VI Seminário “Educação, Políticas Públicas
e Pessoas com Deficiência”

SESSÃO I
Coordenação: Ivani Rodrigues Silva
Dia: 11/07/2007, das 14 às 17 horas

1. Quem te ensinou isso, menino? Berenice Maria Rocha Santoro, Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre – MG.
Através da análise de uma história vivida por duas crianças surdas, este trabalho tem como objetivos: buscar formas de compreender os xingamentos presentes na escola e colaborar para a compreensão e reconhecimento de que o sujeito surdo também revela a intenção de controlar e significar seu dizer. Foi constituído um xingamento que utilizava um gesto banal: um dos alunos, ao sinalizar, necessita da implicação do outro que, no contexto da cadeia de significantes produzida pelo primeiro, interpreta e testemunha sua sinalização como uma ofensa. O "insulto" não permaneceu no grupo por não ter passado pelo crivo dos alunos surdos mais velhos: foi com o ato destes que as crianças perceberam que o gesto não tinha a significação pretendida. Isto colabora para que compreendamos que cada aluno é uma construção histórico-social que se constitui em um grupo lingüístico próprio. (Palavras-chaves: educação de surdos, cultura surda, análise de discurso)
2. Aluno surdo: da leitura mecânica à leitura interpretativa. Cibele Martins Lona, Escola de Educação Especial “Anne Sullivan” Campinas – SP.
O indivíduo surdo (severo e profundo) alfabetizado no sistema bilíngüe (Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa na modalidade escrita) apresenta, em seu processo de alfabetização, a leitura mecânica. O processo de leitura exige não apenas a leitura de palavras (leitura mecânica), mas sim, a abstração do significado (leitura interpretativa), para através da compreensão deste, realizar a análise crítica. A equipe da Escola Anne Sullivan utilizou mecanismos visuais, para concretizar o conceito do que se lê, através da dramatização e do desenho, proporcionando assim, os momentos de conflito e reflexão para a superação desta etapa, contribuindo para a formação do leitor crítico. (Palavras-chaves: surdez, alfabetização)
3. Histórias de leitura: a constituição do sujeito surdo como leitor. Heloísa Andréia Vicente de Matos, FE-UNICAMP.
Esta comunicação tem como objetivo a apresentação da Pesquisa de Doutorado intitulada Histórias de Leitura: a constituição dos sujeitos surdos como leitores que buscou delinear a construção social sobre os modos de apropriação da leitura pelos surdos - próprios e particulares - e das práticas de produções relativas à mesma que constituem/ constituíram tais sujeitos como leitores. Para tanto, procurou traçar a cartografia do movimento de formação de quatro surdos adultos como leitores (com pouca influência da oralização e relativa proficiência na leitura do Português, no presente), configurada na noção de espaço e tempo construídos pela memória dos mesmos, através dos recursos da História Oral. Em síntese, através dessas memórias, procurou-se destacar os diferentes modos de interação com a leitura e com a coletividade - formada por sujeitos surdos e ouvintes - em vários períodos de suas vidas, com intuito de categorizar os principais mediadores para tais processos de apropriação. Neste sentido, a pesquisa revelou que as imagens e a relação da Língua de Sinais com a escrita em Português são fundamentais para que o leitor surdo possa desenvolver-se como tal. Os sinais cumpriram a função da fala para os ouvintes, na constituição do leitor surdo. O papel da família como mediadora da leitura foi decisivo também nas histórias narradas, pelos modelos oferecidos, pelos materiais de leitura apresentados e pelas relações que se estabeleciam, do ponto de vista afetivo, assim como nas Associações de Surdos. A pesquisa também destaca que as identidades dos leitores surdos, imersos num contexto majoritariamente ouvinte, embora reprimidas, rebelam-se e afirmam-se em relação ao mesmo, frente às questões de inserção social, ideologicamente marcadas, que a palavra escrita e a proficiência na leitura também oferecem. Finalmente, a pesquisa aponta para o fato de que alguns surdos (que possuem uma identidade surda, que reconhecem a língua de sinais como língua natural), indicam que a oralidade exerce um papel importante em seu processo educativo, diferentemente dos moldes oralistas historicamente situados. (Palavras-chave: leitura, surdez, letramento, desenvolvimento, aprendizagem, memórias)
4. Depoimentos de alunos universitários surdos sobre a inclusão. Karla Patrícia Ramos da Costa; Juliana Falcão; Wanilda Maria Alves Cavalcanti. Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP/PE)
Numa proposta atual, mais inclusiva, a criança com surdez deve participar do sistema educacional, e não ficar fora dele, uma vez que o que caracteriza o aluno (surdo ou não) é sua capacidade de aprendizagem e não a deficiência que apresenta. Existe um sujeito com potencial, no qual se deve investir. Dessa forma, é esperado que o surdo, bem como os professores e toda a universidade, conte com dispositivos que auxiliem seu pleno desenvolvimento escolar, sem sacrifícios. Esta comunicação visa mostrar como se deu a inclusão de dois estudantes surdos em uma universidade privada na cidade de Recife, uma vez que estes sujeitos, na maioria das vezes, enfrentam inúmeras dificuldades para sentirem-se incluídos na sociedade. As etapas desse trabalho estão fazendo parte de uma pesquisa para analisar o depoimento de dois surdos universitários sobre a inclusão social. Este trabalho, ainda em desenvolvimento, já tem alguns resultados interessantes para serem socializados. (Palavras-chave: surdez, inclusão social, universidade)
5. Políticas públicas e iniciativas educacionais na educação do aluno surdo. Júlia Maria Vieira Nader, CEPRE/FCM Unicamp; Mariana Letícia Pires, Lingüística IEL Unicamp; Tatiane Borges De Vietro, CEPRE/FCM; Ivani Rodrigues Silva, CEPRE/FCM Unicamp; Zélia Z. L. C. Bittencourt, CEPRE/FCM Unicamp.
Nas últimas décadas, importantes avanços nas políticas públicas vêm difundindo no Brasil a idéia da pessoa surda como alguém diferente e não deficiente. O objetivo deste trabalho é refletir sobre a educação e inclusão de sujeitos surdos na escola regular a partir da análise da proposta do MEC, através do Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade e do Projeto de Educação Continuada a Distância de Professores das Salas Multifuncionais dos Municípios Pólos, vinculado à Faculdade de Educação da Unicamp em parceria com o MEC. Serão realizadas entrevistas com professores da rede de ensino regular do município de Campinas que participam da 1a turma do curso a distância de capacitação de professores. Além disso, serão visitadas duas escolas que recebem alunos surdos, sendo uma com e outra sem sala de recursos. Os resultados preliminares serão apresentados descritivamente. (Palavras-chaves: sala de recursos, surdez, MEC, educação inclusiva, educação continuada)
6. Aspectos interacionais e pedagógicos de uma professora surda em aula de alfabetização Marilia da Piedade Marinho Silva - UniBH/ FCV/UNICAMP.
Nesta comunicação, apresentamos como uma professora surda, falante do português (oral), que leciona aulas em uma escola pública de Minas Gerais, constrói-se como interlocutora de alunos ouvintes em aulas de alfabetização. Para a geração e análise de dados, utilizamos a metodologia qualitativo-interpretativista de pesquisa. Nessas aulas, analisamos os recursos de que a professora se vale para construir como interlocutora de seus alunos ouvintes e como ela realiza seu trabalho na organização e planejamento da aula. Na análise das práticas de ensino, percebemos que, além de contribuírem decisivamente para o ensino e interação dos alunos, contribuíram para entendermos que os modos de agir da professora, implicam em diferentes modos de produzir conhecimento. (Palavras Chave: Surdez, Alfabetização e Interação)
7. Libras e língua portuguesa nas séries iniciais do ensino fundamental. Marinês Amália Zampieri. PPGE – UNIMEP – Piracicaba/SP.
