V Seminário “Letramento e Alfabetização”

SESSÃO I
Coordenação: Paula Baracat De Grande
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 – OS PROJETOS DE LEITURA E TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA EM UM CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA. Autores: Paula Baracat De Grande, Orientadora: Ângela B. Kleiman. Instituto de Estudos da Linguagem, Unicamp, Campinas – SP.
A comunicação tem por objetivo apresentar análises de projetos de leitura (ou projetos de Letramento, Kleiman, 1999, 2000), produzidos por professores em curso de formação continuada. Esse corpus faz parte de minha pesquisa de Iniciação Científica que visa a investigar a aprendizagem de conceitos lingüísticos e sua mobilização na prática profissional. Os projetos são um instrumento importante para analisar o impacto de cursos de formação continuada na prática dos professores e em sua formação como profissionais, pois é através deles que os professores-alunos podem redimensionar o objeto de conhecimento, o que envolve, entre outros aspectos, sua “transposição” (cf. Chevallard, 1991) de uma prática discursiva – a de professor-aluno em formação continuada - para outra – a de professor em sala de aula. Palavras-chave: formação continuada de professores, professor reflexivo, transposição didática, projetos de leitura.
02 – As narrativas (auto)biográficas como espaço/tempo de formação do professor alfabetizador. Jussara Cassiano Nascimento. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/ UNIRIO.
Esta comunicação visa apresentar questões teóricas e metodológicas relacionadas as abordagens autobiográficas (Nóvoa,1992). Faz parte de uma pesquisa de Mestrado que está em andamento cujo foco da investigação é a Formação de Professores Alfabetizadores, onde as narrativas autobiográficas serão utilizadas como instrumento de investigação (Benjamin,1994). A partir dos anos oitenta assistimos a uma diversidade de teorias e práticas pedagógicas que caracterizam uma mudança de eixo, que supera uma racionalidade técnica como modelo único de formação para uma diversidade de concepções que valorizam a experiência vivida (Josso, 2002). Os docentes vão sendo reconhecidos como portadores de saberes plurais, críticos e interativos que se fundam numa práxis. Palavras chaves: formação de professores alfabetizadores - autobiografias - experiências
03 - Concepção de alfabetização: superando o senso comum. Silvana Alves da Silva Bispo, Professora REME - Três Lagoas/MS e CPTL/UFMS.
Este trabalho é fruto de uma pesquisa desenvolvida no período de 2003 a 2006, na REME de Três Lagoas/MS tendo como enfoque a implementação do Programa de Formação de Professores Alfabetizadores (PROFA). A fim de obter a concepção de alfabetização e letramento abstraída nos estudos promovidos pelo programa de formação, bem como as práticas adquiridas e aplicadas na ação com efeito transformador, utilizamo-nos de questionário, entrevista semi-estruturada e dados documentais do programa. Noventa e dois profissionais: professores, supervisores/diretoras, uma formadora e a representante do PROFA à nível nacional foram sujeitos da pesquisa. Dados apontam que houve reconceptualização do conceito de alfabetização, no sentido do uso no cotidiano de práticas de letramento, assim como apontam a necessidade de continuação dos estudos desenvolvidos na formação. Palavras-chave: alfabetização, letramento, prática pedagógica.
04 - SOPPA - Espaço e tempo de formação contínua em alfabetização. Janete Teixeira de Lyra - Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro- UNIRIO
Esta comunicação pretende socializar as reflexões de um grupo de professoras da rede municipal de Duque de Caxias, a SOPPA - Sociedade de professores pesquisadores em alfabetização-grupo ao qual faço parte, que se reúne mensalmente, por conta própria, para discutir e ampliar os seus conhecimentos acerca da alfabetização. Como tantos expoentes da educação brasileira têm alertado, consideramos que a escola pública continuará sendo uma máquina de exclusão social enquanto não conseguir alfabetizar todas as crianças que cruzam seus portões. E, ao falarmos em alfabetização, estamos nos referindo à formação de leitores em sentido amplo, pessoas que possam usar a leitura para satisfazer suas necessidades pessoais, profissionais, de formação contínua, de plena participação social.
05 - Ler e escrever na formação de professores alfabetizadores. Fabiane Andréia Haas, Cristina Maria Rosa. Universidade Federal de Pelotas. Pelotas-RS.
A pesquisa tem como objetivo central conhecer, descrever e analisar o processo de aquisição de conceitos sobre a leitura e a escrita em um grupo de 57 acadêmicos que ingressaram no Curso de Pedagogia em 2006. Parte da hipótese de que o curso oferece a oportunidade de reconhecimento da lecto-escrita como objeto conceitual primordial à docência (KRAMER, 1998; Soares, 2000 e Zilberman, 2005). Inserida no campo da análise qualitativa (LÜDKE e ANDRÉ, 1986) a pesquisa é alimentada por coletas semestrais e os resultados iniciais indicam que leitura é sinônimo de Aquisição (mencionada 57 vezes) e/ou Habilidade (32 vezes) e/ou Aprimoramento (30 vezes). Quanto à escrita, é conceituada como Expressão (57 vezes) e/ou Habilidade (38 vezes). A lecto-escrita ainda não é mencionada como objeto conceitual primordial. Palavras-chaves: Leitura, escrita, letramento e formação de professores.
06 - A formação de professores alfabetizadores em uma perspectiva interdisciplinar. Ana Paula de Jesus da Silva, Josiane de Souza Soares e Marlene Dias Pereira Pinto, PROALFA- UERJ.
Esta comunicação apresentará o processo de formação dos bolsistas do Programa de Alfabetização, Documentação e Informação – PROALFA-, alunos dos cursos de Pedagogia, Letras e Matemática que atuam, conjuntamente, como professores em projetos de alfabetização e letramento de crianças, jovens e adultos. Esse trabalho constituir-se-ia como um espaço ímpar de aprendizagem para os professores, visto que os conhecimentos específicos oriundos de seus respectivos cursos de origem são tocados e trocados em todos os momentos que orientam processo de formação: a prática, a reflexão e teorização. Assim, apoiado em um trabalho coletivo, o bolsista tornar-se-ia cada vez mais autônomo e consciente em relação a sua prática docente em formação. Palavras-chaves: Alfabetização, letramento, formação.
07 - Relato de experiência: um trabalho sobre expressão oral e escrita no curso de pedagogia. Kelly Cristina Ducatti da Silva,Doutoranda UNICAMP/Campinas-SP, Professora do Ensino Fundamental (Prefeitura Municipal de Bauru) e Docente UNESP/BAURU.
O presente relato apresenta a experiência vivida, na formação inicial de professores, ao articular o conjunto de conhecimentos teórico-práticos, que dizem respeito à expressão oral e escrita das crianças de zero a seis anos (Cagliari, 1990; Brasil, 1998; Franchi, 2001). O objetivo da proposta foi estimular os futuros professores a construírem um quadro de compreensão sobre os diferentes tipos de linguagem usados por essas crianças (vocalização rítmica, linguagem gestual, corporal) no processo de aprendizagem da fala, bem como, sobre o interesse e a curiosidade pela linguagem escrita. Nesse processo, os graduandos foram convidados, a pesquisar e elaborar atividades lúdicas que envolvessem as crianças da Educação Infantil na construção e ampliação do repertório lingüístico. Sabemos que é por meio da linguagem que as crianças crescem no processo de identificação, diferenciação, comunicação, expressão e socialização. Palavras-chave: Formação Inicial, Expressão oral e escrita, Educação Infantil, Comunicação
08 - A formação do pedagogo para o ensino da língua portuguesa nas séries iniciais. Marta Maria Simionato, Profª EPED/UNICENTRO Irati-PR.
A docência vivenciada no curso de Pedagogia leva a perceber a fragilidade na formação de professores para as séries iniciais do Ensino Fundamental. Assim, a questão que se busca desvelar, está vinculada ao fato de o Pedagogo atuar como professor de Língua Portuguesa nestas séries. O objeto da pesquisa visa problematizar e apresentar possíveis reflexões decorrentes do estudo realizado com alunos do 3º ano do Curso de Pedagogia. Para fundamentar o estudo, utiliza-se das bases teóricas de KÖCH (2003); COSTA VALL (1994); ORLANDI (1997); KÖCH e TRAVAGLIA (2003); GERALDI (2001), entre outros. Com base nos resultados, busca-se repensar o Ensino da Língua Portuguesa, para subsidiar a práxis em sala de aula, e que os pedagogos sintam-se mais preparados para trabalhar com a língua/linguagem. Palavras-chave: formação, Língua Portuguesa, docência, Lingüística Textual.
09 - Alfabetização e letramento: contribuições e armadilhas na formação do pedagogo. Leda Marina Santos da Silva/FME, Celia Claudia Wolf/FME, Silvia Vieira de Oliveira/FME.
Este trabalho visa problematizar o papel do pedagogo diante dos processos de alfabetização e letramento que acontecem no interior da escola de ensino fundamental. O debate acerca dos conceitos de alfabetização e letramento tem como interlocutor a autora Magda Soares. Amalgamado a tal reflexão nos propomos a discutir a formação leitora e escritora do pedagogo, bem como sua inserção na escola, seja enquanto docente, seja enquanto supervisor educacional. O trabalho tem como pano de fundo as diferentes possibilidades de interação com pedagogos da Rede Municipal de Educação de Niterói, durante o ano de 2006.

SESSÃO II
Coordenadora : Lázara Nanci de Barros Amâncio
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 - Gêneros em constituição na escrita de portifólios por professoras alfabetizadoras em formação. Ludmila Thomé de Andrade, Faculdade de Educação UFRJ, Margareth Brainer de Queirós Lima, Faculdade de Educação UFRJ.
Formadoras num curso de extensão sobre alfabetização, voltado para professoras de escolas públicas, buscamos uma atitude reflexiva sobre nossas práticas (Tardif e Gauthier, 2001, Perrenoud, 2001). Durante o curso, tomamos como princípio fundamental a valorização da voz docente, expressa tanto nas interações orais quanto nos diversos textos escritos solicitados (Bakhtin, 1992). Neste trabalho, observamos as apropriações feitas pelos docentes dos conceitos relacionados à alfabetização, mais especificamente à apropriação do sistema de escrita alfabética (Ferreiro e Teberoski), em portifólios apresentados como trabalho de conclusão de curso. Focalizamos as formas de expressão particulares usadas pelos sujeitos-autores docentes nos distintos gêneros discursivos utilizados espontaneamente, muitas vezes ainda em constituição (Bakhtin, 1992 e Marcuschi, 2002). Palavras-chaves: escrita docente, formação continuada, alfabetização
02 - Alfabetizar e Letrar: a formação do professor alfabetizador e os saberes lingüísticos. Iara Rosa Farias – UFBA.
É senso comum a importância da aprendizagem da língua escrita, no entanto, o seu processo de aprendizagem é ato complexo. O aprendente necessita saber a relação entre sons e letras e que tal relação não é unívoca. Cabe ao professor criar condições de aprendizagem do sistema lingüístico, observando o seu caráter sociocultural. Para isso é preciso que o professor compreenda, minimamente, as particularidades do sistema lingüístico. Na Faculdade de Educação/ UFBA, na disciplina de alfabetização, os alunos passaram a ler, discutir e fazer reflexões sobre textos de lingüística (Saussure, Benveniste (1991), Lemle (2004), Cagliari (2005)), relacionando-os com as hipóteses de Ferreiro (2001). Os primeiros resultados dessa“nova” dinâmica será apresentada com relatos/trabalhos dos alunos/as, alguns/mas já professores/as em salas de alfabetização de EJA e séries iniciais do ensino fundamental.
03 – Centro integrado de educação pública: um espaçotempo alfabetizador em questão. Luciane Aparecida de Souza, Instituto de Educação Professor Joel Monnerat Três Rios-RJ.
Esta comunicação tem como objetivo compartilhar o trabalho que foi fruto de uma pesquisa realizada nos três primeiros anos do primeiro ciclo do Ensino Fundamental, no interior do Estado do Rio de Janeiro (que correspondem à Classe de Alfabetização, 1ª e 2ª Séries). Durante cinco meses do ano letivo de 2004, procurei compreender as práticas alfabetizadoras de Professoras que trabalham em um espaçotempo privilegiado, já que se trata de uma Escola de Horário Integral. As práticas alfabetizadoras, realizadas cotidianamente em um CIEP, foram tomadas como objeto de reflexão, tendo como desafio permanente compreender o compreender do outro. Palavras-Chaves: Alfabetização – Espaçotempo- Formação de Professores
04 – A formação do professor alfabetizador e suas práticas. Sônia Érika Kátia do Amaral Tognoli, FAC 3 e FAC 4 – Campinas – SP.
Entre as práticas sociais de letramento, a alfabetização é um dos eventos que mais vem preocupando os cursos de formação do professor. Muitas são as Instituições que trabalham com essa formação, mas questionamentos com relação à qualidade destes cursos são levantados no sentido de saber como vem se efetivando a formação do professor em termos de preparação para o trabalho com a alfabetização e que contribuições à formação na graduação tem dado em termos teóricos e práticos para essa prática. Os estudos do letramento abalizados pelas contribuições dos teóricos da década de 80 que dicotomizaram a relação letramento e cognição Street (1984), Scribner e Cole (1981) e Heath (1983 ), Barton e Hamilton (1989), indicaram caminhos via abordagem etnográfica para fortalecer os projetos sobre a formação do professor na área da leitura ao colocarem em pauta que as formas de letramento tem que ser compreendidas como uma prática social situada.Assim, pretende-se fazer um comentário dessas contribuições. Palavras-chaves: letramento, formação de professor, educação, alfabetização.
05 – A prática da escrita e da leitura na formação docente. Adriana Alves Fernandes Vicentini, Edivaldo Marcondes Leonardo, Eliane Guimarães Mendes, Maria Natalina de Oliveira Farias, Centro de Formação dos Profissionais em Educação “Paulo Freire” Hortolândia-SP.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência que está em desenvolvimento através do curso: “A prática da escrita e leitura na formação docente”. A proposta é apostar na construção de um curso que visa à formação em serviço dos profissionais que atuam diretamente na tarefa do ensino da escrita e da leitura. Um profissional que se aproprie do seu próprio saber e fazer reflexivo no cotidiano da sala de aula e da escola, que possibilite a formação do professor como autor, protagonista de seu próprio percurso de formação. O trabalho realizado fundamenta-se na tarefa de sistematizar o processo de reflexão que será desencadeado no decorrer do curso, registrados nos portfólios reflexivos, abordados na perspectiva trabalhada por Sá-Chaves (2004). Este trabalho, ainda em desenvolvimento, já tem alguns diálogos interessantes para serem socializados. Palavras-chaves: Formação de Professores, Escrita e Registro
06 – (RE)significando o processo de apropriação da leitura e da escrita no trabalho de formação continuada. Débora Beloni, Heloísa Helena Farias Azevedo, Maria Cristina de Lima, Maria José Pinheiro Figueira de Mello, Teresa Cristina Oliveira Araújo. Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, SME/RJ.
Esta comunicação pretende apresentar algumas reflexões sobre o Curso de Leitura e Escrita desenvolvido com 30 professores responsáveis pelo trabalho de acompanhamento aos regentes das turmas do 1º Ciclo de Formação. A formação continuada em leitura e escrita teve como referência a perspectiva histórico–cultural, discutindo estudos relativos ao desenvolvimento humano, o papel da linguagem enquanto constituidora do sujeito e a importância da apropriação da leitura e da escrita nas discussões relativas ao 1º Ciclo de Formação. O eixo fundamental da formação foi a reflexão sobre a prática pedagógica numa dimensão discursiva, que pressupõe espaço de interlocução para todos os envolvidos nas interações de ensino. Palavras-chaves: alfabetização, formação continuada, dimensão discursiva.
07 – Professores flexíveis às mudanças e professores que resistem em mudar: impacto da formação no trabalho com a leitura. Fabiana Rodrigues; Dagoberto Buim Arena. UNESP-Universidade Estadual Paulista-FFC-Programa de Pós-Graduação em
Educação-Grupo de Pesquisa: Processo de leitura e de escrita: apropriação e objetivação. Marília-SP.
Este trabalho de pesquisa procurou investigar situações e conhecimentos que impedem a produção de leitura no âmbito escolar, discutindo a formação docente em relação a esta atividade. Os resultados obtidos nesta investigação permitiram afirmar que o conhecimento teórico sobre os processos de leitura é fundamental para o trabalho docente, sendo um dos caminhos a trilhar para que as práticas na escola se tornem mais significativas, contribuindo de forma efetiva para a formação de leitores. A pesquisa indicou que, para se alcançarem avanços na prática da leitura, é necessário que os professores compreendam seu processo e a entendam como atribuição de sentido a um sistema de signos. Palavras-chaves: leitura, formação de professores, relação teoria-prática.
08 – Alfabetização: a psicogênese na formação de professores. Ana Cristina Dias Rocha Lima, Professora Formadora da Diretoria de Educação, Esportes e Turismo de Paraibuna-SP.
O trabalho foi desenvolvido em Paraibuna/SP, visando o desenvolvimento de mecanismos e ações eficazes para a capacitação de educadores que trabalham com a formação inicial do aprendiz. O objetivo é o de desenvolver as competências profissionais necessárias a todo professor que ensina a ler e escrever. Levando em consideração suas crenças, as práticas e teorias, procurou-se uma reflexão sobre suas práticas pedagógicas com a idéia da psicogênese da língua escrita. Foram realizados vários encontros ao longo do ano de 2006. O resultado do trabalho foi o esforço das professoras em alfabetizar alunos que ainda não sabiam a ler e nem a escrever convencionalmente, por meio de projetos e estudos constantes com a participação da equipe escolar. Palavras-chaves: alfabetização, formação de professores, psicogênese da língua escrita.
09 – Fala e escrita em questão: a retextualização. Vera Lúcia de A. S. Ferrronato, Assessora Pedagógica do Sistema de Ensino Positivo- PR.
Trata-se de uma comunicação a respeito do trabalho com a formação de professores, no qual se reflete sobre o encaminhamento, em sala de aula, do aprendizado das operações de transformação do texto falado para o escrito a fim de se obter melhor domínio da produção escrita. Embora muito se venha debatendo sobre a importância do ensino da modalidade oral, a língua escrita, na prática, é ainda a "mais digna de fé". Com base na teoria da retextualização proposta por Marcuschi (2006), propõe-se que o aluno, ao fazer uso de seus conhecimentos prévios da língua, aprimora seu próprio texto para conferir sentido adequado conforme o contexto. O trabalho tenciona demonstrar ao professor a aplicabilidade das operações de transformação do texto falado para o escrito, permitindo que os alunos percebam como os textos se constroem e se formulam. Palavras-chaves: texto falado, texto escrito, operações de transformação, retextualização

SESSÃO III
Coordenadora: Giane Maria Silva
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 - Concepções de leitura em práticas de letramento na educação de jovens e adultos do meio rural. Giane Maria da Silva e Marildes Marinho da Silva, Universidade Federal de Minas Gerais.
O objetivo desta comunicação é apresentar os primeiros dados da pesquisa que tem como proposta central identificar as concepções de leitura de professores que atuam nas séries iniciais, na modalidade Educação de Jovens e Adultos, no meio rural, bem como analisar e compreender suas práticas escolares. Interessa-nos identificar as instâncias de formação das quais participam esses professores, as orientações que são dadas nesses encontros, os temas que são discutidos, os materiais que são disponibilizados, enfim, como se dá esse processo de formação e como se relacionam os profissionais nele envolvidos. Palavras-chaves: Letramento, Leitura e Educação de Jovens e Adultos.
02 – ALFABETIZAÇÃO E LEITURA DO CONTEXTO SOCIAL. Ângela de Oliveira Santos. Funap (Fundação de Amparo ao Preso) Dracena - SP.
O objetivo do presente trabalho é apresentar de forma sucinta, uma visão sobre a importância da Educação no Sistema Prisional e a participação dos Monitores Presos para a concretização de práticas educacionais em sala de aula. O trabalho Educacional é direcionado pela Funap (Fundação de Amparo ao Preso) que oferece mensalmente formações de preparação da Educação de Jovens e Adultos para nós Monitores Orientadores. Desenvolvemos e aplicamos estas formações para os Monitores Presos, estes, desenvolvem práticas e métodos pedagógicos que promovem a alfabetização e leitura do contexto social aos alunos. Assim eles fazem a re-leitura da realidade ao seu redor favorecendo a possível recuperação de conceitos e valores podendo ser incluídos na sociedade. Palavras - chaves: Educação, Sistema Prisional, Monitores Educadores
03 - Um estudo sobre letramento na vida dos alfabetizandos do programa de pesquisa em educação de jovens e adultos – PROEJA. Andréia Aparecida de Souza, Universidade Cruzeiro do Sul, CNPq, São Paulo (SP). Orientadora: Profª Drª Rosemary Aparecida Santiago, Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo (SP).
Esta comunicação visa apresentar uma pesquisa de iniciação científica que investiga a maneira como ocorre o processo de letramento dos alfabetizandos, as práticas e o uso social da leitura e da escrita na sua vida. Além disto, busca identificar como o acesso a diferentes espaços culturais tem contribuído nos processos de alfabetização e letramento destes jovens e adultos e como os mesmos relacionam-se com estes espaços culturais. Foi possível perceber, por meio da pesquisa, que os alfabetizandos realizam práticas de letramento, sendo uma delas nas suas atividades diárias, principalmente no trabalho. Quanto ao acesso aos espaços culturais (teatro, cinema e museu), a pesquisa demonstra que a freqüência a estes espaços promove a ampliação sócio-cultural possibilitando um melhor desempenho escolar.
04 – Jovens e espaços de apropriação da leitura e da escrita. Gisele Gonçalves Isaías. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Educação.
No presente trabalho, buscou-se refletir sobre os usos da linguagem por parte dos jovens em diferentes contextos sociais, tais como na esfera familiar e nos espaços de lazer, uma vez que o trabalho com a linguagem constitui o sujeito (Bakhtin, 1998) e ultrapassa o espaço escolar. Por outro lado, o contexto sócio-cultural em que se inserem as distintas juventudes parece oferecer alternativas de apropriação de práticas de leitura e de escrita que, para eles, podem ser mais significativas e prazerosas do que aquelas oferecidas pela escola. Com base em estudos no âmbito da Sociologia (Groppo, 2000) e em documento governamental (Conselho Nacional de Juventude, 2006), foram analisadas algumas concepções de juventude e os usos da linguagem desse grupo social, com ênfase especial em práticas de leitura e de escrita disseminadas fora do espaço escolar. Palavras-chaves: Juventude, Leitura, Escrita; Espaços Sociais, Apropriação.
05 – As relações entre os eventos sociais de letramento e as práticas de leitura e escrita na EJA. Priscila Angelina Silva da Costa Santos, Andréa Tereza Brito Ferreira. Recife-PE. UFPE.
Jovens e adultos com pouca escolaridade, pertencentes e participantes do ambiente letrado, carregam importantes experiências que não podem ser desperdiçadas pela escola e, em especial, pelo docente. A partir dessa compreensão, buscamos perceber a relação existente entre as práticas sociais e escolares de leitura e escrita, por meio de materiais utilizados em salas de aula de adulto, como também, dos discursos dos alunos e professores. Entrevistamos alunos de três módulos da EJA, em duas escolas municipais do Recife. Como resultado do nosso trabalho, percebemos a importância que os alunos da EJA atribuem às práticas de leitura e escrita e apresentamos como as relações, que estes estabelecem no dia-a-dia, com os mais diversos gêneros textuais, estão presentes nas práticas escolares de letramento. Palavras-chave: Jovens e Adultos - Práticas de Letramento - Gêneros textuais.
06 – Analfabetismo versus alfabetismo: os lugares de construção do sujeito letrado. Iara Silva Lúcio - Ceale / FaE / UFMG.
O estudo apresenta a discussão da base teórica de uma pesquisa em andamento realizada com cinco adultos alfabetizados trabalhadores da Universidade Federal de Minas Gerais. O objetivo é investigar aspectos do processo de letramento destes participantes, no espaço familiar em dois períodos distintos de suas vidas: antes e após a alfabetização e desse modo aprofundar a compreensão sobre o papel da família no processo de letramento. Utilizam-se, para coletar dados, a entrevista e a observação de ambiente, gestos e comportamentos. As relações estabelecidas entre o analfabeto e o alfabetizado são analisadas à luz dos conceitos de proximate illiterate e isolated illiterate (Basu e Foster), sendo o letramento concebido como o estado ou condição de quem exerce as práticas sociais de leitura e de escrita (Soares) e como uma activity located no âmbito das interações estabelecidas entre as pessoas (Barton e Hamilton). Tal discussão é básica na pesquisa para a definição de categorias analíticas que incidem diferentes modos de ser letrado. Palavras-chave: analfabetismo, alfabetização e letramento; leitura e escrita
07 – Práticas de letramento em diferentes disciplinas curriculares: implicações para o processo de domínio da língua escrita. Suzana dos Santos Gomes, Maria Lucia Castanheira, FAE/UFMG.
Apresenta-se uma pesquisa em andamento sobre práticas discursivas e interação em sala de aula nos eventos de letramento, identificando oportunidades de aprendizagem construídas por professores e alunos em diferentes disciplinas. Adotou-se como referencial teórico-metodológico a perspectiva etnográfica interacional em Castanheira, Crawford, Dixon e Green (2001); a sócio-histórica dos processos de aprendizagem e de apropriação dos discursos em Vygostsky (1987 e 1991); como também, a discursiva e dialógica de Bakhtin (1981,1992) que propõe a associação entre interação, discurso e conhecimento. Os resultados preliminares revelam que professores e alunos participam do processo em diferentes dimensões contextuais que informam e constituem a construção do conhecimento. Palavras-chave: leitura e escrita, eventos de letramento, interação, discurso.
08 – A Concepção teórico-conceitual do "erro produtivo" e seu impacto sobre as práticas de letramento em EJA. Paula da Silva Vidal Cid Lopes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
A presente comunicação objetiva partilhar uma pesquisa em desenvolvimento, na qual busca-se a análise fenomenológica do erro na escrita de alunos jovens e adultos em etapa escolar inicial, entendido não como dificuldade gramatical, mas como conseqüência no processo de construção da mesma - "o erro produtivo". Tal categoria encontra-se ainda opaca para muitos de nós, professores da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para a compreensão dos chamados erros produtivos, consideramos dois aspectos: a) os aspectos gramaticais, nos quais ressaltamos o bilingüismo (gramática da fala e gramática da escrita), interferindo no processo de construção da escrita; b) os aspectos cognitivos, ou seja, o percurso mental que os sujeitos realizam para chegar até a produção escrita, considerando dois modos diferenciados de pensamento (a fala e a escrita). Neste trabalho, pretendemos expor os conhecimentos produzidos até a atual fase da pesquisa. Palavras-chave: Letramento - Erro produtivo – EJA
09 – O papel das habilidades de reflexão fonológica em turmas de educação de jovens e adultos (EJA). Ana Paula Campos Cavalcanti Soares (Ceale / FaE – UFMG).
Desde a década de 80, estão na esteira das discussões sobre a apropriação do Sistema de Notação Alfabética (SNA), três teorias principais, que fundamentarão o presente trabalho: os estudos sobre o Letramento (Soares, 2002), a Psicogênese da escrita (Ferreiro e Teberosky, 1984) e a última perspectiva teórica, ainda muito negligenciada em nosso país: a Consciência Fonológica (Martins, 1991). O presente texto se propõe discutir as possibilidades de apropriação do SNA, a partir das quais se priorizam as três perspectivas teóricas aqui expostas. Participarão desse estudo dois grupos de alunos das camadas populares, que estejam cursando o módulo I, da turma de Educação de Jovens e Adultos. Palavras-chave: Alfabetização, Consciência Fonológica, Educação de Jovens e Adultos.

