III Seminário “Leitura, Escola, História”

SESSÃO I
História da escola, do impresso e da leitura
Coordenação: Francisco Alencar de Sousa
Dia: 11/07/07, das 14:00 às 17:00 horas

01 - Instituições que educam: espaços e tempos escolares. Francisco Alencar de Sousa, Universidade da Cidade de São Paulo, Unicid.
Esta comunicação visa a compartilhar, parte dos resultados de uma pesquisa de Doutorado, defendida em 2006, com o título `Os tempos do Império: uma análise da Reforma do Ensino Livre de 1879`. Assim, o principal objetivo desta comunicação `Instituição que Educam: espaços e tempos escolares` consiste em analisar o processo de construção dos espaços escolares, ou seja, de um lugar para ser escola. Considerou-se também o lugar que a escola passou a assumir no conjunto das instituições que iam sendo criadas e reordenadas no processo de reordenação da própria sociedade. Assim, a escola será analisada no que se refere as atribuições a ela conferida, em relação a outras instituições, como institutos comerciais, institutos dos meninos cegos, institutos de surdos e mudos, asilos e paróquias,pois à essas instituições, assim como às escolas, eram atribuídos papéis semelhantes. O ponto de partida implica em compreender que à escola, como às demais instituições citadas acima, eram atribuídas a função de formar um sujeito para compor a nova nação brasileira.
02 - Práticas de leitura e escrita, formação integral no Grupo Escolar “Padre Anchieta” (1956-1963) - Adriana Aparecida Alves da Silva, Universidade de Sorocaba, Uniso.
Esta comunicação tem por objetivo discorrer sobre as práticas de leitura e escrita do Grupo Escolar "Padre Anchieta" em Pilar do Sul - SP, no período referente a 1956-1963, que visava, segundo registros encontrados nos arquivos dessa instituição escolar, a educação integral do aluno. De acordo com as Atas das Reuniões Pedagógicas desse Grupo Escolar, formar o aluno integralmente era mais do que oferecer conhecimento sobre normas de escrita e contagem, era trabalhar noções morais, cívicas e de higiene pessoal e coletiva, seja por meio de campanhas, cantos e festejos cívicos, seja através de atividades de leitura e escrita. (Palavras-chave: práticas de leitura e escrita, educação escolar integral, Grupo Escolar "Padre Anchieta")
03 - A busca de uma didática especial para o ensino da leitura e da escrita: contribuições da formação de professores, Andréia Cristina Fregate Baraldi Labegalini, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
Esta comunicação pretende apresentar resultados de pesquisa de doutorado, vinculada ao Projeto Integrado de Pesquisa "Ensino de Língua e Literatura no Brasil: repertório documental republicano", e ao Grupo de Pesquisa "História do Ensino de Língua e Literatura no Brasil, ambos coordenados pela professora Drª Maria do Rosário Longo Mortatti. Mediante recuperação, reunião, seleção, ordenação e análise de fontes documentais e bibliografia especializada, objetivou-se compreender como ocorria a formação de professores alfabetizadores nos Institutos de Educação do Estado de São Paulo. Os resultados obtidos comprovam a busca de uma didática especial para o ensino da leitura e da escrita. O texto poderá contribuir para o alargamento dos conhecimentos sobre a formação do professor alfabetizador, no Brasil, e, em decorrência, para uma melhor compreensão dos problemas que hoje se enfrentam nesse campo.(CAPES)
04 - A leitura na escola: o CBC e o ensino de leitura em Minas Gerais. Fabiana Fernanda de Jesus Parreira, Universidade Federal de Ouro Preto, UFOP.
Com o intuito de traçar uma relação entre o ensino de leitura - embasado pelo Conteúdo Básico Comum (doravante, CBC) de Português para o Ensino Fundamental, material didático implementado pelo Governo de Minas Gerais, em 2005 - e as diversas políticas educacionais adotadas, mais especificamente, a partir de 1930, o presente estudo se constitui como uma possível leitura do CBC como uma resposta às deficiências de ensino precedentes à sua criação, bem como um ponto de intersecção entre discursos e ideais diversos de educação.O objetivo deste estudo apóia-se na importância de se observar, através de um percurso teórico-histórico das políticas educacionais adotadas no Brasil a partir do período republicano, a existência de propostas pedagógicas em desacordo com as reais necessidades da sociedade, no tocante ao ensino de leitura para as séries de 5a a 8a do Ensino Fundamental. (Palavras-chave: leitura; ensino de leitura; Conteúdo Básico Comum)
05 - A escrituração escolar: leituras de livros de correspondências. Iomar Barbosa Zaia, Universidade de São Paulo, FE,USP.
Entre os livros de escrituração relacionados aos fazeres administrativos da escola encontra-se o livro de correspondências ou copiador de cartas. Este livro de registro de correspondências recebidas e enviadas pela direção da escola possui informações significativas para a compreensão das práticas de organização da instituição de ensino, bem como de práticas pedagógicas. Através da análise de elementos externos da forma documental (suporte, a escrita, a linguagem, os signos especiais, os selos e as anotações) e de seus elementos internos (articulação interna e do conteúdo), é possível compreender as relações entre a escola e as autoridades administrativas e de inspeção pedagógica. Tal análise insere-se nas preocupações da investigação de doutorado em andamento na Faculdade de Educação da USP com o título "Nos bastidores da escola: a importância da correspondência para a compreensão da instituição escolar", sob orientação da profa. Dra. Marta Maria Chagas de Carvalho. (Palavra-chave - Escrituração Escolar, livros de correspondência, tipologias documentais, arquivos escolares)
06 - O ensino da leitura e da escrita no Externato Nossa Senhora Auxiliadora, de Cachoeira do Campo, Minas Gerais (1910-1914). Juliana Goretti Aparecida Braga Viega, Universidade Federal de Minas Gerais, FE,UFMG.
Esta pesquisa busca descrever e analisar o ensino da leitura e da escrita no Externato Nossa Senhora Auxiliadora, criado e administrado por Irmãs Salesianas, localizado em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, entre os anos de 1910 e 1914. A investigação integra pesquisa mais ampla que objetiva, por meio de estudos monográficos, reunir elementos para a construção de uma história da cultura escrita no Brasil, no século XIX e nas primeiras décadas do século XX. Para a análise do ensino da leitura e da escrita realizamos o estudo do currículo, dos materiais didáticos, da avaliação e das características sócio-culturais da população atendida, assim como os ideários pedagógicos e metodológicos salesianos. São utilizadas fontes como as crônicas escritas pelas Irmãs, relatando seu cotidiano e práticas de ensino, fotografias da instituição e dos alunos, memórias de professores e ex-alunos, documentação gerada pela instituição e dados sócio-demográficos. (Palavras-chaves: história da leitura e da escrita - história das instituições escolares - história das disciplinas escolares)
07 - Ensino de leitura na Escola Modelo Barão de Melgaço, em Cuiabá - MT (1910-1930). Lázara Nanci de Barros Amâncio, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT.
Apresentamos alguns aspectos de uma pesquisa no âmbito da História da Alfabetização que investiga práticas de ensino de leitura na Escola Modelo Barão de Melgaço, em Cuiabá-MT, nas primeiras décadas do século XX. Criada no bojo da reforma da instrução pública, em 1910, essa escola tinha como função precípua ser campo de aplicação da prática de ensino da Escola Normal. Os procedimentos teórico-metodológicos usados foram os pertinentes às pesquisas de fundo histórico, privilegiando os concernentes à História Cultural (Chartier,1990, Burke, 2005). Foram analisadas fontes documentais de caráter oficial como regulamentos da instrução pública e programas de ensino. O recorte e os resultados parciais dessa pesquisa em andamento, que ora socializamos, enfoca o Programa de Ensino da Escola Modelo (1924) e suas repercussões no ensino da leitura, relacionadas à escolha de métodos e práticas desenvolvidas nas escolas da época. A análise mostrou contradições entre prescrições legais e práticas de ensino de leitura. (Palavras-chaves: História da Alfabetização, métodos de ensino de leitura)
08 - Os colégios jesuíticos e suas propostas educacionais. Priscila Kelly Cantos e Célio Juvenal Costa, Universidade Estadual de Maringá, UEM.
Esta comunicação está inserida no campo de História da Educação e objetiva fazer algumas considerações acerca das propostas de colégios jesuíticos pensadas no século XVI no que tange ao território português. Dentro deste tema será destacado, sobretudo, como se deu a fundação desses, bem como seu funcionamento em termos de disciplinas, método pedagógico e organização administrativa. Para descrever tais propostas, os procedimentos empregados enfatizam a chegada da Companhia de Jesus em Portugal e sua história educacional junto a esta nação, utilizando como fontes principais de pesquisa os quatro volumes da obra de Francisco Rodrigues (História da Companhia de Jesus na Assistência de Portugal) e manuais de História da Educação. (Palavras-chave: História da Educação; Colégios Jesuíticos; Método Pedagógico; Portugal)
09 - As escolas comunitárias étnicas entre imigrantes italianos no Rio Grande do Sul. Terciane Ângela Luchese, Universidade do Vale dos Sinos, Unisinos, Universidade de Caxias do Sul, UCS.
O objetivo deste artigo é reconstruir brevemente a história das escolas étnicas da chamada Região Colonial Italiana no Rio Grande do Sul. Considerando os contextos culturais, sociais, políticos e econômicos que permeiam a trama histórica dos processos de imigração, em especial de italianos para o Rio Grande do Sul a partir de 1875, o foco de análise abrange o final do século XIX e início do século XX, momento em que houve maior participação e importância desta forma de escolarização. Entendo como escolas comunitárias étnicas aquelas 'aulas' criadas por iniciativa dos próprios imigrantes, que ministravam aulas em italiano (dialetos) e que, em sua maioria, recebiam subsídio material (livros didáticos) da Itália. Utilizando fontes historiográficas diversificadas o artigo privilegia a análise desta iniciativa ímpar de organização escolar, procurando contribuir para o conhecimento da história da educação brasileira. (Palavras-chave: etnia, imigrantes italianos, escolas)

SESSÃO II
História da escola, do impresso e da leitura
Coordenação: Rita Filomena Andrade Januário Bettini
Dia: 11/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - Análise do discurso ideológico presente na obra de Charles Perrault. Rita Filomena Andrade Januário Bettini, Universidade Estadual Paulista, Unesp.
O início da literatura infantil universal é demarcado pela publicação do livro "Contes de Ma Mère l' Oye" (Os Contos de Mamãe Gansa) de Charles Perrault na França em 1697, estando esta sociedade imersa em conturbações e contradições devido aos conflitos entre o Estado e a nascente classe burguesa, desejosa de poder e prestígio. Por meio das categorias propostas pelo método histórico dialético, objetiva-se desmascarar as ideologias presente nos contos de Perrault, e quais influências de cunho social a internalização destes valores proporciona aos indivíduos. (Palavra Chave: Literatura Infantil, Ideologia, Narrativa Oral)
02 - Bastidores da produção da coleção Biblioteca das Moças. Cíntia da Silva Lang, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.
Esta comunicação tem como objetivo apresentar o estudo da organização e composição da Biblioteca das Moças, coleção de romances publicada entre 1920 e 1960 pela Companhia Editora Nacional (CEN); a partir das fichas de registro da edição e por meio dos gráficos elaborados durante o trabalho, foram analisadas as décadas que correspondem ao período de publicação da coleção com o intuito de verificar quais obras, autores e quantidade de títulos que foram escolhidos para sua composição. Esta pesquisa é parte integrante de um projeto ainda em desenvolvimento, sobre as práticas de leitura destes romances e suas contribuições para a formação do seu público leitor, sendo uma produção pertencente à história cultural. (Palavras-chaves: biblioteca das moças, coleção, romance, práticas de leitura)
03 - Literatura infantil entre 1940 e 1960: a produção de Lourenço Filho. Estela Natalina Mantovani Bertoletti, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, UEMS.
Buscando contribuir para a produção de uma história específica da literatura infantil e juvenil brasileira, a presente comunicação objetiva compreender e explicar a produção de e sobre o gênero do educador brasileiro Manoel Bergström Lourenço Filho, publicada no período de 1940 a 1960. Mediante procedimentos de localização, recuperação, reunião, seleção e ordenação, desenvolveu-se pesquisa documental e bibliográfica, com análise da configuração textual dos documentos eleitos como corpus. Após essa análise, concluiu-se que em sua produção de e sobre literatura infantil e juvenil, Lourenço Filho funda uma tradição, característica de uma determinada época, que serve de referência a seus pósteros, influenciando sobremaneira a produção do gênero até os dias atuais. Este trabalho, resultado de tese de doutorado desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação na UNESP/Marília, dentro do Grupo de Pesquisa "História do Ensino de Língua e Literatura no Brasil", embora enfoque o passado, em muito pode contribuir para o enfrentamento dos problemas do presente e construção do futuro da literatura infantil e juvenil em nosso país.
04 - Práticas de leitura nos grupos escolares: a biblioteca escolar. Luciene Soares de Souza, Universidade de São Paulo, FE, USP.
Este trabalho busca identificar a circulação de livros dentro dos Grupos Escolares de São Paulo no período de 1890 a 1920. A partir do seu papel na formação de professores dentro da escola primária, procura-se identificar a existência e natureza de um espaço de leitura: a biblioteca escolar. Examinando a evolução e os retrocessos, as permanências e as descontinuidades na constituição de um espaço de leitura específico de suporte a professores pretende-se compreender essas práticas no contexto educacional das primeiras décadas da República no Brasil. Analisar os debates, confrontos e apoios relacionados à instalação, manutenção e finalidades da biblioteca escolar, permite-nos entender a sua função, seu uso social e suas práticas de leitura, para verificar a importância dos livros e de um espaço de leitura na cultura escolar. (Palavras-chave: Grupos Escolares; bibliotecas escolares; formação de professores; cultura escolar)
05 - Os jesuítas e a contra-reforma: contribuições para a história da leitura no Brasil-Colônia. Marcos Roberto de Faria, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.
Este trabalho visa oferecer uma contribuição para a história da leitura no Brasil-Colônia na direção de situar e especificar a prática jesuítica no ambiente da Contra-Reforma. Para tanto, analisa-se a gênese de uma cultura escolar que se faz necessária a partir da Reforma Protestante (JULIA, 1995 e 2002; HÉBRARD, 1990 e 2000) e ressalta-se questões político-teológicas e a circulação de um padrão culto de leitura no período (HANSEN, 2001 e 2002). Nesse sentido, destaca-se a importância do Concílio de Trento e do Ratio Studiorum, a fim de adentrar no mundo do colégio jesuíta através do que se lê e se ensina. Assim, pretendeu-se ressaltar a importância dos condicionantes históricos de uma prática situada em um período de lutas, como foi a prática jesuítica em terras brasílicas. (Palavras-chaves: Leitura, jesuítas, Contra-Reforma, colônia.)
06 - “Leituras úteis” sobre a infância. Almanaques de farmácia e guias maternos brasileiros – 1920 a 1950. Maria das Graças Sandi Magalhães, Universidade Estadual de Campinas, Unicamp.
A pesquisa utiliza como fontes almanaques de farmácia, guias e manuais de saúde e puericultura, publicados no Brasil entre as décadas de 1920 a 1950. Diferentes concepções de leituras úteis são discutidas no texto, a partir da análise da produção e circulação desse tipo de impresso, da Europa moderna ao Brasil da primeira metade do século XX. As representações sobre a maternidade e as orientações relativas aos cuidados com a infância foram elementos que qualificaram almanaques e guias maternais e de saúde como publicações com uma intenção educativa, além do interesse publicitário ou editorial, e que se inserem em um discurso civilizatório, apropriado também por setores do Estado, dos intelectuais e do empresariado brasileiros nesse período. (Palavras-chaves: Impressos - Infância - Maternidade - Educação)
07 - A recepção escolar da obra lobatiana contada por cartas. Raquel Afonso da Silva, Universidade Estadual de Campinas,IEL, Unicamp.
A comunicação "A recepção escolar da obra lobatiana contada por cartas" tratará, por meio da correspondência de leitores infantis de Monteiro Lobato (1882-1948), da recepção e apropriação da obra infantil lobatiana no interior da instituição escolar, nas décadas de 1930 e 1940. As cartas em questão fazem parte do Acervo Raul de Andrada e Silva, arquivado no Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. As correspondência documenta os diferentes lugares e modos de circulação da obra infantil de Lobato, possibilitando entrever como se deu a entrada destes livros na Escola, instituição intimamente vinculada à produção e circulação da literatura infanto-juvenil. As formas de contato dos leitores com o autor e a obra, sob a mediação da Escola, também integram a temática destas cartas, ricas, além disso, em descrições de práticas de leitura cultivadas no período histórico em questão. (Palavras-chave: Monteiro Lobato, Correspondência, Leitores, Leitura, Escola)
08 - Ciência, arte e vida: Fernando de Azevedo, Cecília Meireles e a literatura infantil na década de 1930. Rosângela Veiga Júlio Ferreira, Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF.
A promoção do hábito de leitura foi tema caro a muitos intelectuais brasileiros na década de 1930, dentre eles destacamos Fernando de Azevedo e Cecília Meireles. Esses intelectuais deixaram importantes registros, como conferências e crônicas jornalísticas, sobre a qualidade dos livros disponíveis para a infância, assim como estratégias para conquistar o interesse dos potenciais leitores. Defendiam a idéia de que o livro representa uma rica fonte de sugestões e estímulos capazes de determinar reações no âmbito vital da criança, que seria instrumento para enriquecimento da experiência humana. Em linhas gerais, podemos dizer que esses intelectuais se aproximam no que se refere à possibilidade de unir ciência, arte e vida ao processo de elaboração do livro infantil. (Palavras-chave: Literatura Infantil - Ciência - Arte - Vida)
09 - Um espaço para ler e viver: práticas de leitura na seção infantil Érico Veríssimo da Biblioteca Pública Pelotense. Vivian Anghinoni Cardoso Corrêa e Elomar Tambara, Universidade Federal de Pelotas, UFPel.
Essa comunicação tem por objetivo compartilhar os dados obtidos na pesquisa "Uma dádiva da Biblioteca Pública Pelotense aos seus leitores de um palmo e meio": a Seção Infantil Érico Veríssimo (1945-1960) desenvolvida junto ao Curso de Mestrado em Educação da FaE-UFPel. A Seção Infantil Érico Veríssimo, estruturada a partir de 1945 na Biblioteca Pública Pelotense foi, durante várias décadas, um centro cultural para a infância pelotense. Nesse espaço, além do empréstimo de livros, outras atividades que contemplavam a leitura eram desenvolvidas, tais como a hora do conto, o jornalzinho Mundo Infantil e o grupo de teatro da Seção Infantil. Esse trabalho tem por objetivo analisar essas diferentes práticas de leitura e sua relação com os objetivos da Seção Infantil através de uma análise histórica (Chartier & Hébrad, 1995 e Vidal 1999, 2003, 2004). (Palavras-chave: biblioteca infantil - história da leitura - práticas de leitura)