A inclusão escolar é lei; cabe a escola organizar-se para receber o aluno. A partir desta premissa este texto relata a experiência de inclusão escolar e ensino bilíngüe de crianças surdas no Ensino Fundamental com a presença do intérprete da LIBRAS - Língua Portuguesa. Foi observado que o professor ouvinte executa sua função, mas os alunos surdos direcionam-se com mais freqüência ao intérprete, aquele que o atende em sua língua; às vezes, o intérprete assume a função docente, seja pela pouca fluência da LIBRAS por parte do professor ou por este delegar sua função ao intérprete. Duas grandes questões surgiram: 1) conhecimento que o professor ouvinte deve ter sobre a LIBRAS e 2) relação entre professor ouvinte e o intérprete da LIBRAS. (Palavras Chaves: Relação Pedagógica, Surdez, intérprete da LIBRAS - Língua Portuguesa)
8. Educação Superior Bilíngüe para surdos – o sentido da política inclusiva como espaço da LIBERDADE: primeiras aproximações. Monique Franco. Faculdade de Formação de Professores/UERJ - Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES/MEC.
Este trabalho tem como objetivo apresentar primeiras aproximações da pesquisa acerca da experiência da implantação do Instituto Superior Bilíngüe de Educação – ISBE/INES. O diálogo com Hannah Arendt e a concepção de política como espaço da liberdade consubstancia esta reflexão. Inicialmente, o recente contexto educacional dos surdos, com a aprovação do Decreto 5.626 é colocado em cena. Em seguida, traçam-se os elementos constitutivos da recente construção da experiência do curso de Pedagogia ISBE/ INES e os principais entraves a sua implantação. A guisa de reflexões finais pretende-se indicar o sentido da política inclusiva no contexto de uma Política Cultural Bilíngüe. (Palavras-chave: ensino superior bilíngüe, políticas lingüísticas, inclusão)
9. “Porque a palavra não adianta”: um estudo das relações entre surdos/as e ouvintes em uma escola inclusiva na perspectiva intercultural. Silvia Maria Fangueiro Pedreira, Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES, Rio de Janeiro - RJ.
Tendo como questão central problematizar o discurso da escola inclusiva como a forma mais eficaz de promover a universalização do acesso à educação e a atenção à diversidade, essa comunicação apresenta os resultados obtidos na minha dissertação de mestrado, defendida em 2006, em que, por meio de um estudo de caso de cunho etnográfico, realizado numa escola inclusiva da rede publica regular, no município do Rio de Janeiro, que utiliza intérpretes de LIBRAS, investiguei as relações entre surdos/as e ouvintes numa perspectiva intercultural crítica, com base na concepção de linguagem e de aprendizagem como processos sociais e dialógicos, de surdez como uma diferença cultural e dos/as surdos/as como indivíduos que se constituem como sujeitos na Língua de Sinais. (Palavras-chaves: Educação Inclusiva, Educação de Surdos, Interculturalismo)
10. A educação de surdos e a prática pedagógica dos professores ouvintes: possibilidades e limites. Clarissa Martins de Araújo, CE/UFPE, e Zélia Maria Luna Freire da Fonte, DPEE/SEDE/SEE/PE.
Nosso estudo possibilitou a aproximação das pesquisas de Skliar, Bueno, Góes, Tadeu Silva, Muller, dentre outros, que investigam a educação sob diferentes focos: filosóficos, formação de professores, políticas públicas, identidades, língua de sinais. Nosso objetivo foi compreender como o Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos (MEC-2001), tem se refletido na prática pedagógica dos professores que atuam com alunos surdos. As professoras pesquisadas revelam concepções de educação de surdos ancoradas em visões colonial e antropológica, o que reforça a construção de propostas de formação continuada pautadas no processo de reflexão-ação-reflexão (Carvalho e Simões, 1999). Para que ocorra a inclusão social das pessoas com necessidades especiais (Sassaki, 1997), a perspectiva da multiculturalidade (Freire, 1992) se impõe como um desafio e utopia para o século XXI. (Palavras chave: Educação de Surdos; Bilingüismo; Prática Pedagógica; Multiculturalismo.)

SESSÃO II
Coordenação: Maria de Fátima Carvalho
Dia: 11/07/2007, das 14:00 às 17:00 horas

1. Parceria do ensino comum e educação especial para o atendimento de alunos com necessidades especiais - Aline Aparecida Veltrone, programa de pós-graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (UFScar).
Esta comunicação visa apresentar os resultados de um estudo cujo objetivo era o desenvolvimento de uma parceria de trabalho colaborativa, a qual deve envolver a atuação do profissional da educação especial e do professor do ensino comum para o desenvolvimento de uma situação de ensino-aprendizagem em condições ótimas para os alunos com necessidades especiais matriculados no ensino fundamental. As atividades de colaboração foram organizadas de maneira que o professor do ensino regular conduziu as instruções em sala de aula e o profissional da educação especial planejou e ensinou individualmente os alunos com necessidades especiais, principalmente as atividades referentes à aquisição da leitura e escrita. Os resultados evidenciaram que a parceria colaborativa possibilitou o desenvolvimento de situações de ensino-aprendizagem mais adequadas para os alunos com necessidades especiais. (Palavras-chaves: ensino colaborativo; inclusão escolar, necessidades especiais, educação especial)
2. A interlocução das crianças surdas nos diferentes tipos de atividades em sala de aula inclusiva e bilíngüe. Beatriz Aparecida dos Reis Turetta, PPGE – UNIMEP – Piracicaba/SP.
A pesquisa foi realizada numa instituição de Educação Infantil da rede pública que desenvolve um programa inclusivo cujo propósito é propiciar formação bilíngüe para os alunos surdos incluídos. O presente estudo tem como objetivo específico, analisar as possibilidades e limites referentes à interlocução das crianças surdas, vinculados aos diferentes tipos de atividades desenvolvidas e, para isso, se fundamentou em autores que assumem a corrente histórico-cultural e/ou a perspectiva enunciativo-discursiva na investigação da educação de surdos. As análises indicam algumas limitações das possibilidades de interlocução das crianças surdas, e sugerem a necessidade de mudanças urgentes para que a educação bilíngüe se concretize. (Palavras Chaves: Inclusão, Surdez, Educação Bilíngüe.)
3. Deficiência mental na escola regular: análise de experiências. Daniela Cristina Barros de Souza, Elisa Tomoe Moriya Schlünzen. Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNESP de Presidente Prudente.
Essa comunicação visa expor uma pesquisa realizada cujo intuito era analisar o processo de tentativas de inclusão escolar de duas pessoas com quadro clínico de deficiência mental, uma considerada com alto comprometimento e outra tendo diagnóstico de baixo comprometimento intelectual, percebendo quais foram os dificultores para que cada uma delas fosse efetivamente incluída, baseando-se nos discursos dos responsáveis, professores e dos próprios sujeitos. Foi possível perceber que a inclusão de pessoas com deficiência mental encontra seu dificultor em diversos fatores, dependentes do contexto e da história de vida de cada sujeito, não sendo possível nivelar dificuldades de inclusão escolar em decorrência de ter ou não um comprometimento intelectual mais acentuado. (Palavras-Chave: Inclusão escolar, Deficiência Mental, escola regular)
4. Crianças, necessidades educativas especiais e educação infantil. Dulcéria Tartuci e Kátia Silene Silva, Pedagogia – CAC-UFG.