SESSÃO IV
Coordenadora: Maria Iolanda Ribeiro
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 – A oralidade e argumentação nas práticas de professoras de 4ª série. Rafaela Soares Celestino; Telma Ferraz Leal; Ana Carolina Perrusi Brandão;Renata Maria Barros Lessa de Andrade. Universidade Federal de Pernambuco-UFPE.
No nosso cotidiano participamos de diversas situações em que precisamos expor e defender oralmente nosso ponto de vista. Neste sentido, o presente estudo pretendeu analisar a prática de uma professora da 4ª série do Ensino Fundamental de escolas públicas da cidade do Recife. Foram observadas 15 aulas para investigar o trabalho com a dimensão argumentativa no eixo da oralidade. Os resultados apontados foram que em poucas aulas apareceram atividades dessa categoria e quando aconteceram, foram de forma superficial e sem uma intenção planejada. Palavras-chave: argumentação – prática docente- oralidade.
02 – Alfabetização na escola: práticas docentes em curso. Denise Maria de Carvalho Lopes. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A presente comunicação trata de investigação desenvolvida com o objetivo de analisar práticas docentes voltadas ao processo de alfabetização de crianças vigentes atualmente em contextos escolares. Através de entrevistas semi-estruturadas junto a setenta professores alfabetizadores atuantes nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental em escolas pública do Rio Grande do Norte (na capital e municípios do interior) construímos um conjunto de dados acerca das modalidades de práticas em curso envolvendo o processo de alfabetização compreendido como o ensino-aprendizado da língua escrita - apropriação do sistema alfabético e desenvolvimento de práticas textuais (Soares, 2001; Lopes, 2003). Os dados revelam uma diversidade de fazeres em que se entrelaçam a tradição e a inovação, apropriados pelos professores em relações socialmente mediadas e condicionados pela cultura escolar. Palavras-chaves: Alfabetização; prática docente; cultura escolar
03 – Concepções de argumentação das professoras de 4ª série. Edla Ferraz Correia, Severina Érika Guerra, Telma Ferraz Leal e Ana Carolina Perrusi Brandão.
Com o objetivo de investigar quais conhecimentos as professoras têm a respeito da temática argumentação e dos exemplos de textos argumentativos conhecidos por elas, elaboramos em nossa pesquisa uma entrevista com cinco professoras da 4ª série da rede municipal de ensino da cidade do Recife. A partir dos resultados, vimos que apesar da maioria das professoras terem associado o termo argumentação com discussão e opinião, muitas se mostraram confusas em relação ao que seria argumentação, manifestando isso no momento em que não conseguiam exemplificar textos que seriam argumentativos ou exemplificavam indicando textos que não eram da ordem do argumentar. Tomamos como base para elaboração e análise da entrevista os pesquisadores Dolz, Schneuwly, Leal, dentre outros. Estas análises e resultados serão relatados nesta comunicação. Palavras-chave: argumentação, concepções, textos argumentativos
04 – Interações subjetivas no contexto escolar numa prática de inclusão, no letramento. Selma Cotta Chauvet Coelho. Programa de Pós-Graduação em Educação-UERJ.
O objetivo deste artigo é apresentar um estudo sobre a interação subjetiva, verificando os impactos deste movimento de interlocução, no cotidiano da escola. Trata-se de discutir um outro modelo de aprender/ensinar, pela interlocução com os outros sujeitos, onde se compartilham modos de aprender. Visa-se a ampliar os conhecimentos sobre o papel desta interlocução na aprendizagem, na mobilização dos interesses, na construção das identidades e no prazer de ensinar e aprender, numa prática de inclusão no letramento. Tem-se como motivação as práticas de formação escolar desenvolvidas em Colégios de Aplicação, em especial, no CAp-UFRJ, cujas mudanças no perfil de aluno introduziram um contexto pedagógico de Educação Inclusiva não reconhecido na cultura escolar do colégio. Palavras-Chaves: Ensino-Aprendizagem, subjetividade, intencionalidade, vínculo e representação.
05 – Os gêneros discursivos usados para práticas de leitura por pais e professores segundo o olhar de alunos das séries iniciais do ensino fundamental. Rosana Mara KOERNER, Universidade da Região de Joinville.
Serão apresentados alguns resultados de uma pesquisa desenvolvida nos anos de 2005 e 2006 na cidade de Joinville-SC, envolvendo a temática dos gêneros discursivos. Serão destacados os dados relacionados às práticas de leitura de professores e pais, de acordo com o olhar de alunos das séries iniciais do Ensino Fundamental. Os resultados apontam para nítidas distinções, destacando-se a diversidade apontada nas leituras feitas pelos pais e a priorização por gêneros mais comuns ao ambiente escolar por parte dos professores. Os principais autores que dão suporte à pesquisa são: BAKHTIN (2000 [1952, 1953]) e MARCUSCHI (2000). Palavras-chave: Gêneros discursivos; leitura; pais; professores; Ensino Fundamental.
06 – Práticas de leitura e escrita de alfabetizadoras bem sucedidas. Maria Iolanda Monteiro, Universidade Paulista e Universidade Estadual Paulista–Araraquara–SP.
O trabalho visou o estudo das práticas de leitura e escrita de quatro alfabetizadoras bem sucedidas, que exerceram a profissão nas décadas de 50 a 80. Pelo estudo de histórias de vida (Ferrarotti, 1988; Goodson, 1992), os resultados revelaram práticas alfabetizadoras diversificadas e bem sucedidas (Cagliari, 1999; Monteiro, 2006; Soares, 2004), inerentes à formação de cidadãos leitores e escritores, objetivando o alcance dessas capacidades com a contribuição do desenvolvimento de um conjunto de aspectos, como cooperação, concentração, capricho, vontade de aprender e responsabilidade. Foram situações que decorreram da autonomia no trabalho docente e de uma ética profissional comprometida com a aprendizagem de todos os alunos. Palavras-chave: práticas alfabetizadoras, sucesso escolar, autonomia pedagógica, ética profissional.
07 - Prazer em conhecer: uma experiência com alunos e professores de uma escola da rede pública de Ituiutaba – MG. Ekristayne Medeiros de Lima Santos, aluna da Fundação Educacional de Ituiutaba, MG.
Este trabalho visa compartilhar experiências desenvolvidas na disciplina Estágio Supervisionado do 2.º ano do curso de Pedagogia, realizado em 2006, com alunos de 1.ª série de uma escola municipal de Ituiutaba - MG. Para implementar as ações foi elaborado e executado o projeto “Prazer em Conhecer” que objetivava levar os alunos a compreender a utilidade das habilidades de ler e escrever em sua vida social, partindo de sua própria história. A relevância deste trabalho se deve ao fato de que alcançou um objetivo inesperado, o de proporcionar às professoras e supervisora refletirem sobre as estratégias utilizadas no processo de alfabetização e letramento, o que contribuiu para a realização de um trabalho significativo. Palavras-chaves: alfabetização, letramento e Estágio Supervisionado.
08 – Alfabetização e animação: alunos e professores produtores de narrativas. Maria Cristina de Lima, Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, SME/RJ.
Esta comunicação pretende apresentar algumas reflexões sobre um curso desenvolvido com 40 professores regentes da rede municipal de educação do Rio de Janeiro que trabalharam, num nível básico, com o software de animação Webpainter. O objetivo do curso foi explorar com os professores o programa de animação e, simultaneamente, levá-los a perceber o uso da animação digital como detonador de processos de criação, buscando articular práticas de narrativas em alfabetização com práticas de narrativas em animação. O que se verificou foi que as atividades envolvendo animação apresentam grande potencial para levar professores e alunos a se colocarem como autores de suas histórias ( icônicas e/ou escritas) e produtores de narrativas. Palavras-chaves: animação, alfabetização, narrativas
09 – Regência compartilhada – uma experiência em alfabetização. Márcia Basília de Araújo - E.M. Maria Silva Lucas - Contagem – MG.
A presente comunicação trata-se de um relato de experiência em regência compartilhada em turma de 25 alunos do 3º ano do Ensino Fundamental, mas que ainda não consolidaram capacidades básicas de leitura e escrita, na Escola Municipal Maria Silva Lucas em Contagem(MG). O trabalho, que iniciou-se em março de 2007 e se estenderá pelo corrente ano letivo, está desenvolvendo a leitura e a escrita concomitantemente, partindo de textos literários e de histórias infantis, incentivando a reescrita, a produção livre e o desejo de ler e escrever com segurança e autonomia. Embora ainda incipientes, os resultados começam a aparecer através da elevação da auto-estima dos alunos e da melhora na ortografia e clareza das produções.

SESSÃO V
Coordenadora: Onaide Schwartz Mendonça
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 - Alfabetização ou letramento: como trabalhar na sala de aula? Onaide Schwartz Mendonça Faculdade de Ciências e Tecnologia/ UNESP/ Presidente Prudente.
Nossa pesquisa verificou o conflito entre as concepções de alfabetização e letramento: enquanto Soares (2003) entende alfabetização como domínio de um código e das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever e, letramento como o exercício efetivo e competente da leitura e da escrita, Ferreiro (2003) compreende ambas concepções como um só processo ao negar a decodificação prévia da escrita. Demonstramos que, alfabetização e letramento são dois processos diferentes, porém indissociáveis, e que é possível alfabetizar e letrar ao mesmo tempo através do Método Sociolingüístico/ Paulo Freire, de Mendonça, 2007 (Cortez Editora). Palavras-chaves: alfabetização, decodificação, letramento.
02- Concepções de argumentação das professoras de alfabetização. Renata Alves de Souza. Margareth Brainer de Queiroz Lima, Ana Carolina Perrusi Brandão , Telma Ferraz Leal (UFPE)
Há evidências da baixa freqüência de práticas de ensino de língua portuguesa voltadas para o desenvolvimento de habilidades argumentativas (Leal e Morais, 2006). Contudo pesquisas vêm mostrando a importância do ensino sistemático voltados para a produção e compreensão de diferentes gêneros textuais na escola (Schneuwly e Dolz, 2004). Este estudo buscou investigar os conhecimentos que docentes de turmas de alfabetização de escolas públicas do Rio de Janeiro têm sobre argumentação e a importância que atribuem ao ensino da produção e compreensão de textos orais e escritos da ordem do argumentar nesta série (Marcuschi, 2002). Os resultados obtidos, a partir da realização de entrevistas, indicam que as professoras associam argumentação à colocação opinião sobre um assunto debatido, e conferem importância ao ensino dando maior ênfase na oralidade. Palavras-chave: Argumentação, ensino e alfabetização.
03 – Para além da interpretação: leitura, atividade discursiva. Lídia Maria Ferreira de Oliveira, Colégio Estadual David Capistrano, Niterói-RJ.
Este trabalho aborda questões que nascem da seguinte pergunta: que relação pode haver entre concepção (ou concepções) de compreensão e prática docente? Uma vez que o objetivo principal da leitura é a compreensão, buscamos, junto a um grupo de professores de disciplinas diversas do ensino médio, os sentidos que estes atribuem à compreensão, e de que modo esses sentidos se relacionam com suas práticas e as dificuldades que encontram para o desenvolvimento de suas aulas no que diz respeito à leitura de seus alunos. Para tanto, tomamos como base a teoria da enunciação bakhtiniana, e partimos do princípio de que compreender não é uma mera recuperação de significados, mas sim uma atividade discursiva, implicando, portanto, uma relação tensa entre interlocutores. Palavras-chave: leitura, compreensão, enunciação, prática docente.
04 – Texto coletivo, possibilidades e prática. Ester Cardoso Silveira, EMEF “Profa. Anália Ferraz da Costa Couto” Campinas-SP.
Esta comunicação tem como objetivo relatar uma experiência com o uso do texto coletivo com alunos de uma 2ª série do ensino fundamental em 2006. Alunos que chegaram a esta série com sua alfabetização ainda não consolidada , apresentando uma escrita fragmentada e não segmentada. A construção de sentido(s) foi dando-se de uma maneira crescente, na medida em que foram percebendo-se como autores e sujeitos de seus textos, pois o espaço para a exposição de seu pensamento e a escrita da palavra na lousa eram possibilitados por uma prática sistemática dentro do processo de alfabetização/letramento onde estavam inseridos. Necessário é ressaltar a força motriz do coletivo nesta construção de sentidos pois o “outro” não era mais uma “cabeça na frente”, mas tornou-se um importante ator e autor coadjuvante trazendo o elemento ainda não sabido. Saliento os resultados positivos que em pouco tempo foram alcançados com esta turma, devidamente registrados e podem ser disponibilizados. Palavras-chaves: texto coletivo, sentido, prática, alfabetização e letramento.
05 – Há aspectos positivos na escola? Reflexões para além da negatividade. Claudiceia Linhares de Almeida Bezerra, Mestranda do PPE - Universidade Estadual de Maringá -UEM.
Esta comunicação tem por objetivo enfatizar os elementos positivos no interior da instituição escolar, em especial nos Centros de Educação Infantil. No intuito de atender tais objetivos essa pesquisa de natureza bibliográfica amparou-se teórica e metodologicamente, na seleção e na identificação de autores que tratam do assunto, como: Leontiev (2000), Saviani (2000), Freire (2005), dentre outros. É importante evidenciar a educação infantil, pois é nesse período que a criança deve ser desafiada e incentivada a conhecer o novo, pois está mais propensa a um conhecimento diferente, sendo a infância o período da vida, em que a criança descobre aos poucos o mundo ao seu redor, por esta razão, as atividades propostas pelo educador devem, primordialmente, potencializar a aprendizagem do aluno ao invés de limitá-la. A meu ver essa é uma das práticas, que deixam evidentes subsídios de positividade no interior da escola. Palavras Chaves: Educação Infantil, Práticas Educacionais, Ensino, Escola.
06 – No processo de apropriação do sistema de notação alfabética (sna): qual o sentido das atividades escritas na educação infantil? Maria Jaqueline Paes de Carvalho ; Dilian da Rocha Cordeiro – CEEL/UFPE.
Este trabalho se constitui em uma análise envolvendo tarefas de Língua Portuguesa, realizadas nos grupos IV e V da Educação infantil, de uma escola particular do Recife. Nosso intuito foi verificar o quanto esses instrumentos contribuem para a reflexão sobre o sistema de escrita. Nos resultados colhidos observamos que no G-IV ocorria uma predominância de atividades de reconhecimento de letras e palavras estáveis. Já no G-V, a predominância ocorreu em atividades ligadas a correspondência grafofônica. Parece-nos que as atividades escolares, ainda se apresentam como um instrumento desafiador para o professor, à medida que não há uma variedade necessária para que os alunos se apropriem dos princípios do SNA. Além disso, nossas análises apontam a preocupação dos docentes em adequá-las as hipóteses dos alunos. Palavras chave: Educação Infantil, Proposta de atividades, Apropriação do Sistema Escrita.
07 – Vivendo o letramento: práticas cotidianas na educação infantil. Aurora dos Santos Ferreira; Cleide Gomes Ferreira; Inês Lopes Secco Assunção; Laís de Ramos Rechineli. - EMEI “Casinha Feliz”, Campinas – SP e Secretaria Municipal de Educação de Campinas, SP.
Esta comunicação tem por objetivo mostrar de que maneira acontece o letramento na Educação Infantil, uma vez que a Proposta Pedagógica da Secretaria Municipal de Educação de Campinas não objetive a alfabetização em si. Ressaltamos que não entendemos o letramento como um período prévio de decodificação, àquele em que a criança passa a perceber a função social do texto. Concordamos que exista sim um processo de aprendizagem único no qual ocorre a compreensão do sistema e também, sua possibilidade de uso. Ao formarmos produtores de textos, potencializamos a escrita através do uso da correspondência, jornal escolar, textos livres (história, poemas) contribuindo para que se tornem cidadãos capazes, livres, críticos e criativos dentro do contexto social em que vivem. Palavras-chaves: decodificação, letramento, aprendizagem, alfabetização
08 – Práticas de letramento do professor. Maria Ignez de Lima Pedroso, Secretaria Municipal da Saúde e da Educação de Votuporanga (SP).
Esta comunicação visa a compartilhar minha experiência profissional com docentes, durante o ano de 2005, em um curso de formação lingüística realizado com grupos de professores do ensino público fundamental do município de Votuporanga. A meta, que considero atingida, foi oferecer a, esse público, oportunidades de leitura e discussão crítica de livros e de textos do campo da Lingüística relacionados ao ensino/aprendizagem da leitura e escrita, sobre as teorias do letramento e as abordagens lingüístico-discursivas de fatos da linguagem priorizando os estudos ligados à relação oral/escrito (Corrêa, 2004; Kleiman, 1995, 1998, 2002; Street, 1994 e Tfouni, 1994); à propriedade dialógica da linguagem (Bakhtin, 2000) e aos estudos relacionados à Sociolingüística (Bagno, 1999, 2000, 2001, 2002 e Soares, 2001, 2002). Palavras-chaves: Linguagem, Letramento, Ensino, Aprendizagem
09 – “O que a gente fala passa, mas o que escreve permanece para sempre” - práticas de escrita de professoras: entre usos e mitos. Ana Lucia Espíndola – Professora Adjunta da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e Kelly Cristina Costa Martins– Professora da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.
O objetivo do presente trabalho é apresentar os resultados de uma pesquisa concluída que investigou as práticas de escrita de professoras dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Utilizou-se como fonte para coleta de dados: a)entrevistas semi-estruturadas com 12 professoras de três cidades do interior do Estado de Mato Grosso do Sul e que eram, ao mesmo tempo, alunas de um curso de Pedagogia a Distância oferecido pela UFMS; b) análise de material escrito produzido pelas mesmas professoras. A análise dos dados obtidos no leva a apontar que há entre as professoras usos diversos da língua escrita tanto no trabalho como em sua vida pessoal. Por outro lado as práticas de escrita são marcadas por uma visão grafocêntrica onde prevalecem alguns mitos sobre a superioridade da língua escrita sobre a oralidade. Palavras-chaves: escrita, professoras, Ensino Fundamental