SESSÃO III
Imprensa e educação.
Coordenação: Nelson Schapochnik
Dia: 11/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - Leituras para o povo entre a instrução, a informação e o deleite: o caso das Bibliotecas Populares. Nelson Schapochnik, Universidade de São Paulo, FE, USP.
Esta comunicação aborda a instalação em meados dos anos 70 do século XIX, de uma nova base institucional de leitura, denominada de biblioteca popular. A implantação destas bibliotecas em diversos pontos do império partiu tanto da iniciativa oficial dos presidentes de província e das autoridades municipais, como também da mobilização de grupos e associações particulares como a maçonaria, clubes republicanos e simpatizantes do abolicionismo. Elas foram idealizadas a princípio para a instrução e visavam garantir o acesso à cultura impressa, sobretudo ao livro formativo, suplementando os deficientes repertórios das bibliotecas escolares e o das diminutas bibliotecas privadas dos profissionais. Mas não só. Ela também era vista como uma instituição moralizadora e civilizadora, quer pelos seus conteúdos intrínsecos, quer pelas potencialidades decorrentes da complementação da instrução elementar, favorecendo a difusão da leitura in loco ou ainda ampliando o círculo de leitores por meio do empréstimo domiciliar.Serão abordadas algumas diretrizes políticas que orientaram a implantação destas bibliotecas, as relações entre o público e o privado na difusão de um espaço que proporcionava simultaneamente instrução, informação e deleite, bem como, o flagrante desencontro entre as figurações e discursos sobre a "leitura popular", e os usos e formas de apropriação dos livros por parte dos leitores concretos.
02 - Livros proibidos no Brasil colonial. Ester Fraga Vilas-Bôas Carvalho do Nascimento, Universidade Tiradentes, Aracajú-SE.
Esta comunicação, parte de uma pesquisa que temos desenvolvido, tem o objetivo de investigar a produção e circulação de impressos no Brasil Colonial. Na perspectiva da História Cultural, é possível apreender que o Brasil dos séculos XVI, XVII e XVIII não estava indigente de ciência, apesar da historiografia dos primeiros anos da República produzir uma interpretação carregada de preconceitos. As pesquisas realizadas por Maria Lucia Hilsdorf (2003), Jorge Nascimento (2001), Jorge Araújo (1999), Vilalta (1997) e Frieiro (1981) possibilitam afirmar que existiu uma presença significativa de impressos diversos no Brasil lidos não somente por estudantes e letrados, mas também por um submundo da literatura ilustrada. O recorte temático está pautado teoricamente em Chartier (1990) e Ginzburg (2002). (Palavras-chave: Impressos, Circulação; Escolas; Brasil Colonial)
03 - A alfabetização na imprensa periódica educacional: o caso da revista Educação (São Paulo). Márcia Cristina de Oliveira Mello, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
Neste texto apresentam-se resultados parciais de investigação acerca dos discursos sobre alfabetização veiculados na revista Educação (São Paulo: 1929/1943). A pesquisa sobre alfabetização, ora em desenvolvimento, em nível de doutorado, vem contribuir para a compreensão da discussão que havia sobre o ensino da leitura e da escrita, na revista, em uma época em que as idéias escolanovistas de Lourenço Filho sobre alfabetização foram apresentadas e divulgadas entre os professores paulistas, também, por meio de artigos publicados no periódico. O estudo sistemático dos artigos referentes ao tema de minha pesquisa pode auxiliar na compreensão da mentalidade e das estratégias de divulgação das idéias escolanovistas de Lourenço Filho sobre alfabetização, o que possibilita encontrar elementos da constituição do discurso sobre a alfabetização de um importante momento da história da alfabetização no Brasil. (Palavras-chaves: alfabetização, revista Educação, métodos de ensino da leitura e da escrita, Lourenço Filho)
04 - Leitura Escolar em São Paulo na Primeira República. Márcia de Paula Gregório Razzini, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.
De um lado, apoiada em pressupostos teóricos da história cultural (Chartier, 1990) e da cultura escolar (Chervel, 1998; Julia, 2001) e, de outro, preocupada em matizar as relações entre a expansão da escola pública primária em São Paulo e a expansão editorial na Primeira República, esta comunicação apresenta resultados parciais de pesquisa de pós-doutorado, centrada no estudo da produção didática da Editora Melhoramentos que, em 1990, comemorou seu centenário. Além de cartilhas e livros de leitura, o trabalho aponta a importância da Biblioteca Infantil, que entre 1915 e 1958 teve cem títulos lançados. Organizada por educadores (no início, por Arnaldo Barreto, depois, por Lourenço Filho) e "destinada à infância" a Biblioteca Infantil, uma "série de contos populares", chegou a ser indicada oficialmente para leitura nas escolas públicas estaduais.
05 - Um estudo sobre Cartilha Proença (1926), de Antonio Firmino de Proença. Monalisa Renata Gazoli, Universidade Estadual Paulista, Unesp-Marília.
Nesta comunicação, apresentam-se resultados parciais de pesquisa vinculada ao Grupo de pesquisa "História do ensino de língua e literatura no Brasil", coordenado por Maria do Rosário Mortatti. Visando à compreensão de um importante momento da história da alfabetização no Brasil, focaliza-se a proposta para o ensino da leitura e escrita apresentada em Cartilha Proença (1926), escrita pelo professor paulista Antonio F. de Proença (1880-1946) e publicada pela Companhia Melhoramentos de São Paulo, até sua 84a. edição, em 1955. Por meio da análise da configuração textual, foi possível constatar, até o momento, importantes aspectos da aplicação do "método analítico" proposto nessa cartilha, utilizada por mais de três décadas para o ensino inicial da leitura e escrita, em escolas de vários estados brasileiros. (Palavras-chave: Cartilha Proença; Antonio Firmino de Proença; ensino da leitura; método analítico; cartilhas de alfabetização; pesquisa histórica em educação)
06 - O uso de cartilha paranaense nas escolas do estado do Paraná. Solange Aparecida de O. Collares, Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG, PR, E.E. “Profª. Drª. Maria Isabel Moura Nascimento”.
O trabalho proposto deverá fazer o seu recorte no Estado do Paraná, com um levantamento e análise qualitativa da produção da cartilha (paranaense) que circulou no período de 1898/1930 cujo método de ensino da leitura fora adotado oficialmente no Estado. A presente pesquisa tem por objetivo: identificar as categorias que permitam compreender aspectos ideológicos, históricos e editorais de cartilhas utilizadas no Estado do Paraná. E estamos considerando ideologia como Marx assim sistematizava como um conceito pejorativo, um conceito crítico que implica em ilusão, ou se refere à consciência deformada da realidade que se exerce através da ideologia dominante: as idéias das classes dominantes são as ideologias dominantes da sociedade. Para alcançarmos os objetivos propostos para esta pesquisa, serão analisados documentos nos seguintes lugares: Museu Paranaense, Biblioteca Pública do Paraná,
Casa da Memória (Curitiba), Ciclo de Estudos Bandeirantes, Arquivo Público do Estado do Paraná e outros projetos relacionados a pesquisa. (Palavras chaves: cartilha de alfabetização, Estado do Paraná, escritor paranaense, Ideologia)
07 - Necydalus: um jornal de estudantes do Atheneu Sergipense. Valdevania Freitas dos Santos Vidal, Universidade Federal de Sergipe, UFS.
A presente comunicação tem como finalidade analisar as idéias vinculadas nos impressos do jornal "O Necydalus," jornal literário e semanal, pertencente ao órgão dos estudantes, do Colégio Atheneu Sergipense, editado no período de 1909 a 1911. O trabalho fundamenta-se nas idéias de autores como J. Carlos S. Araújo e Mª Helena C. Bastos. Um dos propósitos do jornal era auxiliar os professores daquela Instituição, sobretudo os de português, que viam estes impressos como um caminho para que seus alunos começassem a produzir sua escrita, além de acreditar que seus leitores passariam a se tornar cidadãos mais conscientes. Nesse viés, tentaremos entender através desse veículo impresso quais eram as idéias que circulavam nesses escritos. (Palavras-Chave: Impresso, Educação, História e Atheneu Sergipense)
08 - Um estudo sobre Cartilha Analytica (1909?), de Arnaldo de Oliveira Barreto. Vanessa Cuba Bernardes, Universidade Estadual Paulista, Unesp-Marília.
Nesta comunicação, apresentam-se resultados de pesquisa vinculada ao Grupo de Pesquisa `História do Ensino de Língua e Literatura no Brasil`, coordenado por Maria do Rosário Mortatti. Visando a contribuir para a compreensão de um importante momento da história da alfabetização no Brasil, focaliza-se o método analítico para esse ensino concretizado pelo professor paulista Arnaldo de Oliveira Barreto (1869 - 1925), em Cartilha Analytica, publicada pela editora Francisco Alves (RJ), com 1ª. edição presumivelmente em 1909 e a última, a 58ª., em 1950. Mediante abordagem histórica centrada em pesquisa documental e bibliográfica, analisou-se a configuração textual dessa cartilha, tendo sido possível constatar as principais características do método analítico nela concretizado e sua influência no ensino da leitura e escrita em escolas primárias do Brasil, ao longo da primeira metade do século XX. (Palavras-chave: Cartilha Analytica; Arnaldo de Oliveira Barreto; ensino da leitura; método analítico; cartilhas de alfabetização; pesquisa histórica em educação)
09 - Linguagem na escola primária: um impresso, muitas fal(h)as. Washington Silva de Farias, Universidade Federal da Paraíba, UFPB.
Neste trabalho, apresento uma análise do impresso Linguagem na Escola Primária (MEC, 1962), um guia de orientação para o ensino que teve sua primeira edição em 1934, por iniciativa de Anísio Teixeira, no contexto do escolanovismo. A análise incide sobre a constituição simbólica do impresso e sua re-significação em diferentes momentos sócio-históricos em que foi reeditado. Como unidades de análise utilizei os prefácios de três diferentes edições do impresso reproduzidos na edição de 1962. Este trabalho se fundamenta nos campos teóricos da História da Leitura e dos Impressos e da Análise do Discurso de linha francesa. A análise aponta que, a par de sentidos hegemônicos, os diferentes discursos do material apresentam pontos de resistência/tensão, assinalando diferentes formas de apropriação e, portanto, oferecendo lugares críticos de interpretação. (Palavras-chave: impressos, discurso, cultura escolar)

SESSÃO IV
Imprensa e educação
Coordenação: Maria da Conceição Dal Bó Vieira
Dia: 11/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - Jornal e educação: a formação do militante anarquista. Maria Isabel Moura Nascimento, Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG, e Aracely Mehl Gonçalves, Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG e Faculdades Integradas de Itararé.
Esta comunicação visa apresentar a pesquisa desenvolvida a partir da análise dos textos referentes à educação, encontrados no jornal paulista "A Plebe", durante os anos de 1917, data da fundação do jornal, até 1927. O jornal anteriormente referido era de cunho anarco-sindicalista e pretendia, além de informar, educar o militante deste movimento social que ganhou importância com a vinda dos imigrantes e com a conseqüente formação do proletariado urbano. Nas folhas do jornal, encontram-se textos que elucidam a forma de pensamento educacional defendida por este grupo. Nesta comunicação serão apresentadas algumas análises já realizadas e que trazem resultados que poderão contribuir para um melhor conhecimento do pensamento pedagógico anarquista presente na sociedade brasileira do início do século XX. (Palavras - chaves: jornal, texto, educação libertária, anarquismo, história da educação)
02 - Referência a materiais de leitura e educação entre os anarco-sindicalistas (1913-1915). Alessandra Caroline Antonio e Dagoberto Buim Arena, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
Esta pesquisa consiste na continuação da investigação dos materiais de leitura e educação contidos na coleção fac-similar do jornal anarco-sindicalista A VOZ DO TRABALHADOR entre 1913-1915, que foi originalmente editado pela Confederação Operária Brasileira (C.O.B.), entre 1908-1915 e publicado em 1985 pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo. Numa primeira fase foram investigadas 21 edições, nesta segunda fase estão sendo pesquisadas as 49 edições restantes, de 1913-1915, com o objetivo de encontrar as referências sobre educação, leituras, atividades culturais, jornais nacionais e internacionais, obras e autores recomendados e censurados para a leitura dos operários anarco-sindicalistas brasileiros e de verificar a importância da leitura para os três princípios do movimento anarco-sindicalista: educação, propaganda e rebelião. (Palavras-chaves: anarquismo, leitura anarco-sindicalista, história da leitura)
03 - Métodos de leitura em circulação no jornal A Província de São Paulo. Analete Regina Schelbauer, Universidade Estadual de Maringá, UEM.
O final do século XIX é marcado pela relevância dos métodos de ensino no processo de difusão da escola primária. O método intuitivo, considerado pelos intelectuais da época, como o mais apropriado à educação popular, desencadeia também um amplo debate acerca dos métodos de ensino de leitura com destaque para os métodos analíticos em oposição aos métodos sintéticos. A presente comunicação versa sobre a circulação dos métodos de ensino de leitura nos noticiários, anúncios e artigos publicados no jornal A Província de São Paulo, entre as décadas de 1870 e 1880. Esses registros permitem acompanhar algumas das apropriações que o ensino pelo método intuitivo e analítico recebeu antes que seu uso e prescrição se tornassem consensuais, no período republicano, com as reformas da instrução pública paulista. (Palavras-chaves: métodos de leitura, método intuitivo, escola primária, A Província de São Paulo)
04 - Taubaté: a imprensa e a instrução pública (1894-1902). Christiane Grace Guimarães da Silva, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.
Esta comunicação tem como objetivo compartilhar uma pesquisa que se propõe a analisar e comparar, lidando com o conceito de representação, as diversas notícias veiculadas nos jornais de Taubaté no período de 1895 a 1902 sobre instrução pública, para compreender de que maneira a elite letrada taubateana encarou as questões educacionais, num período de efervescência política gerada pela implantação do regime republicano, preenchendo assim uma lacuna de conhecimento sobre instalação desse "novo" modelo de educação em Taubaté, prometido pelos republicanos. (Palavras-chaves: Educação e Imprensa, História da Educação, República)
05 - A presença da cultura hispano-americana nos Cadernos de Formação e Educação do MST. Eveline Guimarães, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Rosana.
A pesquisa caracteriza-se como um levantamento, catalogação e organização da recepção da cultura hispano-americana nos Cadernos de Formação e Educação do MST. A presença da cultura hispano-americana nas publicações já pesquisadas está, em grande parte, associada ao socialismo cubano e ao sandinismo. Também é notada a presença, principalmente, de máximas de Ernesto Che Guevara, encontradas em quase duas dezenas de citações.Espera-se que, com o término do levantamento, possamos apreender não apenas a recepção cultural hispano-americana, mas também a história do MST como um todo, seu processo de territorialização, formas de organização, a cultura e a mística. (Palavras-chaves: Educação, cultura, história, MST)
06 - Vôte! Existe produção literária em Mato Grosso. Franceli Aparecida da Silva Mello, Universidade Federal do Mato Grosso, UFMT.
A formação de um público leitor requer a mobilização de vários setores da sociedade. Em nossas investigações sobre as práticas de leitura e produção literária em Mato Grosso, uma revista destaca-se por sua ação militante no sentido de formar um mercado consumidor para a literatura mato-grossense. Nas suas 11 edições, entre 1992 e 2002, a revista Vôte! divulgou a produção literária e de quadrinistas locais. Se, por um lado, esta postura atende ao projeto de dar a conhecer os artistas regionais aos habitantes do Estado, por outro, restringe seu alcance. A proposta do presente trabalho é proceder a uma análise da trajetória desta publicação, com base nas noções de sistema e de campo literários, de A. Candido e P. Bourdieu, respectivamente. Nosso objetivo é subsidiar futuras pesquisas sobre a constituição do campo literário em Mato Grosso e no Brasil.
07 - Escolas, festas e educação na imprensa escrita sergipana. Geane Corrêa dos Santos e Solyane Silveira Lima, Universidade Federal de Sergipe, UFS.
O presente trabalho tem por finalidade analisar o comportamento da imprensa escrita sergipana diante das práticas cuturais escolares, entre os anos de 19489 e 1951. O objeto desta análise é, o jornal Gazetya Socialista. Ancorado dentra da perspectiva da Nova História Cultural, este trabalho se apropria de alguns conceitos formulados pelo entendimento de Pierre Bourdieu, Peter Burke e Roger Chartier para empreender sua análise. (Palavras-chave: representação, jornal, festas, cultura, estudante)
08 - Rui Barbosa e o debate educacional por meio da imprensa jornalística (1889). Maria Cristina Gomes Machado e Cristiane Silva Melo, Universidade Estadual de Maringá, UEM.
Este trabalho discute o debate educacional de Rui Barbosa em artigos jornalísticos publicados no Diário de Notícias do Rio de Janeiro, no ano de 1889, último ano do Império, considerado-o como um veículo de formação da opinião nacional. Busca-se analisar as discussões do autor sobre a educação, as instituições escolares e o ensino brasileiro no final do século XIX, assim como sua posição no que se refere à utilização da imprensa na divulgação de idéias políticas e educacionais nesse período em época que o país vivenciava intensas mudanças no campo político, econômico, cultural e social. Rui Barbosa considerava a imprensa importante na propagação da cultura letrada e formação do cidadão nacional. Publicou inúmeros artigos direcionados à sociedade brasileira expressando suas idéias e campanhas na conquista de adeptos às causas defendidas. Seus artigos são significativos documentos, permitem identificar seu pensamento acerca de questões que permearam a educação e a sociedade brasileira dada a necessidade de criação de escolas de primeiras letras para difusão da leitura e da escrita. A imprensa, nesse contexto histórico, era, para muitos, a fonte principal pela qual obtinha-se informações, exercendo uma importante função social, Rui Barbosa, atento a essa realidade, apontou em artigo a necessidade da imprensa transmitir conhecimentos.
09 - As críticas do “Estadão” sobre a destinação das verbas da educação, durante o Governo JK (1956-1961). Maria da Conceição Dal Bó Vieira, Universidade de Sorocaba – Uniso e Faculdade Integração Tietê, FIT.
Este trabalho procura mostrar um pouco da visão do jornal "O Estado de S. Paulo”, através de seus editoriais, escritos entre 1956 e 1961, durante o governo JK, tratando da questão da destinação dos recursos para a educação, bem como do financiamento e até mesmo da chamada "mercantilização" do ensino. O jornal não deixava de trazer para o debate os grandes temas educacionais, dentre eles o das verbas públicas para a educação, além de analisar questões como os preços das anuidades das escolas particulares, dentre outros assuntos.Palavras-chave: educação, jornal "O Estado de S. Paulo", governo JK.

SESSÃO V
Leitura, escola, história: questões de historiografia
Coordenação: Rodrigo Bastos Cunha
Dia: 11/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - As leituras de um moedor de grãos da Idade Média e os indícios de leituras na escola contemporânea. Rodrigo Bastos Cunha, Universidade Estadual de Campinas, IEL, Unicamp.
O objetivo deste trabalho é destacar alguns pontos de um estudo específico, realizado pelo historiador italiano Carlo Ginzburg, na década de 1970 - o qual publicou sob o curioso título de O queijo e os vermes -, para apontar, em seguida, pesquisas recentes envolvendo leitura, escrita e ensino que trazem idéias do campo de estudos mais amplo em que essa obra se insere ou se baseiam em contribuições como as que nela destacarei, em particular. Tentarei fazer, antes, um esboço do contexto em que surge essa pesquisa dentro dos estudos da história e, mais especificamente, dentro do campo da história cultural. Por fim, apresentarei uma possibilidade de estudo e abordagem sobre leitura e escrita na escola contemporânea a partir de procedimentos e concepções aqui destacados. (Palavras-chave: leitura, escrita, história, cultura e ensino)
02 - Escola, palavra e poder: os castigos e a representação literária. Anabelle Loivos Considera Conde Sangenis e Luiz Fernando Conde Sangenis, Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ.
O presente texto se propõe a uma incursão pelos paradigmas da ficção brasileira - quer sejam os seminais, quer sejam os contemporâneos - com vistas a compreender a representação literária da ambiência escolar, seus problemas e suas inquietações. Entre Escola, Palavra e Poder, o trabalho buscará averiguar quais leitmotivs literários estiveram a serviço de um discurso sobre a educação e seu aparelho disciplinar, mormente quando tais textos descreviam, poeticamente ou por via da desconstrução, os castigos aplicados pelos mestres a seus discípulos. A comunicação problematizará, assim, a linguagem potencializadora da recriação do cotidiano, contida em um discurso literário que, embora datado entre os séculos XIX e XX, faz-se fonte precípua, a fim de dar vazão a uma estimulante pesquisa sobre as relações de poder no universo escolar.
03 - Duas abordagens para o estudo da história das instituições escolares. Flora Cardoso da Silva, Universidade de Sorocaba, Uniso e Faculdade de Tecnologia de Sorocaba.
Esta comunicação visa compartilhar as reflexões sobre como os autores que se situam no campo da cultura escolar estão produzindo a história das instituições. Depois de conceituado o termo 'cultura escolar', foram analisadas as obras de Rosa Fátima de Souza,Luciano Mendes de Faria Filho e Carlos Monarcha, para verificar quais as categorias, fontes e procedimentos estes autores utilizam na pesquisa, enfim, como é fazer história da instituição escolar com este referencial. A seguir também foi analisado como os autores que se situam no campo do materialismo dialético procedem para realizar a pesquisa. Foram abordados os trabalhos de Esther Buffa e Paolo Nosella sobre as escolas de S.Carlos.Como conclusão, podemos dizer que tanto um referencial como outro contribuem para trazer à tona aspectos desconhecidos da realidade, ficando a escolha a cargo de cada pesquisador. É preciso rigor científico para tratar o objeto de pesquisa, a fim de que não se fique em generalizações abstratas e nem em minúcias que se perderão por não representar o todo. (Palavras-chave: história - instituição escolar - cultura escolar - materialismo dialético - referencial teórico-metolodológico)
04 - Leituras do mural: espaço de materialização das culturas escolares. Idelsuite de Sousa Lima, Universidade Federal de Campina Grande, UFCG.
Os estudos que privilegiam a cultura escolar como objeto de investigação despontam como possibilidade de realizar uma incursão pelo intramuro da escola, no intuito de colocar em realce as práticas escolares. Neste trabalho procurei indícios do conhecimento escolar e das práticas culturais incorporadas pelas culturas escolares manifestas através de documentos ordinários da escola. Foram utilizados textos e anotações da pasta-arquivo do mural da escola, registros ordinários do cotidiano escolar e agenda da coordenadora pedagógica. A incursão pelos registros ordinários inaugura possibilidades de captar formas de organização do processo de escolarização conferindo às fontes documentais estatuto de reveladoras das culturas escolares. (Palavras-chave: conhecimento escolar - culturas escolares - práticas culturais- escolarização)
05 - Leituras de si, leituras da escola: tempo, memória e armadilhas da modernidade. - Maria Ângela Borges Salvadori, Universidade São Francisco, USF.
Dentre tantas armadilhas da modernidade, a interpretação linear do tempo e sua vinculação com a idéia de progresso aparecem entre as mais ameaçadoras (Benjamin, 1994). Nesta comunicação, interrogar-se-ão os sentidos e percepções do tempo na cultura escolar, particularmente, a partir de depoimentos (auto)biográficos de professores. Trata-se, nesta perspectiva, de compreender tanto a permanência de concepções iluministas de cultura no conjunto das práticas escolares quanto de refletir sobre processos de formação docente que tomam as memórias dos sujeitos professores como seu fundamento. Neste processo, cresce a armadilha da profusão de discursos individualistas e marcadamente narcísicos em detrimento do compartilhar das experiências (Benjamin, 1994). Este projeto de pesquisa conta com o apoio da FAPESP. (Palavras-chave: tempo, memória, modernidade, biografia, autobiografia)
06 - Estudos: Murilo Mendes/Goya – A palavra/a imagem em interação – Lições de Espanha. Maria Bernardete da Nóbrega, Universidade Federal da Paraíba, UFPB.
O presente estudo discorre sobre a interação entre a palavra/a imagem, o poema/o quadro, o poeta/o pintor, Murilo Mendes/Goya no limite da construção do discurso estético em que o ato performativo delimita o percurso dos sentidos (Eco) no exercício intensivo de múltiplas leituras. Esse gesto de leitura orienta o ritual científico das reflexões teóricas formuladas por Bakhtin/Volochinov(1981), Bakhtin(1981,1997,1998), Roudaut(1988), Cumming(1998), Genette(1972), Greimas(1976, 1979, 1981), Geninasca(1975), Leiris(2001), (Santaella(1995) Santaella e Nöth(2001), Székely(1972). Delimitamos como corpus a Série Pictórica da obra Tempo Espanhol, de Murilo Mendes (1959), pela seleção de signos que indexaram o código pictórico. As leituras gestáltica e semiótica do poema "Goya", Murilo Mendes(1959) e da tela "Os Fuzilamentos de Moncloa" (3 de Maio de 1808), Goya(1814), deverão demonstrar como são modulados os discursos estéticos na densidade intersemiótica poesia/pintura. Essas leituras funcionam enquanto mecanismo instrumental para exercitar a capacidade de perceber/ver/ler a repercussão poética de outras artes (Sena, 1963), em que a palavra/a imagem compõe um sistema heterossemiótico na composição hierárquica de linguagens em interação. A nossa proposição é destruir/construir/traduzir esses movimentos discursivos que se enredam na interação autor/leitor/texto/contexto a construir percursos definidores do conjunto - de estudos, esboços, exercícios, séries. Espanha afiada pelas lições do idioleto muriliano-goyesco a traduzir o substrato hispânico - "De passar a vida ao fio da espada". Museu de tudo. Lições inscritas/escritas no horizonte do discurso poético. (Palavras-chave: discurso estético, interação, poepicturalidades)
07 - Leitura e uso das fontes no ensino de história. Paulo César Tomaz, Universidade Estadual de Maringá, UEM.
Esta comunicação tem por objetivo analisar as principais correntes historiográficas no estudo de História, tais como o Positivismo, o Marxismo e a História Nova, buscando compreender como essas correntes historiográficas trataram a leitura, a interpretação e o uso das fontes para a compreensão dos acontecimentos históricos. Objetiva igualmente analisar o enfoque dado a esse assunto no ensino de História no Brasil, tendo como base de análise os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) de 5ª a 8ª Séries, cuja finalidade é também capacitar o aluno a "dominar procedimentos de pesquisa escolar e produção de textos, aprendendo a observar e colher informações de diferentes paisagens e registros escritos, iconográficos, sonoros e materiais." (PCN,1998). (Palavras-chaves: correntes historiográficas, leitura e uso das fontes, ensino de História)
08 - As armadilhas da relação família-escola no processo de institucionalização do modelo escolar. Robson Borges Maia, Unidade de Ensino Superior Ingá, Uningá, Maringá, e João Luiz Gasparin, Universidade Estadual de Maringá, UEM.
Esta comunicação é uma leitura da realidade que visa discutir o modelo cultural advindo da relação estabelecida na atualidade entre a família e a escola. Tedesco (2002) discute o déficit de socialização que essas duas importantes instituições vêm sofrendo nas últimas décadas. Anísio Teixeira (1975), já na década de 1930, defendia a necessidade de a escola tomar para si grande parte das funções que, até então, eram desempenhadas exclusivamente pela família. Esta pesquisa, de caráter teórico-descritivo, foi realizada na perspectiva do materialismo histórico-dialético. Constatou-se que a transferência de responsabilidades da família para a escola vem, de certo modo, dificultando o processo de transmissão dos saberes escolares, função precípua da escola. No entanto, ainda não se pode afirmar que estamos diante de uma nova cultura escolar, fruto da nova relação família e escola. Ou seria mais uma armadilha social a impedir a socialização do saber? De todo modo, há fortes indícios de que tal cultura esteja em processo de elaboração. (Palavras-chaves: Nova leitura da relação família-escola, transferência de responsabilidades, processo de socialização)
09 - Memória da escola: investigando as práticas educativas em “História da Minha Infância” de Gilberto Amado. Solyane Silveira Lima e Geane Corrêa dos Santos, Universidade Federal de Sergipe, UFS.
Diferentes práticas de formação e de estrutura escolar nas últimas décadas do século XIX estão presentes na narrativa de Gilberto Amado. Esse trabalho tem a pretensão de investigar e refletir sobre essas práticas com o objetivo de elucidar a memória escolar. Ancoradas nos pressupostos teóricos da Nova História Cultural, que possibilitou a utilização de novas fontes na pesquisa histórica, buscaremos fazer uma leitura da obra autobiográfica desse intelectual sergipano. (Palavras-chave: História da Educação, Leitura, Escola, Memória, Literatura)