É crescente a expansão do número de matricula de crianças na educação infantil, contudo, nossas observações vêm indicando que este acesso não tem atingido as crianças com necessidades educativas especiais. Desse modo, é que propomos investigar o tipo e as modalidades de atendimento educacional que estas crianças estão recebendo e, em que instituições. Para tanto, a coleta de dados está sendo realizada através de observações, análise de documentos e entrevistas. As análises iniciais indicam que algumas destas crianças encontram-se vinculadas as instituições de ensino especial e que existe uma ausência quase total destas no âmbito da educação infantil, principalmente nas instituições públicas. (Palavras-chaves: criança, necessidades educativas especiais, educação infantil)
5. Transformando “nós em laços”. Gilka Borges Correia, Psicóloga Clínica e Laura Ceretta Moreira, Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais – NAPNE - Universidade Federal do Paraná.
Em consonância com a missão da UFPR em “Integrar com Educação”, foi inaugurado o NAPNE em 18 de abril de 2006 com o objetivo de desenvolver atividades de apoio didático-pedagógico á comunidade universitária com algum tipo de necessidade especial na área física, visual, auditiva, altas habilidades e emocional como estratégia de garantia da permanência nas atividades acadêmicas. O NAPNE é um espaço para a reflexão sobre políticas públicas e práticas de inclusão e promoção de cursos de capacitação e grupos de estudos dirigidos aos profissionais interessados na efetiva inclusão social e escolar no ensino superior com qualidade. Esta comunicação deseja compartilhar a experiência de um ano transformando “nós em laços”. (Palavras-chaves: necessidades especiais – inclusão nível superior)
6. Educação escolar inclusiva: a prática pedagógica das salas de recursos. Leila de Souza Peres Arnal; Nerli Nonato Ribeiro Mori. Universidade Estadual de Maringá – UEM/Pr.
O presente trabalho tem por objetivo refletir sobre a prática pedagógica nas salas de recursos e o processo de inclusão de alunos com necessidades especiais no ensino regular. Procuramos contextualizar o momento histórico, as concepções e tendências da educação inclusiva, bem como interpretá-las à luz de pressupostos capazes de mostrar uma leitura da totalidade dos fatos. Neste estudo foi investigada a prática pedagógica dos professores em três salas de recursos para alunos de 1ª a 4ª séries do ensino fundamental. Os resultados indicam que as atividades trabalhadas na sala de recursos pouco contribuem para os avanços na aprendizagem dos conteúdos necessários à sua inclusão no ensino regular. As práticas pedagógicas demonstram que aos professores faltam não só conhecimentos especializados, mas principalmente saber ensinar a ler e escrever. (Palavras-chave: Educação escolar. Inclusão. Sala de recursos. Prática pedagógica)
7. Reflexões sobre a inclusão de jovens e adultos com deficiência mental na EJA. Maria de Fátima Carvalho, UNIFESP, Guarulhos, SP.
O trabalho apresenta parte das reflexões elaboradas no pós-doutoramento desenvolvido pela autora na FE-USP, São Paulo, com o apoio da FAPESP (2006/2007). Assume a psicologia histórico-cultural como fundamento teórico-metodológico. Aborda a inclusão escolar de jovens e adultos com deficiência mental no âmbito dos CIEJAs (Centro Integrado de Educação de Jovens e Adultos) na rede pública de ensino do município de São Paulo. Discute a organização e funcionamento das práticas de inclusão e os modos de participação dos sujeitos, apontando condições de sua constituição na relação com o conhecimento. (Palavras-chaves: deficiência mental, educação, inclusão, desenvolvimento humano)
8. Práticas pedagógicas para a inclusão de alunos surdos no sistema regular de ensino. Sílvia de Fátima Pilegi Rodrigues, Universidade Federal de Mato Grosso/Campus de Rondonópolis.
Em 2006 desenvolvemos uma pesquisa acerca das condições ofertadas para a inclusão de alunos surdos em escolas regulares do sistema público de ensino de Rondonópolis-MT. Nessa atividade participaram dez acadêmicos do 3º ano do curso de Pedagogia que coletaram dados em seis escolas. Foram observados o trabalho de professoras e intérpretes de sete salas de aula e o desempenho de oito alunos surdos. Verificamos que somente três estudantes sabiam a Língua Brasileira de Sinais, o que facilitava a comunicação, a socialização e a aprendizagem dos conteúdos. Os outros cinco não sabiam LIBRAS, estavam aprendendo em sala de aula, com o auxílio de intérpretes, e usavam códigos de comunicação elaborados por eles próprios em contato com os colegas e suas famílias. Apresentaremos algumas alternativas utilizadas por professoras e alunos no cotidiano da sala de aula e os obstáculos enfrentados pelos surdos que se deparam com um duplo desafio: aprender a ler e escrever em português e, ainda, aprender LIBRAS. (Palavras-chaves: educação de surdos, inclusão escolar, Língua Brasileira de Sinais)
9. Escola/classe hospitalar x escola/classe regular: diálogos. Tyara Carvalho de Oliveira, Pós-Graduação do curso de Educação Inclusiva da Universidade Candido Mendes/RJ; Amélia Escotto do Amaral Ribeiro, UERJ/FEBF e INES.
Esse estudo tem como objeto de investigação as articulações entre a pratica pedagógica em classes hospitalares em suas articulações com a escola/classe regular. Parte-se do pressuposto de que embora haja um certo desconhecimento sobre essa modalidade da Educação Especial denominada de Classe Hospitalar, varias políticas publicas afirmativas sobre inclusão foram elaboradas, contemplando essa modalidade de inclusão. Porém observa-se uma lacuna em termos de estudos que se ocupem com a explicitação das interfaces entre a pratica pedagógica escolar e o trabalho pedagógico em ambiente hospitalar. Estudos sobre a validade do atendimento da classe hospitalar (Fonseca, 1996; Fonseca e Ceccim, 1999) mostram não só os benefícios para o desenvolvimento e aprendizagem das crianças como também na diminuição do tempo de internação hospitalar. Outro fator que contribui para essa validade e a possibilidade de se detectar dentre as crianças que freqüentam a classe hospitalar aquelas que apesar de estarem em idade escolar, já abandonaram ou nunca foram à escola regular. (Palavras-chaves: Educação Especial, Classe Hospitalar, Prática pedagógica, Escola regular)

SESSÃO III
Coordenação: Manuela Cunha de Souza
Dia: 11/07/2007, das 14 às 17 horas

1. Saberes e significações imaginárias de uma alfabetizadora deficiente visual, Biviane Moro de Oliveira, Mestranda em Educação na Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS.
Este trabalho constitui-se em uma investigação que está sendo realizada com uma professora alfabetizadora cega que trabalha com alunos também cegos. Esta educadora possui uma trajetória de vida atravessada por várias questões como: a conquista da independência; ser mulher; escolha de ser professora e trabalhar com crianças também cegas. Desta forma, tenho como objetivo investigar os saberes construídos em sua trajetória de vida, suas significações imaginárias em relação ao ensinar e ao aprender e como estas estão relacionadas com a construção de seus saberes docente. Para o alcance desse propósito, essa investigação caracteriza-se por uma abordagem qualitativa onde utilizo o método biográfico história de vida, (Abrahão, 2004). Como aporte teórico utilizo autores como: Castoriadis, 1982; Tardif, 2002; Nóvoa, 1992; entre outros. Este estudo está em andamento, mas já tem alguns resultados; esta professora alfabetizadora valoriza a leitura e a escrita como importantes ferramentas na construção da autonomia da pessoa cega e transmite isto para seus alunos. (Palavras-chave: Alfabetização; Saberes; Imaginário Social)
2. Causas das dificuldades na leitura e escrita. Elsa Midori Shimazaki, Lucilia Varnaschi de Oliveira, LucyanneCecília Dias Goffi e Nerli Nonato Ribeiro Mori. Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá-PR.
