| 01 - A invenção da cidade: leitura e leitores. Orlinda Maria de Fátima Carrijo Melo, Universidade Federal de Goiás, UFG. |
| Nesse trabalho, analisam-se as práticas e representações da leitura na cidade de Goiânia, no período de 1933 a 1959. A partir de estudos e pesquisas em livros e documentos e também das narrativas dos leitores da época sobre a transferência da capital do Estado de Goiás, da Cidade de Goiás para a nova capital, Goiânia, são levantadas algumas questões: Por onde circulava a leitura nesse período? Quem lia? Como lia? O que lia? Onde lia? Quando lia? Em que medida o material impresso (livros, revistas, jornais almanaques, folhetins) influenciava o imaginário social e o processo educativo da época? Que representações e imagens os leitores tinham da leitura? O conjunto dessas questões, tendo por base a História Cultural, levou a uma análise sobre os valores atribuídos à leitura e às instituições de leitura em uma cidade planejada e construída de acordo com os preceitos da modernidade, do progresso e da cultura urbana. (Palavras- chaves: leitura, leitores, cidade, modernidade, imaginário) |
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| 02 - A impressão e a educação. Adriana Duarte Bonini Mariguela, Universidade Metodista de Piracicaba, Unimep e Universidade Estadual de Campinas, FE-Unicamp. |
| Esta comunicação tem por objetivo analisar o movimento de impressão em Portugal do século XVI e sua relação com a produção e circulação de conhecimento. Considerando a história do impresso, o trabalho coloca em discussão os processos de produção de relações e conhecimentos que são tecidas a partir das letras. A imprensa e a prensa, desenvolvida por Gutenberg (1394-1468), adentraram mundos e possibilitaram grandes mudanças nas culturas, nas ciências e nas artes. Em Portugal, a Arte da Imprimissão, tal como era designada a imprensa, re-organizou o conhecimento, sendo de importante auxílio ao movimento de descobertas de novos mundos. Assim, a partir da experiência portuguesa, esse trabalho propõe analisar a história do impresso e da leitura articulada às relações educacionais tecidas nas armadilhas da linguagem e da cultura. (Palavras-chaves: educação, conhecimento, movimento de impressão, Portugal, século XVI) |
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| 03 - Direitos autorais e domínio público: a questão da promoção do saber. Enid Abreu, Universidade de São Francisco, USF. |
| A cultura transmitida pela escola é organizada principalmente com base em um sistema de obras - o cânone literário - indissociável da idéia de autor. Defendemos que no processo de constituição dessa idéia, na sua concepção moderna, exerceu papel importante a questão dos direitos autorais, primeiramente nascida na Inglaterra do século XVIII. Apresentamos um resumo dos argumentos levantados até então nos processos movidos pelos editores e os presentes nos debates que levaram à primeira lei de direitos autorais, o Statute of Anne, base das atuais leis de direitos autorais, com ênfase nas declarações acerca da promoção do saber. Concluímos com considerações acerca da relação dos direitos autorais com as condições da leitura pura, nos termos de Pierre Bourdieu. (Palavras-chave: direitos autorais; promoção do saber; leitura) |
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| 04 - Aprendendo a ler na floresta amazônica: o cordel como material de leitura. Henrique Silvestre Soares, Universidade Federal do Acre, UFAC. |
| Esta comunicação visa à descrição de algumas práticas leitoras realizadas no interior da floresta amazônica, especificamente, no Estado do Acre. Dentre essas práticas, privilegiaremos a leitura do cordel, herança cultural deixada pelos primeiros colonizadores nordestinos, em particular os cearenses, que instaurou e propiciou formas específicas de aquisição da leitura. Recorrendo aos suportes teóricos advindos da História Cultural, tendo Roger Chartier como referência principal e Ana Maria Galvão, no Brasil, buscaremos demonstrar a importância desse gênero para a produção e propagação de valores culturais, bem como manutenção e transmissão adquiridos a partir da relação do homem com a floresta. Para a nossa demonstração, tomaremos como exemplos duas leitoras de cordel: Maria Virgínia Mourão de Brito e Marina Silva. (Palavras-chaves: Leitura, História da Leitura, Amazônia, Cordel) |
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| 05 - Circulação e apropriação de textos orais e escritos em uma comunidade rural no Norte de Minas Gerais. Maria José Francisco de Souza, Universidade Federal de Minas Gerais, FE-UFMG. |
| Esta pesquisa, em desenvolvimento, investiga a circulação de material escrito e formas de apropriação desse material por indivíduos em práticas que envolvem leitura e escrita em uma comunidade rural no norte de Minas Gerais. A pesquisa se apóia em autores como Certeau, Chartier, Ginzburg, Bakhtin para trabalhar os conceitos de apropriação, representações e circularidade; Lahire para estudo de trajetórias de indivíduos; Hébrard, Chartier, Darnton para análises das práticas de leitura, especialmente as desenvolvidas por sujeitos considerados "novos leitores". Foram adotadas duas escalas de observação, conforme Revel (1998): uma de ordem macro focaliza as instituições igreja e escola, espaços de circulação de material escrito e de difusão de práticas de leitura e escrita na comunidade; e outra de ordem micro focaliza os indivíduos adultos da comunidade a fim de compreender modos de inserção no mundo da escrita e os usos que esses indivíduos passaram a fazer da escrita. (Palavras-chave: educação e linguagem; oralidade e escrita; novos leitores) |