SESSÃO VI
Escola: políticas e práticas.
Coordenação: Marcos de Moura Albertim
Dia: 11/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - Ler para aprender. Marcos de Moura Albertim, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.
O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma concepção sócio-interativa para os processos de aprendizagem de leitura entendida como meio para aquisição de conhecimentos, cultura e autonomia, considerando estratégias metodológicas que auxiliem o educador na elaboração de projetos de trabalho em que a leitura seja o foco para o sucesso do aluno. (Palavras-chaves: concepção interativa de leitura, estratégias, autonomia)
02 - Recontextualização da avaliação em leitura e escrita. Deize Vicente da Silva Arosa, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UniRio.
À escola de hoje, é designada a função social de oferecer aos indivíduos um "ensino de qualidade para todos". Mantendo estreita relação com condições estruturantes do sistema de ensino e sociedade que integra, a escola tem se utilizado de argumentos que reforçam e (re)produzem a seletividade, competitividade e individualismo. Baseando a análise em Bernstein (1984, 2003) sobre as pedagogias visíveis, invisíveis e recontextualização do conhecimento, esta comunicação pretende apontar situações relacionadas a justificativas, caracterizações e definições criteriais utilizadas pelos profissionais da escola para formação de grupos/turmas. Ancorada na abordagem das hipóteses de construção da língua escrita (Ferreiro, 1999), a escola tem se utilizado deste conhecimento como subsídio teórico-prático de um processo classificatório e excludente, visível na articulação que faz com os tempos, espaços e controle social. (Palavras -chaves: prática pedagógica, recontextualização, avaliação)
03 - A leitura literária: acertos e desacertos ou entre a escolha e a imposição. Erika Naegel Sirqueira, Universidade do Estado da Bahia, UNEB.
Esta comunicação relata meu trabalho como bolsista no projeto A Leitura Literária: acertos e desacertos ou entre a escolha e a imposição, orientado pela Prof° Dra. Verbena Mª R. Cordeiro, e que tem como objetivo avaliar em que medida a leitura de obras literárias, livremente escolhida pelos alunos de Letras da Uneb ou indicada no espaço acadêmico, vem sendo considerada e implicada na formação do gosto. Neste sentido, buscou-se investigar a maneira que estes alunos compreendem a sua inserção no mundo da literatura, mais especificamente em relação à formação do gosto, constituído em diferentes espaços, lugares e comunidades leitoras, transitando entre escolhas pessoais e outras consagradas pela universidade. Para tanto, foi aplicado um questionário semi-estruturado para averiguar como as variadas formas de contato com a leitura literária tem contribuído para modelar o gosto e a formação leitora. (Palavras - chaves: Formação de gosto; Literatura; Leitor; Ensino)
04 - A compreensão da atividade pedagógica em uma rede de inter-relações: franquia escolar. Jefferson Antonio do Prado, Universidade Estadual Paulista, Unesp-Rio Claro.
Esta comunicação visa compartilhar uma investigação em andamento sobre em que medida as tensões interdependentes no espaço e no tempo da sala de aula,(a estrutura organizacional, os pressuposto, os valores, as condições e metodologia de trabalho, os horários das aulas, as disciplinas, o nome da escola, a rede pela qual se veicula, e em especial o material apostilado sistematizado adotado), de uma escola particular franqueada instrumentalizam o olhar do professor auxiliando na compreensão de sua atividade docente.Como estas relações se constroem nas malhas de inter-relação e de que forma o professor percebe se a prática pedagógica relacional de sua atividade pode ou não ser compreendida nestas tensões interdependentes, que se configura no conjunto de exigências adotado pela rede de franquia escolar. (Palavras-chaves: atividade docente,prática pedagógica,configuração, inter-relação,interdependência, material apostilado, pacote pedagógico
05 - A autoria é algo que se ensina? Lauro José Siqueira Baldini, Universidade Vale do Sapucaí, Univás.
Esta comunicação visa a discutir a questão da autoria na escola. Sabemos que, mais do que ensinar o aluno a ler e escrever, a escola deveria se caracterizar por abrir a possibilidade de que aluno se constitua enquanto autor, isto é, como um sujeito cuja relação com seu texto se dê de modo a produzir um (re)conhecimento de si mesmo. No entanto, permanece a questão de saber como o professor pode atuar de modo a permitir tal possibilidade. A autoria é algo que se ensina? (Palavras-chaves: autoria, discurso, subjetividade, escola)
06 - Rotinização do trabalho docente. Márcia Lopes Giaponesi, Universidade de Sorocaba, Uniso e Instituto de Educação Superior Uirapuru, e Fernando Salles Casadei, Uniso.
O texto desenvolve algumas considerações acerca da rotina do trabalho docente tendo em vista a sua importância na delimitação do trabalho do professor desde a sua definição pedagógica até a sua configuração como um processo interativo, que se realiza com outro ser humano. Para isto, em um primeiro momento, destaca como os acontecimentos cotidianos da prática docente se encontram organizados em suas expressões de tempo e de ritmo e em um segundo momento, verificando a rotina como uma condicionante social, imposta, de forma aparentemente natural, de fora para dentro da sala de aula, independente de qualquer interferência ou vontade do professor. (Palavras-chaves: rotinização, trabalho docente, proletarização do trabalho docente)
07 - Oficina da memória e formação de professores/as em São Gonçalo. Maria Tereza Goudard Tavares, Alessandra da Costa Abreu, Francisco José da Silva Guimarães, Adriana do Santos Silva e Verônica Maria Gomes Pereira Vianna, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ.
A comunicação apresenta resultados parciais do Trabalho de extensão realizado pelo grupo Vozes da Educação: memória e história das escolas de São Gonçalo (FFP/UERJ), em 2006, a partir da realização do curso de extensão (A) "gente de patrimônio": oficinas de alfabetização patrimonial e formação de professores. Na trajetória do curso, a indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão pautou um dos princípios fundamentais de nossas ações, bem como a interlocução com os sistemas de ensino, em especial, com as professor@s da rede pública municipal. Nossas ações perseguem o duplo papel de estender ((ex)tender) o conhecimento produzido dentro da universidade e, ao mesmo tempo, trazer para a universidade o conhecimento produzido no cotidiano escolar. (Palavras - Chave: Oficinas da Memória; Formação de Professores; Alfabetização Patrimonial)
08 - Perseguir e conquistar a interdisciplinaridade no Colégio Militar de Juiz de Fora – Necessidade impositiva de 1995 a 2006. Meire Moreira Cordeiro, Universidade Federal de São Carlos, UFSCar.
Esta comunicação visa compartilhar os primeiros pensares sobre a elaboração e a condução de projetos multidisciplinares e interdisciplinares para o ensino fundamental (5ª a 8ª séries) e ensino médio (1ª a 3ª séries) no Colégio Militar de Juiz de Fora (CMJF), no período de 1995 a 2006. A "transposição" da multidisciplinaridade para interdisciplinaridade foi "facilitada" pela modernização do ensino no Exército Brasileiro na década de 1990, o que contribuiu para o desenvolvimento de uma nova cultura onde os discentes ultrapassaram o "contorno das disciplinas" e os docentes se aventuraram para além de suas áreas de conhecimento. A reflexão integra um projeto de pesquisa para avaliar o desenvolvimento da interdisciplinaridade no CMJF. (Palavras-chaves: história da instituição escolar, cultura escolar, Exército Brasileiro, modernização do ensino, multidisciplinaridade e interdisciplinaridade)
09 - Compreender o ato de ler e praticar leitura na vida e na escola. Rosa Amélia Pereira da Silva, Colégio “Juscelino Kubstichek”, DF.
Esta comunicação visa a compartilhar uma reflexão teórica acerca da leitura em suas várias perspectivas: psicológica, Silva, 1996; cognitivista, Kleiman, 2003; interacionista. Discorre a respeito da importância do professor - independente da área que leciona - na construção do leitor. E de práticas de leituras que podem ser desenvolvidas na escola visando às práticas sociais e à construção da cidadania. (Palavras-chave: Leitura - escola - professor - prática social e cidadania)

SESSÃO VII
Escola e práticas de leitura e escrita de professores
Coordenação: Esméria de Lourdes Saveli
Dia: 11/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - As faces do tempo: memórias de leitura de professores - Esméria de Lourdes Saveli, Universidade Estadual de Ponta Grossa, UEPG, PR.
A pesquisa propôs buscar nas narrativas memorialísticas de professores aposentados que exerceram a docência nas décadas de 1960, 1970, 1980, 1990, indícios que possibilitaram delinear a cultura escolar existente nas instituições de ensino de cada período e como se dava as relações entre professor/aluno, professor/aluno/conhecimento, professor/aluno/leitura. A pesquisa, ainda, procurou compreender como a experiência profissional e as relações sociais estabelecidas no contexto da escola plasmam o imaginário dos professores. A categoria tempo foi entendida como uma maneira de captar em conjunto os acontecimentos, o desenrolar de eventos cruciais que afetam a consciência humana. O procedimento metodológico esteve assentado em dois eixos: análise do referencial teórico e pesquisa de campo. A pesquisa teórica foi feita a partir de um levantamento preliminar de temas e autores que apresentavam relação com a temática da investigação. E a pesquisa de campo para a coleta das informações foi realizada através de entrevistas que estimulavam os professores a expressarem a s suas visões sobre as organizações do espaço e o tempo na escola, o espaço que a leitura ocupava nas atividades com os alunos e na vida pessoal desses profissionais. Nesse sentido, o tempo aparece como metáfora da experiência. Na organização dos dados foram categorizadas as informações sobre o início da escolarização e da carreira, a trajetória de formação, o trabalho docente cotidiano e o espaço que a leitura ocupava no cotidiano da sala de aula. (Palavras – chave: Narrativas memorialísticas de professores, Cultura escolar, Leitura na escola)
02 - Encontro com textos, práticas de leitura e formação: fragmentos de um percurso - Carlos Toscano, Universidade Estadual de Londrina, UEL.
O presente trabalho busca delinear como se configurou, num percurso singular, o encontro com os textos e o contexto na qual, mediadas pela leitura, certas práticas culturais, a partir da escola, se deram a ver e se entrelaçaram. Apoiado no referencial teórico proposto por Vigotski e Bakhtin, que situam nas práticas sociais a gênese do especificamente humano e da constituição das singularidades dos sujeitos, destacando nesse processo o papel do outro e da mediação semiótica, recorro a fragmentos de meu percurso de formação compondo com eles uma narrativa na qual ficam destacados os outros que comigo interagiram e as marcas das situações experimentadas, que foram me constituindo como leitor e professor. (Palavras-chaves: leitura na escola, formação de professores, processo de constituição de um leitor)
03 - Histórias de leitura, concepções e práticas pedagógicas de professores. Egle Carillo de Faria, Centro Federal de Educação Tecnológica, CEFET/MT, e Ana Arlinda de Oliveira, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT.
Esta comunicação objetiva compartilhar o resultado de uma pesquisa de Mestrado. A pesquisa qualitativa-interpretativa fundamentada em Silva (1985), Nóvoa (1992), Soares (2000), Andrade (2001), Corrêa (2001), Galvão (2001), Moraes (2001), Tardelli (2001), Possenti (2004) e Oliveira (2005) estudou o fenômeno educacional que trata da interação entre a história de leitura do professor-leitor e suas práticas, vividas no cotidiano da sala de aula, visando a formação do aluno-leitor. O estudo constatou que as concepções reveladas nas histórias de leitura dos professores e evidenciadas em suas práticas pedagógicas parecem contribuir de forma significativa para a formação de alunos leitores. (Palavras chave: Leitura, Histórias de leitura, Professor-leitor, Aluno-leitor)
04 - Histórias a contrapelo: escritas de si, (auto) biografia e formação de leitores. Elizeu Clementino de Souza e Verbena Maria Rocha Cordeiro, Universidade Estadual da Bahia, UNEB.
Nesta comunicação narramos experiências vinculadas ao projeto de formação, - Abordagem (Auto) biográfica, formação de professores e de leitores, desenvolvida no PPGEduC/UNEB -, enfocando as escritas de si, reveladoras de seus percursos individuais e coletivos. Nesse sentido, buscamos, a partir dos diários de formação e dos relatos (auto) biográficos de práticas culturais de leitura, a produção e socialização das escritas de si, no entendimento de que os processos de formação se modelam na tensão entre as experiências e as marcas de histórias de vida de cada sujeito. Para tanto, tomamos as narrativas de formação de professores e de leitores como eixos estruturantes para o trabalho, no sentido de compreender dispositivos da profissão docente na interface entre dimensões da memória e lembranças de leituras do/no cotidiano escolar e dos saberes docente. (Palavras-Chave: escritas de si; (auto) biografia; relatos de formação; formação de professores e leitores)
05 - Faça um jogo da memória: articulando alfabetização, memória e formação de professores. Mairce da Silva Araújo, Deise Azevedo Parreira e Isabella Belmiro Araújo, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ.
Faça um jogo da memória/ contando toda a sua história/ todos querem ouvir(...) Alguns versos de uma canção guardada na memória, tem sido uma das fontes inspiradoras na construção de caminhos investigativos em nossa pesquisa Alfabetização, Memória e Formação de Professores. A proposta de fazer "um jogo da memória para contar uma história particular que todos querem ouvir" tem se configurado para nós como um instrumento de investigação-formação que reconhece o(a) professor(a) como sujeitos do conhecimento e reafirmam o espaço escolar como lócus privilegiado de circulação e resgate de saberes, histórias e memórias, bem como, de preservação e (re) criação da cultura local. Referenciada teoricamente em Freire (1978, 2003), Benjamim (1993), Santos ( 1996, 2000), Thompson (1992), dentre outros, a pesquisa, de natureza qualitativa, tem como opção metodológica a pesquisa-ação (ANDRÉ, 1995). O objetivo da presente comunicação é compartilhar a experiência vivida no processo da pesquisa, socializando e colocando em debate suas reflexões. (Palavras-chaves: alfabetização, memória, formação de professores)
06 - Rememorando a leitura no cotidiano escolar: uma aproximação da vida pessoal à profissional. Patrícia Vilela da Silva, Universidade do Estado da Bahia, UNEB.
Esta comunicação visa a compartilhar o projeto de pesquisa, ainda em andamento no Programa de Estudos de Linguagem/UNEB, cujo objetivo é compreender a correlação existente entre as práticas de leituras enraizadas em contextos e histórias individuais dos professores dos Anos Iniciais de uma escola pública do município de Jacobina/BA, os quais são estudantes de Pedagogia, e a construção da sua práxis pedagógica. Para tanto, essa pesquisa centra-se em dois eixos: 1)história de leitura; e 2) formação de professor-leitor e insere-se nas abordagens teóricas dos estudos socioculturais, em particular, dos estudos sobre as práticas culturais de leitura. (Palavras-chaves: leitura, história de leitura, formação de professor)
07 - Alfabetização patrimonial e formação de professores em São Gonçalo. Priscila Pedro Andrade, Luciana da Silva Veloso e Maria Tereza Goudard Tavares, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ.
A comunicação apresenta resultados de uma pesquisa de iniciação cientifica desenvolvida na cidade de São Gonçalo/RJ. A pesquisa tem como perspectiva a reinvenção da escola como centro (re)criador da memória, da história e da cultura local, tendo como eixo a temática da Alfabetização Patrimonial. Fundamentadas em Freire defendemos que aprender a ler e escrever é ler o mundo, localizar-se no espaço social mais amplo. Nesse sentido, o conceito e as práticas de alfabetização passam a traduzir as relações dos sujeitos com o entorno, com a cidade, mediados pela semiótica urbana e pelo meio técnico-científico-informacional. Metodologicamente, buscamos articular memória e conhecimento, a partir de oficinas de memória, resgatando e ampliando os saberes d@s professor@s sobre o patrimônio material e imaterial da cidade. (Palavras-chaves: Alfabetização Patrimonial; Direito à cidade; Formação de Professores)
08 - Memórias de leitura: reflexos na construção do leitor competente na atualidade. Ruth Ceccon Barreiros, Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Unioeste.
O tema "Leitura" relacionado aos contextos de ensino/aprendizagem levou-nos a investigar as memórias de leitura apresentadas pelos alunos do Curso de Letras. O interesse pelo assunto deve-se ao elevado índice de acadêmicos que apresentam dificuldades em fazer uso competente das práticas de leitura, considerando-se a gama de leitura que, em geral, precisam realizar no curso em questão bem como as atividades relacionadas à formação de leitores que estarão sob a sua responsabilidade, no futuro, como professores. As informações analisadas foram coletadas em depoimentos escritos de alunos do primeiro e quarto anos do curso de Letras em 2006. Partimos do princípio de que as dificuldades apresentadas estão relacionadas à história de formação em leitura que receberam ao longo do período de escolarização nos ensinos fundamental e médio. (Palavras-chave: leitura, memória, formação de leitores, universidade)

SESSÃO VIII
Escola, leitura e escrita.
Coordenação: Maria de Fátima Almeida
Dia: 11/07/07 – das 14:00 às 17:00 horas