A pesquisa em andamento objetiva-se estudar, em alunos apontados como com dificuldade na aquisição da leitura e escrita as suas causas. Hipotetizou-se que tais dificuldades eram apresentadas por falta de habilidades que antecedem essa aquisição. Após estudos bibliográficos, fundamentados no pressuposto sócio-interacionista, a pesquisa será levada a efeito com 10 alunos de 8 anos de idade, sendo 5 do sexo masculino e 5 feminino, com dificuldade de aprendizagem na leitura e escrita, que estudam no segundo ano de ciclo básico de alfabetização em uma escola pública no Norte do estado do Paraná. Esses alunos freqüentaram o último ano da educação infantil e primeiro ano na mesma escola. Por meio da avaliação pedagógica, constatou-se que os alunos apresentam falhas quanto às habilidades que promovem a aquisição da leitura e escrita. Sugeriu-se que os sujeitos da pesquisa freqüentassem sala de recursos para complementar à aprendizagem, e que nesse atendimento fossem priorizados os trabalhos com as habilidades de pré-leitura, tais como: discriminação e reconhecimento visual e auditivo. Orientação espaço-temporal, lateralidade, atenção seletiva, oralidade, diferenças entre letras e símbolos e consciência fonética. Espera-se que a partir do trabalho pedagógico os alunos apropriem-se da leitura e escrita, bem como das suas práticas sociais. (Palavras-chaves: Dificuldade de aprendizagem, leitura e escrita, sala de recursos; pré-leitura)
3. O uso das tecnologias de informação e comunicação na formação de pessoas com paralisia. Cerebral (pc). Karen Caroline Rodrigues Gonçalves, Natália Rodrigues Dejavite, Simone Moro da Silva Rocha, UNESP/FCT, campus de Presidente Prudente/SP.
Com o grande avanço do mundo moderno em torno das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), tornasse mais que necessário que todos possuam competências básicas para manuseá-las e reconheçam o papel (quase que fundamental) que exerce em nossa atual sociedade. Partindo deste pressuposto, este trabalho visa demonstrar, por meio de observações realizadas no Núcleo de Educação Corporativa (NEC) da UNESP - Presidente Prudente, como se dá a alfabetização, desenvolvimento social, cognitivo e digital de pessoas com necessidades especiais, cujo diagnóstico é Paralisia Cerebral, através do uso da informática, de maneira adaptada a cada especificidade e como ferramenta auxiliar no processo inclusivo e educacional. (Palavras-chave: Inclusão, Paralisia Cerebral, Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC))
4. Leitura musical na ponta dos dedos: práticas e desafios da educação musical inclusiva. Fabiana Fator Gouvêa Bonilha - Instituto de Artes / Unicamp; Claudiney Rodrigues Carrasco - Instituto de Artes – Unicamp.
Essa comunicação visa problematizar aspectos referentes ao ensino da leitura e escrita musical em Braille. Parte-se do pressuposto de que o acesso à notação musical é um fator essencial para a inclusão de pessoas com deficiência visual no campo da Música. Mediante a utilização de uma abordagem qualitativa, baseada no método do Discurso do Sujeito Coletivo proposto por Lefèvre (2003) buscou-se apreender a percepção de estudantes de Música com deficiência visual e de seus respectivos professores acerca das condições atuais do ensino da Musicografia Braille. A partir desse estudo, concluiu-se que alunos e professores reconhecem a importância do aprendizado da notação musical por parte das pessoas cegas, mas apontam para uma escassez de meios e recursos que facilitam o acesso a esse código.
Palavras-chave: deficiência visual; musicografia Braille ; educação musical
5. Biblioteca escolar e o atendimento a alunos deficientes visuais. Ilane Coutinho Duarte Lima - Biblioteca Municipal Adelpho Poli Monjardi; Rosany Azeredo, UNICES - Instituto Superior de Cultura Capixaba.
Objetivando ampliar as possibilidades de inclusão dos alunos deficientes visuais no ambiente escolar, elaborou-se este estudo visando analisar a relação da biblioteca escolar com os mesmos. Com esse estudo pretende-se coletar informações que poderão orientar à escola a implementar ações de modo que a biblioteca ofereça aos alunos com deficiência visual tratamento igualitário, porém com atendimento diferenciado em situações que favoreçam o seu desempenho escolar e a sua inclusão social. (Palavras Chave: Biblioteca Escolar; Deficiente Visual; Inclusão Social)
6. O USO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TICS) NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DAS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS (PNEs). Liliane da Silva Santos, Elisa Tomoe Moriya Schulunzen, Faculdade de Ciências e Tecnologia – UNESP – Presidente Prudente/SP.
O presente artigo apresenta a pesquisa que busca analisar as mudanças significativas no processo de ensino–aprendizagem das Pessoas com Necessidades Especiais (PNEs) no uso das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s), que favorecem a independência dos alunos, permitindo maior acessibilidade à informações e a construção de novos conhecimentos. As etapas desta pesquisa buscam reconhecer as diferenças e potencializar as capacidades de cada aluno, verificando o desenvolvimento de sua aprendizagem, desde o contato com o computador até as suas próprias criações. Os resultados preliminares, da pesquisa em desenvolvimento, demonstram que as iniciativas de inclusão social e digital através das TICs contribuem significativamente com a aprendizagem das PNEs. (Palavras-chaves: Tecnologias de Informação e Comunicação, Inclusão Social e Digital, PNEs)
7. As relações entre ledores voluntários e leitores cegos: subjetividades mediadas. Luciene Maria da Silva, Programa de Pós-Graduação em Educação e Contemporaneidade – Universidade do Estado da Bahia / UNEB.
A comunicação proposta tem como objetivo apresentar resultados parciais de uma pesquisa em desenvolvimento utilizando o método da História Oral, para entender as motivações dos sujeitos envolvidos na posição de ledores voluntários e leitores cegos, destacando suas interações no âmbito da leitura: a doação da palavra, o dizer, a comunicação, o empréstimo/recepção da voz e seus significados em determinadas circunstâncias. Algumas questões que nos guiam são: Quais as motivações dos ledores, alguns atuando por décadas, formando pessoas, informando e tecendo relações? Como se dão as preferências de leituras para ledores e leitores? Como se constituem as interações mediadas pela leitura? Que vozes o texto faz circular neste espaço? Como se processa o entendimento, nessa relação, da palavra e do texto sob sonoridade? Todos os depoimentos estão sendo filmados em meio digital com a finalidade de construir um filme documentário. Para essa discussão nos referenciamos principalmente em Larrosa, Manguel, Chartier, Bosi, e Bueno. (Palavras chaves: leitura, deficiência visual, ledor voluntário, leitor cego)
8. A leitura além da visão: (re)construindo histórias, entrecruzando leitores. Manuela Cunha de Souza, Universidade do Estado da Bahia - BA
A presente comunicação aborda conceitos referentes à leitura e o leitor, fazendo uma reflexão sobre o leitor-ouvinte deficiente visual. São (re) construídos os primeiros traços da trajetória de vida de dois sujeitos não-videntes observando sua relação e adaptação com a cultura letrada, verificando o percurso que eles atravessam ao transitar no mundo da escrita através da escuta. Como um sujeito que não pode enxergar é um leitor? Quais os seus ritos de leitura? Quais os obstáculos enfrentados e ultrapassados (ou não) ao longo de seus caminhos como leitores? Essas e outras perguntas são abordadas neste artigo visando compreender como se dá o processo de formação do leitor-ouvinte. Além disto, refere-se também a elementos teórico-metodológicos que fundamentam o projeto Olha Oblíquo: formação do leitor literário, como a abordagem autobiográfica e a entrevista narrativa. (Palavras-chaves: Leitor, Leitura, Deficiente visual, Memória)
9. Políticas públicas inclusivas, formação docente e educação infantil: na rede municipal de Maringá. Sandra Salete de Camargo-Silva, Universidade Estadual de Maringá-Pr e Áurea Maria Paes Leme Goulart, Universidade Estadual de Maringá-Pr.