SESSÃO VI
Coordenadora: Maria Emília Lins
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 – Impactos da formação continuada e as estratégias de ensino da escrita do professor. Maria Emília Lins e Silva Margarete Maria da Silva, Roberta Lira dos Santos - Centro de Educação, Universidade Federal de Pernambuco - UFPE.
O presente trabalho tem como objetivo descrever e analisar uma experiência de formação continuada em linguagem direcionada aos coordenadores e professores das séries iniciais do ensino fundamental da rede municipal de Recife. Estudos vêm apontando os desafios da formação continuada quanto à possibilidade dos professores refletirem sobre suas práticas (SCHÖN, 1992; ZEICHNER,1993) e fornecer meios para a criação de um pensamento mais autônomo. O espaço de formação continuada em linguagem, foco do presente estudo, ofereceu reflexões sobre as práticas sociais de letramento visando ações que gerassem impactos sobre a prática docente. Na prática de sala de aula, as estratégias de ensino da escrita são vinculadas ora à ameaça de castigo ora a uma prática contextualizada da língua escrita. Embora não linear, os impactos percebidos apontam aproximações e distanciamentos do modelo proposto pelo formador. Palavras chaves: formação continuada de professores, estratégias de ensino, letramento e escrita.
02 – Eu ensino, tu ensinas, ele ensina: nós ensinamos gramática?" Paula Porchat de Assis, EE "Elvira de Pardo Meo Muraro" Campinas-SP.
Esta comunicação visa a compartilhar os resultados de uma pesquisa que identificou as práticas pedagógicas dos professores de 1ª à 4ª série e 5ª à 8ª série - neste caso, da disciplina de Língua Portuguesa - do Ensino Fundamental de uma escola pública estadual em relação ao ensino de Língua Portuguesa. Com um olhar mais específico à abordagem do ensino da gramática, a pesquisa demonstra de que forma se estabelece o ensino de conteúdos gramaticais com as práticas e os objetivos de letramento e alfabetização, na escola. Este trabalho tem alguns resultados interessantes para serem socializados. Palavras-chave: Gramática - Estudo e ensino; Língua Portuguesa - Estudo e ensino; Letramento; Alfabetização.
03 – Apropriação da escrita alfabética: é possível alfabetizar letrando aos seis anos? Magna do Carmo Silva Cruz e Eliana Borges Correia de Albuquerque CEEL/UFPE.
Esta pesquisa constitui um estudo de caso que teve por objetivo analisar a relação entre as práticas de alfabetização de uma professora que lecionava no 1º ano do 1º ciclo em uma escola de referência da Secretaria de Educação Municipal do Recife e a aprendizagem dos alunos no que se refere ao ensino do Sistema de Escrita Alfabética. Foram utilizados como procedimentos metodológicos uma entrevista com a professora e a aplicação de uma diagnose com os alunos envolvendo atividades de escrita de palavras e texto. A análise dos resultados apontou que, possivelmente, a prática da professora baseada no “alfabetizar letrando” teria possibilitado a 87% dos alunos concluírem o ano na fase alfabética de escrita, produzindo textos coerentes e legíveis. Palavras-chave: Alfabetização, letramento, ciclo.
04 – O letramento para as práticas alfabetizadoras. Neuza Inácio da Silva, Departamento Pedagógico de Educação – Três Lagoas - MS e SEMEC - Secretaria Municipal de Educação e Cultura.
Esta comunicação visa participar o trabalho desenvolvido em nosso município sobre o impacto dos estudos sobre o letramento para as práticas alfabetizadoras. As pessoas se alfabetizam, aprendem a ler e a escrever, mas não necessariamente adquirem competência para usar a leitura e a escrita. Letramento é um estado, uma condição de quem interage com diferentes portadores de leitura e de escrita, com diferentes gêneros e tipos de leitura e de escrita, com as diferentes funções que a estas desempenham na nossa vida. Os educadores são modelos de referência e precisam apropriar-se dessa prática, por isso desenvolvemos esse trabalho com grupos de educadores e queremos socializar os resultados já alcançados. Palavras-chave: práticas alfabetizadoras, professor formador, gêneros textuais, diferentes funções.
05 – Projetos temáticos no ensino fundamental: reflexões sobre a contribuição para o letramento. Jordana Thadei, UNIESP – SP; PUC-Cogeae.
Esta comunicação apresenta uma análise da contribuição do desenvolvimento de projetos temáticos situados para a construção/ampliação do letramento na 4ª série do Ensino Fundamental. Utilizando uma metodologia descritivo-interpretativa, investigamos a abordagem da língua/linguagem/gêneros nos projetos, considerando as práticas e eventos de letramento, os gêneros que circularam nos projetos e como foram abordados em eventos de leitura, escrita e oralidade. A pesquisa fundamentou-se nas teorias de letramento e em estudos referentes a práticas culturalmente sensíveis, especialmente a pedagogia de projetos. A análise aponta avanços em relação a práticas tradicionais, mas também armadilhas e dificuldades a serem superadas para a construção/ampliação do letramento. Palavras-chave: Letramento, leitura, escrita, projetos, gênero.
06 - Letramento e pluralidade: em busca do sujeito no discurso. Nair F. Gurgel do Amaral. UNIR. Porto Velho-RO.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência feita com alunos de escolas ribeirinhas, do 1º ao 5º ano, proporcionando-lhes o acesso aos diferentes gêneros textuais, a fim de encontrar as marcas do sujeito no discurso. Por meio das atividades de letramento, procuramos desenvolver a produção textual na modalidade escrita. De acordo com Marcuschi (2003, p.21), “O letramento é um processo de aprendizagem social e histórica da leitura e da escrita em contextos informais e para usos utilitários, por isso é um conjunto de práticas, ou seja, letramentos.” Os textos orais ou escritos, de acordo com sua função, têm inúmeras finalidades que determinam sua organização, sua estrutura e seu estilo. Os estilos podem ser observados a partir dos gêneros textuais, onde é possível observar as marcas individuais e a subjetividade dos alunos. Palavras-chaves: letramento, subjetividade, gêneros textuais, cultura.
07 – Formação docente e realidade escolar: caminhos da transposição didática para a prática da alfabetização. Silvia M. Gasparian Colello (FEUSP/GEAL).
Os índices de analfabetismo, baixo letramento e fracasso escolar no país reforçam a necessidade de capacitar educadores. A despeito disso, as iniciativas de formação continuada pouco consideram os aspectos interferentes na (re) constituição do profissional e na transformação da escola. Tomando esses dois eixos como foco de análise, o objetivo da comunicação é apresentar uma pesquisa realizada com professores e coordenadores pedagógicos do município de São Paulo. Registros feitos ao longo de um curso permitiram a avaliação qualitativa dos fatores envolvidos na formação, a partir dos referenciais Vygostkyano e Bakhtiniano. As conclusões apontam para o difícil equilíbrio entre o aprender, refletir e fazer e para a relevância de se promover a capacitação nas dimensões científica, pedagógica, metodológica e humanizadora. Palavras-chaves: formação: alfabetização, dialogismo, relações interpessoais.
08 – Explorando o ensino da argumentação: como as professoras analisam a sua prática e a prática de suas colegas? Ana Carolina Perrusi Brandão, Telma Ferraz Leal e Maria Carolina Fernandes de Araújo. UFPE.
Neste estudo, apresentamos à análise que cinco professoras de Alfabetização (ou 1o ano do 1o ciclo) fizeram de aulas ministradas por elas próprias e por outras professoras atuando no mesmo nível de ensino. Os fragmentos de aulas analisados, extraídos a partir da observação de 15 aulas de cada professora, descreviam a atividade proposta e registravam, literalmente, falas das crianças e professora, gravadas no momento da aula e transcritas posteriormente. Todas as situações selecionadas para análise possibilitavam, em princípio, o desenvolvimento de habilidades argumentativas por parte das crianças. Discutiremos as reações, os comentários e os pontos levantados pelas professoras diante da leitura dos fragmentos de aula, buscando, assim, algumas pistas para o trabalho de formação de professores quanto ao ensino das habilidades argumentativas. Palavras-chave: argumentação, prática pedagógica, formação de professores
09 – Alfabetização e letramento: todos aprendem. Patrícia Regina Infanger Campos. Orientadora Pedagógica da Prefeitura Municipal de Campinas
A análise dos dilemas do cotidiano de uma escola da rede municipal de Campinas levou a equipe gestora e o corpo docente de 1º ano à 4ª série a uma reestruturação em seu trabalho pedagógico. Partindo do pressuposto de que a aprendizagem é um processo contínuo e da crença de que todos os alunos podem aprender, os professores têm se colocado o desafio de olhar para o que cada aluno sabe e o que precisa aprender para dar continuidade ao processo de alfabetização e letramento. A avaliação das produções escritas pelos alunos resulta em novos planejamentos pelos professores, que, coletivamente, definem objetivos a serem atingidos progressivamente para cada aluno/grupo de alunos. Leituras diárias e produções escritas constituem o fazer pedagógico. Palavras-chave: Letramento; Alfabetização, Trabalho diversificado.

SESSÃO VII
Coordenadora : Norma Sandra de Almeida Ferreira
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 - Lições de Alfabetização: o que acontece na sala de aula? AUTORES: Norma Sandra de Almeida Ferreira - pesquisadora do ALLE e professora da FE – Unicamp e Maíra Signorelli - graduanda de Pedagogia e membro do Grupo de Pesquisa ALLE-Unicamp, bolsista de IC - FAPESP.
Este texto tem como objetivo conhecer, de forma investigativa, como os professores, da cidade de Vinhedo (SP) estão alfabetizando, após as novas orientações teórico-metodológicas, que ganharam espaço nos últimos 20 anos, nos cursos de formação inicial e continuada. Nesta primeira fase da pesquisa, as respostas dadas ao questionário distribuído aos professores foram organizadas indicando mudanças, permanências, deslocamentos, rupturas, invenções e desinvenções, especialmente em relação aos seguintes aspectos: práticas pedagógicas, tipos e usos de materiais didáticos, opções teórico-metodológicas, entre outros. Num esforço interpretativo, de caráter mais geral, os dados coletados permitiram também construir algumas concepções que os professores expressam em seus discursos sobre a linguagem e alfabetização e sobre suas práticas.
02 - A formação de alunos alfabetizados e letrados: o que fazem as professoras da 1ª etapa do 1º ciclo de Pernambuco. Daisinalva Amorim de Moraes. UFPE
Esta comunicação visa a socializar os resultados da pesquisa de mestrado realizada com professoras da 1ª série do Ensino Fundamental da Rede Estadual de PE, com o objetivo de investigar o que as professoras faziam para formar crianças alfabetizadas e letradas. A Pesquisa tomou como referência os estudos de Ferreiro e Teberosky (1985), Soares (2003), Kleiman (1995), Morais e Albuquerque ( 2004 ). Utilizamos como procedimento metodológico à observação das práticas e entrevistas. Tomamos como categorias de análise, as rotinas diárias, as atividades desenvolvidas na sala de aula para o ensino da leitura e da escrita e os materiais utilizados pelas professoras e alunos. Serão apresentados os resultados das análises. Palavras-chaves: alfabetização, letramento, práticas de ensino, Sistema de escrita alfabética
03 – Alfabetização escolar na perspectiva da transversalidade. Cristina Satiê de Oliveira Pátaro, DME/UFSCar e FE/USP e Ricardo Fernandes Pátaro, FE/Unicamp
O trabalho discute a alfabetização nas séries iniciais, partindo do princípio de que a escrita é uma produção humana, cuja aprendizagem pressupõe a compreensão de seu significado e relevância. Tal perspectiva contrapõe-se a métodos de ensino que encaram leitura e escrita como processos mecânicos de decodificação e reprodução. Tem-se, como ponto de partida, o princípio da transversalidade (Araújo, 2003; Moreno, 1998), que articula o ensino dos conteúdos escolares à formação para a ética e cidadania. O intuito é mostrar as possibilidades que a transversalidade, na concepção aqui adotada, traz para o ensino da leitura e, sobretudo, da escrita, que passam a ser vistas não com fim em si mesmas, mas como meios para a formação ética e a construção de uma sociedade mais justa. Palavras-chave: alfabetização, transversalidade, formação ética
04 - Atividades de letramento em salas de educação infantil. Elisabete Carvalho de Melo - Universidade Federal do Acre
Esta comunicação visa apresentar o resultado de um estudo sobre as atividades de leitura e escrita realizadas por professoras de Educação Infantil de escolas públicas do Estado do Acre. Trata-se de um estudo qualitativo, de natureza analítica, que utilizou como instrumento prioritário de coleta de dados, a entrevista semi-estruturada, individual, com as professoras participantes e observação de suas salas de aula. Ferreiro, Kleiman, Kramer, Soares, Teberosky e Weisz, foram autores privilegiados para a análise dos dados. Os principais aspectos encontrados e analisados dizem respeito às contribuições dos pressupostos teóricos da psicogênese da língua escrita, para a ação docente das professoras, especialmente, no que diz respeito à elaboração de atividades numa perspectiva de letramento. Palavras-chaves: Alfabetização, Letramento, Leitura e Escrita, Prática Pedagógica
05 – Concepções pedagógicas e lingüísticas existentes nos softwares educativos destinados à alfabetização . Rosiane dos Santos Paiva, Universidade Federal do Espírito Santo/ES.
Esta comunicação visa apresentar algumas concepções de linguagem subjacentes em softwares educativos destinados à alfabetização, analisando como pressupostos existentes nos estudos de Saussure (1969), Chomsky (2005), Jakobson (1970), Fávero e Koch (1994) e Bakthin (2003) dialogam com esses contextos informatizados. Assim, torna-se essencial refletirmos sobre o conceito de software educativo e as concepções pedagógicas que podem permear o seu processo de produção, para que possa ser investigado de uma forma mais apropriada e inserido em um contexto real se esses softwares propiciam a formação de leitores ou de meros decodificadores da língua escrita. Palavras-chaves: Software educativo, concepções pedagógicas e lingüísticas, alfabetização.
06 – Práticas pedagógicas e apropriação da linguagem escrita em salas de recursos. Nerli Nonato Ribeiro Mori, Universidade Estadual de Maringá
As Salas de Recursos (SR) têm se constituído, desde 2002, no Estado do Paraná, numa das principais formas de atendimento aos alunos com dificuldades escolares. A partir de conceitos como linguagem e mediação, conforme definidos pela teoria Histórico-Cultural, no presente trabalho apresentamos e discutimos dados observados em seis SR. São confrontados episódios e resultados indicadores de sucesso e fracasso na apropriação da linguagem escrita. Destacamos que os melhores resultados não estão determinados por conhecimentos especializados, mas sim ao ensino organizado de forma a tornar consciente ao aluno questões relativas ao sentido, significado e grafia das palavras e do próprio texto. Palavras-chaves: prática pedagógica, linguagem escrita, aprendizagem conceitual, Salas de Recursos
07 – A prática pedagógica e a linguagem escrita nas séries iniciais do ensino fundamental. Marta Sueli de Faria Sforni ; Maria Terezinha Bellanda Galuch - Silvana Ferreira da Costa - bolsista PIBIC/ CNPq/ Universidade Estadual de Maringá
No desenvolvimento da pesquisa “O ensino da linguagem escrita nas séries iniciais do ensino fundamental”, fundamentada na perspectiva Histórico-Cultural, foram coletados textos de alunos de 2ª a 4ª séries do ensino fundamental. Observou-se nesses textos uma grande distância entre a escrita dos estudantes e o domínio da linguagem padrão. Posteriormente, foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com os professores, procurando identificar práticas desenvolvidas em sala de aula. Os professores revelam um ensino centrado, quase exclusivamente, na produção de textos, e a inexistência de momentos de intervenção pedagógica no que se refere à sistematização do ensino dos conteúdos específicos da língua portuguesa. Concluímos que tal prática pode explicar o baixo desempenho dos estudantes como usuários da linguagem escrita. Palavras-chaves: linguagem escrita; ensino; aprendizagem.
08 – As práticas de ensino da leitura e escrita dos professores que participaram do ciclo de alfabetização (1986-1988) da secretaria de educação da cidade do recife: algumas reflexões. Juliana Maria Lima Coelho e Eliana Borges Correia de Albuquerque – CEEL/UFPE
O presente trabalho teve como objetivos analisar as contribuições das formações dos Ciclos de Alfabetização da Prefeitura da Cidade do Recife (1986- 1988) na prática dos professores alfabetizadores. Nos utilizamos de dois procedimentos metodológicos para a coleta de dados: a análise documental e a entrevista. Analisamos alguns textos que subsidiaram o trabalho de formação na área de alfabetização e as entrevistas foram realizadas com duas professoras que lecionam na referida rede desde a década de 1980. Percebemos que houve uma articulação entre os aspectos teórico-metodológicos presentes nos textos analisados e os depoimentos das professoras acerca de suas práticas de ensino da leitura e escrita, que envolvem, atualmente, exercícios propostos naquele período, como a produção de texto coletivo e as atividades de consciência fonológica para alfabetizar. Palavras- chave: alfabetização, Ciclos de Alfabetização, leitura, escrita.
09 – Mediação e criação de elos mediadores no desenvolvimento da leitura e da escrita: a experiência de um 2º ano do ensino fundamental. Ingrid da Silva Ricomini e Cyntía G.G. Simões Girotto. Unesp- Marília, SP.
A pesquisa, em andamento, tem como objetivo estudar como ocorre o aprendizado e desenvolvimento dos conceitos lingüísticos, discursivos e textuais, dos alunos de um 2º ano da rede pública, evidenciando o papel do professor, como aquele que, a partir de ações intencionais, não só medeia, como também cria os elos mediadores necessários a esse processo.Durante as observações considera-se o desenvolvimento humano da criança e como essa educação está sendo potencializadora para a aprendizagem e desenvolvimento da leitura e da escrita. Palavras chaves: mediação , aprendizagem e desenvolvimento da leitura e da escrita.

SESSÃO VIII
Coordenadora: Renata Junqueira de Souza
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 - A literatura e produção de textos em sala de aula: as metodologias de docentes de uma escola do ensino fundamental de presidente prudente. Pedro Adalberto Top Junior; Suelen Santos Monteiro; Renata Junqueira de Souza (orientadora). CELLIJ, Faculdade de Ciências e Tecnologia/UNESP/Presidente Prudente, PIBIC/ CNPq.
O “Programa de Leitura Fundamentado na Literatura” é um desdobramento de três pesquisas desenvolvidas pela Prof.ª Dr.ª Renata Junqueira e que vem agora sendo desenvolvida através de pesquisas de iniciação científica. Esta apresentação é um recorte de parte desta pesquisa. Pesquisas anteriores (Souza, 2005, Sousa, 2006) mostram que o livro didático não permite ao aluno um contato com material diversificado de leitura, e que docentes das séries iniciais se declaram inseguros e mal formados para o trabalho com os textos literários. A partir disso, analisamos uma entrevista realizada com os professores de 1ª a 4ª série do Ensino Fundamental, com o intuito de verificarmos o perfil teórico-metodológico destes antes de iniciarmos com a aplicação inserida no referido Programa. Assim, embora a pesquisa esteja em andamento, pretendemos mostrar os resultados parciais e as metodologias destes docentes com relação ao ensino da produção de textos e as relações com a literatura. Palavras-chaves: leitura, literatura, produção de textos e ensino, formação.
02 – De leitor a escritor: um estudo de caso. Vilma Pellegrino (UNIVERSO-Niterói) e Vania Belli (UNIVERSO-Niterói).
Neste trabalho são analisadas as relações entre a alfabetização precoce e a paixão pela leitura e escrita na memória/história de um sujeito identificado como portador de Altas Habilidades (PAH). A identificação ocorreu com os seguintes indicadores: início da fala aos 6 meses; leitura de palavras aos 10 meses; aos 5 anos lia livros de Monteiro Lobato; aos 10 devorava textos da literatura universal, e, aos 16, obteve dois prêmios literários nacionais. O gosto apurado pela literatura levou-o ao doutoramento na área. Este estudo de caso é um desdobramento de uma pesquisa sobre o papel desempenhado pela estrutura familiar e suporte escolar no desenvolvimento do PAH (Renzulli,1986; Colangelo,199;Silvernam,1993). Analisando este percurso heterodoxo, através de um auto-relato, é possível apontar os dispositivos nos âmbitos sociais que suportam diferentes práticas de letramento. Palavras-chaves: Leitura literária, Altas Habilidades, Estrutura familiar, Educação escolar.
03 – Alfabetização e letramento: leitura das idéias e das imagens. Fernanda Figueira Marquezan e Maria Talita Fleig. Universidade da Região da Campanha/RS, Centro Universitário Franciscano de Santa Maria/RS e EMEI Gralha Azul - Itaara/RS.
Partilhar um relato de experiência é o objetivo desta comunicação, configurado a partir de resenhas críticas de acadêmicas do Curso de Pedagogia de uma Instituição de Ensino Superior/RS, na disciplina de Metodologia da Alfabetização I. Com o propósito de contextualizar e visualizar os conteúdos e referenciais teóricos: Mortatti (2006), Soares (2004), Ferreiro (1995), utilizou-se como recurso didático o documentário “Que letra é essa?”, trajetória de Patrick, de 2002/2004 na primeira série do EF. O que chamou atenção no documentário é o entendimento que os envolvidos - família e escola- têm do que significa alfabetização. Acreditam que ser usuário proficiente da escrita é suficiente, minimizando a função social da leitura e da escrita. A abordagem da realidade educacional repleta de significados permite visualizar habilidades e limitações expressas pelos envolvidos, por meio da análise e a discussão das imagens e das idéias do documentário. Palavras-chave: alfabetização e letramento; formação docente, recurso audiovisual.
04 – Alfabetização e letramento: formação do leitor no ensino fundamental. Juliana Bueno da Silva e Mary Kelly Rissotti Ribeiro, Prefeitura Municipal de Limeira, Limeira-SP
Esta comunicação visa confrontar conceitos sobre leitura, alfabetização e letramento com a problemática do déficit de leitura no quadro educacional brasileiro e de como esta leitura pode intervir na vida acadêmica e social do aluno. Compartilharemos as experiência de leituras feita de vários autores como TFOUNI, FERREIRO, KLEIMAN, PCN, etc. As questões abordadas nesse trabalho abrange aspectos ligados à família, ao governo e à escola, pois há a necessidade de uma integração entre essas instituições, já que todas são responsáveis pela formação do sujeito. Sendo o problema também social, vê-se a grande necessidade de se resgatar o real papel de cada uma das instituições anteriormente citadas através de muitas ações e discussões, sendo esta última, nossa proposta dentro deste seminário. Palavras-chaves: leitura - letramento – alfabetização
05 – Leitura e produção de textos em uma turma em processo de alfabetização: relato de uma experiência. Maria Elisa de Araújo Grossi, E. M. Nossa Senhora do Amparo e Ceale/FaE/UFMG
Esta comunicação visa relatar uma experiência de acompanhamento de uma "Turma-Projeto" de 2º Ciclo em processo de alfabetização. Práticas de leitura e de produção de textos foram vivenciadas pelo grupo de alunos, em virtude do desenvolvimento de um Projeto de Trabalho. Os alunos interagiam com textos autênticos, utilizando o conhecimento que já possuíam sobre o assunto abordado no projeto. As atividades de leitura e de produção de textos eram significadas pelos objetivos do grupo. Palavras-chaves: Gêneros Textuais, Alfabetização, Letramento
06 – A construção de si como um herdeiro: Pedro Nava e os episódios de Baú de Ossos. Juliana Ferreira de Melo. Escola Estadual Luiz de Bessa e Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais.
O artigo apresenta alguns dos resultados da pesquisa sobre os modos e as condições de inserção nas culturas do escrito por um herdeiro. A investigação, que tem como fonte principal as memórias de Pedro Nava (1903-1984), fundamenta-se nas teorias da Análise do Discurso, da História Cultural, como também nos estudos da Sociologia da Educação. Com o objetivo de lançar luz sobre a relação estabelecida entre o locutor, seu enunciado e o mundo, realizou-se a análise da posição sócio-histórica do autor-narrador, encenada em suas memórias, a fim de se compreender como Pedro Nava, em Baú de Ossos, constrói uma imagem de si mesmo como um herdeiro. Com efeito, evidenciou-se que o mundo criado e recriado pelo escritor na esfera memorialística, pelo fato mesmo de se caracterizar pela tênue relação entre autobiografia e ficção, encena histórias de vida e percursos de formação. Palavras-chave: escrita memorialística – Pedro Nava – história de vida – formação de um herdeiro
07 – Os novos desafios propostos à educação: a escolarização da leitura nas aulas de geografia. Maria Aparecida dos Santos Moutinho - Programa de Pós-Graduação em Educação – FCT – UNESP – Presidente Prudente. Orientadora:Ana Maria Costa Santos Menin.
Esta pesquisa tem por objetivo conhecer as habilidades de leitura desenvolvidas nas aulas de geografia. Vivemos em uma sociedade em que o uso da leitura é cada vez maior, ao mesmo tempo em que nas avaliações externas nacionais e internacionais, grandes contingentes de estudantes brasileiros apresentam um desempenho insatisfatório. A pesquisa fundamenta-se em teorias sobre a leitura de Goulemot (1996), Smith (1999), Cosson (2006), Silva (1993), Solé (1998),Souza (1992) e outros. Parte da idéia de leitura como produção de sentido cujo significado é dado pelo leitor utilizando conhecimento prévio do assunto e da linguagem do texto, sendo um processo interno, mas que pode ser ensinado. E esta é a função da escola. A competência leitora deve ser vista como um conteúdo transversal do currículo a ser trabalhado em todas as disciplinas. A pesquisa será desenvolvida com um grupo de professores e alunos de duas escolas estaduais da Diretoria de Ensino de Birigui, estando na fase de aplicação de questionário. Palavras-chave: competência leitora; avaliações externas; geografia.
08 – Literatura e alfabetização: o que surge quando o texto literário ocupa a centralidade da prática pedagógica? Luciana Pires Alves, Universidade Federal Fluminense. Niterói-RJ.
A proposta de comunicação traz algumas questões discutidas em minha dissertação: Passeios e Narrativas: Histórias que Habitam o Ciclo de Alfabetização em Duque de Caxias. A pesquisa procurou pensar a trajetória do Ciclo de Alfabetização através das práticas pedagógicas, investigando as tensões, as relações de poder e saber; as trajetórias das crianças e suas formas de tecer os espaçostempos cotidianos. O estudo foi desenvolvido entre 2004 e 2006, com crianças da Baixada Fluminense, região periférica no Estado do Rio de Janeiro. Trazer a literatura para a centralidade da prática pedagógica representou uma subversão da lógica escolar que procura uma linearidade, ao partir de esquemas simples ou mais “fáceis” para o complexo percebido como difícil. A subversão se inscreve ao propor: por que não alfabetizar com textos literários? Por que não aprender a escrever escrevendo a própria história? Nesta tensão, vivenciamos a leitura como experiência, definida por Benjamin, como o que incita e promove ressonâncias. A obra escolhida foi Haroun e o mar de histórias de Salman Rushie, a força das suas possibilidades da leitura nos invadiu criando artes de dizer as diferentes histórias de sonho e de vida que habitam o cotidiano. Palavras-chaves: Alfabetização, literatura, processos enunciativos, narrativa e experiência.