01 - Movimentos interativos do leitor: uma leitura em três tempos. Maria de Fátima Almeida, Universidade Federal da Paraíba, UFPB.
Os avanços nas relações interpessoais, no contexto escolar, revelam a diversidade de sentidos da linguagem. A partir da concepção dialógica de Bakhtin (1929/1981) e François (1996/2000), analisamos os movimentos dos sujeitos em aulas de leitura, nas quintas séries do ensino fundamental. A construção do sentido mostra que ler é um ato dialógico que gera muitos movimentos ou modos de ver do sujeito que atua na escola. A linguagem é diversidade de modos de significar e a leitura uma questão de olhar ou ponto de vista do ser-leitor. Os resultados demonstram que a interação é uma maneira de construir sentidos e que a leitura é um momento privilegiado de contrapalavras. Ler é um ato singular de cada leitor, que ao interpretar participa ativamente das escolhas dos sentido possíveis. Ler é movimento de três tempos, o antes, o durante e o depois do ato enunciativo da leitura. (Palavras-chaves: linguagem, leitura, história)
02 - Aluno-leitor: um estatuto a ser debatido. Caroline Moraes de Oliveira, Universidade Federal Fluminense, UFF.
Esta comunicação tem como objetivo compartilhar as primeiras reflexões da dissertação de mestrado que versa sobre o "ler" institucionalizado, ou seja, o processo de leitura tomado em sua especificidade de atividade escolar. Este trabalho, ainda em desenvolvimento, já tem alguns resultados interessantes para serem socializados e debatidos, entre eles, como o processo de leitura conduzido no espaço escolar acarreta no desenvolvimento de um gênero específico de leitor: o aluno-leitor (este não coincidindo com o leitor fora da escola). Buscaremos ainda, analisar como este estatuto influencia no tão propagado "fracasso" da escola na formação de leitores competentes e autônomos. Tomaremos como ponto de partida as reflexões propostas por João Wanderley Geraldi em sua obra Portos de passagem (2003). 
03 - Leitura: concepções e práticas pedagógicas de professores em uma escola municipal de Cuiabá/MT. Cláudia Cristine Maia Mendes e Ana Arlinda de Oliveira, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT.
Esta comunicação tem como finalidade apresentar uma mostra das análises preliminares de uma Pesquisa de Mestrado em andamento numa 5ª série do Ensino Fundamental. Investiga as relações existentes entre concepções de leitura e práticas pedagógicas dos professores e as influências destas na formação do aluno-leitor (Foucambert, 1997; Oliveira, 2005; Silva, 1998; Tardif, 2002). Considera também, o contexto histórico e sócio-cultural da instituição escolar que atua há vinte anos na comunidade em que está inserida (Chartier, 2001; Gadotti,1998; Zilberman, 1991). As conclusões preliminares indicam que os Projetos propostos pela Comunidade Escolar contribuem de forma significativa para a formação do aluno-leitor. Os professores seguem o livro didático e o texto ainda é usado como pretexto. Concepções apresentadas na fala dos professores diferem da prática. Os espaços de leitura do aluno-leitor se constituem fora da sala de aula. (Palavras-chaves: leitura, concepção, prática, professor-leitor, aluno-leitor)
04 - Aulas de leitura: uma prática desmotivadora? Gisele de Sales Silva, Cinthia da Costa Mota e Daise Fernanda Nunes, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS.
Objetivamos apontar e questionar práticas exercidas em aulas de leitura em Escolas da Rede Pública de Ensino no Estado de São Paulo, tendo como ponto de referência a experiência adquirida na disciplina de Estágio Supervisionado em Língua Portuguesa I. Segundo Magnani (1989), a formação do gosto não se baseia em exercícios escolares de interpretação, mas sim diz respeito à vida, à formação de uma visão de mundo, além de ser por meio da leitura que se conhecem e aprendem os conteúdos de ensino. Os dados indicam que as aulas observadas parecem não despertar o espírito crítico do aluno, incentivo e gosto pela leitura. (Palavras chaves: Leitura; Escola Pública; Prática Docente)
05 - Práticas de leitura: uma análise da realidade do fluxo escolar. Jamille Arnaut Brito Moraes, Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS.
O presente estudo se propõe a analisar as práticas de leitura dos estudantes da turma do Fluxo Escolar* do Colégio Estadual de Feira de Santana (BA). Segundo os dados oficiais do SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), os discentes do Ensino Fundamental e Médio apresentam um baixo nível de leitura. Desse modo, somente a partir da valorização do ato de ler é que esta situação pode ser modificada. É necessário, portanto, avaliar o perfil leitor dos educandos do supracitado colégio, a partir da aplicação de questionários e entrevistas. Essa mudança da condição do leitor que se pretende alcançar não se resume em contribuir com a área da Linguagem, mas tornando o indivíduo proficiente na leitura será possível a este interpretar o que lhe diz as outras áreas do conhecimento humano. (Palavras-chave: perfil do leitor; leitura; fluxo escolar)
06 - Aulas de leitura: formação de leitores? Juliana Batista Trannin, Paulo Roberto Friósi e Simone Silveira Garcia, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS.
O estágio supervisionado em uma Escola Pública na cidade de Três Lagoas-MS nos permitiu a observação direta de aulas de leitura, o que nos levou a questionar e refletir, neste trabalho, sobre o papel da escola na formação de leitores e o modo como a prática dessa modalidade em sala de aula influencia o gosto pela leitura dos alunos. Conforme Geraldi (1993), os alunos lêem para atender a legitimação social da leitura constituída fora do processo em que eles estão engajados. Durante as observações, constatamos que as aulas de leitura das 5ª e 6ª séries do Ensino Fundamental, ancoradas nos livros didáticos e de literatura infanto-juvenil, são baseadas na busca de informações e de anotações que envolvem rígidos critérios de avaliação. Assim, o discurso de sala de aula faz do texto um estímulo para operações mentais e não um meio de produzir conhecimentos e reflexões. (Palavras-chave: leitura; escola; formação de leitores)
07 - Asa da palavra – Experiências de práticas leitoras em escolas públicas. Maria Elena Vilanova Lois Barreto, Universidade do Estado da Bahia, UNEB.
Esta comunicação visa compartilhar experiências de práticas leitoras, apresentando resultados significativos na mudança de comportamento de alunos de escolas públicas diante do ato de ler. Esse trabalho já vem sendo desenvolvido há 7 anos, considerando as teorias da estética do efeito e da sociologia da leitura, mas só agora estão sendo avaliadas e pesquisadas a partir da minha inserção como mestranda, no Programa de Pós-graduação de estudos de linguagens da UNEB. Diante das respostas apresentadas pelos alunos pode-se verificar a possibilidade da leitura vir a construir um olhar estético para o leitor, assim como dar-lhe ferramentas para desempenhar o seu papel de cidadão na sua comunidade. 
08 - Os diferentes modos de leitura no ensino de Ciências. Narjara Zimmermann e Henrique César da Silva, Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências, Unicamp.
Nesse trabalho busco refletir algumas questões referentes à leitura, mais especificamente aos diferentes modos de leitura da ciência na escola. Para tanto, parto de entrevistas semi-estruturadas realizadas com cinco professores de diferentes áreas: uma professora de química, uma de biologia, um de geografia e duas de português de uma escola estadual do Município de Campinas, tentando entender algumas condições de produção de leitura no contexto desta escola. Além disso, busquei conversar com autores da área, tentando, abordar historicamente as mudanças que vêm sendo observadas nesta problemática, ou seja, de como a leitura vem sendo abordada/questionada no ensino de ciências. E para a realização das análises, foquei meu olhar numa análise discursiva, uma vez que compreendo a leitura como um processo de produção de sentidos. 
09 - O espaço dos gêneros textuais em duas salas de aula do ensino fundamental. Rozana Castilho Dias da Silva e Ana Arlinda de Oliveira, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT.
Esta comunicação apresenta um estudo sobre a prática de leitura, em duas escolas de Cuiabá - MT, uma pública e uma privada, em uma turma da 2ª fase do 3° ciclo e uma da 4ª série respectivamente, procurando verificar se esta prática conduz à análise e reflexão do aluno e se estão em consonância com o que propõe os PCNs em relação à abordagem dos gêneros textuais que circulam na sociedade, embasadas na análise discursiva (Marcuschi, 2002; Bakhtin, 1992; Orlandi, 1988; PCNs, 2001). Este estudo faz parte de uma pesquisa que se encontra em desenvolvimento e conta com alguns resultados preliminares. O objetivo central é constatar quais os gêneros textuais estão presentes em sala de aula e se estão sendo trabalhados visando desenvolver a formação do leitor. (Palavras Chaves: Leitura - Gêneros Textuais - Formação do Leitor)

SESSÃO IX
Escola, leitura e escrita.
Coordenação: Thiago Trindade Matias
Dia: 11/07/07 – das 14:00 às 17:00 horas

01 - Cartas de leitores: espelho da realidade sócio-histórica do português brasileiro. Thiago Trindade Matias, Universidade Federal da Paraíba, UFPB.
Esta comunicação tem por objetivo compartilhar uma experiência realizada com alunos de 1ª e 2ª séries do ensino médio na qual foram analisadas cartas de leitores do século XIX, publicadas em periódicos recifenses. Nosso objetivo foi fazer com que os alunos tivessem contato com textos históricos e por meio deles pudessem perceber o processo de variação ou mudança sofrido na língua escrita (Faraco, 2005). Esta atividade surgiu a partir do momento em que percebemos algumas lacunas nos livros didáticos ao se referirem à História da Língua Portuguesa, pois esses manuais voltam-se, apenas, à herança latina ou à história do português do Brasil (já um bom sinal). No entanto, não há um trabalho com textos históricos, uma vez que a língua se materializa em gêneros discursivos, nada mais justo do que estudar a história da língua através de textos escritos. (Bagno, 2002; Mendonça, 2006, Bakhtin, 1953). 
02 - Literatura infantil e a representação da realidade social brasileira. Ana Paula Ferreira, Universidade Estadual de Minas Gerais, UEMG, e Mariza Aparecida Pereira, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, PUC-MG.
Este trabalho tem como finalidade a adaptação dos contos de fada à realidade brasileira buscando a permanência dos elementos mágicos dos contos de fada (Abramovich, 1989) e ao mesmo tempo realizando uma analogia com os problemas políticos e sociais (Saviani 2002) vivenciados pelos brasileiros em decorrência do nosso sistema político e econômico vigente. Uma releitura da obra de João e Maria foi realizada com crianças de Educação Infantil e com as famílias, convergindo os elementos da educação formal com a informal, unificando-se creche e a família, com a finalidade de levantar vários temas que assolam nossa sociedade tais como a exploração infantil e a desigualdade social. Uma das formas utilizadas para a comunicação da história foi o teatro com as próprias crianças visando com isto a simbologia de elementos do cenário num processo de representação lúdica que contribua para o desenvolvimento da zona proximal (Vigotski 1988) e de letramento (Magda Soares). (Palavras chaves: literatura, sociedade, letramento)
03 - Núcleo de leitura NUCLEI: tecendo fios no processo de formação de alunos e professores leitores. Antonilde Santos Almeida, Antonilma Santos Almeida e Obdália Santana Ferraz Silva, Universidade do Estado da Bahia, UNEB.
Sabe-se que a comunicação humana se faz, basicamente, através de textos, sejam orais e/ou escritos, e que a leitura permeia todo processo comunicativo no qual o homem está inserido. Nesta compreensão, o Núcleo de Leitura (NUCLEI) dos Departamentos de Educação dos Campi XIII e XIV tem desenvolvido pesquisas e cursos de extensão envolvendo a investigação científica sobre o ato de ler, bem como estudos sobre fundamentos teórico-metodológicos dos processos de leitura. Neste sentido, sabendo que a formação de leitores críticos e reflexivos é um imperativo da sociedade atual, o NUCLEI traz a proposta de fomentar o gosto pela leitura, visando à construção de uma sociedade que saibam posicionar-se com autonomia. (Palavras-chaves: leitura, proficiência, critica e investigação)
04 - Cais da leitura: leitura em ação. Carla Rosiane Carlota Andrade e Conceição Flores, Universidade Potiguar, Natal, RN.
Esta comunicação tem como objetivo compartilhar algumas das ações desenvolvidas pelo Programa de Extensão Cais da Leitura, do qual fazem parte os Cursos de Letras e de Pedagogia da Universidade Potiguar. Consideramos a leitura uma atividade fundamental e continuada, um processo interminável de interação entre as pessoas e o mundo, iniciado antes da alfabetização, com a leitura sensorial e a leitura de mundo, ampliado através da alfabetização, reforçado durante a formação escolar e continuado ao longo da vida. Para isso, realizamos rodas de leitura, saraus, contação de histórias e dramatizações partilhadas por alunos do ensino fundamental e da graduação. Essas ações vêm apresentando resultados bem consistentes no que diz respeito, principalmente, ao gosto pela leitura, além de outros que interessam àqueles que pesquisam sobre o assunto. (Palavras-chave: Extensão universitária, práticas de leitura, ensino fundamental
05 - A aula de leitura como espaço constitutivo de sujeitos. Coraci Helena do Prado, Universidade Federal de Goiás, UFG e Universidade Estadual de Campinas, IEL, Unicamp.
Esta comunicação visa apresentar resultados parciais de uma pesquisa ainda em desenvolvimento acerca da aula de leitura como espaço constitutivo de sujeitos. Buscando possíveis explicações para o problema da dificuldade de leitura do estudante brasileiro, essa pesquisa enfoca os processos discursivos que se estabelecem nesse espaço institucional, assentada teoricamente nos trabalhos de Orlandi e Coracini que, compartilhando os postulados da Análise do Discurso de orientação francesa, especialmente os conceitos de Pêcheux, entendem a leitura como processo discursivo no qual sujeitos e sentidos são sócio-historicamente constituídos. A análise parcial dos dados aponta para uma direção insuspeita: o silenciamento do professor e a total inexistência de interação na aula de leitura. (Palavras-chaves: aula de leitura, constituição de sujeitos, processos discursivos)
06 - Leitura e contextos significativos de ensino e aprendizagem. Elza Kissilevitc, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.
Este artigo tem como objetivo apresentar algumas reflexões sobre o ensino e a aprendizagem da leitura em contextos significativos permeados pela concepção construtivista que considera a interação entre autor-texto-leitor-contexto na produção de sentido. A metodologia é de caráter teórico-bibliográfico e baseia-se na revisão de autores da linha sócio-interacionista. O texto parte de um panorama sobre a situação da leitura praticada no contexto escolar refletida nos resultados das avaliações nacionais e internacionais. Em seguida, há a explicitação do processo cognitivo que envolve a leitura e sua relação em situações significativas de aprendizagem; aborda as concepções de leitura no âmbito escolar; explicita as intervenções e estratégias que favorecem a compreensão leitora e situa a relevância do professor como mediador da aprendizagem dos alunos com vistas à formação de leitores autônomos e proficientes. (Palavras-chaves: leitura significativa, ensino e aprendizagem, processo cognitivo, intervenções)
07 - O imaginário social na leitura no estado de Goiás. Maria Luiza Batista Bretas Vasconcelos, Secretaria de Estado da Educação de Goiânia.
Na perspectiva antropológica de Gilbert Durand o imaginário é um conjunto de imagens possíveis produzidas pelo ser humano e a imaginação, a origem para uma libertação. A partir da hipótese de que o imaginário social empresta à leitura um papel transformador, de valor positivo e libertador, a tese de doutorado, em andamento, traça uma «sociografia» (Chartier) da posse da leitura no Estado de Goiás para avaliar as imagens produzidas, bem como as experiências de alunos e professores no que se refere à leitura e suas implicações na relação entre o leitor e o texto literário, em turmas de 4ª série do ensino fundamental de sete regiões do nosso estado. Esta comunicação visa a compartilhar a experiência realizada com algumas turmas de 4ª série do Estado de Goiás e os resultados desta pesquisa. (Palavras-chaves: leitura literária, sociologia e imaginário da leitura, formação do leitor)
08 - As práticas que interditam a leitura na escola e na sala de aula. Neusa dos Santos Tezzari, Universidade Federal de Rondônia, UFRO.
Esta comunicação visa apresenta dados do corpus de pesquisa etnográfica realizada em escolas públicas de Porto Velho, como requisito do Programa Interinstitucional USP/UNIR em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano do Instituto de Psicologia da USP, em turmas do Ensino Fundamental, que apontam a escola (e professores) atuando como interditadores da leitura, a partir das práticas cristalizadas da oralização, da cópia, dos materiais empobrecidos e sem diversidade que chegam à sala de aula,do uso de fragmentos de textos, do uso do texto como pretexto para o ensino da gramática e da escrita sem assistência, dentre outros. (Palavras-chave: leitura - escola - interdição - ações das professoras)
09 - Leitura, escola, história. Veruska Ribeiro Machado, Universidade de Brasília, FE-UnB.
Esta comunicação pretende, ante o contexto de globalização das avaliações e considerando especificamente as coincidências observadas entre os resultados de Brasil e Portugal nas questões de leitura do PISA2000, mostrar em que medida o resultado obtido pelo Brasil no teste reflete uma possível herança de sua antiga metrópole, Portugal. Comparando-se, por exemplo, os resultados obtidos no PISA2000 em relação ao letramento em leitura, observam-se coincidências importantes entre os resultados obtidos pelo Brasil, pela Espanha, pelo México e por Portugal. Curiosamente, esses países são de língua espanhola e portuguesa, o que pode indicar um efeito lingüístico cultural ou pedagógico. Ademais, essa coincidência também pode indicar a ênfase pedagógica desses países. Para a análise pretendida, será feito um breve histórico acerca da leitura no Brasil colonial. Em seguida, serão estabelecidas algumas relações entre o resultado de Portugal e o de outros países da OCDE no PISA2000. Posteriormente, a situação brasileira no PISA será analisada à luz da influência portuguesa. (Palavras-chaves: avaliação, letramento em leitura, colonização, Brasil, Portugal)

SESSÃO X
Escola, leitura e escrita.
Coordenação Elisangela Cardoso Hernandes e Oliveira
Dia: 11/07/07 – das 14:00 às 17:00 horas

01 - A formação de leitores na EJA da escola pública através do processo de infoeducação: uma experiência com leitura de jornal. Elisangela Cardoso Hernandes e Oliveira, E.E. “Prof. Ronaldo Garibaldi Peretti”, CEUMA-USP, Núcleo de Infoeducação da ECA-USP.
Esta comunicação visa compartilhar uma experiência feita numa sala multisseriada de EJA (Educação de Jovens e Adultos), na qual as leituras realizadas permitem inicialmente afirmar que a comunicação e a apropriação da informação contribuem na construção do indivíduo social. As etapas desse trabalho fazem parte de uma pesquisa para avaliar mudança na instituição escolar para atender a esse novo aluno favorecendo a apropriação do conhecimento e a ação na sociedade. Em seus resultados parciais, a pesquisa busca demonstrar como o acompanhamento dos aspectos do desenvolvimento da leitura através da infoeducação, considerando a leitura no sentido amplo, de diversos tipos de texto e com visitas a espaços culturais variados, pressupõe um comportamento que auxilia no entendimento da condição sócio-cultural que nos caracteriza a todos e a cada um como seres de natureza cultural, criadora, transformadora e simbólica. (Palavras-chaves: infoeducação, ensino de leitura; educação de jovens e adultos, cultura, educação-construtivista)
02 - Releitura: uma nova visão de mundo. Augustinho Aparecido Martins, Lucimara Messias da Silva Martins e Marisa de Souza Cunha Moreira, Centro de Educação Infantil e Fundamental do “Jardim do Lago”.
Relatamos a experiências vividas com o projeto Uma nova leitura de mundo que foi apresentado no I Limeira Leitura, concurso municipal que ocorreu no em 2006 e foi desenvolvido nos meses de agosto a outubro e posteriormente continuamos com o projeto desenvolvendo as atividades no primeiro semestre de 2007. As atividades envolveram alunos da pré-escola e dos 2º e 3º anos, do CEIEF "Do Jardim do Lago". O objetivo projeto é observar e registrar de diversas formas as várias releituras que as crianças fazem dos contos de fada. As analises estão referenciadas nas leituras realizadas pela equipe dos seguintes teóricos Paulo Freire, Jorge Larrosa, Marcel Proust e Walter Benjamin. (Palavras Chave: leitura, experiência, literatura infantil, formação de leitor)
03 - A roda de leitura como processo de leiturização social. Célia Firmino, Faculdades Integradas Ruy Barbosa, Andradina.
O projeto propõe difundir o gosto pela leitura para além dos limites intra-escolares, envolvendo o entorno da escola como uma necessidade emergencial de propiciar a convivência em ambiente letrado. Ensinar alunos a ler os mais diferentes gêneros textuais (Lerner, 2002), assim como viabilizar a continuidade deste ambiente na comunidade extra-escolar pode garantir o seu sucesso ao longo de toda sua trajetória no contexto social que ora se apresenta, exigindo cada vez mais dos cidadãos participação ativa e decisória na história social, política, econômica e cultural do país e, por que não, do mundo. Para tanto, é necessário recolocar a escola na cena urbana, tirá-la de um certo lugar de invisibilidade, construir condições para que as novas (e também velhas) gerações (re)aprendam a cidade, na cidade e da cidade e (re)aprendam a conviver colocam-se como possibilidades históricas de nos reinventarmos como sociedade. Ressignificar a escola, colocando-a em rede com a comunidade e a cidade, não significa despi-la de uma tarefa que é eminentemente sua em relação às novas gerações. (MOLL, 2006), mas, sobretudo, ampliar seu campo de ação para a continuidade de sua função para além dos seus muros (e grades). Assim, o Projeto Rodas de Leitura é proposto como alternativa para propiciar acesso à leitura aos que, embora tenham feito o percurso escolar, estão sujeitos à exclusão social por meio do analfabetismo funcional, por não viabilizar a continuidade do processo de apropriação de leitura e da escrita como forma de exercício da cidadania. (Foucambert, 1994). (Palavras-chave: letramento – leiturização – comunidade – inclusão – cidadania)
04 - A leitura na escola. Elisângela Nancy de Souza, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS.
O objetivo desta comunicação é apresentar os dados levantados por intermédio de pesquisa realizada junto às bibliotecas das escolas públicas da cidade de Três Lagoas - MS, bem como com os próprios alunos e professores da comunidade local, usando como fundamentação teórica a abordagem feita por Vincent Jouves. A Internet, veículo de comunicação moderno e acessível, distancia os alunos do hábito da leitura, uma vez que um clique é o suficiente para que os alunos entrem em contato com os resumos das obras pedidas pelos professores. Ainda assim, as editoras continuam publicando e vendendo grande número de exemplares de literatura infanto-juvenil, parte dessa tiragem comprada pelo próprio governo e destinada às bibliotecas das escolas públicas do país. (Palavras-chaves: leitura, literatura, escola) 
05 - Leitura de textos versus leitura de dados: a armadilha está na escola! Leandro Nunes da Silva e Maria Lúcia de Amorim Soares, Universidade de Sorocaba, Uniso.
Refletindo sobre a leitura, desde a criação do alfabeto ao aparecimento dos hipertextos, esta comunicação pretende demonstrar como o texto impresso, responsável pelo surgimento do leitor contemplativo e a imagem, responsável pelo surgimento do leitor fragmentado bem como os dados, resultantes da digitalização de textos e imagens, alteraram a forma do indivíduo entender e representar a sociedade. Com isso, busca desvelar a tensão existente no cotidiano escolar ocasionada pela dicotomia entre o processo de leitura escolar, preso à leitura de textos escritos, e a leitura de dados na internet, criadora do leitor imersivo. Estando ainda em desenvolvimento, este trabalho já possui resultados a serem socializados, uma vez que traz, como referencial teórico para a educação, as pesquisas de Lucia Santaella e Derrick Kerchove, autores que fazem incursão pelas práticas de leitura e as armadilhas construídas pela escola. (Palavras-chaves: História, Historiografia, Escrita, Leitura, Perfil Cognitivo)  
06 - Juventude e leitura: uma interlocução necessária. Maria Aurora Neta, Universidade Estadual de Goiás, UEG, São Luís de Montes Belos.
Esta comunicação tem como objetivo abrir espaço para uma discussão à cerca da relação entre os/as jovens e a leitura, especificamente, a que é feita dentro da escola. Nesta discussão apresentamos o/a jovem como leitores constituídos, supondo sua participação social num espaço letrado. A questão que discutimos é mediada por um discurso bastante presente dentro e mesmo fora da escola, que é aquele que diz que "O Jovem não gosta de ler". Trazemos o seguinte: possivelmente a construção desse discurso se dá porque há concepções já pré-existentes sobre o que é leitura, leitor, bem como sobre os/as jovens estudantes. Nesse sentido, busca-se uma melhor compreensão dos sujeitos que fazem parte dessa discursividade, procurando percebê-los a partir de outros referenciais. 
07 - Leitura e leitores: perfil da escola pública. Maria Helena da Rocha Besnosik, Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS.
Este trabalho focaliza um Projeto de pesquisa, em andamento, em uma escola pública de Feira de Santana - BA. O propósito da pesquisa é conhecer o perfil de alunos e professores da escola pública, tendo como ações atuais: a implantação dos Círculos de Leitura com os professores, realizados mensalmente; a aplicação de um Questionário aos alunos; a implantação de Oficinas de Leitura com os alunos; e as Entrevistas com professores. Esta Pesquisa é, metodologicamente, de abordagem descritiva, com caráter explicativo. Apresenta características de intervenção, visto que os dados coletados propiciarão aos envolvidos uma revisão teórico-metodológica. Os resultados parciais obtidos referem-se à aceitabilidade da comunidade escolar, assim como sinais de modificação na dinâmica das estratégias de leitura por parte dos docentes, que têm se mostrado receptivos a novos aprendizados. (Palavras-chave: leitura, leitores, pesquisa)
08 - (Re) pensando práticas escolares: o habitus da leitura no processo de formação de leitores. Sônia Pinto de Albuquerque Melo, Universidade Federal de Sergipe, UFS.
O leitor se constitui a partir do habitus da leitura. Aliadas aos contextos sócio-culturais, as apropriações para formar leitores se iniciam na família e se intensificam no campo educacional permitindo a eles apreenderem a leitura como prática legitimada de representações individuais e coletivas. Por conseguinte, ao analisar tais práticas em duas escolas de ensino fundamental no município de Aracaju - Se, uma pública e outra, particular, ambas do mesmo bairro, averiguou-se que as mesmas não proporcionaram aos alunos atividades que os levassem a adquirir o habitus da leitura dada a predominância de práticas restritas a aspectos primários da língua tais como o estudo da literatura como pretexto para atividades gramaticais as quais não estimulavam o prazer em ler. Este estudo fundamenta-se nos pressupostos da História Cultural. (Palavras - chave: História da leitura - formação de leitores - práticas escolares)
09 - As leituras e as rodas de histórias na escola. Ticiana Santos Mendonça Cardoso, Secretaria de Estado da Educação, Aracajú, SE.
Neste trabalho abordamos algumas das circunstâncias em torno das quais se realizavam a compra e a distribuição dos livros escolares para as escolas primárias amazonenses nas últimas décadas do século XIX. Para melhor dimensionarmos as condições que presidiram o processo de difusão da leitura e dos livros no contexto educacional amazonense, procuramos dar visibilidade aos mecanismos de financiamento, aquisição e fornecimento mobilizados pelos governantes amazonenses e as formas através das quais os professores buscavam garantir que suas aulas contassem com a presença dos livros de que seus alunos precisavam. O seu desenvolvimento encontra amparo em estudos recentes que, tomando o gênero didático como objeto de pesquisa, buscam revelar outros aspectos de sua existência. (Palavras-chave: História da educação; História do livro; Livros didáticos)
10. O mistério de pensar a criança e a infância: um olhar crítico nos textos didáticos. Marco Aurélio de Passos Rodrigues e Marília de Abreu Ferreira - Universidade Metodista de São Paulo – UMESP.
O artigo analisa os conceitos criança e infância e as liga à filosofia da educação. Autores pensaram essa temática, como: Platão, Erasmo e Hegel. Atualmente, Larrosa aponta a loucura humana de tentar classificá-la; e Amgabem, destaca a infância como condição do homem. O trabalho explicita o universo infantil esmagado, onde o educador é responsável pelo desenvolvimento da criança. Assim, a pesquisa procura verificar textos didáticos que professores aplicam e que oprimem o desenvolvimento de um aluno crítico dentro das instituições educativas. Consideramos que, as saídas devam ser pensadas em função da necessidade local, mas que atenda o global, e que não prevaleça à intencionalidade de uma ideologia dominadora de uma sociedade capitalista. Este trabalho, ainda em desenvolvimento, traz resultados que permitem acompanhar a transformação na práxis de professores no âmbito da nossa prática pedagógica. (Palavras chaves: Formação docente; ideologia dominadora; textos didáticos e infância)