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| 06 - Crônica, jornalismo e leitura: as armadilhas do impresso. Patrícia Kátia da Costa Pina, Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC,Ilhéus, Bahia. |
| Estudo da crônica enquanto instrumento de ruptura com algumas das barreiras impostas pelos donos do poder econômico e intelectual, no século XIX carioca e no início do século XX ilheense, enquanto instrumento de "educação informal e distensa"(Pina, 2002). Análise comparativa das técnicas usadas por Machado de Assis em sua crônica finissecular (Cardoso, 1998; Candido, 1998; Granja, 2000; Chalhoub, 2004;Pina, 2002; 2005; 2006), e das táticas de Sosígenes Costa, para driblar as exigências elitistas da folha em que publicou a partir de 1928 - O Diário da Tarde(Pina, 2003; Paes, 2000). Machado de Assis e Sosígenes Costa usam o jornalismo como mídia veiculadora do literário e como ferramenta de formação de gosto pela leitura, de formação de amplo público leitor para a literatura. (Palavras-chave: Crônica, Jornalismo, Leitura) |
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| 07 - Programas, Projetos e Campanhas de Incentivo à Leitura: uma visão histórica. Regina Janiaki Copes e Esméria de Lourdes Saveli, Universidade Estadual de Ponta Grossa,UEPG/PR. |
| O estudo faz parte do projeto de pesquisa, em andamento, intitulado "Políticas Públicas de incentivo à leitura: da intenção à prática efetiva - um estudo do Programa Literatura em minha casa". Este texto tem por objetivo fazer um resgate histórico dos programas, projetos e campanhas de incentivo à leitura, emanados do Governo Federal e de órgãos não-governamentais. O governo federal à partir da década de 1970 iniciou, por intermédio do Instituto Nacional do Livro, projetos de financiamento de obras literárias. Na década de 1980, a Fundação Nacional do Livro em parceria com a iniciativa privada patrocinou projetos de incentivo à leitura. O objetivo dos projetos consistia em melhorar o acervo de livros de literatura infanto-juvenil das escolas públicas e oportunizar aos alunos o acesso ao livro. Na década de 1990 foi instituído o PROLER que tem como objetivo principal coordenar, disseminar, articular, ouvir as propostas, as idéias para a dinamização de experiências na área da leitura, realizadas nas diversas regiões do País. Em 1997, o MEC em parceria com a Secretaria de Ensino Fundamental (SEF), criou o Plano Nacional de Biblioteca Escolar (PNBE) com a intenção de prover recursos diversificados para a promoção da leitura no Ensino Fundamental. Em 2001 o MEC e a SEF criaram o Programa "Literatura em Minha Casa" com o objetivo de integrar nas práticas de leitura a escola e a família. (Palavras-chave: Políticas Públicas, Leitura, Programas de incentivo à leitura) |
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| 08 - Ouvindo e estudando narrativas populares no Médio Araguaia. Vanessa Mascarenhas do Nascimento, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT e Instituto Universitário do Araguaia, UniAraguaia. |
| Este trabalho apresenta uma parte de uma pesquisa que teve como objetivo a compilação e o estudo de contos populares da região do Médio Araguaia, narrados por moradores locais. A coleta deu-se por meio de pesquisa na busca de pessoas que cultivam o hábito da narrativa oral. Em seguida, foi feita a transcrição da narrativa. Cumpridas essas etapas e a pesquisa bibliográfica, procedemos à redação do trabalho, organizado em duas partes: na primeira, fizemos um breve estudo sobre a Literatura Oral. Na segunda, fizemos um estudo para verificar se as narrativas têm um mesmo padrão. Percebemos que esses contos, assim como todos os existentes, hoje em dia, não são apenas importantes para a arte, mas também para manutenção da cultura e história de cada local e de seu povo. (Palavras-chaves: Literatura Oral, Narrativas orais do Médio Araguaia, Elmiro Luz, Elementos estruturais da narrativa) |
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| 09 - As histórias de vida como formação e pesquisa: a construção do leitor. Zélia Malheiro Marques, Universidade do Estado da Bahia, UNEB. |
| Esta comunicação apresenta exemplos de produção de diários pedagógicos, cuja experiência originou o projeto "As histórias de vida como formação e pesquisa: a construção do leitor sertanejo". Destaca-se o diário, enquanto narrativa autobiográfica, para registrar as experiências vivenciadas nos encontros de leitura que estão sendo desenvolvidos em algumas cidades do alto sertão da Bahia. Baseia-se na abordagem autobiográfica, tendo como base teórica os trabalhos de: Nóvoa, Josso, Lacerda, Souza e Catani, na perspectiva de discutir o processo de construção do leitor, os elementos identificadores do ser, situando-o, a partir do conhecimento de si, bem como do seu processo identitário social. (Palavras-chaves: diário, formação, pesquisa, leitor, autobiográfica) |
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