SESSÃO IX
Coordenador: Dagoberto Buim Arena
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 – Relações entre ler e fazer locução no ensino fundamental. Dagoberto Buim Arena UNESP Marilia/Núcleo de Ensino/Pró-Reitoria de Graduação. Grupo de Pesquisa: Processos de leitura e de escrita: apropriação e objetivação.
O trabalho analisa uma situação de locução de um texto, por uma aluna de primeira série de uma escola municipal de Marília, SP, com o objetivo de apontar as relações entre oralidade, escrita, leitura e locução. Para isso, foram adotados os princípios da teoria da enunciação, com destaque para as relações históricas e culturais da língua. As conclusões indicam que a escola fundamental ensina e treina a locução como se ensinasse o ato de ler. Esse distanciamento entre correspondências letras, fonemas e significação, durante a locução, expõe as dificuldades do aluno na apropriação do sentido, porque ocupa a função de locutor, mas não a de leitor de palavras durante um ato público, na própria sala de aula. Palavras-chave: leitura; locução; apropriação de sentido
02 – A apropriação dos conceitos de alfabetização e letramento: o discurso e a pratica de professoras alfabetizadoras em uma escola municipal de Belo Horizonte. Kely Cristina Nogueira Souto e Marildes Marinho / Ceale/FaE/UFMG.
Esta pesquisa de natureza qualitativa caracteriza-se como um estudo de caso desenvolvido com duas professoras alfabetizadoras que atuam na rede municipal de Belo Horizonte. Tem como objetivos compreender os pressupostos teóricos e metodológicos que fundamentam as práticas de alfabetização com letramento; conhecer o modo como os professores se apropriam dos conceitos de alfabetização e de letramento; analisar o discurso sobre o processo de alfabetização com letramento identificando o que os professores falam e o que fazem nesse processo. A fundamentação teórica se sustenta nos estudos voltados à aquisição do sistema de escrita, psicogênese, letramento, formação dos professores e discursos, especialmente os estudos de Bakhtin, Ferreiro, Soares e Tardif. A metodologia compreende entrevistas com as professoras, observações e filmagens em sala de aula.
03 – Alfabetização e letramento na escola: práticas possíveis? Kelly Cristina Costa Martins ¹ & Ana Lucia Espíndola 2 - Departamento de Educação da UFMS.
Este trabalho apresenta os resultados de uma pesquisa de cunho qualitativo, realizada em uma sala de primeira série, de uma escola municipal da cidade de Três Lagoas - MS, onde analisamos o processo de inserção da criança no mundo da leitura e da escrita, e as práticas de alfabetização e letramento dentro e fora da sala de aula, pois, segundo Soares (1998), é necessário envolver-se com as práticas sociais de leitura e escrita. Verificamos que, apesar das dificuldades em se alfabetizar em um ambiente que muitas vezes não favorece a aprendizagem em uma realidade social, ainda assim, a professora desenvolve um trabalho importante com seus alunos levando-os a enxergarem essas tecnologias também com uso e função extra-escolar. Palavras-chaves: alfabetização, letramento e escola.
04 – Palavras proibidas, palavras omitidas, palavras da vida. o que fazemos com elas na escola? Margarida dos Santos Costa. Instituto de Educação do Rio de Janeiro.
Quais palavras temos permitido entrar na escola? Palavras são pedaços de vida! Precisamos aprender a tocá-las. Um grande desafio a ser enfrentado por nós, professores, que temos assumido a necessidade de vivenciar com os alunos, dos anos iniciais do Ensino Fundamental, práticas sociais de leitura e escrita. Nesta comunicação, compartilharei e discutirei como venho aprendendo com alunos, marcados pelo fracasso escolar, a"tocar"em suas palavras e a ajudá-los a descobrir outras. Nessa experiência (LAROSSA,2001) os atos de leitura e escrita têm sido orientados pelas seguintes perguntas: Falar, ler e escrever, para quê? Para quem? Quando? O que gostamos de falar, ler e escrever na escola? Assim vamos encontrando uma possibilidade de enfrentarmos o fracasso escolar. Palavras-chaves: práticas sociais de leitura e escrita, fracasso escolar, desafio.
05 – Práticas discursivas escolares: borrando as fronteiras entre alfabetização e letramento. Luís Henrique Sommer, PPGEDU-ULBRA.
O trabalho apresenta resultados de pesquisa que examinou práticas discursivas escolares, aqui entendidas como produções da escola (GVIRTZ, 1999). O corpus de análise da pesquisa foi composto a partir da aplicação de questionários qualitativos (n=128) junto a professoras atuantes no ensino fundamental gaúcho. Nesta comunicação, inspirado na teorização foucaultiana, centro-me na análise dos sentidos que a alfabetização assume nas práticas discursivas escolares. Ao longo do texto, demonstro e analiso a presença de regularidades enunciativas sobre a alfabetização, especialmente aquelas que ritualizam uma união entre a tradição freireana e o discurso construtivista, além de sinalizar o borramento das fronteiras entre alfabetização e letramento, que Soares (2004) refere como a desinvenção da alfabetização. Palavras-chave: práticas discursivas escolares, alfabetização, letramento
06 – Os discursos sobre alfabetização nos planos de estudos: construções interdiscursivas. Patrícia Moura Pinho, Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Canoas – RS e PPGEdu/UFRGS.
Este estudo contempla análises sobre os conhecimentos de leitura e escrita que são selecionados, classificados e seqüenciados para a prática pedagógica alfabetizadora nos planos de estudos. A análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa (1997) foi necessária para se compreender e delinear as tramas intertextuais e interdiscursivas que marcam os planos de estudos das escolas municipais de Canoas. Considerando os Estudos Culturais como campo teórico que sustentou esta dissertação, a intenção era problematizar os modos como os conhecimentos ou os discursos sobre alfabetização vinham sendo incorporados ao planejamento das séries ou classes de alfabetização do município de Canoas. Palavras-chaves: alfabetização, discursos, interdiscursividade, currículo.
07 – Uma visão humanizadora na formação de professores alfabetizadores. Martha Sirlene da Silva - GEAL/ FEUSP (Grupo de Estudos sobre Alfabetização e Letramento);UNIb; FATI.
O objetivo desta comunicação é socializar a pesquisa realizada com professoras da rede municipal de São Paulo sobre formação de Alfabetizadores que teve como eixo as questões. Os cursos de formação estão favorecendo a transposição da teoria à prática pedagógica? Como acontecem as relações dialógicas na formação? Utilizamos a metodologia qualitativa e encontramos apoio em Bakhtin (1997) e Vygotsky (1984 ). Ambos vêem na linguagem dimensões dialógicas e ideológicas que são historicamente determinadas. Concluímos que as relações teoria e prática passam pelas dimensões da formação que devem privilegiar: o científico, o pedagógico e o humanizador. Palavras-chaves: formação continuada. alfabetização, dialogismo. relações interpessoais.
08 – A pratica docente de uma professora alfabetizadora e suas inter-relações em sala de aula: o erro na zona de desenvolvimento proximal. Regina Aparecida Marques de Souza - / UFMS.
O presente artigo visa apresentar alguns resultados da pesquisa defendida em 2006 na Faculdade de Educação da UNICAMP, que objetivou observar, analisar e descrever os elementos constitutivos das relações de mediação de uma professora alfabetizadora. visando à superação/compreensão do erro produzido por seus alunos. Centramos o campo teórico na abordagem histórico-cultural, enfatizando aqui o conceito de zona de desenvolvimento proximal – ZDP. Os procedimentos metodológicos foram baseados na pesquisa qualitativa, com enfoque no estudo de caso, tendo como instrumentos para a coleta dos dados a video-gravação. Os dados envolveram cinqüenta episódios de interação, organizados em episódios, que foram divididos em: com sucesso e sem sucesso e analisados a partir de categorias. Concluímos que o/a professor/a assume, na teoria histórico-cultural, um papel de mediador do conhecimento do aluno, um sujeito que auxilia na aprendizagem do outro, criando zonas de desenvolvimento proximal. Palavras chaves: Alfabetização – Erro – Zona de Desenvolvimento Proximal
09 - O professor-escritor: a prática de registro. Rita de Cássia Gonçalves Muniz.
Este trabalho se propõe a discutir o papel da escrita como um instrumento de reflexão na prática docente. Objetivamos buscar conhecer os sentimentos de que são tomadas as docentes diante do desafio do registro de suas intervenções em sala de aula. Assim como, tentar identificar as dificuldades encontradas durante esse processo e estabelecer em que medida isso serviu como resultado em termos de mudança na prática profissional das mesmas. Para isso, foram analisados registros escritos pelas professoras, nos quais elas relatavam suas práticas em sala de aula.

SESSÃO X
Coordenadora: Helenise Sangoi Antunes
Dia: 11/07/07 – 9:00 às 12:00 horas

01 – RELAÇÕES ESTÉTICAS, (RE)CONSTITUIÇÃO LEITORA E AS AVENTURAS DE PINÓQUIO. Ivanir Maciel Ortiz ; Andrea Vieira Zanella; Kátia Maheirie UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina; SEMED – Secretaria Municipal de Educação de Blumenau.
Neste texto, faremos uma análise da obra literária “As Aventuras de Pinóquio”, de Carlo Collodi, em sua versão para o português traduzida por Marina Colasanti. Fundamentando-nos nos aportes teóricos do enfoque histórico-cultural em psicologia e em diálogo com autores como Bakhtin e Sanchez Vasquez, a obra de Collodi será analisada em suas possibilidades de engendrar, em contextos de ensinar e aprender, relações estéticas. Essas são concebidas como fundamentais para a imaginação e os processos de criação, que por sua vez são condição para uma proposta de formação estética de leitores. Ao entendermos que a literatura infantil na contemporaneidade é arte, consideramos a emoção como reveladora da dimensão sensível de cada ser humano. A arte como um chamado a subjetivar para objetivar novamente. Ao (re)lermos esta literatura infantil marcada pelo didatismo, porém, com um olhar voltado para as relações estéticas, poderemos juntos refletir sobre (re)constituição leitora. Palavras chave: Constituição leitora; Literatura Infantil; Imaginação; Criação; Educação Estética
02 - Fábulas na sala de aula. Roseni Ronchezelli Mariano, Faculdades Claretianas – Rio Claro – SP.
Esta comunicação consiste em relatar uma experiência vivenciada no 3º ano, (antiga segunda série) do Ensino Fundamental, a qual busca mostrar um trabalho diferenciado voltado à literatura ou mais especificamente, às fabulas. Ao trabalhar e ao expor os alunos a este tipo de gênero, é possível desenvolver nos estudantes um interesse a mais pela leitura, de modo a querer desvendar os “mistérios” da literatura e despertando assim, o gosto por ela, além de aprimorar sua escrita e produção de texto. O trabalho também se volta um pouco para a alfabetização em virtude dos casos que se podem encontrar dentro de uma sala de aula de 3º ano. Este trabalho com fábulas passa a ser além de uma fonte de conhecimento e de prazer também um convite à leitura e a produção textual. Palavras-chaves: literatura, fábulas, leitura, escrita e alfabetização.
03 – Leitura e literatura infantil e juvenil nas escolas do oeste paulista: espaços e contextos da realidade brasileira e portuguesa. Cyntia Graziella Guizelim Simões Girotto, Elieuza Aparecida de Lima. UNESP - Faculdade de Filosofia e Ciências – Marília; Faculdade de Ciências e Tecnologia - Presidente Prudente; Programa de Pós Graduação em Educação. Grupo de Pesquisa: Processos de Leitura  e Escrita: apropriação e objetivação.
Este trabalho tem como objetivo divulgar resultados parciais da primeira fase de pesquisa “Projeto Literatura na escola: espaços e contextos, A realidade brasileira e portuguesa”, ora em andamento e realizada no Oeste Paulista brasileiro. Os objetivos dessa investigação estão centrados em estudar a contribuição que a literatura infantil e juvenil pode oferecer para a efetiva formação do leitor, nas suas relações com o aprendizado da Língua Portuguesa em escolas de Portugal e do Brasil. A matriz metodológica compõe-se de três momentos distintos e pauta-se na etnografia. Num primeiro momento, estamos realizando o levantamento de dados quantitativos para verificar quais livros de literatura infantil-juvenil existem nas escolas, como circulam e como estão sendo utilizados nas relações entre os agentes escolares. Para tanto, coordenadores, bibliotecários, professores e alunos de 146 escolas são parceiros nesta fase inicial. Destacaremos, neste estudo, o pólo de pesquisa do município de Marília, SP. Palavras-Chave: leitura, literatura infantil e juvenil, formação de leitor.
04 – Lendo a sociedade brasileira através do carnaval carioca. Vanessa de Abreu Camasmie, PROALFA, UERJ.
Esta comunicação apresentará o projeto “Carnaval na cidade do Rio de Janeiro” desenvolvido no Programa de Alfabetização, Documentação e Informação – PROALFA – UERJ – em uma classe de jovens e adultos em processo de alfabetização e letramento. Os objetivos do projeto eram aprimorar a leitura e a escrita através da leitura e produção de marchinhas carnavalescas e estudar os aspectos sociais, culturais e históricos presentes no carnaval da cidade do Rio de Janeiro. O desenvolvimento deste trabalho deu-se por meio de visitas pedagógicas, debates, leituras de diversos gêneros textuais, vídeos. Nesta comunicação, relatarei a prática pedagógica descrevendo e analisando as etapas do projeto, bem como as práticas de leitura e escrita desenvolvidas desde a sua origem até os produtos finais: apresentação musical, painéis do carnaval e o livro “Marchinhas da Saudade”. Palavras-chaves: projeto, leitura, escrita, marchinhas carnavalescas, alfabetização, letramento e sociedade brasileira.
05 – Leitura e literatura: formando leitores críticos e reflexivos. Ana Carolina Pereira; Gislaine Ciumara de Oliveira; Renata Junqueira de Souza ( orientadora). CELLIJ, Faculdade de Ciências e Tecnologia/UNESP/Presidente Prudente. Núcleo de Ensino.
O projeto “Produção de texto do professor, produção de texto do aluno: processos de formação continuada”, iniciado em 2004 é desenvolvido em uma escola de Presidente Prudente. O objetivo principal é discutir as concepções de leitura e produção de texto manifestadas no ambiente escolar. O trabalho é desenvolvido com os discentes e docentes das séries iniciais e pré-escola. São atividades preparadas para os docentes cujo objetivo principal é discutir as concepções de leitura e produção de texto, orientar uma reflexão sobre as práticas educativas dos professores, e disseminar a metodologia de gráficos organizadores (Pinel, 2004) para o trabalho com produção de textos realizado pelas bolsistas do projeto. Estas envolvem processos prévios: como seleção de contos; estudo de técnicas e planejamento de atividades. Os resultados do projeto em andamento mostram uma escola democrática, a formação de alunos e professores leitores, uma gradual melhora no texto destes sujeitos e a formação de uma comunidade de leitores (Hepler, 2000). Palavras chaves: leitura, produção de textos, formação continuada
06 – Discursos sobre mediação literária de alfabetizadoras formadas em letras ou em pedagogia. Ana Maria Gomes de Almeida, LEDUC e profª do UNIFESO - Rio de Janeiro, Daniele C.Barros da Conceição, LEDUC.
Analisamos a produção escrita de professoras alfabetizadoras da 2ª CRE do município do Rio de Janeiro, participantes do Curso de Extensão universitário Alfabetização, leitura e escrita realizado numa Universidade Pública em 2006. Procuramos observar nos textos produzidos pelas discentes elementos de conteúdo e forma que se revelaram como traços distintivos de sua prática de mediação literária, tendo em vista sua formação inicial em Letras ou Pedagogia e como se constroem seus discursos. Nossa análise focaliza a relação entre literatura e o trabalho das professoras alfabetizadoras levando-se em conta uma concepção de letramento literário (COSSON, 2006; PAIVA e MACIEL, 2005; SOARES, 1998,1999; MARTINS e VERSIANI, 2005). Palavras-chave: letramento literário, formação de professores, escrita.
07 - Letramento e letramento literário. Juliana Carli Moreira de Andrade, EE “Fazenda São Bento” – Mirante do Paranapanema – SP e PG – Universidade Estadual de Maringá, PR.
Esta comunicação visa compartilhar a análise de material teórico sobre o tema letramento com vistas criação de estofo teórico para execução de projeto de mestrado em desenvolvimento junto ao programa de pós-graduação em Letras da Universidade Estadual de Maringá, cujo objetivo geral é compreender o processo de construção da leitura do texto literário por crianças de meios rurais iletrados. Este trabalho justifica-se pelo fato de que a aplicação do termo letramento e de seu conceito aos estudos literários é algo ainda muito novo e que exige compreensão e sistematização. Para sua execução foram feitas leituras e resenhas de textos científicos sobre pesquisas realizadas na área de letramento e letramento literário, bem como de textos teóricos a cerca do mesmo assunto. Palavras-chave: Letramento; Letramento Literário; Formação do Leitor.
08 – A constituição do sujeito leitor nas relações escolares: as mediações escolares e o desenvolvimento da autonomia leitora dos alunos nas séries iniciais do ensino fundamental. Cláudia Beatriz de Castro Nascimento Ometto, Faculdade Salesiana Dom Bosco de Piracicaba – Piracicaba – SP.
Nesse trabalho, apresento uma reflexão teórico-prática sobre as relações entre as mediações escolares e a atividade autônoma do sujeito no contexto das atividades de leitura, elegendo as relações de ensino como o lugar de investigação. Considerando a autonomia de uma perspectiva histórica, registro indícios dos usos que os alunos de 4ª série fazem das indicações e regulações da leitura no espaço da biblioteca escolar, buscando neles apreender a emergência de modos de ação autônomos. Ancorada em Vygotsky, Bakhtin, Geraldi, Lajolo, Certeau, Chartier e Hébrard, problematizo o papel mediador da professora nesse processo. Palavras-chaves: leitura, mediação docente, autonomia.
09 – Convivência com a Literatura Infantil e sua contribuição para a Formação de Leitores. Rosangela Figueiredo Costa
O presente trabalho busca desencadear indagações e reflexões sobre o incentivo e a promoção da leitura no cotidiano escolar. Convida para esta discussão alguns autores como Freire e Perez, a fim de embasar que a leitura e a escrita implicam uma concepção da linguagem como mediadora da ação-interação do sujeito na vida social. A presença da Literatura Infantil no início da vida escolar é indispensável para se desenvolver as estruturas lingüísticas, além de facilitar a produção e a compreensão de outros tipos de textos, potencializando a articulação das idéias dos indivíduos. Contudo, este aprendizado não pode ocorrer desvinculado do papel social do ato de escrever, pois a capacidade de ler e escrever não depende apenas de algumas habilidades e do exercício de decodificação, mas sim da compreensão de dois aspectos da língua: o funcionamento de sua estrutura e do modo como é usada em sociedade. Assim, busco compartilhar com meus pares e outros interessados, práticas de uma escola ciclada, que incentivem o gosto pela leitura e criatividade nas crianças, tomando a Literatura Infantil como aliada nesse processo. Creio que, desta forma, poderemos juntos contribuir na formação de leitores críticos, atualizados e capazes de transformar a realidade em que vivem. Palavras-Chave: Literatura Infantil, Convivência e Formação de Leitores.