SESSÃO XI
História da escola, do impresso e da leitura.
Coordenação: Orlinda Maria de Fátima Carrijo Melo
Dia: 12/07/07 – das 09:00 às 12:00 horas

01 - A invenção da cidade: leitura e leitores. Orlinda Maria de Fátima Carrijo Melo, Universidade Federal de Goiás, UFG.
Nesse trabalho, analisam-se as práticas e representações da leitura na cidade de Goiânia, no período de 1933 a 1959. A partir de estudos e pesquisas em livros e documentos e também das narrativas dos leitores da época sobre a transferência da capital do Estado de Goiás, da Cidade de Goiás para a nova capital, Goiânia, são levantadas algumas questões: Por onde circulava a leitura nesse período? Quem lia? Como lia? O que lia? Onde lia? Quando lia? Em que medida o material impresso (livros, revistas, jornais almanaques, folhetins) influenciava o imaginário social e o processo educativo da época? Que representações e imagens os leitores tinham da leitura? O conjunto dessas questões, tendo por base a História Cultural, levou a uma análise sobre os valores atribuídos à leitura e às instituições de leitura em uma cidade planejada e construída de acordo com os preceitos da modernidade, do progresso e da cultura urbana. (Palavras- chaves: leitura, leitores, cidade, modernidade, imaginário)
02 - A impressão e a educação. Adriana Duarte Bonini Mariguela, Universidade Metodista de Piracicaba, Unimep e Universidade Estadual de Campinas, FE-Unicamp.
Esta comunicação tem por objetivo analisar o movimento de impressão em Portugal do século XVI e sua relação com a produção e circulação de conhecimento. Considerando a história do impresso, o trabalho coloca em discussão os processos de produção de relações e conhecimentos que são tecidas a partir das letras. A imprensa e a prensa, desenvolvida por Gutenberg (1394-1468), adentraram mundos e possibilitaram grandes mudanças nas culturas, nas ciências e nas artes. Em Portugal, a Arte da Imprimissão, tal como era designada a imprensa, re-organizou o conhecimento, sendo de importante auxílio ao movimento de descobertas de novos mundos. Assim, a partir da experiência portuguesa, esse trabalho propõe analisar a história do impresso e da leitura articulada às relações educacionais tecidas nas armadilhas da linguagem e da cultura. (Palavras-chaves: educação, conhecimento, movimento de impressão, Portugal, século XVI)
03 - Direitos autorais e domínio público: a questão da promoção do saber. Enid Abreu, Universidade de São Francisco, USF.
A cultura transmitida pela escola é organizada principalmente com base em um sistema de obras - o cânone literário - indissociável da idéia de autor. Defendemos que no processo de constituição dessa idéia, na sua concepção moderna, exerceu papel importante a questão dos direitos autorais, primeiramente nascida na Inglaterra do século XVIII. Apresentamos um resumo dos argumentos levantados até então nos processos movidos pelos editores e os presentes nos debates que levaram à primeira lei de direitos autorais, o Statute of Anne, base das atuais leis de direitos autorais, com ênfase nas declarações acerca da promoção do saber. Concluímos com considerações acerca da relação dos direitos autorais com as condições da leitura pura, nos termos de Pierre Bourdieu. (Palavras-chave: direitos autorais; promoção do saber; leitura)
04 - Aprendendo a ler na floresta amazônica: o cordel como material de leitura. Henrique Silvestre Soares, Universidade Federal do Acre, UFAC.
Esta comunicação visa à descrição de algumas práticas leitoras realizadas no interior da floresta amazônica, especificamente, no Estado do Acre. Dentre essas práticas, privilegiaremos a leitura do cordel, herança cultural deixada pelos primeiros colonizadores nordestinos, em particular os cearenses, que instaurou e propiciou formas específicas de aquisição da leitura. Recorrendo aos suportes teóricos advindos da História Cultural, tendo Roger Chartier como referência principal e Ana Maria Galvão, no Brasil, buscaremos demonstrar a importância desse gênero para a produção e propagação de valores culturais, bem como manutenção e transmissão adquiridos a partir da relação do homem com a floresta. Para a nossa demonstração, tomaremos como exemplos duas leitoras de cordel: Maria Virgínia Mourão de Brito e Marina Silva. (Palavras-chaves: Leitura, História da Leitura, Amazônia, Cordel)
05 - Circulação e apropriação de textos orais e escritos em uma comunidade rural no Norte de Minas Gerais. Maria José Francisco de Souza, Universidade Federal de Minas Gerais, FE-UFMG.
Esta pesquisa, em desenvolvimento, investiga a circulação de material escrito e formas de apropriação desse material por indivíduos em práticas que envolvem leitura e escrita em uma comunidade rural no norte de Minas Gerais. A pesquisa se apóia em autores como Certeau, Chartier, Ginzburg, Bakhtin para trabalhar os conceitos de apropriação, representações e circularidade; Lahire para estudo de trajetórias de indivíduos; Hébrard, Chartier, Darnton para análises das práticas de leitura, especialmente as desenvolvidas por sujeitos considerados "novos leitores". Foram adotadas duas escalas de observação, conforme Revel (1998): uma de ordem macro focaliza as instituições igreja e escola, espaços de circulação de material escrito e de difusão de práticas de leitura e escrita na comunidade; e outra de ordem micro focaliza os indivíduos adultos da comunidade a fim de compreender modos de inserção no mundo da escrita e os usos que esses indivíduos passaram a fazer da escrita. (Palavras-chave: educação e linguagem; oralidade e escrita; novos leitores)
06 - Crônica, jornalismo e leitura: as armadilhas do impresso. Patrícia Kátia da Costa Pina, Universidade Estadual de Santa Cruz, UESC,Ilhéus, Bahia.
Estudo da crônica enquanto instrumento de ruptura com algumas das barreiras impostas pelos donos do poder econômico e intelectual, no século XIX carioca e no início do século XX ilheense, enquanto instrumento de "educação informal e distensa"(Pina, 2002). Análise comparativa das técnicas usadas por Machado de Assis em sua crônica finissecular (Cardoso, 1998; Candido, 1998; Granja, 2000; Chalhoub, 2004;Pina, 2002; 2005; 2006), e das táticas de Sosígenes Costa, para driblar as exigências elitistas da folha em que publicou a partir de 1928 - O Diário da Tarde(Pina, 2003; Paes, 2000). Machado de Assis e Sosígenes Costa usam o jornalismo como mídia veiculadora do literário e como ferramenta de formação de gosto pela leitura, de formação de amplo público leitor para a literatura. (Palavras-chave: Crônica, Jornalismo, Leitura)
07 - Programas, Projetos e Campanhas de Incentivo à Leitura: uma visão histórica. Regina Janiaki Copes e Esméria de Lourdes Saveli, Universidade Estadual de Ponta Grossa,UEPG/PR.
O estudo faz parte do projeto de pesquisa, em andamento, intitulado "Políticas Públicas de incentivo à leitura: da intenção à prática efetiva - um estudo do Programa Literatura em minha casa". Este texto tem por objetivo fazer um resgate histórico dos programas, projetos e campanhas de incentivo à leitura, emanados do Governo Federal e de órgãos não-governamentais. O governo federal à partir da década de 1970 iniciou, por intermédio do Instituto Nacional do Livro, projetos de financiamento de obras literárias. Na década de 1980, a Fundação Nacional do Livro em parceria com a iniciativa privada patrocinou projetos de incentivo à leitura. O objetivo dos projetos consistia em melhorar o acervo de livros de literatura infanto-juvenil das escolas públicas e oportunizar aos alunos o acesso ao livro. Na década de 1990 foi instituído o PROLER que tem como objetivo principal coordenar, disseminar, articular, ouvir as propostas, as idéias para a dinamização de experiências na área da leitura, realizadas nas diversas regiões do País. Em 1997, o MEC em parceria com a Secretaria de Ensino Fundamental (SEF), criou o Plano Nacional de Biblioteca Escolar (PNBE) com a intenção de prover recursos diversificados para a promoção da leitura no Ensino Fundamental. Em 2001 o MEC e a SEF criaram o Programa "Literatura em Minha Casa" com o objetivo de integrar nas práticas de leitura a escola e a família. (Palavras-chave: Políticas Públicas, Leitura, Programas de incentivo à leitura)
08 - Ouvindo e estudando narrativas populares no Médio Araguaia. Vanessa Mascarenhas do Nascimento, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT e Instituto Universitário do Araguaia, UniAraguaia.
Este trabalho apresenta uma parte de uma pesquisa que teve como objetivo a compilação e o estudo de contos populares da região do Médio Araguaia, narrados por moradores locais. A coleta deu-se por meio de pesquisa na busca de pessoas que cultivam o hábito da narrativa oral. Em seguida, foi feita a transcrição da narrativa. Cumpridas essas etapas e a pesquisa bibliográfica, procedemos à redação do trabalho, organizado em duas partes: na primeira, fizemos um breve estudo sobre a Literatura Oral. Na segunda, fizemos um estudo para verificar se as narrativas têm um mesmo padrão. Percebemos que esses contos, assim como todos os existentes, hoje em dia, não são apenas importantes para a arte, mas também para manutenção da cultura e história de cada local e de seu povo. (Palavras-chaves: Literatura Oral, Narrativas orais do Médio Araguaia, Elmiro Luz, Elementos estruturais da narrativa) 
09 - As histórias de vida como formação e pesquisa: a construção do leitor. Zélia Malheiro Marques, Universidade do Estado da Bahia, UNEB.
Esta comunicação apresenta exemplos de produção de diários pedagógicos, cuja experiência originou o projeto "As histórias de vida como formação e pesquisa: a construção do leitor sertanejo". Destaca-se o diário, enquanto narrativa autobiográfica, para registrar as experiências vivenciadas nos encontros de leitura que estão sendo desenvolvidos em algumas cidades do alto sertão da Bahia. Baseia-se na abordagem autobiográfica, tendo como base teórica os trabalhos de: Nóvoa, Josso, Lacerda, Souza e Catani, na perspectiva de discutir o processo de construção do leitor, os elementos identificadores do ser, situando-o, a partir do conhecimento de si, bem como do seu processo identitário social. (Palavras-chaves: diário, formação, pesquisa, leitor, autobiográfica)

SESSÃO XII
História da escola, do impresso e da leitura
Coordenação: Cláudia Panizzolo
Dia: 12/07/07 – das 09:00 às 12:00 horas

01 - G. Stanley Hall e A. Meiklejohn: fontes do método analítico de leitura de J. Köpke. Cláudia Panizzolo, Universidade Metodista de São Paulo, UMESP, e Mirian Jorge Warde, Universidade de Taubaté, UNITAU.
Após duas décadas de defesa e propagação do método sintético, João Köpke se torna ativo sistematizador e divulgador do método analítico para o ensino da leitura. Em cinco textos publicados entre 1896 e 1917, produzidos em circunstâncias distintas e para diverso público, Köpke chama em apoio ao seu método analítico autores europeus e norte-americanos tanto por seus princípios como por suas experiências pedagógicas; dentre eles: J. Jacotot, A. Bain, A. Meiklejohn, J. Froebel, C. Parker, G. Stanley Hall e J.Chubb. Nesta comunicação, o foco recai sobre as referências norte-americanas que se reiteram, com especial ênfase à psicologia de Stanley Hall e ao método de ensino da leitura de Meiklejohn, ressaltados e colocados em convergência por Kökpe em seus escritos finais. (Palavras-chave: João Köpke, Método analítico, Leitura, Stanley Hall, Meiklejohn)
02 - Narrativa, memória e história de um grupo de professores. Celisa Carrara Bonamigo, Prefeitura Municipal de Várzea Paulista, SP e Universidade Estadual de Campinas, FE-Unicamp.
Essa comunicação tem por objetivo compartilhar a memória do primeiro grupo de professoras de Ensino Fundamental do Sistema Municipal de Várzea Paulista que revela, na constituição de um instrumento de registro como prática, a produção de suas identidades e a sistematização do currículo no cotidiano escolar. As narrativas dessas memórias revelam as experiências vividas coletivamente e por cada um (Benjamin, 1994) e também a circularidade dos diversos discursos presentes nas falas do grupo (Ginzburg, 1987). Esse estudo tem por base o cotidiano dessas professoras, as estratégias do poder público e os usos que esse grupo fez delas mostrando suas táticas para a sobrevivência como profissionais (Certeau, 2003). (Palavras-chaves: narrativa, cotidiano, memória e história)
03 - Escritor e leitor no século XVIII – Voltaire: as possibilidades da escrita e leitura. Djaci Pereira Leal e Terezinha Oliveira, Universidade Estadual de Maringá, UEM.
Como questão central, deste artigo, enfoca-se a influência da leitura para a abrangência do pensamento voltariano e de suas obras. Voltaire (1694-1778) é reconhecido como um dos grandes autores do Iluminismo francês da Literatura, História e Filosofia. Destaca-se que para compor suas obras, tornou-se um grande leitor de obras históricas e da Bíblia, obras que lhe serviram de fonte para realizar as discussões e proposições das teses que perpassam suas obras. Apresenta-se o uso pertinente que Voltaire fez de sua condição de autor para discutir o cenário de mudanças da sociedade francesa do século XVIII. Destaca-se, sobremaneira, a importância da literatura como instrumento e veículo de conscientização para o debate das teses de Voltaire historiador e filósofo. (PALAVRAS-CHAVE: Leitura, Voltaire, Literatura, Filosofia, Educação)
04 - A história da escola no eixo da literatura, Jaqueline de Oliveira Castanheira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS.
Os termos "escola", "leitura" e "literatura" relacionam-se intrinsecamente à medida que o hábito e o gosto pela leitura de gêneros literários desenvolvem-se na escola. E a literatura infantil brasileira nasce de uma necessidade da escola, como atestam Zilberman e Lajolo (1991). A escola se torna não só o lugar propício para a propagação do habito da leitura, como também, nos primeiros tempos, um tema recorrente da literatura infantil e infanto-juvenil. O objetivo desta comunicação é, portanto, esboçar uma síntese dos caminhos percorridos pela escola por meio de relatos literários das obras Cazuza (1938), de Viriato Corrêa, "O Ateneu" (1888), de Raul Pompéia, bem como obras de Monteiro Lobato e outros autores. (Palavras-chave: literatura infantil, história, escola, leitura)
05 - Dos escribas aos alfabetizados: (des) caminhos do escrever na história. Karla Righetto Ramirez de Souza, Universidade Federal Fluminense, UFF.
Pretendo com este trabalho problematizar o ensino da linguagem escrita nos anos iniciais da escolarização a partir da história das práticas pedagógicas do ensino da escrita. Trago uma reflexão sobre como o espaço/tempo escolar foi pensado e organizado ao longo da história da sociedade moderna, e a sua relação com o ensino da leitura e da escrita (Gnerre, 2003, Smolka, 2003; Goodman, 1997; Smith, 2003). Este movimento de buscar o passado para compreender o presente, alimenta descobertas de uma história que aparece ausente nas discussões docentes. Ao problematizar como a escola está organizada, como esta organização foi estabelecida e de que maneira esta organização interfere no trabalho pedagógico questões são levantadas e ampliadas, possibilitando reflexões e mudanças na escola que temos hoje. (Palavras-chaves: práticas pedagógicas - leitura e escrita - espaço/tempo escolar)
06 - O método pedagógico de Lancaster e a cultura escolar. Liliana Men e Fátima Maria Neves, Universidade Estadual de Maringá, UEM.
Esta comunicação tem por intuito tecer considerações, no campo da História da Educação, nomeadamente, no da História dos Campos Disciplinares, a partir de fontes historiográficas. Os procedimentos teórico-metodológicos enfatizam as múltiplas interpretações do termo Historiografia e as particularidades do conceito de Cultura Escolar, objetivando destacar as especificidades do aprendizado da leitura, no início do século XIX, por meio do método pedagógico proposto pelo inglês Joseph Lancaster (1778-1838). Dentre os resultados destacam-se as contribuições das pesquisas que adentram os muros das instituições escolares, uma vez que permitem-nos apreender que a escola não se configura somente como um espaço de reprodução, mas, sobretudo, como produtor de uma cultura propriamente escolar. (Palavras-chave: Educação, História da Educação; Escola e Cultura escolar; Método Lancasteriano; Historiografia)
07 - A imagem que desestabiliza, provoca e deixa fluir outros pontos de vista. Luiz Fernandes de Oliveira e Mônica Regina Ferreira Lins, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ.
Esta comunicação apresenta as nossas experiências na utilização de acervos de imagens como recurso didático para construção do conhecimento histórico na formação de professores em ensino de História e Cultura da África e com alunos do ensino básico. As fotografias, as charges, os desenhos, os áudios-visuais e outros tipos de imagens, representam acervos hipertextuais com uma linguagem independente, portadora de inúmeros pontos de vista. Em sua concepção inicial, há a intenção de quem as produziu que, no entanto, produzirão outros níveis de interpretação, novos modos de registrar e tecnologias diferentes de escrita. Tais imagens, no contexto das discussões étnico-raciais em educação, podem se configurar como documentos históricos importantes para a reconstrução do passado e desestabilização do presente. (Palavras-chaves: História da África, formação docente, leitura de imagens, educação anti-racista)
08 - O comeniano Charles Hoole e sua proposta para a reforma das escolas de gramática inglesas no século XVII. Patrícia Aparecida Bioto, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.
Os princípios metodológicos para o ensino das línguas elaborados por Comenius em Janua Linguarum Reserata (1631) e em Orbis sensualium pictus (1658) forneceram a base didática para a reforma do método de ensino das línguas nas escolas de gramática inglesas no século XVII. Dentre os teóricos educacionais ingleses, destacou-se a figura do comeniano Charles Hoole, autor de A New Discovery of the Old Art of Teaching Schoole, in four small Treatises (1660). A inovação metodológica, proposta por Holle, nessa obra, foi um instrumento para a aquisição da consciência lingüística, fundamental para a formação do perfeito cidadão. O "método e a ordem" elaborados por Hoole tinham como fim ensinar a construir, analisar, escrever e falar elegantemente, demonstrando um aprendizado perfeito das línguas e o domínio das artes liberais.
09 - Botos, mapinguarys, curupiras... Narrativas de crianças ribeirinhas. Tânia Rocha Parmigiani, Universidade Federal de Rondônia, UFRO.
Esta comunicação visa a compartilhar uma pesquisa realizada com crianças de 3a e 4a séries do Ensino Fundamental de uma escola de Porto Velho-RO que, embora partilhassem espontaneamente seus mitos e lendas, permaneciam silenciadas no contexto escolar. A partir dos pressupostos teóricos de Bakhtin (1986), Vygotsky (1994) e Benjamin (1985), criamos estratégias de produção conjunta de narrativas, trazendo, para a sala de aula, as experiências vividas na comunidade. Na partilha da palavra, Botos, Mapinguarys e Curupiras saiam da floresta, dos rios e apareciam entre carteiras e cadernos. As narrativas orais mediaram a escrita, permitindo que as crianças registrassem por escrito suas histórias. (Palavras-chaves: Infância , linguagem oral, linguagem escrita, narrativa)

