imprensa sobre as políticas de Ação Afirmativa, em especial as cotas no ensino superior, expressa pelo jornal O Globo. São analisados editoriais e matérias de opinião, tanto de jornalistas que trabalham no referido jornal, quanto de pesquisadores e políticos. O critério de seleção adotado teve o propósito de cobrir a diversidade de posicionamentos e argumentos que permearam o debate. PALAVRAS-CHAVE: discurso da imprensa, políticas de Ação Afirmativa, universidade.
08. TESTAGENS GENÉTICAS: PODEROSAS (E ARRISCADAS) ARMADILHAS DA MÍDIA CONTEMPORÂNEA? Daniela Ripoll, Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade Luterana do Brasil, Canoas, RS.
As testagens genéticas são construídas discursivamente na (e pela) mídia como poderosas ferramentas preventivas, que permitiriam às mulheres conhecerem suas constituições genéticas e, assim, tomarem decisões reprodutivas de modo racional e consciente. Este trabalho “desconfia” de alguns desses pressupostos, através da análise discursiva de inspiração foucaultiana de reportagens de jornais e revistas acerca das temáticas “propensão”, “risco” e “testagens genéticas”. Argumenta-se que, através de uma série de estratégias pedagógicas (Kellner, 1995; Fischer, 2002), a mídia vem construindo determinadas posições de sujeito “em risco” e convidando os sujeitos, de maneira ostensiva, a tomarem parte numa espécie de cruzada contra a degeneração da espécie.
PALAVRAS-CHAVE: educação; risco; biotecnologias; genética; análise discursiva
09 - LEITURA E DIVERSIDADE: UMA JANELA PARA O MUNDO E OS DIFERENTES MEIOS DE COMPREENDÊ-LO. Noêmia de Carvalho Garrido, FUMEC e CEPROCAMP, Campinas (SP); Denise Travassos Marques, EJA; MiresLuiza Lucisano Botelho Amaral, SME; Inês Olinda Botelho, EJA; Rute de Carvalho Angelini, EJA FUMEC; Cássia Cristiane de Freitas Alves, SME/CEPROCAMP; Paulo Gomes Lima, FUMEC e UNASP.
Ler e escrever são componentes interligados, assim como sua função social e utilização em diferentes contextos. Assim, o aprendizado da leitura e da escrita dá-se por meio de uma compreensão ativa, mediada por intervenções correspondentes, incluindo as novas tecnologias. Com o avanço tecnológico e a grande influência dos meios de comunicação, houve interferências nas práticas educativas. Então, o professor enquanto mediador precisa estar capacitado para enfrentar um mundo de sedução, e incentivar a leitura para desenvolver o espírito crítico, onde a mídia manipula com facilidade. A comunicação visual pode servir como uma maneira de fazer a leitura do mundo, mas precisa estar interligada a leitura/escrita. A proposta de apresentar este tema, e enfatizar OS DIFERENTES MEIOS DE COMPREENDER O MUNDO, objetiva colocar a importância de que a leitura trad-se na maneira de as pessoas verem, decodificarem e se relacionarem neste mundo.
PALAVRAS-CHAVE: leitura, escrita, diversidade, educação.
10 - UMA PROPOSTA PARA A CLASSIFICAÇÃO DE GÊNEROS DE WEBLOGS BRASILEIROS. Rômulo do Nascimento Ferreira (CID-UNB) e Cláudio Gottschalg-Duque (CID-UNB).
>Este artigo apresenta como ocorreu o surgimento dos weblogs, a evolução do gênero e os principais aspectos que o caracterizam. Identifica também uma taxonomia utilizada para classificar os weblogs em gêneros, utilizando como base a intenção primária do autor. Por fim, confronta dados demográficos de 150 autores de weblogs coletados em servidores brasileiros com as categorias de weblogs encontradas, para realizar uma avaliação da blogosfera brasileira. PALAVRAS-CHAVE: Internet, weblog, gênero, blogosfera
10 - Fórum mineiro de EJA: espaços de (re)leituras da eja. Ana Rosa Venâncio, bolsista de iniciação cientifica, FAPEMIG, UFMG; Eliete dos Santos Campos, bolsista de extensão, PROEX,UFMG.
O Fórum Mineiro de Educação de Jovens e Adultos, colabora na articulação de parcerias e alianças para enfrentar o grave problema do analfabetismo e da subescolarização de jovens e adultos. Segundo SOARES (2004) os fóruns têm sido um espaço de encontros freqüentes, em que acontecem trocas de experiências entre as iniciativas desenvolvidas na EJA. Este trabalho tem como objetivo compreender como o Fórum Mineiro, constituído desde 1998, configura-se como espaço de reflexão, socialização e de (re)leituras da Educação de Jovens e Adultos. Pretende-se conhecer como este espaço colabora na elaboração, construção e implementação das políticas públicas dessa modalidade no Estado. (Palavras-chave: Educação de Jovens e Adultos, Políticas Públicas, Fórum Mineiro de EJA)