A educação é direito de todas as crianças. A universalização do acesso e a permanência na escola estão longe de ocorrer. Discute-se aqui, a formação em serviço dos professores dos centros municipais de educação infantil de Maringá frente ao atendimento de crianças com necessidades educacionais especiais, no contexto das políticas públicas inclusivas. Foram analisados: o processo de incorporação da educação infantil municipal pela secretaria da educação, as políticas públicas municipais e as propostas de formação em serviço efetivadas por essa instituição no período compreendido entre 2001 a 2004. Dessa forma ressalta-se temas importantes e necessários para o atendimento às crianças com necessidades educacionais especiais que precisam ser estudados pelos professores. (Palavras-chave: Políticas Públicas Inclusiva; Educação Infantil; Formação de Professores; Rede Municipal de Maringá)

SESSÃO IV
Coordenação: Ana Paula Hamerski Romero
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00

1. Projetos para construção de uma mentalidade inclusiva. Aliene Araújo Villaça - Universidade Federal de Minas Gerais.
O grupo de estudos de educação inclusiva e necessidades educacionais especiais - GEINE da Faculdade de Educação/ UFMG, tem por objetivo desenvolver estudos, pesquisas e eventos sobre a inclusão de pessoas com necessidades especiais na escola e no trabalho. O grupo busca criar espaços de discussão sobre a Inclusão no meio acadêmico. Seus participantes atuam desde 2002, em ações relacionadas à inclusão da pessoa com necessidades especiais na escola comum, visando o desenvolvimento de suas potencialidades e sua inserção social plena. Atividades como ciclo de palestras, oficinas e pesquisas foram desenvolvidas até a presente data. Esta comunicação vem socializar os resultados obtidos pelo grupo e busca estabelecer novos diálogos sobre o tema. (Palavras – chave: educação inclusiva, formação de professores, deficiências)
2. A educação para todos e a inclusão escolar: o que propõem as agências internacionais? Ana Paula Hamerski Romero, Secretaria Municipal de Educação - Cascavel. Amélia Kimiko Noma, Universidade Estadual de Maringá.
O objetivo deste trabalho é desarmar as armadilhas do ideário neoliberal elaborado e disseminado pelas instituições internacionais, explicitar a distinção entre a inclusão educacional e a inclusão social e fazer a crítica do discurso que fomenta a crença de que a inclusão social pode ser alcançada apenas pela inclusão escolar. Defende a inclusão educacional das pessoas com deficiência como um direito inalienável de todos ao conhecimento historicamente acumulado. Entretanto alerta que empunhar essa bandeira, no sentido de concebê-la como solução às situações de desigualdade e exclusão social, é olhar o problema dessa desigualdade associada somente à questão do acesso escolar, o que redunda em modo reducionista de compreender os fundamentos estruturais dessa desigualdade. (Palavras-chave: Educação pública. Inclusão escolar. Pessoas com deficiência, Política educacional. Agências internacionais)
3. Desconstruíndo velhas armadilhas: o que sabem as famílias das pessoas com necessidades especiais sobre as políticas públicas de inclusão. Lenise Maria Ribeiro Ortega, Centro Universitário Newton Paiva, e Warlei Torezani, Centro Universitário Newton Paiva.
Esta pesquisa, realizada no município de Belo Horizonte, Minas Gerais, objetivou identificar o conhecimento que as famílias das pessoas com necessidades especiais têm sobre as políticas públicas inclusivas. A hipótese de que as famílias das pessoas com deficiência não participam dos espaços de fomento dessas políticas de inclusão, logo desconhecem, na totalidade, a rede de atendimento e serviços que o Poder Executivo Municipal disponibiliza, se confirmaram nos dados coletados. Em conseqüência, há um comprometimento na garantia e na melhoria da qualidade de vida das pessoas com deficiência. Nesta perspectiva, é essencial que o exercício social dos gestores de políticas públicas esteja sustentado por uma rede de ações, com foco na divulgação dos serviços oferecidos e na conscientização da participação das pessoas nos espaços de fomento. (Palavras-chaves: Política de Inclusão; Educação Inclusiva; Política Pública)
4. Estudo Comparativo do Conceito de Inclusão nas Áreas de Humanas e Exatas no Ensino Superior. Orientação: Profa. Maria Cristina de Oliveira Regina (Cepre/FCM/ Unicamp). Auxiliares: Fernanda Camões, Natália Guedes. (Psicologia/Puc-Campinas). Colaboração: Aline Bianchini, Paula Prete e Vanessa Bossi.
Os docentes da área de humanas de Universidade Particular da região de Campinas tendem a enfatizar o exercício da cidadania e o acesso a direitos, bem como oportunidades para tal, com igualdade de condições quando se remetem ao conceito de Inclusão. Já os docentes da área de exatas, particularmente Arquitetura, consideram mais detalhadamente aspectos da acessibilidade no sentido espacial e físico, ou, como no caso dos docentes de química e alguns de engenharias, limites objetivos na utilização de laboratórios, devido a riscos decorrentes da manipulação de materiais. O restante também destacou aspectos apontados por docentes de humanas, como a efetiva participação do deficiente no âmbito educacional e social. Os docentes da área de humanas também citam acessibilidade, porém, de forma mais genérica. Palavras chave: Inclusão Social, Inclusão Educacional, Pessoas com Deficiência, Educação, Ensino Superior.
5. Políticas públicas de inclusão: um estudo sobre a trajetória histórica da educação especial em Diadema. Rosângela G. Prieto – USP (EDA), Marli Vizim - Fundação Santo André e Pref. Mun. Diadema; Ligia C. B. Sernagiotto - Fundação Santo André; Elisabeth N. K. Cacalano - Fundação Santo André.
Neste estudo sobre políticas públicas de educação inclusiva, objetivou-se resgatar, registrar, sistematizar e analisar a evolução histórica da educação especial em Diadema. Os resultados foram alcançados pela análise documental de informações extraídas de fontes legais, somadas as orientações e a conteúdos extraídos de relatórios. Essas informações completaram-se com entrevistas realizadas com gestores e professores. O município destacou-se pela organização de uma política de atendimento assentada em dados do Censo da Pessoa Deficiente (1994/1996), por sua forma democrática de atender às demandas existentes, por sua premiação pelo atendimento em educação especial pela Fundação Getúlio Vargas entre outros aspectos, bem como por criar e manter um conjunto de recursos e serviços especializados composto por: uma escola de educação especial para alunos com deficiência auditiva e um centro de apoio especializado, com salas de recursos e apoio pedagógico, assim como um serviço de professores itinerantes, que proporciona apoio aos professores das classes regulares de educação infantil e de ensino fundamental. (Palavras Chave: educação especial, políticas públicas, Diadema)
6. (Des) caminhos da educação de pessoas com deficiência no brasil: um estudo de caso. Sabrina Trica Rocha, Mestranda em Educação pela UFF - Universidade Federal Fluminense, Niterói, RJ.