SESSÃO XIII
Imprensa e educação
Coordenação: Henrique Garcia Sobreira
Dia: 12/07/07 – das 09:00 às 12:00 horas

01 - Armadilhas da percepção: antes não me vias, agora não me percebes...  Henrique Garcia Sobreira, Eliane Carvalho de Oliveira e Lidiane Silva de Santana, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, FE,UERJ,Baixada Fluminense.
O presente trabalho visa relatar como o processo de auto-reflexão pode se constituir como possibilidade de levar os professores em formação a abordar as complexas questões que envolvem a questão racial no interior da escola e da educação. Foi dessa forma que resolvemos oferecer aos licenciandos duas baterias de livros didáticos utilizados nas séries iniciais do Ensino Fundamental. A primeira com livros de uso corrente no período em que esses estudantes eram crianças. A segunda com livros atuais. Se há uma evidente diferença nesses dois grupos de livros em relação a iconografia do negro, isso não foi percebido pelos estudantes em sua análise crítico-pedagógica. Os apontamentos foram analisados e submetidos às turmas à guisa de auto-reflexão. Nos debates nos surpreendeu certa irritação em relação à nossa pergunta a respeito do negro e das questões raciais, o que nos leva indagar: O racial é pedagógico? (Palavras chave: livro didático, auto-reflexão, questões raciais, a imagem do negro no livro didático, formação de professores)
02 - Entre idas e vindas: o trajeto dos livros escolares destinados ao ensino primário amazonense (1880-1900). Carlos Humberto Alves Corrêa, Universidade Federal do Amazonas, UFAM.
Neste trabalho abordamos algumas das circunstâncias em torno das quais se realizavam a compra e a distribuição dos livros escolares para as escolas primárias amazonenses nas últimas décadas do século XIX. Para melhor dimensionarmos as condições que presidiram o processo de difusão da leitura e dos livros no contexto educacional amazonense, procuramos dar visibilidade aos mecanismos de financiamento, aquisição e fornecimento mobilizados pelos governantes amazonenses e as formas através das quais os professores buscavam garantir que suas aulas contassem com a presença dos livros de que seus alunos precisavam. O seu desenvolvimento encontra amparo em estudos recentes que, tomando o gênero didático como objeto de pesquisa, buscam revelar outros aspectos de sua existência. (Palavras-chave: História da educação; História do livro; Livros didáticos)
03 - Considerações sobre a renovação do planejamento através da mudança do livro didático. Elisabeth Christina Rodrigues Bittencourt, E. E. “Rui Bloem” e E. E. “Alberto Levy”.
Este artigo resgata a discussão em torno de transições e rupturas nas escolas, já preconizadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, em busca da melhoria do ensino e sua repercussão em outros segmentos da sociedade. A partir da escolha de diferentes livros de Biologia dos que vinham sendo adotados, é discutido o impacto nos planejamentos e na prática escolar arraigada pelos professores. As vantagens e desvantagens das coleções de três volumes ao invés do modelo "volume único" são discutidas, sendo comparadas as observações realizadas em duas escolas públicas de ensino médio. Na conclusão ainda comenta o impacto das notícias oferecidas por diferentes mídias na prática cotidiana do professor. (Palavras-chave: livro didático, Biologia, planejamento)
04 - O uso do livro didático – Como se ensina a ler na escola. Else Martins dos Santos, Faculdade de Minas, FAMINAS, Belo Horizonte.
Esta comunicação tem por objetivo compartilhar pesquisa que vem sendo desenvolvida nas escolas municipais e estaduais da cidade de Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte. Procuro analisar os motivos que levaram o professor a escolher o livro didático com o qual trabalha, qual a concepção de leitura desse professor, se conhece a concepção de leitura que o livro veicula - indicada pelo catálogo do PNLD - e como desenvolve o trabalho de leitura em sua sala de aula. Assim, venho observando: . que leitura se faz em sala e aula; . que objetivos guiam o ensino da leitura e como esse ensino se dá na prática diária do docente; . de que maneira a postura do professor reflete o aprendizado do aluno; . se o professor fica preso apenas às atividades propostas pelo livro didático; . o que o professor ensina quando diz que ensina a ler; . que habilidades de leitura o professor procura trabalhar em sala. Muitos acertos e equívocos vêm sendo observados e pedem de uma discussão mais ampla. (Palavras-chaves: leitura, PNLD, livro didático, ensino)
05 - Dois livros didáticos de educação moral e cívica diferentes: mecanismos de apropriação das prescrições oficiais. Juliana Miranda Filgueiras, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUCSP.
Durante a Ditadura Militar, o ensino de Educação Moral e Cívica (EMC) foi tornado obrigatório em todas as escolas brasileiras, por meio do Decreto-lei n° 869/69. Para a nova disciplina foram elaborados dois programas curriculares. A partir de 1970, diversos livros didáticos foram produzidos para a disciplina EMC, alguns seguindo o programa curricular elaborado pelo Conselho Federal de Educação, outros seguindo o programa curricular da Comissão Nacional de Moral e Civismo. Entretanto, alguns autores elaboraram livros didáticos que não seguiam integralmente as prescrições oficiais. A presente comunicação tem por objetivo apresentar a constituição de dois livros didáticos diferentes, produzidos por Dornelles (1971) e Penteado (1984). Esses livros demonstram os mecanismos que os autores utilizaram para alterar as prescrições oficiais. (Palavras-chaves: livro didático, Educação Moral e Cívica, disciplina escolar)
06 - Narrativas no livro didático: a atuação do narrador. Lovani Volmer, Centro Universitário FEEVALE e UNISC, e Profª Drª Flávia Brocchetto Ramos, UNISC e UCS
O narrador é um dos elementos estruturais da narrativa e tem sido amplamente estudado quando se foca o processo de composição de uma obra, mas são raros os estudos sobre a relação entre a sua atuação e a proposta de leitura veiculada no texto. Além disso, a análise de narrativas veiculadas em livro didático enviado às escolas pelo governo pretende relacionar procedimentos empregados pelo narrador, como estratégias de acolhida ou não do leitor iniciante no texto literário. Assim, esta comunicação pretende retomar os caminhos do livro didático de língua portuguesa, analisá-lo no que se refere à atuação do narrador como um mediador de leitura e ser, também, uma contribuição à prática docente no que diz respeito às práticas de leitura. (Palavras-chave: leitura literária - narrador - processo de compreensão textual)
07 - Livros didáticos de língua portuguesa: utilização em Mato Grosso – 1970 a 2000. Luciana Vicência do Carmo de Assis e Silva e Lázara Nanci de Barros Amâncio, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT.
A presente comunicação visa socializar resultado parcial de investigação sobre o uso de livros didáticos de língua portuguesa em Mato Grosso. A análise contemplou sujeitos e dados de escolas públicas. Trata-se de pesquisa de cunho histórico subsidiada pelas áreas da História Cultural, Educação e Linguagem: Chartier (1990), Burke (1992), Le Goff (1984), Mortatti (2000), Choppin (2004), Darnton (1990), Lajolo (2000), Batista (1999), Bakhtin (1990), Soares (2001), Geraldi (1986), Marcuschi (1996). Para compreender o uso e apropriação do objeto em questão foi preciso também considerar a fonte oral, via voz dos sujeitos que revelou que o livro didático continua uma importante fonte de informações e conhecimentos para professores e alunos e, ainda, que há um descompasso entre a lógica teórica acadêmica e oficial e a lógica da prática da sala de aula. 
08 - A Companhia de Jesus no Brasil e sua representação no livro didático: uma perspectiva de análise. Natália Teixeira Ananias e Rita Filomena Andrade Januário Bettini, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Presidente Prudente.
No cotidiano escolar, o livro didático ocupa uma função significativa quando nos referimos aos instrumentos de trabalho adotados pelos docentes em grande parte das escolas de Ensino Fundamental. Desse modo, analiso neste trabalho, o livro didático Viver e Aprender: História - 3ª série, Ed. Saraiva, inserido no PNLD e adotado por inúmeras escolas de Ensino Fundamental no município de Pres. Prudente, enfatizando a maneira com que a Cia.de Jesus é mostrada neste exemplar e a veracidade e distorção deste assunto para as aulas de História do Brasil. Adota-se a essa discussão um estudo de caso que trata dessa temática, conectado ao PNLD e a dialética subjacente.Assim, conclui-se parcialmente a existência de lacunas conceituais referentes a Cia.de Jesus no Brasil, pela edição superficial e casual das temáticas presentes nesse livro. (PALAVRAS-CHAVE: ANÁLISE, COMPANHIA DE JESUS, LIVRO DIDÁTICO, HISTÓRIA)
09 - Apresentando livros de português. Suzete de Paula Bornatto, Universidade Federal do Paraná, UFPR.
Resultado parcial de pesquisa em torno de livros didáticos de português (dec. 20 a 80 do séc. XX), a análise dos textos de apresentação escritos pelos autores (ou por terceiros) em livros de diferentes períodos aponta para os papéis atribuídos à leitura, ao ensino de língua, ao livro escolar e à escola. Em diversas obras, não há apresentação ou prefácio - apenas epígrafes ou a transcrição do programa oficial, mas boa parte traz orientações de uso, justificativas para as escolhas temáticas e metodológicas e conselhos aos professores e/ou alunos. Entende-se que tais textos são marcas importantes de autoria e indicam também um perfil de leitor/usuário ideal que interessa a estudiosos da história dos livros didáticos, das disciplinas e da educação, dada a importância cultural, social, pedagógica e histórica dos manuais escolares. As principais referências teóricas são os trabalhos recentes de Munakata (1997, 1999, 2004), Bittencourt (2003, 2004) e Batista (1999, 2004, 2005). (Palavras-chaves: livro didático, história da educação, língua portuguesa

SESSÃO XIV
Imprensa e educação.
Coordenação: Carlota Boto
Dia: 12/07/07 – das 09:00 às 12:00 horas

01 - A civilização escolar nas letras de um roteiro de pedagogia: formação impressa de professores. Carlota Boto, Universidade de São Paulo, FE-USP.
A escolarização, como processo imprescindível de formação da civilidade e da cultura cívica modernas, contou com o livro didático como grande aliado para a formação dos professores. O livro escolar, mesmo quando explicitamente destinado ao aluno, por vezes, agia transversalmente; mediante propósito não declarado de ensinar aos professores como preparar e organizar suas aulas, bem como os modos de se comportar indicados para o ofício. Havia, inclusive, uma literatura pedagógica voltada para tal objetivo; e, nessa medida, dirigida aos professores com saberes considerados úteis e valiosos para sua profissão. Tratava-se daquilo que análise de Marta Carvalho - aqui desenvolvida como referencial teórico - intitulou `caixa de utensílios`: um livro que se propunha a responder indagações, esmiuçar práticas cotidianas e contribuir para resolução de dificuldades da 'profissão - professor'. Em 1879, a Livraria Ferreira imprimia em Lisboa a 5ª edição do livro coordenado por José Maria Graça Affreixo e Henrique Freire - sob o título "Elementos de Pedagogia para Servirem de Guia aos Candidatos ao Magistério Primário". Este será analisado, nesta comunicação, como exemplar da corrente acima referida dos impressos escolares destinados aos professores. O objetivo do trabalho será o de refletir acerca do papel desenvolvido por esse tipo de literatura na conformação de uma civilização de costumes promovida pela escola primária. (Palavras-Chaves: Livro didático ; História da Educação; ensino público; professor ; civilização escolar)
02 - Theodoro de Moraes (1877 - 1956) e o ensino da leitura pelo método analítico. Bárbara Cortella Pereira, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
Nesta comunicação, apresentam-se resultados parciais de pesquisa de Mestrado em Educação, vinculada ao Grupo de Pesquisa "História do Ensino de Língua e Literatura no Brasil". Visando a contribuir para a compreensão de um importante momento da história do ensino de leitura e escrita no Brasil, focaliza-se o método analítico para esse ensino concretizado, pelo professor paulista Theodoro de Moraes (1877 - 1956), na cartilha Meu livro (primeiras leituras) (1909) e em Meu livro (segundas leituras) (19??), publicados pela Typ. Augusto Siqueira e, posteriormente pela Cia Editora Nacional. Mediante abordagem histórica centrada em pesquisa documental e bibliográfica, vem-se analisando a configuração textual desses dois livros, tendo sido possível, até o momento, constatar as principais características do método analítico neles concretizado e que influenciou, por mais de quatro décadas, gerações de professores e alunos do curso primário, no Brasil. (Palavras-chave: ensino da leitura; método analítico; cartilha de alfabetização; livro de leitura; pesquisa histórica em educação)
03 - Um estudo sobre a coleção Leitura Escolar, de Thales Castanho de Andrade. Cleila de Fátima Siqueira Stanislavski, Universidade Estadual Paulista, Unesp,Marília.
Com o objetivo de compreender a utilização dos livros de leitura escolar no Brasil, apresento um estudo sobre vida e obra de Thales Castanho de Andrade, com ênfase nos seus livros de leitura escolar Ler Brincando, Espelho, Vida na Roça, Trabalho e Alegria, que fazem parte da Coleção Leitura Escolar. Thales Castanho de Andrade nasceu em Piracicaba no ano de 1890, estado de São Paulo, foi escritor e educador. O referencial teórico deste trabalho está centrado, sob a ótica metodológica, nas idéias desenvolvidas por Roger Chartier (1991) numa abordagem identificada como "história cultural", que está focada na compreensão, manipulação e estudo de textos, impressos de formas variadas, em seu contexto histórico e social. (Palavras-chave: Leitura Escolar, História da Educação, Pesquisa Histórica)
04 - O método da silabação em Cartilha da Infância (188?), de Thomaz Galhardo. Luana Grazielle dos Santos, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
Nesta comunicação, apresentam-se resultados parciais de pesquisa vinculada ao Grupo de pesquisa “História do ensino de língua e literatura no Brasil”, coordenado por Maria do Rosário Mortatti. Visando à compreensão de um importante momento da história da alfabetização no Brasil, focaliza-se a proposta para o ensino da leitura apresentada em Cartilha da infância, elaborada pelo professor paulista Thomaz Galhardo (1855-1904) e publicada pela Francisco Alves, na década de 1880. Até o momento, por meio da análise da configuração textual, foi possível constatar importantes aspectos da aplicação do método da silabação proposto nessa cartilha, uma das primeiras escritas por brasileiro para o ensino inicial da leitura às crianças. (Palavras-chave: ensino da leitura; método da silabação; cartilhas de alfabetização; pesquisa histórica em educação)
05 - Nem rotulados, nem embalados, nem seduzidos: a leitura de rótulos e embalagens. Maria Aparecida Bosschaerts de Camargo, UNIESP, FAPEPE, Presidente Prudente.
A pesquisa realizada que resultou na tese de doutorado "Nem rotulados, nem embalados, nem seduzidos: a leitura de rótulos e embalagens" teve por objetivo operacionalizar e detalhar sugestões metodológicas para uma prática de leitura que propicie a busca do sentido através do estudo de rótulos e embalagens, cujo aproveitamento pedagógico não se apresenta de modo sistematizado. Outro propósito foi o de demonstrar a possibilidade de estabelecer uma metodologia específica para os textos autênticos, sociais, diferenciados, que chegam à escola, de modo a explorar seu aspecto de objeto social - estudo detalhado de sua silhueta específica, das informações que dele se pode obter, do papel que pode desempenhar no desenvolvimento de uma cidadania mais atuante e a possibilidade de formar o leitor crítico, o interlocutor do texto, cooperativo, produtivo, sujeito do processo de ler. O trabalho de campo constituiu-se em fazer, junto a alunos de uma classe 4ª série de escola pública, durante o período de um ano letivo, uma leitura aprofundada desses portadores de texto, a fim de conhecer sua estrutura, suas estratégias de elaboração, os elementos que os constituem, os recursos de que lançam mão para atingir seus propósitos de informar/convencer/seduzir o consumidor. A leitura de rótulos e embalagens poderá constituir-se em caminho seguro e prazeroso no sentido de fornecer elementos para uma leitura mais clara e lúcida do mundo. É preciso, no entanto, que ela se estabeleça como uma metodologia, com precisa colocação de objetivos e avaliação consistente.
06 - Um estudo sobre Nova Cartilha Analytico-Sintética (1916), de Mariano de Oliveira. Patrícia de Oliveira Sobral, Universidade Estadual Paulista, Unesp-Marília.
Nesta comunicação, apresentam-se resultados parciais de pesquisa vinculada ao Grupo de pesquisa "História do ensino de língua e literatura no Brasil", coordenado por Maria do Rosário Longo Mortatti. Visando à compreensão de um importante momento da história da alfabetização no Brasil, focaliza-se a proposta para o ensino da leitura e escrita apresentada em Nova cartilha analytico-synthetica, escrita pelo professor paulista Mariano de Oliveira e publicada pela editora Weiszflog Irmãos, com 1ª edição em 1916 e a 185ª, em 1955. Até o momento, por meio da análise da configuração textual, puderam-se constatar importantes aspectos da aplicação do "método analítico-sintético" proposto nessa cartilha, utilizada por mais de três décadas, em escolas de vários estados brasileiros. (Palavras-chaves: Nova cartilha analytico-synthetica; Mariano de Oliveira; ensino da leitura e escrita; método analítico-sintético; cartilhas de alfabetização; pesquisa histórica em educação)
07 - Leituras pedagógicas: raça, corpo e higiene na literatura escolar do início do século 20. Regina Cândida Ellero Gualtieri, Universidade Federal de São Paulo, Unifesp, Guarulhos.
Este trabalho procurará mostrar como textos didáticos, há um século, orientavam professores para abordar assuntos relacionados à raça, ao corpo e à higiene, temas considerados, na época, essenciais ao debate sobre a consolidação da nação brasileira. A Revista de Ensino (1902-1918), periódico publicado pela Associação Beneficente do Professorado Público de São Paulo visava, entre outras finalidades, facilitar a tarefa do mestre, divulgando os melhores métodos e processos de ensino. Assim, veiculava textos elaborados por professores para serem utilizados nas aulas, bem como orientações sobre como ensinar determinados conteúdos escolares. Em suas páginas, conforme este trabalho irá revelar, questões associadas à raça, ao corpo e à higiene foram tratadas como questões de ensino correspondentemente às discussões levadas pela sociedade. (Palavras-chaves: higiene, corpo e raça; periódico; texto didático)
08 - Leitura x prática – Indicação bibliográfica e as notas de rodapé na revista Escola Secundária. Sílvia Asam da Fonseca, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.
O objetivo dessa comunicação é analisar como a revista "Escola Secundária" tratava as indicações de leitura e as referências bibliográficas para professores, partindo do pressuposto que tanto os dispositivos de indicação bibliográfica quanto o conteúdo dessas indicações podem fornecer indícios das representações que os autores da revista possuíam em relação ao tema.. Vinculada ao Ministério da Educação e, especificamente, à CADES (Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário) a revista circulou nos cursos de formação de professores da entidade e foi publicada de 1957 a 1961 ininterruptamente com dois números extemporâneos (1962 e 1963). Nesse estudo, trabalho com notas de rodapé e indicações bibliográficas nos diversos artigos da revista; além de analisar artigos cujo título remeta especificamente a indicação bibliográfica. (Palavras-chaves: formação de professores - prescrições de leitura - escola secundária)
09 - A Pedagogia segundo Antônio D’Ávila. Thabatha Aline Trevisan, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
Visando a contribuir para aspectos ainda pouco explorados da história dos manuais de ensino no Brasil, apresentam-se, nesta comunicação, resultados de pesquisa de mestrado. Mediante pesquisa documental e bibliográfica, desenvolvida com base nas contribuições advindas da "história cultural" e por meio da análise da "configuração textual", o estudo teve como corpus documental o manual Pedagogia: teoria e prática, escrito por Antônio d'Ávila e publicado em 1954, pela Companhia Editora Nacional/SP. Esse educador foi: professor de várias disciplinas, inclusive de Pedagogia, autor de manuais de ensino, membro de várias entidades profissionais e culturais etc. A análise do manual permitiu conhecer e compreender os saberes e práticas divulgados pelos professores na formação de novos quadros do magistério e compreender a concepção de Pedagogia presente nesse manual. (Palavras-chave: Pedagogia; Antônio d'Ávila; manuais de ensino)

SESSÃO XV
Imprensa e educação
Coordenação: Daniel Revah
Dia: 12/07/07 – das 09:00 às 12:00 horas