SESSÃO XI
Coordenadora: Cláudia Maria Mendes Gontijo
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 – Modos de elaboração da linguagem escrita por crianças de uma instituição educativa infantil. Cláudia Maria Mendes Gontijo. Universidade Federal do Espírito Santo.
Este texto foi composto, a partir dos resultados de uma pesquisa de caráter longitudinal que teve três anos de duração. De modo geral, esse estudo objetivou analisar o processo de apropriação da linguagem escrita por crianças, inicialmente, matriculadas em instituições educativas infantis. O artigo analisa trabalhos de registro de textos elaborados por crianças com cinco anos de idade, nos meses de agosto e setembro de 2002. Nas situações examinadas, ao serem incentivadas a escrever, elas usaram desenhos para representar os títulos dos textos, mas ao serem estimuladas a escrever com letras, foi possível observar processos que revelam a impossibilidade de traçar um percurso evolutivo linear para o desenvolvimento da escrita. Palavras-chave: Alfabetização, desenho e escrita.
02 – Escrever resumos de textos: como as crianças conseguem? Maria do Carmo Xavier de Lima, UFPE – Recife PE e Secretaria Estadual de Educação.
Esta comunicação visa a compartilhar uma experiência realizada com quarenta e oito alunos de quarta série do ensino fundamental de três escolas públicas de Pernambuco, onde eles foram convidados a ler dois artigos de opinião (extraídos de jornal de grande circulação), a responder questões de compreensão sobre os textos e a elaborar resumos escritos. Analisando os modelos textuais adotados pelas crianças, evidenciamos que, ao tentar resumir os textos que haviam lido, as produções escritas por elas revelaram a necessidade do gênero resumo escolar se tornar objeto de reflexão consciente nas aulas de leitura. Acreditamos que essa prática possa contribuir para desenvolver nos estudantes uma visão global do texto e a localização de suas idéias principais. Palavras-chave: Leitura; Gêneros textuais; Resumos
03 – A produção de texto no processo de ensino-aprendizagem: relato de uma experiência. Janaína Guimarães, Renata Junqueira de Souza (orientadora) CELLIJ, Faculdade de Ciências e Tecnologia – Campus de Presidente Prudente – SP.
A produção de texto é importante no processo de aprendizagem do aluno; é quando o aluno tem a possibilidade de se expressar, através da linguagem escrita, deixando de ser um leitor, para atuar também, como autor e produtor de texto. É quando a criança tem liberdade para criar, usar sua imaginação, expressar o que sente e entende do tema proposto pelo professor. No entanto, para que o trabalho seja significativo é necessário que o professor realize atividades contextualizadas (Jolibert, 1994) com leitura e interpretação previamente desenvolvidas. Neste sentido, a pesquisa em andamento em uma 3ª. série de uma escola municipal de Presidente Prudente, pretende mostrar como o trabalho com a produção de textos não fragmentados e propostos de maneira contextualizada faz com que alunos produzam gradualmente bons textos. Palavras-chaves: produção de texto, leitura, escrita, produção de texto e ensino.
04 – O gênero epistolar e as atividades com e sobre a linguagem. Suzana Lima Vargas (UFJF/NUPEL)
Discuto o processo de constituição de conhecimentos sobre o gênero epistolar por um sujeito diagnosticado com inteligência limítrofe. O objetivo é mostrar como o sujeito ajusta sua produção discursiva às formas estilísticas e composicionais do gênero epistolar, uma vez que sabe escolher os recursos lingüísticos adequados e se mostra sensível às necessárias adequações ao variado repertório de tal gênero. Os dados analisados compõem um corpus longitudinal, obtido através de encontros semanais que visavam a participação e o envolvimento do sujeito da pesquisa nas atividades com e sobre a linguagem e processos cognitivos e de vínculos interpessoais. Para o tratamento dos dados, farei uso dos pressupostos do “Paradigma Indiciário”, modelo de análise que permite visualizar a relação dinâmica e constitutiva entre o sujeito e a linguagem.
05 – Escrita no processo de letramento. Ilenice Pereira da Silva, Universidade Federal de Campina Grande.
O desenvolvimento das capacidades lingüísticas de ler, escrever, falar e ouvir com compreensão, em situações diferentes das familiares, não acontece espontaneamente. Elas precisam ser ensinadas sistematicamente e isso ocorre, principalmente, nos anos iniciais da Educação Fundamental, e para que isto ocorra são necessários alguns fatores e condições essenciais à integração dos alunos no mundo letrado. Trata-se do processo de letramento, como sendo o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, bem como o resultado de ação de usar essas habilidades em práticas sociais. Por esta razão, o principal objetivo deste artigo é contribuir para que o professor que alfabetiza compreenda os processos envolvidos na aquisição de nosso sistema de escrita alfabética e das capacidades necessárias ao aluno no domínio dos campos de leitura, da produção de textos escritos e da compreensão e produção de textos orais em situações diferentes das que são corriqueiras no cotidiano da criança. É em virtude disto, que na nossa civilização, todo cidadão está de algum modo inserido numa cultura letrada, por isso, é importante que na escola, pela mediação do professor, proporcione aos alunos o contato com diferentes gêneros e suportes textuais. Como parâmetros teóricos, seguimos os pressupostos de Magda Soares (2001, 2003), Costa Val (2000, 2001, 2003), Luis Carlos Cagliari (1999), Anne-Marie Chartier e Ângela Kleiman (1989, 1993). As capacidades da oralidade, leitura e escrita serão apresentadas em eixos relevantes através de quadros e sintetizadas em verbetes. Espera-se que a consolidação desses princípios definidos possa desenvolver as competências necessárias para o uso da escrita no contexto escolar como também nas práticas sociais. Palavras-chaves: letramento, oralidade, leitura e escrita
06 – Aproximações ao campo de investigação em Letramento e Alfabetização – uma questão teórico-epistemológica na Lingüística contemporânea. Luiz Antonio Gomes Senna (Programa de Pós-Graduação em Educação / UERJ).
Este trabalho discute o estado das pesquisas recentes desenvolvidas no âmbito do Letramento e da Alfabetização apresentadas em congressos de referência da área acadêmica de Educação, ressalvando sua contribuição para o entendimento deste sub-componente da Lingüística Aplicada, tanto enquanto domínio objetal, como enquanto fenômeno afeito às ciências da linguagem. O estudo esclarece o conjunto de objetos que se vêm compreendendo como afeitos ao campo de Letramento e Alfabetização e analisa o tipo de tratamento teórico-conceitual que se vem costumando dar a cada um no âmbito de seus pressupostos teórico-descritivos. Como conclusão, discute-se a necessidade de que se avalie o impacto das pesquisas realizadas no que concerne à consolidação da Lingüística Aplicada ao Letramento e à Alfabetização enquanto ramificação da ciência lingüística. Palavras-chave: lingüística aplicada; letramento; alfabetização; epistemologia da Lingüística
07 – Interpretação, letramento e produção lingüística no contexto escolar. Filomena Elaine P. Assolini – FFCLRP-USP.
Tenho defendido que dois fatores são fundamentais para que o educando possa produzir textos caracterizados pela criatividade e pela autoria: interpretação e o letramento. Neste trabalho, apresento os resultados de uma pesquisa, que buscou investigar, com base nos postulados teórico-metodológicos da Análise do Discurso de ”linha” francesa e na abordagem Sócio-Historica do Letramento, como a interpretação e o letramento são tratados pelo/no discurso pedagógico escolar, D.P.E. Os resultados de meus estudos mostram que quando o educando pode ocupar o lugar de intérprete historicizado e movimentar-se por eles, bem como quando as condições de produção lhe oferecem oportunidades para construir e acessar arquivos (no sentido dado por Pêcheux) suas produções lingüísticas orais e escritas são marcadas pela emergência da criatividade e por gestos de autoria. Por outro lado, quando o D.P.E. efetiva-se de forma autoritária, os alunos são colocados na posição de sentidos prefixados. Palavras-chaves: interpretação, letramento, autoria, criatividade, produção lingüística.
08 - Modos de pensamento e letramento. Janaina Pereira Ribeiro Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro – RJ
Pretende-se discutir o conceito de Letramento e sua relação com o desenvolvimento das habilidades cognitivas partindo das práticas culturais existentes na comunidade onde os sujeitos estão inseridos. Aborda-se a relação entre cognição e práticas culturais que derivam modos diferenciados de pensamento, capazes de interferir na aprendizagem escolar. Discute-se a aliança da escola com o modo científico de pensamento ocasionando um choque para o aluno oriundo de comunidades orais onde a orientação de letramento proporciona o desenvolvimento do modo narrativo de pensamento.Com base nestas questões, defende-se uma definição de letramento ampliada, que envolva as áreas do desenvolvimento humano, a saber: socioafetiva, lógico formal e físico-motora criando condições e possibilidades à criança de transitar do modo narrativo ao modo científico de pensamento. Palavras-chave: Modos de pensamento, letramento, educação inclusiva.
09 - A produção de gêneros textuais na alfabetização: uma prática contextualizada. Bianca Santos Chiste e Meire de F. B. Fernandes. Escola Estadual Maria do Carmo de Oliveira Rabelo. Rolim de Moura – RO.
Este trabalho visa compartilhar o resultado de uma pesquisa-ação realizada com alunos da 2ª etapa do Ciclo Básico de Aprendizagem, em Rondônia, onde foram propostas situações de escrita de alguns gêneros textuais que circulam socialmente. A pesquisa procurou respostas para algumas perguntas que nos inquietavam, entre elas: que gêneros textuais são mais indicados para serem trabalhados como produção escrita na alfabetização? Que critérios são necessários considerar em relação à adequação das atividades de escrita ao contexto social, à faixa etária e às necessidades de aprendizagem dos alunos? Os resultados apontaram algumas propostas de produção escrita como boas situações de aprendizagem, outras, no entanto, não dialogaram com os conhecimentos dos alunos, evidenciando ainda procedimentos e intervenções que contribuíram na produção de texto dos mesmos. Palavras-chaves: alfabetização, gêneros textuais, produção de texto.

SESSÃO XII
Coordenadora: Tany Mara Monfredini
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - Letramento e inclusão: o caso de candidatos reprovados no concurso vestibular da FFPNM-UPE, Tany Mara Monfredini Cordeiro de Moura. Faculdade de Formação de Professores de Nazaré da Mata - Universidade de Pernambuco, (FFPNM-UPE).
Nesta comunicação apresentamos a primeira fase da pesquisa que está sendo realizada com sujeitos reprovados no concurso vestibular da UPE-2007, especificamente com aqueles residentes nos municípios em torno de Nazaré da Mata, onde está situada a unidade da FFPNM. Além da relação entre a nota da prova de redação e a reprovação no vestibular, trazemos dados sobre a formação escolar, os modos de inserção na cultura escrita e a performance inicial desses sujeitos em atividades do projeto de extensão vinculado à essa pesquisa (realizadas em 2007.1). Nesse projeto, buscamos compreender as práticas de leitura e escrita em seu significado sócio-histórico junto à comunidade que recortamos, e somamos dados na busca da superação da condição de subalternidade dos sujeitos que ocupam posição de desvantagem no jogo da cultura grafocêntrica. Palavras-chaves: letramento e inclusão social, produção de texto, sociedade grafocêntrica.
02 – O texto do professor no texto do aluno: intenções e significados. Maria Eugênia Ribeiro D'Elia - Grupo AULA - FE UNICAMP- Campinas SP.
Esta pesquisa, embasada na teoria sócio-interacionista e na Lingüística Aplicada, procura analisar como se dá a mediação do professor no texto do aluno. Parte da análise dos bilhetes deixados pelas professoras nos textos produzidos pelos alunos de 3a. e 4a. séries do Ensino Fundamental e traz reflexões sobre a mediação oral, presente no momento de produção e de reestruturação do texto, tanto entre professoras e alunos como entre os colegas. Ao analisar as diferentes maneiras adotadas pelas professoras para propor a produção e a reestruturação do texto, ressalta a importância da mediação oral no momento de escrita e reescrita do texto e destaca a retomada coletiva do texto como um exercício de reflexão e participação dos alunos em torno da própria produção escrita. Palavras- chave: produção de texto, reestruturação de texto, interação, mediação.
03 - Tia, é português ou gramática? um estudo sobre o ensino da análise lingüística. Fabiana Matias dos Anjos; Sirlene Barbosa de Souza, EE ”Profa. Lívia suassuna” Recife-PE e UFPE- Recife-PE.
Atualmente, no ensino de português, defende-se a análise lingüística como uma prática fundamental para que os alunos aprendam a língua portuguesa refletindo sobre seus usos, ao lado da leitura e da produção textual. Esta pesquisa procurou investigar se e como o trabalho com a análise lingüística, nas séries iniciais do ensino fundamental, tem contribuído para a formação de leitores/escritores proficientes. Numa abordagem qualitativa, observamos aulas ministradas numa 4ª série, realizamos entrevistas e analisamos livros didáticos. Os resultados obtidos revelaram que a gramática normativa parece ser objeto de estudo privilegiado na escola fundamental e seu ensino ainda ocorre de forma dissociada das práticas de leitura e produção de textos. Palavras-chaves: didática da língua portuguesa, gramática, ensino de análise lingüística.
04 – Texto e contexto: práticas sociais de escrita e produção de texto de alunos da 8ª série do ensino fundamental público. Maria Aguiar de França Lara e Elizabeth dos Santos Braga, Universidade São Francisco, Itatiba-SP.
Nosso trabalho tematiza questões referentes à relação entre práticas sociais de letramento dentro e fora da escola. Mais especificamente, pretendemos investigar a participação em eventos de letramento no cotidiano de alunos de 8ª série de uma escola pública em Itatiba-SP, e analisar as relações estabelecidas com as práticas de escrita propostas pela escola. A discussão sobre o conceito de letramento e suas implicações tem como base a interlocução com autores como Gnerre, Tfouni, Soares e Kleiman. A pesquisa, ainda em andamento, fundamenta-se na perspectiva histórico-cultural de Vigotski, pela importância que atribui à linguagem e às interações sociais na constituição do sujeito (Smolka, Oliveira, Góes), e em contribuições que enfatizam as relações sociais e práticas discursivas no processo de apropriação de práticas de leitura e escrita, como Freire, Bourdieu e Bakhtin. Palavras-chave: letramento, linguagem, práticas sociais.
05 – Marcas da história social nos discursos de crianças em processo de alfabetização: por que é preciso aprender ler e escrever? Carla Andréa Brande (mestre em Educação – UFSCar; professora do Ceuclar e do Colégio Puríssimo Coração de Maria - Rio Claro).
Este trabalho pretendeu analisar as significações que sujeitos em processo de alfabetização conferiam às práticas de leitura e de escrita. O sujeito se constitui enquanto tal, pelo processo de interação social, que tem na palavra o seu modo de realização. Assim, baseado nos conceitos de VYGOTSKI (1991, 1995, 1998) e BAKHTIN (1997, 1999), pode-se dizer que a enunciação reflete, ao mesmo tempo em que traz em si, as marcas das relações presentes na prática social dos sujeitos. Foram realizadas entrevistas com os sujeitos, propondo a questão “Por que é preciso aprender ler e escrever?”. As respostas dadas pelos sujeitos foram analisadas e organizadas em categorias, as quais representam as diferentes significações sobre a leitura e a escrita atribuídas pelos sujeitos estudados. Palavras-chaves: leitura – escrita – prática social – enunciação
06 - Aprendizagem da linguagem escrita: condição para o exercício da cidadania. Marica Valéria Cruz – Universidade Estadual de Maringá; Maria Terezinha Bellanda Galuch – Universidade Estadual de Maringá - PR.
Resultados dos programas oficias de avaliação revelam que alunos da 4ª e 8ª séries têm apresentado desempenho insatisfatório em relação aos conteúdos da linguagem escrita. Todavia, os documentos oficiais, como os Parâmetros Curriculares Nacionais, apontam a necessidade de a escola formar para a cidadania. Como ser cidadão sem que o aluno tenha se apropriado dos conteúdos da linguagem escrita e consiga ler e interpretar textos simples? Este trabalho busca refletir sobre a aprendizagem desses conhecimentos, como elementos imprescindíveis para o exercício da cidadania. Nossa discussão toma como referencial a Teoria Histórico-Cultural, segundo a qual a aprendizagem é promotora do desenvolvimento. A formação humana, quando pensada como desenvolvimento das capacidades cognitivas, requer a internalização de conhecimentos que se transformem em instrumentos mediadores, com os quais o sujeito possa a posicionar-se criticamente frente aos fenômenos, quer seja no âmbito social, econômico, político e científico. Palavras-chave: Aprendizagem, linguagem escrita, desenvolvimento, pensamento crítico.
07 - Caracterizando o gênero carta de reclamação Leila Nascimento da Silva e Telma Ferraz Leal CEEL (Centro de estudos em Educação e Linguagem)UFPE.
O nosso estudo investigou como as cartas de reclamação são organizadas por aqueles que adotam-na. Buscou-se entender como a cadeia argumentativa é geralmente construída e, assim, tentar caracterizar o gênero em questão. Para tanto, selecionamos 20 (vinte) cartas de reclamação que foram retiradas de várias fontes (sindicatos, cartas publicadas em sites de denúncia, etc). Ao analisá-las, observamos que as mesmas apresentavam uma organização bastante parecida (todas apresentavam a indicação do objeto a ser reclamado e justificam o porquê dessa indicação), mas havia elementos que apareciam em umas e em outras não (ex: o movimento de indicar vozes que não consideram que o objeto pode ser alvo de reclamação - apareceu em apenas 3 cartas). Palavras-chaves:Carta de reclamação, organização textual, cadeia argumentativa.
08 - Políticas Públicas de Alfabetização de Massa na Guiné-Bissau Domingos Moreira Universidade do Estado do Rio de Janeiro Faculdade de Educação – EDU - Programa de Pós-graduação em Educação – ProPEd.
O trabalho discute a complexa situação das políticas de alfabetização na Guiné-Bissau, cuja sociedade organiza-se em torno de inúmeras culturas marcadas pela diversidade étnica e representacional. A concepção de escrita nas políticas da Guiné-Bissau ainda estão comprometidas com a cultura colonial, motivo pelo qual a língua portuguesa é preponderante. A Guiné-Bissau é um país multilingüe, em que o português europeu não é preponderante na população. Seu estudo aborda fenômeno e apresenta questões que devem ser levadas em considerações nas políticas de alfabetização, visando a adequá-las as expectativas de desenvolvimento da região.
09 – "Produção de texto: uma parceria entre leitor e escritor Poliana Bruno Zuin. UFSCar - PPGE (CAPES) Claudia Raimundo Reyes. UFSCar.
A presente comunicação objetiva compartilhar dados da pesquisa que se encontra em andamento sobre a análise dos conhecimentos sobre a língua gerados e contidos nas produções textuais por meio de um processo de parceria entre leitor e escritor. O referencial teórico que norteou a pesquisa foi a teoria histórico-cultural e a lingüística da enunciação de Bakhtin. A fim de contemplarmos os objetivos propostos, analisamos as produções individuais de quatro crianças de uma segunda-série do ensino fundamental, bem como as influencias do processo dialógico presente no texto escrito após a parceria entre leitor-escritor. A análise dos conhecimentos sobre a língua gerados ocorreu por meio do processo de produção textual durante o período de coleta de dados. Essa pesquisa busca evidenciar a importância da interação e da mediação intencional nos processos de ensino-aprendizagem. Palavras-Chaves: mediação, produção de texto, gêneros textuais, leitor-escritor.

SESSÃO XIII
Coordenadora: Maria Terezinha Bellanda Galuch
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 – Conhecimento de alunos de 1ª à 4ª série do ensino fundamental sobre conteúdos da linguagem escrita. Maria Terezinha Bellanda Galuch, Marta Sueli de Faria Sforni ; Edineia Aparecida Castro Avancini– Universidade Estadual de Maringá.
Este artigo apresenta resultados da pesquisa “Aprendizagem da linguagem escrita nas primeiras séries do ensino fundamental”. Fundamenta-se em autores da Teoria Histórico-Cultural, sobretudo nas discussões de Vygotsky, Luria e Leontiev sobre os processos de ensino e aprendizagem, bem como em autores que discutem temas referentes a alterações ortográficas, conteúdos da linguagem escrita e análise lingüística, dentre eles: Zorzi, Lemle, Moraes, Sérkes e Martins. Foram analisadas produções textuais de 128 alunos das quatro primeiras séries do ensino fundamental de uma escola pública do Paraná. Essas análises revelam que a maioria dos alunos, inclusive os da 4ª série, apresenta muitas dificuldades em relação aos conteúdos da linguagem escrita: unidade temática, paragrafação, elementos coesivos, concordância verbal, concordância nominal, uso de maiúsculas, pontuação, argumentação e ortografia. Palavras-chave: linguagem escrita; ensino fundamental; aprendizagem; ensino.
02 - A metodologia de pesquisa científica nas séries iniciais do ensino fundamental. Cristina Aparecida Júlio, EMEF “Elvira Muraro” Campinas-SP.
Esta comunicação busca compartilhar uma metodologia de ensino e aprendizagem com base no método científico, que é uma das maneiras de se construir conhecimento,  possibilitando reflexão, pesquisa e intervenção para estudar e investigar um problema que se quer elucidar, tendo como ponto de partida professores da escola pública, vinculados ao Projeto Ciência na Escola - Primeiros Passos, que atuam como pesquisadores na formação e desenvolvimento dos alunos das séries iniciais do ensino fundamental, os quais, participantes do processo de aprendizagem, desenvolvem atitudes científicas ao se apropriarem da metodologia de pesquisa científica e do conhecimento acumulado, e, assim, constróem um conhecimento novo e significativo, de modo a  interagir no seu meio social. Palavras-chaves: Aprendizagem - pesquisa - interação
03 - Uma revisão dos níveis de aquisição da escrita à luz da Lingüística aplicada. Claudia Martins Moreira, UESC/UFBA.
Este trabalho pretende fazer uma revisão dos estágios de aquisição da escrita, como uma alternativa diversa dos conhecidos estágios ferreirianos, muito utilizados pelo alfabetizador. Tal proposta toma como base o resultado da pesquisa de campo e experimental, realizada ao longo do ano letivo de 2006, com 20 crianças de escolas públicas de Salvador. Objetiva-se, com essa proposta, contemplar o percurso aparentemente natural da aquisição da escrita, o qual inicia-se com a ausência de relação grafo-fônica, passando por uma série de etapas cíclicas de relações fonográficas, até atingirem a fase ortográfica, cuja dependência som/grafia é superada. (Palavras-chave: aquisição da escrita, estágios, relações fonográficas)
04 – Desempenho ortográfico e natureza da tarefa de escrita. Maria José dos Santos e Lívia Abrahão do Nascimento, Universidade Federal de Goiás/Campus de Catalão.
Conhecer as normas ortográficas que regem o uso das letras representa um grande desafio para o aprendiz da língua portuguesa. A literatura atribui a qualidade do desempenho ortográfico a vários fatores, entre eles a natureza ou situação da tarefa de escrita. As crianças cometeriam mais erros em produções espontâneas do que em ditados, uma vez que a produção de um texto (por um escritor novato) implica sobrecarga cognitiva, pois ele tem que selecionar e organizar idéias, escolher uma forma para expressá-las e ainda decidir sobre a forma ortográfica de registrar as palavras (Morais, 2003). Esta comunicação apresenta resultados de um estudo com crianças de 4ª série do ensino fundamental que investiga tal hipótese. Palavras-chave: ortografia, natureza da tarefa, aprendizagem
05 – Músicas infantis e a representação que a criança faz da linguagem/escrita. ADEMAR DA SILVA
Neste trabalho analisamos textos, resultantes da atividade de escrita de letras de músicas infantis, produzidos por pré-escolares para verificar até que ponto, em contexto delimitado por frases musicais cantadas, as propostas de segmentação da palavra escrita variavam. Os dados, que para efeito de análise foram caracterizados como naturalísticos e singulares (Cf. Ginsburg, C., 1989; Abaurre, M.B.M. et al., 1997), revelam que cada criança resolve, por meio de soluções locais e particulares, seus problemas imediatos de segmentação da escrita, ou seja, cada manifestação singular de uma tendência evidencia a individualidade da criança nesse processo.
06 - Afetividade e atividades de ensino da escrita. Fabiana Aurora Colombo e Sérgio Antônio da Silva Leite, FE/UNICAMP.
Baseando-se nas idéias de Wallon e Vygotsky, pressupõe-se que afetividade e inteligência, inter-relacionadas, tornam-se fatores determinantes para o desenvolvimento do indivíduo, atuando na aprendizagem, favorecendo a relação sujeito (aluno) e objeto (conteúdos escolares). Sob esta perspectiva, a presente pesquisa tem por objetivo descrever e analisar as dimensões afetivas identificadas nas decisões do professor quanto às suas atividades de ensino, no cotidiano da sala de aula, durante o processo de aquisição da escrita pelas crianças. Busca analisar os aspectos afetivos presentes nas atividades de ensino da escrita e suas contribuições para a construção do conhecimento. Para tanto, foram utilizados procedimentos de observação das atividades em sala de aula e de entrevistas com os alunos e os professores participantes, cujos dados foram registrados através de fitas de áudio, de vídeo e pelo diário de campo. Na seqüência, os dados foram selecionados e transcritos e, em seguida, utilizando-se o procedimento de autoscopia, os alunos foram entrevistados. Posteriormente, a partir dos dados provenientes das observações vídeo-gravadas, das sessões de autoscopia e dos registros em diário de campo foram construídos núcleos temáticos, de forma a identificar as dimensões afetivas presentes nas atividades de ensino desenvolvidas pelo professor. Os núcleos temáticos demonstram que as dimensões afetivas referem-se aos materiais culturais utilizados, à presença da professora, ao fazer coletivo, às formas de ensinar da professora e à diversidade das atividades de ensino em sala de aula. Palavras-chave: afetividade – alfabetização – mediação – atividades escolares – Ensino Fundamental
07 – Outras possibilidades de alfabetização: entrelaçamentos com a ideia de território. Fabiane Florido Lima, “E.M.Bolívia Gaètho” Niterói/RJ..;Márcia Nico Evangelista “Fundação Municipal de Educação” Niterói/RJ.;Veronica Borges de Oliveira, “Fundação Municipal de Educação” e UFF Niterói/RJ.
Esta comunicação visa compartilhar o trabalho que foi desenvolvido com alguns professores do Ensino Fundamental da Rede Municipal de Niterói. O foco está relacionado com a alfabetização entrelaçada ao conceito de conhecimento cartográfico rompendo com a lógica da disciplinarização do conhecimento. O conceito de território de Milton Santos vinculado ao conceito de leitura de mundo de Paulo Freire traz um outro modo de conceber a alfabetização. Problematiza algumas armadilhas educacionais que se apresentam às escolas cotidianamente: seu tradicional isolamento institucional que não considera as possibilidades do seu entorno e a fragmentação da construção do saber que retira o sentido e a força visceral da palavra. Tudo isso favorece o esvaziamento da experiência política dos sujeitos escolares. Este trabalho questiona algumas práticas tradicionais e aponta caminhos para além das paredes da sala de aula. Palavras-chaves: alfabetização, leitura de mundo e território.
08 – Cronologias cognitivas sobre a aquisição da lecto-escrita. Paulo Sergio Marchelli, Universidade São Marcos, São Paulo-SP, Carmen Lúcia Dias, Grupo de Estudos e Pesquisa em Epistemologia Genética e Educação (GEPEGE), Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus de Marília-SP.
O trabalho apresenta uma investigação realizada no campo das ciências cognitivas sobre a aquisição da lecto-escrita na escola, partindo dos pressupostos engendrados pela epistemologia genética de Piaget (1923, 1926, 1936, 1941, 1945, 1947), que descreve a natureza das representações mentais da criança correspondentes ao número, tempo, espaço, quantidades físicas e à lógica em geral. A investigação volta-se posteriormente para o trabalho de Ferreiro & Teberosky (1985), que se valeram dos métodos piagetianos para estudar a produção elementar da lecto-escrita, fundamentando-se também na psicolingüística de Chomsky (1965, 1975). É impreterível dizer que Ferreiro & Teberosky, explorando a linha estruturalista de Piaget e Chomsky, realizaram uma das pesquisas mais influentes até hoje sobre o assunto dos fundamentos da aquisição da lecto-escrita. Seus resultados, no entanto, referem-se apenas aos anos de escolarização fundamental, correspondentes à fase da aquisição elementar do código alfabético pela criança. Dessa forma, os autores da presente investigação fundamentam-se nas teorias da gramática funcional de Halliday (1985), Dik (1989) e Neves (2001), entre outros autores, para descrever os processos cognitivos da gramaticalização que estendem a linha cronológica da aquisição da lecto-escrita até a chegada do aluno à adolescência. Palavras-chaves: lecto-escrita e cognição, pedagogia e psicologia da leitura, gramática funcional e leitura.
09 – Compreensão da escrita entre crianças pequenas. Daniela Maria de Toledo; Maria Alice de Campos Rodrigues. UNESP – FCLAr – Programa de Pós-Graduação em Educação Escolar, CAPES.
Este trabalho tem o objetivo de estudar as trocas entre coetâneos que estão em níveis diferentes no processo de alfabetização, como os que estão em níveis menos avançados são favorecidos na aprendizagem de alfabetização, e como os parceiros mais avançados funcionam como “mediadores” nesse processo. Os dados foram obtidos através de registros em fita cassete e registros de memória. O trabalho é parte do projeto maior de Mestrado e envolve 4 crianças de 7 a 8 anos da 1ª série. Em uma atividade, três crianças tinham suas produções textuais lidas umas pelas outras e por uma quarta criança; além de cada uma das três ler sua própria produção. Através de perguntas verificávamos a compreensão da criança. Esta é uma forma de compreendermos a importância das interações e as possíveis mediações entre as crianças. Palavras-chaves: Alfabetização; Mediação e Aprendizagem.

