Após três dias de atividades, chegou ao fim o 5º Seminário Nacional “O Professor e a Leitura de Jornal”, que ocorreu na Universidade Estadual Campinas (Unicamp). O encerramento foi marcado pela conferência da psicóloga Rosely Sayão, que abordou temas ligados ao comportamento de crianças e jovens, relacionamento entre professores e alunos e a leitura no Brasil.
Os jovens da atualidade vivem uma realidade completamente diferente da vivida pelos pais. “Que geração é essa? Eles vivem em um mundo cheio de estímulos, de sons e de cores. É o mundo da supremacia da imagem”, comenta Rosely. A especialista acredita que as crianças se tornaram escravas dos próprios caprichos e diz: “Eles tem crescido com a idéia de controle remoto internalizado. Cabe a elas escolher e ficar somente com o que gostam”.
O cenário é preocupante e mostra que a liberdade dada as crianças faz com que elas criem hábitos nos quais passem despercebidas pelos adultos, que por sua vez também se tornam invisíveis. “Nós vivemos em tempo da desconstrução do conceito de infância”, afirma. O problema se agrava quando esta realidade passa a existir em sala de aula. Professores acabam cedendo e acostumando de forma errada os alunos.
A especialista aponta que a atual geração de jovens está optando pela imagem em detrimento à leitura e enfatiza: “Leitura não é hábito. Leitura é gosto”. Ela defende que o estímulo deve partir da escola e que a participação do professor é fundamental no desenvolvimento dessa atividade. “O aluno não aprende por não querer admitir que ele não sabe”, completa.
Niza Liporini que é professora aposentada pela Unesp acredita que o ponto alto da conferência foi a desmistificação de paradigmas. “A Rosely surpreende e tem um olhar diferente do cotidiano. É importante acabar com os mitos que professores, pais e mães ainda carregam”, opina.
Após o término da conferência, Rosely, que é autora dos livros “Família modo de usar” e “Em defesa da escola”, autografou suas obras.