O presente trabalho teve por objetivo analisar os processos sociais em que se inserem as atuais Políticas Públicas acerca da educação de pessoas com deficiência no Brasil. Para tal, primeiramente, é traçado um panorama histórico: (i) das principais propostas destinadas a atender a esse grupo social, também designado como tendo “necessidades educacionais especiais”; bem como (ii) da legislação a respeito do tema; e (iii) das Políticas Públicas de Educação para a inclusão escolar de pessoas com deficiência. Em seguida, após discutir sobre o desenvolvimento do processo de construção da cidadania, dialoguei — com base no trabalho de campo realizado em uma Escola Pública Regular do Município do Rio de Janeiro — com a bibliografia sobre o tema, problematizando questões relacionadas ao movimento em processo que preconiza e defende a educação Inclusiva e seus pressupostos sócio-históricos e educacionais. (Palavras-chave: Políticas Públicas em inclusão escolar de pessoas com deficiência; Educação Inclusiva; Cidadania)
7. Na primeira pessoa. A voz das pessoas com deficiência na construção de políticas públicas sociais. Shirley Silva – SME de Campinas / CEPPPE – USP.
Podem-se construir indicadores de políticas públicas sociais por meio de depoimentos do cotidiano das pessoas com as ações decorrentes destas políticas? Esta pergunta orientou o desenvolvimento de um trabalho que priorizasse o cotidiano e a vivência de pessoas com deficiência na e com a cidade. Escolas, ônibus, parques, lazer, centros de saúde, ruas, trabalho, pessoas ... A preocupação com um atendimento mais digno e abrangente às pessoas com deficiência motivou que pesquisadores da FEUSP e da Secretaria Municipal de Educação de Campinas (SME) estabelecessem convênio visando pesquisar e atuar sobre a questão. Construíram-se dois grandes produtos referenciais para o planejamento por parte do Poder Público de ações para essa parcela da população, “marginalizada”, dos processos educacionais, culturais e produtivos da sociedade: a construção de uma metodologia de análise qualitativa das políticas públicas postas em ação para pessoas com deficiência e a produção de seis vídeos-documentários com roteiros criados a partir de seus cotidianos. (Palavras Chave: Educação – Deficiências – Políticas Públicas – Vídeos-Documentários)
8. Como criticar a normalidade lendo textos acadêmicos sobre deficiência. Ubiratan Garcia Vieira, IEL-UNICAMP.
A leitura dos textos acadêmicos marca a inserção do pesquisador universitário no contexto social. Embora muitos pesquisadores universitários ignorem as implicações sociais do conhecimento que produzem, ou desconheçam a forma como este reflete os valores sociais do contexto no qual sua prática se insere, sua participação na vida social é a medida da leitura dos seus textos no espaço público. Tendo em vista o atual contexto em que o discurso sobre deficiência participa cada vez mais para a constituição de identidades políticas, proponho que reflitamos sobre o valor social da normalidade do corpo, valor que se faz presente nos textos acadêmicos sobre deficiência. Nesta comunicação, pretendo contribuir com essa reflexão apresentando a solução proposta por Lennard Davis (1995, 2002) na leitura que faço de alguns textos acadêmicos sobre déficits de comunicação. (Palavras-chave: discurso sobre deficiência; linguagem e identidade; normalidade do corpo; déficits de comunicação)
9. Políticas universais e ações afirmativas no âmbito municipal – dez anos do Centro de Vida Independente de campinas – 1997-2007. Vinicius Gaspar Garcia, Instituto de Economia, Universidade Estadual de Campinas.
Esta comunicação tem por objetivo complementar e aprofundar uma reflexão anterior do autor (Garcia, 2004) em que, ao descrever a experiência de formação do Centro de Vida Independente de Campinas (CVI/Campinas), uma ONG gerida pelas próprias pessoas com deficiência, buscamos dar ênfase a um processo de mobilização política que desvincula-se da simples oposição entre políticas universais versus ações afirmativas. Esse caminho não foi previamente estabelecido, mas construiu-se na dinâmica de participação e enfrentamento político dos temas relacionados à deficiência. Em grande medida, a criação do Conselho Municipal de Atenção à Pessoa com Deficiência e Necessidades Especiais (CMADENE – Lei 10.316/99), com participação dos membros do CVI/Campinas, estimulou uma série de debates que servem de subsídio para esta comunicação. (Palavras chaves: pessoas com deficiência; políticas públicas; mobilização política)

SESSÃO V
Coordenação: Rubens Batista da Silva
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00

1. Novos debates, velhas questões: algumas mudanças na formação docente. Aline Schmidt, Dariane Carlesso e Elisete Medianeira Tomazetti - Universidade Federal de Santa Maria (UFSM/RS).
Este trabalho resulta da investigação sobre a nova organização dos cursos de licenciatura de treze Instituições de Ensino Superior (IES) do estado do Rio Grande do Sul frente a implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores (DCNs). A pesquisa foi realizada através de entrevistas com pró-reitores de graduação das IES, procurando compreender as dificuldades e a situação vivida pelos cursos de licenciatura naquele momento. Destacamos que todas as instituições passaram por reformulações após a promulgação das DCNs e que a maioria compreende necessitar de reestruturações e adequações. A relação entre teoria e prática ainda apresenta-se como a questão chave do processo de mudança, carecendo de maior clareza e definição como indicam as falas dos entrevistados. (Palavras-chaves: Formação de Professores; DCNs; teoria e prática)
2. Um indício de risco à aprendizagem a partir da razão: a gênese da exclusão. Antônio dos Reis Lopes Mello – doutorando em educação, UNESP de Marília. Professor na UNIMAR. Diretor de Escola da EE Profa. Maria Stella de Cerqueira César.
O texto apresenta uma reflexão da aprendizagem na história da educação, observando-a na civilização primitiva, na Idade Antiga, na Idade Moderna e na Contemporânea. (Gal, 1989). Mostra que a razão proporcionou os avanços científicos, culturais, mas não consolidou as utopias do homem moderno (Adorno; Horkheimer, 1985). A concepção de educação esteve associada a uma razão a partir da antiguidade, proporcionando o surgimento de novos modelos de educação, por conseguinte a subjetividade e a concepção de aprendizagem (Piaget, 1987). As complexidades que se constatam nos avanços teóricos conferem à aprendizagem um novo status no processo educacional (Becker, 2001), mas necessariamente não resolve seus problemas, como garantir a aprendizagem a todos (Mantoan, 2003). Tem-se como conclusão que elementos que promovem a exclusão estão contidos no processo civilizatório, vinculados à própria razão, determinando práticas de ensino. (Palavras-chaves: razão, aprendizagem, exclusão, filosofia da educação)
3. A relativização dos valores morais: como ex-presidiários educam seus filhos? Jehu Vieira Serrado Júnior - Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciência Tecnologia - FCT/UNESP – campus de Presidente Prudente e Ana Lúcia Espíndola - Departamento de Educação da UFMS, campus de Três Lagoas - MS.
Este artigo é o resultado do Trabalho de Conclusão do Curso de Pedagogia, o qual tem por objetivo compreender a forma como dez internos do Estabelecimento Penal de Regime Semi-Aberto de Três Lagoas foram educados e de que maneira estes pretendem educar seus filhos. Utilizamos como fonte para a coleta de dados um questionário que foi aplicado a sentenciados que não apresentassem problemas mentais e que tinham filhos. Optamos pelo regime semi-aberto porque nele os internos têm a oportunidade de estar liberados, das 06h às 19h, podendo assim acompanhar o desenvolvimento da educação de seus filhos. Nos limites deste trabalho apresentaremos os resultados da pesquisa e as considerações da análise abordada. (Palavras-chaves: educação familiar, paradigmas sociais, encarceramento, reflexos da prisão)
4. À contradição “inclusão/exclusão” a luz das reivindicações. Maria Aparecida Muccilo - Metrocamp e PUCC – Campinas – SP. Christiane Bellorio Gennari de A. Stevão, UNICAMP – Campinas – SP .