SESSÃO XIV
Coordenadora: Terezinha Fernandes Martins de Souza
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 – A escola de nove anos e a dimensão lúdica da natureza infantil. Ana Júlia Fagá de Almeida - GEAL -FEUSP e Teresa Cristina Fernandes Teixeira - FEUSP.
O ingresso das crianças de seis anos no Ensino Fundamental não garante o êxito escolar. Para além disso, há fatores outros do mundo infantil a serem considerados: os interesses da criança, suas preferências, formas de aprender, facilidades e dificuldades, espaço familiar e social. É no âmbito das relações adulto-criança e criança-criança que esse mundo se revela. Sua expressão, através do desenho, oportuniza ao adulto adentrar esse mundo de significados. A pesquisa realizada com crianças de 1ª série de uma EMEF da cidade de São Paulo leva-nos a refletir sobre importantes questões a serem consideradas no atendimento escolar nessa idade: como a criança percebe a Educação Infantil? Como percebe a nova realidade, ao chegar à 1ª série? Como estabelecer essa ponte, enfrentar essa transição - considerando a natureza das crianças? (Vygotsky, 1987; Bakhtin, 1986; Kramer, 1998). Palavras-chaves: cultura infantil, dimensão lúdica, escola de nove anos, expressão infantil
02 – A inclusão das crianças de seis anos no ensino fundamental e o processo de alfabetização. Josiane Tomasella Bordignon, Unesp – Universidade Estadual Paulista Rio Claro-SP.
Esta comunicação pretende esclarecer e discutir sobre as leis federais nº 11.114 de 16 de maio de 2005, que torna obrigatória a matrícula das crianças de seis anos de idade no ensino fundamental e a nº 11.274 aprovada em 6 de fevereiro de 2006 que altera o ensino fundamental de oito para nove anos. Essas legislações foram implantadas sem prévia discussão das adaptações estruturais e pedagógicas necessárias para atender adequadamente os alunos que estão chegando com menos idade no Ensino Fundamental e em período de alfabetização. Goulart coloca que: “esperara-se que a criança de seis anos possa ser iniciada no processo formal de alfabetização, visto que possui condições de compreender e sistematizar determinados conhecimentos” (BRASIL, MEC 2006, P.87). O que precisa ser analisado e discutido é a forma como essa alfabetização será desenvolvida com esses alunos. Palavras-chaves: alfabetização, nova organização do ensino fundamental, ensino fundamental de nove anos.
03 – A escola de nove anos: relato de uma experiência. Augusta Tie Yamamoto; Isnary Aparecida Araújo da Silva - EMEF " Edson Luis Lima Souto" Prefeitura Municipal de Campinas.
Este trabalho vem sendo construído através da prática duas professoras na Rede Municipal de Campinas. Ele começou em 2006 quando a Secretaria Municipal de Ensino implementa os Ciclos de Alfabetização, seguindo a orientação do MEC, que determina o ingresso da criança de seis anos no Ensino Fundamental, que passa a contar com nove anos de curso. No decorrer dessa implantação algumas questões foram sendo levantadas: qual deve ser o enfoque do trabalho com essas crianças menores? Há a necessidade de repensar as metodologias para os anos iniciais? O objetivo maior deve ser o de alfabetizar já no 1º ano? Na tentativa de esclarecimento dessas questões nos apoiamos em um material multimídia produzido pelo grupo de professoras e alunos com várias situações de aprendizado dessas crianças , material que acreditamos vai fomentar as discussões que se iniciam acerca do assunto. Palavras-chave : alfabetização; ciclo de nove anos; Campinas; educação fundamental
04 – As práticas em alfabetização para um ensino fundamental de 9 anos. Ivete Janice de Oliveira Brotto – Docente da UNIOESTE – PR- Doutoranda em Educação da UFPR – Pesquisadora do GPAAD – Cascavel, Paraná.
O MEC publicou recentemente as Orientações para a Inclusão de Crianças de Seis Anos de Idade no Ensino Fundamental. Este artigo visa a socializar uma leitura crítica a partir do texto intitulado “Letramento e alfabetização: pensando a prática pedagógica componente do documento”. Analisa o que está sendo compreendido como necessário para alfabetizar na perspectiva do letramento. O texto do MEC toma como perspectiva metodológica os gêneros textuais para alcançar os propósitos de um ensino conseqüente de leitura e de escrita e inserção dos sujeitos daquela faixa etária no mundo escolarizado obrigatório. É nos aportes teóricos do pensador russo Mikail Bakhtin que faremos nossas considerações e discutiremos algumas categorias que entendemos ser preponderantes e até anteriores à abordagem apresentada no referido documento. Palavras-chave: alfabetização, letramento, linguagem, gêneros textuais.
05 – A criança de seis anos no ensino fundamental: as armadilhas e os desafios da formação Adriana Bragagnolo; Maria Leda Loss dos Santos, Universidade de Passo Fundo.
O presente trabalho objetiva apresentar um estudo que resulta de um processo de formação continuada, a qual permitiu construir categorias de análise acerca da inserção de crianças de seis anos no ensino fundamental, especialmente no campo da linguagem. Revelam-se assim, as categorias de infância, alfabetização, letramento e aprendizagem, sob as quais investigam-se as concepções que os professores de educação infantil e anos iniciais possuem. Frente às armadilhas e desafios que se desenham, evidencia-se a necessidade de investir num processo de formação continuada e romper com o formalismo presente no processo de alfabetização. Palavras-chaves: infância, alfabetização, letramento, formação continuada
06 - Caderno de atividades para o primeiro ano do ensino fundamental de nove anos: ferramenta de apoio ao professor da criança de 6 anos. Elaine Cristina Rodrigues Gomes Vidal. Gruhbas Projetos Educacionais e Culturais. Santos-SP.
Esta comunicação visa compartilhar a experiência de elaboração de um material didático específico para o primeiro ano do Ensino Fundamental de 9 anos: um caderno de atividades voltado especificamente para a criança de 6 anos que ingressa no Ensino Fundamental com duração de 9 anos, elaborado por uma equipe constituída por professores de Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental, apoiado na perspectiva do letramento, trazendo textos de diversos tipos, gêneros e suportes. O material do aluno é acompanhado por um guia didático ao professor, que traz subsídios teórico-metodológicos ao trabalho a ser realizado. Já é aplicado em três cidades brasileiras, obtendo bons resultados junto às crianças, principalmente em seu processo de alfabetização e letramento. Palavras- chave: material didático, alfabetização e letramento, Ensino Fundamental de 9 anos.
07 - Discursos sobre os testes e exames de avaliaçâo destinados aos primeiros anos do ensino fundamental. Darlize Teixeira de Mello. PPG/Edu/ UFRGS, Universidade Luterana do Brasil, Canoas -RS e Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre.
Esta comunicação tem por objetivo problematizar a implementação de programas públicos de avaliação destinados aos primeiros anos do ensino fundamental, discutindo a produção do sujeito alfabetizando na modernidade ocidental e na contemporaneidade e sua imersão no jogo entre alfabetizado, letrado e poder-saber, tendo como contexto a realidade brasileira.A partir da análise crítica do discurso e do campo dos Estudos Culturais em Educação, analiso testes e exames, tratando-os como artefatos culturais, produtos de uma trama histórica e social na qual as políticas públicas que os produzem descrevem, classificam, hierarquizam, diferenciam os sujeitos alfabetizandos. Para esta comunicação analisarei a Prova Ampla do GEEMPA (Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia de Pesquisa e Ação), uma vez que o trabalho do Grupo tem sido desenvolvido como projeto piloto em turmas de primeiros anos do ensino fundamental de nove anos no estado do Rio Grande do Sul. Palavras chaves: avaliação, políticas públicas, alfabetizandos, alfabetização e letramento.
08 - Ler para aprender: compreendendo a partir do contexto. Ângela Maria Mendes e Martha Angélica Sossai, PUC-SP Mestrado em Psicologia da Educação.
Este artigo propõe a reflexão da leitura mecânica realizada na escola e aponta como alternativa para enfrentar esta realidade a prática da leitura significativa.Considera-se para este estudo a linha interativa de leitura significativa proposta por Kleiman(2002), Smith(1999) e Solé(1998) como caminho orientador das ações para o desenvolvimento da leitura compreensiva na escola. Espera-se responder a questão norteadora deste estudo: a escola pode desenvolver a competência ler para aprender nos alunos? Palavras-chaves: leitura significativa
09 - Letramento escolar e alfabetização : ações voltadas para a prática de leitura e escrita. Vera Lúcia Aparecida Rezende, UFMG.
Esta comunicação visa mostrar eque o estudo do uso funcional da linguagem em nossa sociedade, preocupa-nos há bastante tempo e que, tal preocupação foi que desencadeou a pesquisa de campo que realizamos na comunidade do Bairro União de Belo Horizonte- MG, Brasil, quando pudemos avaliar, por meio de estudo aprofundado, o contexto nacional de analfabetismo e de analfabetos funcionais que “assola” e permanece em nossas escolas. Segundo SOARES (1998), alfabetizar seria ensinar a pessoa a ler e a escrever, letrar seria levar essa pessoa não só a saber ler e escrever, mas a praticar a leitura. Daí Letramento ser o resultado da ação de ensinar e aprender as práticas sociais de leitura e escrita, ou seja: o estado ou condição que adquire um grupo social como conseqüência de ter-se apropriado da escrita e de suas práticas sociais. Por conseguinte, nossa experiência mostra que a escola alfabetiza, todavia não letra, porque trabalha, apenas, com as práticas escolares de leitura e escrita, e não com as práticas sociais, aquelas que estão fora da escola. Palavras-chaves: letramento, alfabetização, leitura, escrita

SESSÃO XV
Coordenador: Clécio Bunzen
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 – Alfabetismos e alfabetizações: trajetórias das práticas sociais e escolares de leitura e de escrita. Luciana Piccoli, UFRGS/FACED/DEC.
A investigação trata da localização de produções acadêmicas que explicitam os fenômenos de alfabetização, alfabetismo e letramento abordados por diferentes pesquisadores em um recorte na área da educação. Faz-se uma incursão sobre a origem dos termos e focaliza-se a perspectiva histórica por contemplar as continuidades e descontinuidades das práticas de leitura e de escrita em diferentes grupos sociais e a escolarização da aprendizagem do ler e do escrever. Estabelece-se uma trajetória dos estudos que iniciam pelo analfabetismo, passando pelos métodos e processos de alfabetização até chegar aos conceitos de alfabetismo e letramento. As práticas de leitura e de escrita são contextualizadas historicamente: as alfabetizações múltiplas são estandardizadas pela alfabetização escolar e o/s letramento/s social e escolar disputam espaço na contemporaneidade. Palavras-chave: alfabetização, alfabetismo, letramento, práticas de leitura e de escrita
02 – Mídia e ortografia: entre o “espírito” de competição e o discurso didático. Daniel dos Santos, Bruna Ale e Clécio Bunzen, Faculdades Network -Universidade Estadual de Campinas.
Nossa comunicação tem como objetivo principal apresentar o quadro epistemológico e metodológico construído de forma interdisciplinar para podermos analisar discursivamente o quadro “Soletrando”, exibido pela Rede Globo no programa “Caldeirão do Huck”. Como o quadro enfoca uma competição entre alunos-participantes, representantes de todos os estados brasileiros, para saber quem soletra de forma “correta” as palavras da língua portuguesa, nosso interesse voltou-se para a relação entre mídia, cultura escolar e língua escrita (especialmente, a ortografia). Enfocaremos aqui as estratégias discursivas utilizadas para a (re)construção e (re)organização enunciativa do discurso didático que emerge na/da interação entre o apresentador, os alunos-participantes e os consultores-professores. Palavras-chave: mídia, discurso didático, interação verbal e ortografia.
03 – Como lê a criança não alfabetizada? Marília Forgearini Nunes, EEEEF Bairro Carvalho - PPG Letras/UNISC, Cachoeira do Sul - RS RAMOS, Flávia Brocchetto, PPG Letras/UNISC, Santa Cruz do Sul - RS e DELE/UCS, Caxias do Sul - RS.
Este estudo busca ampliar a discussão a respeito de como uma criança ainda não alfabetizada lê narrativa verbo-visual. Entende-se, aqui, a leitura como interação entre texto e leitor, introduzindo nessa relação a figura de um adulto mediador. Esse adulto auxilia a criança a vivenciar o processo de leitura de narrativa verbo-visual. O estudo parte da interação mediada com quatro crianças, com idade entre quatro e cinco anos, alunas de uma escola de educação infantil, em Cachoeira do Sul. A investigação dos hábitos de leitura das crianças, a análise do modo com que elas tomam decisão para escolher o objeto de leitura a ser lido, bem como, a interação com esse objeto, demonstraram que a interação mediada e, não a idade ou o desenvolvimento de certas habilidades cognitivas, possibilita que uma criança não alfabetizada leia. Palavras-chave: leitura - letramento – mediação
04 - Razões desencontradas e exclusão na escola brasileira. Alexandre Charpinel Gama Pereira, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ.
O artigo busca analisar a persistência de um hiato que historicamente tem separado as instituições escolares da realidade social brasileira, através de uma contumaz falta de diálogo entre o ideal de sujeito cognoscente instituído pela escola e a diversidade cultural de um povo nascido da confluência dos mais variados matizes étnicos. Esta cisão, que fomenta a oposição entre o modo científico e o modo narrativo de pensamento, deságua no ambiente escolar em obstáculos que dificultam ao aluno de países de cultura predominantemente oral, como o Brasil, dar sentido às práticas de leitura e escrita e delas se apropriar, em uma perspectiva de letramento, como sujeito social emancipado e apto a romper as barreiras que o excluem do universo lingüístico da escola. Palavras-chaves: diversidade cultural, sujeito cognoscente, letramento, exclusão social.
05 - O trabalho com as histórias em quadrinhos na alfabetização: contribuições da perspectiva Bakhtiniana de linguagem Maristela Gatti Piffer, Universidade Federal do Espírito Santo, Sistemas Municipais de Ensino de Vitória e de Serra – ES, Centro de Ensino Superior Anísio Teixeira.
Esta comunicação tem por finalidade expor resultados do estudo de caso do tipo etnográfico, desenvolvido numa turma de crianças de seis anos de idade, em um centro de educação infantil do Sistema Municipal de Ensino de Vitória-ES. O estudo discute as relações de ensino aprendizagem da linguagem escrita, buscando compreender as condições de escritura dos textos e sua repercussão no processo de produção de sentidos a partir de uma abordagem histórica, cultural e dialógica de linguagem. Dentre outras situações, analisa as práticas com as histórias em quadrinhos, concluindo que a adoção do texto, como eixo de trabalho discursivo, pressupõe mudanças na forma de conceber a sala de aula e os sujeitos que convivem nesse espaçotempo de interação verbal. Palavras-chaves: Alfabetização. Gêneros textuais. Produção de sentidos.
06 - O conceito de gênero do discurso em três obras do círculo de Bakhtin. Lucas Vinício de Carvalho Maciel, IEL/Unicamp.
Na presente comunicação, discuto o conceito de gênero do discurso, percorrendo três obras do Círculo de Bakhtin: “Marxismo e filosofia da linguagem” (1929), “Questões de literatura e estética: a teoria do romance” (1935-1936) e “Estética da criação verbal” [1952-1953]. Nesse percurso, procuro mostrar como o conceito de “dialogismo”, presente na obra de 1929, e os conceitos de “forma arquitetônica” e de “forma composicional”, desenvolvidos no texto da década de 30, podem auxiliar no entendimento da discussão sobre os gêneros do discurso realizada por Bakhtin na obra “Estética da criação verbal”, já que o conceito de gênero do discurso tem marcante importância em vários estudos sobre letramento. Palavras-chaves: gênero do discurso, letramento, Bakhtin
07 - Filosofia infantil & argumentação: letramentos. Fábio Adriano Rocha da Silva. UNINCOR.
Apresento uma reflexão sobre a prática do ato de filosofar infantil realizado por alunos da 4ª série do Ensino Fundamental. O processo de construção do conhecimento realiza-se intersubjetivamente; processo verdadeiramente interacional, em que há a orquestração de vozes durante o debate filosófico que é proporcionado pela utilização de textos como pretexto para o ato de filosofar, dentro da perspectiva do eixo problemático de ensino da filosofia. Neste sentido, a leitura, a escrita e argumentação oral são construídas no conjunto da leitura de mundo e da leitura da palavra. Focalizo, assim, os “letramentoS” proporcionados por tal prática onde os sujeitos constroem a língua nos aspectos sociais- uma língua plena, viva - conforme a concepção Bakhtiniana de que o sujeito se constitui na e pela linguagem. Palavras-chaves: filosofia infantil, ato de filosofar, argumentação, letramentos.
08 - Modos de participação de empregadas domésticas nas culturas do escrito Patrícia Cappuccio de Resende, Ceale/FaE/UFMG.
Esta pesquisa situa-se no cruzamento de estudos realizados no campo da Sociologia da Educação com os estudos no campo da Leitura e da Escrita e tem como objetivo principal compreender as relações que se estabelecem entre empregadas domésticas e as culturas do escrito existentes no ambiente de trabalho, assim como as estratégias que utilizam para, em seu trabalho e em sua vida, lidar com as diferentes manifestações dessas culturas. Estão sendo estudados cinco casos de empregadas domésticas com reduzido capital escolar; com histórias de vida marcadas pelo difícil acesso a materiais escritos, e que trabalham para empregadores que possuem práticas diversas e intensivas de leitura e de escrita e cujos lares têm a presença e a circulação maciças de materiais escritos. A coleta de dados está sendo realizada por meio de entrevistas com os sujeitos, seus familiares e seus empregadores. Palavras-chave: cultura escrita, meios populares, sociologia da leitura.
09 - Língua Escrita e Consciência Histórica: Relação Imbricada De Desenvolvimento. MARIA APARECIDA LIMA DIAS, GEAL-FEUSP – Grupo de Estudos sobre Alfabetização e Letramento.
Esse trabalho visa compartilhar os resultados da investigação desenvolvida em nível de doutorado na FEUSP. Foram analisadas duas produções textuais (escrita e reescrita) de crianças e adolescentes da 5a e da 8a série de uma EMEF de São Paulo. Calcada nas reflexões de Vygotsky e Bakhtin sobre a relação palavra e consciência, e de Rüsen sobre a consciência histórica enquanto aprendizagem, a pesquisa teve como objetivo mapear, nas produções escritas, as operações lingüísticas dos alunos, das quais emergem e se transformam fragmentos da consciência histórica. O objetivo foi o de investigar as características da relação consciência histórica e língua escrita numa perspectiva que procura romper a visão gramaticalizada do ensino da língua e factual do ensino de História. Os resultados apontam para a pluralidade dos processos cognitivos e das estratégias de linguagem, evidenciando a natureza das relações entre a aprendizagem de História e da escrita.Palavras-chave: ensino de língua escrita, produção textual, ensino de História, consciência histórica, didática da História, processo cognitivo