01 - Configuração do impresso sob a ordem construtivista. Daniel Revah, Universidade Federal de São Paulo, Unifesp, Guarulhos.
Este trabalho relaciona a transformação ocorrida na configuração dos textos da revista Nova Escola com a emergência do discurso pedagógico construtivista na segunda metade da década de 1980. Na análise, são destacados dois momentos extremos: 1986 e 1996. No intervalo que os separa ocorre essa emergência e inicia-se o percurso de um discurso pedagógico que sofrerá uma importante inflexão em meados da década seguinte, em sintonia com a troca do diretor de redação da revista e de mudanças significativas no que se refere à sua configuração. Essas mudanças resultaram num dispositivo textual que responde aos mesmos ideais modernos que sobrepujam os discursos educacionais nesse período, envolvendo a busca de um máximo de eficiência e economia, objetividade, clareza, rapidez e sentido prático. 
02 - Associações discentes no Brasil e em Portugal. Áurea Esteves Serra, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
Tendo como objetivo a história sobre as associações de alunos no Brasil e em Portugal, analisam-se aspectos do discurso sobre as apropriações feitas pelos alunos que escreveram os periódicos Excelsior (1911-916), da Escola Normal de São Carlos e no periódico português O Alvorecer (1912-1914), da Escola Normal do Porto. O tema é abordado de uma perspectiva histórica, por meio da utilização de procedimentos de reunião, seleção, organização e análise de fontes documentais (os periódicos Excelcior e O Alvorecer) e bibliografia especializada relativas às associações no período em questão. Os resultados obtidos vêm confirmar a relevância do estudo para a compreensão de um momento importante da história quanto à criação das associações em nosso país e em Portugal. (Palavras-chave: associações, periódicos, formação)
03 - Prescrições de leitura para professores no Paraná: jornal A Escola Aberta (1986). Elaine Rodrigues, Universidade Estadual de Maringá, UEM.
Este estudo interessou-se pelo tema imprensa pedagógica, localizando-o no Paraná de 1986. Elegeu-se como fonte uma edição especial do Jornal "A Escola Aberta", uma publicação da Secretaria de Educação de Curitiba. Intentou-se analisá-lo sobre tudo como um jogo de linguagem, nos perguntando, por quais caminhos sua tessitura fora se construindo? Ao adentrar os meandros de sua construção outras tantas incertezas foram me motivando, até indagar como e porque a oficialidade desse discurso, conferida pelo aparelho Estatal, foi aceita de forma a conquistar o caráter de verdade e a ganhar o status de paradigma no campo educacional -paranaense - afirmando-se e reafirmando-se em novas roupagens discursivas. Coube-me ainda, o espaço do diálogo com a historiografia que se realizou muito mais pelas incertezas do que por assertivas. (Palavras-chave: História da Educação - Cultura Escolar - Imprensa pedagógica)
04 - A revista Excelsior! (1911-1916): entre leituras e ideais. Emerson Correia da Silva, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
A revista Excelsior! (1911-1916), publicada pelo Grêmio Normalista "Vinte e dois de Março" da Escola Normal de São Carlos, constitui objeto central da presente comunicação que busca compreender o modo pelo qual o periódico Excelsior! pretendeu firmar-se como divulgador de um ideal de formação de professores. Com base na materialidade da revista discutimos informações sobre a trajetória do periódico e de seus autores (alunas, alunos e professores da escola), assim como das suas leituras, suas representações e apropriações, provavelmente dirigidas para a formação de um professor ideal. Buscamos as marcas deixadas pelo periódico, com especial atenção para os aspectos de sua produção, circulação e editoração, destacando-se os dispositivos textuais e tipográficos utilizados como estratégias de conformação dos leitores e das leituras. (Palavras-chaves: História da Educação; História cultural; Estudo de periódicos; grêmio normalista; formação de professores)
05 - Revista Ipiranga (1935-1960): o amor às letras nas páginas de uma revista escolar. Fábio Delano Vidal Carneiro, Faculdade 7 de Setembro e Universidade Federal do Ceará, FACED-UFC.
Neste trabalho analisamos a produção dos alunos do Grêmio Literário 7 de Setembro no período de 1935 a 1960 através da recuperação e análise da Revista Ipiranga, veículo de divulgação dos trabalhos literários do grêmio. Partimos da perspectiva de que toda a análise histórica deve levar em conta os costumes, as mentalidades, as sensibilidades (E. Hobsbawn, 2003; M. Certau, 1990), enfim, tudo que é humano, tendo em consideração todo o contexto criado pelos homens em sociedade. Conseqüentemente, buscou-se analisar e compreender um extrato da história educacional cearense a partir da reconstrução da memória e da história de uma instituição educacional tendo como pressuposto todo o contexto da qual esta instituição fazia parte (estado novo e período entre guerras) e as reverberações deste período no contexto educacional. Somado a este cenário global, enfocamos uma experiência local de protagonismo juvenil que foi a publicação da Revista Ipiranga em cujas páginas percebemos uma intensa autoria e autonomia do grupo de alunos que a produzia. As diversas seções da revista trazem a convicção do esforço empreendido na sua produção. O esmero na escrita e a predileção por temas sociais e morais revelam não só a dedicação aos estudos, mas o profundo sentimento cívico que parece ser característico dos institutos escolares da época, características que tornam o presente trabalho de profundo interesse para historiadores da educação e em especial educadores interessados na história da leitura e da escrita. (Palavras-chaves: Revistas escolares, grêmios literários, história da educação e da leitura)
06 - A Revista de Educação (1921-1923) e sua contribuição na formação dos professores. Leila Maria Inoue, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
Neste trabalho tem-se como objetivo estudar a formação dos professores, tendo como fonte primária um periódico educacional denominado Revista de Educação que foi publicado pela antiga Escola Normal de Piracicaba/SP, entre 1921 a 1923. A finalidade deste estudo é compreender através do estudo do ciclo de vida, da materialidade e do conteúdo da Revista, a forma pela qual ela estava divulgando os conhecimentos pedagógicos da época e como pretendia se firmar como formadora de um ideário pedagógico. Com isso, podemos dizer que, a criação da Revista, a seleção e publicação dos artigos funcionavam como dispositivos de normatização pedagógica e como suporte material das práticas escolares que circulavam naquele momento com o intuito de nortear o trabalho pedagógico dos professores. (Palavras Chave: Formação de professores, periódicos educacionais)
07 - Ensino de leitura e escrita: contribuição da revista Educação em Mato Grosso – 1978 a 1986. Marijâne Silveira da Silva e Lázara Nanci de Barros Amâncio, Universidade Federal de Mato Grosso, UFMT.
Trata-se de uma pesquisa sobre um periódico publicado pela Secretaria de Educação e Cultura de Mato Grosso, intitulado "Educação em Mato Grosso", que circulou de 1978 a 1986. Este estudo analisa a temática do ensino da leitura e da escrita circunscritos no periódico, bem como seu ciclo de vida (surgimento, crescimento e fechamento), no intuito de obter informações sobre seus organizadores, colaboradores e leitores. Este trabalho busca analisar o objeto impresso também por meio de entrevistas, que possibilitará compreender as práticas sócio-culturais vigentes relacionadas ao ensino da leitura e da escrita no processo de construção de uma determinada memória da educação no estado mato-grossense. Espera-se que essa investigação contribua para a constituição da pesquisa histórica na área do ensino de leitura e escrita, temática pouco explorada no Brasil, conforme estudos de Mortatti (2000), Maciel e Soares (2001, 2003), Frade (2000). É uma pesquisa ainda em desenvolvimento, mas com alguns resultados que merecem ser socializados. (Palavras-chaves: ensino, leitura, escrita, periódicos)
08 - O tema das festas escolares em revistas (1929-1939). Sandra Herszkowicz Frankfurt, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC, SP.
O texto desta comunicação é parte da dissertação de mestrado intitulada As práticas das festas escolares na Escola Normal de Pirassununga (1930-1950), defendida no Programa de Pós-Graduação em Educação: História, Política, Sociedade, da PUC-SP, sob orientação da Prof.ª Dr.ª Maria Rita de Almeida Toledo. Para realizar a pesquisa de mestrado, dentre as várias fontes arroladas, foi analisado o periódico produzido pelo Departamento de Educação do Estado de São Paulo, entre os anos de 1929-1939. Vale destacar que esse periódico teve a denominação alterada ao longo desses dez anos, a saber: de 1927 a 1930, Educação; de 1930 a 1931, Escola Nova; de 1931-1932, Educação; e, de 1933 a 1944, Revista de Educação. Discutir como o tema das festas escolares é apresentado nesse periódico é o que se objetiva com esta comunicação. (Palavras-chave: festas escolares, revista, formação docente)
09 - A base de dados sobre o Boletim Interno da Divisão de Educação, Assistência e Recreio, São Paulo, 1947 a 1957. Silvana Micaroni, Diego Vinícius da Silva, Silvana Alves da Silva e Moysés Kuhlmann Jr, Universidade São Francisco, USF.
O Boletim Interno da Divisão de Educação, Assistência e Recreio, da Secretaria de Educação e Cultura da cidade de São Paulo, publicado mensalmente de 1947 a 1957, pretendia orientar a programação e as práticas educacionais e trazer informações sobre a Secretaria, os Parques e Recantos Infantis, os Centros de Educação Familiar e os Centros de Jovens e de Moças. O Boletim trazia artigos de caráter geral, relatos de experiência, propostas de material didático, relatórios e notícias diversas. Este trabalho pretende apresentar a pesquisa que tem produzido uma Base de Dados sobre esse documento, assim como discutir e compreender as suas particularidades e apontar a sua contribuição para a história das instituições escolares, com a interpretação de temas relacionados com a história da educação das crianças paulistanas. (Palavras chaves: Educação Infantil, Impressos, Parque Infantil, História) 

SESSÃO XVI
Escola: políticas e práticas.
Coordenação: Adriana Inácio Yanaguita
Dia: 12/07/07 – das 09:00 às 12:00 horas

01 - A produção bibliográfica sobre o financiamento da educação no Brasil: 1991-2005. Adriana Inácio Yanaguita, Universidade Estadual Paulista, Unesp, Marília.
A pesquisa intitulada "A produção bibliográfica sobre o financiamento da educação no Brasil: 1991-2005" tem como objetivos principais aprofundar o estudo sobre o financiamento da educação no Brasil e compreender e analisar a produção e circulação de saberes pelos docentes dos cursos de formação de professores através da análise da bibliografia relativa ao tema no período indicado. Esta análise será realizada sob duas perspectivas, baseadas nas idéias desenvolvidas por Roger Chartier (1990): a do conteúdo e a da materialidade. Espera-se que esta pesquisa, em andamento, possa contribuir para a compreensão da constituição e dos rumos da área de Financiamento da Educação, em específico, à caracterização do mercado editorial da área da Educação, bem como caracterizar a produção e circulação de saberes nas instituições de formação de professores no Brasil. (Palavras-chaves: Financiamento da Educação, Formação de professores, Produção Bibliográfica)
02 - Políticas públicas e leitura no Brasil – uma história e muitos sentidos para a literatura infantil. Adriana Thomazotti Claro, Centro Universitário “Nove de Julho”, Uninove.
Remetendo à história da produção literária no país, esta comunicação visa empreender um esforço para compreender a dinâmica das relações do Estado com a educação e a cultura, intuindo os movimentos que constroem os nexos das políticas públicas nestas áreas no Brasil, bem como atentar para os laços entre literatura, escola e mercado, uma vez que, para que haja o consumo de literatura pelas crianças, é necessário habilitá-las para a leitura, para o consumo de obras impressas. Constrói-se então um cenário no qual a literatura aparece como intermediária entre a criança e a sociedade de consumo, e também como caudatária da escola, a quem cabe promover e estimular como condição de viabilizar sua própria circulação. (Palavras-chave: políticas públicas, leitura, literatura infantil)
03 - Do intelectual tradicional ao intelectual orgânico: relato da elaboração do PPP, do Festival de Cultura e outras práticas coletivas. Alice Kulina Simon Esteves, Colégio de Aplicação de Resende, Rio de Janeiro e Associação Educacional Dom Bosco, AEDB.
O grupo de professores, pais, coordenadores, alunos e representantes da RJ, vem discutindo qual o?comunidade escolar, na cidade de Resende PPP, que pressupõe a superação?papel do Projeto Político Pedagógico da fragmentação curricular diante os questionamentos sobre os fins e os valores da educação, ao mesmo tempo em que promove um "pluralismo de saberes". Expondo o PPP do Colégio de Aplicação de Resende, discutimos sobre seus elementos constitutivos, do documento instituído ao instituinte, os projetos construídos coletivamente (alunos, pais e professores do Festival de Cultura), coeso e sintonizado com a classe político-social, transformando-se em intelectuais orgânicos (Gramsci), geradores de outras ações espontâneas no próprio ambiente escolar. (Palavras-chave: projeto político-pedagógico; práticas coletivas da escrita; festival da cultura)
04 - Formação continuada: contextualizando a ação da supervisão escolar e a gestão educacional da escola pública. Anízia Aparecida Nunes Luz e Lucrécia Stringhetta Mello, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS.
A partir da análise do processo de formação continuada, o trabalho discute perspectivas de se delinearem no momento atual, novas formas de ação junto à gestão da escola a partir de um referencial teórico prático para atuação mais eficaz de supervisores do ensino fundamental, coordenadores de instituições infantis e direção de escolas públicas (município de Três Lagoas/MS). Reflete-se sobre as inter-relações entre o processo de escolarização, identidade, planejamento curricular e política educacional. Por se tratar de pesquisa participante, os sujeitos envolvidos levantam os problemas do seu cotidiano transformado-os em temas geradores de propostas alternativas às ações a serem desencadeadas em seu lócus de trabalho revertendo as experiências ao grupo o que possibilita a forma interdisciplinar de construir novos conhecimentos. (Palavras-chave: Formação continuada, prática pedagógica, construção (re)construção de saberes, mudanças)
05 - Gestão participativa. Deise Dias Fahl, Vera Regina Maronese Tortorelli, José Antônio de Oliveira e Sheyla Pinto da Silva, E. M. E. F. “Prof. Vicente Ráo” e Prefeitura Municipal de Campinas.
Esta comunicação tem o objetivo de apresentar o Projeto de Pesquisa Trabalho Integrado na Escola Pública: Participação Política-Pedagógica, desenvolvido desde 2006 na EMEF Prof. Vicente Ráo, Campinas/SP. Tem a coordenação do Prof. Dr. Pedro Ganzeli da FE/UNICAMP, sendo patrocinado pela FAPESP. Seu principal objetivo é "Construção de novas formas de conceber a prática política-pedagógica da organização escolar e os órgãos centrais da educação". O Projeto estrutura-se a partir de subprojetos que visam promover a integração com diferentes frentes de trabalho escolar e a comunidade. Para representar a pesquisa destacamos neste trabalho o Subprojeto Laboratório Interativo de Ciências (LABI). A metodologia seguida é a proposta pela pesquisa-ação. (Palavras-chaves: Gestão participativa; Trabalho Integrado; Participação Política-Pedagógica; Laboratório Interativo de Ciências)
06 - Culturas silenciadas no espaço escolar. Mariana Pereira de Oliveira, Fundação Municipal de Educação de Niterói.
Partindo de uma experiência realizada ao longo de 2006, com alunos em Progressão Parcial de 3º Ciclo em língua materna, e de como nos espaços escolares regulares a cultura e o conhecimento destes alunos é recusada e marginalizada (ORLANDI), problematizaremos como práticas que levam em consideração o sujeito, a história e os processos discursivos podem atuar de forma decisiva no aumento da auto-estima e na construção e sistematização da linguagem formal. E, em contrapartida, como as armadilhas da escola e da avaliação tradicional agem menos em prol da aquisição de conhecimentos e mais na tensão de poder entre os sujeitos no espaço escolar(ESTEBAN, FOUCAULT), silenciando as vozes não-institucionalizadas. (Palavras-chave: discurso, sujeito, linguagem, avaliação)
07 - Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal: a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional–LDB e o ensino da leitura no ensino médio. Roselene de Fátima Constantino e Kadidja de Lara Medina Boaventura, Universidade de Brasília – UnB.
Este trabalho introduz uma reflexão a respeito das políticas educacionais e seu papel na liberação de projetos de leitura. Questiona também se o professor, que deve ser o grande incentivador da leitura para seus alunos, é um leitor. Trata ainda das conseqüências de uma má política educacional, entre elas, a não continuidade dos projetos propostos nas instituições educacionais públicas do Distrito Federal. O texto começa com um breve histórico da LDB, do surgimento dos PCNs e com eles, a elaboração de um novo currículo para o ensino médio. A conclusão é uma avaliação que traga subsídios para o início de uma discussão em relação às políticas educacionais e às mudanças no ensino da leitura no Distrito Federal.
(Palavras-chaves: instituições educacionais públicas, LDB, PCNs, ensino médio, leitura)
08 - Escolarização de práticas sociais de leitura: os problemas na transposição didática. Roseli Maria Rosa de Almeida e Ana Lúcia Espíndola, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS, Campo Grande.
O presente trabalho tem por objetivo apresentar as reflexões iniciais de uma pesquisa em desenvolvimento que tem como sujeitos alunos do 6º ao 9º ano de uma escola pública de Ribas do Rio Pardo-MS, visando desvelar os problemas decorrentes da transposição didática de práticas sociais de leitura para as práticas escolares. A primeira etapa do trabalho - que nos propomos a apresentar nesta comunicação - centra-se em investigar a base teórica sobre práticas de leitura e, a partir de alguns autores que trabalham a temática, discutir a questão da transposição didática. A escola precisa "escolarizar" as práticas de leitura, no entanto, nos indagamos: como fazer? Quais os problemas que a escola enfrenta nesta tarefa?
09 - Projeto Resgate: buscando novas soluções para velhos problemas. Urbano Rodrigues Azambuja, E. M. “Profª Elma Garcia Lata Batista”, e Olíria Sandim de Andrade Zuque, C. E. I. “Nossa Senhora Aparecida”.
O Projeto Resgate nasceu a partir do respaldo teórico e das discussões ocorridas em encontros quinzenais com um grupo de estudos desenvolvido em parceria entre supervisores, coordenadores, gestores de escolas municipais e a UFMS/CPTL. Assim, no ano de 2006, a coordenadora pedagógica juntamente com o professor de educação física da Escola Municipal "Parque São Carlos" elaboraram e desenvolveram uma proposta de ação/intervenção, fundamentada nos princípios interdisciplinar, para situações apresentadas dentro do ambiente escolar (repetência, evasão e indisciplina). O resultado evidente foi se delineando no decorrer do trabalho motivando a todos participantes pela continuidade e trazendo inspiração para novas propostas. (Palavras-chave: Discussão, projeto coletivo, parcerias, ação e intervenção)

SESSÃO XVII
Escola e práticas de leitura e escrita de professores
Coordenação: Maria Isabel Edelweiss Bujes
Dia: 12/07/07 – das 09:00 às 12:00 horas

01 - A leitura na formação docente: desarmar a armadilha? Maria Isabel Edelweiss Bujes, Universidade Luterana do Brasil, ULBRA.
Qual a finalidade da leitura na formação docente? Partindo desta questão, este exame de discursos da formação docente pretende problematizar os usos da leitura como estratégia que, com seus vocabulários, seus modos de dizer, seus raciocínios e formas de argumentar, constitui toda uma rede conceitual, cujas formulações se expressam como portadoras de verdade sobre as crianças, as professoras, as práticas pedagógicas... Entendendo tais discursos como armadilhas, formas de dizer inventadas - mas não como ardil, cilada, armação - buscar-se-á discutir formas possíveis de desarmá-los: desmontando-os, separando sua peças, mostrando suas possíveis conexões. A pretensão é indicar o vínculo de tais discursos com uma racionalidade governamental, como a entende Michel Foucault, e seus possíveis efeitos nos processos de subjetivação de crianças e docentes em formação. 
02 - A visão do professor em fase final de formação sobre o uso de diferentes gêneros e suportes de leitura na sala de aula. Ana Paula Kuczmynda da Silveira, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC.
Esta comunicação visa refletir sobre a visão que professores em fase final de formação têm a respeito da prática da leitura no contexto do ensino médio com base em uma pesquisa levada a feito em uma universidade do Vale do Itajaí envolvendo trinta alunos do curso de graduação em Letras - Licenciatura - Inglês/ português. Esta reflexão desenvolveu-se sobre a perspectiva de que todo mecanismo de significação necessita ser compreendido em uma dimensão sócio-histórico-cultural na construção de uma ponte entre o leitor, o seu contexto, e o texto (FOUCAMBERT, 1994; FREIRE, 1988, 1985; GOULEMOT, 2001). Para oportunizar o letramento é necessário que o indivíduo possa ter contato, no espaço escolar, com diversas leituras compreendendo diferentes gêneros discursivos e suportes de leitura (KLEIMAN, 2002; SMITH, 1999). No entanto, o professor, como principal intermediário neste processo, necessita ser, ele mesmo, um leitor hábil, e estar consciente de seu papel, bem como dos materiais e abordagens que utiliza. Os dados obtidos através dos questionários entregues aos acadêmicos e por intermédio de uma entrevista em profundidade foram analisados apontando para a necessidade de discutir-se a leitura enquanto construção de significados e ressignificação das vivências individuais. (Palavras-chaves: Leitura. Letramento. Gêneros discursivos)
03 - Leitura de literatura e formação contínua de professores. Ariane Gomes de Lima, Universidade de São Paulo, FE, USP.
Este trabalho tem por objetivo contribuir, no campo de pesquisa sobre a formação contínua de professores, para a produção de conhecimento sobre a relevância da leitura de textos literários como elemento que pode produzir reflexão e mobilizar os professores para o incentivo e prática da leitura entre seus alunos. Como cenário da pesquisa escolhemos o Programa de Formação de Professores Alfabetizadores - PROFA - que, em suas propostas de formação investiu na valorização da leitura de textos literários em momentos que se denominaram `leitura compartilhada` dentro dos encontros de professores cursistas e formadores. (Palavras-chave: leitura, literatura e formação contínua de professores)
04 - Com a palavra, os professores – Narrativas de processos formativos e de práticas e representações de leitura. Denize Elza Nogueira Sobrinha, Universidade Federal de Goiás, UFG.
Essa pesquisa tem como objetivo conhecer as práticas e representações de leitura de professores vinculados ao processo de formação como docentes, tendo por base, entre outros, os trabalhos de Abreu (1999), Bakhtin (2004), Chartier (1996), Melo (2002), Nóvoa (1992) e Tardif (2002). Para tanto, participam do projeto professores e educadores populares da rede pública de ensino de Goiânia/GO, que através de suas narrativas acerca do processo de sua constituição como leitores e professores, propiciam a este trabalho uma análise sobre as contribuições da leitura para uma atuação docente mais crítica, autônoma e participativa. É importante ouvir as vozes dos professores como um contraponto a um discurso da mídia e de alguns projetos oficiais, que representam os docentes como não-leitores e proclamam que suas leituras se limitam ao universo do livro didático. Ao pesquisar essa temática espera-se contribuir para a desmistificação das concepções de leitura e de leitores que estereotipam os professores. (Palavras-chaves: práticas e representações de leitura, formação de professores)
05 - A relação do professor de português com a literatura: formação, hábitos de leitura, práticas de ensino. Gabriela Rodella de Oliveira, Universidade de São Paulo, FE, USP.
Esta comunicação visa a compartilhar parte de pesquisa de mestrado em andamento, que tem por objeto a relação que os professores de português do ensino médio da atual rede pública estadual da cidade de São Paulo têm com a literatura. Nesse sentido, o que se está realizando no momento é a análise de dados coletados em pesquisa qualitativa realizada por meio de 87 questionários respondidos por tais professores acerca de: sua formação escolar; seus hábitos de leitura; e sua prática ensino de literatura. Para tanto, buscou-se refletir sobre as pesquisas já efetuadas sobre o tema e partiu-se das teorias da Estética da Recepção (Jauss; Iser), da Sociologia (Bourdieu), da História da Leitura (Chartier; Darnton) e da Análise do Discurso (Maingueneau; Pêcheux). (Palavras-chaves: leitura do professor; leitura literária; ensino de literatura)
06 - A professora-leitora em formação e as práticas de leitura vividas por seus alunos. Leila Cristina Borges da Silva, Universidade Estadual de Campinas, FE, Unicamp.
A pesquisa de doutorado em andamento aborda o modo pelo qual a professora-leitora organiza o trabalho de apropriação da leitura junto aos seus alunos, percebendo os desdobramentos do processo de formação em curso que vivencia. Ancorada nos estudos da história-cultural, (Certeau: 1994; Chartier: 1996) discute a formação da professora a partir da elaboração de um repertório tático, ao qual ela recorre quando mobilizada pelas práticas de leitura de seus alunos. Finalmente, o estudo problematiza as formas de compreensão das réplicas dos alunos pela professora, tendo por base, a presença do inacabado nos processos interativos da linguagem, conforme Bakhtin (2002). (Palavras chaves: formação de professores e práticas de leitura)
07 - Os caminhos da produção do conhecimento no exercício da profissão docente. Maria Cristina Silva Tempesta, Universidade Estadual de Campinas, Unicamp.
Esta comunicação visa a compartilhar os resultados de pesquisa de doutorado em andamento em que professoras das séries iniciais, ao trabalharem com a sistematização da alfabetização, são cobradas a dominar conhecimentos e informações que chegam dos diferentes espaços sociais que se dedicam a pensar e propor ações adequadas às séries iniciais do Ensino Fundamental. No entanto, o conhecimento individualizado não basta, é preciso também dominar as formas de enunciar (Bakhtin, 1992) esse conhecimento (Kleiman, 2005, Guedes-Pinto, 2005) para que seja reconhecida e valorizada pelos membros da comunidade docente da qual as professoras fazem parte. É também pelo discurso (Bakhtin, 1992) sobre seus saberes que estas profissionais passam a ser reconhecidas como adequadas e competentes nas tarefas de alfabetizar. A professora não é apenas aquela que tem um determinado conhecimento (Guedes-Pinto, Silva e Gomes, 2001) adquirido, mas aquela que também sabe falar sobre esse conhecimento por meio de uma linguagem que seja reconhecida pelos sujeitos que dividem os ambientes educacionais. É preciso obter o aval do outro para que o conhecimento docente ganhe legitimidade. (Palavras-chaves: Formação de professores, conhecimento, enunciação, competência didática, ambientes educacionais)
08 - Histórias de leitura: a insubmissão do leitor. Priscila Lícia de Castro Cerqueira, Universidade do Estado da Bahia, UNEB.
O presente trabalho é parte da pesquisa que venho desenvolvendo no contexto do Mestrado em Educação e Contemporaneidade da Universidade do Estado da Bahia, que intenta compreender como os modos/maneiras de ler e interagir das professoras egressas de um Curso de Formação em Serviço do município do Semi-Árido Baiano - Feira de Santana, com o universo literário podem orientar e/ou influenciar a sua prática com a Literatura Infantil. O resgate das histórias de leitura configura-se como estratégia significativa para implementar discussões sobre as tensões que se inscrevem entre os espaços de formação de leitores formais e informais e suas repercussões na formação e a prática do professor -leitor. (Palavras- chaves: Práticas de leitura - Leitura Literária - Formação de Professores)
09 - A formação do professor leitor em narrativas de alfabetizadoras. Selma Costa Pena, Universidade Federal do Pará, UFPA.
Nesta comunicação discuto o processo histórico no qual alfabetizadoras se constituíram leitoras.Trata-se de uma investigação narrativa, desenvolvida no Mestrado em Educação da Universidade Federal do Pará. Usou como recurso metodológico de construção de dados narrativas orais de um grupo de alfabetizadoras vinculadas profissionalmente ao ensino público. A investigação objetivou identificar percursos, espaços e tempos de formação de professoras leitoras. A análise os depoimentos promoveram o entrecruzamento entre os eixos - formação, narrativa e leitura. A análise do material empírico possibilitou identificar família, escola e trabalho como principais espaços formativos na constituição dessas leitoras.Tais espaços caracterizam-se por promoverem diferentes práticas de letramento, que podem vir a constituir-se importantes orientações para processos de formação docente. (Palavras-chaves: formação- narrativa- leitura)