Esta comunicação visa a compartilhar nossas experiências em dezesseis escolas de Campinas. Pautaremos à contradição “inclusão/exclusão”, considerando a realidade atual de degeneração do modelo capitalista e da acelerada destruição das forças produtivas, o que determina a possibilidade de acesso aos bens historicamente acumulados. À contradição entre trabalho e capital que se expressa na produção social e na apropriação privada dos bens culturais. Discutiremos indicadores da organização do processo de trabalho pedagógico a luz das reivindicações dos trabalhadores e, sua organização em um programa de transição na perspectiva da alternativa de projeto histórico socialista. (Palavras chaves: inclusão, exclusão, reflexão)
5. Políticas públicas municipais: os conselhos escolares como instrumento de gestão democrática e formação da cidadania. Maria Cecília Luiz e Celso Conti - UFSCar.
No Brasil, leis federais, estaduais e municipais consagram o princípio da “gestão democrática”, contudo é preciso verificar como ele tem sido traduzido na prática. Nessa perspectiva, estamos realizando um trabalho que se propõe investigar o conselho de escola como instrumento de participação da comunidade na gestão escolar, no sistema municipal de ensino de São Carlos/SP. Para tanto, centramos nosso foco no funcionamento do conselho e na caracterização do perfil dos conselheiros, que envolve análise de dados recolhidos por meio de fontes documentais (atas das reuniões de conselho, fichas cadastrais dos alunos, professores e funcionários), observações diretas das reuniões dos conselhos e entrevistas/questionários, como instrumentos auxiliares. Para além dessas formas de coleta de dados, organizamos, em 2006, um curso de formação continuada para os conselheiros (diretores de escola, professores, funcionários, pais e alunos), em parceria com a Secretaria Municipal de Educação e Cultura – SMEC. Ele nos permitiu registrar depoimentos de vários conselheiros das escolas municipais, que indicavam importantes obstáculos ao funcionamento democrático do conselho de escola. Com isso, foi possível intervir nas políticas públicas, propondo ações voltadas à superação de alguns desses obstáculos, como a modificação do decreto municipal que regulamenta o funcionamento dos conselhos escolares e ofertas regulares de cursos de formação para os conselheiros. Cabe salientar que o curso de formação, da maneira proposta, tem um importante cunho social, uma vez que os conselheiros (sobretudo pais e alunos) se apropriam de certos conteúdos úteis em outras esferas da vida, como cidadãos (por exemplo: conhecimento de legislação, do funcionamento da administração pública, dos direitos e deveres; desenvolvimento de capacidade de interagir socialmente em grupos de discussão). (Palavras-chaves: conselho escolar, gestão democrática da escola, sistema municipal de ensino, políticas públicas)
6. Qualidade da Educação: A Gestão Municipal. Maria Marta Lopes Flores e Fernanda Belo - Professoras do Curso de Pedagogia - UFG / CaC . Catalão – Go.
Esta pesquisa procura analisar o ensino do município de Catalão no sentido de dar significado amplo do que seja a qualidade da educação. Portanto, a discussão sobre qualidade da educação implica o mapeamento dos diversos elementos necessários para qualificar, avaliar e precisar a natureza, as propriedades e os atributos desejáveis ao processo educativo, tendo em vista a produção, organização, gestão e disseminação de saberes e conhecimentos fundamentais ao exercício da cidadania. Com a descentralização do ensino que ocorreu em nosso país a partir da década de 1980, os municípios passaram a ser responsáveis diretos pela qualidade da educação municipal. (Palavras-chave: descentralização, qualidade da educação, município, gestão)
7. O ensino fundamental de nove anos: concepções e práticas de alfabetização. Patrícia de Fátima Rodrigues Marcon – UEPG - Ponta Grossa - PR.
Este estudo faz parte da pesquisa de Mestrado cujo objetivo foi analisar as representações sociais de professores e gestores escolares sobre a exclusão escolar. O contexto deste estudo foi marcado pela mudança da forma de organização, da primeira fase do ensino fundamental, do sistema seriado para o regime de ciclos de aprendizagem, com a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos. A política educacional implementada pelo município reorganizou a estrutura escolar e mexeu com as concepções docentes sobre o processo ensino-aprendizagem, principalmente em relação à alfabetização. (Palavras-chaves: política educacional, exclusão escolar, ciclos de aprendizagem, alfabetização)
8. Transdisciplinaridade em correção de fluxo de alunos com necessidades especiais. Rubens Batista da Silva, Dalva Amaral e Sara Martins Franco Bueno, EMEF ”Pe. Leão Vallerie” Campinas - SP.
Este trabalho visa a divulgar a experiência educacional proposta por professores da Rede Pública de Ensino obtida junto a alunos adolescentes com necessidades especiais não diagnosticadas por junta multidisciplinar de uma quinta série do ensino fundamental de uma escola da periferia de Campinas que foram envolvidas num projeto de correção de fluxo etário objetivando uma melhor integração dos alunos de uma mesma faixa etária (Arroyo, 2000) com uso de um currículo diferenciado/integrado de caráter transdisciplinar (Hernandez, 98) em busca da autonomia pessoal e pedagógica (Freire, 96). Os resultados foram avaliados com base em entrevistas e questionários de caráter qualitativo com resultados positivos onde alunos afirmaram estar acompanhando os conteúdos regulares da 7ª série e sentirem-se afeiçoados aos colegas de sala proeminentes da 6ª série regular. (Palavras Chave: transdisciplinaridade, currículo, necessidades especiais)
9. O olhar da escola sobre as ações colaborativas com a universidade na formação continuada: efeitos na constituição do educador pesquisador. Sonia Fátima Leal de Souza E. M. “São João” Três Lagoas – MS.
O presente trabalho visa a compartilhar uma experiência de formação continuada vivida pelos educadores e alunos de uma escola no município de Três Lagoas – MS. As ações pedagógicas que vem sendo desenvolvidas em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, partem de um projeto de extensão em andamento, que intitulado “Apoio Pedagógico na Busca da Inclusão” por meio de ações de colaborativas entre os seus sujeitos. Pretende-se neste relato apresentar o olhar da Escola São João sobre estas ações de cooperação que propõem criar espaços coletivos de estudo, reflexão e formação continuada. As atividades possuem como eixo central a busca da inclusão - tarefa tão necessária à escola para caminhar na direção de uma sociedade plenamente democrática e a superação da dicotomia existente entre teoria e prática pedagógica. (Palavras - chave: Ações Colaborativas, Formação Continuada, Teoria e Prática, Visão da Escola)

SESSÃO VI
Coordenação: Eliane Cleide da Silva Czernisz
Dia: 12/07/2007, das 09:00 às 12:00

1. Ensino médio e profissional no contexto da globalização: as recomendações da UNESCO. Eliane Cleide da Silva Czernisz. Universidade Estadual de Londrina.
Neste trabalho analisamos o ensino médio e profissional brasileiro a partir de 1990. O ponto de partida é o questionamento da política educacional para esse nível e modalidade de ensino construída e proposta no contexto de globalização e de reestruturação produtiva com base numa visão consensual cujos objetivos vislumbram a adequação da educação ao desenvolvimento econômico. O estudo toma por base análise e discussão de documentos da Unesco cujas recomendações tem influenciado os rumos das políticas para a educação em países da América Latina e Caribe. Questionamos: Que recomendações são feitas para a educação e quais suas repercussões? Os dados preliminares apontam para uma educação adaptada ao atual contexto econômico, questão que merece discussões e estudo aprofundado se pretendemos educar para a transformação social. (Palavras-chave: Políticas Públicas. Unesco. Ensino Médio e Profissional)
2. O percurso de inclusão das creches privadas ao sistema municipal de ensino do rio de janeiro. Aurélia Blanco Blanco, Célia Márcia do Nazareth Ferreira, Fátima Terezinha Spala (SME/RJ).