SESSÃO XVI
Coordenadora: Maria Cecília de Oliveira Micotti
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - A apropriação da leitura e da escrita de pré-adolescentes com trajetórias escolares marcadas por dificuldades de aprendizagem. Valéria Barbosa de Resende e Carmen Cristina Rodrigues Schffer – Faculdade de Ciências Humanas/FUMEC.
Esta comunicação visa apresentar experiência vivenciada em 2006, vinculada ao projeto de extensão da Universidade Fumec. Reflete sobre os processos de apropriação da leitura e da escrita de sujeitos considerados pela escola como portadores de dificuldades de aprendizagem. O projeto foi desenvolvido com 12 pré-adolescentes, com idades entre 9 e 11 anos, que ainda não dominavam a base alfabética, inseridos no 2º ciclo de uma escola da rede municipal de ensino de Belo Horizonte. As atividades desenvolvidas foram conduzidas no sentido de favorecer a construção da base alfabética, promover a leitura e produção de diferentes gêneros textuais, considerando os referenciais teóricos de Bakhtin (2003), Lahire (2002, 2006), Soares (1998, 2003), Castanheira (2004) e Morais (2006). Palavras-chave: alfabetização, letramento, dificuldades de aprendizagem.
02 - Como aprendem as crianças que manifestam dificuldades na alfabetização ? Maria Cecília de Oliveira Micotti; Francesli Espósito Vieira e Débora de Andrade Leite, Instituto de Biociências de Rio Claro – UNESP.
Trata-se do relato de uma etapa de projeto pedagógico desenvolvido com crianças, indicadas pela escola de ensino fundamental que freqüentam como alunos com dificuldades no acesso à escrita. Desta etapa,composta por cerca de 35 sessões com duas horas de duração, participaram 25 alunos de 1ª. série, com idade entre 6 anos e 6 meses e 7 anos e 10 meses. As produções escritas de cada criança, feitas no início e no final de sua participação no projeto, são comparadas quanto ao nível de utilização do código alfabético e à organização textual. O trabalho orientou-se pela proposta de Jolibert (1994, 2006), com a realização da leitura e da escrita de textos diversos em situações reais de comunicação. Os efeitos positivos alcançados são discutidos considerando-se o papel que os significados das diferentes atividades pedagógicas assumem na formação do leitor. Palavras-chaves: a formação do leitor, alfabetização,desempenho em leitura e escrita
03 - Dificuldades de aprendizagem em leitura e escrita: armadilhas transponíveis. Eliane Giachetto Saravali, UNESP-Marília. e Natália de Oliveira Joaquim, UNESP-Marília
No presente trabalho apresentamos dados de um projeto de extensão desenvolvido junto à FFC/UNESP-Marília. Nesse projeto, são atendidas crianças com queixa de dificuldade de aprendizagem em relação à leitura e escrita. Apesar de ser comum a escola e os docentes diagnosticarem esses alunos como lentos e incapazes, as atividades desenvolvidas no projeto mostraram que é possível mudar a relação da criança com o conteúdo em questão. O trabalho se caracterizou, entre outras atividades, pela elaboração de jogos, pelo resgate do prazer e significado da leitura e da escrita e pela escolha de atividades que permitiram retomar processos cognitivos não construídos nos anos anteriores de escolarização dos alunos. Os resultados, até o momento, demonstram que a idéia de dificuldades de aprendizagem, muitas vezes, corresponde a armadilhas rotulantes que precisam ser quebradas e vencidas. Palavras-chaves: dificuldades de aprendizagem, leitura e escrita, atividades e jogos.
04 - Efeitos de um programa de intervenção para recuperação de alunos com dificuldades em escrita. Neusa Lopes Bispo, Doutoranda IP-USP, São Paulo/SP.
Nos dois primeiros anos do ensino fundamental ocorre com mais ênfase a aprendizagem sistematizada em leitura e em escrita na escola. É aí também que, de acordo com a literatura, especializada, se encontram dificuldades, pois, muitas crianças não acompanham o processo de alfabetização de acordo com o esperado pela escola. A partir desta verificação, o presente estudo objetiva investigar a influência de um programa de intervenção baseado em atividades voltadas para o domínio dos aspectos formais e estruturais da linguagem, no contexto de habilidades metalingüísticas (consciência fonológica e consciência sintática), sobre o desenvolvimento da habilidade de escrita em crianças de 2ª série do ensino fundamental com dificuldades no processo de alfabetização. Palavras-chaves: Metalinguagem, Alfabetização, Escrita, Psicologia
05 - Olhar psicanalítico na aquisição da aprendizagem da leitura e escrita com fatores fonológicos e cognitivos preservadosCláudia Rosângela Aparecida Ribeiro Cecarelli e Marta Trevisan Junqueira e Silva, “UNAR” – Universidade de Araras – Araras-SP.
Esta comunicação visa discutir as armadilhas do inconsciente na aprendizagem da aquisição da leitura e escrita em crianças do Ensino Fundamental. Baseia-se nos achados bibliográficos sobre maturidade emocional (Lacan 1989; Freud, 1914), cognitiva (Ferreiro e Teberosky, 1991; Fernández,1994; Condemarin, 1989; Vigotski e Luria, 1999) e fonológica (Zorzi, 2003; Carnio e Santos, 2005) relacionando as contribuições da fonoaudiologia e da psicanálise na educação. Observa-se, portanto que a aprendizagem não é um fator que depende apenas do aspecto cognitivo do aprendente, mas também das fontes libidinais do desejo de aprender correlacionando o estudo do inconsciente com o funcionamento de todo aparelho psíquico – pensamento, cognição, desenvolvimento e organização de idéias. Palavras-chaves: leitura e escrita, aprendizagem, psicanálise, fatores fonológicos, cognição.
06 - Pluralidade, cultura e fracasso escolar: repercussões nas práticas de letramento. Carla Maria Dias Ramos Vidal, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Por que nossos alunos não aprendem a ler? Por que, apesar de estudarmos tanto e buscarmos teorias que nos dê suporte para ensinar não conseguimos atingir nosso objetivo? Esse estudo parte do princípio que a Escola que temos hoje foi construída para atender sujeitos ideais, sujeito esse que nasceu na Idade Moderna e que possui como base de pensamento uma mente cartesiana, fundada na razão. Até mesmo na questão do letramento quem vai prevalecer é esse sujeito ideal. O sujeito que exibe uma escrita diferente dos padrões aceitos pela sociedade e pela escola é um sujeito que possui algum problema e precisa ser tratado. Mas será que todos os desvios de leitura e escrita são problemas de aprendizagem? Será que a base de pensamento de todos os nossos alunos é cartesiana? Palavras-chave: pluralidade, letramento, cultura cartesiana, fracasso escolar
07 - Prevenção didática no ensino de escrita. Lilian Alves Pereira e Dra. Geiva Carolina Calsa - Universidade Estadual de Maringá.
Pesquisas em escolas públicas e privadas com diferentes faixas etárias mostram que dificuldades de escrita podem ser prevenidas com atividades motoras; e que por meio dessas também é possível desenvolver-se estruturas mentais lógicas. Este estudo elaborou e aplicou metodologia de ensino construtivista envolvendo jogos corporais para o desenvolvimento da área motora (orientação espacial e temporal), mental (possíveis e tomada de consciência), e prevenção de dificuldades de aprendizagem em escrita. Realizou-se o estudo com crianças de 1º ano do ensino fundamental com faixa etária entre 5 e 6 anos. Resultados satisfatórios indicam a importância da aplicação deste tipo de trabalho neste nível de ensino. Palavras-chaves: educação, dificuldade de escrita, atividades motoras, construtivismo.
08 - Mediação e escrita em um projeto de apoio psicoeducacional Rosana Aparecida Albuquerque; Nerli Nonato Ribeiro Mori. Universidade Estadual de Maringá – UEM, Maringá-Pr.
O trabalho empreendido em um grupo de apoio psicoeducacional tem suscitado várias questões entre os profissionais que nele atuam: Qual a natureza das dificuldades na leitura e escrita apresentadas pelos alunos encaminhados pelas escolas? Como enfrentar estas dificuldades? A partir do princípio básico da importância da mediação para a aquisição de conceitos e da necessidade de se compreender os caminhos percorridos pelas crianças no processo de aprender, privilegiou-se a produção de textos, utilizando-se para tanto livros de literatura infantil, gibis, revistas e jogos pedagógicos. Os resultados alcançados nestas atividades são indicadores de como as crianças aprenderam e de como é urgente formar o professor que saiba ensinar a ler e escrever. Palavras-chaves: Ensino, aprendizagem, escrita , mediação.
09 - Vínculo com práticas de letramento: a experiência dos alunos “mal-sucedidos”. Ana Lúcia de Campos Almeida - Faculdades Claretianas de Rio Claro.
Nosso objetivo nesta comunicação é apresentar e discutir os dados de uma pesquisa-ação implementada junto a alunos de escolas públicas do interior paulista que apresentam dificuldades de aprendizagem decorrentes de não-desenvolvimento de competências de leitura e escrita consideradas condizentes com sua faixa etária (são adolescentes entre 12 e 14 anos) ou com seu nível de escolaridade (5ª a 8ª séries do ensino fundamental). Tomamos como suporte teórico para nossa intervenção os estudos de letramento (Barton, 2000, Street, 1995, Kleiman, 1999) que permitem considerar a escrita do ponto de vista do seu uso social, atrelando o sucesso ou insucesso na aquisição da competência leitora a questões de inserção significativa dos sujeitos nas práticas letradas. Dentre os múltiplos fatores relacionados às dificuldades apresentadas pelos sujeitos pesquisados, destaca-se a não-familiaridade com as práticas de letramento prestigiadas conforme o padrão da escola e da sociedade em que (não) se inserem. Palavras-chave: competência leitora - estudos de letramento - inclusão social

SESSÃO XVII
Coordenador: Regina Celi Mendes Pereira da Silva
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 – Análise das atividades propostas do eixo da oralidade nos livros didáticos de 1ª a 4ª série. Bárbhara Elyzabeth Souza Nascimento, Mirela Rejane Pereira Torres, Telma Ferraz Leal, Ana Carolina Perrusi Alves Brandão, Centro de Educação – UFPE.
O ensino da oralidade, a partir de uma perspectiva do ensino dos gêneros orais e escritos de Dolz e Schneuwly (2004), tem se mostrado, nos últimos anos, umas das principais exigências do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Diante da relevância do tema, o trabalho tem como objetivo analisar as atividades de produção e compreensão de textos orais sugeridas pela coleção “Linguagem e Vivência”, recomendada com distinção pelo programa. As atividades de oralidade foram quantificadas e classificadas por tipo de atividade e por gênero textual oral. Foram encontrados 12 gêneros textuais, distribuídos em 24 tipos de atividades. Das 324 atividades de oralidade encontradas, 74,4% estavam ligadas ao gênero conversa, revelando um baixo investimento na diversidade de gêneros orais. Palavras-chaves: oralidade, gêneros orais, livro didático.
02 - Diversidade textual? que critérios são usados para inserir variedade de gêneros discursivos nos livros didáticos? Renata Maria Barros Lessa de Andrade; Telma Ferraz Leal; Ana Carolina Perrusi Brandão; Lívia Santos Correia de Melo. Universidade Federal de Pernambuco - UFPE – Recife – PE.
A partir da proposta de organização curricular de Dolz e Schneuwly, que classificam os gêneros textuais em cinco agrupamentos (textos da ordem do relatar; da ordem do narrar; da ordem do expor; da ordem do descrever ações e da ordem do argumentar), identificamos e classificamos os textos presentes em uma coleção de livros didáticos de 1ª a 4ª série. Constatamos que em todos os volumes aparecem variados gêneros textuais que circulam na sociedade, porém a maioria é da ordem do expor. Tal resultado aponta que não existe um critério baseado nas características dos gêneros e nas estratégias discursivas a serem aprendidas para decidir sobre a distribuição na oferta de textos. Palavras-chave: tipo textual, gênero textual, livro didático, organização curricular.
03 - Diversidade textual e produção de textos em um livro didático de língua portuguesa: (im)possibilidades de produção. Quitéria Pereira de Assis, Eduardo Calil, Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
Os livros didáticos de língua portuguesa têm sofrido, nas últimas décadas, uma significativa melhora de qualidade. Dentre os vários pontos relacionados a essa melhoria estão as propostas de produção de texto que, sustentadas teoricamente em fundamentos pragmáticos, nas operações processuais e em aspectos que envolvem a diversidade de gêneros/tipos de texto, garantiriam boas condições para a proficiência do aluno enquanto produtor de texto. É exatamente em relação à diversidade, que pretendemos analisar as propostas de produção textual do livro didático “Projeto Pitanga: português, 3ª série”. Essa diversidade pode ser constatada nas 31 propostas de produção sugeridas para esta série ao longo do livro. Entretanto, observamos que os gêneros/tipos de texto são tratados de forma “instrucional”, impedindo a constituição de um processo de imersão que poderia favorecer o ingresso no funcionamento próprio de cada gênero. Isto traz, portanto, como questão a necessidade de se avaliar o escopo da noção de “diversidade” quando se trata de ensinar alguém a escrever. Palavras-chaves: livro didático de português, gêneros, diversidade textual, produção de texto.
04 - Os livros didáticos contemplam questões de identificação de pontos de vista em textos escritos? Telma Ferraz Leal, Ana Carolina Perrusi Brandão e Mirela Rejane Pereira Torres. Recife-PE. UFPE.
Com o objetivo de investigar o trabalho com argumentação em livros didáticos, objetivamos, neste estudo, analisar qualitativamente algumas questões de compreensão de textos em sete coleções destinadas a alunos dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Foram encontradas 334 (5,13%) questões que demandavam o desenvolvimento de capacidades argumentativas, dentre as 6513 presentes nos livros. Essas questões foram classificadas em 14 tipos. Neste artigo, serão enfocadas questões de apenas um dos tipos: identificação dos pontos de vista dos autores ou das justificativas por eles levantadas. Nas 7 coleções foram encontradas 38 questões desse tipo (0,58%). As análises qualitativas mostraram que as questões são pertinentes, propiciando importantes aprendizagens para as crianças em fase de desenvolvimento das capacidades argumentativas. Palavras-chave: argumentação, leitura, ensino
05 - Há a formação de um produtor social nas atividades de escrita em livros didáticos de língua portuguesa? Patrícia Barreto da Silva e Regina Celi Mendes Pereira da Silva UFPB e UFPB.
Norteados pelo PCN e pelas concepções bakhtinianas de gêneros discursivos, os modos de abordagem do ensino da produção textual escrita (PTE) têm como propósito a formação de um produtor social. Esta comunicação objetiva-se a analisar a formação desse produtor através das atividades de PTE presentes em 3 livros didáticos de Língua Portuguesa (LDP) da 5ª à 8ª séries. Embasada numa perspectiva interacionista sócio-discursiva, a análise focalizou a diversidade dos gêneros utilizados para PTE e a abordagem didática dessa teoria nas atividades, verificando se esses pontos constituem-se como elementos estruturadores no desenvolvimento do produtor social de textos. Assim, constatou-se que as PTE no LDP geralmente abordam a Teoria dos Gêneros como fonte de produção textual, contudo é comum uma limitação das atividades a uma perspectiva estruturalista do texto. Palavras-chaves: gêneros discursivos, produção de texto, livro didático.
06 - A questão do letramento no livro didático. Cristiana Vasconcelos do Amaral e Silva e Andréa Tereza Brito Ferreira/ UFRPE
Num país onde a realidade faz com que os livros didáticos assumam diferentes funções, é de suma importância avaliar como eles se apresentam e de que forma contribuem para o ensino da língua materna. Nessa perspectiva, esta comunicação visa compartilhar os resultados obtidos por meio de uma pesquisa documental que envolveu a análise do livro didático da coleção de Magda Soares, Português – uma proposta para o letramento, volume 1, do fundamental 1, com o objetivo de entender como as atividades de leitura e produção de textos estão colocadas no Livro didático, tendo em vista o desenvolvimento das práticas sociais de leitura e escrita. Para análise dos dados, foi criado um glossário de categorias e alguns eixos norteadores. Tivemos como apoio da teoria da transposição didática e percebemos, com a análise dos resultados, que o livro oferece diferentes estratégias de leitura e produção de textos que podem favorecer ao letramento. Palavras-chaves: letramento, livro didático, práticas de leitura, produção de texto.
07 – A criança e a palavra escrita. Cristiane Carneiro Capristano (Unicamp/IEL).
Nesta comunicação, apresentarei resultados obtidos em pesquisa na qual proponho uma interpretação para a trajetória das crianças em direção à palavra escrita. Selecionei para investigação enunciados escritos produzidos por duas crianças, no período de abril de 2001 a dezembro de 2004. Foram examinados, prioritariamente, fatos ligados ao modo como, nesses enunciados escritos, foram distribuídos os espaços em branco. As reflexões desenvolvidas permitiram sugerir que as segmentações escritas propostas pelas crianças modificam-se ao longo do tempo em função da mudança que se opera na relação sujeito/linguagem: uma relação complexa que envolve o Outro como instância representativa da linguagem (e da escrita em particular), a escrita na complexidade de seu funcionamento (heterogeneamente constituída) e a criança enquanto sujeito escrevente. Palavras chave: aquisição da escrita, segmentação, processos de subjetivação.
08 – RELAÇÕES DE ADULTOS DAS CAMADAS POPULARES COM A ESCRITA E O IMPACTO DAS VIVÊNCIAS ESCOLARES E NÃO ESCOLARES NAS PRÁTICAS SOCIAIS DE LETRAMENTO. Priscila Maria de Lana – FaE/UFMG e Maria Lúcia Castanheira – FaE/UFMG
Esta pesquisa tem por objetivo compreender a relação de sujeitos das camadas populares com a escrita por meio do contraste entre dois momentos de sua vida: a infância e os primeiros anos da vida adulta. Para alcançar esse objetivo desenvolve-se estudo junto a sujeitos de pesquisa realizada anteriormente, em 1987, sobre a relação de crianças das camadas populares com escrita nos momentos imediatamente anterior e posterior a sua entrada na escola de 1o grau (Castanheira, 1991, 1992). Na pesquisa atual, retorna-se à comunidade estudada por Castanheira para a observação das práticas cotidianas de escrita e realização de entrevistas com os sujeitos, hoje adultos, da pesquisa realizada há vinte anos atrás. Nesse processo de estudo, orientado pela abordagem etnográfica, propõe-se a re-interpretação das experiências vividas por esses sujeitos, fora e dentro da escola e de suas relações com as práticas de letramento de que participam na atual fase de suas vidas. Nesta comunicação, apresentamos análise preliminar de entrevistas realizadas com 4 sujeitos sobre sua memória do vivido na escola, de como vêem a escrita na sua vida e na vida de seus familiares. Palavras-chaves: Leitura, Escrita, Etnografia e Letramento.
09 – Revisitar Paulo Freire com arte: uma experiência de formação de alfabetizadores(as). Dulcinéia de Fátima Ferreira Pereira, Centro Universitário Padre Anchieta- Jundiaí- SP.
Esta comunicação visa compartilhar uma experiência de formação de alfabetizadores(as) de Jovens e adultos, num processo pensado ao modo de uma vivência. O trabalho ocorreu no Projeto Letraviva – Brasil Alfabetizado, durante a gestão do Governo Democrático e Popular, na cidade de Campinas, no período de 2003 a 2004 e foi analisada em uma pesquisa de doutorado na Faculdade de Educação da UNICAMP, que buscou demonstrar que podemos, a partir de Freire, com arte reinventarmos a forma como o processo de alfabetização ainda vem acontecendo. Sugerimos um movimento de criação que envolva o corpo todo e não apenas a cabeça e reafirmamos que uma outra forma de educar-alfabetizar é possível. Compartilhamos uma experiência singular que buscou alfabetizar a partir de práticas coletivas, dialógicas e criativas. Palavras-chaves: Paulo Freire, Arte, criação, alfabetização, formação.

SESSÃO XVIII
Coordenadora: Luciane Manera Magalhães
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - Memórias de uma alfabetizadora: leitura de uma prática. Luciane Manera Magalhães, NUPEL/FACED/Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
O presente trabalho é o resultado de um olhar voltado para a minha prática enquanto professora alfabetizadora há 15 anos atrás; momento em que as descobertas da psicogênese mudavam o cenário da alfabetização na América Latina. Diante de uma tradição pré-escolar que preparava os alunos para serem alfabetizados somente na 1ª série, desenvolvi um trabalho calcado na literatura infantil, que visava o contado dos alunos com os diversos materiais de leitura e escrita que circulavam na sociedade. Numa época em que ainda não se falava em letramento, nem em gêneros textuais, o que fazia uma professora alfabetizadora que tinha como referencial teórico, para sua prática pedagógica, as descobertas de Ferreiro e Teberosky (1988), acerca da psicogênese da lectoescrita? Quais os resultados obtidos junto aos alunos, do então 3° período pré-escolar, que enfrentavam a escola pela primeira vez? Qual a leitura feita hoje desta prática? Palavras-chaves: alfabetização, prática pedagógica, produção de textos, psicogênese
02 - “Escolhas” teórico-metodológicas de professoras alfabetizadoras. MARIA APARECIDA LAPA DE AGUIAR.
Pretendemos nesta comunicação apresentar algumas reflexões que viemos fazendo no Doutorado em Educação, ainda em processo, sobre as múltiplas determinações que subjazem às “escolhas” teórico-metodológicas de professoras alfabetizadoras. Pelos dados obtidos na pesquisa através de entrevistas e observações em três salas de aula (duas em Joinville/SC/Br e uma no distrito do Porto/Portugal), podemos inferir que o sujeito ao decidir sobre suas escolhas, não a faz de maneira aleatória, como a primeira vista possa parecer, mas, consciente ou inconscientemente, o faz porque está inserido em um contexto que lhe aponta “aqueles” caminhos e não “outros”. Palavras-chaves: “escolhas” – professoras alfabetizadoras – múltiplas determinações
03 – EM BUSCA DE “NENHUM A MENOS”: O PROJETO LETRAS E LIVROS EM EMBU DAS ARTES. Laura Dantas De Souza Pinto.
O Projeto Letras e Livros iniciou-se na Escola de Aplicação da FEUSP, por iniciativa da Profª. Drª. Heloysa Dantas, nos anos 90 e estendeu-se a todas as escolas municipais do ensino fundamental de Embu a partir de 2002. Atende atualmente, em 2006, às crianças dos quatro primeiros anos do ensino fundamental, indicadas pelos professores como não alfabetizadas, o que constitui em torno de 20% da população. Realiza atendimento individualizado, baseado em leitura (ênfase no texto literário) e escrita personalizadas, isto é, finamente ajustadas aos interesses e possibilidades de cada criança. O trabalho é feito por professores da rede que recebem formação e remuneração especificamente para isso, e as crianças são atendidas em seu período normal de aula, uma vez que foi observado que a freqüência no período inverso ficava comprometida. Nosso objetivo principal é formar leitores. Por este motivo o material básico são livros de literatura infanto-juvenil e letras móveis, que permitem uma reflexão da criança sobre a escrita. O ajuste do livro aos interesses individuais de cada criança é fundamental para o sucesso do trabalho. Para Bianca, que se recusa a falar, "Os Cisnes Selvagens" ou "A Princesa Silenciosa" podem ser um bom começo. Para Luís, que é santista, "Uma História de Futebol" ou "Decisão de Campeonato". Assim as meninas e meninos vão aprendendo a ler e percebendo que a literatura tem algo vital a lhes dizer. A competência aumenta com o prazer. O mesmo se faz com a escrita, a criança escreve nomes de pessoas e coisas queridas, cartas e bilhetes (que são entregues aos destinatários), diários e histórias onde elas são as protagonistas. A escrita vai se "desescolarizando" e a criança percebendo sua verdadeira função pessoal.
04 - Concepções e práticas escolares de leitura. Renata Araújo Jatobá de Oliveira – mestranda – PPGE/UFPE e Lívia Suassuna, Docente – PPGE/UFPE.
Esta pesquisa partiu da constatação de dificuldades no tocante à compreensão leitora por parte de alunos do ensino fundamental. Com base em Silva (1999), Martins (1994), Freire (2006), Soares (2005), Geraldi (1995), entre outros, analisamos o discurso de duas professoras de 2o ano de 2o ciclo de uma escola de referência da RME do Recife. O objetivo era conhecer e discutir concepções e práticas no campo da leitura escolar. Os resultados obtidos indicaram que as professoras entrevistadas defendem uma concepção ampliada de leitura, trabalham com textuais diversos, desenvolvem diferentes estratégias de leitura, mas não explicitaram seu papel na dinamização da leitura, nem se pronunciaram quanto às relações entre leitura e senso crítico dos alunos. Palavras-chave: Ensino de língua portuguesa – leitura; Ensino-aprendizagem da leitura; Leitura escolar.
05- Pais e alunos pouco letrados: eventos de letramento em uma comunidade rural. Tatiane Oliveira da Silva e PIC/UEM Profa. Dra. Geiva Carolina Calsa/UEM.
Estudos realizados em diferentes contextos sócio-culturais constataram que na escola é valorizada a quantidade de vezes e de livros a que criança tem acesso em detrimento de outras modalidades de letramento. Neste trabalho, objetivou-se caracterizar os eventos de letramento de meios pouco letrados: 40 pais e 20 alunos de 1ª a 4ª série, entre eles repetentes e iniciantes, de uma comunidade rural. Realizaram-se entrevistas individuais e levantamento dos materiais de letramento existentes em suas casas. Além da influência dos pais sobre o letramento de seus filhos, resultado consistente com pesquisas anteriores, constatou-se a influência significativa da experiência escolar dos alunos na ampliação da temática, dos procedimentos e da funcionalidade da escrita e leitura de seus familiares por meio do contato com livros didáticos e de histórias. Palavras-chave: educação, letramento, zona rural, formação de conceitos.
06 - Considerações sobre o desenho e a escrita no processo de aquisição da escrita: uma análise de dados longitudinais. Adriana de Paula. IEL/Unicamp. Campinas - SP EE Profª “Joana de Aguirre Marins Peixoto”, Monte Mor-SP.
O objetivo desta dissertação de Mestrado, como sugere o próprio título, é, a partir da análise de dados de um corpus longitudinal, discutir o papel do desenho no processo de aquisição da linguagem escrita de M.L, autora de uma vasta produção de desenhos e textos escritos que se encontram arquivados no banco de dados do Projeto “A relevância teórica dos dados singulares no processo de aquisição da linguagem escrita”, desenvolvido desde 1992 no IEL/Unicamp. Através desse acompanhamento longitudinal, buscamos marcas do trabalho individual de M.L.com a escrita e com o desenho que possam ser tomadas como indícios de um estilo em construção. Tomando como ponto de partida a busca de singularidades na produção textual de M.L, a análise dos dados foi baseada no paradigma indiciário de investigação (cf. Ginzburg, 1986, Abaurre et alli, 1992, 1997) e na concepção de estilo defendida por Possenti (1988), bem como na teoria dos gêneros do discurso de Bakhtin (1953/1979) e ancorou-se em uma concepção sócio-histórica de linguagem (cf. Franchi, 1997) a partir da qual foi possível traçar considerações sobre a relação sujeito/linguagem ao longo de seu processo de aquisição da escrita. Com base na apresentação e análise de dados referentes a diferentes momentos do percurso de M.L. pelo mundo da escrita, traçamos reflexões sobre o trabalho individual de M.L. com a linguagem, buscando mostrar de que modo ela explorou a escrita e o desenho na manifestação de seu querer-dizer. Palavras chave: aquisição da escrita, paradigma indiciário, desenho.
07 - Um estudo sobre a prática de leitura e o desempenho dos alunos na 4ª série do ensino fundamental. Profa. Dra. Dair Franco de Camargo e Ana Carolina Kastein Barcellos, Universidade Estadual Paulista “ Júlio de Mesquista Filho”, Campus de Rio Claro, SP.
Essa pesquisa é um estudo sobre as atividades de verificação da compreensão leitora aplicadas por professores da quarta série do Ensino Fundamental. Participaram da pesquisa dez professores de escolas públicas e pudemos constatar que os mesmos aplicam perguntas referentes ao texto após a leitura, a fim de mensurar o entendimento do texto. Os teóricos em que nos fundamentamos nessa pesquisa foram Bakthin, 2003, Koch, 2005, Kleiman, 1989, Solé,1998, Smith, 2003, Geraldi, 2003. Os resultados mostram que as atividades de verificação do entendimento da leitura realizadas pelas professoras, não permitem que os alunos consigam atingir um nível de leitura mais profundo do texto, como é esperado para essa série. Assim, consideramos fundamental que a prática de leitura e o desempenho dos alunos diante dessa prática, sejam discutidos nessa oportunidade. Palavras-chave: leitura, compreensão, texto
08 – Discursos sobre a alfabetização no Brasil. Leandro Rodrigues Alves Diniz, PG – IEL / UNICAMP – Campinas - SP.
Enquanto objeto simbólico onipresente em nossa sociedade, a escrita se encontra associada a diferentes sentidos, que, a despeito de serem constituídos historicamente, se nos apresentam como naturais. Em nossa comunicação, discutiremos alguns desses sentidos, a partir de análises de matérias sobre alfabetização publicadas em jornais de grande circulação. Nosso estudo – ancorado na Análise de Discurso (Pêcheux, 1969; Orlandi, 1999) e na Lingüística Aplicada (Gnerre, 1998; Olson, 1997; Signorini, 1994) – nos permitiu perceber duas formações discursivas (Pêcheux, 1969) principais funcionando como matrizes de sentido desses discursos. À primeira delas – que coloca a alfabetização como um fator de desenvolvimento pessoal e/ou econômico –, se opõe frontalmente uma segunda, para a qual essa não pode ser diretamente relacionada ao desenvolvimento sócio-econômico. Ao contrário, de acordo com essa segunda formação discursiva, a alfabetização pode funcionar como um instrumento de controle social. Palavras-chaves: alfabetização, mitos do letramento, formação discursiva
09 – A concepção de letramento e alfabetização na produção acadêmica da área. Maíra de Oliveira Freitas; Thamara da Silva Figueiredo; Vivian Rebello Garrido, Universidade do Estado do Rio de Janeiro- RJ.
Este trabalho tem como objetivo principal apresentar o projeto de Pesquisa intitulado “O letramento nos fundamentos epistemológicos e descritivos da lingüística: caracterização do perfil de sujeito cognoscente subjacente às teorias de gramática e seus contrapontos na psicolingüística e na sociolingüística” e alguns ajuizamentos científicos que derivaram de sua fase inicial de execução. O objetivo do projeto é mapear o que vem sendo produzido na área de Educação e Lingüística no campo de processos de letramento e alfabetização, verificando se os problemas que ocorrem nas práticas escolares de letramento decorrem da inadequação dos referenciais teóricos da Lingüística, ou das formas como estes são apropriados e aplicados pela Educação. Palavras-chaves: letramento, formação de professores, alfabetização, lingüística.