SESSÃO XVIII
Escola e práticas de leitura e escrita de professores
Coordenação: Alice Yoko Horikawa
Dia: 12/07/07 – das 09:00 às 12:00 horas

01 - Professor: um leitor situado. Alice Yoko Horikawa, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, PUC-SP.
Este trabalho, inserido numa pesquisa realizada no Programa de Lingüística Aplicada da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo-PUC/SP, pretende investigar os modos de leitura procedidos por seis professores de uma escola pública do município de São Paulo, em contexto de formação continuada. Interessa-nos analisar, com base em Bakhtin/Volochinov (1929), Bakhtin (1934-35; 1952-53) e nos estudiosos da História da Leitura, notadamente Chartier (1985; 1997) e Hébrard (1985), a apreciação valorativa que os professores elaboram a respeito do dizer alheio, considerando-se as vozes sociais que ativam nesse processo e as práticas de leitura cultural e institucionalmente constituídas. A investigação aponta-nos para um professor-leitor competente, que ajusta o dizer alheio às demandas específicas de sua profissionalidade, transformando o texto em recurso para compreender sua prática, questionar propostas pedagógicas e buscar sua adequação na situação particular em que está inserido. (Palavras-chaves: apreciação valorativa, vozes, práticas de leitura)
02 - Tecer "ter sido/ tecido", tecendo leituras: uma experiência de formação de leitores. Antonilma Santos Almeida Castro e Pensilvânia Diniz Guerra Santos, Universidade Estadual de Feira de Santana, UEFS.
Este trabalho relata as experiências vivenciadas no Projeto Tecendo Leituras, na cidade de Feira de Santana (BA). O projeto foi uma iniciativa do Governo Estadual/ Secretaria de Educação e Universidade Estadual de Feira e objetivou desenvolver uma política de incentivo à leitura, envolvendo alunos e professores de escolas públicas estaduais. O "Tecendo Leituras" refletiu sobre o compromisso de alunos e professores, da sociedade na formação de estudantes críticos. Professores e alunos analisando suas praticas com a leitura. Queixas, angústias e alternativas foram ouvidas. Uma catarse coletiva foi construída. Um "ter sido/tecido", talvez...o ponto comum que alunos e professores chegaram. Compromissos foram feitos, agora é preciso continuar tecendo... (Palavras- chaves: Leitura, Leitor, Formação de professores leitores) 
03 - Os sentidos do ler e escrever na sociedade e na escola. Débora Böhm Bonow e Cristina Maria Rosa, Universidade Federal de Pelotas, UFPel.
Fundada em estudos que indicam que práticas de leitura e escrita prévias e desencadeadas nos cursos de formação tem parte considerável de influência na atuação docente (KRAMER, 1998; Lajolo, 2000; Soares, 2000 e Zilberman, 2005), o objetivo da pesquisa é evidenciar se e como um grupo de estudantes de Pedagogia se apropria da leitura e da escrita como objetos conceituais primordiais da profissão. A pesquisa teve início em março de 2005, se estenderá por quatro anos e tem como população informante 48 mulheres. Os resultados iniciais indicam que de idéias a respeito da leitura e escrita partilhadas pelo senso comum as acadêmicas, na medida em que avançam na formação, exercitam um processo de aquisição de novos conceitos e teses a respeito desses dois objetos. (Palavras-chaves: Leitura; Escrita; Formação de professores)
04 - Competência lingüística e TDAH (transtorno de déficit de atenção/hiperatividade). Maria das Graças Faustino Reis e Dulce Maria Pompêo de Camargo, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, PUCCAMP.
Esta comunicação visa a compartilhar uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Educação da PUC-Campinas. Memória e atenção são muito importantes no desempenho da competência lingüística (BARKLEY, 1997). Assim, planejamento, organização e produção de textos representam um grande desafio para alunos com TDAH. A pesquisa mostra a necessidade de o professor refletir sobre as práticas escolares enraizadas no dia-a-dia da escola. Aprender como ensinar alunos com TDAH a ler e escrever poderia contribuir para o desempenho da competência lingüística, além de evitar que eles passem pelo processo de rotulação, geralmente utilizado para a explicação do seu desempenho escolar. (Palavras-chave: competência lingüística, TDAH, práticas escolares)
05 - Nossa história: uma experiência de ação e mudança. Maria Dovaneide de Souza, E. M. “Gen. Nelson Custódio de Oliveira”, Três Lagoas, MS.
Ingressei em cursos de formação continuada para detectar expectativas e dificuldades no trabalho cotidiano. Com disponibilidade da UFMS em parceria com a SEMEC, fizemos leitura e discussão de alguns autores como Souza (2005), Placco (2003) e Vasconcellos (1995), que impeliu-nos rever postura do coordenador pedagógico. Com o propósito de buscar novas conquistas, traçamos um roteiro de apresentações de filmes relacionados à proposta pedagógica, através de um projeto ainda em desenvolvimento. O primeiro filme partilhado foi "Escola da Vida" de David Paymer, que mostra o construtivismo e tradicionalismo, traçando um paralelo entre ambos. O empreendimento qualifica, oportuniza reflexões e todos estão empenhados no fazer e refazer, arriscando, aprendendo e ensinando. (Palavras-chaves: rever postura, detectar expectativas, novas conquistas)
06 - Formação de um leitor crítico no ensino fundamental na perspectiva da pedagogia histórico-crítica. Marilsa Maria Verdinelli e João Luiz Gasparin, Universidade Estadual de Maringá, UEM.
Esta comunicação tem como objetivo compartilhar uma experiência de leitura em Ciências, subsidiada pela Teoria Histórico-Cultural (Vigotski (2001) e pela Pedagogia Histórico-Crítica, estruturada a partir dos cinco momentos propostos por Saviani (1986) e transformados em uma didática por Gasparin (2002): prática social inicial, problematização, instrumentalização, catarse e prática social final. O presente trabalho resultou de uma pesquisa-ação desenvolvida num programa de formação continuada de professores em serviço no Ensino Fundamental na disciplina de Ciências da Rede Privada de Ensino de Maringá-PR. Verificou-se -que a formação de um leitor crítico é responsabilidade da escola; neste processo, o professor assume um papel central. A conclusão evidenciou que a Teoria Histórico-Cultural e a Pedagogia Histórico-Crítica podem constituir-se em uma proposta metodológica segura para a formação de um leitor crítico nas diversas áreas de conhecimento. (Palavras-chave: Teoria Histórico-Cultural, Pedagogia Histórico-Crítica, Formação de um leitor crítico)
07 - A prática de leitura dos/as alunos/professores/as do PEC/USP. Sandra Helena Barbosa Fagundes, E.M.E.B. “Prof. Dr. Geraldo Philomeno”.
Este trabalho origina-se de uma pesquisa realizada com os/as professores/as do Programa de Educação Continuada-PEC-Municípios/USP, pólo Moji Mirim, sobre a orientação de leitura nas suas vidas escolares antes de iniciarem o curso de graduação no PEC/USP. Utilizou-se a entrevista como instrumento para a coleta dos dados. O objetivo era conhecer as práticas de leitura dos alunos/as professores/as tendo como base a orientação recebida no 1° e 2° graus. Há um reconhecimento da importância da leitura por parte dos/as alunos/as professores/as para a aquisição de conhecimento, para o lazer, com fins religiosos e principalmente com fins formativos através das apostilas do curso, fonte principal de leitura dos/as mesmos/as no presente momento. A leitura possibilita o exercício de uma visão crítica que se constitui em mecanismo de defesa no combate à desigualdade social. (Palavra chave: Leitura, formação continuada de professores)
08 - Os sentidos/significados sobre leitura de professores de ensino fundamental II. Sônia Maria Nolasco, E. E. “Prof. Astrogildo Arruda” e Faculdade Anchieta.
Esta comunicação visa compartilhar os resultados obtidos em pesquisa para dissertação de mestrado pela PUC/SP. Trata-se de uma pesquisa desenhada para propiciar espaços de colaboração e reflexão crítica (Vygotsky 1934, 2002, Dolz e Shcneuwly 2004, Magalhães, 2004) para os participantes do Projeto Hora da Leitura, com o objetivo de intervir no contexto escolar e criar espaços de questionamento, análise crítica das relações sociais entre os participantes sobre o papel que exercem, isto é, das duas ações em sala de aula. (Palavras-chave: sentidos e significados, formação de professores, ensino de leitura)
09 - Processo de apropriação da produção acadêmica pelos professores do ensino oficial de São Paulo mediada pelas publicações da APEOESP. Vera Ribeiro dos Santos, Universidade de São Paulo, USP e E. E. “Euclides Bueno Miragaia”, São José dos Campos.
Esta comunicação visa analisar a produção acadêmica dos diversos grupos de pesquisa de gênero e educação, suas formas de divulgação nas décadas de 1970 a 1990 e busca compreender de forma os professores da Rede Pública do Ensino oficial de São Paulo se apropriaram dessa produção mediadas pelas publicações (Cadernos de Formação) do Sindicato dos Professores - APEOESP. (Palavras Chaves: Gênero, Educação, Apropriação)

SESSÃO XIX
Escola, leitura e escrita
Coordenação: Jacira Helena do Valle Pereira
Dia: 12/07/07 – das 09:00 às 12:00 horas

01 - As ciladas da escrita: regionalismos e plurilingüismo em contextos culturais de fronteira. Jacira Helena do Valle Pereira, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, UFMS.
Este trabalho apresenta dados de uma investigação, em andamento, sobre o processo de escolarização em contextos culturais de fronteira geográfica, e entre outras questões focaliza as fronteiras reais e simbólicas no universo lingüístico-cultural de seus sujeitos. É notório que língua e cultura (WILLIAMS, 2000) não são homogêneas em nenhum lugar, tampouco em áreas de fronteira em que a confluência dos povos, conflitos lingüísticos e culturais resultam numa variedade lingüística entre os falantes e, conseqüentemente, se apresentam nas suas produções escritas. Tratar das influências da fronteira (SANTOS, 2002) neste espaço é tratar menos das tessituras das linhas demarcatórias é voltar-se mais às perspectivas relacionais, às trocas lingüísticas e simbólicas. Os resultados preliminares sinalizam que as produções escritas dos sujeitos de fronteira geram tensões em face à prática educativa, que se apresenta monolíngüe, culta, homogênea e urbana. (Palavras-chaves: fronteira geográfica, variedade lingüística, redações, pluralidade cultural)
02 - Leitura e escrita em discussão: ler e escrever um velho problema. Carmen Regina de Carvalho Pimentel e Ana Márcia Barbosa dos Santos, Universidade Federal de Sergipe, UFS.
Ao se fazer estudos acerca da leitura e da escrita na escola, constatou-se as deficiências do processo de alfabetização, a pequena quantidade de leitura em sala de aula, a má qualidade do material a ser lido, o meio de comunicação de massa e a Internet afastando o público leitor da matéria escrita. Diante de tais evidências, esse trabalho objetiva fazer uma reflexão acerca da problemática da leitura e da escrita na escola, seus caminhos e descaminhos para o sucesso ou insucesso do aluno. Para subsidiar esse estudo foram utilizados textos de (Soares, 1995; Melo, 1983; Kato, 1995; Zilberman, 1995; Silva, 1995; Bourdieu, Chartier e Bresson, 2001). As etapas desse trabalho estão fazendo parte de uma pesquisa para avaliar mudanças no comportamento dos alunos concernentes a leitura e a escrita em sala de aula, o porquê de seu sucesso ou insucesso. (Palavras-chave: leitura, leitor, texto)
03 - Limites de autoria dos profissionais técnicos (ensino profissionalizante de nível médio x ensino superior): uma abordagem discursiva. Claudinei Zunino, Escola Agrotécnica Federal de Rio do Sul, SC e Solange Maria Leda Gallo, UNISUL, SC.
Esta comunicação tem como objetivo socializar uma pesquisa sobre o contexto mais amplo que determina as profissões de Técnico Agrícola -TA, e de Engenheiro-Agrônomo - EA, compreendendo suas semelhanças e diferenças em relação à autoria. A partir de uma análise discursiva, de linha francesa, pudemos destacar os aspectos sociais, históricos e ideológicos que possibilitam compreender a autoria em graus diferenciados em um caso e em outro. Observamos que, durante a formação desses profissionais, o relatório final de estágio é o único documento que abre espaço para que o sujeito exerça sua função-autor. É por meio de sua textualização que o aluno se vê como profissional, e por decorrência se identifica na posição discursiva de sujeito técnico, ou de sujeito engenheiro, e não (somente) pelo conteúdo aprendido no curso de formação. (Palavras-chave: análise do discurso, autoria, ensino profissionalizante)
04 - Anotações de aula: contribuições para o processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita na escola. Eliana Melo Machado Moraes, Universidade Federal de Goiás, UFG, Jataí.
Esta comunicação apresenta o estudo da apropriação da anotação a partir de dados que vão do Ensino Fundamental à Pós-graduação. Esse percurso foi reconstituído tomando por base as anotações realizadas nos materiais escolares dos alunos (cadernos, livros e outros), as entrevistas e aulas filmadas com sujeitos envolvidos na pesquisa. Os dados me levaram a organizar a exposição em quatro situações de anotação em que se configuram como cópia, transcrição, retextualização, e, por fim, anotação como comentário e análise. Embora esta organização mostre uma caminhada no processo de apropriação ou construção de um modo de anotar, ele não pressupõe uma lineariedade: modos de anotar iniciais reaparecem em qualquer momento. A compreensão desse processo pode contribuir para discussões atinentes ao processo de ensino e aprendizagem da leitura e da escrita, nas aulas de língua materna, e também, nos cursos de formação de professores. (Palavras chaves: Anotações de aula - leitura - escrita - formação de professores)
05 - A leitura e a escrita como ferramenta no processo de formação continuada com professores na educação básica na E. M. Professora Bolívia de Lima Gaétho. Karyne Alves Baroldi e Carla Cristiane Souza da Silveira, E. M. “Profª Bolivia de Lima Gaétho".
O trabalho visa relatar experiências vivenciadas na E. M. Professora Bolivia de Lima Gaétho, que estão favorecendo a desconstrução da lógica seriada através da leitura, reflexão e registro. Investimos constantemente na reflexão entre teoria e prática, no compromisso compartilhado em romper as amarras do senso comum, reconhecendo no "estar com o outro" uma fonte inesgotável de possibilidades. Esses momentos de diálogo têm sido mediados por diversos autores como Perrenoud, Paulo Freire, Andréa Krug e Rubem Alves, com os quais problematizamos nosso cotidiano e ousamos construir com o auxilio da leitura um espaço ressignificado e motivador de novos conhecimentos. Escrevemos assim, a muitas mãos, o começo de uma nova história. (Palavras-Chave: Formação, Leitura, Registro.)
06 - Minha “Felicidade Clandestina”. Luciana Santos Mendonça Matos, Universidade Federal de Sergipe, UFS.
A pesquisa em educação tem umas surpresas maravilhosas, que me proporcionaram uma verdadeira felicidade clandestina. Tento, nesse artigo, mostrar como a literatura fez parte da minha trajetória como estudante e surpreendentemente faz agora das minhas pesquisas em Historia da Educação. A partir do conto de Clarice Lispector, Felicidade Clandestina, pude fazer uma reflexão reveladora de alguns aspectos educacionais constitutivos de sujeitos que integram a minha formação e a de tantas outras pessoas de uma dada época. Lajolo & Zilberman (1998), Chartier (2002), Albuquerque (2003), Santos (2004) e Vitório (2006) são autores que através de seus trabalhos estão ao meu lado na reflexão que desenvolvo nesse artigo acerca das leituras e leitores na própria literatura. (Palavras-chave: Felicidade Clandestina, literatura, escola, história da educação)
07 - Movimentos de incentivo à leitura e escrita na rede municipal de ensino de Niterói - Nádia Regina Macedo Enne, Regina Lúcia da Costa Martins, Laryssa Okom Barduzi, Fundação Municipal de Educação de Niterói.
Esta comunicação visa compartilhar a experiência da Rede Municipal de Educação de Niterói com projetos de incentivo à leitura entre alunos do Ensino Fundamental Regular e Educação de Jovens e Adultos. Acreditamos na importância do contato dos alunos com a maior variedade de textos. Assim, o Concurso de Incentivo à Leitura: Poesias, como também a permuta de cartas entre as escolas da Rede Municipal de Educação de Niterói são estratégias que abalizam a ciclagem como processo, rumo ao letramento. Julgamos importante dar sentido de rede às ações pedagógicas. Necessidade social, aprendizagem escolar podem acontecer associados de forma significativa, com o propósito de estimular a leitura e a escrita. Tomamos como referências: NOVAES, SANDRONI, LAJOLO, HERNANDES, entre outros.
08 - Leituras e falsas memórias. Raquel Eloísa Eisenkraemer, Universidade de Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul.
Quando lemos ou vemos a cobertura da mídia sobre algum evento, quando experienciamos algum fato de fundo emocional forte, estamos sujeitos a memorizar informações enganosas, que têm o potencial de invadir nossas recordações, uma vez que modificamos nossa memória e as recordações ao longo do tempo. O leitor pode, durante a leitura, por falta de conhecimento prévio, não saber quase nada a respeito de determinado domínio de estudo e, para obter uma compreensão global e efetiva do que lê, buscará preencher os vazios com informações familiares, nem sempre compatíveis com as idéias do autor do texto. Quando questionado sobre o texto lido, poderá lembrar determinada informação como sendo dada no texto, o que poderia, de fato, ser "inventada" ou inferida, emergindo, assim, uma falsa memória. Assim, pretendemos desvendar a emergência de falsas memórias a partir da leitura, uma vez que a leitura ativa a memória e busca uma associação com o conhecimento prévio, recuperando informações, que podem ser verdadeiras ou falsas, dependendo dos elementos lingüísticos e extralingüísticos em que se basearam. (Palavras-chave: leitura, falsas memórias, compreensão textual, construção de sentidos, inferências) 
09 - Pesquisa sobre a leitura nas quartas séries iniciais do ensino fundamental: reflexões em torno do processo docente. Rosa Maria Filgueiras Vieira, Universidade de Itaúna.
A leitura e sua interpretação compreendem nossos estudos e pesquisas, cujo o objetivo é o de verificar em que medida as crianças do ensino fundamental, da quarta série, da cidade mineira de Pará de Minas, conseguem reconhecer, organizar, elaborar e valorizar, textos literários, científicos e informativos ofertados pela professora, na sala de aula. As teorias benjaminianas, que consideram a leitura como um elemento artístico, operador de um processo de transformação social, histórico e cultural deram suporte às análises dos dados obtidos através das atividades de leitura e interpretação oral, realizadas pelas crianças no cotidiano da sala de aula. A pesquisa reflete a necessidade de incentivar a prática de leitura oral e interpretação de textos bem como de incentivar o uso da literatura como meio de formar o alfabetizando-leitor.