Este relato apresentará a experiência do trabalho que vem sendo desenvolvido junto às 166 Creches privadas que possuem convênios de apoio financeiro com a Prefeitura do Rio de Janeiro formalizado pela Secretaria Municipal de Educação para atendimento a 14.000 crianças. Considerando o campo das políticas públicas de Educação, o Departamento Geral de Educação, por meio do seu Departamento de Regularização Escolar vem sendo desafiado a assumir a formação e a educação de seus pequenos cidadãos para além dos limites da Rede Municipal de Ensino, responsabilizando-se pela gestão da aplicação correta da verba pública e buscando comprometer-se com uma educação, que baseada em procedimentos sociais, reconheça na Cidade o local onde os meninos e meninas se descubram como sujeitos identificados à cultura carioca. (Palavras- Chaves: Cultura - Políticas Públicas de Inclusão -Educação Infantil)
3. Proposta de Análise de Discurso: Projeto Incluir do Sistema de Ensino Estadual de Minas Gerais. Filomena Maria Meinberg Marinho Rodrigues.
O presente trabalho se propõe analisar o lema do Projeto Incluir - do sistema de ensino estadual de Minas Gerais - materializado na seqüência lingüística que se segue: “Escola igualitária, solidária e sem preconceitos”. O Projeto Incluir declara que virá atender as peculiaridades e as necessidades dos alunos com necessidades especiais, garantindo reais oportunidades de acessibilidade, respeitando, eventualmente, sua identidade enquanto minoria lingüística etc. Buscamos na teoria da Análise do Discurso, o embasamento metodológico para esta proposta de análise que considera o discurso como lugar de encontro da materialidade lingüística e a materialidade histórica (ideologia) (Orlandi,1999). Sabendo que o sentido é constituído no interior da produção discursiva, trabalharemos a relação resultante entre esta materialidade lingüística - organizada por mecanismos que a configuram numa materialidade discursiva - e suas condições de produção, i.e., as condições históricas e sociais que possibilitaram a produção deste discurso e que gera(ra)m determinados efeitos de sentido a ele correspondentes. Isso se remete a Michel Pêcheux, que propôs elaborar um método de análise que levasse em conta as condições sócio-históricas de produção de um discurso como parte constitutiva de seu sentido. (Palavras-chaves: inclusão social, análise do discurso, sujeito, sentido)
4. Educação em direitos humanos: um caminho necessário. Heyde Aparecida Pereira de Jesus; Tânia Suely Antonelli Marcelino Brabo – Universidade Estadual Paulista – Faculdade de Filosofia e Ciências – Campus de Marília/SP. FAPESP.
Nesta comunicação apresentam-se resultados parciais de um estudo de caso etnográfico, nos moldes de pesquisa qualitativa, acerca da concepção das educadoras e demais atores envolvidos na escola sobre a educação em direitos humanos, para a cidadania e a democracia. Após a Constituição de 1988, a educação em direitos humanos tornou-se tema central da política de Estado, tendo por objetivo contribuir para a edificação de uma sociedade alicerçada nos princípios éticos da justiça, da liberdade, da solidariedade e do respeito às diferenças. Até o momento, a abordagem etnográfica tem permitido conhecer o dia-a-dia da escola dando visibilidade a sua identidade e tornando possível perceber como seus valores influenciam na construção da identidade dos alunos (as), futuros cidadãos (ãs). (Palavras-chaves: educação; direitos humanos; cidadania)
5. As armadilhas da globalização hegemônica: seus impactos sobre a educação infantil e o ensino fundamental. Maria Leila Alves, Universidade Metodista de São Paulo.
Este estudo, com profissionais da educação infantil e primeiro segmento do ensino fundamental, é parte da pesquisa “Globalização e Educação”, que os Institutos Paulo Freire vêm desenvolvendo em dezoito países, para avaliar os impactos da globalização hegemônica nos sistemas nacionais de educação em seus diferentes segmentos, considerando os âmbitos das reformas educacionais, da estruturação dos sistemas de ensino, das políticas nacionais de educação e, na escola, os impactos sobre as avaliações que os docentes promovem e que sofrem; os impactos sobre o currículo, sobre a gestão escolar, sobre a relação pedagógica e, finalmente, sobre os processos de inclusão e exclusão dos alunos. Os resultados confirmam a submissão da política educacional aos interesses hegemônicos do capitalismo que nos submete internacionalmente. (Palavras-chaves: globalização hegemônica, impactos na educação, educação infantil, ensino fundamental.)
6. Gestão e os pressupostos para a formação humana nos documentos da UNESCO a partir da década de 90. Marleide Rodrigues da Silva Perrude - Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina.
A presente pesquisa centra-se no estudo das ações da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (UNESCO) e suas intervenções no Brasil. Objetiva evidenciar e analisar valores e concepções que sustentam a educação e a formação humana na sua relação com os princípios de gestão educacional. Busca-se a contextualização do atual momento do capitalismo, em sua rearticulação neoliberal e a retomada da teoria do capital humano, situando nesse contexto as políticas educacionais. Os estudos centram-se na análise dos documentos produzidos e divulgados pela UNESCO a partir da década de 90 que enfoque a educação e a formação humana como foco das intervenções. Assim, buscamos a compreensão da realidade numa perspectiva dialética, sustentada em pressupostos que levam em conta os processos históricos mais amplos, da sociedade capitalista, discutidos e refletidos na relação com os determinantes políticos, econômicos e sociais mais amplos. (Palavras Chaves – Políticas Públicas Educacionais - Gestão educacional - Formação humana - América Latina e Caribe – Unesco)
7. Perspectivas da inclusão social, econômica, educacional, cultural e política das pessoas com deficiência em Indaiatuba/SP. Rubeneide Oliveira Lima Fernandes. SABES - Secretaria Municipal da Família e do Bem Estar Social.
A presente comunicação tem por objetivo apresentar um projeto, para a realização de um Censo Municipal. Este trabalho está sendo realizado no município de Indaiatuba/SP, sob os auspícios da Secretaria Municipal de Assistência e do Bem Estar Social e COMDEFI - Conselho Municipal para Assunto das Pessoas Portadoras de Deficiência. As etapas do Projeto estão fazendo parte de um trabalho de pesquisa para avaliar o atendimento e o estabelecimento de políticas públicas voltadas para o atendimento da pessoa com deficiência. Avançamos certos aspectos do mencionado projeto, de modo que já há alguns resultados interessantes para serem socializados. (Palavras-chaves: inclusão social, pessoa com deficiência)
8. Leitura e mediação: um projeto em busca da inclusão escolar. Solange Pressatto Mattiuzzo – Colégio Anglo Itatiba e LEPEDE – PUC Campinas; Pedro Valverde Ribas – graduando em Pedagogia – Universidade São Francisco – Itatiba – SP.
O objetivo desta comunicação é a partilha e reflexão sobre um projeto de leitura junto a alunos com necessidades especiais realizado durante o período de avaliações no Colégio Anglo Itatiba. Ligado ao Núcleo de Inclusão Social do colégio (Ensinos Fundamental I e II e o Médio) a proposta em construção atende alunos com: paralisia cerebral, surdez, síndrome de Down, dislexia, visão sub-normal, entre outras. Baseando-se na legislação educacional vigente (LDB, 1996) e na perspectiva sócio-histórica (VIGOTSKI, 1984,1987) tem-se por objetivos disponibilizar signos diferenciados (mediadores) aos alunos, orientar os profissionais e os familiares envolvidos com o grupo que se constitui de 21 educandos do total de 359 alunos. (Palavras-chaves: inclusão social, pessoa com deficiência)