SESSÃO XIX
Coordenador: Iole Maria Faviero Trindade
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - As relações intersubjetivas nos blogs e as práticas de letramento digital. Daniel Dantas. Universidade Federal do Rio Grande do Norte e Petróleo Brasileiro S.A. – Petrobras.
Este artigo estuda as relações de intersubjetividade virtual na produção e leitura de blogs, adotando a etnometodologia como suporte teórico-metodológico. O Blog do Tas foi selecionado para um estudo de caso único. A noção de intersubjetividade assumida dependente da compreensão da noção bakhtiniana de dialogia. Ao fim da pesquisa, destaca-se que os blogs podem ser vistos como lugares virtuais apropriados para a manifestação típica da escrita interativa. Constatou-se que a relação que se constrói entre os participantes do evento blog constitui uma forma de realidade intersubjetiva no ciberespaço. Além disso, os leitores são conduzidos a fazer com que sua compreensão responsiva acerca do lido se concretize em uma resposta ativa em forma de comentário. Palavras-chaves: Letramento, letramento digital, intersubjetividade, Internet, cibercultura, blogs, lingüística aplicada.
02 - Comunidade Virtual: ambiente de letramento digital. Maria de Fátima Franco - Assessoria Pedagógica,Juiz de Fora, MG.
Este trabalho tem como objetivo demonstrar que uma comunidade virtual na Internet é um espaço adequado para aquisição do letramento digital por parte de professores do ensino fundamental e médio. Inicialmente, apresenta-se os conceitos de comunidade virtual, de letramento e de letramento digital e, a seguir, a metodologia da pesquisa que priorizou os temas das mensagens, selecionadas em três períodos distintos, distribuídas em uma lista de discussão, exclusiva sobre o uso da Internet e da Web na Educação.Os dados demonstraram que, as trocas de experiências na interação on line, possibilitaram aos participantes inserir-se em práticas letradas mediadas por computador,o que conseqüentemente, refletiu-se nas práticas pedagógicas de letramento digital em diferentes projetos educacionais. Palavras-chave: letramento digital, comunidades virtuais de aprendizagem
03 - Enunciados inconclusos no orkut e na sala da aula: desvelando um comportamento na escrita discente. Robson Fonseca Simões, ProPEd – UERJ e CEFET QUÍMICA-RJ.
Este estudo, fruto de uma pesquisa numa escola pública do Rio de Janeiro, tem como objetivo tentar compreender um comportamento lingüístico na escrita dos alunos na sala de aula e no orkut do universo virtual. Defendemos a hipótese de que estas especificidades lingüísticas constroem diferentes identidades ao longo do tempo, contribuindo, assim, ao entendimento de que a linguagem enquanto sistematização aberta, histórica e socialmente produzida impõe uma realidade. Trazemos para nos auxiliar na discussão, autores como Bakhtin (1997), Geraldi (1993) e Maria Tereza de Freitas (2005), que nos ajudam a perceber que a língua não é algo morto ou petrificado da vida social, mas move-se continuamente e seu desenvolvimento segue a vida social. Palavras-chaves: Linguagem, Leitura, Escrita e Subjetividade
04 - A alfabetização do indivíduo surdo: primeiro em LIBRAS ou Português? Ana Carolina Siqueira Veloso - Universidade do Estado do Rio de Janeiro – Faculdade de Educação.
Esta comunicação tem como objetivo sinalizar uma das armadilhas que acontece na alfabetização dos surdos: o pouco conhecimento da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Trata-se de uma outra língua, com regras gramaticais específicas, o que se pretende demonstrar como primeiros resultados deste estudo,que parte da concepção de linguagem como lugar de interlocução entre sujeitos históricos e sociais (Bakhtin, 2003). A hipótese aqui levantada é que, antes da alfabetização em português, os surdos devam desenvolver a alfabetização em sua língua materna: a LIBRAS, contribuindo para o seu processo de letramento. Palavras-chave: LIBRAS, Português, Alfabetização e Letramento
05- Letramento e Surdez: a importância da LIBRAS na aquisição da escrita. Zilda Maria Gesueli, Ana Helena Rodrigues de Carvalho, Sabrina de Oliveira Maciel de Sousa - SAE/CEPRE/FCM/Unicamp.
Este trabalho busca um novo olhar sobre o processo de letramento de surdos, enfatizando a importância do aspecto visual da escrita como um fator constitutivo desse processo. Dado ser a LIBRAS (Língua Brasileira de Sinais) uma língua viso-gestual, a imagem apresenta-se de forma significativa no processo de construção de conhecimento desses alunos. Sendo assim, nosso objetivo é desenvolver a leitura e a escrita e seus respectivos significados, através de histórias infantis, criadas, narradas e interpretadas pelas próprias crianças. Enfocaremos também a construção das múltiplas identidades do sujeito surdo, enfatizando o cotidiano das crianças em questão e o papel do professor surdo como interlocutor privilegiado desses alunos. A língua de sinais constitui-se como traço identitário co-relacionado à cultura, portanto, o dizer na língua de sinais constitui a base para o encontro com o objeto escrito na sala de aula. Nessa perspectiva, o letramento visual (Reily, 2003) apresenta-se como um fator de extrema relevância no processo de aquisição do português desses sujeitos. Palavras-chaves: letramento, surdez, língua de sinais, histórias infantis.
06 - A transposição didática das teorias cognitivas no trabalho com a leitura de textos escritos. Cleusa Moreira dos Anjos Barcelos e Javert Melo Vieira - PPGE-UFMT.
Este estudo, ainda em desenvolvimento, mas já com alguns dados a socializar, originou-se a partir da preocupação da pesquisadora com a dificuldade dos estudantes brasileiros em compreender um texto escrito. Na tentativa de mudar esse quadro, as pesquisas sobre leitura têm se voltado para a questão da interpretação de textos e evidenciado que através da abordagem cognitivista é possível oferecer aos alunos um melhor ensino da compreensão na leitura. Assim, com o objetivo de compreender de que forma o professor realiza a transposição didática das teorias cognitivas ao trabalhar com a leitura de textos escritos, estamos observando a prática pedagógica de alguns educadores, de diversas áreas do conhecimento, tendo como aporte teórico os estudos de Smith (2003), Giasson (1993), Kato (2002), Kleiman (1993, 1996, 1997), Silva (2005), Ausubel (1982), Vigotsky (1984,1987), dentre outros. Palavras-chaves: Leitura, compreensão, teorias cognitivas, prática pedagógica.
07. LEITURA E ESCRITA NA 1ª E 5ª SÉRIE: UM ESTUDO COM PROFESSORES E ALUNOS. Karin Casarin, Maria Helena Schuveter, Instituto de Biociências de Rio Claro-UNESP, Programa de Pós Graduação em Alfabetização, Estado de São Paulo, CAPES. Orientadora: Maria Cecília de Oliveira Micotti.
Com a substituição do antigo regime seriado pela Progressão Continuada e o sistema de ciclos, a repetência, a evasão e a falta de vagas foram amenizadas, porém outros problemas tornaram-se mais evidentes, sobretudo os relativos ao baixo desempenho dos alunos em leitura e escrita. Autores como Becker (2001), Charlot (2000), Micotti (1998), Jolibert (1994) e Aebli (1974) que tratam da questão do ensino, embasam o trabalho. O objetivo é identificar como os professores de 1ª e 5ª série focalizam os diferentes desempenhos dos alunos em leitura e escrita no trabalho pedagógico e como os alunos de 5ª entendem o ensino que recebem. Utilizou-se para a coleta de dados entrevistas e observações de aulas na 1ª série e, na 5ª série, entrevistas com a professora de Língua Portuguesa e com alunos. Os resultados mostram que os professores trabalham os conteúdos não adequando os procedimentos as necessidades dos alunos que apresentam dificuldade na alfabetização. Os alunos manifestam o interesse em aprender e reclamam da pouca atenção dos professores. (Palavras-chave: alfabetização, ensino e aprendizagem)

SESSÃO XX
Coordenadora: Cancionila Janzkovski Cardoso
Dia: 12/07/07 – 14:00 às 17:00 horas

01 - O ensino da língua escrita em mato grosso (1927-1952). Adelice Alves da Conceição e Cancionila Janzkovski Cardoso- UFMT - Universidade Federal de Mato Grosso.
Pretendemos apresentar nesta comunicação alguns resultados de uma pesquisa que tem por objetivo compreender concepções e práticas do ensino da escrita na escola primária de Mato Grosso, no período de 1927 a 1952. Trata-se de uma pesquisa em educação, com abordagem histórica e foco na História Cultural, conforme Chartier (1990), Le Goff (1994), Julia (2001), Frago (1993), Faria Filho (2002), Vidal (1998), entre outros. Os documentos utilizados foram: cadernos, provas de alunos, relatórios, regulamentos, leis, atas, revistas e memória de professoras. As fontes foram buscadas no Arquivo Público de Mato Grosso, no Núcleo de Documentação e Informação Histórica e Regional, no Núcleo de Pesquisa em Educação e em bibliotecas, além de memórias de professoras antigas. Este trabalho ainda em desenvolvimento já apresenta resultados significativos. Palavras-chave: ensino, escrita e pesquisa histórica.
02 - As pesquisas de alfabetização e alfabetismo/letramento em foco. Iole Maria Faviero Trindade, Evelyse Ramos Itaqui e Luiza Silva Costa, UFRGS – Porto Alegre RS.
Parte do projeto "O estado do conhecimento dos estudos sobre alfabetização e alfabetismo/letramento (RS:1961-2006)" e vinculado ao projeto interinstitucional "Alfabetização no Brasil: o estado do conhecimento e a integração de pesquisadores (1961-2006)", este trabalho tem por foco resumos de teses e dissertações produzidas nos Programas de Pós-Graduação de Universidades do estado do Rio Grande do Sul, disponíveis nos portais CAPES, INEP e CEALE, nos Catálogos da ANPEd e na Revista Educação & Realidade. Uma análise inicial de tais resumos mostra que as pequisas em foco estão associadas, predominantemente, aos estudos de métodos de alfabetização, psicogênese da língua escrita e/ou alfabetismo/letramento. Palavras-chave: alfabetização, alfabetismo/letramento, Rio Grande do Sul, 1961-2006.
03 - O estado do conhecimento sobre a rede municipal de ensino de Belo Horizonte de 1986 a 2005 – alfabetizaçâo e letramento. PRODOC Pesquisa ECRME/PBH Ceris Ribas da Silva. Ingrett da Silva Campos (bolsista). Ceale/FaE/UFMG.
Este trabalho apresenta resultados de um estudo sobre o estado de conhecimento sobre a Rede Municipal de Ensino de Belo Horizonte. O estudo contempla as pesquisas realizadas em nível de doutorado, mestrado e monografias e cursos de Lato Sensu em educação sobre essa rede de ensino. Os trabalhos foram agrupados em “focos temáticos”, sendo que esta comunicação trata do foco de Alfabetização e Letramento. O trabalho contribirá não somente para o rastreamento, organização e análise da produção existente, como também para a indicação de novos estudos a serem realizados. Seus resultados fornecerão ainda subsídios para a formulação de novas políticas. Palavras-chaves: alfabetização, letramento, formação de professores e políticas públicas.
04 - Cartilhas: das cartas ao livro de alfabetização. Ana Maria Moraes Scheffer, Rita de Cássia Barros de Freitas Araújo, Viviam Carvalho de Araújo Mestrandas em Educação pela Faculdade de Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora.
A presente comunicação tem por objetivo traçar um breve histórico da alfabetização a partir da produção e difusão de manuais escolares utilizados para ensinar os brasileiros a ler e escrever a partir do século XIX. Para tal, apresentamos de um modo geral como isto ocorreu no Brasil e mais, destacadamente, em Minas Gerais.Ao retratarmos a experiência histórica da alfabetização a partir das cartilhas, buscamos no caminho já trilhado, explicações para entender o presente, conferindo-lhe nova significação, e, simultaneamente, novas possibilidades para o futuro. Este trabalho faz parte das pesquisas que estamos desenvolvendo para
compreender as concepções de alfabetização que norteiam as práticas alfabetizadoras de professores que atuam no 1º ano do Ensino Fundamental de nove anos dentro deste novo contexto da obrigatoriedade do ensino no Brasil. Palavras-chaves: alfabetização, cartilhas, concepções
05 – Relatos autobiográficos e memórias de alfabetizadoras. Helenise Sangoi Antunes, Profa Dra do Programa de Pós-Graduação em Educação, UFSM,Santa Maria/RS.
Esta pesquisa foi elaborada com o objetivo de conhecer as lembranças escolares das alfabetizadoras através de seus relatos autobiográficos. O referencial teórico dessa pesquisa baseia-se nos estudos de Bosi (1999), Bergson (1999), Bem-Peretz (2001) entre outros que estão contribuindo para as reflexões propostas nesta investigação. A metodologia desse estudo está fundamentada numa metodologia qualitativa a partir dos estudos realizaos por Bogdan;Biklen (1994) através da utilização de entrevistas semi-estruturadas,relatos autobiogrficos e registros em diário de campo com alfabetizadoras do sistema de ensino de Santa Maria/RS. Como resultados percebeu-se que a organização do cotidiano escolar acaba, na maioria das vezes, impedindo a troca de saberes construídos pelo exercício profissional e não incentiva o professor a investir nas experiências significativas nos seus percursos de formação e na sua reflexão teórico-prática, mas destaca-se que no momento em que as alfabetizadoras refletem, via relatos autobiográficos, sobre seus processos formativos percebem o quanto precisam buscar novos subsídios teórico-práticos para poderem alfabetizar letrando. Palavras-chaves: Alfabetização, formação de professores e relatos autobiográficos.
06 - Concepções de Alfabetização em Diários de Professoras Alfabetizadoras na Década de 70, em Alta Floresta MT. Jeane Maria de Freitas Rocha e Dra. Lázara Nanci de Barros Amâncio
Este estudo em andamento, faz parte da linha de pesquisa Educação e Linguagem – PPGE/ UFMT e está sendo realizada com o objetivo de analisar alguns aspectos ligados a História da Alfabetização em Alta Floresta – MT, referente ao período de 1978 a 2006. Para tanto, foram analisados até o momento, 375 diários de classe da 1ª série do Ensino Fundamental, buscando-se respostas às seguintes indagações: qual a concepção que o professor tem e que se expressa em seus atos e no conteúdo que ele espera que o aluno aprenda; que caminhos o professor percorreu para acontecer à aprendizagem e como deve ser esse ensino. Esta pesquisa terá abordagem qualitativa e fundo histórico e deuse pela localização, seleção e organização de fontes junto aos acervos das escolas municipais, estaduais e secretaria de educação. Palavras-chaves: alfabetização, concepção de aprendizagem, prática pedagógica.
7 – Um olhar reflexivo sobre o histórico dos métodos de alfabetização. Sharlene Marins Costa e Helenise Sangoi Antunes - Universidade Federal de Santa Maria.
Essa pesquisa tem por objetivo investigar os métodos de alfabetização, e os estudos que estão orientando atualmente as políticas educacionais. Para tal, construímos nossa investigação a partir dos referenciais de Rizzo (1989); Kleiman (1995; 2005); Soares (1988, 2003); Mortatti (2000, 2004); Barbosa (1994) Ferreiro; Teberosky (1985) e Frade (2003). Os avanços em relação ao processo de ensino e aprendizagem da leitura e escrita são significativos, porém, muitas vezes, acabam ficando apenas nos discursos acadêmicos, não modificando as práticas daqueles que atuam nesse processo. Dessa forma, acreditamos que essa pesquisa tem muito a contribuir, já que as mudanças significativas nas práticas escolares de alfabetização acontecerão quando as discussões sobre esses conhecimentos forem construídos e debatidos com os agente desse processo: os professores alfabetizadores. Palavras-chaves: Métodos de Alfabetização, Alfabetização e Letramento
8 – Diários de classe: traços históricos de um ensino de língua. Elizabeth D.da C. Wallace Menegolo, FAEC- Colorado D´Oeste/RO AVEC- Vilhena- RO/ UFMT- Cuiabá MT e Cancionila Janzkovski Cardoso – UFMT.
Apresentamos alguns resultados de uma pesquisa em que foram revelados aspectos das práticas pedagógicas das professoras que atuaram nas 4ª séries na década de 1990 a 2000, na Escola Estadual Gustavo Kulman, em Cuiabá – MT, manifestados em seus diários de classe, quando efetuaram o ensino da produção textual escrita. O recorte aqui analisado, sob os pressupostos da história cultural (Chartier,1990) e da cultura escolar (Jlia, 2001), busca evidenciar, nos diários de classes, indícios das prescrições, permanências e mudanças, que configuravam as práticas docentes. Esses dados mostraram variadas compreensões da escola e das professoras sobre o que deveria ser ensinado de língua portuguesa para que o aluno se constituísse como um usuário competente da vertente escrita da língua. Palavras-chaves: diários de classe, produção escrita, história da escrita
9- Alfabetização na escola primária urbana no estado de mato grosso: percurso do ensino da leitura e da escrita (1932 a 1948). Terezina Fernandes Martins de Souza. e Lázara Nanci de Barros Amâncio, UFMT.
O objetivo da presente comunicação é apresentar aspectos de uma pesquisa sobre a alfabetização em uma escola primária em Mato Grosso, no município de Diamantino, no período de 1932 a 1948. Os pressupostos de análise situam-se na História Cultural e a opção pelo período está vinculada à localização de fontes pertinentes ao objeto de estudo, no Arquivo Público de Mato Grosso - APMT e em uma escola do município. Os procedimentos, de acordo com a abordagem histórica caracterizam-se pela reunião, seleção e análise das fontes documentais complementadas com o depoimento de uma professora aposentada. De modo geral os dados permitiram conhecer aspectos da alfabetização na escola primária urbana no interior do estado mato-grossense e, possivelmente, contribuirão para a compreensão/composição de uma história do ensino da leitura e escrita no Brasil. Palavras Chave: Alfabetização – Escola Primária Urbana – Ensino da Leitura e da Escrita
10. Ler e escrever em contextos significativos: conbribuições da metodologia de projetos e da teoria histórico-cultural. Inaiara de Paula Amaral, Ingrid Ricomini, Cyntia Graziella Guizelim Simões Girotto. UNESP- FFC- Marília, SP.
Esta comunicação visa compartilhar uma experiência em andamento do projeto “Ler e escrever em contextos significativo: contribuições da Metodologia de projetos e da Teoria Histórico Cultural”, cujo objetivo central é a discussão da prática pedagógica dos professores parceiros da pesquisa e a análise do trabalho com os projetos de leitura e escrita e suas implicações para o aprendizado real, significativo e eficiente da leitura e da escrita, a luz da metodologia de projetos e da teoria histórico cultural . Para tanto o projeto procura conciliar a teoria aliada à prática, mantendo reuniões semanais de estudos com seus integrantes. Esta investigação está sendo desenvolvida em uma classe de 2ª série do Ensino Fundamental de uma escola pública do Município de Marília e vincula-se ao Grupo de Pesquisa - Processos de Leitura Escrita: Objetivação e Apropriação. Palavras-chaves: leitura, escrita, formação de leitores
11. DRAMATIZAR E CONTAR HISTÓRIAS: UM OUTRO MODO DE LER. Ademar da Silva e Denise Maria Margonari - Departamento de Metodologia de Ensino - UFSCar
Este artigo visa apresentar as experiências bem sucedidas desenvolvidas no Projeto Teia do Saber, relacionadas ao subprojeto "Ler para Aprender (1ª a 4ª séries)", com os professores do Ciclo Básico da rede pública do Estado de São Paulo, na UNESP/Araraquara e na UFSCar/ São Carlos. Em média, cerca de 30 professores do Ciclo Básico da rede pública de ensino do Estado de São Paulo, de faixas etárias e condições sócio-econômicas bem diferenciadas, participaram dos encontros, que se realizaram no segundo semestre letivo de 2006. Com o objetivo de levá-los a refletir sobre a importância de se contar e dramatizar histórias para o desenvolvimento psicológico, sócio-comunicativo e afetivo das crianças, atividades de leitura de cunho multiplicativo foram trabalhadas, visando estreitar a relação de afeto e comunicação entre professores e alunos por meio de atividades lúdicas e prazerosas. Com esse novo modo de abordar atos de leitura em sala de aula, tenta-se despertar nos alunos o gosto pela leitura.Tanto nos encontros com os professores, como nas aplicações das propostas, os resultados foram bem sucedidos e isso desencadeou a produção deste texto que, além desta introdução, possui três partes: (1) suporte teórico utilizado; (2) descrição das propostas de atividades realizadas com os professores; (3) resultados obtidos, além de algumas considerações finais.Palavras-chaves: dramatização, Teia do Saber, professor, desenvolvimento.